Banco do BCP na Polónia aumenta lucros. Ganha 37,3 milhões

Primeiro trimestre do ano ficou marcado por um "forte crescimento da margem financeira" do Bank Millennium, controlado pelo BCP.

O Bank Millennium, instituição polaca controlada pelo Banco Comercial Português (BCP), aumentou os lucros nos primeiros três meses do ano. Atingiu um resultado líquido de 37,3 milhões de euros, isto num período que, diz o banco, ficou marcado por um “forte crescimento da margem financeira”.

“O resultado líquido no primeiro trimestre de 2019 atingiu 160 milhões de zlótis (37,3 milhões de euros)”, um aumento de 3% face ao mesmo período de 2018, refere o BCP em comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

A instituição detida em 50,1% pelo banco liderado por Miguel Maya revela que assistiu a um “forte crescimento da margem financeira”, que aumentou 14,6% face ao período homólogo. Isto apesar de as comissões terem caído 5,4% “devido a condições de mercado adversas”. Aumentaram 1% face ao quarto trimestre de 2018.

Os custos operacionais, por seu lado, “aumentaram 9% em termos homólogos, excluindo contribuições para o Fundo de Resolução e o Fundo de Garantia de Depósitos”.

Salientando a “elevada qualidade dos ativos e liquidez” do banco, que apresenta um rácio de transformação (crédito concedido em função dos depósitos dos clientes) de 81%, o BCP dá nota também dos “rácios de capital elevados, após retenção dos resultados de 2018”. O Bank Millennium apresentou um rácio de Capital Total (TCR) em 25,6% e o rácio de CET1 em 21,5%.

(Notícia atualizada às 8h31 com mais informação)

 

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Hoje nas notícias: Torre nos Olivais, Faurecia e radares

  • ECO
  • 8 Maio 2019

Dos jornais aos sites, passando pelas rádios e televisões, leia as notícias que vão marcar o dia.

Nesta quarta-feira é notícia a potencial construção de uma nova torre em Lisboa, desta vez num terreno que o Estado tem à venda nos Olivais. Já a Faurecia vai contratar 300 licenciados para o “coração” operacional a nível mundial a ser instalado em Santa Maria da Feira. Mas há notícias menos positivas como a venda da Opway que foi revertida e o facto de Portugal apenas ter usado 25% das verbas que disponha para apoiar refugiados e imigrantes. Fique ainda a saber que o ACP propõe instalar radares nos semáforos para travar sinistralidade e mortalidade na estrada.

Faurecia contrata 300 licenciados para a Feira

A fabricante de componentes para o setor automóvel Faurecia, que emprega cerca de cinco mil pessoas em Portugal, inaugura na próxima segunda-feira em Santa Maria da Feira o novo centro de serviços do grupo, onde pretende instalar mais de quatro centenas de pessoas. Aquela unidade é onde “vai ficar o ‘coração’ operacional” da Faurecia a nível mundial – um centro que concentra os serviços financeiros, informática, help desk, para toda a Europa Ocidental, Norte de África e América do Sul”, adiantou, ao Jornal de Negócios, o presidente do município, Emídio Sousa. Leia a notícia completa no Jornal de Negócios (acesso pago)

Terreno nos Olivais pode ficar com torre de 135 metros

A Estamo, a imobiliária do Estado, tem à venda nos Olivais um terreno com 42 mil metros quadrados, com o qual pretende arrecadar cerca de 35 milhões de euros. De acordo com o pedido de informação prévia (PIP) que foi entregue na Câmara de Lisboa, o objetivo é erguer naquele local três edifícios, um deles com 30 pisos, num total de 135 metros de altura. Leia a notícia completa no Público (acesso condicionado)

Venda da Opway à Nacala Holdings revertida

A venda da Opway à Nacala Holdings, que aconteceu no final de 2017, foi revertida. A construtora voltou, assim, para as mãos dos antigos donos, a Spring Charisma, que terão alegado incumprimento contratual por parte da empresa compradora. O contrato previa um compromisso de capitalização da Opway, que também acabou por não acontecer. Leia a notícia completa no Jornal de Negócios (acesso pago)

Portugal só usou 25% das verbas para apoiar refugiados e imigrantes

Portugal gastou 11,6 milhões de euros em verbas aprovadas pela Comissão Europeia para apoiar refugiados e imigrantes, avança o Público, que cita um relatório de uma auditoria do Tribunal de Contas ao programa nacional do FAMI. Este montante corresponde a apenas cerca de 25% do total de mais de 45 milhões de euros de que dispunha ao abrigo do programa nacional do Fundo (FAMI) para o Asilo, a Migração e a Integração (FAMI). Tendo em conta que o concretizado ficou muito abaixo dos objetivos específicos a cumprir em prazos definidos, o Estado poderá ver anulados montantes já aprovados pela União Europeia para apoiar e acolher imigrantes ou refugiados. Leia a notícia completa no Público (acesso condicionado)

ACP propõe colocar radares nos semáforos

O Automóvel Clube de Portugal (ACP) acusa o Governo de pouco ter posto em prática do previsto no Plano Estratégico Nacional de Segurança Rodoviária aprovado há dois anos. Um estudo feito pelo Observatório ACP à evolução da segurança rodoviária entre 2008 e 2018, citado pela TSF conclui que, a manterem-se as últimas tendências, em 2020 deverão morrer 520 pessoas nas estradas portuguesas, muito acima da meta prevista nesse plano (399). Neste sentido, o ACP defende a necessidade de serem implementadas com urgência, medidas para reverter a situação. A integração de radares nos semáforos é uma delas. Leia a notícia completa na TSF

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Estado tem à venda terreno nos Olivais. Pode vir a nascer um torre com 135 metros

  • ECO
  • 8 Maio 2019

A imobiliária do Estado tem à venda um terreno de 42 mil metros quadrados nos Olivais por 34,9 milhões de euros. Poderão lá nascer três edifícios, um deles uma torre de 135 metros para habitação.

A Estamo, a imobiliária do Estado, tem à venda nos Olivais um terreno com 42 mil metros quadrados, com o qual pretende arrecadar cerca de 35 milhões de euros. De acordo com o pedido de informação prévia (PIP) que foi entregue na Câmara de Lisboa, o objetivo é erguer naquele local três edifícios, um deles com 30 pisos, num total de 135 metros de altura.

De acordo com a proposta entregue à autarquia em novembro do ano passado, avança o Público (acesso condicionado), quase metade do terreno será ocupada por espaços verdes, sendo a outra metade destinada a edifícios de habitação, escritórios, comércio e equipamentos, num total de 71 mil metros quadrados.

Dos três edifícios que estão previstos, um deles terá 30 pisos acima do solo e sete caves, 550 lugares de estacionamento, e será destinado exclusivamente a habitação. Os outros dois edifícios terão cinco e dois pisos e duas e quatro caves, com 460 lugares de estacionamento.

“As intervenções no centro da cidade têm permitido reabilitar dezenas de edifícios contribuindo para um acrescido cosmopolitismo e desenvolvimento económico”, refere o PIP.

Este terreno esteve afeto a utilização militar e, em 2002, o Estado decidiu vendê-lo a si próprio, diz o Público. O processo de venda aconteceu através da Sagestamo, sociedade pública de gestão imobiliária, que criou a empresa Bensest exatamente com esse objetivo. Foi vendido na altura por 32,5 milhões de euros e, agora, o Estado quer arrecadar, pelo menos, 34,9 milhões de euros.

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Custos com a dívida castigam lucros EDP Renováveis

A empresa liderada por Manso Neto registou uma quebra de 35% nos lucros do primeiro trimestre. Ganhou 61 milhões de euros.

A EDP Renováveis revelou uma quebra de 35% nos lucros do primeiro trimestre do ano. Num período marcado pela menor produção de energia por ter havido menos vento, a empresa de energias renováveis foi penalizada pelos resultados financeiros. Os custos associados à dívida dispararam 80%.

Dos 94 milhões registados no primeiro trimestre do ano passado, os lucros da empresa liderada por Manso Neto acabaram por cair para 61 milhões de euros, revela a empresa em comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

O EBITDA somou 385 milhões (aumento de 1% face ao primeiro trimestre de 2018) e o EBIT diminuiu para 233 milhões (contra 252 milhões no período homólogo”, “com o IFRS 16 a aumentar as depreciações em oito milhões”. Já as receitas encolheram em 1%.

“Como resultado do menor recurso eólicos, maior capacidade, maior preço médio de venda (aumento de 3%), impacto positivo do cambial e o esperado termo dos PTCs de 10 anos de certas estruturas de tax equity (-11 milhões de euros face ao período homólogo), as receitas totalizaram 521 milhões”, diz a EDP Renováveis.

Enquanto os “ganhos operacionais totalizaram 25 milhões, com a comparação anual a refletir sobretudo os ganhos adicionais da venda de uma participação de 80% em dezembro de 2018, de um portfólio de 499 MW na AdN e materializado no primeiro trimestre”, os custos aumentaram 1% para 161 milhões.

Mas a pesar nas contas estiveram os resultados financeiros que “aumentaram para 96 milhões (contra os 53 milhões em 2018) com a comparação anual impactada pelos 15 milhões de ganhos contabilizados no primeiro trimestre de 2018 oriundos da venda de uma participação num projeto offshore no Reino Unido e pelos sete milhões derivados da implementação de IFRS16, juntamente com dívida média e taxas de juro mais elevadas dado diferente mix cambial“, diz a empresa. A dívida aumentou 556 milhões para 3.615 milhões.

(Notícia atualizada às 8h03 com mais informação)

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Valor da pensão vai chegar aos 924 euros daqui a 50 anos. Aumento fica abaixo do crescimento do valor dos salários

  • Lusa
  • 8 Maio 2019

Projeto digital “Sistema de Pensões” da FFMS antecipa que o valor médio das pensões de velhice deverá subir de 482 euros, em 2020, para 924 euros, em 2070, abaixo do acréscimo de valor dos salários.

O valor médio das pensões de velhice deverá subir de 482 euros, em 2020, para 924 euros, em 2070, mais 91%, segundo dados compilados da Pordata que serão apresentados esta quarta-feira para assinalar o Dia Mundial da Segurança Social. Porém, analisando o valor médio da pensão em proporção do salário médio entre 2020 e 2070, conclui-se que “o aumento nominal do valor das pensões de velhice da Segurança Social não será suficiente para acompanhar o crescimento do valor dos salários, devendo o rácio de benefício decair de 0,45 para 0,39”.

Ao contrário da evolução na Segurança Social, o valor médio das pensões na Caixa Geral de Aposentações (CGA), que paga as reformas dos funcionários públicos que entraram no Estado até 2005, deverá descer de forma significativa, de 1.304 euros, em 2020, para 470 euros, em 2070.

As conclusões constam do projeto digital “Sistema de Pensões” da Fundação Francisco Manuel dos Santos (FFMS), acessível pela internet, que faz um retrato da Segurança Social em Portugal através de dados compilados pela base de estatísticas Pordata.

Partindo do pressuposto de que os salários crescerão em linha com as projeções da Comissão Europeia sobre a evolução da produtividade do trabalho, devemos esperar um crescimento sustentado do valor das pensões da Segurança Social”, lê-se no documento.

Na Segurança Social, o crescimento do valor médio das pensões é explicado pela entrada de pensões “substancialmente mais altas no sistema” devido ao efeito da evolução dos salários e pelo facto de categorias profissionais com salários mais elevados (juízes, médicos, professores) terem passado, desde 2005, a ser cobertas pela Segurança Social. É que, desde 01 de janeiro de 2006, o pessoal admitido na função pública passou a ser inscrito na Segurança Social.

Quanto à descida significativa que se deverá verificar no valor médio das pensões da CGA, a tendência reflete, por um lado, a saída progressiva de beneficiários com pensões mais altas e, por outro, as medidas tomadas nas últimas duas décadas para fazer convergir as regras dos dois sistemas.

O novo projeto digital, coordenado por Amílcar Moreira, analisa ainda a capacidade da Segurança Social em assegurar que a passagem à reforma não traz consigo uma quebra abrupta de rendimentos.

Neste campo, conclui-se que no caso da Segurança Social a taxa de substituição bruta (valor da primeira pensão como proporção do último salário bruto) deverá manter-se estável, entre 66% e 69%, enquanto na CGA passa de 88% para 78% logo em 2050.

O documento estima que o risco de pobreza entre os pensionistas com 65 ou mais anos deverá aumentar: a percentagem de pensionistas que vivem com rendimentos inferiores a 60% do valor mediano do rendimento disponível da população deverá crescer de 9,5%, em 2020, para 15,5%, em 2070.

O estudo prevê também que o número de pensionistas deverá crescer de forma significativa até 2045, passando de cerca de 2,7 milhões, em 2020, para 3,3 milhões.

Mais tarde, devido à redução no fluxo de novos pensionistas e ao desaparecimento dos mais idosos, o número de pensionistas deverá descer de forma progressiva para 2,7 milhões de pessoas em 2070.

Contudo, prevendo-se que a população portuguesa diminua em cerca de 23%, “a partir de 2040, os pensionistas representarão mais de um terço da população portuguesa”, lê-se no documento.

Em termos absolutos, a despesa total com pensões deverá aumentar de 24,8 mil milhões de euros, em 2020, para 37 mil milhões de euros, em 2070.

No entanto, em percentagem do Produto Interno Bruto (PIB), a despesa com pensões deverá crescer apenas de 12,5%, em 2020, para 12,7% em 2050, caindo para 11,8%, em 2070.

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“É prematuro adiantar uma data” para a entrada da TAP em bolsa

  • Lusa
  • 8 Maio 2019

Ida para a bolsa "pode ser 2020, pode ser em 2021, em 2022. Enfim, veremos. Isso acontecerá quando a empresa estiver em condições para que tal operação possa suceder".

O presidente do Conselho de Administração da TAP acredita que é prematuro indicar uma data para a entrada da transportadora em bolsa, considerando que, hoje, os administradores indicados pelo Estado têm uma participação maior na vida do grupo.

Em 22 de março, o presidente da Comissão Executiva da TAP, Antonoaldo Neves afirmou que a TAP SGPS estava a trabalhar para, a partir de 2020, estar pronta a avançar com um IPO (dispersão em bolsa), entre 15% e 30%.

Pode ser 2020, pode ser em 2021, em 2022. Enfim, veremos. Isso acontecerá quando a empresa estiver em condições para que tal operação possa suceder e quando os acionistas, no seu todo, entenderem que é o momento adequado”, afirmou Miguel Frasquilho em entrevista à Lusa.

“Portanto, obviamente, os acionistas têm vindo a falar – não só sobre esse assunto, mas também sobre esse assunto. Neste momento, é prematuro adiantar com qualquer data que seja para que a TAP possa ver o seu capital disperso em bolsa, mas é evidentemente um cenário possível num horizonte não muito longínquo”, acrescentou.

Miguel Frasquilho disse que tem havido “acontecimentos que causam instabilidade, causam incerteza”, salientando que “a TAP não foi a única companhia a ser afetada negativamente em 2018”.

“Houve várias companhias que desapareceram e, de resto, várias companhias de referência, mesmo ao nível europeu, tiveram resultados abaixo daquilo que tinham previsto e já para este ano baixaram as expectativas. (…) Portanto, é um enquadramento difícil em que temos que nos posicionar e estamos a fazê-lo”, acrescentou.

Apesar das dificuldades em 2018, Miguel Frasquilho diz concordar com o ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos, quando este assegurou, no parlamento, que os prejuízos da TAP SGPS não implicam uma injeção de capital, apesar de ter ressalvado não poder garantir que isso não venha a acontecer.

“Não há essa necessidade [de injeção de capital]. De qualquer forma, o senhor ministro também referiu que num caso extremo não é de descartar, mas é evidente que nesse caso não será só ao acionista Estado que competirá uma injeção de capital. Como costumo dizer, a TAP é uma parceria pública-privada de sucesso”.

“O maior acionista é o acionista Estado, é verdade, mas também tem outro acionista institucional, de referência, que é o consórcio Atlantic Gateway, que tem 45% do capital social. E, portanto, obviamente estamos a falar grosso modo desses dois blocos, um público e um privado, mas as indicações que temos, e prevendo que neste ano os resultados do grupo possam regressar ‘ao verde’, como aconteceu de 2017, que isso não seja, de facto, uma realidade”, reforçou.

Sobre a relação entre o Conselho de Administração, indicado pelo Estado, e a Comissão Executiva, indicada pelo acionista privado, que tem a gestão da empresa, e eventuais divergências no final de 2018, Miguel Frasquilho apontou que “o plano estratégico da TAP foi concebido” pelos dois blocos e que “tem vindo a ser implementado”.

“Portanto, a esse nível, ao nível estratégico, não há divergências (…)”, garantiu, lembrando, no entanto, que “não há nenhuma organização, nenhuma instituição onde não haja divergências de opinião entre administradores, sejam eles executivos ou não executivos, entre o CEO [presidente executivo] e o ‘chairman’, entre acionistas”.

O importante, ressalva, “é que no fim do dia essas divergências – que podem ser de pontos de vista, podem ser de opinião, podem ser de sensibilidade a vários níveis – possam ser sanadas, mitigadas, possa haver uma aproximação de posições” e, até à data, “isso não foi impossível, isso aconteceu sempre”.

“No que toca, por exemplo, aos acionistas, é natural que quando temos um acionista com a relevância do Estado português, com acionistas privados que também são muito relevantes – o comendador Humberto Pedrosa, uma referência do setor empresarial, em Portugal, o senhor David Neeleman, uma referência mundial da aviação, – é natural que os pontos de vista nem sempre sejam coincidentes. Mas é também para isso que os administradores cá estão, para aproximar essas posições, fazer lançar escadas entre as pessoas, entre os acionistas, entre os pontos de vista, é também, em particular, para isso que eu aqui estou, para poder aproximar as sensibilidades, poder gerir posições, e acho que temos vindo a contribuir para uma melhoria da governance da TAP”, afirmou Miguel Frasquilho.

O chairman ressalvou ainda que este modelo, acionista e de governance viu “a luz do dia ainda não há dois anos” e que está a ser implementado, dando como exemplo a criação da Comissão de Estratégia e da Comissão de Auditoria em matérias financeiras. A primeira presidida por Diogo Lacerda Machado e a segunda por Esmeralda Dourado.

“Ambos [os responsáveis] são indicados pelo acionista Estado e ambas as comissões têm representantes efetivos, indicados pelos Estado e indicados pelo acionista Atlantic Gateway. Depois, qualquer administrador pode participar, se assim o entender, dessas reuniões. Eu, não fazendo parte formalmente dessas comissões, tenho estado em todas e assim continuarei desde que a minha agenda o permita”, afirmou.

“Agora, é evidente que a companhia, o grupo no seu dia-a-dia, é gerido pela Comissão Executiva e é isso que está no acordo parassocial e é isso que se passa. Nós, em termos de representação do acionista Estado, é evidente que temos um papel importante porque a TAP é uma empresa estratégica para o país e disso nunca abriremos mão. Portanto, este é o equilíbrio que temos. Hoje, eu diria que há uma participação maior dos administradores indicados pelo Estado na vida do grupo, na vida da empresa, sem obviamente se substituir – nem era isso que era desejável, nem que era possível – à Comissão Executiva, obviamente”, concluiu.

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Este verão vai ser “bastante difícil” por razões externas à TAP

  • Lusa
  • 8 Maio 2019

Miguel Frasquilho diz que o "aeroporto [de Lisboa] é o que é e os congestionamentos são aquilo que nós conhecemos". É fundamental avançar com o Montijo.

O chairman da TAP disse, em entrevista à Lusa, que o verão “vai ser bastante difícil” para a companhia devido a razões externas e adiantou que haverá um “problema sério” se o projeto do aeroporto no Montijo não avançar.

“Sabemos que este verão vai ser bastante difícil e vai ser bastante difícil sobretudo por razões externas à TAP”, afirmou o presidente do Conselho de Administração da companhia aérea, Miguel Frasquilho.

“O aeroporto [de Lisboa] é o que é e os congestionamentos são aquilo que nós conhecemos (…). No ano passado tivemos congestionamentos internos que impactaram” a companhia aérea, quer em termos de pontualidade, quer em termos de cancelamento de voos, disse.

No entanto, com a contratação de efetivos que tem sido feita, de um modo geral, a situação tem sido colmatada.

Mas “é evidente que quando o número de voos aumenta os constrangimentos sentem-se mais. Foi o que aconteceu no mês de abril, onde a pontualidade que a TAP tinha vindo a ter, a níveis este ano bastante positivos, acima de 80% até março”, caiu, referiu.

“É fundamental que haja – não tendo sido tomada a decisão de ter um novo aeroporto de raiz – (…), num horizonte não muito distante, uma infraestrutura aeroportuária que possa complementar o aeroporto Humberto Delgado“, defendeu Miguel Frasquilho, apontando que designa o Montijo como o “terminal três”.

“Do ponto de vista da libertação de capacidade aqui no aeroporto Humberto Delgado [em Lisboa], os terminais um e dois […], é muito importante que o aeroporto complementar, neste caso” no Montijo, “possa ver a luz do dia o mais rapidamente possível”, salientou, esperando que a análise do estudo de impacto ambiental seja positiva para que “possa entrar em funcionamento em 2022”.

Se tal não acontecer, “teremos um problema sério” e “não é só para a TAP, é para o país”, afirmou Miguel Frasquilho.

"É fundamental que haja – não tendo sido tomada a decisão de ter um novo aeroporto de raiz – (…), num horizonte não muito distante, uma infraestrutura aeroportuária que possa complementar o aeroporto Humberto Delgado.”

Miguel Frasquilho

Chairman da TAP

O chairman da companhia aérea disse que há um empenho de várias entidades em resolver a atual situação do aeroporto de Lisboa e destacou o despacho recente do Governo “autorizando o encerramento formal da chamada pista 13/35, que é uma pista secundária do aeroporto Humberto Delgado, na qual apenas passaram 0,1% dos voos todos realizados no ano passado”.

Frasquilho recordou que “o Governo concedeu à ANA [gestora dos aeroportos] um mês para apresentar o calendário de execução das obras”, salientando que é de prever que no verão de 2020 “possam ser sentidas as melhorias decorrentes desses trabalhos”.

No entanto, apesar das obras, vai haver “um ponto no tempo, em 2022/2023”, em que a capacidade do aeroporto de Lisboa “voltará a ficar esgotada”.

E é precisamente nessa altura que vai ser “fundamental” que o complemento do Montijo esteja operacional, sustentou.

O presidente do Conselho de Administração disse que “a TAP não pensa sair do aeroporto Humberto Delgado, até porque a maior parte” dos seus voos são de conexão.

Relativamente aos constrangimentos no aeroporto da capital devido a falta de pessoal do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF), Miguel Frasquilho afirmou que tem mantido contactos tanto com a diretora como com o Ministério da Administração Interna, salientando que em abril foram admitidos mais de 20 novos inspetores e que serão admitidos outros antes do verão.

Sobre o aeroporto Francisco Sá Carneiro, no Porto, o chairman salientou que a TAP tem vindo a aumentar desde 2018 o número de voos a uma média de três em cada ano e apontou que a operação de ponte aérea está em 2019 a correr bastante melhor do que no ano anterior.

Quanto às novas rotas da TAP, Miguel Frasquilho garantiu que as dos Estados Unidos, “em termos de vendas, estão a correr bastante bem”, tal como o recente voo para Telavive (Israel), lembrando que a ligação a Chicago se iniciará em 01 de junho, seguindo-se São Francisco no dia 10 e Washington no dia 16.

O chairman acrescentou que é “intenção no próximo ano, nos dois próximos anos, acrescentar mais três destinos” aos Estados Unidos. “É isso que neste momento está sobre a mesa, sem prejuízo depois de haver ainda novas atualizações, mas serão, previsivelmente, em 2020, Los Angeles, Houston e Atlanta”, afirmou.

“Eu diria que os Estados Unidos estão a consolidar a área, a ter uma posição de inegável importância para a evolução da atividade da TAP”, referiu, acrescentando que é também objetivo “voar para Montreal num dos num dos próximos anos”, ficando assim “a América do Norte bastante composta em termos de cobertura pela TAP”.

Sobre a greve dos motoristas de matérias perigosas, que levou a TAP a tecer um plano de contingência, Miguel Frasquilho garantiu que não houve grande impacto na companhia.

Questionado sobre a possibilidade de construção de um gasoduto para abastecer o aeroporto, Miguel Frasquilho considerou tratar-se de uma solução interessante.

O responsável abordou ainda a importância da segurança para a companhia, que define como “o maior ativo que a TAP tem”.

“A segurança é para nós inegociável em qualquer situação que se possa pensar, seja por ventos, seja por condições do aeroporto, seja pelo que for. A segurança é absolutamente primordial. A segurança é fundamental para que qualquer companhia aérea possa operar, do meu ponto de vista, e para nós é absolutamente inegociável”, reforçou.

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TAP acredita em contas positivas em 2019 mas 1.º trimestre foi fraco

  • Lusa
  • 8 Maio 2019

"Expectativas continuam a ser que 2019 possa ser um ano positivo em termos de resultados", diz Miguel Frasquilho, chairman da TAP.

O Grupo TAP mantém a expectativa de voltar aos resultados positivos este ano, apesar de o desempenho até março ter sido fraco, numa continuidade dos fatores do final de 2018, disse o presidente do Conselho de Administração, Miguel Frasquilho.

“O facto de 2018 ter sido um ano desafiante, difícil – em que também pudemos aprender muito – foi um ano que não colocou em causa a prossecução do plano estratégico que está definido para a TAP. Ou seja, o que quero manifestar é que 2019 será – são essas as expectativas que temos e é para isso que o orçamento aponta – que 2019 possa voltar a ser um ano de resultados positivos para o Grupo TAP“, disse Miguel Frasquilho em entrevista à Lusa.

Questionado sobre como decorreu a atividade nos primeiros três meses de 2019, o chairman da TAP SGPS começou por lembrar que a atividade no setor aéreo é bastante sazonal, sendo tradicionalmente o primeiro trimestre “mais fraco do que o segundo e o terceiro” e voltando depois “o quarto a ser mais fraco”.

Assim, “o primeiro trimestre foi (…), como já tinha sido antecipado – e diria que não compromete o ano – menos bom do que serão, certamente, o segundo e o terceiro. Mas, as expectativas continuam a ser que 2019 possa ser um ano positivo em termos de resultados, até porque é para isso que o plano estratégico continua em curso, que o plano de transformação da própria TAP continua em curso”, afirmou, sem concretizar valores.

Quando confrontado se o desempenho foi pior do que em 2018 – já que no ano passado alguns dos fatores prejudiciais aos prejuízos do grupo aconteceram no verão -, Miguel Frasquilho apontou a continuidade dos constrangimentos sentidos no quarto trimestre do ano passado.

“No ano passado, os problemas operacionais aconteceram no verão, mas em termos de mercados – isso também é público – houve uma quebra muito grande no nosso principal mercado [externo] em termos de receita que é o Brasil e que se sentiu, sobretudo, no quarto trimestre. Isto, por razões que têm a ver com a economia brasileira, até com as eleições que foram realizadas – em ano de eleições está provado que os brasileiros viajam bastante menos – e depois a retoma demora a ser sentida. Também por essa via, o primeiro trimestre [deste ano] foi um primeiro trimestre com um resultado mais fraco. Mas a expectativa é que vá melhorando ao longo do ano”, explicou.

O grupo TAP registou um prejuízo de 118 milhões de euros em 2018, face a lucros de 21,2 milhões de euros em 2017, conforme foi anunciado em 22 de março.

"O primeiro trimestre foi (…), como já tinha sido antecipado – e diria que não compromete o ano – menos bom do que serão, certamente, o segundo e o terceiro. Mas, as expectativas continuam a ser que 2019 possa ser um ano positivo em termos de resultados.”

Miguel Frasquilho

Chairman da TAP

Por sua vez, a receita do grupo passou de 2.978 milhões de euros em 2017 para 3.251 milhões de euros em 2018, traduzindo-se num aumento de 273 milhões de euros, mas, no que diz respeito às receitas do Brasil, o presidente executivo da TAP, Antonoaldo Neves, disse na altura da apresentação de contas, que “caíram 10%” e que “pela primeira vez, no quarto trimestre, (o mercado brasileiro) teve menos vendas no ano 2018 do que em 2017”.

Ainda no balanço de 2018, o chairman do grupo, ressalvou que o plano estratégico que foi definido aquando a privatização da TAP “tem vindo a ser cumprido” e que “as expectativas eram – e continuam a ser – de que os resultados sejam positivos em cada ano”.

Isto não aconteceu em 2018, mas Miguel Frasquilho relembrou que foi um período de exceção.

“Foi um ano excecional onde, devido a vários fatores internos, ou seja, fatores imputáveis à TAP, da nossa responsabilidade, e por fatores também externos, não tivemos o ano do ponto de vista económico, do ponto de vista financeiro e do ponto de vista operacional que tínhamos orçamentado, que tínhamos antecipado. Isso não aconteceu. (…), mas isso não impediu que o plano estratégico esteja a ser concretizado”, afirmou.

A TAP continua a operar a renovação e ampliação da frota e a contratar efetivos, entre assistentes de bordo, pilotos, engenheiros, “muito emprego qualificado”, sublinhou.

“De facto, não tenho a expectativa de que este ano possa ser um ano como 2018 em termos de resultados, quer do ponto de vista económico ou financeiro, quer também do ponto de vista operacional. Sabemos que há constrangimentos no aeroporto principal em que operamos, que é o nosso ‘hub’ – o de Lisboa -, mas enquanto que no ano passado houve razões externas e internas para termos tido períodos de dificuldade elevada (houve períodos em que tivemos níveis de pontualidade bastante abaixo daquilo que é exigível e isso já foi reconhecido e eu próprio já pedi desculpa aos nossos passageiros, com as indemnizações, compensações, a pesaram tanto nas contas da TAP), este ano penso que estamos bastante melhor preparados para enfrentar o verão que é o período de maior intensidade em termos de tráfego (…)”, disse.

A ajudar este ano conta-se ainda que “previsivelmente” seja “o primeiro em que em termos de resultados não será sentido o impacto negativo nas contas resultante da operação de manutenção e engenharia da TAP no Brasil [ex VEM]” e que o mercado norte-americano volte a contribuir positivamente.

Em 2018, o mercado brasileiro “foi parcialmente compensado pelo dinamismo e pela força que tem mostrado o mercado, que já é o terceiro em termos de receita para a TAP, que é o norte-americano” e para o qual a TAP tem “grandes expectativas” com a abertura das três novas rotas que vão ocorrer em junho, Washington DC, Chicago e São Francisco.

O chairman insistiu ainda que enquanto não forem realizadas as obras que são necessárias no aeroporto Humberto Delgado, em Lisboa, a TAP vai “ter sempre constrangimentos que nos períodos de maior tráfego vão ter impacto negativo na operação”.

São problemas sentidos por “todas as companhias que operam em Lisboa” mas, sendo a TAP “responsável por mais de 50% do tráfego aéreo em Lisboa”, é nesta transportadora “que esses impactos mais serão sentidos”, concluiu.

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Nestes cinco municípios, preço das casas duplicou em apenas 12 meses

Embora os preços das casas a nível nacional tenham subido apenas 7%, houve cinco municípios onde esses aumentos foram de 100% ou mais.

O boom do imobiliário chega a todo o lado e nem os recantos mais escondidos escapam. Localizado a norte do país, no distrito de Vila Real, o município de Boticas está a testemunhar o aumento exponencial dos preços das casas. Só num ano, o valor do metro quadrado aumentou 155%. Mas há mais quatro municípios onde os preços das casas dispararam.

No ano passado, o valor do metro quadrado da habitação ao nível local subiu 7% para os 996 euros, acompanhando a tendência de crescimento que o mercado imobiliário tem vindo a registar. Em Lisboa e no Porto os preços aumentaram 23% mas, em certos municípios do país, verificaram-se subidas de 100%, ou seja, os preços duplicaram no espaço de apenas um ano.

O maior aumento aconteceu em Boticas, município com pouco mais de 5.000 habitantes, que viu os preços das casas subirem 155%, em termos homólogos, passando dos 177 para os 452 euros por metro quadrado no final do quarto trimestre do ano passado, de acordo com os dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).

Boticas, Vila Real

Mas, tal como Boticas, outros quatro municípios viram os preços duplicarem em apenas 12 meses, dois deles no arquipélago dos Açores. Vila do Porto, com cerca de 3.000 habitantes na ilha de Santa Maria, viu as casas ficarem 107% mais caras, com os preços a passarem dos 373 para os 773 euros por metro quadrado. E Lajes do Pico, com cerca de 2.000 habitantes, viu os preços dispararem 99% para 412 euros.

O mesmo aconteceu com Aguiar da Beira, uma vila no distrito da Guarda, onde o metro quadrado aumentou também 107% para os 383 euros. Alfândega da Fé foi pelo mesmo caminho e ficou mais cara 106% (584 euros por metro quadrado).

Preços disparam. Em cinco municípios valores duplicaram

Fonte: INE, 2018

Estas variações expressivas só são possíveis porque os valores de venda do metro quadrado nestes municípios são baixos, à luz do que é a média nacional, mas também porque são localizações em que existe, tradicionalmente, um reduzido número de transações. Quando as há, os preços acabam por subir muito, mas também podem cair bastante.

Nos dados do INE, além das subidas expressivas encontram-se também quedas muito avultadas no valor de venda de imóveis em municípios como os de Moimenta da Beira, Amodôvar, Monforte ou Vila de Rei, onde os preços tombaram entre 40% a 45% no espaço de apenas um ano.

Dos 341 municípios para os quais foram apresentados valores por metro quadrado, em 78 os preços acabaram mesmo por encolher face ao final de 2017, tendo em três municípios havido uma estagnação. Nos restantes 263 os valores subiram.

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CEO portugueses mais pessimistas com o rumo da economia. Populismo, impostos e regulação lideram preocupações

Empresários alinham com instituições internacionais nas expetativas para a economia, revela CEO Survey, elaborado pela PwC, com base em inquérito a 1.378 gestores, dos quais 70 são portugueses.

Depois de acelerar, a economia mundial, mas também a nacional, vai abrandar. Está a aumentar o pessimismo dos empresários quanto ao rumo das economias, acompanhando aquelas que têm sido as previsões de vários organismos internacionais. É uma preocupação para os CEO que se junta a outras, nomeadamente o crescimento do populismo, refere o o CEO Survey desenvolvido pela consultora PwC.

“No ano passado, assistimos a um salto recorde do otimismo, no que respeita às perspetivas de crescimento global para 2018, e essa confiança verificou-se em todas as regiões do mundo. Na edição deste ano assistimos ao cenário oposto, com um aumento do sentimento pessimista, com quase 30% dos CEO a projetarem um declínio no crescimento do PIB global (5% no ano anterior)”, refere o relatório que contou com a colaboração de 1.378 CEO em mais de 90 países, dos quais 70 portugueses.

Apesar de os 70 CEO portugueses que participaram no inquérito da PwC seguirem a tendência global de inversão no sentimento, apenas apenas 13% antecipam uma redução do crescimento económico mundial. Os empresários apontaram também para uma queda nas perspetivas de receitas próprias no curto (um ano), médio (três anos) e longo prazo.

“Na sua generalidade, os CEO ainda projetam um crescimento económico global positivo, mas se o seu poder preditivo do passado for uma indicação, este deverá desacelerar em 2019. No que toca ao cenário português, verifica-se, também, um decréscimo da confiança no crescimento da economia global, e apenas 50% dos CEO nacionais(face aos 77% no ano passado) considera que a performance da economia global irá melhorar no próximo ano“, sublinha a PwC.

Apesar pessimismo, metade dos CEO portugueses ainda espera mais crescimento económico

Fonte: PwC CEO Survey 2019

O pessimismo não é “surpreendente”, como explica a consultora já que tanto analistas como instituições internacionais reviram em baixa as projeções para o crescimento económico global em 2019. Após uma expansão do produto interno bruto (PIB) mundial de 3,6% em 2018, a Comissão Europeia antecipa atualmente que a economia cresça 3,2% este ano, enquanto tanto o Fundo Monetário Internacional como a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico apontam para 3,3%.

Populismo, políticas e… regulação (a mais)

Tanto os CEO internacionais como os nacionais estão receosos quanto o ritmo de crescimento das economias, bem como quanto aos efeitos que um abrandamento poderá ter nas empresas que lideram. Mas há mais motivos de preocupação. “Estão agora menos preocupados com ameaças mais amplas e existenciais, que surgiram nos rankings do ano passado, como por exemplo, o terrorismo e as alterações climáticas e mais preocupados com a facilidade em fazer negócios, nos mercados em que operam”, diz a PwC.

“Decorrente da atual onda de sentimento populista e protecionista, que se estende a vários continentes, os CEO viraram as suas atenções para questões mais internas dos seus países, enquanto se adaptam às novas barreiras erguidas entre mercados – tanto no comércio internacional, como no emprego”, refere o relatório da PwC que será apresentado quinta-feira, 9 de maio, com a presença de Pedro Castro e Almeida, Isabel Vaz, Domingos Soares de Oliveira e Luis Marques Mendes.

Tanto em Portugal como a nível global, o populismo é a maior preocupação, destronando o terrorismo, que liderava a lista no ano anterior. Segue-se o aumento da carga fiscal e o excesso de regulação. Num ano marcado pelo conflito comercial entre EUA e China, o protecionismo e os conflitos comerciais também se destacam na lista, apesar de em ambos os casos os portugueses mostrarem menores preocupações que a média dos CEO.

Principais ameaças económicas, políticas, sociais e ambientais

Fonte: PwC CEO Survey 2019

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5 coisas que vão marcar o dia

Esta quarta-feira fica marcada pela divulgação dos resultados de algumas das grandes empresas portuguesas, da Nos à EDP Renováveis. E como evoluiu o desemprego? O INE responde.

Da Nos à EDP Renováveis, esta quarta-feira promete ficar marcada pela divulgação dos resultados de algumas das grandes empresas lusas. O INE aproveita o dia para divulgar os dados do desemprego dos primeiros três meses do ano e o Tesouro vai ao mercado. O Banco de Portugal, por sua vez, cumpre a tradição e publica o boletim em que analisa o comportamento da economia portuguesa no último ano.

Como evoluiu o desemprego no primeiro trimestre?

O Instituto Nacional de Estatística divulga, esta quarta-feira, a taxa de desemprego registada no primeiro trimestre deste ano. De acordo com as previsões dos economistas, a taxa deve ter descido nos primeiros três meses de 2019, depois de ter estado estacionada nos 6,7% nos três últimos trimestres. Caso se comprove a estimativa (6,5%) avançada ao Expresso, estará em causa a taxa de desemprego mais baixa verificada em Portugal em quase 15 anos. “Tudo parece apontar no sentido de uma descida ligeira, diria, para 6,5%”, disse a esse jornal Paulino Teixeira, professor da Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra.

EDP Renováveis apresenta resultados

A EDP Renováveis apresenta, esta quarta-feira, os resultados relativos aos primeiros três meses do ano. Os analistas do BPI estimam que a empresa liderada por Manso Neto anuncie uma quebra de 30% do resultado líquido, tendo terminado o primeiro trimestre de 2019 com um lucro de 65 milhões de euros. O EBITDA terá aumentado 1% para 385 milhões. Isto num trimestre marcado por uma redução de 4% da produção de eletricidade face ao “menor recurso eólico”, apesar da maior capacidade instalada.

Nos também apresenta contas

A gigante das telecomunicações Nos divulga a performance dos primeiros três meses do ano, ainda antes da abertura dos mercados. De acordo com as projeções dos analistas do BPI, a Nos deverá ter registado um aumento de 12% dos lucros para 38 milhões de euros, uma subida de 4% do EBITDA para 153 milhões de euros e um crescimento de 2% das receitas para 389 milhões de euros.

Tesouro emite dívida a 10 e 15 anos

O Tesouro volta ao mercado para emitir dívida a dez e 15 anos. O duplo leilão de obrigações do Tesouro tem um montante indicativo global entre 1.000 milhões de euros e 1.250 milhões de euros. O último leilão de dívida a 10 anos aconteceu a 10 de abril, quando o Tesouro colocou 600 milhões de euros a uma taxa de juro de 1,143% (a mais baixa de sempre nesta maturidade) e uma procura 2,28 vezes superior à oferta. No caso dos títulos a 15 anos, o último leilão comparável foi em 13 de fevereiro, tendo o Tesouro emitido 295 milhões de euros. Nessa altura, conseguiu uma taxa de juro de 2,045% e com uma procura acima da oferta em 2,29 vezes.

Banco de Portugal divulga Boletim Económico

O Banco de Portugal (BdP) divulga o Boletim Económico. Neste documento, a instituição dirigida por Carlos Costa apresenta uma análise aprofundada da economia portuguesa no ano anterior. No Boletim de março (que divulga as projeções do Banco de Portugal para a economia lusa no ano corrente e nos dois anos seguintes), o BdP cortou a previsão de crescimento para 2019 para a economia portuguesa, reduzindo-a em uma décima para 1,7%, igualando a projeção da Comissão Europeia.

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The Economist diz que crise dos professores reforçou imagem de “rigor orçamental do Governo”

A unidade de análise económica da revista The Economist defende, em declarações ao ECO, que António Costa fez uma "jogada política" que "reforçou a sua imagem de responsabilidade orçamental".

Para a Economist Intelligence Unit (EIU) a ameaça de demissão do primeiro-ministro, António Costa, na sequência da aprovação na especialidade da contagem integral do tempo de serviço dos professores, foi “uma jogada política”, mas “a opinião pública ficou do lado do PS”. O Governo reforçou com este “conflito” a sua imagem de responsabilidade orçamental e os partidos da direita apenas revelaram “falta de estratégia”, defende a unidade de análise económica da revista britânica The Economist.

Esta foi uma jogada que correu mal quer ao CDS quer ao PSD, o que só torna mais óbvia a dificuldade que os partidos à direita têm em lidar com o sucesso económico e orçamental de um partido de centro-esquerda“, afirma ao ECO, Ana Luís Andrade, a analista da EIU que acompanha a economia nacional.

Questionada sobre os impactos que esta crise política vai ter sobre o desempenho nas urnas, Ana Luís Andrade defende que o recuo dos partidos da direita para fazer depender a contagem dos nove anos, quatro meses e dois dias de condicionantes económicas como o crescimento ou o equilíbrio das contas públicas não é “uma derrota certa da direita, mas apenas um sintoma da falta de estratégia política, que em última análise, provavelmente levará a um pobre resultado eleitoral destes partidos nas próximas legislativas”.

Para a esquerda a leitura é diferente: “Apesar de a ameaça de demissão do Governo também ter sido uma jogada política, a opinião popular ficou do lado do PS”, sublinha Ana Luís Andrade, reforçando que “este episódio foi uma vitória clara para o PS”. Aliás, António Costa viu a sua estratégia ser apoiada esta terça-feira pelo comissário europeu dos Assuntos Económicos. “António Costa teve uma posição sábia e firme. Não temos nenhuma razão para modificar a nossa avaliação sobre a economia portuguesa”, disse Pierre Moscovici, na apresentação das Previsões de Primavera.

Ainda assim, a analista da EIU recusa fazer antecipações para as eleições legislativas. “As tendências de voto atuais não são precisas. Muita coisa pode mudar até outubro”, afirma.

Certo será até lá a instabilidade política. “A instabilidade política permanecerá elevada nos próximos meses, especialmente porque nada está definido“, reitera, sem antecipar aqui ruturas definitivas entre os parceiros da geringonça. “A deterioração das relações entre o PS e os partidos à esquerda é algo que já antecipávamos e para o qual temos vindo a chamar a atenção”, recorda. “É normal que PCP e BE aumentem a pressão ao Governo, e que o seu discurso se radicalize mais, à medida que tentam posicionar-se politicamente para as eleições legislativas”, acrescenta.

No relatório que foi publicado esta segunda-feira sobre Portugal e a que o ECO teve acesso a um pequeno excerto, a unidade de análise económica da revista britânica The Economist sublinha que “a popularidade do PS provavelmente vai ser afetada pela contestação em curso de professores e enfermeiros, assim como pela greve dos camionistas de matérias perigosas em meados de abril. O Governo também está a ser escrutinado por uma série de nomeações de familiares de políticos proeminentes, abrindo a Administração a críticas de nepotismo”, pode ler-se no relatório que refere assim o que ficou conhecido como o familygate.

A EIU sublinha, no mesmo relatório, que “ainda não é certa a posição do PS sobre se quer consolidar a aproximação à esquerda (e assim aumentar a cooperação com o BE e o PCP) ou continuar próximo do centro para conseguir forjar acordos com o PSD de centro-direita, o principal partido da oposição”. Este relatório foi fechado a 20 de abril e por isso ainda não apanha a crise política que teve início na noite de 2 de maio, na reunião da comissão de Educação.

Este aumento de tensões, cristalizado na polémica dos professores, representa apenas um contratempo para os partidos de centro-esquerda que deve ser analisado num contexto pré-eleitoral, e não uma quebra estrutural nas relações”, defende, ao ECO, Ana Luís Andrade. E justifica: “Até porque, como estamos a ver por toda a Europa ocidental, o panorama político está a fragmentar-se cada vez mais e o declínio do sistema bipartidário exige uma maior e mais abrangente cooperação interpartidária”.

Para a analista da EIU é precisamente esta crescente fragmentação e instabilidade política que fazem com que “as reações dos mercados sejam mais moderadas perante eventos como este”. “Episódios como este que vivemos em Portugal nos últimos dias não vão ser suficientes para assustar os investidores ou provocar uma mudança de rating. Em parte, os investidores já estão habituados a Governos mais frágeis e a um ritmo de reforma mais lento”, sublinha, acrescentando que “Espanha é o mais recente exemplo disso”.

A economista desvaloriza o peso orçamental da medida em questão e lembra que a “meta do défice de 2019 não está em risco de incumprimento”. Isto apesar de esta terça-feira a Comissão Europeia defender que Portugal vai ter o dobro do défice previsto por Mário Centeno — 0,4% de défice. “Assumindo o custo total de 800 milhões de euros por ano (professores e outras carreiras) referido pelo Ministério das Finanças, e com base nas nossas projeções económicas, a medida iria provocar uma deterioração no balanço orçamental nos próximos anos, mas nunca poria em causa o cumprimento das regras orçamentais europeias”, precisa, ressalvando contudo que “é difícil dizer quanto é que a reposição integral custaria ao Estado”.

As contas mais recentes, que o ECO avançou na segunda-feira, dão conta de que a recuperação do tempo de serviço dos professores, e o consequente alargamento da medida às restantes carreiras especiais, custaria 560 milhões de euros, além do que já foi aprovado pelo Governo a partir de 2023, 140 milhões de euros por ano se fossem concretizados até ao final da próxima legislatura como prevê o Executivo. Este é o valor bruto, que não tem em conta aquilo que o Estado ganharia com aumento das receitas do IRS, contribuições para a Segurança Social e para a ADSE.

“Apesar da melhoria registada nos últimos anos, a economia portuguesa continua a ser das mais endividadas da zona euro, e não tem capacidade fiscal para acomodar estas e muitas outras exigências“, frisa a economista, que antecipa um crescimento de 1,8% este ano, previsão que se situa entre os 1,7% de Bruxelas e FMI e os 1,9% do Governo. As previsões de Primavera da Comissão Europeia relembram que Portugal tem a terceira dívida mais elevada da União Europeia, abaixo apenas da Grécia e da Itália, e é um dos quatro países que têm uma dívida pública superior a 100% do PIB, um grupo ao qual também se junta a Bélgica.

Para Ana Luís Andrade “este conflito evidenciou aquele que tem sido o maior desafio para o Governo de António Costa, e um tema recorrente nesta legislatura: conciliar a narrativa política do PS, assente no ‘virar a página da austeridade’, com metas orçamentais recorde. No entanto este Governo trouxe efetivamente uma mudança estrutural: criou, e tem vindo a solidificar, o consenso político à volta de uma política orçamental prudente”.

Em jeito de conclusão, a analista da EIU que acompanha a economia nacional, defende que “um dos legados mais importantes deste Governo é a responsabilidade orçamental, o que ficou evidenciado neste conflito”.

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