Sindicato anuncia greve de mais de dois meses na STCP no Porto

  • Lusa
  • 8 Outubro 2019

Sindicato dos Trabalhadores dos Transportes da Área Metropolitana do Porto emitiram um pré-aviso de greve que abrange um período superior a dois meses na STCP, com início a partir de 24 de outubro.

O Sindicato dos Trabalhadores dos Transportes da Área Metropolitana do Porto (STTAMP) emitiu esta terça-feira um pré-aviso de greve que abrange um período superior a dois meses na Sociedade de Transportes Coletivos do Porto (STCP).

Na nota distribuída aos trabalhadores e aos órgãos de comunicação, o STTAMP refere que o pré-aviso de greve tem efeitos a partir de dia 24 de outubro até 31 de dezembro.

Na base das reivindicações do STTAMP está o facto, lê-se no pré-aviso, deste sindicato não ter obtido resposta “aos diversos ofícios que plasmavam os problemas vividos na empresa e as preocupações demonstradas pelos trabalhadores”.

“Recusa na aplicação dos descansos ao domingo de três em três semanas para os guarda-freio e recusa na aplicação dos descansos fixos ao sábado para os motoristas” são duas medidas mencionadas no aviso de greve.

O sindicato também se queixa de “falta de enquadramento de carreiras” e de “falta de enquadramento das carreiras profissionais dos cinco trabalhadores oficinais”.

De acordo com o STTAMP também não existe resposta sobre a situação dos trabalhadores em regime de mobilidade interna, nem quanto ao processo de adesão ao Acordo de Empresa dos quadros técnicos.

“O STTAMP, que pauta a sua ação pela proposição e boa-fé negocial, aguarda que desta forma o conselho de administração da STCP rapidamente analise e formule respostas definitivas para resolução dos problemas enunciados”, termina a nota.

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Lisboa é a segunda cidade europeia mais cultural e criativa

Portugal tem Guimarães, Braga, Porto, Coimbra, Sintra, Lisboa e Faro no ranking elaborado pela Comissão Europeia.

Lisboa é a segunda capital europeia mais cultural e criativa, na lista de cidades entre 500 mil e um milhão de habitantes, de acordo com a segunda edição do Observatório das Cidades Culturais e Criativas, divulgado esta terça-feira. Subiu uma posição face à edição anterior. Neste grupo, o primeiro lugar do pódio é ocupado por Copenhaga, na Dinamarca, e o terceiro por Estocolmo, na Suécia.

Mas, quando a avaliação do potencial criativo e cultural das cidades europeias é feito ao nível das grandes cidades, ou seja, com mais de um milhão de habitantes, então as metrópoles com melhor desempenho são Paris, Munique, Londres, Milão e Berlim. No grupo das cidades com menos de 500 mil habitantes a liderança vai para Florença (Itália) e com menos de 250 mil para Lund, na Suécia que se estreia entre as cidades de topo, comparativamente com a edição de 2017.

Portugal tem Guimarães, Braga, Porto, Coimbra, Sintra, Lisboa e Faro no ranking elaborado pela Comissão Europeia que vê no potencial criativo e cultural das cidades europeias um instrumento crucial para promover o crescimento económico e a coesão social. Nesta edição há mais três cidades consideradas: Braga, Sintra e Faro.

Sintra entra para a 23ª posição no ranking das cidades com 250 mil a 500 mil habitantes. No grupo seguintes, isto é, entre os 100 e 250 mil habitantes, o Porto está em sétimo lugar, uma subida face ao 13º que ocupava anteriormente, Coimbra está em 21º, descendo seis posições, Guimarães está em 44º lugar, também desceu 12 posições e Braga estreia-se na 54ª posição. Finalmente, Faro entra diretamente para a nona posição no grupo das cidades entre 50 mil e 100 mil habitantes.

No mapa interativo online do Observatório das Cidades Culturais e Criativas é possível monitorizar e avaliar o desempenho das cidades, comparando-as com as que apresentam as mesmas características.

De acordo com a Comissão Europeia, é possível retirar diversas conclusões:

  • A Europa do Norte tem o melhor desempenho macrorregional. A Europa Ocidental lidera a lista do “dinamismo cultural”, seguida de muito perto pela Europa Setentrional e Meridional. A Europa Ocidental figura igualmente no topo da lista “economia criativa”, seguida de perto pela Europa do Norte. As melhores dinâmicas de criação de emprego encontram-se nas cidades da Europa do Norte e do Leste;
  • Na amostra de cidades analisadas, os espaços culturais situam-se geralmente a menos de 30 minutos a pé (cinco minutos de bicicleta) do domicílio dos interessados, sendo facilmente acessíveis por transportes públicos;
  • Os futuros fundos da política de coesão da UE podem continuar a apoiar a convergência socioeconómica e a coesão territorial, privilegiando os postos de trabalho criativos e a inovação, as ligações de transporte e a boa governação, áreas em que subsistem as lacunas mais graves;
  • As cidades mais criativas e culturais são igualmente as mais prósperas: existe uma ligação positiva e estreita entre os resultados obtidos no Índice das Cidades Culturais e Criativas e os níveis de rendimento das cidades.

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Prémio Fidelidade Comunidade abre candidaturas a 500 mil euros

  • ECO Seguros
  • 8 Outubro 2019

Até 31 de Outubro instituições de apoio social podem candidatar-se a 500 mil euros dos Prémio Comunidade promovidos pela companhia e que já beneficiou 38 entidades nas duas primeiras edições.

A Fidelidade anunciou o lançamento da terceira edição do Prémio Fidelidade Comunidade, uma iniciativa dedicada às boas causas e que já atribuiu prémios no valor total de 1 milhão de euros. As candidaturas podem ser feitas até 31 de outubro.

Com uma dotação de 500 mil euros, o Prémio tem como missão o fortalecimento do setor social através do apoio a instituições que desenvolvam a sua atividade nos temas da inclusão social de pessoas com deficiência ou incapacidade, prevenção em saúde e envelhecimento.

A Fidelidade diz em comunicado que a iniciativa tem uma abrangência nacional e as instituições poderão submeter propostas de intervenção que visam o desenvolvimento da entidade ou para reforçar as suas atividades. Os prémios atribuídos terão um valor mínimo de 10 mil euros e um valor máximo de 50 mil euros.

As duas primeiras edições do Prémio Fidelidade Comunidade receberam mais de 1.000 candidaturas, das quais 38 instituições foram distinguidas com prémios no valor total de um milhão de euros.

O júri que vai avaliar as candidaturas é composto por Jorge Magalhães Correia, presidente do Conselho de Administração da Fidelidade, Maria de Belém Roseira, jurista e ex-ministra da Saúde e da Igualdade, Madalena Santos Ferreira, também jurista com vasta experiência na área mutualista e em iniciativas e associações de proteção de consumidores a nível nacional e europeu, Isabel Capeloa Gil, reitora da Universidade Católica Portuguesa e Filipe Almeida, presidente da Estrutura de Missão Portugal Inovação Social.

As instituições sociais podem candidatar-se ao Prémio até ao dia 31 de outubro, acedendo ao formulário de candidatura disponível em site.

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MP diz que Azeredo Lopes sonegou informação à procuradora geral da República no caso de Tancos

  • Lusa
  • 8 Outubro 2019

O Ministério Público considera que o ex-ministro Azeredo Lopes sonegou informação à procuradora-geral da República sobre a recuperação das armas dos paióis de Tancos.

O Ministério Público considera que o ex-ministro da Defesa Azeredo Lopes sonegou informação à procuradora-geral da República sobre a recuperação das armas dos paióis de Tancos e quis que Joana Marques Vidal fosse complacente com a situação.

Segundo a acusação do MP, Azeredo Lopes não deu conhecimento do achamento das armas na Chamusca, a 18 de outubro de 2017 à Procuradoria-Geral da República (PGR) nem à PJ. A procuradora-geral da República só teve conhecimento da recuperação do material militar através do comunicado da Polícia Judiciária Militar (PJM).

Azeredo Lopes teve conhecimento da encenação e aceitou-a e, segundo os procuradores do processo de Tancos, podia ter-se oposto e participado a irregularidade à PGR e PJ.

No dia do achamento, refere a acusação, Azeredo Lopes recebeu um telefonema de Joana Marques Vidal, em que esta lhe transmitiu a falta de correção, do ponto de vista jurídico, da atuação da PJM e lamentou o facto de não ter conseguido falar com o diretor da PJM. Na resposta, o ex-ministro disse que estava “profundamente contente” com a recuperação do armamento e que isso era o essencial e o mais importante.

Joana Marques Vidal expressou o seu desagrado e disse-lhe que ficaria muito contente se soubesse como tinha desaparecido o material de guerra e quem eram os autores do crime. Azeredo Lopes apelou à complacência da PGR e recordou-lhe que, para a opinião pública, a PJM era vista, naquele momento, como um herói nacional.

O ex-ministro admitiu no interrogatório em fase de inquérito que teve conhecimento da existência de um informador e que os autores do furto das armas estavam dispostos a entregar o material. O antigo titular da pasta da defesa disse que o seu chefe de gabinete, Martins Pereira, o informou que o ex-diretor da PJM Luís Vieira tinha consigo documentos com informações, mas que estes tinham de ser destruídos. Estes e outros factos que constam da acusação poderão marcar o debate de quarta-feira sobre Tancos em Comissão Permanente da Assembleia da República pedido pelo PSD.

Outro dos assuntos que poderá estar em destaque no debate é a troca de mensagens escritas entre o deputado socialista Tiago Barbosa Ribeiro e Azeredo Lopes, no dia da recuperação do armamento, a 18 de outubro de 2017. O deputado enviou um SMS para Azeredo Lopes a dizer “Parabéns pela recuperação do armamento, grande alivio,..! Não te quis chatear hoje”, tendo o ex-ministro respondido: “foi bom: pela primeira vez se recuperou armamento furtado. Eu sabia, mas tive que aguentar calado a porrada que levei. Mas, como é claro, não sabia que ia ser hoje”.

De imediato, o deputado pergunta se Azeredo Lopes iria à Assembleia da República explicar ao que este lhe respondeu que sim, mas que não poderia dizer o que lhe estava a contar e que tinha sido uma “bomba”.

Perante a comissão parlamentar de inquérito ao furto do material militar de Tancos, a 7 de maio, Azeredo Lopes disse ter sido “informado do essencial” do documento no dia 20 de outubro de 2018 pelo seu ex-chefe de gabinete. O furto de material de guerra foi divulgado pelo Exército em 29 de junho de 2017.

Quatro meses depois, a PJM revelou o aparecimento do material furtado, na região da Chamusca, a 20 quilómetros de Tancos, em colaboração de elementos do núcleo de investigação criminal da GNR de Loulé. O MP acusou 23 pessoas de terrorismo, associação criminosa, denegação de justiça, prevaricação, falsificação de documentos, tráfico de influência, abuso de poder, recetação e detenção de arma proibida.

Nove dos 23 arguidos são acusados de planear e executar o furto e os restantes 14, entre eles Azeredo Lopes, da encenação que esteve na base da recuperação do equipamento.

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CCR RE com crescimento de 16% no primeiro semestre de 2019

  • ECO Seguros
  • 8 Outubro 2019

A resseguradora pública francesa especializada em riscos extremos como desastres naturais e ataques terroristas é considerada de média dimensão, mas está a crescer rapidamente.

A CCR RE, resseguradora que pertence ao grupo estatal francês CCR, anunciou um crescimento de 16% nos prémios brutos emitidos no primeiro semestre de 2019, o que representa 441 milhões de euros.

Em comunicado a CCR RE, liderada por Bertrand Labilloy, afirma que o crescimento tem a ver com novos negócios, que totalizam 22% do portfolio e representa uma continuidade em relação a 2018, ano em que se verificou uma subida de 17%.

O valor de mercado dos ativos da CCR RE é de 2,4 mil milhões de euros no semestre, mais 94 milhões do que o verificado em dezembro do ano passado. O resultado líquido na primeira metade do ano foi de 17 milhões de euros.

No comunicado a resseguradora afirma que os objetivos estratégicos foram atingidos em alguns casos até ultrapassados. A divulgação dos resultados coincidiu com a reafirmação dos ratings da CCR e da CCR RE pela AM Best. A primeira é A+ (Superior) a segunda como A (Excelente).

A CCR RE é uma resseguradora de dimensão média e estratégica para o grupo estatal francês CCR, que proporciona, em França, coberturas ilimitadas contra desastres naturais, ataques terroristas e outros riscos extremos e com a garantia do Estado francês.

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Produção de amêndoa duplica numa década em Portugal

  • Lusa
  • 8 Outubro 2019

A produção de amêndoa está prestes a duplicar em Portugal com novas plantações na última década, nomeadamente em zonas sem tradição da cultura, como o Alentejo.

A produção de amêndoa está prestes a duplicar em Portugal com novas plantações na última década, nomeadamente em zonas sem tradição da cultura, como o Alentejo, revelou esta terça-feira o Centro Nacional de Competências dos Frutos Secos (CNCFS).

De acordo com os dados oficiais, desde 2010 que este fruto seco tem vindo a crescer, e com as novas plantações que começarão a dar fruto dentro de dois ou três anos a produção nacional irá duplicar para 40 mil toneladas.

Ainda assim, tanto nesta como noutras produções de frutos secos, o país ainda tem muito espaço para crescer e é essa perspetiva, assim como os progressos técnico-científicos, que vão estar em destaque no II Simpósio Nacional dos Frutos Secos, que decorre esta quinta e na sexta-feira, em Mirandela, no distrito de Bragança, e onde vai juntar especialistas portugueses, espanhóis e italianos.

amêndoa

A apetência do mercado mundial pelos frutos secos e as condições naturais para a produção em Portugal têm despertado e renovado o interesse por algumas culturas que “estão em franco crescimento”, com destaque para a amêndoa, disse à Lusa Albino Bento, do CNCFS. “Assistimos a novas plantações e à reconversão de outras com crescimento forte no Alentejo, mas também nas Beiras e Ribatejo, que não tinham tradição nesta cultura, que estava em Trás-os-Montes e Algarve”.

Segundo disse, há dez anos, no Alentejo existiam “entre 300 a 500 hectares de amendoal e agora são dez mil hectares”. Em Trás-os-Montes ocorreu “um crescimento de 10%” e, dentro de dois a três anos, a expectativa é o país estar com “o dobro da produção de amêndoa em casca”, o equivalente a perto de “40 mil toneladas”.

A subfileira dos furtos secos que continua na dianteira em Portugal é a da castanha, com a produção concentrada essencialmente em Trás-os-Montes. Esta é, de acordo com Albino Bento, que é também investigador do Politécnico de Bragança, a única subfileira de frutos secos em que o país é autossuficiente e exportador líquido.

A produção direta vale cerca de 70 milhões de euros, um valor do qual a amêndoa se está a aproximar com a perspetiva de o aumento da produção equivaler a um movimento financeiro de cerca de 60 milhões de euros no produtor, segundo ainda os responsáveis. Ainda assim, Portugal está longe de ser autossuficiente na produção de amêndoa e continua a importar, com os Estados Unidos da América a dominarem 80% do mercado mundial.

Os portugueses começam agora também a apostar na produção de noz, com uma colheita anual de quatro mil toneladas, e ainda timidamente na avelã e no pistácio ou alfarroba.

Os organizadores do simpósio esperam “uma presença forte de técnicos e agricultores” no evento que tem como finalidade “transferir conhecimento e tecnologia para os agricultores e empresas ligadas à comercialização e transformação”. O primeiro simpósio do género decorreu há três anos em Ferreira do Alentejo.

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Com as alterações ao Código do Trabalho, “o Governo tirou com uma mão e deu com a outra”, diz ACT

Nova Lei Laboral limitou os contratos a termo, mas paralelamente o Governo lançou uma série de incentivos à contratação sem termo, diz ACT. "Tirou com uma mão e deu com a outra", defende inspetora.

Com a recente revisão do Código do Trabalho, a contratação a termo ficou mais limitada: encolheu a sua duração máxima, as renovações têm novas regras e foram reduzidos os fundamentos para recorrer a este tipo de vínculo. Cláudia Caramelo, inspetora da Autoridade para as Condições do Trabalho (ACT), destaca que, paralelamente a estas alterações, o Executivo foi lançando uma série de estímulos à contratação permanente, como o Contrato-Geração e o Converte+. “O Governo tirou com uma mão e deu com a outra”, disse, esta manhã, num seminário sobre a reforma da lei laboral promovido pela Garrigues.

À luz das novas regras laborais, os contratos a termo certo passam a ter a duração máxima de dois anos e já não de três anos. Além disso, as renovações ficam limitadas a três, desde que a duração total das renovações não exceda a do período inicial do contrato. Assim, se uma entidade empregadora contratar a termo um trabalhador por 12 meses, as renovações subsequentes devem totalizar também 12 meses (por exemplo, três renovações, com contratos de seis meses, quatro meses e dois meses).

Também os contratos a termo incerto passam a estar mais limitados, recuando a duração máxima de seis anos para quatro anos.

A contratação a termo no caso de lançamento de nova atividade de duração incerta fica, por outro lado, limitada às empresas com menos de 250 trabalhadores (estava limitada às empresas até 750 trabalhadores).

Além disso, deixa de ser fundamento para recorrer a este tipo de contratação estarem em causa trabalhadores à procura do primeiro emprego (isto é, que nunca tenham sido contratados por tempo indeterminado) ou desempregados de longa duração (isto é, inscritos no Instituto do Emprego e Formação Profissional há mais de 12 meses).

Em contrapartida a esta última mudança, a lei laboral passa a prever um período experimental para estes dois grupos mais alargado (passou de 90 dias para 180 dias), o que levou os partidos mais à esquerda a pedir ao Tribunal Constitucional a fiscalização sucessiva desta norma, por entenderem que viola os princípios da igualdade e da segurança no emprego.

Em entrevista ao ECO, o Ministro do Trabalho do Governo que agora está a terminar defendeu esta medida: “Julgo que para as duas partes é vantajoso este período experimental mais prolongado”. Vieira da Silva sublinhou ainda que este alargamento não discrimina entre pessoas, mas distingue percursos profissionais. “A pergunta que fiz é: alguém que muda de emprego precisa do mesmo período experimental do que alguém que entra no emprego? É ou não é vantajoso que as duas partes tenham mais tempo para testar a solidez da sua relação e o interesse na mesma?”.

Esta terça-feira, a inspetora da ACT Cláudia Caramelo fez questão de destacar outra das contrapartidas que têm acompanhado todas as limitações referidas à contratação a prazo: os incentivos à contratação sem termo dados às empresas. Em causa estão especificamente o programa Contrato-Geração e o Converte+.

O Contrato-Geração é um apoio financeiro dado aos empregadores que celebram contratos de trabalho sem termo com jovens à procura do primeiro emprego (até 30 anos) e desempregados de longa ou muito longa duração, coincidindo com os grupos de trabalhadores que deixam de ser fundamento para os contratos a prazo. Este apoio está fixado nos nove Indexantes dos Apoios Sociais, ou seja, 3.921,84 euros e pode ser majorado até 20%.

Para ter acesso a este apoio, os empregadores têm de celebrar simultaneamente, pelo menos, dois contratos de trabalho sem termo, a tempo parcial ou completo. Têm também de proporcionar formação profissional durante o período de duração do apoio. E a remuneração oferecida tem de de respeitar o previsto em termos de salário mínimo mensal (este ano, fixado nos 600 euros).

o Converte+ é um apoio financeiro transitório (estará em vigor só até 31 de março do próximo ano) à conversão dos contratos a termo em contratos permanentes. De acordo com o Ministério do Trabalho, esta medida foi lançada também na sequência da criação da nova contribuição adicional para a Segurança Social a ser paga pelas empresas que recorram a mais contratos a prazo do que a média do setor em que se inserem. Esta nova taxa de rotatividade começará a ser paga pelas empresas a partir de 2021.

Em causa está um apoio equivalente a quatro vezes a remuneração base prevista no novo contrato de trabalho sem termo, com um limite de 3.050,32 euros por trabalhador.

São abrangidos os contratos a termo celebrados antes de 20 de setembro e convertidos depois dessa data. São também elegíveis neste âmbito as conversões de contratos de trabalho a termo apoiadas pela medida Contrato-Emprego. Nestes casos, já estava previsto um prémio para a conversão dos contratos — no valor de até cinco vezes o Indexante dos Apoios Sociais, ou seja, 2.178,8 euros –, que deixa de estar disponível, passando as conversões conseguidas nesse contexto a serem apoiadas apenas pelo Converte+.

Enquanto o programa Contrato-Geração já viu esgotadas as suas duas fases de candidaturas previstas para este ano, o Converte+ está ainda a recolher candidaturas, que podem ser efetuadas através do portal online do IEFP.

As entidades empregadoras interessadas têm de: estar regularmente constituída e devidamente registada; não ter dívidas à Segurança Social ou ao Fisco, considerando-se, para o efeito, a existência de eventuais acordos ou planos de regularização; não estar em incumprimento no que respeita a apoios financeiros concedidos pelo IEFP; ter a situação regularizada em matéria de restituições no âmbito dos financiamentos do Fundo Social Europeu; ter contabilidade organizada ou simplificada, de acordo com o legalmente exigido; não ter pagamentos de salários em atraso; não ter sido condenada em processo-crime ou contraordenacional por violação de legislação do trabalho.

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Fisco deixa de confirmar atividade dos residentes não habituais

  • Lusa
  • 8 Outubro 2019

O Fisco vai deixar de fazer o reconhecimento prévio da atividade dos residentes não habituais (RNH) para verificar se encaixam na lista de atividade que lhes permite pagar uma taxa de IRS de 20%.

O Fisco decidiu deixar de fazer o reconhecimento prévio da atividade dos residentes não habituais (RNH) para verificar se encaixam na lista de atividade que lhes permite pagar uma taxa de IRS de 20%. Contudo, irá fiscalizar estas situações.

“Deve entender-se que, com o ato de inscrição como residente não habitual, o contribuinte adquire o direito a ser tributado nos termos do respetivo regime fiscal”, refere uma circular da Autoridade tributária e Aduaneira (AT) enviada aos serviços.

Desta forma, o contribuinte passa a ser sujeito a uma taxa de 20% de IRS a partir do momento em que se inscreve e durante os dez anos a que tem direito a usufruir deste regime fiscal, criado em 2009 e reformulado em 2012 para atrair não residentes de elevado rendimento ou profissionais ligados que se enquadram na lista de atividade de elevado valor acrescentado (EVA) — que foi reformulada este verão.

A AT abandona, assim, a prática que foi seguida neste últimos anos de fazer o reconhecimento prévio da atividade em simultâneo com o pedido de inscrição de uma pessoa como residente não habitual. A circular sublinha, contudo, que o facto de não ser feito este reconhecimento prévio da atividade não evita que o contribuinte tenha de estar preparado para provar o efetivo exercício da atividade e da obtenção dos rendimentos.

Deve o contribuinte estar munido dos elementos comprovativos do efetivo exercício dessa(s) atividade(s) e da correspondente obtenção de rendimentos, bem como dos demais pressupostos legais do direito que invoca em qualquer um dos anos, do período máximo de dez anos em que pode usufruir do estatuto de RNH, e proceder à respetiva apresentação sempre que tal seja solicitado pelos serviços da AT”, refere o documento.

O documento acrescenta que, desta forma, “a verificação dos factos/pressupostos do direito invocados na declaração ocorre através das provas a apresentar pelos contribuintes em fase posterior à entrega da declaração de rendimentos, e não mediante o averbamento do respetivo código na aplicação do cadastro (SGRC), tal como ocorreu até ao presente momento”.

De acordo com o código do IRS, estes elementos comprovativos têm de ser apresentados no prazo de 15 dias, podendo este ser alargado para 25 dias quando o contribuinte invoque dificuldade na obtenção da documentação exigida.

A prova de que se exerce uma atividade ou obtém rendimentos enquadráveis no âmbito do regime do RNH ao abrigo da lista de EVA que vigorou até julho deste ano pode ser feita através do contrato de trabalho ou de prestação de serviços desde que identifique objetivamente as funções exercidas ou, caso se trate de “quadro superior de empresa”, através de documento comprovativo do cargo de direção.

Já os contribuintes que usufruem do regime fiscal através de atividade de “investidores, administradores e gestores de empresas promotoras de investimento produtivo, desde que afetos a projetos elegíveis e com contratos de concessão de benefícios fiscais celebrados ao abrigo do Código Fiscal do Investimento”, a prova é feita através de documento que comprove a respetiva qualificação com investidor, administrador ou gestor de sociedade afeta ao tipo de projetos elegíveis.

No caso de atividades independentes, será necessário mostrar à AT a declaração de início de atividade com indicação de um código de IRS ou de atividade económica (CAE) compatível com a lista EVA, bem como “o descritivo de faturas emitidas, acompanhados de documento comprovativo de inscrição em Ordem Profissional, no caso de a atividade exercida carecer dessa inscrição”.

Relativamente à lista de atividades de EVA que constam da portaria publicada em julho deste ano, o documento adianta que “os elementos de prova relevantes serão oportunamente divulgados em instruções especificamente relacionadas”.

A instrução de Helena Borges justifica esta alteração dos procedimentos com o facto de o reconhecimento prévio que até aqui a AT realizava em simultâneo com o pedido de inscrição como residente não habitual se revelar “excessivamente moroso”, além de não eliminar a necessidade de controlo a posteriori da manutenção da verificação dos pressupostos que dão direito ao regime fiscal do RNH.

À Lusa, o fiscalista Luís Leon, da Deloitte, afirmou que esta instrução vai ao encontro do que sempre defendeu, ou seja, de que nada na lei exigia que a AT fizesse, como fazia, o reconhecimento prévio da atividade para conceder o regime. “A lei dá aos contribuintes o direito a ter esta taxa [de 20%] se exercerem uma das atividades profissionais que estão na lista, mas nunca disse que esta tinha de ser previamente reconhecida pela AT”, precisou.

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Energia pesa em Lisboa. Investidores temem guerra comercial e Brexit

Num dia em que o Stoxx 600 caiu 1%, em linha com as bolsas norte-americanas, a praça de Lisboa fechou a perder 0,40%. As negociações voltam a estar condicionadas pela guerra comercial e pelo Brexit.

As bolsas europeias fecharam em queda e o principal índice nacional não escapou ao sentimento negativo dos investidores, que temem o aumento das tensões comerciais entre os EUA e a China e a incerteza em torno do processo do Brexit.

Num dia em que o Stoxx 600 recuou 1%, o português PSI-20 perdeu 0,40%, fechando a cotar em 4.913,35 pontos. A praça lisboeta foi penalizada pelo fraco desempenho do setor energético, no qual se destaca a família EDP.

A EDP Renováveis registou uma queda de 1,43%, para 9,66 euros, enquanto o grupo EDP derrapou 1,42%, para 3,605 euros. Também a Galp Energia — que comunicou esta manhã ao mercado um aumento da produção de petróleo em 21% no terceiro trimestre do ano acompanhado de uma desaceleração na refinação e distribuição — pesou no índice, com uma queda de 1,35%, para 13,485 euros, corrigindo a valorização superior a 2% registada na sessão de segunda-feira.

PSI-20 fecha em terreno negativo

A travar a queda do índice português esteve a valorização de 2,14% dos títulos da Corticeira Amorim. Cada ação da empresa vale 9,56 euros. Em simultâneo, a Mota-Engil recuperou pouco mais de 1%, graças a um novo contrato para recolher resíduos no Brasil e depois da queda 1,80% da sessão anterior.

Apesar dos ganhos mais ligeiros, o BCP e a Jerónimo Martins também ajudaram. O banco liderado por Miguel Maya fechou na linha de água (com um ganho de 0,11%) e as ações a valerem 0,1904 euros. Já a retalhista dona do Pingo Doce, que foi alvo de uma revisão em alta do preço-alvo das ações pelo Barclays, valorizou 0,13% para 15,085 euros por ação.

Os mercados de capitais em todo o mundo estão novamente condicionados por receios em torno das questões comerciais e do Brexit. Nota para a subida das tensões comerciais entre China e EUA, a poucos dias do início de mais uma ronda negocial, ao mesmo tempo que o Reino Unido caminha a passos largos para um Brexit sem acordo com a União Europeia (UE), o que poderá acontecer já a 31 de outubro, como tem avisado o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson.

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Tranquilidade abre centro de peritagens em Setúbal

  • ECO Seguros
  • 8 Outubro 2019

Abriu em Setúbal o sexto centro de peritagens da seguradora, onde é possível participar o sinistro, reparar o veículo, dispor de uma viatura de substituição, tudo sem marcação prévia.

A Tranquilidade abriu um Centro de Peritagens Automóvel em Setúbal, destinado exclusivamente aos clientes da Companhia e terceiros envolvidos em sinistros.

Esta é a 6ª unidade no país junta-se assim aos espaços de Lisboa-Anjos, Lisboa-Prior Velho, Corroios, Porto e Guimarães e conta com a presença permanente de um perito numa oficina dotada de todos os meios técnicos e humanos para um serviço de qualidade.

No novo espaço, onde também pode ser feita a participação de sinistro, a viatura pode ser reparada no local. O cliente, se o tempo necessário o justificar, vai dispor de uma viatura de cortesia e a reparação tem garantia equivalente à que é oferecida por um concessionário da marca.

O centro de Setúbal está situado na avenida Mestre Lima de Freitas e funciona de 2ª a 6ª feira, entre as 8.30 e as 19h e ao sábado, entre as 9h e as 13h00. Não é necessária marcação prévia.

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5G: Anacom aprova plano de migração da TDT e marca teste piloto para 27 de novembro

  • Lusa
  • 8 Outubro 2019

O regulador das comunicações anunciou que aprovou o plano de desenvolvimento da migração da rede TDT para libertar a faixa dos 700 MHz e determinou a realização de um teste piloto feito pelo Meo.

A Autoridade Nacional de Comunicações (Anacom) anunciou esta terça-feira que aprovou o plano de desenvolvimento da migração da rede TDT para libertar a faixa dos 700 MHz e o respetivo calendário a ser cumprido pela Meo.

O regulador das telecomunicações, liderado por João Cadete de Matos, “determinou ainda à Meo [Altice Portugal] a realização de um teste piloto, no dia 27 de novembro, que consiste na alteração do emissor de Odivelas Centro, que passará do canal 56 para o canal 35”, refere.

A migração da faixa dos 700 MHz da televisão digital terrestre (TDT) é essencial para o desenvolvimento da quinta geração móvel (5G), cujo lançamento está previsto para o próximo ano.

Depois da alteração do emissor de Odivelas Centro, no dia 27 de novembro, as alterações dos restantes emissores que compõem a rede de TDT começam entre a terceira semana de janeiro e a primeira semana de fevereiro de 2020 e terminam no dia 30 de junho de 2020“, adianta o regulador, que recorda que o processo arranca no sul do país e terminará nas regiões autónomas dos Açores e da Madeira.

A Anacom “flexibilizou o calendário, face ao roteiro que tinha estabelecido, atentas as preocupações manifestadas pela Meo, pelo que caberá a esta empresa que é responsável pela difusão e transporte do sinal de televisão digital, estabelecer o calendário e o ritmo dos trabalhos, dentro dos limites definidos” pelo regulador, acrescenta.

“O intervalo de tempo definido pela Anacom para fazer a alteração técnica dos emissores da rede de TDT afigura-se bastante flexível e suficiente, tendo em conta o período de tempo em que decorreu o processo de alteração, idêntico a nível técnico, do canal 67 para o canal 56, ocorrido em 2011”, adianta.

Até 15 de novembro, a Meo “terá de enviar à Anacom um planeamento detalhado da alteração dos 240 emissores que compõem a rede de TDT, indicando a data em que será alterada cada estação emissora, por forma a habilitar” o regulador “a poder desenvolver as ações de apoio ao utilizador, atempadamente”.

A alteração dos emissores, nomeadamente o de Odivelas Centro, em 27 de novembro, “implicará que as pessoas apenas tenham que sintonizar o seu televisor, usando o comando da televisão ou da box TDT [descodificador TDT]”.

A Anacom informa que “não será necessário reorientar a antena de receção (os emissores vão ficar no mesmo sítio), nem trocar a televisão ou o descodificador TDT. Também ninguém terá que subscrever serviços de televisão paga (pacotes de televisão), pois todas as pessoas poderão continuar a ver televisão gratuita, como acontece agora. Sublinha-se que a única coisa que têm de fazer, caso fiquem com o écran negro, é sintonizar a televisão ou o descodificador TDT”, salienta.

O regulador alerta os clientes da TDT “no sentido de estarem atentos e denunciarem quaisquer tentativas de terceiros de os induzir a fazer a aquisição de equipamentos ou a adesão a serviços de televisão paga com o argumento fraudulento de que tal seria necessário face à próxima mudança de frequências” da televisão digital terrestre.

“Para apoiar a população neste processo, a Anacom vai disponibilizar uma linha de atendimento telefónico gratuito, a divulgar oportunamente, através da qual poderão ser esclarecidas dúvidas sobre a mudança de canal, as datas e regiões abrangidas ou como fazer a sintonia do televisor ou box“, refere.

O centro de atendimento (‘call center’) da Anacom “fará um atendimento personalizado alargado, diurno e noturno, abrangendo fins de semana e feriados”.

Caso os utilizadores não consigam sintonizar os seus equipamentos, a Anacom “garantirá que os pedidos de apoio são resolvidos pelas equipas técnicas que se deslocarão por todo o país, à medida que a Meo vai fazendo as alterações aos emissores”.

“Esta e outra informação será divulgada junto da população antes da realização do piloto e ao longo de todo o processo de migração”, conclui o regulador.

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Trajetória económica de Portugal é “clara história de sucesso”, diz Moscovici

  • Lusa
  • 8 Outubro 2019

"Nos cinco anos em que estive neste cargo, Portugal tem sido uma clara história de sucesso em termos económico", disse o comissário europeu dos Assuntos Económicos e Financeiros.

O comissário europeu dos Assuntos Económicos e Financeiros, o francês Pierre Moscovici, classificou esta terça-feira a trajetória económica de Portugal como uma “clara história de sucesso”, mostrando-se “confiante” de que o país continuará com uma situação favorável.

“Nos cinco anos em que estive neste cargo, Portugal tem sido uma clara história de sucesso em termos económicos: tenho observado uma forte recuperação e crescimento, forte criação de emprego e uma melhoria impressionante das finanças públicas“, afirmou Pierre Moscovici em entrevista à Lusa, em Bruxelas.

Recordando o percurso do país neste período em que esteve à frente da pasta dos Assuntos Económicos e Financeiros, o responsável francês garantiu estar “confiante em Portugal”, apesar de se mostrar “vigilante” em relação a outras economias da zona euro. Isto porque, em Portugal, “apesar de alguma moderação, o crescimento económico tem-se mantido sólido e é hoje mais sustentado por uma forte criação de postos de trabalho”.

“Em segundo lugar, o alto valor de défice orçamental foi reduzido ainda mais do que previsto para 0,4% do PIB em 2019 e [deverá atingir] 0,1% em 2020 [segundo as previsões da Comissão Europeia]. A dívida pública deverá acompanhar esta redução e, por isso, o desempenho das finanças públicas de Portugal é impressionante“, acrescentou Pierre Moscovici.

O responsável destacou ainda que “os bancos portugueses fizeram progressos importantes na redução dos NPL [non-performing loans, o crédito malparado]” e que “a perspetiva [do rating] a curto prazo também continua favorável, apesar dos riscos decorrentes de fatores externos terem aumentado”.

A entrevista à Lusa foi, inclusive, feita no dia em que a Comissão Europeia divulgou o seu mais recente relatório pós-programa de assistência a Portugal, que Pierre Moscovici vai apresentar na reunião do Eurogrupo de quarta-feira aos ministros das Finanças da zona euro. No documento, Bruxelas reconhece os progressos feitos por Portugal, mas alerta para pressões crescentes na despesa pública com salários devido ao descongelamento das carreiras, ao crescimento da força de trabalho no Estado e aos aumentos nas pensões.

O relatório — divulgado na sequência da décima missão de acompanhamento pós-programa, que decorreu entre 14 e 19 de junho passado, em Lisboa — indica também que a qualidade dos ativos bancários melhorou e foi notória em 2018 a redução do malparado, ajudada sobretudo pelas vendas pelos bancos de carteira de empréstimos em incumprimento (seis mil milhões de euros em 2018).

No mercado de trabalho, a Comissão Europeia considera ainda que, apesar da evolução positiva, a precariedade é “persistentemente elevada” e manifestou dúvidas quanto ao impacto das alterações laborais no crescimento do emprego. “São necessários mais esforços para captar investimento, para aumentar a produtividade e para promover o ambiente de negócios, fatores que são cruciais para [o país] se fortalecer e crescer”, sintetizou Moscovici.

O antigo ministro francês das Finanças, Pierre Moscovici está prestes a terminar o mandato de comissário europeu dos Assuntos Económicos e Financeiros, cargo que assumiu em 2014, dado não fazer parte do novo executivo comunitário liderado pela francesa Ursula von der Leyen e que entra em funções no início de novembro.

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