Produção da Galp Energia subiu 3% no 2.º trimestre, mas dá sinais de abrandamento

A produção de petróleo da Galp Energia abrandou no segundo trimestre do ano, ficando-se por um crescimento de 3%. Pior foi a performance da área de refinação e distribuição que registou quebras.

A Galp Energia aumentou em 3% a produção média diário de petróleo para um total de 109,7 mil barris por dia durante o segundo trimestre de 2019. A evolução consta dos dados preliminares da empresa publicados esta segunda-feira na Comissão de Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

Apesar da evolução positiva, a variação da produção entre abril e junho representa uma desaceleração face ao crescimento de 8% que a Galp Energia registou no primeiro trimestre do ano.

Os dados preliminares do segundo trimestre do ano dão ainda conta de um crescimento da produção em Angola de 8,7 mil barris/dia (1.º trimestre) para 12,1 mil barris por dia, um aumento de 40% que se explica com a entrada em funcionamento de duas unidades de produção flutuantes no projeto Kaombo.

Também a produção bruta de matéria-prima, sobretudo petróleo, que inclui todos os custos decorrentes das operações, medida no indicador “working interest” registou uma subida de 3% face ao segundo trimestre de 2018, fixando-se nos 111,7 mil barris produzidos por dia.

Já a refinação e distribuição registaram uma quebra de 10% nas matérias-primas processadas, enquanto nas vendas de produtos refinados houve um recuou de 4%, face ao período homólogo.

As vendas totais de gás natural ou liquefeito mantiveram-se quase inalteradas e as vendas a clientes diretos cresceram 6%. Já as vendas no mercado internacional (“trading”) deslizaram 10% face a igual período do ano passado e 16% em relação às vendas entre janeiro e março.

Os dados preliminares agora conhecidos pretendem dar uma estimativa sobre as condições macroeconómicas operacionais e comerciais a que a Galp esteve sujeita no segundo trimestre de 2019, mas a empresa frisa que os dados disponíveis são valores preliminares e que toda a informação está sujeita a alterações e pode diferir dos resultados a publicar no dia 29 de julho.

 

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João Cotrim Figueiredo vai ser cabeça de lista da Iniciativa Liberal

  • ECO
  • 15 Julho 2019

O ex-director-Geral da TVI e ex-presidente do Turismo de Portugal, João Cotrim Figueiredo, vai ser o cabeça de lista do partido Iniciativa Liberal por Lisboa, nas eleições legislativas de outubro.

Já é conhecido o cabeça de lista do partido Iniciativa Liberal por Lisboa nas eleições legislativas de outubro. Vai ser João Cotrim Figueiredo a ocupar esta posição e o anúncio foi feito pelo próprio, este domingo, num post no Facebook.

Sou o cabeça de lista da Iniciativa Liberal por Lisboa às eleições de outubro. Eu sei, é uma surpresa até para mim. Mas aceitei porque já não consigo ficar sentado enquanto o país marca passo e não dá à geração dos meus filhos metade das oportunidades que a minha geração teve”, escreveu o gestor, ex-diretor-geral da TVI e ex-presidente do Turismo de Portugal.

João Cotrim Figueiredo diz ter encontrado na Iniciativa Liberal “muitas pessoas boas” que, tal como ele, consideram que “Portugal e os portugueses merecem e são capazes de mais”. Para isso “só precisam que os deixem ser livres e autónomos”, “que o Estado não lhes tolha os passos”, “que os poderes políticos e todos os outros não os impeçam de procurar o melhor para si e para as suas famílias” e “só precisam de um Portugal mais Liberal”.

Para aqueles que não estejam de acordo, o cabeça de lista diz que “talvez um dia” os consiga convencer mas, “como qualquer bom liberal”, respeita as opiniões diferentes. “Com a vossa ajuda vamos construir um Portugal mais Liberal”, rematou, apelando a que sua mensagem seja espalhada.

A Iniciativa Liberal foi fundada em dezembro de 2017 e defende a liberalização económica, política e social. Este mês, o partido propôs que a taxa de IRS passe a ser de 15% para todos os rendimentos acima dos 650 euros, uma medida que constará do seu programa eleitoral às eleições legislativas de 6 de outubro.

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Lisboa avança em linha com a Europa. Papeleiras puxam pela bolsa

Lisboa abriu em terreno positivo, com as papeleiras a puxar pela praça nacional. Bolsa portuguesa avança assim em linhas com as demais praças do Velho Continente.

Em linha com a Europa, Lisboa arrancou a primeira sessão da semana em terreno positivo, com as papeleiras a puxar pela praça nacional. Também a Sonae está a dar força à bolsa lisboeta. Das 18 cotadas nacionais, apenas duas estão no vermelho.

O índice de referência nacional, o PSI-20, valoriza 0,50% para 5.247,51 pontos. Igual tendência está a ser registada nas demais praças do Velho Continente, com o Stoxx 600 a subir 0,09%, o francês CAC 40 0,30%, o espanhol IBEX 0,24% e o alemão DAX 0,34%.

Por cá, são as papeleiras as cotadas que mais puxam pela bolsa portuguesa. Os títulos da Navigator avançam 1,62% para 3,256 euros e os da Altri 1% para 6,035 euros.

Destaque também para o setor da energia. As ações da família EDP arrancaram em terreno negativo, mas rapidamente passaram para o outro lado da linha de água. Os títulos da empresa liderada por António Mexia sobem agora 0,47% para 3,398 euros e os da EDP Renováveis 0,55% para 9,15 euros. As ações da Galp Energia valorizam 0,61% para 14,035 euros, no dia em que a petrolífera divulgou os dados preliminares do segundo trimestre do ano.

No retalho, as ações da Sonae estão a subir 0,86% para 0,882 euros e as da Jerónimo Martins 0,55% para 14,74 euros. E os títulos do BCP estão a avançar 0,67% para 0,2861 euros.

Do outro lado da linha de água, estão as ações da Corticeira Amorim, que recuam 0,20% para 9,9 euros.

(Notícia atualizada às 8h20).

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Amorim ainda não recebeu um cêntimo do banco no Brasil

  • ECO
  • 15 Julho 2019

O Banco Luso-Brasileiro, onde o Grupo Amorim entrou em 2012 e detém 43%, continua sem distribuir dividendos, mesmo com lucros acumulados de 20,3 milhões de euros nos últimos cinco anos.

Já lá vão mais de sete anos desde que o Grupo Amorim entrou para o capital do Banco Luso-Brasileiro (BLB) mas, até à data, ainda não recebeu um único cêntimo. Mesmo com lucros acumulados de 23,6 milhões de euros nos últimos cinco anos, a instituição continua sem distribuir dividendos.

Foi em 2012 que o Grupo Américo Amorim passou a deter 33% do capital do Banco Luso-Brasileiro, investindo 50 milhões de reais (11,8 milhões de euros), mas essa participação acabou por aumentar dois anos depois através de um aumento de capital.

O banco encerrou o último exercício em terreno positivo pelo quinto ano consecutivo, acumulando cerca de 100 milhões de reais (23,6 milhões de euros) nos 30 meses posteriores à entrada do acionista português, avança o Jornal de Negócios (acesso pago). No ano passado, registou um resultado líquido de 23 milhões de reais (5,4 milhões de euros), somando 86 milhões de reais (20,3 milhões de euros) desde que começou a gerar lucros.

“Esta evolução evidencia que a reestruturação do banco, iniciada em 2012 com a entrada de novos acionistas, através da implantação de uma nova governança corporativa e de um novo modelo de negócio, foi bem-sucedida e vem apresentando bons resultados ano após ano”, lê-se no relatório e contas das instituição. Contudo, continua sem remunerar os seus acionistas. “Não ocorreu distribuição de dividendos no exercício de 2018”.

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Hoje nas notícias: Aviões da TAP, banca e deputados

  • ECO
  • 15 Julho 2019

Dos jornais aos sites, passando pelas rádios e televisões, leia as notícias que vão marcar o dia.

Depois das várias notícias a dar conta de cheiros estranhos a bordo dos novos aviões da TAP, a Airbus admite falhas. O dia fica ainda marcado pelas considerações do Tribunal de Contas Europeu sobre o regulador europeu da banca. O Grupo Amorim ainda não recebeu um cêntimo do Brasil e há 2,7 milhões isentos de taxas moderadoras. Já os deputados ganham, em média, mais de seis mil euros para ir a casa.

Airbus admite falha nos novos aviões da TAP

A Airbus detetou falhas nos novos aviões da TAP, depois de terem sido sentidos cheiros estranhos nos novos A330 Neo comprados pela companhia aérea nacional. Em carta enviada à TAP, a fabricante reconhece esses problemas, mas adianta que já adotou medidas mitigadoras deste efeito, tanto em terra como durante a descolagem do avião. “Durante a fase de testes de voo, identificámos que o arranque do motor poderia gerar odores na cabina”, escreveu a Airbus. Leia a notícia completa no Diário de Notícias (acesso pago).

Regulador europeu da banca sem recursos para “plena supervisão”

O Tribunal de Contas Europeu (TCE) identificou várias falhas no trabalho da Autoridade Bancária Europeia (EBA) na execução dos testes de stress aplicados às instituições bancárias do Velho Continente. Numa auditoria recente, o TCE considera haver falta de coordenação no seio da EBA, pouco envolvimento no processo e ausência de informação relevante nos relatórios. Isto num cenário de recursos escassos que impedem a EBA de “exercer plena supervisão”, critica o TCE. Leia a notícia completa no Jornal de Negócios (acesso pago).

Deputados ganham seis mil euros para ir a casa

No último ano, as deslocações dos deputados à sua residência custaram à Assembleia da República 1,3 milhões de euros. Ou seja, em média, cada parlamentar recebeu 6.156 com este abono. Este ano, a despesa já está nos 803 mil euros, o que significa que, até julho, cada deputado já terá recebido em média 3.773 euros para viagens semanais a casa. De notar que as viagens são pagas ao quilómetro, não sendo necessário apresentar fatura da despesa. Leia a notícia completa no Jornal de Notícias (acesso pago).

Amorim ainda não recebeu dividendos do Banco Luso-Brasileiro

Pelo quinto ano consecutivo, o Banco do Grupo Américo Amorim fechou o exercício em terreno positivo, mas ainda não foi desta que distribuiu dividendos. “Não ocorreu distribuição de dividendos no exercício de 2018”, lê-se no relatório e contas. O Grupo Américo Amorim entrou, em 2012, no Banco Luso-Brasileiro, instituição que acumulou 20,3 milhões de euros em lucros nos últimos cinco anos, depois de ter perdido 23,6 milhões de euros nos 30 meses anteriores. Apesar desta recuperação, o grupo português continua sem receber um cêntimo do banco brasileiro. Leia a notícia completa no Jornal de Negócios (acesso pago).

2,7 milhões livres de pagar taxas moderadoras

Quase 2,7 milhões de portugueses não conseguem pagar taxas moderadoras por insuficiência económica, critério que mais isenta utentes do Serviço Nacional de Saúde (SNS) de pagar consultas e tratamentos. Estes dados foram cedidos pela Administração Central do Sistema de Saúde e ficam “em linha com o número de pobres em Portugal”. O segundo critério mais usado é “menores de 17 anos e 364 dias”, seguido pela “incapacidade igual ou superior a 60%”. Leia a notícia completa no Correio da Manhã (acesso pago).

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Airbus admite falhas nos novos aviões da TAP

  • ECO
  • 15 Julho 2019

A Airbus detetou problemas com óleo no motor e no sistema de ar condicionado dos aviões da TAP, problemas que estão na origem dos cheiros estranhos que têm sido detetados nos novos A330 Neo.

A Airbus detetou falhas nos novos aviões da TAP, depois de terem sido sentidos cheiros estranhos nos novos A330 Neo da companhia aérea nacional. Em carta enviada à TAP, a fabricante reconhece esses problemas, mas adianta que já adotou duas medidas mitigadoras deste efeito, tanto em terra como durante a descolagem do avião.

“Durante a fase de testes de voo, identificámos que o arranque do motor poderia gerar odores na cabina”, escreveu a Airbus, numa carta citada pelo Diário de Notícias (acesso pago). Numa utilização contínua superior a cem segundos, “algumas gotas de óleo poderiam ser libertadas no compressor de alta pressão”, o que provocaria “cheiro a óleo durante a fase de táxi, descolagem e subida”, continuou a Airbus.

A fabricante já adiantou ter adotado duas medidas no sentido de resolver estes problemas, tanto em terra como durante a descolagem do avião, diz o DN, e que estas falhas serão partilhadas com a Agência Europeia para a Segurança da Aviação (EASA, na sigla inglesa) no final de junho.

Mas foram também detetadas falhas no sistema de ar condicionado, o que poderá também estar na origem dos odores sentidos. A fabricante explicou que também esta situação já foi mitigada com tratamentos anticalor e maior circulação de ar para os aviões em operação.

Em declarações ao DN, a Airbus garantiu que, “no que diz respeito aos cheiros, foi formada uma task force, com a colaboração dos nossos fornecedores. As investigações técnicas estão já em curso para explorar uma lista exaustiva de potenciais causas do problema”.

Além disso, fica ainda por resolver o “mistério” das tonturas, vómitos, enjoos, desorientação, cansaço extremo e até sensação de desmaio sentidos pelos tripulantes da TAP durante os voos. Para isto, a Airbus não tem resposta. O sindicato dos tripulantes de bordo (SNPVAC) já ameaçou avançar com uma greve caso não haja medidas efetivas para resolver o problema.

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Associados da Mutualista Montepio votam contas de 2018

  • Lusa
  • 15 Julho 2019

Além da deliberação sobre as contas consolidadas de 2018, em que os lucros caíram para um milhão de euros, os associados deliberam e votam o parecer do conselho fiscal.

Os associados da Associação Mutualista Montepio Geral reúnem-se esta segunad-feira, em Lisboa, para debater e votar as contas consolidadas de 2018, ano em que os lucros caíram para um milhão de euros.

Em 2017, a mutualista tinha tido lucros de 831 milhões de euros de 2017 graças ao reconhecimento de créditos fiscais por ativos por impostos diferidos, recuperando face aos prejuízos de 151 milhões de euros de 2016.

Segundo as contas consolidadas de 2018, ainda nesse ano, os capitais próprios foram de 260 milhões de euros, abaixo dos 570 milhões de euros de 2017. Em 2016 os capitais próprios tinham sido negativos em 251 milhões de euros.

Além da deliberação sobre as contas consolidadas de 2018, os associados deliberam e votam o parecer do conselho fiscal.

No final de 2018, a Mutualista Montepio tinha 612.607 associados, menos quase 13 mil do que em 2017.

No relatório e contas é dito que a evolução do número de associados foi influenciada por vencimentos de séries da modalidade Montepio Capital Certo, a partir de abril de 2018, e pelas alterações nas condições das novas séries da modalidade Montepio Capital Certo.

A assembleia-geral está marcada para as 20:00 na Aula Magna, mas uma vez que para se iniciar a essa hora tem de ter pelo menos metade dos associados presentes, o que não deverá acontecer, arranca efetivamente às 21:00 horas (hora de Lisboa).

A Associação Mutualista Montepio Geral, que conta com mais de 600 mil associados, é o topo do grupo Montepio e tem como principal empresa subsidiária a Caixa Económica Montepio Geral, que desenvolve o negócio bancário.

É atualmente presidida por Tomás Correia, condenado pelo Banco de Portugal a pagar 1,25 milhões de euros.

A avaliação da idoneidade de Tomás Correia está a ser realizada pela Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões (ASF).

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AICEP aumenta rede de apoio às empresas portuguesas com nova delegação em Dublin

  • Lusa
  • 15 Julho 2019

AICEP reforça o "apoio às empresas exportadoras", nomeadamente através de informação recolhida "que permitirá às empresas perceberem melhor o mercado irlandês.

A Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP) inaugura esta segunda-feira a sua delegação em Dublin, Irlanda, numa cerimónia que conta com a presença do secretário de Estado da Internacionalização, Eurico Brilhante Dias.

“Para as relações bilaterais é um sinal positivo, as exportações para Irlanda têm crescido nos últimos anos, nós já cobríamos a Irlanda através do Reino Unido, mas não presencialmente e em permanência”, disse à Lusa o presidente da AICEP, Luís Castro Henriques.

Também em declarações à Lusa, o secretário de Estado da Internacionalização sublinhou que esta é “uma delegação num país importante onde a Agência não tinha ainda representação” e onde Portugal “multiplicou por dois o número de exportadores” nos últimos anos.

Em 2014, segundo dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), havia 879 exportadores portugueses para aquele mercado, número que mais que duplicou em 2018 para 1.876.

“Se olharmos bem para aquilo que é a tendência dos últimos anos, o número de operadores económicos que exporta para Irlanda duplicou e, portanto, é natural do ponto de vista do investimento direto estrangeiro e do apoio às empresas exportadoras” ter uma delegação em Dublin, sublinhou Eurico Brilhante Dias.

O governante destacou o facto de a Irlanda ser um “território de grande concentração de capital e de captação de investimento direto estrangeiro de várias origens”, o que justifica que Portugal acompanhe “com particular atenção” este mercado.

Com a abertura da delegação, que já estava prevista no plano estratégico, a AICEP reforça o seu “apoio às empresas exportadoras”, nomeadamente através de informação recolhida “que permitirá às empresas perceberem melhor o mercado e aí poderem delinear as estratégias corretas”, além de ser “agente ativo na captação de investimento direto estrangeiro”, salientou o secretário de Estado da Internacionalização.

“Temos tido investimento irlandês em Portugal”, sublinhou.

A abertura da delegação em Dublin é uma “boa notícia” para o país porque representa “um claro reforço da nossa representação diplomática”, acrescentou, apontando que as exportações de bens e serviços para a Irlanda superam os mil milhões de euros, com “um ligeiro superavit [excedente]” para Portugal.

“Vale a pena ter presença mais permanente para explorar e tentar capitalizar o crescimento que temos tido nestes últimos anos”, afirmou o presidente da AICEP, que adiantou que “nos últimos quatro anos as exportações [portuguesas para a Irlanda] cresceram mais de 15% ao ano”.

“São dados positivos e revelam uma escala que merece uma presença permanente da AICEP” na Irlanda, salientou Luís Castro Henriques.

Em 2018, as exportações de bens e serviços portugueses atingiram 1.086 milhões de euros e as importações 997,1 milhões de euros, o que representou um saldo da balança comercial positivo para Lisboa em 89,7 milhões de euros.

“Estamos a falar de uma balança comercial que já representa mais de 1.000 milhões de euros em exportações”, apontou o presidente da AICEP, que adiantou que os objetivos da nova delegação são “ficar a conhecer melhor o mercado para identificar oportunidades para as exportações”, “identificar oportunidades de produtos” para exportação e “identificar serviços” que as empresas portuguesas possam prestar neste mercado, nomeadamente na área tecnológica.

“A Irlanda também é um país para onde exportamos muitos serviços”, apontou, com estes a representarem um peso bastante significativo na balança comercial.

A balança comercial para a Irlanda “já é bastante diversificada”, o que inclui desde produtos metálicos, farmacêuticos, até calçado e vestuário.

“Há aqui oportunidade de expansão para outras áreas, nomeadamente a agroalimentar e também no setor das obras e infraestruturas e de materiais de construção”, salientou o responsável.

A inauguração da delegação da AICEP em Dublin faz parte da agenda do secretário de Estado da Internacionalização, que estará em missão até dia 16 de julho na República da Irlanda, onde além de contactos institucionais com o Governo irlandês irá também visitar a unidade da farmacêutica portuguesa Hovione naquele mercado.

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5 coisas que vão marcar o dia

No dia em que os motoristas de matérias perigosas se voltam a reunir com a ANTRAM, são publicados os dados sobre a atividade turística no mês de maio.

A semana arranca com mais um encontro entre os sindicatos dos motoristas de matérias perigosas e de mercadorias e a ANTRAM para discutir o novo acordo coletivo de trabalho, um encontro que pode resultar numa nova greve. Ainda esta segunda-feira, serão conhecidos os números referentes à atividade turística de maio, mas também as estatísticas de crédito ao consumo no mesmo mês, publicadas pelo Banco de Portugal. É ainda importante ressalvar que termina a primeira fase de candidaturas aos estágios profissionais do IEFP.

Motoristas de matérias perigosas reúnem-se com ANTRAM

A semana arranca com mais um encontro entre os sindicatos dos motoristas de matérias perigosas e de mercadorias e a Associação Nacional de Transportes Públicos de Mercadorias (ANTRAM) para discutir o novo acordo coletivo de trabalho, que tem estado na origem de uma nova ameaça de uma greve a 12 de agosto. Estas mesmas negociações deram origem à greve que aconteceu na altura da Páscoa, e que levou a uma crise de combustíveis em vários postos do país.

INE publica dados sobre atividade turística

O Instituto Nacional de Estatística (INE) publica esta segunda-feira os dados relativos à atividade turística em maio. No mês anterior, em abril, a Páscoa atraiu cerca de dois milhões de turistas que ficaram hospedados em Portugal. Este número representou um aumento de 9% no espaço de um mês. Já as receitas do turismo aumentaram 9,6% para os 331,5 milhões de euros.

Banco de Portugal revela estatísticas de crédito ao consumo

Esta segunda-feira é dia de o Banco de Portugal publicam estatísticas sobre o crédito ao consumo no mês de maio. Em abril, este indicador recuou para mínimos de sete meses, em que os bancos e as financeiras deram 563,7 milhões de euros em empréstimos, menos 8,7% face ao mês anterior. Esta queda deveu-se, sobretudo, ao recuo no crédito automóvel, que observou uma descida de 2% para os 233,403 milhões de euros.

Termina primeira fase de candidaturas aos estágios do IEFP

As empresas interessadas em admitir estagiários ao abrigo dos estágios profissionais do IEFP devem candidatar-se até às 18h desta segunda-feira, altura em que termina a primeira fase de candidaturas. A segunda fase arranca a 2 de setembro e termina a 20 de dezembro. Os estágios profissionais do IEFP têm a duração de nove meses e são remunerados.

Assembleia Geral extraordinária do Montepio

Os associados da Associação Mutualista Montepio Geral reúnem-se esta segunda-feira, às 20h, em assembleia-geral para aprovar as contas consolidadas de 2018. Foi um ano em que a instituição liderada por Tomás Correia registou lucros de um milhão de euros, com os capitais próprios a caírem para metade, dos 530 milhões para os 260 milhões de euros.

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Quer candidatar-se aos estágios profissionais do IEFP? Prazo termina às 18h00 de hoje

O prazo para empresas se candidatarem aos estágios profissionais do IEFP termina esta segunda-feira. Bolsas de estágio variam entre 522 euros e 806 euros e dirigem-se a jovens e desempregados.

Termina, esta segunda-feira, o prazo para as empresas apresentarem candidaturas aos estágios profissionais do Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP). No âmbito deste programa, as bolsas a atribuir aos estagiários variam entre 522,91 euros e 806,16 euros, consoante o nível de qualificação dos candidatos. As empresas interessadas podem apresentar as candidaturas podem de ser feitas através do portal online do IEFP, até às 18h00.

Em causa estão estágios de nove meses, não prorrogáveis, que pretendem incentivar a inserção de jovens no mercado de trabalho e a reconversão profissional de desempregados.

Neste sentido, este programa tem como destinatários desempregados inscritos nos serviços de emprego nas seguintes condições:

  • jovens com idades entre 18 e 30 anos, com qualificação de nível 3, 4, 5, 6, 7 ou 8 do Quadro Nacional de Qualificações (QNQ);
  • cidadãos com idades superiores a 30 anos, que se encontrem desempregados há mais de 12 meses e que estejam inscritos nos Centros Qualifica;
  • pessoas com deficiência e incapacidade;
  • pessoas que integrem uma família monoparental;
  • pessoas cujos cônjuges se encontrem igualmente inscritos no IEFP;
  • vítimas de violência doméstica;
  • refugiados;
  • ex-reclusos;
  • toxicodependentes em processo de recuperação;
  • e pessoas que tenham prestado serviço efetivo nas Forças Armadas;

No que diz respeito às bolsas de estágio, os valores variam entre os 522,91 euros e os 89616 euros, consoante o nível de qualificação do candidato. A essa bolsa acresce um subsídio de alimentação e seguro de acidentes de trabalho. O IEFP apoia no pagamento da bolsa (suporta 65% ou mais destes valores, dependendo da tipologia do destinatário e do promotor) e a entidade empregadora cobre a parte restante dos custos.

As candidaturas podem de ser ser feitas pelas empresas (pessoas singulares ou coletivas) interessadas em promover estes estágios através do portal online do IEFP e decorrem em duas fases: a primeira termina esta segunda-feira e a segunda deverá acontecer de 2 de setembro a 20 de dezembro.

Caso seja celebrado um contrato de trabalho sem termo com o estagiário, no prazo máximo de 20 dias úteis a contar da data de conclusão do estágio, é atribuída à empresa um prémio no valor de duas vezes a retribuição base mensal nele prevista, até ao limite de cinco vezes o Indexante dos Apoios Sociais.

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Motoristas de matérias perigosas e patrões voltam a reunir, mas estão demasiado distantes para qualquer entendimento

Governo não fez qualquer tentativa de aproximar as partes depois de sindicatos terem ameaçado com novo pré-aviso de greve. Posição de Pedro Nuno Santos ficou longe de agradar aos motoristas.

Os sindicatos independentes de motoristas e a associação nacional que representa as empresas de transporte rodoviário de mercadorias voltam a reunir esta segunda-feira, naquela que será a primeira vez que as partes estarão à mesma mesa desde que, há pouco mais de uma semana, os representantes dos camionistas recuperaram a ameaça de uma paralisação, prometendo um pré-aviso de greve para 12 de agosto. De lá para cá, porém, pouco ou nada mudou e o acordo entre patrões e motoristas parece a uma distância inalcançável.

Se, por um lado, a Associação Nacional de Transportadores Públicos Rodoviários de Mercadorias (ANTRAM) considera que o Protocolo Negocial, firmado a 17 de maio entre sindicatos e empresas, foi possível porque os motoristas deixaram cair as exigências de aumentos salariais automáticos de 100 euros em 2021 e em 2022, do lado dos sindicatos a visão é a oposta: ninguém abdicou de tais aumentos e mantém-se em vigor o primeiro quadro negocial assinado a 9 de maio — o documento que admite estes aumentos anuais para 2021 e 2022. E na reunião de esta segunda-feira, nem um nem outro admitem recuar neste ponto, referiram ao ECO.

Depois de várias reuniões entre as partes nos últimos três meses, no início de julho os sindicatos envolvidos convocaram os seus associados para um congresso que teve lugar a 6 de julho, com os motoristas presentes a aprovarem a proposta de novo Contrato Coletivo de Trabalho (CCT) para o setor a ser apresentada na reunião desta segunda-feira. Além de uma atualização de 250 euros na remuneração já em 2020, esta proposta também prevê os aumentos anuais automáticos para os dois anos seguintes.

Mas além da proposta de CCT, os motoristas reunidos no Congresso mandataram igualmente os sindicatos para levar um pré-aviso de greve para a reunião, ameaçando paralisar a partir de 12 de agosto e até à entrada em vigor do novo CCT. Este pré-aviso não só já está escrito, como será entregue ainda esta segunda-feira aos serviços da DGERT caso a reunião de não evolua favoravelmente para as pretensões dos motoristas.

Declaração de 9 de maio? Protocolo de 17 de maio? Como assim?

A melhor forma de perceber, ou ficar mais perto de perceber, o que divide agora patrões e sindicatos é olhar para as declarações conjuntas e protocolos negociais assinados entre as partes a que ambas se reportam agora para reforçar a sua razão.

A 9 de maio, e graças à intermediação do ministério das Infraestruturas e Habitação, de Pedro Nuno Santos, o SNMMP e a ANTRAM chegaram a um acordo de princípio para uma Declaração Conjunta, declaração que iria balizar as negociações entre as partes para um novo CCT, a ser fechado até ao final do ano. Apesar de aceite pelos representantes de trabalhadores e empresas, o acordo ficou ainda sujeito à “ratificação pelos signatários junto dos seus respetivos associados e filiados”, explicava então o MIH.

E, se do lado dos motoristas não houve qualquer entrave à ratificação, já do lado das empresas o cenário foi distinto. “De dezembro de 2019 para janeiro de 2020, as empresas vão aumentar os motoristas em 250 euros entre as várias rubricas, tal como acordado. Mas disseram não ter capacidade financeira para assegurar os aumentos de 100 euros em 2021 e depois em 2022”, conforme explicou André Matias de Almeida, advogado e representante da ANTRAM, ao ECO.

Face a este percalço, as partes voltaram à mesa das negociações, tendo desta nova ronda negocial resultado na assinatura de um Protocolo Negocial, a 17 de maio. Neste documento já não surge o ponto sobre os aumentos automáticos de 100 euros em 2021 e 2021 presente na Declaração de 9 de maio. No entender da ANTRAM, esta é a prova de como o SNMMP acatou as preocupações face ao impacto daqueles aumentos na situação económica das transportadoras, tendo deixando cair os mesmos. Mas para o SNMMP, não foi nada disso.

“Nunca deixámos cair [os aumentos salariais de 100 euros]. O que o segundo documento diz é que se ‘concretiza’ o acordo de princípio assinado anteriormente. Nunca deixámos cair essa reivindicação, é falso“, explicou Pedro Pardal Henriques, advogado do SNMMP, ao ECO. “É clara má-fé dizer que abdicámos desses aumentos”, acusa mesmo.

De facto, e entre os considerandos do protocolo, é referido “que o acordo de princípio” celebrado a 9 de maio, e que “ficou condicionado à apresentação e/ou aprovação do mesmo por parte dos filiados e dos associados, respetivamente do Sindicato e da ANTRAM, é agora concretizado“. Porém, adiante, e na parte dedicada às cláusulas pecuniárias a ser negociadas, não há qualquer referência a discussões sobre aumentos salariais de 100 euros em 2021 e 2022, falando-se apenas na revisão salarial de 2020 e de como os futuros aumentos salariais ficarão indexados à evolução do salário mínimo.

Reunião para debater alhos e bugalhos

Por esta explicação sucinta, é fácil perceber que na reunião de esta segunda-feira as duas partes estão em posições demasiado longínquas para que se possa antecipar um qualquer entendimento até porque, confirmaram os representantes do SNMMP e também da ANTRAM, até sexta-feira o MIH não contactou nenhum dos lados para procurar um certo apaziguamento antes da reunião de segunda-feira — isto quando o representante do Governo nas negociações poderia ser o desbloqueador para se entender o que as partes realmente acordaram no Protocolo de 17 de maio.

Desta forma, a ANTRAM conta entrar na reunião para debater cláusulas não pecuniárias, já que considera que as pecuniárias já estão fechadas, ao passo que os sindicatos vão para a reunião à procura de assegurar a cláusula pecuniária que lhes assegura aumentos de 100 euros anuais em 2021 e 2022. E ambas asseguram que não abdicam destes pontos.

“A discussão, dentro do previsto no segundo protocolo, de 17 de maio, será sobre as cláusulas não pecuniárias, ou seja, a forma como deverão ser refletidas no CCT”, avançou André Matias de Almeida, da ANTRAM, ao ECO. Além disso, a ANTRAM ainda aguarda por uma contraproposta do próprio Sindicato Independente dos Motoristas de Mercadorias, que adiou uma reunião prevista para 2 de julho.

Por seu turno, os sindicatos vão puxar pelas cláusulas pecuniárias. “Vamos apresentar o que foi deliberado pelos sócios no Congresso e questionar a ANTRAM se vai ou não assumir o que acordou connosco“, explicou Pedro Pardal Henriques ao ECO. E, caso a ANTRAM “se mantenha irredutível, então entregaremos o pré-aviso de greve na DGERT”, assegurou.

Os representantes de ambas as partes coincidiram apenas num ponto: apesar de novo crescendo de tensões, e da iminência de uma nova paralisação de motoristas em pleno agosto, não houve qualquer contacto ou tentativa de aproximação patrocinada pelo MIH na última semana e meia que, todavia, terá um representante presente na mesma negociação. Contudo, e apesar da inexistência de qualquer contacto por parte do ministério de Pedro Nuno Santos, as últimas declarações do ministro sobre o caso caíram mal entre os motoristas.

“O ministro disse que o Governo português vai tomar todas as medidas para defender o povo português, mas parece que se esqueceu que os 50 mil motoristas também são cidadãos que devem ser defendidos”, lembrou Pardal Henriques, ao ECO.

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“É incompreensível a Caixa ter sido usada em jogos de poder”, diz Cecília Meireles. CDS entrega hoje relatório do inquérito

CDS entrega hoje relatório do inquérito à Caixa, após comissão onde Cecília Meireles esteve em destaque. A deputada centrista fala em “jogos de poder” no banco público no tempo de Sócrates.

Foi um dos momentos mais polémicos da comissão parlamentar de inquérito à recapitalização da Caixa Geral de Depósitos (CGD). E ainda hoje Joe Berardo estará arrependido do sarcasmo com que respondeu a Cecília Meireles na audição do comendador no passado dia 10 de maio.

– “Se os bancos executarem os títulos da Associação Coleção Berardo, ficam com maioria, não é?”, questionou Cecília Meireles, quando a audição ao empresário durava já há quase quatro horas.

– “Ah, ah, ah”, reagiu Berardo, juntando mais um episódio ao rol de posições polémicas que mereceram a crítica de vários lados, incluindo Presidente da República e primeiro-ministro.

Durou cerca de 22 minutos aquele que foi o segundo round no Parlamento entre Cecília Meireles e Joe Berardo, durante o qual a deputada tentou encostar o comendador à parede para perceber a “golpada” na Associação Coleção Berardo. O comendador acabaria por revelar que foi o tribunal a decidir alterar os estatutos, uma decisão que está agora na mira do Ministério Público. E ainda que fez aumentos de capital na associação que tiraram poder aos bancos dentro da instituição.

Para Cecília Meireles, uma das deputadas-sensação no inquérito à Caixa, o depoimento de Joe Berardo no Parlamento (onde a intervenção da deputada terá sido a mais contundente em toda a comissão) nem foi o mais revelador da má gestão no banco público.

Na sua opinião, foi na audição de Teixeira dos Santos, antigo ministro das Finanças do governo de José Sócrates, que se tornou “absolutamente transparente que o papel oficial do Governo – representante do Estado, o acionista da CGD – era não ter qualquer visão estratégica, ser completamente indiferente ao papel económico na forma como a CGD era gerida e, sobretudo, não ter qualquer preocupação com as consequências futuras da gestão que estava a ser feita no presente”.

Ao ECO, a deputada centrista e colega de partido de João Almeida, que entrega esta segunda-feira as conclusões preliminares do inquérito à Caixa, considera que “é incompreensível que a CGD tenha apostado em negócios imobiliários e tenha sido utilizada como instrumento em jogos de poder de vários grupos económicos (inclusive grupos financeiros, pondo até em causa a sustentabilidade do sistema), e que o ministro da tutela afirme que o Governo nada tinha a ver com isso”.

10 momentos que marcaram o inquérito à Caixa

http://videos.sapo.pt/o0h62HEM7ghbucWCHMNR

“Inquérito foi conclusivo, mas Parlamento não é tribunal”

Cecília Meireles não falhou nenhuma das 36 audições no Parlamento. Foram mais de 130 horas de interrogatório a várias personalidades que conheceram de perto a realidade do banco público.

Diz que a comissão parlamentar de inquérito foi conclusiva porque permitiu “perceber os contornos de muitos dos negócios e concessões de crédito que conduziram a perdas significativas, bem como identificar diferentes graus de responsabilidade (e responsáveis) entre administradores, Governo e Supervisão”. De acordo com o relatório da auditoria da EY, que deu origem à comissão de inquérito, os principais créditos ruinosos, entre os quais Vale do Lobo, Fundação Berardo ou Artlant, geraram perdas de 1.200 milhões de euros à Caixa.

"É incompreensível que a CGD tenha apostado em negócios imobiliários e tenha sido utilizada como instrumento em jogos de poder de vários grupos económicos (inclusive grupos financeiros, pondo até em causa a sustentabilidade do sistema), e que o ministro da tutela afirme que o Governo nada tinha a ver com isso.”

Cecília Meireles

Deputada do CDS-PP

Ainda assim, lembra Cecília Meireles que “uma comissão de inquérito não é um tribunal”, e que retirar outro tipo de consequências já ultrapassa o papel dos deputados. Neste momento o Banco de Portugal está a apurar responsabilidades contraordenacionais e o Ministério Público a investigar responsabilidades civis.

Com o fim da terceira comissão à vista, a deputada do CDS afirma que muito do que se fez agora poderia ter sido feito na primeira comissão de inquérito (que terminou sem que os deputados pudessem ter acesso ao relatório da EY), lamentando por isso que se tenha perdido uma oportunidade para esclarecer o que se passou no banco público.

Mas diz que não descansou até apurar “assuntos que enquanto não são esclarecidos sempre enfraquecem as instituições”. E é, nesse sentido, que “a forma como algumas coisas se tornaram mais claras fortalece a CGD”, frisa Cecília Meireles.

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