Maior acionista do Vitória de Guimarães rejeitou 8,1 milhões pela SAD

  • Lusa
  • 11 Novembro 2020

Mário Ferreira, empresário e ainda acionista maioritário do Vitória de Guimarães, rejeitou, em 2019, vender o capital que detém na SAD que compete na I Liga de futebol à empresa Leader Constellation,

O ainda acionista maioritário do Vitória de Guimarães, Mário Ferreira, rejeitou, em 2019, vender o capital que detém na SAD que compete na I Liga de futebol à empresa Leader Constellation, por 8,1 milhões de euros.

Adiantada na terça-feira pelo semanário Desportivo de Guimarães, a informação foi esta quarta-feira confirmada pela agência Lusa no processo referente à ação judicial do ex-presidente do conselho de administração da SAD, Júlio Mendes, e de um dos antigos administradores, Armando Marques, contra a Mário Andrade Ferreira – Sociedade de Investimentos (MAF), reivindicando o pagamento de 2,7 milhões de euros por causa dessa recusa.

Sediada em Leça da Palmeira, no concelho de Matosinhos, com capital social de três mil euros, a Leader Constellation realizou, em 30 de abril de 2019, uma proposta de aquisição do capital detido pela MAF (56,84% da SAD), prometendo um Vitória de Guimarães a “competir por uma classificação entre os primeiros lugares” da I Liga e a “garantir anualmente o acesso às competições europeias”, além de se “desenvolver a academia”, indica o processo.

A MAF rejeitou a proposta em 21 de maio, tendo salientado a ausência de “um plano de investimento” que assegurasse o “crescimento futuro” da Vitória SAD e considerado inaceitável o “pagamento diferido” das ações, em cinco tranches: uma de 300 mil euros, outra de um milhão, duas de 2,3 milhões e uma última de 2,2 milhões, com um prazo de até 270 dias após assinado o contrato de compra e venda.

Júlio Mendes demitiu-se da presidência do clube e do conselho de administração da SAD seis dias após a nega de Mário Ferreira, em 27 de maio, tendo justificado a decisão com a falta de abertura dos sócios vitorianos a “investimento externo”.

Na ação contra a MAF, interposta no Juízo Central Cível de Braga, em setembro de 2020, o ex-presidente e um dos ex-vices do Vitória exigem 2,7 milhões de euros, invocando um acordo parassocial de 8 de dezembro de 2016, em que a MAF se “obrigou a aceitar qualquer proposta de aquisição das 511.533 ações de que é proprietária“, desde que “excedesse o valor de oito milhões de euros”.

O empresário luso radicado na África do Sul concedeu ainda aos administradores Júlio Mendes, Armando Marques e Luís Teixeira, representante da MAF na SAD vitoriana até 2019, o “direito de preferência numa futura venda das ações” e a distribuição das “mais-valias com a venda”, por “cada um dos outorgantes do acordo”, em “igual proporção de 25%”, lê-se no processo.

Os ex-dirigentes reivindicam um milhão de euros cada um em mais-valias da venda não concretizada, com Júlio Mendes a exigir ainda um “prémio de desempenho” de 700 mil euros, relacionado com o facto de a proposta de 8,1 milhões de euros superar o valor do capital da MAF na SAD (2,56 milhões).

Na contestação junta ao processo, a MAF rejeita o “incumprimento contratual” que lhe é apontado, frisando que o “acordo parassocial” não foi aprovado em assembleia-geral da SAD e viola o artigo 399.º Código das Sociedades Comerciais, referente aos conselhos de administração de sociedades anónimas, sendo “nulo”.

A contestação indica ainda que a MAF aceitou o acordo parassocial para “evitar a instabilidade e a disrupção que resultaria da queda” da então direção do Vitória, após Júlio Mendes ter dito que “não continuava o seu trabalho de recuperação da sociedade”, sabendo que “não ganhava nada com isso”.

A empresa de Mário Ferreira reitera ainda que a proposta da Leader Constellation foi “arquitetada em conluio com os autores [Júlio Mendes e Armando Marques]” e alega que o valor está abaixo dos oito milhões de euros, face à desvalorização do valor do dinheiro à medida que um pagamento é adiado: a pedido da MAF, a consultora Mazars calculou que o valor situa-se entre 7,91 e 7,97 milhões.

Após ter rejeitado a proposta da Leader Constellation, a MAF decidiu vender a totalidade das ações ao Vitória de Guimarães por 6,5 milhões de euros, em três tranches até 31 de março de 2022, num acordo oficializado no passado dia 1 de outubro, que vai dar a maioria da SAD ao clube minhoto.

O semanário Desportivo de Guimarães também adiantou, na terça-feira, que o Vitória vai participar no processo que decorre em tribunal, mas o clube, contactado pela Lusa, não se pronunciou oficialmente sobre o assunto.

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Rússia: Seguradoras lucram mais 26% até setembro, revela banco central

  • ECO Seguros
  • 11 Novembro 2020

Perto de 170 companhias operam um mercado que mantém taxa de penetração baixa. As cinco maiores controlam 50% dos prémios de seguro.

O mercado russo de seguros somou lucros equivalentes a cerca de 2,05 mil milhões de euros nos primeiros nove meses de 2020, em progressão de 26% face a igual período de 2019, indicam números apresentados pelo vice-presidente do banco central (Bank of Russia) num fórum realizado em Moscovo.

Na intervenção com que abriu o 6º Fórum “Insurance Market Leaders”, este ano dedicado ao tema “Distance Products and Digital Challenges”, Vladimir Chistyukhin, vice-presidente do Banco da Rússia, referiu que, com as restrições da pandemia, a atividade económica abrandou acentuadamente na primeira metade do ano e, durante o segundo trimestre, o mercado teve uma quebra de 12% no volume bruto de prémios (- 44 mil milhões de rublos). Mas, no final dos nove meses atingiu quase o nível do mesmo período de 2019, impulsionado pelo ramo Vida, cuja produção aumentou 16% em termos de variação homóloga.

O crescimento dos lucros do setor (+26%, para 187 mil milhões de rublos, ou mais de 2 mil milhões de euros ao câmbio corrente) resultou do declínio no número de eventos segurados (sinistros) e, por consequência, menores perdas em alguns dos segmentos da atividade seguradora, explicou o responsável russo adiantando que “esse efeito se prolongará pelo resto do ano”.

A principal fonte dos lucros foi a atividade de investimento, cujo retorno aumentou 84%, para os 244 mil milhões de rublos. Este desempenho compensou quebra de aproximadamente 50% na atividade seguradora, a qual gerou um resultado de 74 mil milhões de rublos, um declínio a refletir o resultado negativo dos seguros Vida, penalizado por incremento de responsabilidades e constituição de reservas. Por seu lado, o ramo não Vida manteve resultados praticamente estabilizados face aos primeiros nove meses de 2019, em torno dos 161 mil milhões de rublos, beneficiando de resultados positivos na generalidade das linhas de negócios.

Os dados apresentados pelo representante do banco central são considerados preliminares. De acordo com o site XPrimm, o fórum anual que reuniu cerca de 350 dirigentes do setor segurador é organizado por uma agência de informação de seguros (ASN) e um gabinete de análise empresarial (Analytical Center BusinessDrom).

Cinco maiores seguradoras detêm metade do mercado

No final do primeiro semestre de 2020, mais de 160 companhias (ou operadores) de seguro presentes no mercado russo somavam 3,6 biliões de rublos em ativos totais, ou cerca de 39,5 mil milhões de euros.

No mesmo período, o volume bruto de prémios apresentava diminuição de apenas 0,03%, face a gual período do ano anterior, para 739 mil milhões de rublos (8,1 mil milhões de euros correntes). Por efeito da pandemia e consequente declínio na ocorrência de eventos segurados, os gastos com sinistros desceram no período entre janeiro e junho.

Apesar do contexto de volatilidade e quebra de rentabilidade nos mercados financeiros internacionais na pimeira metade do ano, os lucros dos seguros russos ainda cresceram 21%, para 149,1 mil milhões de rublos (cerca de 1,6 mil milhões de euros), com o setor a apresentar um RoE de 33,7%, a melhor taxa de rentabilidade sobre capitais próprios dos últimos três anos e meio.

Segundo dados de fonte externa, as cinco maiores (em volume de prémios) representavam metade da produção seguradora na Rússia nos primeiros seis meses de 2020.

Fonte: Dados https://www.insur-info.ru/statistics/analytics/. Edição ECO Seguros (novembro2020)

 

De acordo com o Banco da Rússia, no relatório relativo a 2019 ( original em língua russa), o volume total de prémios de seguros manteve-se praticamente estabilizado face a 2018, nos 1,48 biliões de rublos (cerca de 16,25 mil milhões de euros ao câmbio corrente atual), com o número de contratos (apólices) a crescer perto de 3%, para os 207,8 milhões.

No fecho de 2019, o lucro global da indústria russa de seguros estabeleceu-se em 207,4 mil milhões de rublos (cerca de 2,28 mil milhões de euros ao câmbio atual), apontando progressão de 25,7% face ao ano anterior, indicam dados do banco central citados na imprensa.

Entre outros aspetos que caracterizam o mercado russo (cerca de 147 milhões de habitantes, segundo dados de 2019), o seguro de responsabilidade civil automóvel é obrigatório e os seguros de saúde são na generalidade voluntários, mas tal como em outros segmentos da organização social e económica alguns seguros têm regime de obrigatoriedade.

Dados da OCDE relativos a 2018 indicam uma taxa de penetração de seguros de 1,4% na Rússia, inalterada face aos dois anos anteriores e a comparar com os 5,8% de Portugal (a taxa de penetração traduz-se pelo volume de prémios de seguro direto/PIB).

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Utilização de seguros saúde tem queda significativa em Portugal por causa da Covid-19

  • ECO Seguros
  • 11 Novembro 2020

O cenário para 2021 depende do impacto da COVID-19 e da disponibilidade de uma vacina no início do ano e de quem paga por ela, sustenta a WTW Portugal com base em relatório global.

A utilização dos seguros de saúde registou uma queda significativa em Portugal, impulsionada pela COVID-19, com uma grande maioria da população a adiar consultas médicas, tratamentos e exames, realça um estudo realizado junto de seguradoras de saúde pela Willis Towers Watson (WTW), líder em consultoria global e corretagem.

“A pandemia provocou uma queda acentuada em cirurgias não urgentes e nos tratamentos e consultas”, afirma Miguel Albuquerque, diretor de Health & Benefits na WTW Portugal. O responsável refere que houve igualmente um grande impacto na desaceleração da tendência de crescimento este ano, uma vez que se prevê “uma volatilidade significativa nos resultados de 2021, que dependem do impacto da COVID-19 e da disponibilidade de uma vacina no início do ano, de quem paga por ela e da extensão da sua disponibilidade”.

Além disso, acresenta, “há incertezas sobre como os custos dos testes e tratamento da COVID-19 em 2021 continuarão a ser divididos entre o governo, as seguradoras e as empresas.

Miguel Albuquerque sublinha, ainda, que “vai continuar a sentir-se um clima de incerteza à volta dos benefícios de saúde, à medida que começamos a ver o verdadeiro impacto dos tratamentos adiados em 2020 e os efeitos de longo prazo sobre aqueles que contraíram COVID-19. No entanto, a pandemia acelerou muito a adoção e o uso dos serviços de telemedicina, o que poderá ajudar a compensar esses custos potenciais mais elevados e a proporcionar uma forma mais eficiente de os segurados acederem e usarem cuidados de saúde no futuro.

Em Portugal, um dos 76 países incluídos no estudo “2021 Global Medical Trends Survey”, originalmente divulgado em outubro, existe um potencial para complicações de saúde e para o aumento dos custos nos anos futuros devido justamente ao adiamento de tratamentos e terapias. No entanto, as previsões são de que, em 2021, esta utilização deverá retornar aos níveis de 2019, à medida que os colaboradores cobertos pelos benefícios reagendarem tratamentos, consultas e cirurgias atrasados.

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Tráfego nas autoestradas em queda, mas recupera no verão

A associação das concessionárias aponta para uma recuperação do tráfego nos meses de verão, depois do confinamento. Contudo, números estão aquém dos registados no período do homólogo.

O tráfego nas autoestradas recuperou nos meses de verão, depois de um segundo trimestre muito negativo. Contudo, de acordo com a APCAP – Associação Portuguesa das Sociedades Concessionárias de Autoestradas ou Pontes com Portagem, a comparação homóloga continua a revelar um saldo negativo.

“Os valores registados no terceiro trimestre representaram uma melhoria em relação a abril, maio e junho, quando se verificaram com maior impacto as restrições impostas à circulação dos portugueses em confinamento, que os impediu de circular em fins de semana importantes como o da Páscoa”, diz a APCAP.

No entanto, face ao mesmo período do ano, o resultado continua a ser negativo. “A circulação média diária na rede dos associados da APCAP registou uma queda de 14% no terceiro trimestre de 2020, face a igual período do ano passado”, diz a associação em comunicado.

“As maiores quedas verificaram-se, justamente, onde o tráfego internacional tem maior peso, refletindo o reduzido número de turistas em Portugal durante o verão”, esclarece a APCAP.

A Via do Infante (-28%), a A23 (-22%) e a N125 (-18%) foram as “mais impactadas de entre as autoestradas e outras vias concessionadas no Continente, Madeira e Açores”, nota.

Em média, de acordo com os dados das concessionárias responsáveis por 3.580 quilómetros de autoestradas, “foram menos 3.000 veículos por dia em julho, agosto e setembro, o equivalente a cerca de menos 900 milhões de quilómetros percorridos”.

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Morreu Gonçalo Ribeiro Telles. Governo decreta luto nacional

  • Lusa
  • 11 Novembro 2020

Governo decidiu decretar um dia de luto nacional, na quinta-feira, pela morte do arquiteto paisagista.

O arquiteto paisagista Gonçalo Ribeiro Telles, figura pioneira na arquitetura paisagista em Portugal, morreu esta quarta-feira, dia 11, em Lisboa, aos 98 anos, revelou à Lusa fonte próxima da família.

O arquiteto, cuja carreira também se destacou na cidadania, ecologia e na política, faleceu na tarde desta quarta-feira, em casa, rodeado pela família.

Nascido a 25 de maio de 1922, em Lisboa, Gonçalo Ribeiro Telles é autor de projetos relevantes em Lisboa, como os Corredores Verdes e os jardins da Fundação Calouste Gulbenkian.

O Governo decidiu decretar um dia de luto nacional, na quinta-feira, pela morte do arquiteto paisagista e fundador do PPM (Partido Popular Monárquico), Gonçalo Ribeiro Telles, disse à Lusa fonte oficial do executivo.

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EIOPA: Risco macro é o mais grave na indústria seguradora europeia

  • ECO Seguros
  • 11 Novembro 2020

Os "riscos macro" mantêm-se em nível máximo, no vermelho. A persistência do impacto global da pandemia intensificou-se com a segunda vaga da Covid-19 iniciada em vários países europeus.

A Autoridade Europeia dos Seguros e Pensões Complementares de Reforma (EIOPA, na sigla em inglês) atualizou o seu Painel de Risco para a indústria seguradora com base em dados do segundo trimestre de 2020 à luz do regime Solvência II, introduzido em 2016. De acordo com os resultados publicados no site do supervisor europeu, o relatório trimestral mostra que as exposições de risco do setor de seguros da União Europeia “diminuíram ligeiramente, em comparação com a avaliação de risco de julho”.

As seguradoras “estão particularmente expostas a níveis muito altos de risco macro”, com tendência ascendente nesta categoria, enquanto os “riscos de mercado, crédito, rentabilidade e solvência diminuíram para um nível médio”. No entanto, a presente avaliação de risco “não teve em consideração a eclosão da segunda vaga da pandemia”, ressalva a entidade europeia num comunicado.

No que diz respeito ao risco macro, as projeções de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) disponíveis no final de setembro apontam expectativa de queda mais forte no último trimestre de 2020 e primeiros sinais de recuperação para o segundo trimestre de 2021. Os efeitos da nova vaga da pandemia “podem desviar ainda mais o crescimento do PIB para baixo”, avisa a autoridade europeia.

PAINEL de RISCO, Outubro 2020 – EIOPA

Fonte: EIOPA. As notas ao Risk Dashboard explicam que os dados recolhidos junto das companhias referem-se ao 2º trimestre, enquanto os indicadores de mercado datam de setembro de 2020.

 

A estabilização dos mercados financeiros no final do terceiro trimestre de 2020 aliviou parcialmente a situação desafiadora para as seguradoras europeias: os indicadores de risco de mercado e crédito estabilizaram no final de setembro de 2020. A capacidade de crédito dos ativos nas carteiras das seguradoras está sob monitorização rigorosa. A perspetiva dessas categorias de risco “reflete as informações disponíveis até o terceiro trimestre de 2020”, explica a EIOPA acrescentando que os riscos de rendibilidade e solvência “diminuíram para nível médio”.

O rácio de capital de solvência (SCR) dos grupos seguradores melhorou ligeiramente do primeiro para o segundo trimestre de 2020, “mantendo-se em níveis inferiores aos do último trimestre de 2019. Todos os indicadores de rentabilidade semestral, que agora incluem os primeiros meses da crise COVID-19 e o seu impacto sobre os retornos financeiros, mostram os sinais esperados de deterioração”.

Os riscos de seguros permanecem a um “nível médio”, motivados por “preocupações gerais com a diminuição do crescimento dos prémios e, em alguns Estados-Membros, com a adequação das reservas”. Mais especificamente, o crescimento anual dos prémios de vida “apresenta uma deterioração significativa pelo segundo trimestre consecutivo”, indicando já um impacto negativo da covid-19, observa o relatório que acompanha o Risk Dashboard da EIOPA.

Embora as perceções do mercado exibam tendência decrescente, mantêm-se ainda “num nível médio. Desde junho de 2020, as ações de seguros de vida e não vida apresentaram desempenho superior ao do mercado. A mediana do índice preço / lucro dos grupos seguradores da amostra utilizada no painel (98 seguradoras) aumentou ligeiramente a dispersão em relação aos baixos níveis alcançados no primeiro semestre de 2020, refere ainda a entidade presidida por Gabriel Bernardino.

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GEBALIS, protagonista nas políticas públicas de habitação

  • ECO + Gebalis
  • 11 Novembro 2020

É através de programas específicos que a GEBALIS, enquanto entidade gestora do maior parque habitacional do País, coloca o enfoque da sua gestão na mitigação de assimetrias sociais.

A importância do papel das cidades na determinação de políticas habitacionais e, em última instância, das condições habitacionais dos seus cidadãos tornou-se um tópico fundamental na atualidade. À centralidade das questões da habitação, juntam-se as da mobilidade, da digitalização, da energia, do consumo, da distribuição espacial e da justiça social, entre outras, mostrando como uma abordagem urbana integrada pode fornecer iniciativas políticas sustentáveis, sobretudo para quem tem responsabilidades na gestão habitacional.

Se a necessidade crescente e premente de habitação exige ao município de Lisboa a implementação de medidas que possibilitem com efetividade o acesso à habitação, este exige à GEBALIS, enquanto entidade gestora do maior parque habitacional do País, uma gestão integrada, eficiente e eficaz, pelos impactos que a sua intervenção tem aos diversos níveis de desenvolvimento e de coesão social e urbanística de Lisboa.

A gestão na cidade de Lisboa do regime de renda apoiada, e mais recentemente do arrendamento acessível, permite à GEBALIS assumir protagonismo não só pela dimensão do património – perto de 23 mil habitações, mais de 3 mil edifícios, mais de mil espaços comerciais (não habitacionais), praticamente 1200 elevadores e plataformas elevatórias – mas essencialmente pela dimensão social que um universo populacional de aproximadamente 64 000 pessoas exige.

Através de uma política de gestão integrada – social, patrimonial e financeira – e da sua maior vantagem competitiva, a proximidade aos residentes, a promoção da participação e responsabilização dos residentes e dos atores institucionais, no desenvolvimento de ações que contribuam para a melhoria da qualidade de vida dos espaços de habitar e, consequentemente, para o desenvolvimento social e urbano de Lisboa, é uma realidade.

Sustentada em três grandes eixos de atuação – promoção da vida coletiva, melhoria da imagem pública dos bairros e a conservação e requalificação do património – o modelo de gestão convoca os parceiros locais e os residentes, na qualidade de agentes fundamentais de mudança.

É através de programas específicos que a GEBALIS coloca o enfoque da sua gestão na mitigação de assimetrias sociais: “Lotes ComVida” – uma abordagem integrada de governação, com os residentes, na organização do seu prédio e na promoção de relações positivas de convivialidade social; o “Community Champions League” – uma parceria com a Fundação Benfica e 12 Juntas de Freguesia, desenvolvendo um projeto comunitário, em torno do futebol e de ações comunitárias; a aplicação da metodologia Nudge – em duas grandes áreas: alteração comportamental ao nível da utilização dos elevadores e no cumprimento regular do pagamento das rendas; a adesão ao “Projeto Radar” da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, com o acompanhamento da população + de 65 anos.

Destaque especial para o Programa LIFE – casas para uso universal, criado em 2010, uma simbiose perfeita entre a inovação da requalificação de habitações e a promoção da qualidade de vida dos residentes com deficiências profundas. As habitações LIFE apostam no recurso as novas tecnologias, nomeadamente a domótica com operacionalidade dos equipamentos via wireless e a chamada Internet of Things.

Quer seja procurando metodologias inovadoras junto da academia, ao nível da sociologia urbana, da ciência comportamental ou das mais recentes e sustentáveis técnicas de reabilitação de edifícios; quer seja através da experimentação de novas abordagens de intervenção social ou de novos materiais de construção, a GEBALIS aporta para a sua estratégia de gestão a componente da inovação, na procura de respostas assertivas e consistentes para fazer face aos desafios quotidianos.

Volvidos 25 anos a GEBALIS reforça o compromisso em continuar a servir a cidade de Lisboa, respondendo com qualidade e eficácia, perseguindo uma política de responsabilidade social empresarial, atenta à coesão social, à defesa dos direitos humanos, à igualdade de oportunidades, à igualdade de género, à diversidade e à multiculturalidade.

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Remote fecha ronda de 29 milhões de euros. Index Ventures lidera

A startup portuguesa que simplifica processos de onboarding remoto fechou mais uma ronda de investimento. Financiamento permite aumentar equipa para 65 pessoas e chegar a 30 países até final do ano.

Os fundadores da Remote, Marcelo Lebre (ex-Unbabel) e Job van der Voort.D.R.

A Remote, startup de tecnologia que simplifica os processos de onboarding remotos, concluiu esta quarta-feira uma ronda Série A de 35 milhões de dólares (equivalente a 29,5 milhões de euros), liderada pela Index Ventures, a quem se juntaram os fundos Sequoia Capital, Two Sigma e General Catalyst. O investimento vai permitir acelerar o crescimento, aumentar a equipa para 65 pessoas e expandir os serviços da startup para 30 países, ainda este ano.

Em abril deste ano, a Remote fechou uma ronda de 10 milhões de euros, liderada pela Sigma Ventures. Com o novo investimento anunciado esta semana, a Remote quer duplicar a equipa no próximo ano e, no mínimo, chegar aos 60 países em 2021.

“O trabalho remoto tornou-se regra para milhares de empresas e prevemos que mais de 40% dos empregos serão híbridos ou totalmente remotos nos próximos anos. Acreditamos que as empresas devem ser capazes de empregar qualquer pessoa no mundo e que as oportunidades devem ser acessíveis, independentemente do local onde a pessoa reside. O investimento vai permitir-nos continuar a construir ferramentas para que as empresas facilitem o trabalho remoto. O remoto não facilita apenas o emprego, mas ajuda as empresas a vencer a guerra global por talento”, sublinha Job van der Voort, CEO e cofundador da Remote, citado em comunicado.

Fundada em janeiro de 2019 por Marcelo Lebre (CTO) e Job van der Voort (CEO), a Remote tem como objetivo ajudar as empresas a simplificar os processos de contratação em ambiente remoto. Desde o início do ano, a startup tem duplicado mensalmente a carteira de clientes, tendo hoje nomes como a GitLab, Loom, Cargo One, Whereby e a Phaidra.

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Das rendas à restauração, até à cultura. As 21 medidas de apoio da CML em tempo de pandemia

A Câmara de Lisboa criou um programa de apoio às empresas e famílias que estão a sofrer com a pandemia. Ao todo são 55 milhões de euros, onde o comércio e a restauração são os mais beneficiados.

Numa altura em que a pandemia está em máximos, multiplicam-se esforços para superar todos os impactos. A Câmara de Lisboa não ficou indiferente e criou um plano de resposta ao coronavírus, à medida que as empresas da capital vêm a situação financeira complicar-se. Ao todo são mais de 55 milhões de euros espalhados por 21 medidas que pretendem apoiar as empresas e as famílias em dificuldade.

Apoio extraordinário ao comércio e à restauração

Apoio à instalação e melhoria das esplanadas

  • Prolongamento da licença das esplanadas até ao final de 2021;
  • Isenção de taxas das esplanadas até ao final de junho de 2021;
  • 500.000 euros de apoios a fundo perdido à requalificação das esplanadas para o inverno, nomeadamente na compra de mobiliário (até 750 euros para esplanadas existentes e até 2.000 euros para novas esplanadas).

Isenção de rendas em espaços comerciais da autarquia

  • Isenção total do pagamento de rendas, no primeiro semestre de 2021, a todos os estabelecimentos comerciais em espaços municipais;
  • Prorrogação do prazo de concessões em quiosques e outros equipamentos municipais no setor da restauração.

Reforço do fundo específico das Lojas com História

  • Reforço de 250.000 euros do fundo específico das Lojas com História, que abrange 149 lojas, através da modernização e conservação dos espaços, apoio à digitalização, produção de iniciativas culturais, apoio à criação de material promocional e estudos e consultoria.

Campanha de comunicação de apoio à restauração e ao comércio local

  • Investimento de 250.000 euros numa campanha de comunicação de apoio à restauração e ao comércio local, incentivando o consumo local através de personalidades reconhecidas pelo público e de campanhas em meios de comunicação.

Apoio a soluções inovadoras para promoção da saúde e sustentabilidade

  • Investimento de 500.000 euros no lançamento, no primeiro trimestre de 2021, de um concurso dirigido a startups do ecossistema empreendedor de Lisboa para apoiar a construção de soluções inovadoras para a promoção da saúde e resiliência e sustentabilidade.

Apoio à conversão de alojamento em arrendamento acessível

Reforço do Balcão de atendimento a empresas

  • Reforço de 100.000 euros no Balcão de atendimento de empresas — Lisboa Empreende+.

Reforçar a programação e o apoio aos agentes culturais

  • Investimento de 5,9 milhões de euros para reforçar a contratação de programação cultural em 2021;
  • 600.000 euros em apoios às salas e clubes com programação de música (Music Venues);
  • 400.000 euros para a aquisição de livros às Livrarias Independentes.

Apoio extraordinário às empresas culturais

  • Dois milhões de euros em apoios a fundo perdido para as empresas culturais, com um volume de negócios inferior a 500.000 euros e com uma quebra de faturação de 25% entre janeiro e setembro.

Reforço do Fundo de Emergência Social para famílias e IPSS

  • Reforço de 4,3 milhões de euros do Fundo de Emergência Social IPSS (FES) IPSS, apoiando entidades do setor associativo e outras entidades sem fins lucrativos;
  • Reforço de 2,4 milhões de euros do Fundo de Emergência Social (FES) Agregados Familiares, destinado a todas as famílias com rendimentos significativamente diminuídos com a pandemia.

Isenção de rendas ao setor social e associativo

  • Investimento de 250.000 euros na isenção de 50% do pagamento de rendas a todas as instituições de âmbito social, cultural, desportivo e recreativo no primeiro semestre de 2021 e de 100% no caso de a atividade estar encerrada.

Ajustar as rendas das famílias em fogos municipais

  • Investimento de dois milhões de euros no ajuste de rendas em fogos municipais em caso de quebra de rendimentos das famílias, uma medida que vai abranger 24.000 famílias e 70.000 pessoas.

Reforço do apoio alimentar a famílias carenciadas

  • Investimento de seis milhões de euros na manutenção do apoio de alimentação por via da distribuição de 3.600 kits refeição por dia (almoço+lanche+jantar);
  • Investimento de 3,6 milhões de euros no reforço das refeições solidárias produzidas a partir de restaurantes locais (+ 40.000 kits refeição por mês).

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Porto à espera de medidas do Governo. Câmara antecipar apoios “seria imprudente”

Lisboa vai apoiar a fundo perdido restaurantes e lojas, mas a autarquia do Porto prefere aguardar pela aprovação do Orçamento e pelas medidas que serão anunciadas pelo Governo.

Ao contrário da Câmara de Lisboa, que destinou 20 milhões de euros a fundo perdido para apoiar 8.000 lojas e restaurantes, a Câmara do Porto decidiu aguardar pela aprovação do Orçamento para o próximo ano para anunciar eventuais medidas de apoio às empresas. Além disso, quer esperar pelas medidas que o Governo vai anunciar esta quinta-feira para a restauração.

Já lançámos imensos apoios desde a pandemia, mas neste momento estamos a preparar o Orçamento para 2021. Não podemos adiantar nada porque o Orçamento está a ser preparado e só vai ser apresentado no final deste mês. É prematuro estar a falar de medidas avulsas”, explica ao ECO a adjunta do presidente da Câmara Municipal do Porto, Adelina Cabral.

Rui Moreira destacou que a “Câmara vai aguardar que o Governo anuncie as medidas que o primeiro-ministro anunciou terça-feira”. Acrescentou ainda que é “uma matéria da competência do Governo”. “Nós analisaremos se é preciso ou não, se é conveniente ou não e se está ao nosso alcance tomar medidas adicionais. Estar a antecipar medidas seria imprudente”, acrescentou, em resposta aos apoios de Lisboa, em declarações à SIC Notícias.

A adjunta do presidente da autarquia portuense adianta ainda que, para já “não estão em cima da mesa” medidas de apoio à restauração e ao comércio, mas que “as medidas estão a ser trabalhadas por várias forças politicas e que não nada fechado”. Destaca ainda que a 30 de novembro a Câmara do Porto tem uma reunião extraordinária direcionada apenas para a questão do Orçamento e que, nessa altura, serão anunciadas mais medidas para minimizar os efeitos da pandemia na economia local.

Tendo em conta que a restauração e o comércio são dos setores mais afetados pela pandemia e pelas novas restrições, o Governo tem reservada uma verba de 750 milhões para pagar subsídios a fundo perdido às micro e pequenas empresas destes setores, no âmbito do apoiar.pt. Em causa estão o comércio e os serviços abertos ao consumidor, cujo encerramento foi forçado em março, do alojamento, da restauração e das atividades da cultura.

Face ao aumento do número de casos de coronavírus, com foco no Norte, o Governo decretou recolher obrigatório nos dois próximos fins de semana a partir das 13h00, uma medida que está a desagradar os setores que temem entrar em falência. Como resposta, o Executivo vai anunciar amanhã novos apoios para o setor da restauração para compensar as quebras do recolher obrigatórios nos próximos dois fim de semana.

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Aposta no digital faz cair faturas pendentes para metade. ADSE quer passar a pagar em 60 dias

"Acreditamos que esta evolução nos vai permitir chegar ao final do ano com um prazo de pagamento de 60 dias, menos 25 do que o atual", frisou Alexandra Leitão.

A aposta na digitalização e na desmaterialização da entrega de documentos fez cair para menos de metade as faturas pendentes na ADSE. Em abril, havia 550 mil documentos nessa situação. Hoje, há 200 mil. Estes números foram avançados, esta quarta-feira, pela ministra da Modernização do Estado e da Administração Pública, que sublinhou que o objetivo agora é “chegar ao final do ano com um prazo de pagamento de 60 dias, menos 25 do que o atual”.

“A tecnologia oferece-nos possibilidades infinitas. Permite-nos, por exemplo, desmaterializar a entrega de documentos, como fizemos na ADSE, onde em seis meses cerca de 30% dos documentos submetidos diariamente já chega por via digital”, começou por frisar Alexandra Leitão, que está a ser ouvida no Parlamento, numa audição marcada no âmbito da apreciação na especialidade da proposta de Orçamento do Estado para 2020.

A governante adiantou que esse mesmo processo de digitalização permitiu uma redução de “550 mil faturas pendentes no final de abril” para 200 mil faturas no presente, ou seja, um recuo para menos de metade. “É uma recuperação notável”, considerou Alexandra Leitão.

“Acreditamos que esta evolução nos vai permitir chegar ao final do ano com um prazo de pagamento de 60 dias, menos 25 do que o atual, reforçando o caminho que estamos a fazer para melhorar o serviço da ADSE aos beneficiários, e a que se soma a celebração de novas convenções e a atualização das tabelas“, acrescentou a responsável.

A ministra da Administração Pública assegurou também, no que diz respeito à ADSE, e quando questionada pela CDS-PP, que os internamentos por Covid-19 e as teleconsultas estão a ser comparticipadas. A governante mostrou, ainda assim, abertura para rever e agilizar o processo de comparticipação das teleconsultas, uma vez que hoje exige a confirmação do utente.

Na sua intervenção inicial, Alexandra Leitão destacou ainda que, nos primeiros nove meses do ano, já foram realizados 2,7 milhões de atendimentos nas lojas de cidadão e 160 mil nos espaços cidadão, apesar dos constrangimentos trazidos pela crise pandémica. Deste último valor, 68 mil disseram respeito à renovação do Cartão de Cidadão.

A ministra avançou também que o número de ativações da chave móvel digital já ultrapassou os 2,2 milhões. Em causa está instrumento digital que permite, com um número de telemóvel e um pin, marcar uma consulta, entregar a declaração de IRS, validar faturas, pedir o registo criminal ou matricular os filhos numa escola.

Sobre os funcionários públicos, Alexandra Leitão indicou que “está em curso e em fase avançada um levantamento que vai permitir fazer uma alocação criteriosa dos trabalhadores” que entrarão para o Estado no próximo ano, nomeadamente os mil trabalhadores selecionados no processo de recrutamento centralizado — que a ministra admitiu estar a demorar “mais do que devia — e os estagiários do programa destinado aos jovens com habilitações superiores que estejam desempregados — que a governante salientou não ser “emprego barato”, porque não é garantido o salário mínimo, mas o salário de entrada correspondente à posição que será ocupada por estes trabalhadores.

Sobre os aumentos salariais dos funcionários do Estado — muito reivindicados pelos sindicatos –, a governante disse apenas que “o Orçamento para 2021 prevê um aumento de cerca de 3,5% da massa salarial da Administração Pública, decorrente da aplicação de medidas relacionadas com a retoma da normalidade das carreiras, nomeadamente progressões, alterações de escalão e recuperação de tempo de serviço”, bem como das novas contratações previstas e do aumento da base remuneratória da Administração Pública, por arrastamento da subida do salário mínimo nacional.

Também esta quarta-feira, Alexandra Leitão confirmou que é intenção do Governo rever o sistema de avaliação dos funcionários públicos (o SIADAP), considerando inaceitável ter de esperar dez anos para progredir uma posição remuneratória como acontece hoje. A ministra mostrou-se ainda aberta para rever a Tabela Remuneratória Única (TRU), trabalho que quer fazer com as estruturas sindicais, disse.

(Notícia atualizada às 17h55).

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Conselho Superior aprova referendo para segurança social dos advogados. Data será decidida no dia 30

O Conselho Superior da Ordem dos Advogados considera que é legal o pedido dos advogados para a realização de uma AG para decidir um referendo sobre o regime de previdência dos 33 mil profissionais.

O Conselho Superior da Ordem dos Advogados — liderado pela advogada Paula Lourenço — decidiu que o referendo aos advogados é para avançar, dando assim o ‘aval’ para a realização da Assembleia Geral Extraordinária marcada para 30 de novembro. Uma reunião que servirá para a marcação de um referendo, de forma a permitir que os advogados possam (ou não) escolher o regime de previdência a que ficam sujeitos. Ou seja: ou a Caixa de Previdência de Advogados e Solicitadores (CPAS), até aqui obrigatório, ou o regime geral da Segurança Social.

Desta feita, o ECO/Advocatus sabe que o Conselho Superior da OA — órgão competente para decidir sobre as matérias que possam ser discutidas em assembleias gerais – decidiu que este pedido em nada viola o Estatuto da Ordem dos Advogados (EOA).

O Conselho Geral da Ordem dos Advogados (Ordem OA) — liderado pelo bastonário Luís Menezes Leitão — decidiu convocar para 30 de novembro uma Assembleia Geral para deliberar sobre esta questão. Porém, essa AG estava dependente do parecer vinculativo do Conselho Superior da OA. Esta Assembleia Geral tem por base um pedido de um grupo de advogados que representa 10% dos advogados inscritos na OA, tal como é estatutariamente exigido. Ou seja, mais de 3 mil assinaturas. Um grupo liderado pelos advogados Lara Roque Figueiredo, José Pedro Moreira e Fernanda de Almeida Pinheiro.

A discussão sobre o regime de previdência social dos advogados tem sido recorrente ao longo dos anos, mas face ao período de estado de emergência que o país enfrentou, intensificou-se. Durante este período os tribunais estiveram encerrados impedindo que os advogados tivessem direito a qualquer apoio social por parte da CPAS.

“Esta circunstância tornou ainda mais evidente a incapacidade da CPAS em se configurar como um verdadeiro regime de previdência e proteção social. O descontentamento geral dos advogados em relação à sua Caixa de Previdência culminou com o pedido de convocação daquela assembleia geral extraordinária”, nota o grupo de advogados dinamizadores do referendo.

Em abril, o bastonário avisou que a OA ia lançar uma auditoria externa à CPAS. Segundo Luís Menezes Leitão, o objetivo era “apurar o património da entidade e as condições para o pagamento de pensões”. O líder dos advogados avançou também, na altura, que na última reunião do conselho geral da OA foi formado um grupo de trabalho com o intuito de “avaliar a situação em termos de sustentabilidade e verificar a forma como os advogados estão a encarar o seu sistema de previdência”.

Uma vez que os advogados não descontam para a Segurança Social, mas antes para a CPAS, estes profissionais não têm direito aos apoios do Estado. Face à pandemia Covid-19, a OA por várias vezes alertou a direção da CPAS para a adoção de algumas medidas, de forma a garantir o apoio aos beneficiários. Ainda assim, a Caixa de Previdência recusou-se a isentar os associados.

Há duas semanas , a CPAS anunciou a atribuição de seguro por doença e acidentes pessoais. Prémios que serão, segundo fonte oficial da instituição, assumidos pela CPAS e não pelos mais de 38 mil advogados e solicitadores inscritos. Para que a medida entre em vigor, resta apenas que a proposta seja votada favoravelmente no Conselho Geral da CPAS, marcado para o dia 27 de outubro.

Na prática, significa que os advogados, solicitadores e agentes de execução passam a receber um subsídio diário se estiverem doentes ou tiverem sofrido algum tipo de acidente. Semelhante a uma baixa médica a que os trabalhadores incluídos no regime de Segurança Social têm direito.

“Os advogados, solicitadores e agentes de execução irão passar a beneficiar de um Plano de Proteção de Rendimentos que lhes garantirá o pagamento de um subsídio diário em situação de incapacidade temporária absoluta por doença ou acidente, caso a proposta da direção da CPAS seja votada favoravelmente no Conselho Geral da CPAS do próximo dia 27 de outubro”, referia a CPAS em comunicado. Segundo a direção da CPAS, “este plano vai dar resposta ao problema dos profissionais liberais, advogados, agentes de execução e solicitadores”.

No ano de 2019, a instituição teve um lucro de 18 milhões de euros, de acordo com o relatório e contas da CPAS de 2019 aprovado a 29 de junho. Um resultado conhecido numa altura em que o sistema autónomo face ao regime geral da Segurança Social estava a ser alvo de muitas críticas por não garantir aos profissionais os apoios mínimos em caso de baixa por doença ou em caso de licenças de parentalidade.

“Os indicadores relativos ao exercício de 2019 atestam um desempenho muito positivo da CPAS no plano económico, financeiro e de sustentabilidade, com desafios estruturais e conjunturais vários de curto, médio e longo prazo que exigem rigor, prudência e responsabilidade na gestão. O resultado líquido do exercício foi positivo em 18 milhões e 681 mil euros”, dizia o relatório.

A CPAS mudou de direção no final de 2019. Em fevereiro, o atual presidente, Carlos Pinto de Abreu — que tem na sua equipa Victor Alves Coelho, Catarina Mascarenhas, Susana Afonso e José Manuel Oliveira –, garantia a sustentabilidade do sistema, em entrevista à Advocatus. Estes resultados provavam isso mesmo.

Mas apesar da saúde financeira da CPAS, em plena pandemia, foram várias as queixas públicas do setor face à falta de apoios para os advogados e também solicitadores que deixaram de ter rendimentos.

 

 

 

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