Soflusa em greve. Trabalhadores pedem contratação de mais profissionais

  • Lusa e ECO
  • 23 Maio 2019

Mestres da Soflusa fazem quinta e sexta-fera greve parcial de três horas por turno e greve às horas extraordinárias. Barreiro anunciou o aumento das ligações rodoviárias dos transportes público.

Os mestres da Soflusa, empresa responsável pelas ligações fluviais entre Barreiro e Lisboa, iniciam esta quinta-feira uma greve parcial, de três horas por turno, pela contratação de novos profissionais, que se prolonga até sexta-feira e implicará perturbações no serviço.

Os mestres da empresa começam também hoje uma greve às horas extraordinárias, que se deve prolongar até final do ano, devido à “falta de profissionais”.

Na sua página na internet, a Soflusa informou que, nestes dois dias, o transporte a partir do Barreiro apenas será assegurado entre as 00h05 e a 01h30, às 05h05, entre as 09h30 e as 17h45 e das 22h00 às 23h30.

Segundo Carlos Costa, da Federação dos Sindicatos dos Transportes e Comunicações (Fectrans), todos os mestres da Soflusa aderiram de manhã à paralisação parcial de três horas por turno, ou seja, 21 trabalhadores. Entre as 05h05 e as 09h30 foram suprimidas todas as ligações entre o Barreiro e Lisboa, contudo, segundo o sindicalista o ambiente manteve-se tranquilo e “não existiu qualquer conflito” com os passageiros. Uma informação que foi confirmada oficialmente pela empresa à Lusa. “Foram suprimidas 40 carreiras”, o que corresponde a uma adesão de 100%, revelou a empresa.

Em 10 de maio, as ligações fluviais entre o Barreiro e Lisboa começaram a ser suprimidas pela falta de mestres, o que levou a empresa a anunciar, quatro dias depois, não conseguir prever quando iria repor o serviço.

Na quarta-feira, o município do Barreiro anunciou o aumento das ligações rodoviárias dos transportes públicos à estação ferroviária devido à greve.

“A Câmara Municipal do Barreiro vai reforçar os transportes públicos no concelho nesta quinta-feira e sexta-feira devido à redução de oferta de transporte fluvial anunciada pela Soflusa, através do aumento das ligações com a estação ferroviária de Coina”, refere a autarquia do distrito de Setúbal em comunicado, adiantando que “os Transportes Coletivos do Barreiro vão reforçar os seus serviços entre as 06:15 e as 09:00 e entre as 18:20 e as 20:50, através da introdução temporária de 25 novas carreiras”.

Negociações vão ser reabertas

Na quarta-feira, depois de uma reunião entre os sindicatos e o secretário de Estado Adjunto e da Mobilidade, José Mendes, a Fectrans anunciou que as negociações na empresa vão ser reabertas, contudo, não foi o suficiente para pôr termo à greve.

“As negociações não foram reabertas para a questão específica. Houve uma reabertura, uma espécie de pré-conclusão sobre o que já se tinha acordado sobre o regulamento de carreiras, mas sobre a questão específica dos mestres, não. Não foi falada qualquer coisa”, revelou Carlos Costa.

No âmbito da reunião entre o secretário de Estado e os sindicatos dos trabalhadores, foram abordadas as matérias laborais transversais à empresa e as matérias que são objeto do pré-aviso de greve dos mestres da Soflusa, o que resultou num acordo em relação a três matérias, designadamente regulamento de carreiras, negociações salariais e contratação de pessoal.

Relativamente à contratação de pessoal, o governante deixou a promessa de “reforçar os recursos humanos na Soflusa, portanto na área marítima, de forma a contratar até seis novos recursos”, a que acrescem os quatro contratados recentemente e que deram origem à abertura de um concurso interno para quatro mestres para os navios que asseguram o transporte fluvial entre Barreiro e Lisboa.

Apesar desta promessa, o sindicalista referiu que “a valorização da categoria de mestre não foi falada”.

(Notícia atualizada às 14h04 com com a reação da empresa)

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Raize quer as suas poupanças. Mas dá taxas competitivas?

A Raize negociou com o Banco Português de Gestão depósitos dos seis meses aos três anos. Os juros chegam a 1,25%. Há melhores ofertas no mercado?

Numa altura em que as remunerações oferecidas pelos depósitos a prazo estão nas “ruas da amargura”, a Raize já deu o pontapé de saída para o seu marketplace de depósitos a prazo, com o objetivo de garantir remunerações mais atrativas para os clientes da banca. A partir desta quarta-feira, a fintech está a distribuir quatro depósitos a prazo, que oferecem remunerações que vão de um mínimo de 0,5% a um máximo de 1,25%. Mas será que esses produtos são mais atrativos do que a oferta disponível no mercado?

Desde esta quarta-feira que é possível subscrever através do site da Raize quatro depósitos a prazo do Banco Português de Gestão, entidade com que a fintech negociou uma remuneração a oferecer aos clientes que subscreverem aqueles produtos.

Estes novos depósitos têm maturidades a seis meses, um, dois e três anos e estão disponíveis para montantes de aplicação entre o mínimo de cinco mil euros e o máximo de 100 mil euros por depositante.

A rentabilidade oferecida é crescente quanto mais alargado for o horizonte da aplicação. No depósito a seis meses é oferecida uma taxa de juro bruta de 0,5%, já na maturidade a um, dois e três anos são concedidas remunerações brutas de 0,75%, 1,125% e 1,25%, respetivamente.

Numa ronda pela oferta disponível no mercado, é possível encontrar remunerações mais atrativas no caso dos depósitos com maturidade até dois anos, apesar de apenas em dois bancos. Apenas no caso do depósito a três anos, as condições da oferta negociada entre a Raize e o Banco Português de Gestão são as mais competitivas.

Com base nos dados sobre a remuneração dos depósitos a prazo disponibilizados pela Proteste Investe não foi possível identificar nenhum produto a oferecer uma taxa de juro mais elevada. Em termos práticos, os 1,25% brutos (0,9% líquidos) para uma aplicação de cinco mil euros correspondem a um retorno líquido para o cliente de 135 euros ao fim do prazo de três anos.

No caso das maturidades mais curtas, foi possível identificar alguns, apesar de poucos, produtos com remunerações mais atrativas face à oferta intermediada pela Raize.

Para aplicações a dois anos, a taxa bruto de 1,125% disponibilizada pela Raize fica aquém do juro oferecido em dois produtos do BNI Europa. Em específico, o depósito “Campanha Páscoa” atualmente ainda disponibilizado por aquele banco e que remunera a uma taxa bruta de 1,6% e 1,35%, respetivamente, nas versões não mobilizável e mobilizável.

Prazos mais curtos, mais concorrência

Se a três e dois anos a proposta da Raize tem pouca concorrência no mercado, quando as maturidades encolhem aumenta o número de instituições com taxas que superam as da fintech.

Para o prazo de um ano, foram identificados dois depósitos do Banco Invest a oferecer juros mais altos: especificamente o “Invest Choice Novos Clientes” e o “Invest Mais”. Oferecem remunerações brutas de 1,2% e 0,9%, respetivamente. Essa última taxa também oferecida num depósito a um ano do BNI Europa. Ou seja, valores acima dos 0,75% concedidos na oferta da Raize.

Para seis meses, a oferta disponível aponta para a existência de três depósitos a prazo com remunerações acima dos 0,5% garantidos pela Raize. É o que se passa novamente com o “Invest Choice Novos Clientes” e o “Invest Mais”, do Banco Invest, cujas taxas brutas são de 1,2% e 0,7%, respetivamente. Acontece também no Depósito BNI Europa, que remunera a um juro bruto também de 0,7%.

Qualquer das propostas mais competitivas identificadas acima são por parte de bancos pequenos que procuram reforçar a sua carteira de clientes. Por isso é fácil de perceber que paguem mais pelos depósitos do que o resto da concorrência — a taxa média a um ano está em mínimo histórico, nos 0,13%. Nos bancos de maior dimensão não há propostas mais atrativas do que aquela que a Raize está a disponibilizar, havendo mesmo instituições que não pagam nada.

A favor da oferta que é assegurada pela Raize destaca-se ainda o facto de não implicar custos para os clientes: designadamente custos de constituição, manutenção, transferência ou encerramento. De salientar que este tipo de custos podem “comer” a remuneração garantida pelos depósitos, sendo que em alguns casos as comissões das contas podem mesmo ditar um resultado negativo com as poupanças deixadas a prazo.

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5 coisas que vão marcar o dia

Banco de Portugal entrega no Parlamento a lista dos grandes devedores dos bancos ajudados pelo Estado. Europeus começam a votar nas eleições para o Parlamento Europeu.

O Banco de Portugal entrega esta quinta-feira no Parlamento a lista dos grandes devedores dos bancos que foram ajudados pelo Estado nos últimos anos. Ainda por cá, o Conselho de Finanças Públicas divulga o relatório sobre a evolução orçamental da Segurança Social. O dia fica também marcado pelo início das eleições europeias. Mas há mais destaques na agenda.

Banco de Portugal entrega lista dos grandes devedores

O Banco de Portugal entrega no Parlamento a lista dos grandes devedores. São pelo menos dois os documentos que chegarão à Assembleia da República: um público – que o Banco de Portugal divulgará no seu site – com informação agregada – e outro confidencial para os deputados, no qual estão discriminados os créditos problemáticos e outros ativos que deram problemas à banca e levaram à ajuda pública (por exemplo, dívida pública).

Como está a Segurança Social?

O Conselho de Finanças Públicas divulga o relatório com a análise à evolução orçamental da Segurança Social e da Caixa Geral de Aposentações no ano passado. O documento será divulgado ao final da tarde.

Mota-Engil e Inapa reúnem acionistas

No plano empresarial, Mota-Engil e Inapa realizam ao início da tarde assembleias gerais. Os acionistas de ambas as empresas são chamados a votar, entre outros pontos, os relatórios e contas relativos ao ano passado. A construtora teve lucros de 24 milhões e vai voltar a pagar dividendos. A papeleira registou prejuízos de 3,6 milhões em 2018.

Antram e sindicato dos transportes continuam negociações

A Associação Nacional de Transportadores Públicos Rodoviários de Mercadorias (Antram) e a Federação dos Sindicatos de Transportes e Comunicações (Fectrans) reúnem-se para discutir a revisão de alguns aspetos contratuais relativos ao contrato coletivo de trabalho assinado em setembro.

Reino Unido e Holanda elegem eurodeputados

Em Portugal, as eleições europeias decorrem apenas no próximo domingo. Entretanto, no Reino Unido e na Holanda, os eleitores fazem esta quinta-feira as suas escolhas para o Parlamento Europeu. As eleições de 2019 servem para escolher 705 deputados ao Parlamento Europeu, mantendo Portugal os 21 assentos que tem na atual legislatura, e, à partida, eleger o futuro presidente da Comissão Europeia.

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Dez perguntas e respostas sobre o arrendamento acessível

A pouco tempo de arrancar o Arrendamento Acessível, o ECO dá-lhe a conhecer alguns dos detalhes já conhecidos deste programa que procura tornar mais acessível as rendas para as famílias portuguesas.

O Programa de Arrendamento Acessível (PAA) está a chegar. Já foi publicado em Diário da República, entrando em vigor dentro de algumas semanas, período durante o qual terão ainda de ser aprovados os diplomas regulamentares. Há ainda algumas dúvidas, mas já é possível dar algumas respostas sobre este programa que pretende tornar mais acessíveis as rendas para as famílias portuguesas.

O ECO preparou um conjunto de questões sobre este programa, apresentando-lhe as respostas possíveis à luz da informação que foi avançada tanto sobre as candidaturas, as regras definidas mas também sobre os valores a praticar.

O que vai mudar?

Ao abrigo do Programa de Arrendamento Acessível (PAA) vai ser criada uma oferta de arrendamento a preços inferiores aos praticados no mercado e acessíveis para os arrendatários.

Quando arranca este programa?

O Decreto-Lei que cria o PAA já foi publicado em Diário da República. O programa arranca no início do segundo semestre do ano, ou seja, a 1 de julho.

Quem pode aceder a este programa?

Qualquer pessoa, família ou grupo de pessoas que pretendam aceder a alojamento no âmbito do programa, podem registar-se na respetiva plataforma eletrónica a sua candidatura a alojamento. Da mesma forma, qualquer pessoa individual ou coletiva, pública ou privada, pode disponibilizar alojamentos para arrendamento no âmbito do PAA, inscrevendo o alojamento na plataforma eletrónica que será criada.

Também os estudantes ou formandos inscritos em cursos de formação profissional podem assumir a condição de candidatos, mesmo que não possuam rendimentos próprios, desde que o pagamento da sua parte da renda seja assegurado por pessoa que reúna condições para ser candidata ao programa.

Que possibilidades de arrendamento existem?

Os contratos de arrendamento podem destinar-se a residência permanente (prazo mínimo: 5 anos) ou residência temporária de estudantes universitários ou de formandos inscritos em cursos de formação profissional (prazo mínimo: 9 meses).

Os alojamentos a arrendar no âmbito deste programa podem ter a modalidade de: “habitação” (uma casa ou um apartamento) ou “parte de habitação” (por ex., um quarto, com direito de utilização das instalações sanitárias, da cozinha e das áreas comuns). No âmbito deste programa, todos os alojamentos devem cumprir condições mínimas de segurança e conforto, sujeitas a verificação pelos arrendatários.

Qual o preço da renda mensal?

A renda deve ser pelo menos 20% inferior ao Valor de Referência do Preço de Renda (VRPR) aplicável a cada alojamento, refere o diploma. Este é um dos regulamentos que ainda terá que ser aprovado, mas prevê-se que o VRPR resulte de vários fatores, como a mediana de preços divulgada pelo INE, a área do alojamento, a tipologia e outras características específicas (por ex., o grau de eficiência energética, a existência de estacionamento, o equipamento e mobílias, a existência de elevadores, etc.).

É preciso ter um nível mínimo de rendimentos?

O Decreto-Lei publicado em Diário da República prevê que as famílias candidatas estarão sujeitas a um limite máximo de rendimentos, bem como a uma taxa de esforço. A renda de um alojamento deve situar-se ainda no intervalo entre 15% e 35% do Rendimento Médio Mensal (RMM) do agregado, sendo considerado o rendimento de um ano inteiro e divido, depois, por 12.

Como é celebrado o contrato de arrendamento?

O contrato de arrendamento é celebrado livremente entre o prestador (senhorio), e todos os candidatos a arrendatários. O prestador e os candidatos podem encontrar-se diretamente, através da plataforma eletrónica do PAA ou através de mediador imobiliário. O contrato de arrendamento é registado no Portal das Finanças e enviado de seguida à Entidade Gestora do PAA, para acesso ao benefício fiscal.

Quais as vantagens do programa para os proprietários?

Face ao arrendamento em geral, o PAA confere vantagens como a isenção total de IRS ou de IRC sobre as rendas cobradas. Mas também garantias reforçadas de segurança, entre as quais a existência de seguros obrigatórios (em condições mais favoráveis do que as atualmente existentes no mercado), que garantem o pagamento da renda em caso de incumprimento ou de quebra involuntária de rendimentos do arrendatário, bem como a proteção contra danos no locado.

Permite ainda aumentar a oferta de habitação para arrendamento a preços reduzidos, dando assim uma resposta às necessidades das famílias que não têm rendimentos suficientes para arrendar uma casa, bem como contribui para a estabilidade e segurança do mercado de arrendamento.

Quais os seguros obrigatórios?

No âmbito do programa de rendas acessíveis será obrigatório contratar seguros de arrendamento com as seguintes garantias:

  • Indemnização por falta de pagamento de renda;
  • Indemnização por quebra involuntária de rendimentos;
  • Indemnização por danos no imóvel.

A contratação da primeira garantia cabe ao senhorio, a contratação das restantes cabe aos arrendatários.

Os estudantes do ensino superior e os formandos inscritos em cursos de formação profissional que não possuam rendimentos próprios não são obrigados a fazer estes seguros.

Para que servem estes seguros?

Estes seguros reforçam a segurança de ambas as partes nos contratos de arrendamento. Garantem o pagamento da renda nos casos em que seja necessário instaurar um procedimento de despejo por falta de pagamento de renda, mas também o pagamento da renda em casos de quebra involuntária dos rendimentos dos inquilinos (morte, incapacidade ou desemprego de um dos inquilinos), a fim de lhes permitir o cumprimento do contrato por um período que lhes permita superar a situação. Possibilita ainda o pagamento de uma indemnização por estragos no imóvel que se verifiquem no final do contrato.

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Renda acessível pode pôr casas a 650 euros em Lisboa e 500 no Porto

Arrendamento Acessível poderá permitir poupar mais de 150 euros em Lisboa. Valor das rendas na capital pode baixar para 650 euros, havendo freguesias que podem ter casas a menos de 500 euros.

As rendas acessíveis definidas pelo Governo estão prestes a tornar-se uma realidade. Numa altura em que o mercado imobiliário está ao rubro, com os preços em máximos, as rendas estão em níveis cada vez mais incomportáveis para a maioria das famílias que poderão encontrar neste programa uma solução de habitação a valores acessíveis. É que, considerando a base que será utilizada para definir os valores de arrendamento, poderão entrar no mercado casas a 400 euros… 500 euros no Porto ou 650 em Lisboa.

Ainda faltam conhecer todos os detalhes que vão ser considerados na definição dos valores a que as casas vão entrar no mercado de arrendamento acessível, nomeadamente fatores como a área ou a tipologia dos alojamentos. Mas, para já, o Decreto-lei que cria o Programa de Arrendamento Acessível dá uma pista: o valor terá por base a mediana de preços de arrendamento divulgada pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), apesar das críticas dos proprietários à falta de adesão à realidade destes números.

Partindo dos valores praticados nos 12 meses terminados no final de 2018, e tendo em conta que um dos critérios já sobejamente conhecidos é o de que o valor da renda deve ser, pelo menos, 20% inferior, o ECO fez as contas para saber quanto pode custar arrendar uma casa ao abrigo deste programa.

Tendo em conta que o valor mediano de arrendamento era de 4,80 euros por metro quadrado (m2) a nível nacional, e que a área média era entre 80 a 99 m2, a renda seria de 475,20 euros (para 99 m2). Com o desconto de 20%, este valor poderá cair para os 380,16 euros mensais. É uma poupança de 95 euros.

Mas o problema das rendas elevadas é maior nas grandes cidades, especialmente em Lisboa e no Porto. No caso da capital onde as casas têm, em média, 70 m2 e uma renda custa 812 euros mensais, as famílias poderão passar a pagar, em média, um valor de 649,60 euros, uma redução de mais de 150 euros.

Este valor poderá aumentar consoante as freguesias em que o imóvel está localizado. Santa Clara deverá ser a mais barata, com o valor do arrendamento a acessível a poder cair para 465,36 euros, enquanto Santo António continuará a exigir um esforço financeiro expressivo. Tendo em conta os valores de arrendamento atuais, a renda acessível poderá baixar para 789 euros.

Fonte: INE | Projeção das rendas acessíveis em Lisboa

Olhando para o Porto, as rendas poderão ser, claramente, mais baratas, tendo em conta que também os valores apresentados pelo INE estão bastante aquém dos praticados em Lisboa. Atualmente, arrendar uma casa com cerca de 80 m2 custa, em média, 628 euros na Invicta mas, com as rendas acessíveis, os descontos podem ser superiores a 100 euros, recuando o valor médio ao abrigo deste programa para os 502 euros.

Fonte: INE | Projeção das rendas acessíveis no Porto

Novamente, analisando freguesia a freguesia, os valores podem subir ou descer: Campanhã continuará a ser a zona mais barata para viver, com uma casa arrendada a poder passar a ter uma renda acessível de 396 euros por mês, enquanto a União das freguesias de Aldoar, Foz do Douro e Nevogilde será a mais cara, com rendas “reduzidas” a exigirem um pagamento mensal de 567,04 euros ao senhorio.

Taxa de esforço limita acesso

Para além do limite de 80% do Valor de Referência do Preço de Renda (VRPR), outro dos critérios definidos em Diário da República é que o valor da renda acessível se situe num intervalo entre os 15 a 35% do Rendimento Médio Mensal (RMM) do agregado. Ou seja, que as despesas não superem 35% do rendimento (taxa de esforço). O ECO foi fazer as contas tendo em conta essa limitação de 35% e usando como exemplo tanto uma pessoa que viva sozinha como um casal.

A nível nacional, tendo em conta que o rendimento médio líquido de um trabalhador estava nos 1.052,33 euros no final do ano passado (considerando o total do rendimento anual, dividido por 12 meses), de acordo com os dados do INE, este arrendatário poderá suportar uma renda média 368,32 euros por uma casa com 99 m2, o que fica ligeiramente aquém do valor das rendas acessíveis estimadas a nível nacional (380 euros). No caso de um casal, já será comportável: os 35% limitam a renda a 736,63 euros.

Olhando para Lisboa, apesar de os rendimentos serem superiores o valor das rendas também o é, isto mesmo considerando as acessíveis. O rendimento médio de 1.229,67 euros apenas consegue arrendar uma casa com um valor de 430,38 euros (assumindo a taxa de esforço de 35%), bastante aquém do valor médio de cerca de 650 euros das rendas acessíveis em Lisboa. Só um casal conseguirá cumprir com este critério — com o rendimento a aumentar para quase 2.500 euros, o teto da renda será de 860 euros, o que permitirá suportar uma casa em qualquer freguesia da capital.

No Porto, considerando que um trabalhador recebe 982,33 euros por mês, o valor máximo da renda que poderá ser suportada pelos arrendatários é de 343,83 euros, numa casa de 80 m2. Já um casal pode arrendar um imóvel até 687,63 euros. Se um agregado de apenas uma pessoa terá dificuldades, um de dois conseguirá pagar uma renda acessível em qualquer das freguesias da cidade Invicta.

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Arrendamento acessível? Proprietários e inquilinos vêem “preços acima do que as famílias podem pagar”

O Governo prepara-se para arrancar com o Programa de Arrendamento Acessível, mas tanto as associações de inquilinos como de proprietários desconfiam do sucesso desta iniciativa.

Há muito que o setor imobiliário tem vindo a pedir medidas que fomentem o mercado de arrendamento e, finalmente, o Governo prepara-se para dar resposta. Vai arrancar já em julho com o Programa de Arrendamento Acessível, que pretende fazer baixar os preços das rendas em todo o país, aliviando os bolsos das famílias. Mas, tanto do lado dos proprietários como dos inquilinos, a perspetiva é de que a medida está condenada ao fracasso.

“O que a Câmara de Lisboa tem vindo a fazer — vamos ver se consegue chegar a isso — com rendas entre os 200 e os 450 euros, isso sim são rendas acessíveis e possíveis de pagar por uma parte significativa da classe média“, começou por dizer ao ECO Romão Lavadinho, presidente da Associação dos Inquilinos Lisbonenses.

"O rendimento médio em Portugal das famílias anda nos 800 euros, mas o mínimo anda nos 600 euros. Temos mais de três milhões de pessoas a ganhar 600 euros. Um casal em que os dois ganhem o salário mínimo não tem condições para pagar uma renda de 650 euros.”

Romão Lavadinho

Presidente da Associação dos Inquilinos Lisbonenses

Para o responsável, o desconto de 20% face ao Valor de Referência do Preço de Renda (VRPR) não é suficiente. Mesmo com essa redução, o valor das rendas “é muito elevado para a maioria das famílias”. “O rendimento médio em Portugal das famílias anda nos 800 euros, mas o mínimo anda nos 600 euros. Temos mais de três milhões de pessoas a ganhar 600 euros. Um casal em que os dois ganhem o salário mínimo não tem condições para pagar uma renda de 650 euros”, explicou.

O ECO fez as contas para perceber quais os valores que poderão ser praticados nestas rendas acessíveis. Nas regiões em que esta questão do valor das rendas é mais premente, Lisboa e Porto, os preços poderão cair para 650 e 500 euros, respetivamente. Questionada sobre este nível de preços, a Associação Lisbonense de Proprietários tem uma opinião no mesmo sentido que a dos inquilinos: “esses valores continuam a estar bastante acima do que a maioria dos portugueses pode pagar por uma habitação”.

“Mais areia para os olhos” das pessoas

António Frias Marques, presidente da Associação Nacional de Proprietários, considera que esta iniciativa é “mais areia para os olhos” das pessoas. “Este Governo ainda não construiu a primeira casa para quem necessite dela. Em compensação tem inundado o Diário da República de leis. Nós de leis estamos bem servidos”, diz ao ECO, afirmando que “poucos ou nenhuns proprietários vão aderir a uma coisa destas”.

Romão Lavadinho, representando os inquilinos, também duvida do sucesso do Programa de Arrendamento Acessível. “São valores que podem ser aplicados, mas o problema que se coloca é quem é que vai colocar essas casas no mercado: o Estado ou os proprietários privados? Se forem os privados, que neste momento têm rendas especulativas, estes não vão aceitar que os inquilinos passem a pagar 500 euros quando podem receber mais. Se as casas foram do Estado, pensamos que é positivo, mas é insuficiente porque a maioria das famílias não consegue pagar esses valores”.

"Quanto à questão das vendas serem um valor ou outro, a partir do momento em que o proprietário aceder a entrar nesse programa, fica com uma canga na cabeça porque deixa de ser dono do prédio porque o Estado vai pôr lá quem entender.”

António Frias Marques

Presidente da Associação Nacional de Proprietários

O contrato de arrendamento é “uma coisa muito simples”, realizada entre “quem tem casa e precisa de dinheiro” e entre “quem não tem casa e tem dinheiro”, referiu António Frias Marques, da Associação Nacional de Proprietários, explicando que esta iniciativa se trata de um “arrendamento estatal, encharcado de burocracia”. “É burocracia até dizer chega”, desabafa, salientando que o prazo mínimo de cinco anos dos contratos “até nem é um problema”.

“Seja qual for o prisma, isto não é uma solução para o arrendamento”, sublinhou. Então qual é a solução? “Liberalizar o arrendamento, baixar os impostos sobre o imobiliário, o que permitiria aumentar a oferta do arrendamento e consequentemente baixar o valor das rendas”, responde a Associação Lisbonense de Proprietários.

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Preocupações com guerra comercial fazem tremer Wall Street

À medida que a tensão entre a China e os Estados Unidos aumenta, os receios dos investidores crescem também e pressionam os mercados.

A guerra comercial continua a preocupar os mercados. Apesar de os Estados Unidos terem adiado temporariamente as sanções à Huawei, notícias de que já há mais uma empresa chinesa na mira fazem aumentar a incerteza dos investidores, preocupados com as retaliações. Wall Street fecha em baixo, penalizado pelo setor tecnológico e pelo retalho.

Depois da Huawei, o alvo de restrições comerciais por parte dos Estados Unidos deverá ser uma fabricante chinesa de equipamentos de videovigilância, Hikvision. Numa altura de elevada tensão entre as duas potências mundiais, em que os aumentos nas tarifas sobre os produtos importados se começam a sentir, os receios crescem.

Perante esta incerteza, os índices fecharam em terreno vermelho. O industrial Dow Jones caiu 0,39% para os 25.775,73 pontos, enquanto o tecnológico Nasdaq recuou 0,45% para os 7.750,58 pontos. Já o alargado S&P 500 desceu 0,28% para os 2.856,25 pontos.

A Qualcomm foi das mais penalizadas, após ser conhecida a decisão do juiz num processo sobre práticas anticoncorrenciais da empresa. A conclusão foi que a Qualcomm cobrou a outras empresas preços demasiado altos pelas licenças para usar a sua tecnologia. Os títulos da empresa caíram 10,86% para os 69,31 dólares.

Outra das tecnológicas sob pressão é a Apple, que recuou 2,05% para os 182,78 dólares. Por outro lado, a travar maiores perdas, a Netflix avançou mais de 1%, e o Facebook subiu 0,27%. As restantes “gigantes” tecnológicas da bolsa, a Alphabet, dona da Google, e a Amazon registaram ganhos ligeiros de 0,12%.

No retalho, a Target brilhou depois da apresentação de resultados. Avançou 7,71% para os 77,56 dólares. Mas as quedas da Nordstrom, de 9,25%, da Lowe’s, de 11,85%, pesaram mais na balança do setor.

As minutas da reunião da Fed, que normalmente fazer movimentar os mercados, foram divulgadas nesta tarde, mas não tiveram grande impacto em Wall Street. A autoridade monetária norte-americana sinalizou que deveria manter a posição “paciente” face futuros ajustes da taxa diretora. É de ressalvar, no entanto, que a reunião tomou lugar antes do agudizar das tensões comerciais entre a China e os Estados Unidos.

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Ministra britânica demite-se. Aumenta pressão sobre Theresa May

  • Lusa
  • 22 Maio 2019

A primeira-ministra britânica irá apresentar um novo acordo para o Brexit, mas ainda não reuniu consenso. A ministra dos Assuntos Parlamentares demitiu-se do Governo por discordar com a proposta.

A ministra dos Assuntos Parlamentares britânica, Andrea Leadsom, anunciou esta quarta-feira a demissão do governo em desacordo com o plano da primeira-ministra, Theresa May, para tentar aplicar o Brexit.

“Não acreditamos que sejamos um Reino Unido verdadeiramente soberano através do acordo que é agora proposto”, alegou, numa carta enviada à chefe de governo. Leadsom, eurocética e pró-Brexit, foi a finalista vencida das eleições para a liderança do partido Conservador, em 2016, acabando por retirar-se a favor de Theresa May.

A primeira-ministra está sob intensa pressão dos seus próprios deputados para se demitir devido à dificuldade em apresentar um plano satisfatório para fazer o Reino Unido sair da União Europeia (UE). Anunciou esta quarta-feira no Parlamento que pretende publicar na sexta-feira a nova proposta de lei para o Brexit para que os deputados tenham tempo de a analisar antes de a votarem, no início de junho.

As novidades incluem garantias sobre a aplicação da cláusula de salvaguarda na Irlanda (conhecida como backstop), reforço de proteções na área laboral e garantias de que a legislação ambiental será preservada.

Contudo, a nova proposta já foi rejeitada pelo Partido Trabalhista, na oposição, com o líder, Jeremy Corbyn, a dizer que se trata de uma versão remodelada das mesmas ideias de anteriores soluções.

Também vários deputados Conservadores se mostraram desagradados com o facto de Theresa May ter incluído a possibilidade de um segundo referendo sobre o Brexit, considerando que essa estratégia os poderá levar a votar contra a nova proposta de acordo para a saída da União Europeia.

As três anteriores propostas de Brexit negociadas pela primeira-ministra britânica com Bruxelas foram rejeitadas por maiorias parlamentares, conduzindo a um impasse que obrigou Londres a prolongar o prazo de saída da União Europeia até 31 de outubro.

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Feira do Livro de Lisboa maior do que nunca, mais sustentável e mais inclusiva

  • Lusa
  • 22 Maio 2019

Este ano a Feira do Livro da capital vai ter um número recorde de pavilhões, mais de 320. A feira cresceu também fisicamente, ao aumentar a área em dois mil metros quadrados.

A 89.ª Feira do Livro de Lisboa, que decorre de 29 de maio a 16 de junho, no Parque Eduardo VII, atinge este ano o número recorde de 328 pavilhões, numa edição que se apresenta mais sustentável e inclusiva.

Este ano, a Feira do Livro de Lisboa (FLL) ganha 25 novos participantes, para um total de 138, 32 novos pavilhões, num total de 328 e mais 10 marcas editoriais, perfazendo 636 editoras e chancelas, anunciou esta quarta-feira o secretário-geral da Associação Portuguesa de Editores e Livreiros (APEL), Bruno Pacheco, na apresentação do evento.

“São quatro os adjetivos que qualificam esta Feira do Livro: mais, melhor, mais verde e mais familiar”, disse Bruno Pacheco, sublinhando que o número de pavilhões teve um crescimento superior a 11% e que o número de participantes aumentou cerca de 20%.

Ao todo, a FLL aumentou em dois mil metros quadrados, essencialmente nos espaços verdes, tendo crescido para o lado esquerdo da Alameda – de quem sobe o Parque Eduardo VII -, num espaço que será dedicado aos novos participantes. Alguns dos exemplos de participações nesta zona são a Ler Devagar, a Fundação EDP, o Museu de Arte Arquitetura e Tecnologia (MAAT), a Fundação Serralves e o Museu Coleção Berardo.

Outra novidade é o aumento das “praças editoriais”, ou seja, praças com pavilhões do mesmo grupo editorial, à semelhança do que já acontece com a Presença e a 2020, a Leya e a Porto Editora, e que este ano passam a ser também usadas pela Relógio d’Água e pela Almedina.

Pegando na questão dos espaços verdes, Bruno Pacheco frisou que esta vai ser uma feira “mais verde”, porque o mote deste ano é a sustentabilidade ambiental. “Estamos a ocupar espaços verdes e não só a zona de calçada portuguesa, e acreditamos que é para onde a feira se poderá direcionar no futuro”, afirmou.

Exemplo disso é a expansão, para além do espaço dedicado aos novos participantes, para a zona do relvado central, de onde foi removido o gradeamento e onde vão ser criadas “zonas ‘lounge’” com espreguiçadeiras.

Esta iniciativa pretende responder “ao desafio lançado no ano passado pelo presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Fernando Medina, no sentido de a Feira do Livro de Lisboa explorar o parque na sua plenitude”, disse. Entre as novidades sustentáveis para o planeta está também a disponibilização de sacos de papel reutilizáveis, numa parceria com a The Navigator Company, que vai distribuir 60 mil sacos de papel.

Na restauração, os utensílios descartáveis vão ser biodegradáveis, e em todo o percurso entre os corredores, os mil metros quadrados de alcatifa que era colocada no chão, nas anteriores edições, foram substituídos por piso reciclável, a ser usado nas próximas edições – como o que existe nos parques infantis -, feito a partir de 1.800 pneus reciclados.

Bruno Pacheco adiantou ainda que foi estabelecida uma parceria com a Universidade Nova de Lisboa que irá fazer uma avaliação das medidas ambientais a serem replicadas no futuro.

Numa edição que foi pensada também para pessoas com mobilidade reduzida, serão disponibilizadas cadeiras de rodas e andarilhos, da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, que estarão ao dispor, no pavilhão de informações da APEL. Ainda com o objetivo de tornar a feira mais acessível, vai ser criado um espaço para parqueamento e manutenção de bicicletas.

As famílias e as crianças voltam a ser um dos principais focos da feira, tendo sido criado uma zona onde podem “ter experiências sensoriais que se têm ao ler um bom livro”, afirmou Bruno Pacheco, adiantando que se trata de um percurso de entrada gratuita e com a duração de dez minutos. No que respeita à restauração, a oferta será mais diversificada, com oito novas opções numa total de 42 disponíveis.

Outra novidade é a existência de pontos para carregamento de telemóvel, afirmou o responsável da APEL, acrescentando que mais uma vez estará disponível a aplicação móvel gratuita “Feira do Livro de Lisboa”, para Android e iOS, através da qual o utilizador pode aceder ao mapa e pesquisar a programação e os livros, assim como haverá WI-FI gratuito nas principais praças do recinto.

A programação cultural foi reforçada, destacou Bruno Pacheco, apontando que, no ano passado, por esta altura (cerca de uma semana antes do início da feira), havia 400 marcações, tendo a FLL terminado com um total de 1.600 atividades culturais realizadas. “Hoje estamos com 800 marcações, o que leva a crer que o evento vai ter um aumento substancial de atividades”, disse.

Este ano mantêm-se as parcerias com a Fundação Francisco Manuel dos Santos, que se apresenta com uma programação reforçada, com o regresso da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, que terá programas de debate e sessões e música e dança, e com a rede de Bibliotecas Municipais de Lisboa (BLX), com uma programação muito direcionada para crianças, com um espaço renovado e melhorado.

De acordo com Isabel Monteiro, responsável da BLX, esta edição terá atividades em língua gestual e dirigida a invisuais, atividades feitas pela ILGA Portugal, clubes de leitura, dança, música e apresentação de livros. À semelhança dos anos anteriores, mantém-se a iniciativa para as crianças “Acampar com Histórias”, com pernoita na Estufa Fria de Lisboa e atividades que se prolongam pela feira.

Mantêm-se este ano vários espaços criados com sucesso nas edições anteriores, com o Espaço Bebé, o RefresCão, assim como a iniciativa Hora H, que continua com os descontos mínimos de 50%, em livros lançados há mais de 18 meses. A Hora H funciona de segunda a quinta-feira, na última hora da feira, ou seja, entre as 21:00 e as 22:00, mantendo-se, assim, a antecipação da hora de fecho, das 23:00 para as 22:00, decidida na edição anterior.

De regresso estará igualmente a iniciativa “Doe os seus livros”, em que os visitantes podem doar livros novos ou usados, que serão entregues a crianças e jovens de várias instituições de solidariedade social, disse Bruno Pacheco, revelando que no ano passado foram distribuídos 30 mil livros.

Ainda sobre os parceiros institucionais, o responsável assinalou a Embaixada da Rússia e representantes do Instituto do Livro de Espanha, e acrescentou ter sido surpreendido com um pedido da Bielorrússia, também para visitar a FLL.

Relativamente à programação, o secretário-geral da APEL destacou que no dia 01 de junho, Dia da Criança, haverá uma maratona de leitura de contos infantis, e um ‘show cooking’ para os mais novos, que consistirá num ‘workshop’ para mini ‘chefs’. No dia 07 de junho serão anunciados os vencedores da votação na “Livraria Preferida 2019″, uma iniciativa da APEL, coorganizadora da FLL, em conjunto com a Câmara Municipal de Lisboa. Em 2018, a Feira do Livro de Lisboa registou um total de 492 mil visitantes.

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Mexer nos juros? Fed vai ser “paciente” nos próximos tempos

A Fed vê a "atenuação de alguns indicadores económicos desde o final do ano passado pode ser sinal de um abrandamento significativo do crescimento da economia".

A Reserva Federal norte-americana (Fed) já não mexe na taxa de juro há algum tempo, e deverá continuar sem o fazer nos próximos meses. Nas minutas da última reunião a autoridade monetária volta a afirmar que vai ser “paciente” perante novos ajustes à taxa, isto numa altura em que vê sinais de abrandamento da economia. E, também, teme o impacto da guerra comercial com a China.

Os membros concordaram que “uma abordagem paciente para determinar ajustes futuros no intervalo de taxa [de referência] provavelmente continuará a ser apropriada durante algum tempo, especialmente num ambiente de crescimento económico moderado e pressões moderadas de inflação, mesmo se as condições económicas e financeiras globais continuassem a melhorar”, pode ler-se nas minutas da reunião divulgadas pela Fed.

Apesar de as condições no mercado laboral continuam fortes e o PIB estarem a avançar a um ritmo “sólido”, “a atenuação de alguns indicadores económicos desde o final do ano passado pode ser sinal de um abrandamento significativo do crescimento da economia“, alerta a Fed, liderada por Jerome Powell.

Para além disso, “políticas de comerciais e desenvolvimentos económicos internacionais podem avançar em direções que têm efeitos negativos significativos sobre o crescimento económico dos EUA”, remata a autoridade monetária norte-americana.

É de salientar que esta reunião aconteceu antes de o agudizar das tensões comerciais com a China. Entretanto, já foram feitos novos anúncios de aumento de tarifas do lado de ambos os países e Trump colocou a Huawei na “lista negra” das exportações, o que foi recebido com receio principalmente no setor tecnológico.

No meio desta guerra comercial, Donald Trump veio criticar a decisão da China de injetar dinheiro no seu sistema financeira e, provavelmente cortar os juros, para compensar os negócios que “estão e que vão continuar a perder” por causa do confronto com os EUA. E rematou: “Se a Reserva Federal alguma vez coincidisse na resposta, seria ‘game over’, nós ganhávamos!”, disse o presidente dos EUA, no Twitter.

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DefinedCrowd lança app que permite a utilizadores construir “futuro da inteligência artificial”

DefinedCrowd criou app para iOS e Android que permite aos utilizadores verificar e classificar conteúdos sendo pagos por cada tarefa completa. Input humano vai chegar a clientes como a BMW ou a EDP.

A DefinedCrowd lançou, esta terça-feira, em Toronto, uma aplicação mobile construída para que todos façam parte do futuro da inteligência artificial. A Neevo foi apresentada na Collision Conf, na capital do estado do Ontário, e permite aos membros da comunidade contribuir para o desenvolvimento e melhoria de sistemas de inteligência artificial.

“Com a procura por dados de treino de alta qualidade a aumentar, é crucial garantirmos que a nossa comunidade human-in-the-loop tem acesso eficiente e rápido às tarefas essenciais para a IA”, refere Sara Oliveira, diretora de produto. “Por isso, o lançamento da aplicação Neevo é um marco muito importante para nós, uma vez que providencia uma experiência mobile dedicada para potenciar a inteligência humana nos nossos datasets,” acrescenta.

Disponível para iOS e Android, a app oferece aos membros a possibilidade de realizar ações de escrita, anotação, recolha e classificação de conteúdos, sendo estes pagos por cada tarefa concluída. A opção de verificar os sistemas de inteligência artificial com um input humano permite à DefinedCrowd “oferecer dados de treino de qualidade rapidamente aos seus clientes, que incluem nomes como BMW, Mastercard, Accenture, EDP e José de Mello Saúde”, entre outras empresas.

À medida que a indústria se vai apercebendo do impacto da qualidade dos dados de treino, nós continuamos a trabalhar para melhorar não só a experiência dos nossos clientes, mas também a experiência da nossa incrível comunidade human-in-the-loop”, afirma a fundadora e CEO da DefinedCrowd, Daniela Braga.

Fundada em 2015, a DefinedCrowd foi considerada recentemente uma das 100 melhores startups na área da Inteligência Artificial pela consultora CB Insights. Com uma equipa de mais de 110 pessoas nos escritórios de Seattle, Lisboa, Tóquio e Porto, a empresa fundada pela portuguesa Daniela Braga continua a contratar para os escritórios portugueses. A comunidade NeevobyDefinedCrowd é constituída, a nível global, por mais de 130.000 membros espalhados por mais de 50 países.

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TAP alerta que será um “verão difícil” no aeroporto de Lisboa

“O verão vai ser difícil para todas as companhias aéreas que operem no aeroporto de Lisboa”, avisa Miguel Frasquilho, presidente do conselho de administração da TAP.

“O verão vai ser difícil”. Miguel Frasquilho não tem dúvidas que será um verão complicado para todas as companhias aéreas que operam no aeroporto de Lisboa. Ainda assim, o presidente do conselho de administração da TAP, acredita que a empresa será capaz de superar as adversidades, antecipando resultados que serão, este ano, “desejavelmente positivos”.

O aeroporto Humberto Delgado “está bastante congestionado”, diz Frasquilho, reiterando as críticas que tem vindo, de tempos a tempos, a fazer à infraestrutura da capital portuguesa. Uma crítica comum a várias outras companhias aéreas que utilizam o aeroporto de Lisboa.

“As obras que vão permitir melhorar a eficiência do aeroporto só terão lugar a partir de outubro”, alerta o presidente do conselho de administração da TAP.

Congestionamentos à parte, Miguel Frasquilho prevê um ano bastante melhor para a TAP em comparação a 2018, em que registou prejuízos que ultrapassam os 100 milhões de euros. O chairman da transportadora aérea admite que o ano passado foi um ano particularmente difícil evidenciando que “todas as companhias áreas tem vindo a avisar que a atividade está bastante complicada e a TAP não foge à regra”.

Consciente que o primeiro trimestre do ano foi difícil, o presidente do conselho de administração antecipa que as “perspetivas para o conjunto do ano são positivas”. “Esperamos fechar 2019 bastante melhor que em 2018, com um resultado desejavelmente positivo”, frisa Miguel Frasquilho.

Quando questionado sobre o custo dos combustíveis o chairman da companhia aérea evidencia que este ano a TAP está bastante mais precavida devido à nova política hedging estabelecida em 2018. Miguel Frasquilho acredita que com este acordo “a TAP não irá certamente ter os sobressaltos que teve em 2018″.

Mais rotas para os EUA

Miguel Frasquilho, à margem do debate “O turismo como fator de desenvolvimento económico – O contributo da TAP”, que ocorreu esta quarta-feira, na AEP (Associação Empresarial do Porto), aproveitou para sublinhar o entusiasmo da companhia aérea em aumentar as rotas para o mercado norte-americano.

“Estamos muito animados com o mercado americano que tem vindo a contrabalançar alguma fraqueza sentida no mercado brasileiro. Mas, mesmo neste mercado perspetivamos que a trajetória de subida possa ser sentida”, diz.

A rota para Chicago arranca já no dia 1 de junho. Passados nove dias será São Francisco o próximo destino da TAP e no dia 16 junho a companhia aérea começa a sobrevoar os céus de Washington DC. Miguel Frasquilho conta estar presente em todos os voos inaugurais.

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