“A Caixa fez cerca de metade das más notícias sobre a banca”

Paulo Macedo voltou a criticar a comissão de inquérito ao banco. "É desproporcional", disse. Mas o que prejudica mais a Caixa: o Parlamento ou os atos de gestão? "É o fator de origem", referiu.

Paulo Macedo fez as contas: em seis meses “a Caixa fez cerca de 50% do total de notícias sobre a banca”, e como as “notícias sobre a banca são negativas”, o banco público “fez cerca de metade das más notícias sobre a banca”.

O presidente da Caixa Geral de Depósitos (CGD) referia-se ao impacto que a comissão de inquérito à recapitalização do banco, a terceira em poucos anos, teve na imagem que instituição passa para o público. “A Caixa reduziu a reputação em mais de dez pontos em 100”, e passou a “ter um índice reputacional inferior a outros bancos”, explicou durante a apresentação dos resultados trimestrais.

A comissão de inquérito terminou há duas semanas com a aprovação do relatório final, elaborado pelo deputado do CDS João Almeida, no Parlamento, isto após quatro meses de trabalho com várias audições a antigos responsáveis por semana. Paulo Macedo voltou a deixar críticas, tendo considerado que é “desproporcional” ter havido três inquéritos parlamentares a um banco a operar no mercado e que “luta todos os dias por quotas de mercado”.

Mas quem prejudica mais o banco: a comissão de inquérito ou os atos de gestão? “Obviamente não é quem está a analisar ou quem está a resolver que é o culpado”, disse. “A questão […] são os fatores na origem, que não haja confusão sobre isso”, reforçou.

Apesar disto, Paulo Macedo considera que o trabalho dos deputados trouxe “informações novas” e que “foi importante em termos do avanço no aprofundamento” de dossiês.

A Caixa apresentou esta terça-feira uma subida de 45% do lucro para 283 milhões de euros nos seis primeiros meses do ano.

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Sondagem: PS não passa dos 35,5%, PSD nos 20% e PAN à frente de CDS e CDU

  • ECO
  • 30 Julho 2019

Inquérito da Multidados para a TVI ainda apanhou início do "Golagate", mas não todos os seus desenvolvimentos, como as raízes familiares do caso. PS não chega a 36% e PSD mal passa de 20%.

Uma sondagem realizada pela Multidados para a TVI, ainda o golagate estava longe de mostrar todas as suas ramificações, atribui 35,5% das intenções de voto ao Partido Socialista, 20,3% ao PSD e 14,7% ao Bloco de Esquerda. E, apesar dos números surgirem distantes de outras sondagens realizadas, a grande surpresa está nas intenções de voto para PAN, CDU ou CDS.

Os resultados das 800 entrevistas telefónicas mostram que o PAN reúne 7,9% das intenções de voto, colando-se desta forma como quarta força política do país, à frente da CDU, que não consegue mais de 5,6%. Pior cenário espera Assunção Cristas, pelo menos de acordo com a Multidados: o CDS/PP ficará com 3,3% dos votos.

Fonte: Multidados/TVI

A sondagem da Multidados, com o objetivo de avaliar a intenção de voto dos portugueses nas eleições legislativas, foi realizada entre 18 a 28 de julho, através de 800 entrevistas telefónicas e apresenta uma margem de erro de +3,5%, para um nível de confiança de 95%.

Apesar do inquérito já ter realizado algumas entrevistas telefónicas depois de conhecido o escândalo das golas, o (eventual) impacto deste caso ainda não estará totalmente refletido nos resultados.

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António Costa pergunta à PGR se secretário de Estado violou a lei

O Governo pediu um parecer ao Conselho Consultivo da PGR para esclarecer se o secretário de Estado da Proteção Civil, José Artur Neves, violou a lei de incompatibilidades.

O primeiro-ministro defende que os titulares de cargos de Governo não devem ser alvos de demissão por causa dos negócios de familiares com entidades públicas, que não tenham qualquer relação ou interferência dos titulares de cargos políticos. Ainda assim, pediu esta terça-feira que um parecer ao Conselho Consultivo da Procuradoria Geral da República para esclarecer o caso que envolve José Artur Neves, secretário de Estado da Proteção Civil.

“Não pode deixar de suscitar dúvidas como alguém possa ser responsabilizado, ética ou legalmente, por atos de entidades sobre as quais não detém qualquer poder de controlo e que entre si contratam nos termos das regras de contratação pública, sem que neles tenha tido a menor intervenção”, lê-se em comunicado do gabinete do primeiro-ministro enviado ao início da noite desta terça-feira às redações.

Relembrando que a abrangência da lei vai desde o Presidente da República a vereadores a tempo inteiro, passando por membros dos governos regionais, deputados e deputados do parlamento europeu, entre outros, António Costa diz que a interpretação literal da mesma seria de grande “complexidade institucional e social”.

O primeiro-ministro diz ainda que “não há jurisprudência sobre a matéria” e garante que “até ao momento terá sido movido com este fundamento qualquer processo de demissão ou perda de mandato”. Até porque, recorda, “a Assembleia da República aprovou e o Presidente da República já promulgou uma nova Lei que clarifica o alcance e consequência destes impedimentos”.

Assim, e considerando a necessidade de “completo esclarecimento desta questão, o primeiro-ministro decidiu solicitar um parecer ao Conselho Consultivo da PGR, o que hoje mesmo fez”.

Em causa estás a polémica em torno de três contratos assinados entre a Zerca Lda, detida pelo filho de José Artur Neves, e o Estado, conforme notícia avançada esta terça-feira pelo Observador. O secretário de Estado já veio negar qualquer favorecimento, alegando que “as entidades públicas contratantes são totalmente independentes do Governo, designadamente na decisão de contratar, não tendo comigo, enquanto governante, qualquer relação de tutela ou superintendência”.

(Notícia atualizada às 20H18)

 

 

 

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Macedo garante que se houve crime na Caixa “não está prescrito, nem pode prescrever”

Paulo Macedo não quis comentar casos. Ainda assim, assegurou que, havendo responsabilidade civil para apurar, o caso "não está prescrito, nem pode prescrever".

Paulo Macedo não quis comentar os casos de eventuais crimes de gestão danosa na Caixa Geral de Depósitos (CGD), mas assegurou que “o que houver não está prescrito, nem pode prescrever”.

O presidente do banco público falava durante a apresentação de resultados semestrais do banco público. O banco do Estado registou uma subida de 65% do lucro para 283 milhões de euros nos primeiros seis meses do ano.

Foram várias as insistências dos jornalistas para perceber as ações judiciais que a CGD tem ou terá em curso, como por exemplo em relação ao caso de Vale do Lobo. O Jornal Económico revelou que o banco tem na sua posse uma análise jurídica que indica que há motivos para uma ação contra ex-administradores do tempo de Carlos Santos Ferreira.

Macedo diz que há casos que têm 19 ou 20 anos e já prescreveram e sobre esses não há muito a fazer. Ainda assim, quis sublinhar que outros casos que estão dentro do prazo e que não será pelo facto de se demorar mais um mês, dois meses ou seis meses que eles vão prescrever. “Uma coisa é os casos que já prescreveram, outra é o horizonte temporal que temos”, disse.

Sobre o apuramento de responsabilidade a ex-gestores, Macedo confessou que não há “felizmente” uma “tramitação, um hábito” para saber quais os passos a seguir nestes casos. Ainda assim, elencou dez passos que a CGD vai seguir até tomar alguma diligência prática. Essas etapas incluem, entre outros, a realização de uma análise jurídica do caso, uma análise ao enquadramento financeiro à época das decisões ou a promoção do contraditório.

Macedo revelou aos jornalistas que a sua administração já fez participações de crime às autoridades, sem identificar quais e em quantos casos. “Se foi um caso, ou dez, não comento. É um procedimento que é mandatório”, disse.

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Teste conclui que golas antifumo não entram em combustão, mas são perfuradas

As golas antifumo não entram em combustão "mesmo quando sujeitas a um fluxo de calor de muito elevada intensidade, produzido por chamas cuja altura variou entre um e quatro metros", diz estudo.

O teste pedido pela Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) às golas antifumo concluiu que estas não entram em combustão pelo contacto com partículas incandescentes, ainda que sofram perfurações. Foram testadas 28 golas no Laboratório de Estudos sobre Incêndios Florestais, ligado à Faculdade de Ciências da Universidade de Coimbra. Os testes passaram por colocar as golas a distâncias entre um metro e os 20 centímetros de chamas intensas, com temperaturas superiores a 250 graus.

“Em conclusão podemos dizer que as golas testadas não se inflamaram – isto é não entraram em combustão com chama – mesmo quando sujeitas a um fluxo de calor de muito elevada intensidade, produzido por chamas cuja altura variou entre um e quatro metros, mesmo quando colocadas a uma distância inferior a 0,5m das chamas, durante mais de um minuto”, refere a conclusão do relatório agora divulgado.

No teste à distância de um metro das chamas, “a gola estava praticamente intacta e por isso foi utilizada no ensaio seguinte”. No teste seguinte, já a 50 centímetros das chamas, “a gola estava praticamente intacta, mas optou-se por utilizar uma nova peça no ensaio seguinte”. O teste a 30 centímetros já provocou alguma deformação à gola que, além disso, “apresentava uma perfuração, por impacto térmico, embora não tenha entrado em combustão”.

O teste que colocou as golas a 20 centímetros das chamas, ou o GO 04, já deu resultados diferentes, já que “no final do ensaio a gola estava muito perfurada, embora não se tenha inflamado” — ver imagem em baixo.

Fonte: Relatório preliminar

 

Dado o resultado deste último teste, a equipa optou por colocar em “confronto” a reação de um tecido de algodão ao mesmo cenário para comparar os efeitos, tendo este último reagido bastante melhor que a gola antifumo distribuída pelas populações.

“No final do ensaio a gola estava perfurada, embora não se tenha inflamado, tal como no ensaio anterior. O tecido de algodão, alterou a cor, mas não se deformou nem entrou em combustão”, refere a conclusão deste teste.

E contra um isqueiro?

Depois de analisar a reação da gola à proximidade das chamas, testes que permitiram mostrar que “as partículas incandescentes perfuravam a gola, mas esta não se inflamava, isto é a combustão com chama não era sustentada”, os peritos decidiram analisar o comportamento da gola face ao contacto direto com uma chama viva. A conclusão foi que a gola por si não sustentava a chama viva.

“O contacto com uma chama viva, produzia uma perfuração de maior ou menor diâmetro, mas em geral a combustão não se sustentava com chama viva. Esta situação de combustão com chama apenas ocorreu em determinadas situações de ignição com uma chama permanente e com o tecido da amostra situado praticamente na vertical.”

O documento salienta, por fim, que as conclusões agora avançadas dizem apenas respeito a “um relatório preliminar muito sucinto, uma vez que não foram ainda analisados muitos dos parâmetros que foram objeto de medição e registo durante os ensaios”. Essa análise em maior detalhe será a próxima etapa.

“Estamos presentemente a analisar os dados recolhidos nos ensaios, a fim de poder quantificar os resultados e observações e suportar melhor as conclusões retiradas. Dispomos de registos fotográficos e de vídeo de cada um dos ensaios e as golas testadas foram guardadas para análise.”

(Notícia atualizada às 19h10)

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SAG sai de bolsa. Investidores têm três meses para vender ações

A CMVM aprovou o pedido de perda de qualidade de sociedade aberta da SAG, com efeito a partir desta terça-feira. Investidores que ainda têm ações da empresa têm 3 meses para vendê-las a 6,15 cêntimos.

A bolsa nacional perdeu mais uma cotada. A SAG deixou de cotar na praça bolsista nacional nesta terça-feira, depois de a CMVM ter aprovado o pedido de perda da qualidade de sociedade aberta. Os investidores que ainda detenham títulos da empresa têm agora os próximos três meses para venderem os títulos. Têm direito a 6,15 cêntimos por cada ação detida.

“A Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) informa que em reunião do seu Conselho de Administração, realizada em 30 de julho de 2019, foi deliberado deferir, com efeitos a esta data, o pedido de perda da qualidade de sociedade aberta da SAG GEST”, diz o regulador do mercado de capitais em comunicado.

O pedido de perda da qualidade de sociedade aberta foi feito por João Pereira Coutinho, CEO e principal acionista da empresa, a 3 de julho, após ter passado a deter 95,05% do capital social na sequência da oferta pública de aquisição (OPA) cujos resultados foram divulgados ao mercado a 1 de julho.

No seguimento dessa retirada, a CMVM dá conta que compete agora à IAMC – Investments and Assets Management Consulting, sociedade integralmente controlada, direta e indiretamente, por João Pereira Coutinho – e também acionista da SAG –, a obrigação de adquirir as ações ainda detidas pelos restantes acionistas da SAG. O regulador acrescenta que essa aquisição será feita “pelo prazo de três meses a contar da presente publicação e ao preço unitário de 0,0615 euros por ação“.

O preço unitário corresponde à contrapartida oferecida na OPA de João Pereira Coutinho lançada no final do mês de abril, no âmbito da venda da SIVA ao grupo Porsche que serviu para garantir a “continuidade das operações” do importador de automóveis e assim assegurar 650 postos de trabalho. Foi aprovada a venda da SIVA por 1 euro.

(Notícia atualizada às 18h53)

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Caixa vai emitir 2.000 milhões em dívida até 2022 para cumprir requisitos

A Caixa vai ter de emitir 2.000 milhões de euros em dívida sénior nos próximos quatro anos. "É perfeitamente acomodável", diz Paulo Macedo.

Paulo Macedo anunciou aos jornalistas que a Caixa Geral de Depósitos (CGD) já foi notificada pelo Banco de Portugal dos seus requisitos de MREL (requisito mínimo de fundos próprios e créditos elegíveis).

O banco vai ter de emitir cerca 2.000 milhões de euros em dívida sénior preferencial e sénior não preferencial até final de 2022, o que é “perfeitamente acomodável” com os planos da instituição, disse Macedo. Estes requisitos constituem uma almofada de capital que os bancos têm de constituir para fazer face a eventuais dificuldades.

De acordo com o presidente do banco público, quantos mais resultados forem gerados neste período, menos terá de emitir. Ou seja, se a Caixa apresentar lucros mais robustos ao longo destes quatro anos, poderá ter de emitir menos.

José de Brito, administrador financeiro do banco, completou a informação dizendo “que é um requisito que a Caixa facilmente cumprirá mas será um peso adicional para a margem financeira”. “Na prática é uma operação que não precisamos”, referiu o CFO da CGD, frisando que a situação de solidez do banco é forte.

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Ministério Público abre inquérito à compra das golas inflamáveis

"O Ministério Público determinou a instauração de um inquérito" à compra das golas por parte da Autoridade Nacional de Proteção Civil.

“O Ministério Público determinou a instauração de um inquérito” à compra das golas por parte da Autoridade Nacional de Proteção Civil, revelou fonte oficial ao ECO. “Corre termos no Departamento Central de Investigação e Ação Penal“, adiantou. Os equipamentos em causa, feitos de material inflamável, faziam parte dos kits de emergência para o programa “Aldeias Seguras”.

O Ministério da Administração Interna também já abriu um inquérito ao caso das golas distribuídas pela Proteção Civil, depois de ser conhecido que estas foram produzidas por uma empresa detida pelo marido da presidente de junta de Longos, Guimarães, e que continham material inflamável.

Na sequência da polémica, Rui Rio, presidente do PSD, tinha sugerido que o Ministério Público investigasse esta questão e afirmou, nesta segunda-feira, que o caso é “gravíssimo“. “Aquilo que temos em cima da mesa é que há uma empresa constituída e que se dirige ao setor do turismo que vende golas, golas essas que são inflamáveis. Logo aí a coisa tem diversos males”, apontou.

O caso já levou também à demissão do técnico Francisco Ferreira, adjunto do secretário de Estado da Proteção Civil, após ter sido noticiado pelo Jornal de Notícias o seu envolvimento na escolha das empresas para a produção dos kits. Foi Francisco Ferreira que recomendou as empresas para a compra das 70 mil golas inflamáveis e dos 15 mil kits de emergência entregues a povoações.

Entretanto foi ainda revelado que uma empresa detida a 20% pelo filho do secretário de Estado da Proteção Civil estabeleceu três contratos com o Estado, numa altura em que a Secretaria de Estado está envolvida na polémica relacionada com os kits. Mas José Artur Neves diz que não se demite e defende que não teve qualquer influência nos contratos públicos celebrados.

(Notícia atualizada às 18h25)

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Lucro da Caixa aumenta 45% para 282,5 milhões no semestre

Banco público apresentou lucros de mais de 280 milhões de euros na primeira metade do ano, traduzindo um aumento de 45% face ao mesmo período do ano passado.

A Caixa Geral de Depósitos (CGD), o banco de Estado, apresentou lucros de 282,5 milhões de euros na primeira metade do ano, traduzindo um aumento de 45,6% face ao mesmo período do ano passado.

No primeiro semestre do ano passado, o banco público tinha registado um lucro de 194 milhões de euros.

“Para esta evolução favorável contribuiu a subida da margem complementar em cerca de 34 milhões de euros, mais do que compensou a descida de 15 milhões de euros na margem financeira”, justificou o banco.

Na apresentação de resultados, Paulo Macedo sublinhou que o banco está agora a operar num contexto de mercado mais “difícil”, mediante a ação de política monetária do Banco Central Europeu (BCE), que tem prejudicado o negócio bancário. A descida das taxas de juros (e dos indexantes e spreads dos contratos de empréstimos) são “contravapores”, declarou o presidente da CGD.

“Os bancos deixaram de ser atrativos para os investidores devido à baixa rentabilidade”, referia a apresentação de resultados.

Macedo adiantou aos jornalistas que está agora numa segunda fase de recuperação do banco: a primeira teve a ver com o balanço, mediante a redução do crédito malparado — o rácio de NPL (non performing loans) caiu para 7,3% com um reforço da cobertura para 64,3% no final de junho. “Agora temos de reparar a conta de resultados”, disse o responsável.

Redução de custos compensa quebra da margem

A CGD diz que a margem financeira foi impactada pela “conjuntura de taxas de juro”: caiu 3,2% para 281 milhões de euros em termos consolidados. As comissões bancárias subiram 1% para 243 milhões (mais um milhão de euros face ao primeiro semestre do ano passado), e compensaram um pouco a quebra da margem financeira. Feitas as contas, o produto bancário somou 19,1 milhões de euros para para 908 milhões de euros nos primeiros seis meses do ano.

José Brito, administrador da CGD, diz que a redução dos custos de estrutura (-5,9% para 477 milhões de euros) compensou ainda mais a quebra da margem financeira. O banco diz que registou custos com pessoal de 35,5 milhões de euros por utilização da provisão constituída em 2017 para a implementação do plano de saídas de trabalhadores, “com impacto nulo no resultado líquido do semestre”. Há menos 400 trabalhadores nas fileiras do banco público face a junho do ano passado. E menos duas agências.

No lado do balanço, o crédito a clientes está em queda: caiu para baixo dos 50 mil milhões de euros no final primeiro semestre de 2019, menos 3,7 mil milhões de euros em termos homólogos. “Reflete a redução de crédito malparado e reembolsos de entidades públicas”, justifica o banco. Já os depósitos (recursos de clientes) sobem para os 73,1 mil milhões de euros.

(Notícia atualizada às 17h35)

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BCP dá trambolhão de 6% e mergulha Lisboa na pior sessão do ano

O PSI-20 desvalorizou perto de 2%, num dia marcado por fortes perdas nas bolsas europeias, mas condicionado pelo tombo das ações do BCP que reagiram de forma negativa aos resultados do banco.

O BCP deu um trambolhão, a bolsa lisboeta não resistiu e selou a pior sessão do ano. As ações do banco afundaram 6%, pressionando a bolsa nacional num dia que foi negativo para a generalidade dos índices europeus. Apesar de ter anunciado um crescimento dos lucros, os títulos foram castigados pelos receios dos investidores quanto à deterioração das margens fruto da política monetária do Banco Central Europeu (BCE).

O PSI-20 registou a quinta sessão consecutiva de perdas, desvalorizando 2,05%, para os 5.029,67 pontos, o pior registo diário desde 19 de dezembro. Na Europa, as perdas dos principais índices rondaram entre os 1,5% e os 2%.

O BCP foi a cotada lisboeta que mais sobressaiu pelas piores razões. As suas ações terminaram a desvalorizar 5,99%, para os 23,55 cêntimos, o pior registo do PSI-20. Mas chegaram a cair mais de 7%, para 23,29 cêntimos, o valor mais baixo desde o final de março, mesmo depois de o banco liderado por Miguel Maya ter anunciado um aumento dos lucros para 170 milhões de euros na primeira metade do ano.

BCP afunda 6% em bolsa

A reação negativa prendeu-se com a margem financeira. A margem financeira, que traduz a diferença entre os juros cobrados nos empréstimos e pagos nos depósitos, do BCP subiu 7,6% para 740,1 milhões, mas as perspetivas não são animadoras. Os investidores estão a antecipar o impacto negativo nas margens resultante da política monetária do BCE. As taxas estão em mínimos históricos, mas Mario Draghi abriu a porta a novos cortes, atirando os juros do mercado para níveis ainda mais negativos do que os atuais.

Não bastasse o BCP, a maré vermelha inundou a quase totalidade dos títulos cotados no PSI-20. Apenas a Corticeira Amorim escapou, tendo visto as suas ações somarem 0,41%, para os 9,74 euros.

Entre as maiores perdas destaque ainda para os CTT. A empresa dos Correios tombou 3,7% em bolsa, com as suas ações a fecharem abaixo dos dois euros pela primeira vez: nos 1,929 euros. Esse deslize acontece depois de a operadora postal ser obrigada pela Anacom a cortar preços devido ao incumprimento de dois indicadores de qualidade do serviço.

Na energia, a sessão também foi marcada por fortes quedas. As ações da EDP recuaram 2,01%, para os 3,313 euros, enquanto a sua participada EDP Renováveis perdeu 1,5%, para os 9,21 euros por ação. Já a Galp Energia que apresentou contas na segunda-feira também não resistiu. As ações da petrolífera desvalorizaram 0,99%, para os 14,01 euros.

A Sonae e a Navigator também figuraram entre os piores registos da praça bolsista nacional. Os títulos da retalhista perderam 2,05%, para os 83,75 cêntimos, enquanto as da papeleira recuaram 2,22%, para os 3,086 euros.

(Notícia atualizada às 16h55)

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Mario Draghi ainda está a recarregar a bazuca, mas banca já treme

BCE prepara pacote de estímulos à economia, mas o impacto inicial é negativo para os bancos, que antecipam margens financeiras menores. Medidas de mitigação poderão não ser suficientes.

O Banco Central Europeu (BCE) prepara-se para “disparar” um novo pacote de estímulos à economia depois do verão. Consciente de que as armas disponíveis têm efeitos colaterais negativos para a banca, o presidente Mario Draghi apressou-se em explicar que estão a ser estudadas medidas de mitigação para o setor. Penalizada por juros negativos há quase cinco anos, e ainda à espera de pormenores do plano do italiano, a banca da Zona Euro está a receber os estímulos extra como se uma bomba se tratasse.

Em plena época de resultados, os banqueiros têm mostrado preocupações com o impacto da política do BCE (e nalguns casos emitindo mesmo profit warnings) nas margens financeiras, enquanto os investidores têm espelhado esses receios. A banca tem estado entre os setores mais penalizados nas últimas sessões em bolsa e o setor já anulou todos os ganhos do ano, acumulando uma desvalorização superior a 1%.

Miguel Maya, CEO do BCP, que até aumentou os lucros no primeiro semestre, alertou que “há um fator que tem a ver com a evolução das perspetivas da política monetária que teve impacto importante” e acrescentou que os últimos três meses do ano vão ser “desafiantes”. Na sessão desta terça-feira, as ações chegaram a perder um máximo de 7%, para 23,29 cêntimos, o valor mais baixo desde o final de março.

BCP afunda em Lisboa. Banca cai na Europa

Também o BPI fez o mesmo alerta: a situação de mercado é “muito difícil”, segundo o CEO Pablo Forero. “Para futuro, será muito difícil continuar a alimentar a margem financeira perante os juros negativos”, sublinhou o responsável espanhol do banco, cujo resultado líquido encolheu. “Estou a prever más notícias neste aspeto”.

Já em Espanha, pelo menos três bancos cortaram projeções devido ao BCE. O CaixaBank, dono do BPI, antecipa que a margem financeira será mais baixa do que o inicialmente previsto, enquanto o Sabadell diz que esta não irá crescer. O Bankia foi mais além. O banco anunciou que irá rever em baixas as estimativas de lucros para 2020 por causa de Mario Draghi.

Setor sob pressão… por antecipação

Juros negativos não são novidade para a banca já que duram desde 2015. No entanto, a expectativa era que 2019 marcasse o início da inversão na política monetária não convencional do BCE. Ou seja, que além de acabar com a compra líquida de dívida, o banco central subisse gradualmente os juros. Draghi trocou-lhes as voltas.

O outlook económico em degradação e a inflação persistentemente aquém da meta levaram o BCE a sinalizar um corte nos juros, nomeadamente das taxas de depósitos (acompanhado de um sistema escalonado) e o possível relançamento do programa de compra de dívida. Apesar de ainda não ter feito alterações na reunião de julho, poderá fazê-lo depois das férias, em setembro.

A taxa de juro de referência está atualmente em 0%, a taxa aplicável à facilidade permanente de cedência de liquidez em 0,25% e a de facilidade permanente de depósito em -0,40%. O banco central introduziu a possibilidade de um corte nos próximos 12 meses, sendo que o mercado antecipa que a escolhida seja a taxa de depósitos, podendo cair para -0,5%. Se assim for, a margem financeira dos bancos — que traduz a diferença entre os juros cobrados nos empréstimos e pagos nos depósitos — ficará sob pressão.

Transmissão automática para o balanço

Em Portugal, tal como em Espanha ou Itália, a maioria dos empréstimos, nomeadamente para a compra de casa, estão indexados a taxas variáveis. Ou seja, a transmissão da política monetária do BCE para o balanço dos bancos acaba por ser automática, isto porque os créditos passam automaticamente a contar com taxas que, neste momento, estão já em “terreno” negativo. E tendo em conta os spreads praticados há alguns anos, em determinados casos os bancos em Portugal acabam por ter de pagar aos clientes.

A “bomba” do BCE faz estragos no negócio principal da banca, o de conceder crédito, sendo que nos depósitos o setor está limitado a taxas 0% — não se pode cobrar pelos depósitos em Portugal –, sendo que as poupanças que lhes são confiadas têm custos. O excesso de liquidez — exacerbado pela dificuldade em dar crédito às empresas — tem de ser depositado no banco central, com os bancos a “pagarem”, por enquanto, um juro de -0,40%.

Esta conjugação de fatores torna mais difícil aos bancos conseguirem aumentar as margens, tornando muito mais desafiante o aumento dos lucros. “Certamente que há riscos em prolongar taxas de juro negativas por um longo período de tempo. Temos de o considerar”, reconheceu Mario Draghi.

Ajuda de Draghi pode não chegar à banca do sul

Para compensar os bancos deste contexto de taxas baixas por mais tempo, o BCE prepara-se para, além da terceira série de operações de refinanciamento de prazo alargado direcionadas (TLTRO, na sigla em inglês), criar um sistema de escalões dos juros a cobrar pela liquidez excedentária dos bancos. No limite, parte dos custos podem desaparecer para algumas instituições financeiras, dando primazia aos que repassem liquidez para a economia.

No entanto, em ambos os casos (cedência de liquidez e juros por escalões), o impacto poderá ficar concentrado nos países mais ricos. Por um lado, 60% dos juros pagos pelos depósitos nos bancos centrais dizem respeito a instituições financeiras na Alemanha e França. Por outro, o próprio negócio é diferente. Se alemães, franceses, holandeses e belgas estão focados em negócios que requerem muita liquidez como investimento e empresas, portugueses e espanhóis estão “presos” ao crédito às famílias.

Além disso, a banca portuguesa tem-se mantido à margem dos TLTRO. Um inquérito recente do Banco de Portugal concluiu que, nas duas primeiras rondas, o pouco financiamento recebido foi usado para colmatar necessidades de refinanciamento, nomeadamente como alternativa a operações de cedência de liquidez do Eurosistema. Como não encontraram empresas para dar crédito, houve quem preferisse não recorrer a estes empréstimos.

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Ageas lança campanha destacando cores e mediadores

  • ECO Seguros
  • 30 Julho 2019

A seguradora lança forte campanha publicitária destacando os produtos, a importância dos distribuidores e um animado código de cores “num setor tantas vezes tido como cinzento”.

A Ageas Seguros lançou uma campanha publicitária para televisões e rádios focada nos produtos de prevenção e proteção de pessoas, famílias e empresas, “sem nunca esquecer o papel fundamental do mediador na relação de aconselhamento e proximidade que disponibilizam”, diz a empresa em comunicado.

A campanha tem o mote “O seu mundo é feito de pequenos mundos. A Ageas Seguros tem uma solução para cada um” e estará também nas rádios, digital, imprensa e rede de ATM.

A componente vídeo é composta por dois filmes, um primeiro faz uma apresentação global do novo conceito de comunicação da seguradora, o segundo apresenta a campanha comercial do produto “Casa Segura”, oferecendo assistências com limite de 30 de setembro.

Os protagonistas dos filmes são a apresentadora e atriz Filomena Cautela, e o ator Nuno Távora. “A escolha dos protagonistas reforça o trabalho contínuo que temos vindo a apresentar nas nossas campanhas, explica Alexandra Catalão, Diretora de Marketing da Ageas Seguros acrescentando ser constante “a presença do mediador no centro do acompanhamento diário dos nossos clientes e da representação e compreensão da proteção dos mundos em que vivem”, concluindo que “permite transmitir a compreensão das necessidades dos nossos clientes e o investimento na proximidade dos nossos mediadores e serviços”.

A Ageas Seguros “continua a afirmar o seu território de cores no setor tantas vezes tido como cinzento”, como afirma e revela que “através da renovação da linha gráficas identifica as cores utilizadas nas peças de comunicação com o código para daltónicos”.

Contribuíram para esta campanha, do lado da Ageas, Gustavo Barreto, diretor de Marketing e Distribuição, Alexandra Catalão, Diretora de Marketing, Marta Vicente, Responsável de Marketing Operacional e Comunicação, Maria Armanda Duarte, Responsável de Comunicação Externa e Rute Godinho, Técnica de Comunicação Externa. A agência criativa foi a Havas e a produtora foi a ShowOff Filmes.

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