Apesar do verão, produção automóvel dispara em agosto

  • ECO
  • 12 Setembro 2019

A sazonalidade do mês de agosto teve menos impacto do que o habitual no número de automóveis feitos em Portugal. A produção disparou 78,2% em termos homólogos.

A produção automóvel em Portugal disparou 78,2% em agosto, para 13.711 unidades, quando comparada com o período homólogo. Em termos acumulados, entre janeiro e agosto registou-se um aumento de 18,8% na produção, para um total de 225,1 mil veículos, de acordo com dados da Associação do Comércio Automóvel de Portugal (ACAP).

A puxar pelo crescimento expressivo neste mês de agosto esteve a categoria dos ligeiros de passageiros, com 10.889 unidades produzidas, uma subida homóloga de 82,3%. Os comerciais ligeiros também ajudaram, com um crescimento de 76% na produção, para 2.683 unidades. Em contrapartida, a categoria de veículos pesados viu a produção recuar 29,4% em agosto, em termos homólogos, para 139 unidades.

Este crescimento dá-se num mês tradicionalmente marcado pelas interrupções no fabrico de automóveis, mas cuja sazonalidade do setor foi ofuscada por fatores laborais como a entrada em vigor de novos turnos na fábrica da Volkswagen Autoeuropa, em Palmela. Ainda assim, agosto continua a ser um mês de fraca produção automóvel, com o número total de unidades a representar praticamente metade da média produzida nos restantes meses do ano.

“A informação estatística relativa ao ano de 2019 confirma a importância que as exportações representam para o setor automóvel, já que 97% dos veículos fabricados em Portugal têm como destino o mercado externo, o que, sublinhe-se, contribui de forma significativa para a balança comercial portuguesa”, sublinha a ACAP, em comunicado.

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Dois sindicatos chegam acordo com BCP sobre aumentos salariais

  • Lusa
  • 12 Setembro 2019

Referindo que os trabalhadores do BCP não eram aumentados desde 2010, as direções do SBSI e do SBC reconhecem que estes “mereciam mais”, mas assinalam que este “foi um primeiro passo”.

Os sindicatos dos Bancários do Sul e Ilhas (SBSI) e dos Bancários do Centro (SBC) anunciaram esta quinta-feira que chegaram a acordo com a administração do BCP sobre a atualização da tabela salarial, garantindo o pagamento de retroativos relativos a 2018.

Em comunicado, o SBSI e o SBC esperam que os aumentos comecem a ser pagos já a partir de outubro e adiantam que o acordo prevê aumentos de 1,5% até ao nível 6 da tabela salarial e de 1% entre o nível 7 e o nível 20 da mesma tabela, valores que serão considerados de forma faseada relativamente ao cálculo para pagamento dos retroativos.

Assim, e até ao nível 6, os aumentos terão efeito retroativo de 0,75% a janeiro de 2018, e mais 0,75% a janeiro de 2019. Entre os níveis 7 a 20, a atualização é de 0,5% a janeiro de 2018 e de mais 0,5% em janeiro de 2019.

O mesmo acordo – que, segundo o comunicado, foi alcançado na quarta-feira, dia 11 de setembro – contempla ainda um aumento do subsídio de alimentação que passa para os 9,65 euros. Também aqui se prevê um faseamento no que diz respeito aos retroativos, com o subsídio a passar para os 9,50 euros com efeitos a janeiro de 2018 e para os 9,65 euros com efeitos a janeiro de 2019.

O acordo contempla ainda uma subida do subsídio de nascimento, que passa para os 750 euros com efeitos em janeiro de 2018.

Os sindicatos lembram que, apesar de o acordo já ter sido alcançado, o processo só seguirá para publicação no Boletim do Trabalho e Emprego (BTE) após deliberação dos Conselhos Gerais dos Sindicatos, que serão “convocados brevemente, de forma a permitir o processamento dos aumentos e respetivos retroativos em outubro”.

Referindo que os trabalhadores do BCP não eram aumentados desde 2010, as direções do SBSI e do SBC reconhecem que estes “mereciam mais”, mas assinalam que este “foi um primeiro passo”.

Neste sentido, o comunicado adianta que os dois sindicatos vão começar “já a preparar a revisão do ACT em vigor”, tendo recebido da administração do banco o compromisso de que se empenhará “rapidamente no processo”.

No início de setembro, o Sindicato dos Bancários do Norte anunciou que tinha aceitado a proposta da Direção-geral do Emprego e das Relações do Trabalho que prevê uma atualização de 0,5% e 0,75% da tabela salarial do BCP para 2019 com efeitos retroativos a janeiro de 2018.

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Vem aí uma nova linha da Vista Alegre. É com a MasterChef

O grupo Vista Alegre celebrou um acordo, no valor de 13,7 milhões de euros, com a MasterChef, para fazer uma linha com seis peças.

A Vista Alegre juntou-se à MasterChef para criar uma nova linha. O acordo, no valor de 13,7 milhões de euros, prevê uma linha com seis peças diferentes. O grupo português, que detém também a Bordallo Pinheiro, já tem garantido um volume de negócios anual superior a 50 milhões de euros graças a contratos como este.

A coleção MasterChef vai começar a ser produzida ainda no terceiro trimestre deste ano, sendo que será disponibilizada inicialmente no mercado francês, no início de janeiro 2020, adianta o grupo Vista Alegre, num comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

Para além deste acordo, o Grupo Vista Alegre tem também contratos garantidos com a Hennessy e Remy Martin no cristal, Zara Home, Cervera na faiança, Clube Med na porcelana e IKEA no grés. Com estes, “tem já assegurado mais de 50 milhões de euros de volume de negócios por ano”, revela o grupo.

No primeiro semestre deste ano, o lucro da Vista Alegre subiu 99% para os 3,7 milhões de euros, um crescimento que se deveu ao desempenho da marca nos mercados externos. Colaborações com insígnias mundiais, artistas, designers e chef‘s de cozinha, como esta celebrada agora, “têm contribuído para o aumento da notoriedade da marca portuguesa”, nomeadamente nestes mercados, sublinham.

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Câmaras estão a gastar o dobro do previsto com trabalhadores

As contas das autarquias apresentam um excedente na primeira metade do ano mas nem tudo está bem. A folha salarial com os funcionários municipais está a subir o dobro do previsto no OE.

As câmaras municipais estão a gastar o dobro do previsto com salários dos trabalhadores, revela o Conselho das Finanças Públicas (CFP) no relatório publicado esta quinta-feira, onde analisa as contas das 308 autarquias na primeira metade do ano. O programa de regularização extraordinária de precários nas câmaras e o descongelamento de carreiras estava previsto no Orçamento do Estado, mas o impacto estimado por Mário Centeno era mais contido.

“A despesa corrente primária foi o agregado que mais contribuiu para o aumento da despesa, representando mais de metade do acréscimo registado entre o primeiro semestre de 2019 e o de 2018. Para o aumento da despesa corrente primária, contribuiu em cerca de três quartos a despesa com pessoal“, diz o CFP, acrescentado que a despes municipal aumentou 6,2%.

“As despesas com pessoal deram o maior contributo para o aumento da despesa corrente primária no primeiro semestre de 2019. Aquela rubrica justificou cerca de três quartos (2,7 p.p.) da variação da despesa corrente primária. A variação homóloga das despesas com pessoal, de 7,8%, decorrerá não só do aumento do pessoal ao serviço (4,6% até junho face a 2018), mas também do descongelamento faseado de carreiras iniciado em janeiro de 2018 com conclusão em dezembro de 2019”, lê-se no relatório da instituição liderada por Nazaré Cabral.

“No OE/2019, o Ministério das Finanças considerou um aumento de 3% nas despesas com pessoal da Administração Local e, dentro destas, uma subida de 3,6% nas remunerações certas e permanentes, enquanto as taxas observadas até junho registaram um valor que é mais do dobro dessa previsão“, revela.

"No OE/2019, o Ministério das Finanças considerou um aumento de 3% nas despesas com pessoal da Administração Local e, dentro destas, uma subida de 3,6% nas remunerações certas e permanentes, enquanto as taxas observadas até junho registaram um valor que é mais do dobro dessa previsão.”

No total, as despesas aumentaram 205 milhões de euros, o que correspondeu a um crescimento de 6,2%, acima do previsto no Orçamento do Estado para as autarquias (3,2%).

O aumento da receita — também acima do orçamentado — permitiu que a conta da administração local fechasse com um excedente de 669 milhões de euros, mais 282 milhões de euros, “em linha com o aumento esperado pelo Ministério das Finanças” no Orçamento do Estado para 2019, diz o CFP.

 

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Guerra comercial entre China e EUA começa a “abrandar” economia global, alerta FMI

  • Lusa
  • 12 Setembro 2019

Esta madrugada, os dois países anunciaram que iam atrasar a imposição de mais tarifas, numa decisão que parece demonstrar uma tentativa de arrefecer a tensão.

O Fundo Monetário Internacional (FMI) alertou que a guerra comercial entre os EUA e a China deixou de ser uma ameaça e está já a “abrandar” o dinamismo da economia mundial, que evolui a um ritmo “relativamente lento”.

Em conferência de imprensa em Washington, o porta-voz da instituição, Gerry Rice, recordou que a equipa do FMI já tinha avisado que “as tensões comerciais constituíam uma ameaça e o que dizemos agora é que não são só uma ameaça, porque já estão a começar a abrandar o dinamismo da economia mundial”.

Nas suas últimas estimativas sobre o possível impacto das tarifas impostas mutuamente entre as duas maiores economias mundiais, o FMI calculou que a guerra comercial poderia reduzir o PIB (Produto Interno Bruto) mundial em cerca de 0,8% em 2020 e levar ainda a mais perdas nos anos seguintes.

Rice reconheceu que o ritmo da atividade económica mundial “continua a ser relativamente lento”, uma evolução provocada pelo aumento de tensões comerciais e geopolíticas, que “resultaram num aumento da incerteza”.

“Isso tem repercussões nos negócios e comércio mundial”, explicou o porta-voz.

O FMI irá anunciar novas projeções na sua próxima assembleia geral, em conjunto com o Banco Mundial, entre os dias 12 e 14 de outubro, na capital americana.

No seu último relatório de perspetivas económica globais, apresentado em julho, o FMI reduziu as previsões de crescimento global deste ano para 3,2%, devido à guerra comercial e outras tensões internacionais.

Os EUA aplicaram uma taxa de 15% no passado dia 1 de setembro a importações chinesas avaliadas em 101 mil milhões de dólares (112 mil milhões de dólares à cotação atual) e que incluem bens como têxteis, calçado, material escolar, alimentos e outros produtos.

No mesmo dia, a China aplicou taxas entre 5% e 10% a produtos americanos avaliados em 68 mil milhões de euros (75 mil milhões de dólares).

Esta madrugada, os dois países anunciaram que iam atrasar a imposição de mais tarifas, numa decisão que parece demonstrar uma tentativa de arrefecer a tensão.

Na mesma conferência de imprensa, Gerry Rice garantiu que o FMI estava “plenamente comprometido” na ajuda à Argentina, reconhecendo que o país está numa situação “extremamente difícil”.

“O nível de inflação continua muito elevado e isso fez aumentar a taxa de pobreza”, ao mesmo tempo que a atividade económica se reduziu, de acordo com o porta-voz do Fundo.

Rice confirmou que uma delegação argentina irá a Washington no “final de setembro” para continuar a negociar com o FMI sobre um programa de assistência financeira avaliado em 56.300 milhões de dólares (51.071 milhões de euros).

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Medina ajuda Centeno a ter contas certas nas autarquias

A venda de terrenos pela câmara de Lisboa na primeira metade do ano rendeu 250 milhões de euros. Receita das autarquias cresceu acima do OE e segurou excedente previsto por Centeno para as autarquias.

As contas das autarquias fecharam a primeira metade do ano em linha com o esperado no Ministério das Finanças e com Mário Centeno a beneficiar de uma ajuda de Fernando Medina. A venda de terrenos pela autarquia de Lisboa deu 250 milhões de euros aos cofres do Estado, o que se traduziu numa surpresa positiva para as contas públicas, numa altura em que a folha salarial com os trabalhadores das câmaras cresce o dobro do previsto.

“A receita dos municípios está a crescer a um ritmo superior ao previsto no Orçamento do Estado (OE/2019). Cerca de metade desta variação é explicada por receita patrimonial, resultante da venda de terrenos por parte do Município de Lisboa (250 milhões de euros), que foi concretizada no primeiro semestre de 2019 e que não tinha sido considerada no OE/2019”, diz o Conselho das Finanças Públicas no relatório publicado esta quinta-feira sobre Evolução Orçamental da Administração Local até junho de 2019.

A instituição liderada por Nazaré Cabral adianta que só em maio entraram 192 milhões de euros com a venda de terrenos e refere-se a esta como a “última prestação”. Embora não detalhe a que terrenos se refere, o CFP recorda que é na mesma rubrica do orçamento municipal que se encontra previsto o encaixe da receita decorrente da venda dos terrenos da antiga Feira Popular. Este negócio ficou fechado em dezembro com a Fidelidade.

Da análise do CFP conclui-se que embora Medina tenha incluído este encaixe no orçamento municipal para este ano, Centeno não contou com ele em outubro quando preparou o Orçamento do Estado para 2019, ainda antes de o negócio estar concluído.

A evolução da receita de património contribuiu assim decisivamente para o crescimento da receita dos municípios, que aumentou 486 milhões de euros face ao período homólogo, o equivalente a uma subida de 13,1% – apesar da descida no Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI) em resultado de alterações legislativas cujo impacto se vai diluir ao longo do ano. No Orçamento do Estado, o ministro das Finanças estimou um crescimento da receita para o conjunto do ano de 6,9%.

Esta folga na receita permitiu acomodar um aumento da despesa de 205 milhões de euros, o que correspondeu a um crescimento de 6,2%, acima do previsto no Orçamento do Estado para as autarquias (3,2%).

Estas evoluções permitiram que a conta da administração local fechasse com um excedente de 669 milhões de euros, mais 282 milhões de euros, “em linha com o aumento esperado pelo Ministério das Finanças” no Orçamento do Estado para 2019, diz o CFP.

Contas melhores mas há mais autarquias a pagar a mais de 90 dias

Mas se Lisboa é uma ajuda para as contas públicas, há por outro lado alguns indicadores que pintam um quadro pior. Na primeira metade do ano, o número de municípios com um prazo médio de pagamento de dívidas a fornecedores superior a 90 dias aumentou face ao final de 2018. É certo que o universo é pequeno – são apenas 37 contra 30 no fecho de 2018 -, mas o CFP revela que, se estes dados preliminares da Direção-Geral da Autarquias Locais (DGAL) se confirmarem, este agravamento “indicaria uma inversão da trajetória de redução observada desde pelo menos 2015″.

Ainda assim, a apreciação global em matéria de indicadores financeiros é positiva. O prazo médio de pagamento total está abaixo de 30 e “sensivelmente” igual ao registado em 2018, ao longo do semestre verificou-se uma redução dos pagamentos em atraso do conjunto das autarquias – com Nazaré e Penafiel a darem o principal contributo -, apesar de alguns agravamentos individuais e superiores a um milhão de euros. Alandroal, Paços de Ferreira e Santo Tirso deixaram de ter dívidas em atraso. No total, a evolução positiva em 34 municípios compensou o facto de em 25 ter havido um acréscimo.

“De notar que, dos 308 municípios, cerca de quatro quintos não apresentavam quaisquer pagamentos em atraso no final do primeiro semestre deste ano num total de 249 (menos 4 do que no final de 2018)”, diz o CFP.

A dívida total municipal – usada para verificar se as autarquias estão a cumprir os limites legais de dívida – também está descer. Apenas 22 câmaras estão acima do limite da dívida total, enquanto há ano eram 24.

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Estímulos do BCE animam investidores. BCP sobe mais de 1% e puxa por Lisboa

O BCE anunciou, esta quinta-feira, uma nova ronda de estímulos, o que animou os investidores. Por cá, Lisboa encerrou a sessão em terreno positivo, com o BCP a somar mais de 1%.

A nova ronda de estímulos anunciada, esta quinta-feira, pelo Banco Central Europeu (BCE) animou os investidores. Em linha com as demais praças do Velho Continente, Lisboa fechou em terreno positivo, com o BCP a subir mais de 1%. A pesar sobre a praça nacional esteve a Galp Energia, que recuou mais de 1,5%.

O índice de referência nacional valorizou 0,22% para 5.016,81 pontos. O PSI-20 seguiu a tendência registada nas restantes praças europeias com o Stoxx 600 a somar 0,2%, o francês CAC 40 a valorizar 0,5%, o alemão DAX a subir 0,46% e o espanhol IBEX a avançar 0,3%.

Isto no dia em que o BCE anunciou um novo programa de compra de ativos no valor de 20 mil milhões de euros por mês, que deverá arrancar em novembro. Em reação, os juros da dívida dos países do euro afundaram, com a taxa das obrigações do Tesouro portuguesas a 10 anos a caírem para até aos 0,15%.

Paralelamente, a instituição liderada por Mario Draghi anunciou a redução da taxa de depósitos de -0,4% para -0,5%, tendo criado dois escalões para mitigar os impactos nos bancos.

Em reação, o Euro Stoxx Banks, índice que inclui os principais bancos na região da moeda única, chegou a avançar 1,7% para depois afundar. Acabou, no entanto, por terminar a sessão a valorizar 0,26%.

Por cá, o BCP viu os seus títulos somarem 1,09% para 0,2045 euros. A protagonizar o ganho mais expressivo esteve a EDP, cujas ações valorizaram 1,81% para 3,482 euros. No mesmos setor, mas do outro lado da linha de água, a Galp Energia pesou sobre Lisboa, tendo os seus títulos recuado 1,63% para 12,975 euros.

Destaque ainda para a Navigator, cujas ações caíram 1,52% para 3,238 euros, e para a Mota Engil, cujos títulos somaram 1,06% para 2,094 euros.

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Eleições: CNE acusa Facebook de falta de vontade em cumprir lei nacional

  • Lusa
  • 12 Setembro 2019

Facebook “sobrepõe os seus ‘padrões da comunidade’ à lei nacional”, avaliando as publicações “com critérios que estabeleceu e que não contêm a lei portuguesa”, acusa CNE.

A Comissão Nacional de Eleições (CNE) está limitada no combate à propaganda patrocinada no Facebook em período eleitoral porque esta rede social “faz tábua rasa da lei portuguesa”, acusou Carla Luís, membro daquela Comissão.

“Não há uma vontade de cumprir a lei [nacional] por parte do Facebook”, disse Carla Luís num debate sobre desinformação e ameaças online na perspetiva das eleições legislativas de 06 de outubro em Portugal.

A CNE, cuja função é aplicar a legislação nacional, tem encontrado “problemas” com o Facebook quando pretende atuar contra a publicação de publicações de propaganda patrocinada.

“Após marcação das eleições não é permitido fazer propaganda patrocinada. Não há uma lista de meios admissíveis ou não admissíveis, não podem é divulgar propaganda paga. Nas redes sociais, o problema surge com posts patrocinados. Seja com um ou com 10 mil euros, é proibido pela lei portuguesa”, explicou a responsável.

“Começámos a instruir processos, para sancionar quem promove o anúncio e o meio que o divulga, e começámos a ter problemas com Facebook, que faz tábua rasa da lei portuguesa”, afirmou.

Carla Luís apontou uma evolução que se traduz numa iniciativa do Facebook de estabelecer critérios que definem um anúncio como político, país a país, que implica que “a verificação seja feita de acordo com a jurisdição nacional”, requerendo, por exemplo, a identificação do nome e morada de quem patrocina a propaganda.

O problema, explicou, é que o Facebook “sobrepõe os seus ‘padrões da comunidade’ à lei nacional”, avaliando as publicações “com critérios que estabeleceu e que não contêm a lei portuguesa”.

Para ilustrar uma das diferenças entre os critérios do Facebook e os princípios contidos na legislação portuguesa, Carla Luís apontou que, na ‘biblioteca de anúncios’ recém-criada pela rede social – onde se pode consultar que anúncios estiveram quanto tempo ‘online’, por quem e por quanto foram patrocinados -, surge classificado como “anúncio político” uma publicação em que se lê “Women should have equal rights” (“As mulheres devem ter direitos iguais”).

Nos últimos anos, e depois do escândalo Cambrige Analytica do uso abusivo de dados pessoais de utilizadores do Facebook, para interferir em campanha políticas, a rede social fundada por Mark Zuckerberg tem anunciado iniciativas para combater a desinformação.

Relativamente às eleições portuguesas, a rede anunciou nomeadamente parcerias com parceiros de ‘fact-checking’ (verificação da informação).

Para o jornalista Paulo Pena, autor de uma série de trabalhos sobre ‘fake news’ e desinformação, “isto não é de todo suficiente”.

“A crise não se resolve corrigindo uma informação de cada vez […] É preciso analisar a origem, quem a produz, por que meios, qual a forma de difusão… O ‘fact-checking por si só, muito menos o decidido pelo Facebook e encomendado às empresas, não chega”, disse, no mesmo debate.

Em resposta a perguntas de jovens na audiência, Paulo Pena ressalvou que se opõe ao “policiamento” de conteúdos por atores institucionais – “é muito perigoso, ninguém quer um ministério da verdade orwelliano” -, mas assegurou que a resposta também não assenta apenas na autorregulação das plataformas, que decidem, elas próprias, que factos verificam.

O jornalista considerou por outro lado que há “negligência” em Portugal no combate à desinformação, salientando que “não há no Governo português um gabinete responsável pelos ‘media’, só os ‘media’ de capitais públicos como a RTP e a Lusa” e que a própria Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC) está limitada na sua ação pela legislação nacional.

Este aspeto foi confirmado por Tânia Soares, da ERC, também presente no debate, que explicou que a entidade só tem competência para verificar órgãos de comunicação social devidamente licenciados.

“Já solicitámos uma redefinição de órgão de comunicação social. A ERC regula órgãos de comunicação social […] Nos ‘sites’ que não o são, a nossa capacidade fica limitada no atual contexto, com a atual legislação”, afirmou, acrescentando que ainda assim a entidade só pode ter intervenção “através dos grupos europeus” que reúnem este tipo de entidade e trabalhando com plataformas.

O debate, que decorreu hoje em Lisboa, foi organizado pela Representação da Comissão Europeia em Portugal e pela organização Democracy Reporting International, uma organização que estuda o fenómeno da desinformação política em vários países europeus.

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Onboarding: estamos a fazê-lo bem?

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  • 12 Setembro 2019

Rui Correia, EY Senior Manager fala da mudança dos tempos em que se esperava que os novos colaboradores se enquadrassem na cultura e na organização por si só, ou em função da boa vontade dos colegas.

Hoje, o onbording é uma pratica corrente e todas as organizações compreendem a importância de criar uma experiência que facilite o sucesso da adaptação dos novos colaboradores. Não apenas no imediato, mas que permita que se criem as raízes para uma relação de longo prazo, promovendo a retenção e a experiência do empregado.

Mas quão bem o estamos a fazer? De acordo com um estudo da Gallup, não muito. O estudo evidencia que apenas 12% das pessoas consideram que a sua empresa lhes proporcionou uma experiência de onboarding acima das espectativas.

Um outro estudo, da Allied Workforce Mobility, aponta que, como consequência de um mau onboarding, as empresas perdem 25% dos novos contratados no primeiro ano, com até 20% desses a sair nos primeiros 45 dias. Tendo estes dados em consideração, as organizações precisam pensar seriamente em mudar a atual abordagem.

Um outro estudo, da Allied Workforce Mobility, aponta que, como consequência de um mau onboarding, as empresas perdem 25% dos novos contratados no primeiro ano, com até 20% desses a sair nos primeiros 45 dias. Tendo estes dados em consideração, as organizações precisam pensar seriamente em mudar a atual abordagem.

Mas afinal, o que estamos a fazer mal? A nossa experiência aponta para um conjunto de práticas erradas que são mais frequentes que o desejado.

Desde logo, em muitas organizações o onboarding é visto como “uma coisa dos RH”, quando na verdade é um momento fundamental de socialização, de conhecer pessoas de diferentes áreas da organização e ouvir falar diferentes líderes, não apenas um técnico de RH.

Outra falha frequente é ter programas de onboarding demasiado curtos ou que não apresentam a cultura da empresa. Embora da perspetiva da empresa seja financeiramente vantajoso limitar o processo a uma sessão de umas horas, a verdade é que pode levar até 1 ano para se estar completamente integrado. A experiência de onboarding deve acompanhar todo esse percurso, não se limitando a um determinado número de horas numa sala.

Da mesma forma, os valores e comportamentos da empresa não se passam por um par de slides numa apresentação; são necessárias experiências em primeira mão que passem aos novos colaboradores aquilo que é a cultura da empresa e lhes permitam sentir que (ou se) a cultura que lhes foi “vendida” corresponde à realidade do dia a dia. É fundamental que o colaborador passe por uma vivência dos valores; que possa experimentar a forma como a cultura se manifesta no comportamento das pessoas nas diversas situações e interações do dia a dia.

Infelizmente, alguns esforços de onboarding acabam por deixar os novos colaboradores sem vontade de vir a estar na organização no futuro, seja porque demonstram imediatamente uma realidade completamente diferente da promessa feita no período de atração, seja porque são prontamente postas de lado as perspetivas de crescimento e evolução na organização que traziam consigo.

Sobre este tema, um estudo da Glassdoor diz que 58% das organizações assume que o seu processo de onboarding é focado em procedimentos e regras, o que é claramente uma experiência pouco interessante e uma oportunidade perdida para ‘agarrar’ os colaboradores. É ainda mais preocupante quando o mesmo estudo aponta para que as organizações com um processo de onboarding robusto, melhoram a retenção de novos contratados em 82% e a sua produtividade em mais de 70%.

Como última falha neste processo, maioria das organizações não tem forma de medir o sucesso dos seus programas de onboarding, o que inibe a capacidade de melhorar ou adaptar o processo e dificulta a obtenção do retorno do investimento. Mas não tem que ser assim; análises de satisfação sistemáticas através do período de adaptação podem ajudar a identificar as dificuldades dos novos colaboradores em conectar-se com a organização. Períodos de integração mais longos e com mais pontos de contacto são também uma possível resposta.

Não tenho dúvidas de que o tema da retenção e atração está em cima da mesa de todas as organizações, mas está na altura de abraçar o onboarding como fundamental nessa batalha pelo talento e de o pensar e planear de forma que faça sentido e atinja os efeitos pretendidos.

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Draghi lança bazuca aos falcões. Responde a Trump e deixa recado à Alemanha

Mario Draghi anunciou o reforço de estímulos monetários para puxar pela economia da Zona Euro. Pelo caminho desvalorizou efeitos sobre a banca, chamou os países a agirem e respondeu a Trump.

A menos de um mês de entregar a “chave da porta” do Banco Central Europeu (BCE) a Christine Lagarde, Mario Draghi ergueu em punho a bazuca contra os falcões, com o reforço e a recuperação de estímulos monetários. Da reunião do Conselho de Governadores desta quinta-feira resultou a descida da taxa de depósito para terreno ainda mais negativo, bem como o regresso do programa de compra de ativos. As medidas vão em linha com o esperado pelo mercado, mas Mario Draghi surpreendeu com uma resposta a Trump, uma mensagem à banca e um recado à Alemanha.

O resultado daquela que é a penúltima reunião do BCE sob os comandos de Mario Draghi salda-se pela manutenção da taxa de juro diretora da Zona Euro nos 0% e no corte da taxa de depósito para um valor ainda mais negativo, de -0,5%, mas criando dois escalões para mitigar o impactos nos bancos.

“As taxas negativas têm sido uma experiência muito positiva em termos de sustentabilidade e estímulo do crescimento, e de sustentação da inflação”, esclareceu Draghi, não deixando de referir os “efeitos colaterais” e os “efeitos pelo lado negativo”. “Não diria que taxas negativas possam provocar o colapso do sistema financeiro“, atirou.

Simultaneamente, foi aprovada uma nova ronda de compra de títulos de dívida pública e privada da Zona Euro, no valor de 20 mil milhões de euros por mês, a partir de novembro, e “enquanto for necessário”.

Draghi assumiu que a decisão sobre as taxas de juro teve um “acordo alargado”, mas que no que respeita ao programa de compra de ativos, houve uma maior “diversidade” de posições entre diferentes governadores.

Após o BCE ter anunciado uma nova ronda de estímulos, os mercados reagiram. Enquanto os juros da dívida dos governos foram ao fundo, assim como a moeda única, que tocou mínimos de dois ano, os mercados acionistas observaram minutos de algum entusiasmo em torno dos bancos, que depressa inverteram para terreno negativo.

A decisão do BCE insere-se num contexto em que novas previsões económicas do BCE e as notícias que Draghi recebeu do staff técnico não são positivas (o que terá levado a agir de uma forma mais incisiva). A Zona Euro vai crescer menos este ano e no próximo face ao que era expectável. Assim como a inflação, que vai continuar afastada da meta do banco central.

Em relação ao PIB, o BCE vê a economia crescer 1,1% este ano, quando a anterior previsão apontava para uma expansão de 1,2%. No próximo ano, a Zona Euro já só deverá crescer 1,2% (em vez de 1,4%, como se estimava inicialmente). A projeção para 2021 mantém-se como estava: PIB cresce 1,4%.

No que diz respeito à evolução da inflação, o BCE tem por missão garantir a estabilidade dos preços: isto é, inflação perto, mas abaixo de 2%. As novas projeções do BCE afastam-se ainda mais desta meta: preços crescem apenas 1,2% este ano e no próximo a taxa de inflação fica apenas nos 1%. Em 2021, apesar de os preços recuperarem, a taxa continuará longe: 1,5%.

Perante esse cenário, Mario Draghi não hesitou em usar a bazuca, mas não sem enviar recados aos Estados-Membros da Zona Euro, possivelmente com a Alemanha na “mira”. Durante a conferência de imprensa, salientou que “os países com margem orçamental devem agir“. De salientar que a Alemanha anunciou recentemente um défice de 0%. O presidente o BCE a esse propósito disse ainda que no Conselho de Governadores houve “unanimidade” em determinar que a política orçamental era um “instrumento principal”.

Transmitida essa mensagem, Draghi também não se fez rogado em responder a Donald Trump. Num tweet publicado já após conhecido o novo pacote de estímulos, o presidente dos EUA “aplaudiu” a atuação rápida do BCE em baixar a taxa de depósitos, e a bem sucedida tentativa de travar a “depreciação do euro contra o muito forte dólar”.

“Temos um mandato. Procuramos a estabilidade de preços e não temos como alvo as taxas de câmbio. Ponto.“, foi a forma como Draghi optou por responder a Donald Trump.

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Emirates volta a recrutar tripulação de cabine no Porto e Faro

Entre 17 e 19 de setembro, a Emirates volta a recrutar tripulação de cabine no Porto e Faro. Os candidatos têm de ter pelo menos 21 anos e um alcance de braço de 212 centímetros.

A Emirates volta a aterrar em Portugal para recrutar tripulação de cabine e, desta vez, as cidades escolhidas foram Porto e Faro. Os open days decorrem no dia 17 de setembro, no Porto Palácio Hotel Congress & SPA e, a 19 de setembro, em Faro, no Hotel Faro. Ambos têm início marcado para as 9h00.

A companhia aérea, com sede no Dubai, procura homens e mulheres open-minded, com uma atitude prestável, amigável e orientada para o trabalho. Os candidatos apenas precisam de comparecer no open day, levar o currículo atualizado em inglês e uma fotografia recente. Embora não seja obrigatório, os candidatos são aconselhados a preencher um formulário online no site de carreiras do Emirates Group, antes de participarem no dia aberto da companhia aérea.

No processo de recrutamento existem vários critérios a ser considerados. Os candidatos têm de ter pelo menos 21 anos no momento de inscrição e um alcance de braço de 212 cm quando estão em ponta dos pés. A companhia alerta que, se necessário, os candidatos podem passar o dia no local. Posteriormente, os participantes pré-selecionados serão informados dos horários para novas avaliações e entrevistas.

“A tripulação de cabine beneficia de uma série de vantagens que compõem o pacote salarial, desde um rendimento livre de impostos, uma casa moderna gratuita no Dubai para partilhar, transporte gratuito de ida e volta para o trabalho, cuidados de saúde assegurados, além de descontos especiais em compras e atividades de lazer na cidade. A companhia aérea também oferece benefícios de viagem interessantes para a tripulação de cabine, bem como para os seus amigos e familiares”, cita a companhia em comunicado.

Atualmente, a Emirates voa para 158 destinos em todo o mundo e opera com uma frota de 269 aviões. A companhia aérea conta com uma equipa internacional composta por mais de 135 nacionalidades.

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Brexit: “Não haverá um acordo sem ‘backstop’, diz presidente do Parlamento Europeu

  • Lusa
  • 12 Setembro 2019

O presidente do Parlamento Europeu reiterou que “não haverá um acordo sem um ‘backstop", mas deixa a porta aberta a novas propostas desde que respeitem as directrizes da União Europeia.

O Parlamento Europeu não apoiará um acordo para o ‘Brexit’ sem uma solução de salvaguarda para a fronteira irlandesa, declarou esta quinta-feira o presidente da instituição, acusando o Governo britânico de ter uma postura demasiado “rígida”.

“Não haverá um acordo sem um ‘backstop’: essa é a nossa posição chave”, vincou David Sassoli, após a conferência de presidentes do Parlamento Europeu (PE) ter recebido o negociador-chefe da União Europeia (UE), Michel Barnier, para conhecer os últimos desenvolvimentos do processo de saída do Reino Unido do bloco comunitário.

O presidente da assembleia europeia, que na próxima semana votará em plenário, em Estrasburgo, uma nova resolução sobre o ‘Brexit’, reconheceu que o mecanismo de salvaguarda para a fronteira irlandesa é “o principal obstáculo na negociação” com Londres e lamentou a postura do Governo de Boris Johnson.

A resolução [que irá a plenário] denota a preocupação do PE relativamente a novos desenvolvimentos no debate no Reino Unido e quanto à atitude do Governo britânico, que faz pensar cada vez mais na ausência de um acordo. Pensamos que o Governo britânico é muito rígido na sua posição”, criticou.

O político italiano notou ainda que, “infelizmente”, os sinais que a UE está a receber de Londres “não indicam que haja qualquer iniciativa que possa reabrir as negociações”.

Estamos dispostos a analisar quaisquer propostas. Se estas forem apresentadas, serão discutidas, desde que respeitem as nossas diretrizes. Mas, neste momento, posso dizer que o Reino Unido não apresentou qualquer proposta que seja legal e viável”, completou.

Sassoli precisou que a assembleia europeia está disposta a voltar à proposta original da UE, ou seja, a “aceitar que o ‘backstop’ só será aplicado na Irlanda do Norte”, assim como a rever a declaração política, “conferindo-lhe um cariz juridicamente vinculativo”, e a concluir “um acordo de associação que, se for suficientemente fundamentado, tornará o ‘backstop’ desnecessário”.

Boris Johnson tem reiterado que é possível substituir o mecanismo designado por ‘backstop’, inscrito no Acordo de Saída firmado em novembro entre Bruxelas e a sua antecessora, Theresa May, que pretende evitar uma fronteira física na Irlanda do Norte e que consiste na criação de “um espaço aduaneiro único” entre a UE e o Reino Unido.

Alertando para a proximidade da data prevista para o ‘Brexit’, 31 de outubro, o presidente do PE assumiu que a instituição a que preside está disposta a aceitar uma nova extensão do Artigo 50.º do Tratado da UE, caso esta seja bem fundamentada, nomeadamente por um cenário de antecipação de eleições.

Embora tenha iniciado a sua intervenção lembrando que não cabe ao PE “envolver-se no debate interno no Reino Unido”, o italiano não resistiu a comentar a decisão do primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, de suspender o Parlamento do Reino Unido.

Sou a favor de que o Parlamento esteja aberto em permanência, sobretudo quando se discute o futuro do Reino Unido. Os parlamentos são a casa da democracia, a voz dos cidadãos. Se não se pode discutir o futuro no parlamento, onde podemos fazê-lo? Daí termos ficado chocados com a decisão do primeiro-ministro britânico. Somos a favor de parlamentos abertos”, concluiu.

Também o negociador-chefe comunitário, em declarações aos jornalistas à entrada para a sua reunião com a Conferência de Presidentes, lembrou que os 27 ainda aguardam propostas por parte do Governo de Boris Johnson para desbloquear o impasse nas negociações.

“Continuamos preparados para examinar objetivamente qualquer proposta concreta e legalmente operacional feita pelo Reino Unido”, disse.

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