Tourism Creative Factory anda à procura de ideias de negócio

Lançada nos Açores, esta é a primeira vez que o Tourism Creative Factory decorre, ao mesmo tempo, no Oeste, Setúbal, Algarve e Viana do Castelo.

Está lançada uma nova chamada para a Tourism Creative Factory, desta feita para a edição de inverno. A iniciativa, criada nos Açores, vai pela primeira vez realizar-se, ao mesmo tempo, no Oeste, Setúbal, Algarve e Viana do Castelo, anunciou a organização em comunicado.

O programa de ideação é promovido pela GesEntrepreneur com o apoio da Rede de Escolas de Hotelaria e Turismo e dirige-se a todos os empreendedores que tenham uma ideia de negócio na área do turismo e que queiram contam com uma “rede de facilitadores” especializada em apoiar ideias a serem transformadas em novas empresas.

A iniciativa tem a duração de três meses e termina num demo day regional, que decorre em dezembro deste ano.

Em edições anteriores, o programa já foi casa de projetos como o Amicis Gin, a TryPortugal (experiências personalizadas de turismo ativo e recentemente investido pela Sociedade de Capital de Risco Portugal Ventures), a Portuguese Tables (experiências gastronómicas baseadas na imersão na cultura portuguesa), o Coimbra Airport Shuttle, o Visit Foods, entre outros.

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OMC autoriza Washington a impor sanções às importações da UE

  • Lusa
  • 14 Outubro 2019

A imposição de sanções aduaneiras contra a União Europeia, surge em resposta aos subsídios concedidos ao construtor aeronáutico europeu Airbus pelos governos europeus.

A Organização Mundial de Comércio (OMC) autorizou hoje definitivamente Washington a impor sanções aduaneiras contra a União Europeia, em resposta aos subsídios concedidos ao construtor aeronáutico europeu Airbus pelos governos europeus.

No início de outubro, a OMC tinha dado ‘luz verde’ à imposição pelos Estados Unidos de tarifas sobre bens e serviços europeus importados no valor de 7.500 milhões de dólares (6,8 mil milhões de euros) por ano, mas esta decisão precisava de ser aprovada pelo órgão de regulamentação de diferendos da OMC.

A sanção – a mais pesada alguma vez imposta pela OMC – foi oficialmente validada hoje durante uma reunião especial do referido órgão em Genebra, referiu uma fonte da OMC citada pela AFP.

Os Estados Unidos anunciaram que as novas tarifas, que poderiam visar um largo espetro de produtos de consumo como os vinhos franceses, poderiam entrar em vigor a partir da próxima sexta-feira.

Os responsáveis da UE indicaram que desejavam encontrar uma solução negociada com os Estados Unidos, para evitar uma nova escalada das tensões comerciais atuais.

Se as negociações falharem, a UE pode ser por outro lado autorizada a impor sanções aduaneiras sobre produtos norte-americanos, caso consiga convencer no próximo ano os juízes da OMC que o construtor norte-americano Boeing também recebe subsídios ilegais do governo norte-americano.

A guerra jurídica entre a Airbus e a Boeing na OMC começou há 15 anos, quando Washington declarou a caducidade de um acordo norte-americano-europeu de 1992 que regia os subsídios no setor aeronáutico.

Os Estados Unidos dispararam primeiro em 2004, acusando Reino Unido, França, Alemanha e Espanha de conceder subsídios ilegais para apoiar a produção de uma série de produtos da Airbus.

Um ano depois, a UE alegou que a Boeing também tinha recebido biliões de dólares em subsídios proibidos do governo dos EUA.

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Espanha emite mandato de captura europeu contra Carles Puigdemont

Atualmente em exílio na Bélgica, Carles Puigdemont poderá ser detido ao abrigo de um mandato de captura europeu emitido esta segunda-feira pelo Supremo Tribunal espanhol.

O Supremo Tribunal de Espanha emitiu um mandato de captura europeu contra o independentista catalão Carles Puigdemont, uma medida que surge no dia da condenação de nove líderes separatistas catalães envolvidos no referendo à independência da Catalunha em outubro de 2017. A notícia foi avançada pela Reuters.

Carles Puigdemont vive em exílio autoimposto, na Bélgica, depois de ter proclamado –e suspenso — a independência da região em meados de outubro de 2017, na sequência desse referendo, que não é reconhecido por Madrid. Desde então, chegou a ser detido na Alemanha em março de 2018. Mas foi libertado em abril, sob fiança.

Esta não é a primeira vez que a justiça espanhola tenta capturar Carles Puigdemont. Em julho de 2018, Espanha emitiu um mandato de captura semelhante, mas que não chegou a produzir efeitos. Ao contrário dos nove líderes separatistas, Puigdemont não foi julgado esta segunda-feira porque Espanha não julga pessoas à revelia.

O novo mandato de captura arrisca exaltar ainda mais os ânimos na Catalunha. Centenas de independentistas cortaram esta segunda-feira algumas avenidas de Barcelona e concentraram-se em algumas zonas da cidade, num protesto contra as condenações dos dirigentes independentistas.

(Notícia atualizada às 13h39 com mais informações)

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Braga recebe feira de emprego. Junta mais de 70 empresas

Entre 14 e 22 de outubro decorre na Universidade do Minho a 11.ª edição da Start Point-Feira de Emprego. Destina-se à comunidade académica, desempregados e empreendedores com qualificações superiores.

A taxa de desemprego na União Europeia (UE) atingiu mínimos históricos, diminuindo para 6,2% em agosto. Portugal ficou em linha com a média europeia, mas abaixo da média da Zona Euro, que foi de 7,4%, o valor mais baixo desde maio de 2008.

Portugal quer estar a par com os restantes Estados-membros e tem vindo a realizar iniciativas para ajudar a comunidade académica (alunos, ex-alunos, investigadores, docentes e funcionários) e também desempregados e empreendedores com qualificações de nível superior na procura de novas oportunidades.

Desta vez foi a Universidade do Minho (UMinho) que recebe, a partir desta segunda-feira a 11.ª edição da Start Point – Feira de Emprego, Empreendedorismo e Formação. O evento decorre no Campus de Gualtar da universidade bracarense e termina a 22 de outubro.

Esta iniciativa vai juntar mais de 70 empresas e tem como objetivo estabelecer o contacto direto entre jovens e o mercado de trabalho através da divulgação de oportunidades e desenvolvimento de competências.

O evento arranca com o Programa de Aceleração de Carreiras que junta vários oradores que, através de vários workshops, vão preparar os participantes para o primeiro contacto com as empresas.

No dia que termina o evento, 22 de outubro, decorre a Conferência Star Point Summit onde serão discutidos temas da atualidade como a economia circular, transformação digital, o futuro da educação entre outros. Esta mostra empresarial contará com a presença de empresas como Jerónimo Martins, Accenture, DST e Tesco.

Uma iniciativa organizada pela Associação Académica da Universidade do Minho (AAUM) através do Departamento de Desenvolvimento de Carreiras, com o apoio do Gabinete do Empreendedor da AAUM (LIFTOFF) e Gabinete de Inserção Profissional da AAUM (GIP).

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China quer mais negociações antes de assinar acordo com Trump

Foi já delineada a primeira fase de um acordo comercial entre os Estados Unidos e a China, mas ainda haverá mais rondas de conversações antes de o documento ser assinado.

Antes de assinar a “primeira fase” do acordo proposto por Donald Trump, a China ainda quer mais conversações. Pequim deverá enviar uma delegação, liderada pelo vice-primeiro-ministro Liu He, que tem estado envolvido nas negociações, para finalizar um acordo escrito que poderá ser assinado pelos presidentes das duas potências numa cimeira no Chile, no próximo mês.

Outras fontes, citadas pela Bloomberg (acesso condicionado, conteúdo em inglês), apontam para que a China também quer que Trump cancele um dos aumentos nas tarifas, planeado para dezembro. O Presidente norte-americano concordou em não avançar com a subida de tarifas que estava previsto para 15 de outubro.

“O meu acordo com a China é que eles começarão imediatamente a comprar quantidades muito grandes dos nossos produtos agrícolas, não esperando até que o acordo seja assinado nas próximas três ou quatro semanas”, adiantou Trump, na sua conta no Twitter.

“O relacionamento com a China está muito bom. Terminaremos a grande parte da primeira fase do negócio, e seguiremos diretamente para a segunda fase”, acrescentou. “O acordo da primeira fase pode ser finalizado e assinado em breve“, concluiu o Presidente norte-americano.

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Governo britânico quer Brexit a 31 de outubro e novas regras para imigração

No discurso da Rainha, foram delineadas as prioridades e propostas do Executivo de Boris Johnson. Entre elas encontram-se novos regimes de pesca e agricultura para depois do Brexit.

O Governo britânico quer uma nova parceria com a União Europeia (UE), baseada no livre comércio, e o fim da livre circulação, depois do Brexit. As prioridades do Executivo foram descritas no discurso da Rainha Isabel II, que marca o início de uma nova sessão no Parlamento britânico.

Este discurso serviu principalmente para apresentar as propostas do Governo britânico — já consideradas “uma farsa” pela oposição — que terão ainda de passar pelos deputados, sublinha o The Guardian (acesso livre, conteúdo em inglês). A Rainha reiterou a intenção do Executivo de Boris Johnson de sair da União Europeia a 31 de outubro, tendo em vista um acordo de livre comércio.

Nos planos estão também novos regimes de pesca e agricultura, bem como um projeto de lei de imigração. Este põe fim à livre circulação, tornando os cidadãos da UE “sujeitos aos mesmos controles de imigração do Reino Unido que os cidadãos de fora da UE”. Introduziria também um sistema de entrada baseado em pontos.

Ainda nas medidas relativas ao pós-Brexit, outro projeto de lei prevê uma atualização ou substituição dos regulamentos da UE nos mercados financeiros. Para acautelar um cenário difícil, serão tomadas medidas para oferecer estabilidade nos serviços financeiros, adiantou a Rainha.

Neste fim de semana, intensificaram-se as negociações para um acordo para o Brexit, entre o Reino Unido e a UE, mas o progresso foi pouco. O prazo para ambas as partes chegarem a um entendimento está cada vez mais perto do fim, e uma lei aprovada no Parlamento exige que Boris Johnson peça uma extensão de negociações se não houver um entendimento até final de outubro.

Oposição diz que programa do governo é “uma farsa”

O líder do Partido Trabalhista, Jeremy Corbyn, disse que o programa legislativo do Governo britânico é “uma farsa”. “Nunca houve farsa tão grande”, afirmou o líder do principal partido da oposição, na abertura do debate após o Discurso da Rainha esta manhã, apontando o facto de o Governo não ter uma maioria parlamentar e ter perdido todas as votações na Câmara dos Comuns desde que entrou em funções.

Provocado sobre o bloqueio a eleições antecipadas, Corbyn disse que só vai dar o seu apoio depois de garantido um adiamento da data de saída do Reino unido da União Europeia (UE) para depois de 31 de outubro. “Peça uma extensão, tire-nos dos perigos de uma saída sem acordo e então estaremos numa posição de o fazer”, afirmou Corbyn, acrescentando: “Podemos estar a apenas algumas semanas do primeiro Discurso da Rainha de um governo trabalhista”.

(Notícia atualizada às 15h50 com declarações da oposição)

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Insurance Europe recusa seguro obrigatório para ciberataques

  • ECO Seguros
  • 14 Outubro 2019

A associação empresarial europeia que reúne 37 países considera que quem for forçado a comprar o seguro para cobrir riscos cibernéticos tenderá a não implementar as medidas de proteção adequadas.

Um relatório publicado na semana passada pela Insurance Europe, federação de associações de seguros de 37 países, defende que não deve existir na Europa um seguro obrigatório contra os riscos de cibertataques. O documento destaca o papel-chave da indústria seguradora para apoiar a União Europeia nos seus esforços de aumentar a cibersegurança e a competitividade.

Um seguro obrigatório contra riscos de ciberataques seria contraproducente para seguradoras e consumidores pois, entre outras razões, “quem for forçado a comprar o seguro tenderá a não implementar as medidas de proteção adequadas e os prémios seriam elevados devido à falta de um mercado competitivo em diversos estados-membros da União e custos administrativos adicionais derivados de sistemas obrigatórios”.

O documento, intitulado “Insurers’ role in EU cyber resilience”, destaca também o relevante papel da indústria seguradora no apoio à União para responder aos ciberataques pois “garantem a continuidade do negócio, ajudando as empresas recuperar rapidamente, aumentam a consciencialização dos cidadãos e das empresas para os riscos a que estão expostos e apoiam os responsáveis políticos europeus e nacionais sobre a melhor forma de mitigar os riscos”.

A Insurance Europe pede aos estados-membros da União Europeia que atuem para aumentar a cibersegurança e defendem que é relevante disponibilizar os dados sobre incidentes registados nesta área e uma cooperação público-privada em matéria de riscos catastróficos.

Além de não defenderem um seguro obrigatório para os ciberataques, o que os responsáveis políticos também não devem fazer é “introduzir uma standardização prematura” pois pode prejudicar tantos os clientes como as seguradoras.

A Insurance Europe é uma federação de associações empresariais do setor de 37 países, entre eles Portugal representado pela APS – Associação Portuguesa de Seguradores. Presidida desde o ano passado pelo austríaco Andreas Brandstetter, que também é o número um da UNIQA Insurance Group, a Insurance Europe representa, no conjunto dos seus associados, 950 mil profissionais, cerca de 1022 mil milhões de euros de prémios e 10200 mil milhões de euros de investimentos, estimando que os seus membros diretos e indiretos sejam responsáveis por 95% dos negócios na Europa entre seguradoras, resseguradoras, mútuas e PME’s.

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Portugal passa cheque de dois mil milhões aos credores europeus na quinta-feira

O Governo já tinha anunciado que estava a ultimar os pormenores para fazer um pagamento de dois mil milhões de euros. O Tesouro confirmou agora que a operação vai ficar fechada no dia 17 de outubro.

O primeiro reembolso antecipado aos credores europeus da troika vai ficar fechado esta quinta-feira. A intenção de fazer um pagamento de dois mil milhões de euros já tinha sido anunciada pelo Governo e Cristina Casalinho, presidente da Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública – IGCP, confirmou agora que a operação vai acontecer no dia 17 de outubro.

“O pagamento que será realizado dia 17 resulta de um compromisso assumido pela República Portuguesa com os credores aquando do último pagamento antecipado ao Fundo Monetário Internacional (FMI). A única coisa que é diferente é a data de pagamento. Inicialmente estava previsto entre 2020 e 2022 e, uma vez que as condições de mercado são mais favoráveis, resolveu fazer-se mais cedo“, explicou Casalinho, à margem do seminário Mercados de dívida pública – Desafios num quadro de aprofundamento da UEM, esta segunda-feira em Lisboa.

O secretário de Estado Adjunto e das Finanças Ricardo Mourinho Félix já tinha anunciado que Portugal iria fazer um reembolso antecipado de dois mil milhões de euros ao Fundo Europeu de Estabilização Financeira (FEEF). Este montante diz respeito aos empréstimos concedidos pela troika e é o primeiro a credores europeus depois de Portugal ter concluído os pagamentos ao FMI no final do ano passado. O montante em causa vencia apenas entre 2025 e 2026.

Para que Portugal possa pagar ao FEEF, acordou com os credores que haverá ainda um pagamento antecipado de 500 milhões de euros ao Mecanismo Europeu de Estabilidade (MEE) até 2022 e ainda que os 6,75 mil milhões de euros que são devidos ao MEE e que se venciam em 2021 são estendidos em termos de maturidade para 2025 e 2026.

Sobre novos reajustamentos que permitam continuar os reembolsos antecipados, Cristina Casalinho lembrou que é uma “decisão política” e lembrou os próprios parâmetros contratuais dos empréstimos que são diferentes do FMI, “que tinha condições estruturais que favoreciam o reembolso antecipado”.

“Devido à arquitetura do próprio projeto europeu, os empréstimos europeus não estão formatados de uma forma a agilizar reembolsos antecipados. Portanto, são processos mais complexos e, embora financeiramente possam ter algumas vantagens, não têm vantagens tão esmagadoras quanto os empréstimos do FMI tinham“, referiu a presidente do IGCP.

“Foram empréstimos concedidos numa fase da crise ainda relativamente recente, os instrumentos de gestão da crise que a Europa dispunha não estavam totalmente desenvolvidos. A abordagem que foi adotada no caso dos empréstimos ao FMI não pode ser transposta de forma automática no caso dos empréstimos europeus, nem eles são diretamente comparáveis”, acrescentou.

(Notícia atualizada às 12h35)

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Seis baixas depois, Farfetch em silêncio sobre a Libra

O consórcio que está a desenvolver a moeda virtual do Facebook já perdeu seis membros. A Farfetch, que também faz parte do grupo, não faz comentários.

A Farfetch não se pronuncia acerca da Libra, a criptomoeda que está a ser desenvolvida por um consórcio liderado pelo Facebook, e do qual faz parte a empresa fundada pelo português José Neves. Nos últimos dias, seis dos 29 parceiros da rede social desistiram do projeto, com receio do escrutínio regulatório em torno da nova divisa.

A primeira desistência a ser anunciada foi a da empresa de pagamentos PayPal. Na sexta-feira, juntaram-se a esta o Mercado Pago, o eBay, a Stripe e o duopólio MasterCard e Visa, que eram dois dos membros mais relevantes do consórcio. Perante estas desistências, o ECO voltou a contactar a Farfetch no sentido de apurar a posição da empresa luso-britânica em relação ao projeto. Mas a companhia voltou a recusar fazer qualquer declaração: “Não comentamos”, disse fonte oficial.

O Facebook anunciou em meados de junho que quer lançar uma nova moeda virtual na primeira metade de 2020, à qual chamou Libra. A ideia passa por desenvolver um novo sistema de pagamentos que seja universal em toda a internet, numa altura em que o comércio eletrónico continua a crescer, sem dar sinais de abrandamento. Na altura, a Farfetch foi anunciada como parceira do projeto, sendo membro da Libra Association.

“A Libra Association será responsável por operar e desenvolver a Libra Blockchain, que será segura, escalável e fiável. Vai suportar um conjunto de usos de negócio assim como uma moeda digital. A Farfetch vai participar ativamente no processo técnico, arquitetural e de desenvolvimento operacional da Libra Association como um dos seus membros fundadores”, disse fonte oficial da Farfetch, aquando do anúncio do projeto pelo Facebook.

Desde então, a empresa não voltou a fazer qualquer comentário, quer do ponto de vista do projeto, quer do ponto de vista das dúvidas que têm vindo a ser levantadas em torno do mesmo. Entre outras coisas, os reguladores temem que uma nova moeda digital, que poderá ser usada pelos mais de dois mil milhões de utilizadores do Facebook, possa representar uma ameaça para o sistema financeiro global. E têm alertado igualmente para as sucessivas falhas do Facebook em proteger os dados pessoais dos utilizadores.

José Neves é fundador da Farfetch. Desde que anunciou fazer parte da Libra Association, o consórcio já perdeu seis membros e a empresa tem recusado comentar.Paula Nunes/ECO

A rede social, por sua vez, tem dado diversos argumentos para tentar justificar o lançamento de uma moeda virtual de suporte mundial (que facilmente poderá tornar-se a moeda mais utilizada em todo o mundo). A 25 de setembro, o líder da equipa responsável pela Libra, David Marcus, publicou um artigo na plataforma Medium para falar nas “limitações” do atual sistema de pagamentos: “A Libra pode ser o ‘protocolo’ que vai permitir transações monetárias mais rápidas, baratas e estáveis para vários fornecedores de serviços, instituições e pessoas em todo o mundo. Isto vai, por seu turno, reduzir massivamente os custos por eliminar a necessidade de tantos intermediários”, garantiu.

O mesmo David Marcus recorreu ao Twitter na passada sexta-feira para admitir que a desistência da MasterCard e da Visa “não eram boas notícias”, mas advertiu que não é razão para pôr fim ao projeto. ” Fiquem ligados para novidades muito em breve. Mudanças desta magnitude são difíceis. Sabes que estás a fazer algo importante quando surge tamanha pressão”, considerou. Ainda assim, MasterCard e Visa, que detêm a maior “fatia” do mercado global de pagamentos, eram importantes parceiros do projeto e a sua saída representa um grande passo atrás para a equipa montada pelo Facebook.

Do lado dos reguladores, sabe-se que o Banco Central Europeu (BCE), a Comissão Europeia, a Reserva Federal (Fed) e alguns países como França e Alemanha, entre outras instituições, veem com muitas reticências este projeto. O próprio Congresso norte-americano até escreveu uma carta a Mark Zuckerberg, pedindo a suspensão imediata do lançamento da Libra até serem esclarecidas todas as dúvidas em torno do conceito.

Uma das críticas mais recentes partiu do secretário de Estado Adjunto e das Finanças de Portugal. Ricardo Mourinho Félix disse que o país “partilha da preocupação de outros países europeus sobre a Libra” e explicou que a divisa “pode ser a primeira moeda privada a impor-se”, sem controlo de qualquer banco central, o que suscita “elevados riscos com dimensão sistémica que lhe estão associados”. Outro problema: pode limitar “o alcance das ferramentas tradicionais da política monetária”.

Neste contexto, poucos parceiros da Libra têm-se atrevido a comentar publicamente — ou até a endossar — o projeto do Facebook, como é o caso da Farfetch: as empresas temem atrair publicidade negativa e o escrutínio das autoridades. Por isso, o apoio à Libra tem surgido, apenas, da parte do Facebook e o próprio Mark Zuckerberg acabou por aceitar ir novamente ao Congresso dos EUA, para ser interrogado acerca da moeda. A audição está marcada para 23 de outubro.

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Caixa fecha venda do banco em Espanha e anuncia aliança com Abanca nos mercados internacionais

Paulo Macedo está esta segunda-feira em Madrid para fechar a venda do espanhol Banco Caixa Geral. Banco português anuncia acordo de cooperação com Abanca para colaborar nos mercados internacionais.

Ao mesmo tempo que fechou a venda do Banco Caixa Geral ao Abanca, por 384 milhões de euros, o banco estatal português anunciou um acordo de cooperação comercial com os espanhóis para trabalharem juntos no mercado ibérico e nos mercados internacionais onde os dois grupos bancários detêm presenças diretas.

Paulo Macedo, presidente da Caixa Geral de Depósitos (CGD), encontra-se esta segunda-feira em Madrid para concluir o processo de venda da subsidiária espanhola, num negócio que gerou uma mais-valia de 135 milhões de euros para a instituição portuguesa. A cerimónia contou ainda com a presença de Juan Carlos Escotet, presidente do Abanca.

“Fica assim cumprido um dos principais compromissos da CGD ao abrigo do mencionado plano estratégico, permitindo fortalecer de forma assinalável a sua capitalização”, informa o banco português em comunicado enviado esta manhã ao mercado.

“A CGD irá continuar a trabalhar com o objetivo de cumprir integralmente os objetivos do plano estratégico. Além da racionalização do negócio internacional, a CGD tem também como objetivos a redução da sua estrutura de custos e do volume de ativos não-performantes do seu balanço, de forma a melhorar a sua rentabilidade”, acrescenta ainda.

Para lá do impacto no lucro do semestre, que foi revisto em alta de 282 milhões para 417 milhões, a alienação do BCG teve ainda um impacto positivo de cerca de 110 pontos base no rácio CET 1 da CGD, “sendo que 30 p.b. já foram refletido nas contas consolidadas de junho de 2019, em resultado da valorização estimada desta participação”. “Os restantes 80 p.b. resultam da desalavancagem desta participação”, indica o banco português.

Macedo e Escotet aproveitaram o negócio para anunciar um acordo de cooperação comercial entre os dois bancos. Visa não só assegurar a migração da atual carteira de clientes do BCG para a esfera o Abanca, mas também “define os termos em que as duas partes irão colaborar em várias áreas de negócio, nos segmentos de empresas e de particulares com atividade no mercado Ibérico e nos mercados internacionais onde os dois grupos bancários detêm presenças diretas“.

“A CGD continuará fortemente empenhada no apoio às empresas portuguesas com atividade no mercado ibérico, através da sua representação comercial, do acordo de cooperação com o Abanca e da sua rede de correspondentes, com a oferta completa e já atualmente disponível de produtos e serviços de apoio à internacionalização”, diz o banco português.

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IGCP: “Resultado eleitoral não suscitou grande preocupação” nos investidores

A vitória do PS nas eleições legislativas resultou numa solução que irá fazer acordos consoante os temas. Mesmo sem papel assinado, a presidente do Tesouro não vê preocupação nos investidores.

A nova solução governativa que resultou das eleições legislativas do domingo passado não preocupa os investidores, apesar de não haver um acordo assinado entre os vários partidos. Cristina Casalinho, presidente da Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública – IGCP, diz que a prova disso são os juros da dívida portuguesa abaixo dos de Espanha.

As eleições aconteceram há uma semana e desde então tive poucos contactos com investidores, mas os contactos que tive não pronunciam um grande nível de preocupação com a situação política portuguesa“, afirmou Cristina Casalinho, à margem do seminário Mercados de dívida pública – Desafios num quadro de aprofundamento da UEM, esta segunda-feira, em Lisboa. “A configuração do resultado eleitoral não me parece ter suscitado grandes preocupações”.

António Costa anunciou que o PS fará um governo minoritário e procurará apoios no Parlamento caso a caso para as leis que quiser fazer passar na Assembleia da República. A solução parece menos estável do que a geringonça em vigor na atual legislatura. No entanto, Cristina Casalinho aponta para os juros da dívida como barómetro do sentimento dos mercados em relação à solução encontrada.

A configuração do resultado eleitoral não me parece ter suscitado grandes preocupações.

Cristina Casalinho

Presidente do IGCP

“Temos uma boa evidência com o comportamento das taxas de juro portuguesas. O que vemos é que, com as eleições espanholas a aproximarem-se, houve uma inversão do prémio de risco dos dois países. Portanto, Portugal a transacionar com taxas de juro mais baixas do que Espanha, o que evidencia bem a perceção que os mercados e os investidores tiveram em relação aos resultados eleitorais. Penso que podemos dizer que foi positiva”, sublinhou.

Depois de ter acontecido temporariamente no início de setembro, foi depois das eleições que os juros da dívida portuguesa a dez anos passaram a ser mais baixos que os de Espanha com a mesma maturidade. Esta segunda-feira, os títulos nacionais negoceiam com uma yield de 0,17% em mercado secundário, enquanto os pares espanhóis com uma yield de 0,21%.

Na semana passada, o Tesouro realizou também uma emissão de nova dívida que, sendo a primeira depois das eleições, sinalizou a despreocupação dos investidores. Portugal pagou apenas 0,49% para emitir 750 milhões de euros em obrigações a 15 anos, ou seja, conseguiu o juro mais baixo de sempre para se financiar a esta maturidade.

(Notícia atualizada às 12h25)

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CGTP avisa Costa: “Ou dá resposta às reivindicações ou conta com contestação”

A legislação laboral vai ser "a pedrinha no sapato" do próximo Governo, diz Arménio Carlos, avisando que, ou Costa dá respostas aos trabalhadores, ou haverá contestação nas ruas.

Ainda que não esteja à espera que o próximo Executivo de António Costa traga “grandes novidades” no universo laboral, Arménio Carlos deixa um aviso: “Ou este Governo dá resposta às nossas reivindicações ou terá de contar connosco no que respeita à contestação”. Em entrevista à Rádio Observador, o líder da CGTP avança que a questão laboral vai ser “a pedrinha no sapato” do primeiro-ministro, nos próximos quatro anos.

Na quinta-feira, Arménio Carlos tinha deixado claro que, minoritário ou não, o Governo terá de dar respostas aos trabalhadores, estando os sindicatos abertos à negociação, mas não a “diálogos faz de conta”. Entretanto, António Costa anunciou que irá avançar com a formação de um Executivo, sem ter por base qualquer acordo escrito com outra bancada parlamentar, o que o Bloco de Esquerda considerou resultar da indisponibilidade do PS para alterar a legislação laboral e eliminar as marcas da troika.

Nesse sentido, esta segunda-feira, o líder da CGTP fez questão de lembrar que, na revisão recente do Código do Trabalho, os socialistas tomaram mesmo a opção de manter “o que de pior tinha a legislação” e em alguns casos agravar as regras, como no que diz respeito ao alargamento do período experimental de 90 dias para 180 dias para trabalhadores à procura do primeiro emprego e desempregados de longa duração.

A nova legislatura traz, portanto, uma hipótese para o Governo se redimir, segundo Arménio Carlos, embora o dirigente da CGTP não esteja otimista. “Ou altera ou então, com certeza, não vai ficar à espera que fiquemos na expectativa para ver o que acontece”, disse o responsável, esta manhã. “Ou este Governo dá resposta às nossas reivindicações ou terá de contar connosco no que respeita à contestação“, acrescentou.

Para Arménio Carlos, a ausência de acordos escritos com outras bancadas não condena este Governo a fragilidade ou instabilidade, mas se António Costa “der sequência ao encosto ao centro e à direita” terá “instabilidade social”. “A questão laboral é a pedrinha no sapato do Governo”, sublinhou o sindicalista, lembrando que a aprovação dos Orçamentos é distinta da legislação laboral. Ainda assim, mesmo nesse primeiro universo, há questões que a CGTP quer ver respondidas, como é o caso da valorização salarial dos trabalhadores da Administração Pública.

De notar que o primeiro-ministro indigitado frisou, na semana passada, que a prioridade para os próximos quatro anos não é mudar a lei laboral, mas apostar na política de rendimentos. “Creio que a prioridade neste momento, claramente, não está na sede da legislação do trabalho, a prioridade está claramente na política de rendimentos”. Uma opção que terá ajudado o Executivo a optar por não firmar um acordo por escrito com o Bloco de Esquerda.

Questionado sobre o assunto, o presidente da Confederação Empresarial de Portugal, António Saraiva, defendeu uma posição semelhante, dizendo que que a legislação laboral atual é “mais do que suficiente para que o país desenvolva as suas atividades económicas com tranquilidade”, rejeitando também uma nova revisão do Código do Trabalho.

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