Bem-estar dos portugueses melhorou antes da pandemia

O bem-estar dos portugueses melhorou em 2019, atingindo um máximo de, pelo menos, 2004, principalmente por causa da melhoria do bem-estar económico que se registava desde a crise anterior.

A pandemia pode ter mudado esta evolução, mas antes de o vírus chegar os portugueses registaram uma melhoria do bem-estar. Desde 2014 até 2019 que o índice de bem-estar tem melhorado em Portugal, principalmente por causa da melhoria das condições económicas. Após ter atingido um máximo em 2019, o indicador deverá cair em 2020, mas os dados só serão conhecidos daqui a um ano.

“Os dados preliminares para 2019 apontam para a continuação de um ligeiro crescimento do IBE [Índice de Bem-Estar], explicado por uma melhoria na Qualidade de vida, e pela melhoria mais pronunciada nas condições materiais de vida“, revela o Instituto Nacional de Estatística (INE) esta terça-feira no destaque em que atualiza o índice de bem-estar dos portugueses.

O indicador atingiu em 2019 o seu valor mais elevado desde que começou a ser medido em 2004: 50 pontos numa escala de 0 a 100 pontos. Este é o culminar de uma recuperação iniciada em 2013, após o impacto mais forte da anterior crise financeira, mas que deverá ser interrompida pela chegada da crise pandémica em 2020. Os dados relativos a este ano só deverão ser divulgados pelo INE no próximo ano.

Apesar de ter melhorado no ano passado, a melhoria regista um abrandamento, tal como em 2018. Um dos domínios que menos melhorou foi o do emprego, isto num ano em que a taxa de desemprego já estava em níveis historicamente baixos, impedindo melhorias muito mais expressivas. Já a segurança pessoal, a educação, conhecimento e competências foram os domínios que mais melhoraram.

Entre 2004 e 2019, o índice de bem-estar dos portugueses duplicou. “Esta evolução positiva deveu-se sobretudo aos progressos na vertente Qualidade de vida (com a exceção do período 2007-2008) e nas condições materiais de vida (exceto no período 2010-2013)“, explica o gabinete de estatísticas.

É de notar que neste período praticamente todos os domínios considerados neste índice cresceram, à exceção do “balanço vida-trabalho”, considerado na vertente de qualidade de vida, sendo o que “menos cresce no período, mantendo-se relativamente estável sobretudo a partir de 2010”, nota o INE.

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Portugal preparou-se para segunda vaga pandémica no “outono-inverno”, defende Costa

  • Lusa
  • 10 Novembro 2020

Numa série de publicações no Twitter, o primeiro-ministro defende que Portugal se preparou para esta nova vaga da pandemia, enumerando tudo o que foi reforçado.

O primeiro-ministro rejeitou esta terça-feira a ideia de que o Governo não preparou o país para a segunda vaga da pandemia no outono-inverno, defendendo que há agora mais meios de atendimento e mais profissionais de saúde.

Estas posições foram publicadas por António Costa na sua conta do Twitter, numa série de mensagens em que o próprio líder do Executivo começa por colocar a questão se será verdade que o país não se preparou para a pandemia no período do outono e inverno. O primeiro-ministro refere depois que em março, no começo da pandemia no país, a linha SNS24 podia atender até dez mil telefonemas, mas hoje “tem capacidade para mais de trinta mil”.

No que respeita à capacidade de testagem, o primeiro-ministro aponta que em março passado a média diária era de 2.578, sendo hoje de 35.348. Nesta série de comparações, António Costa diz que “em março eram acompanhadas 11.842 pessoas em vigilância ativa e hoje são 90.088. “Em março havia cerca duas mil camas que podiam ser afetas a doentes covid-19, mas hoje há mais de três mil e, com desmarcação de atividade programada, poderão chegar a 18 mil”, salienta.

Tal como já havia afirmado na entrevista que concedeu na segunda-feira à noite à TVI, o líder do Executivo, nestas mesmas mensagens que publicou no Twitter, defende em seguida que as camas de unidades de cuidados intensivos para doentes covid-19 passaram de 433 em março para 704 — e o número de camas poderá atingir 944 “com desmarcação de atividade programada”.

No que respeita a ventiladores, ainda de acordo com os mesmos dados apresentados por António Costa, “em março havia 1.142 e hoje há 1.939”. “Em março criámos um regime excecional de contratação de profissionais de saúde. Hoje já contratámos 6.883 profissionais de saúde ao abrigo deste regime e decidimos vincular ao Serviço Nacional de Saúde perto de metade”, acrescenta nestas suas mensagens.

Na segunda-feira à noite, em entrevista à TVI, quando foi questionado sobre os motivos que levaram o Governo a anunciar apenas no sábado passado medidas mais duras de combate à pandemia, António Costa alegou que o crescimento verificado no número de contágios “foi exponencial nas últimas semanas”.

Depois, tal como já tinha afirmado o Presidente da República, em entrevista à RTP — e também o próprio primeiro-ministro no final do último Conselho de Ministros extraordinário –, António Costa alegou que, em Portugal, “como em todos os países da Europa, ninguém previu que esta segunda vaga surgisse tão cedo”.

“Toda a gente a antecipava que viria na passagem do outono para o inverno, ninguém pensava que chegasse tão cedo. Isso é claro. Agora, se me perguntam se eu estou surpreendido com este número tão significativo de transmissões na comunidade, eu estou muito surpreendido”, acentuou. Para o primeiro-ministro, nesta fase após o verão, “as pessoas no seu conjunto não reagiram tão prontamente quanto reagiram” em março e abril.

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Portugal poderá abrir mais 69 mercados para 336 produtos

  • Lusa
  • 10 Novembro 2020

Portugal tem um potencial identificado de 69 novos mercados para 336 produtos, disse a ministra da Agricultura. Maria do Céu Antunes referiu ainda que a agricultura biológica é prioridade do governo.

A ministra da Agricultura anunciou esta terça-feira, no parlamento, que Portugal tem um potencial identificado de 69 novos mercados para 336 produtos, esclarecendo que a aposta passa pelos produtos onde o país tem excedentes de produção.

“Temos potencial identificado de 69 novos mercados para 336 produtos”, assegurou Maria do Céu Antunes, em resposta aos deputados, numa audição parlamentar conjunta com as comissões de Orçamento e Finanças e Agricultura e Mar.

A governante disse que o ministério está a trabalhar com os negócios estrangeiros para “acrescentar valor” a este trabalho, precisando que a aposta tem que se focar nas áreas em que Portugal “tem uma capacidade excedentária de produção”.

"Temos potencial identificado de 69 novos mercados para 336 produtos.”

Maria do Céu Antunes

Ministra da Agricultura

Maria do Céu Antunes enalteceu o papel da Direção-Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV) na abertura de novos mercados, notando que este processo segue “rigorosos protocolos”.

A ministra da Agricultura lembrou também que, em cinco anos, foram abertos 69 novos mercados para 269 produtos, 16 dos quais na atual legislatura.

Só durante a pandemia de covid-19 foi aberta a possibilidade de exportação de 13 produtos para 10 países diferentes, avançou.

Agricultura biológica é prioridade e já recebeu 139 milhões do PDR

A ministra da Agricultura adiantou que a agricultura biológica é uma prioridade do executivo, notando que esta prática já recebeu 139 milhões de euros do Programa de Desenvolvimento Rural (PDR) 2020.

“A agricultura biológica é para nós uma prioridade, se não fosse não tínhamos uma estratégia nacional”, assegurou Maria do Céu Antunes.

A líder do Ministério da Agricultura informou que foi aberto um aviso para investimento na exploração agrícola, cujo prazo foi alargado a pedido dos beneficiários, com três milhões de euros de dotação. Conforme apontou a governante, este aviso recebeu 272 candidaturas com um investimento proposto de 55 milhões de euros.

“Há da parte dos nossos agricultores uma grande adesão a estas medidas e a esta prática agrícola”, sublinhou.

Maria do Céu Antunes disse ainda que, até à data, o PDR 2020 concedeu 139 milhões de euros para apoiar a criação e manutenção da agricultura biológica para cerca de 4.500 beneficiários, segundo os últimos dados reportados até julho.

A governante adiantou também que o executivo quer abrir, no próximo ano, estas medidas a novos beneficiários.

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Portugal regista terceira maior subida da poupança na UE

Rendimento disponível caiu ligeiramente em Portugal, enquanto a poupança disparou perante menor consumo. Pandemia mudou drasticamente os hábitos das famílias na gestão dos seus orçamentos.

A pandemia mudou drasticamente os hábitos das famílias no que toca ao dinheiro. Com a necessidade de manter as pessoas em casa para travar os contágios, o consumo afundou enquanto a poupança disparou. Portugal seguiu a mesma tendência de muitos países. Dados revelados pelo Eurostat indicam que registou a terceira maior subida da taxa de poupança na União Europeia no segundo trimestre, marcado em grande parte pelas medidas de confinamento.

Portugal viu a taxa de poupança (em termos gerais, a parte do rendimento disponível que não foi gasta) disparar mais de dez pontos percentuais (pp) entre abril e junho, sendo o terceiro Estado membro com a maior variação, de acordo com o gabinete de estatísticas de Bruxelas. Apenas Irlanda (+22,0 pp) e Espanha (+13,7 pp) registaram maiores variações dentro da UE. A média europeia e da Zona Euro foi de subida de 10 pp.

A principal razão que explica o aumento da taxa de poupança da UE de 10,8 pp foi a descida acentuada de 17,3% na despesa de consumo final das famílias. Esta queda na despesa de consumo final das famílias contrastou fortemente com a diminuição de 1,8% no último trimestre e os recentes aumentos superiores a 2%”, disse o Eurostat.

Do outro lado, a Suécia, um dos países que teve abordagem diferente à pandemia, sem impor confinamento generalizado, foi o país do espaço comunitário europeu onde a taxa de poupança até caiu, com uma variação negativa de 0,6 pp.

A poupança acelerou enquanto as despesas das famílias afundou no segundo trimestre, num período em que não saíram de casa e muitas lojas e restaurantes e até fronteiras se encontravam encerrados.

Em Portugal, a variação no consumo das famílias registou um travão expressivo, afundando cerca de 15 pp naquele período, situando-se a meio da tabela europeia. Espanha, Irlanda, Itália, França, Bélgica, Áustria e Eslovénia tiveram quedas mais expressivas que a portuguesa, sendo que países como Espanha e Itália registaram quedas acentuadas no rendimento disponível, o que também ajuda a explicar a queda no consumo.

Dinamarca (-4,4%) e República Checa (-7,7%) observaram comportamentos mais estáveis naquilo que foram as despesas domésticas.

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Moody’s vê Portugal entre os países com maior “destruição económica” devido à pandemia

Agência de rating Moody's alerta que o elevado peso das PME no tecido empresarial português, italiano e grego aumenta os riscos para os três países.

A pandemia de Covid-19 está a afetar as economias mundiais de forma diferente e o elevado peso das pequenas e médias empresas (PME) em Portugal coloca o país na linha da frente do risco de destruição do tecido empresarial, a par da Grécia e de Itália. A conclusão é da agência Moody’s, que alerta para o impacto do vírus nos ratings das dívidas públicas em 2021.

Economias como a Grécia, Portugal (Baa3 positivo) ou Itália, em que as pequenas e médias empresas representam uma larga proporção do PIB e do emprego, irão sofrer uma destruição económica acrescida dadas as reservas mais baixas das empresas, as menores alternativas de financiamento e os horizontes mais curtos”, alerta a agência norte-americana numa nota divulgada esta terça-feira.

A Moody’s explica que há economias que irão recuperar melhor, apontando para economias com maior diversificação e flexibilidade. Exemplifica que os elevados níveis de digitalização e automação de países como a Coreia e os nórdicos da Europa (como Dinamarca) poderão ser beneficiados. Em sentido contrário, países muito dependentes do turismo ou petróleo irão enfrentar maiores desafios. Economias fortemente ligadas aos serviços como o Reino Unido ou França deverão estar do lado dos países penalizados. De qualquer forma, a perspetiva geral é negativa.

"As amplas consequências económicas da pandemia e das medidas adotadas pelos países para a conter, criaram choques económicos, orçamentais e sociais que irão durar em 2021 e muito depois.”

Moody's

O nosso outlook para a qualidade dos ratings soberanos em 2021 é negativa, a refletir as nossas expectativas para as condições fundamentais que guiam os ratings soberanos nos próximos 12 a 18 meses”, diz a Moody’s. “As amplas consequências económicas da pandemia e das medidas adotadas pelos países para a conter, criaram choques económicos, orçamentais e sociais que irão durar em 2021 e muito depois”.

Este impacto já se está a fazer sentir. Até esta segunda-feira, 65 (ou 60%) do total de 108 ações de rating soberano decididas este ano pela Moody’s foram negativas. A proporção fica muito abaixo da registada tanto em 2019 (20%) como em 2018 (30%). Desde 2016 — na altura do choque dos preços de petróleo — que não havia tantos downgrades, sendo que quase metade das revisões em baixas estiveram relacionadas com a pandemia. O próximo ano poderá trazer um agravamento.

A curto prazo, os soberanos com rating mais baixo serão os mais afetados negativamente dada a menor resistência a nível económico e institucional, bem como o acesso mais limitado a financiamento em comparação com soberanos com perfis de crédito mais forte. No entanto, a médio prazo, soberanos ao longo de todo o espetro de ratings irão enfrentar crescentes desafios de trade-offs políticos causados ou agravados pela crise”, acrescenta.

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“Confinamento” é a palavra do ano

  • Lusa
  • 10 Novembro 2020

Editora do dicionário de inglês Collins registou mais de 250 mil utilizações da palavra "confinamento" este ano. "Distanciamento social", "auto isolamento" e "trabalhador essencial" constam na lista.

O “confinamento”, medida restritiva adotada por Governos de todo o mundo para limitar a propagação do novo coronavírus, foi esta terça-feira designada palavra do ano 2020 pela HarperCollins, anunciou o grupo que edita o dicionário de inglês Collins.

“Lockdown” (confinamento, em português) faz parte de uma lista de dez outras palavras, muitas das quais relacionadas com a pandemia de covid-19, estabelecida pelos lexicógrafos da HarperCollins que estudam a evolução da língua inglesa.

A editora registou mais de 250 mil utilizações da palavra “confinamento” em 2020, contra apenas 4000 no ano anterior.

“A língua é o reflexo do mundo que nos rodeia e 2020 foi dominado pela pandemia. Escolhemos ‘confinamento’ como palavra do ano porque resume a experiência partilhada por milhares de milhões de pessoas que tiveram de restringir a sua vida quotidiana para conter o vírus”, referiu num comunicado a consultora de conteúdos linguísticos da HarperCollins, Helen Newstead.

No Reino Unido, o território europeu mais afetado pela pandemia, com mais de 49 mil mortos, os habitantes de Inglaterra estão novamente confinados desde 05 de novembro, depois do primeiro confinamento geral decretado no final de março.

Na lista elaborada pela HarperCollins figuram ainda outras palavras associadas à pandemia, tais como a previsível “coronavírus”, além de “distanciamento social”, “auto isolamento” e “trabalhador [de serviço] essencial”.

A abreviatura “BLM” também se destacou em 2020, lembrando outro marco do ano, que foram as manifestações do movimento “Black Lives Matter” (Vidas Negras Contam) após o assassinato de George Floyd, afro-americano que morreu asfixiado pelo joelho de um polícia branco em Mineápolis, no final de maio.

As redes sociais, regulares fornecedoras de novas palavras, levaram à inclusão dos termos “TitToker” (utilizador da rede social TikTok) e “mukbang”, um fenómeno da Coreia do Sul que consiste em filmar-se a si mesmo enquanto se empanturra com comida, ao mesmo tempo que interage com os seus seguidores nas redes sociais.

A última palavra da lista, “Megxit”, é uma contração de “Meghan” e “Exit” (saída), uma alusão ao “Brexit” utilizada para referir a retirada da família real britânica por parte do príncipe Harry e da sua mulher Meghan, anunciada em janeiro.

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CTT renovam parceria com AliExpress e voltam a entregar compras do Singles’ Day

O grupo CTT voltou a renovar a parceria com a loja do grupo Alibaba para entregar em Portugal as encomendas do Dia dos Solteiros, a "Black Friday da China". No ano passado foram 420 mil.

Pelo terceiro ano consecutivo, o AliExpress e os CTT CTT 0,79% firmaram uma parceria para distribuir em Portugal as compras feitas no Dia dos Solteiros, um dia de promoções na loja online do grupo chinês Alibaba que se realiza no dia 11 de novembro, também designado de “11.11”, Singles’ Day ou “Black Friday da China”.

“A partir do dia 11 de novembro, as promoções exclusivas para clientes portugueses que comprem durante o período do festival estão disponíveis no site da AliExpress, desde as 8h de dia 11 de novembro até às 8h do dia 12 de novembro. Até 1 de dezembro, estarão em vigor outras promoções, garantindo que os clientes da AliExpress têm acesso às melhores oportunidades no período da Black Friday e da Ciber Monday”, apontam os CTT em comunicado.

A parceria entre as duas empresas teve início em 2018, ano em que os CTT entregaram em Portugal 300 mil encomendas por ocasião do Dia dos Solteiros. No ano passado, a parceria foi renovada e os CTT entregaram em Portugal 420 mil encomendas vindas da China por ocasião da mesma campanha. Este ano a parceria é renovada num período atípico de pandemia, esperando-se um forte acelerar do comércio online no período de novembro até ao Natal.

“A associação a um gigante de comércio eletrónico como o AliExpress permite às duas empresas dar a conhecer, de forma coordenada, as capacidades no âmbito das vendas na internet para todo o mundo, do lado da AliExpress, e das entregas à escala de todo o território nacional, do lado dos CTT”, refere Alberto Pimenta, diretor de e-commerce do grupo português, citado em comunicado.

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Perda do produto potencial da Zona Euro pode ser de 3% em 2022

  • ECO e Lusa
  • 10 Novembro 2020

"Mesmo que o crescimento potencial retorne rapidamente a níveis pré-crise, o nível do PIB potencial seria afetado por mais tempo", pode ler-se num dos artigos publicados no Boletim Económico do BCE.

A perda do produto potencial na Zona Euro poderá atingir os 3% no final de 2022, de acordo com um estudo divulgado esta terça-feira pelo Banco Central Europeu (BCE).

“No total, a perda no nível de produto potencial chegaria a cerca de 3% no final de 2022. Mesmo que o crescimento potencial retorne bastante cedo a níveis pré-crise, o nível de produto potencial seria afetado por mais tempo”, pode ler-se num dos artigos publicados no Boletim Económico do BCE.

A projeção, baseada num modelo de componentes não-observadas (UCM), está ainda assim “sujeita a incerteza considerável”. De acordo com o modelo, “a contribuição do trabalho é fundamental para as mudanças no produto potencial”, estimando que a taxa de desemprego e as horas trabalhadas são as mais afetadas pela crise atual, causada pela pandemia de Covid-19.

“No entanto, este efeito poderá ser mitigado por esquemas de trabalho temporário, que não são totalmente capturados pelo UCM. A tendência média de horas trabalhadas pesará no crescimento potencial até ao fim de 2021, antes de ter um efeito positivo em 2022″, pode ler-se no documento.

O artigo do Boletim Económico do BCE aponta ainda que “o stock de capital contribuiria para a revisão em baixa do crescimento potencial, ligado à descida do investimento”.

Relativamente aos efeitos da pandemia, o artigo antecipa que a curto prazo “a amplitude da flutuação depende significativamente de como se assume que as medidas de contenção afetem o produto potencial”. “A longo prazo, depende de quanto tempo a pandemia durar e de quanto as medidas de política protejam a economia de ‘cicatrizes’ excessivas, entre outros fatores”, conclui o artigo.

O BCE antecipa ainda que a pandemia “deverá induzir algumas mudanças estruturais na economia da Zona Euro e as políticas económicas vão jogar um papel fulcral na facilitação desta mudança”.

Maior desafio da pandemia à integração financeira do euro foi no início

O maior desafio à integração financeira da Zona Euro durante a pandemia de Covid-19 ocorreu na fase inicial do surto, de acordo com o mesmo estudo.

“Os indicadores mostram que o desafio mais significativo para a resiliência da integração financeira na Zona Euro aconteceu nas fases iniciais da crise da Covid-19”, pode ler-se no artigo.

Segundo o estudo, o crescimento da crise foi “especialmente severo em termos de desenvolvimentos de fragmentação antes do anúncio do PEPP [Programa de Compras de Emergência Pandémica”, anunciado pelo BCE. “Posteriormente, sinais sustentados de reintegração financeira emergiram à medida que foram feitos progressos numa resposta orçamental europeia conjunta, destacando os efeitos poderosos da coordenação de política monetária e orçamental”, refere o artigo.

Segundo o documento, “o indicador compósito da integração financeira mostra uma ‘tormenta’ em abril de 2020 -, mas a meio de agosto de 2020 ultrapassa os níveis vistos anteriormente à crise do coronavírus”.

De resto, o estudo mostra um gráfico com o indicador de stress sistémico, em que o pico de abril de 2020 supera o referendo do Brexit (saída do Reino Unido da União Europeia) e a crise do subprime, mas abaixo dos picos durante a crise das dívidas soberanas e da falência do Lehman Brothers, o maior pico identificado. “No entanto, a reintegração não é observada em todos os segmentos de mercado; nem todos os países da Zona Euro beneficiam dela ao mesmo nível”, pode ler-se no estudo.

O artigo do BCE aponta também que “os mercados monetários têm sido um forte contribuidor para a retoma da integração financeira baseada em preços para os níveis do início de 2020″. “Para os mercados de obrigações de soberanos e empresariais, a tendência de reintegração estabilizou até agosto de 2020”, segundo o estudo do BCE.

Já a integração dos mercados de capitais “demonstra caminhos divergentes entre os países e aumentou ligeiramente comparando com julho de 2020, mas permanece perto dos níveis pré-crise”.

“Atualmente, a reintegração dos mercados financeiros da Zona Euro ainda é frágil e desequilibrada, e o regresso gradual à situação antes do surto de Covid-19 depende do montante sem precedentes de estímulos monetários e orçamentais implementados”, conclui o artigo, que sinaliza a possibilidade de novas ondas de infeção e novos confinamentos.

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Benfica suspeito de “comprar” vitórias contra Sporting de Jorge Jesus

  • ECO
  • 10 Novembro 2020

Emissários do Benfica terão aliciado jogadores de outros emblemas a perderem nos confrontos na Luz e pago a adversários do Sporting quando estes venciam aos leões, segundo noticia o Correio da Manhã.

A Polícia Judiciária suspeita que o Sport Lisboa e Benfica (SLB) tenha subornado atletas de outros clubes para perderem nos confrontos com os encarnados na época 2015/2016, segundo noticia o Correio da Manhã (acesso pago). Entre os jogos que estão a ser alvo de investigação está a última disputa entre Benfica e Sporting — então liderado por Jorge Jesus — que foi perdido pelos verdes e brancos.

As suspeitas de adulteração da verdade desportiva que estão sob investigação da Polícia Judiciária prendem-se com dois domínios, de acordo com o jornal. Por um lado, emissários do Benfica terão aliciado jogadores de outros emblemas a perderem nos confrontos na Luz e, por outro, adversários do Sporting receberiam incentivos em casos de vitória.

A notícia do Correio da Manhã é publicada um dia depois de a Polícia Judiciária ter feito buscas nas SAD do Benfica e do Santa Clara por suspeitas de corrupção desportiva. No caso do clube da Luz, o foco está nas instalações da SAD do Benfica e no próprio gabinete da presidência, na porta 18 do estádio. Já no caso do Sporting, está em causa suspeitas de branqueamento de capitais entre 2011 e 2014.

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Nas notícias lá fora: Boeing 737 Max, Vacina e Microsoft

  • ECO
  • 10 Novembro 2020

Alterações do Boeing 737 Max podem ser aprovadas nos próximos dias. Brasil suspende ensaios clínicos de vacina após incidente "grave". Microsoft lança novas consolas de jogos Xbox.

A Boeing está a preparar o regresso aos céus dos seus aviões 737 Max. O regulador dos Estados Unidos indicou que os aviões estão na fase final de revisão e que o processo deve estar concluído nos próximos dias. A cadeia norte-americana de fast food McDonalds anunciou que vai lançar em 2021 uma gama de produtos vegetarianos, incluindo hambúrgueres, com a designação McPlant. A Microsoft vai lançar esta terça-feira dois novos modelos da consola de jogos Xbox, sete anos após a estreia da primeira versão. O objetivo é captar o boom de procura de consumidores causada durante a pandemia. No Brasil, a autoridade sanitária do país anunciou esta terça-feira que suspendeu os ensaios clínicos da vacina Coronavac, do laboratório chinês Sinovac, contra o novo coronavírus, após um incidente “grave” com um voluntário. O antigo rei de Espanha, Juan Carlos I, escondeu 7,9 milhões de euros numa conta na Suíça até 2018.

BBC News

Brasil suspende ensaios clínicos de vacina após incidente “grave”

A autoridade sanitária do Brasil anunciou esta terça-feira que suspendeu os ensaios clínicos da vacina Coronavac, do laboratório chinês Sinovac, contra o novo coronavírus, após um incidente “grave” com um voluntário. Em comunicado, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) informou que decidiu interromper o ensaio clínico da vacina Coronavac “após a ocorrência de um evento adverso grave”, em 29 de outubro. A Anvisa não deu mais informações sobre o incidente, referindo apenas que a categoria de “evento adverso” pode incluir a morte, efeitos secundários potencialmente fatais, incapacidade ou invalidez persistente ou significativa, hospitalização ou outro “evento clinicamente significativo”. “Com a interrupção do estudo, nenhum novo voluntário poderá ser vacinado”, precisou a agência, acrescentando que vai “avaliar os dados observados até o momento e julgar o risco/benefício da continuidade” dos testes. A suspensão dos ensaios clínicos da Coronavac, que envolve nove mil voluntários, ocorreu um dia depois de o gigante farmacêutico norte-americano Pfizer anunciar que a sua vacina contra a Covid-19 alcançou 90% de eficácia nos testes.

Leia a notícia completa no BBC News (acesso livre, conteúdo em inglês).

Reuters

Alterações do Boeing 737 Max podem ser aprovadas dia 18 de novembro

A Boeing está a preparar o regresso aos céus dos seus aviões 737 Max. O regulador dos Estados Unidos indicou que os aviões estão na fase final de revisão e que o processo deve estar concluído nos próximos dias. Fontes adiantam que essa aprovação poderá ser já dia 18 de novembro. O administrador do regulador americano, Steve Dickson, disse à Reuters que espera “que este processo esteja concluído nos próximos dias, uma vez que a agência esteja satisfeita por a Boeing ter abordado” as questões de segurança envolvidas em dois acidentes fatais que mataram 346 pessoas. O regulador destaca que mesmo estando na fase final, a “agência levará o tempo que for necessário para rever minuciosamente o trabalho restante. Apesar de estarmos perto da meta, só levantarei a ordem de aterragem depois de os nossos especialistas em segurança se certificarem de que a aeronave cumpre as normas de certificação”.

Leia a notícia completa na Reuters (acesso pago, conteúdo em inglês).

El Confidencial

Juan Carlos I escondeu 7,9 milhões de euros na Suíça

O antigo rei de Espanha escondeu quase oito milhões de euros numa conta na Suíça até agosto de 2018, quatro anos depois de ter renunciado ao trono e ter perdido a imunidade. A fortuna esteve escondida até muito recentemente através da Fundação Zagatka, uma sociedade instrumental criada no Liechtenstein em 2003 por um primo do monarca, Alvaro de Orleans-Borbon, e dirigida por ele desde então. Os últimos dados disponíveis de depósitos revelam que a maior parte do dinheiro foi investido em ações, obrigações e produtos alternativos, de acordo com a informação disponível ao El Confidencial.

Leia a notícia completa El Confidencial (acesso livre, conteúdo em espanhol).

Tech Crunch

McDonald’s vai apostar em gama de produtos vegetarianos

A cadeia norte-americana de fast food McDonalds vai lançar em 2021 uma gama de produtos vegetarianos, incluindo hambúrgueres, com a designação McPlant. Numa reunião virtual esta terça-feira com investidores, o gigante da alimentação rápida anunciou a introdução de algumas alterações na ementa, revelando que irá produzir hambúrgueres em que a carne é substituída por vegetais, embora não tenha adiantado que tipo de vegetais serão utilizados. No início deste ano, a McDonald’s tinha testado, em restaurantes no Canadá, a produção de hambúrgueres com proteína vegetal de ervilhas, numa parceria com a empresa de alimentação vegan Beyond Meat, mas os testes terminaram em abril.

Leia a notícia completa no Tech Crunch (acesso livre, conteúdo em inglês).

Finance Yahoo

Microsoft lança novas consolas de jogos Xbox

A Microsoft vai lançar esta terça-feira dois novos modelos da consola de jogos Xbox, sete anos após a estreia da primeira versão. O objetivo é captar o boom de procura de consumidores causada durante a pandemia, altura em que mais pessoas estão em casa com tempo para jogar. Esta é a primeira vez que a Microsoft faz um lançamento assim a nível global, não sendo ainda conhecida a data para a comercialização em Portugal.

Leia a notícia completa na Finance Yahoo (acesso livre / conteúdo em inglês).

 

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BCP dispara quase 9% para máximos de dois meses e meio

Ações europeias arrancaram a sessão entre ganhos e perdas ligeiras, mas aceleraram. Em Lisboa, o PSI-20 segue em alta, com o impulso do forte ganho do BCP.

As principais bolsas europeias arrancaram a sessão desta terça-feira a negociar entre ganhos e perdas ligeiros, após os fortes ganhos de ontem em reação ao anúncio da farmacêutica Pfizer, cuja vacina terá uma eficácia de 90% contra a Covid-19. É um primeiro passo para o fim dos confinamentos e restrições e a perspetiva de regresso à normalidade deixou os investidores europeus e norte-americanos em euforia.

As bolsas asiáticas ainda acompanharam a tendência, mas a Europa já acordou em clima de pós-festa, a negociar na linha de água. Nas primeiras negociações, as ações transitaram entre o verde o vermelho, tendo-se fixado em terreno positivo e acelerado posteriormente. Às 9h30, o Stoxx 600 sobe 0,15%. O espanhol IBEX 35 avança 2%, o francês CAC 40 ganha 1,5%, enquanto o britânico FTSE 100 soma 1%. Em contrapartida, o alemão DAX cede 0,31%

Em Lisboa, o PSI-20 avança 1,8% para 4.297,34 pontos com 14 das 17 cotadas no verde. O BCP continua entre os maiores ganhos, tendo chegado a valorizar 8,7% para 0,0987 euros por ação. Este é o valor mais elevado desde 1 de setembro e segue-se a um disparo superior a 17% na última sessão. Na Europa, o setor da banca avança 3,2%.

Ganho maior só mesmo o da Ibersol, que soma 9,6%. Na energia, a Galp sobe 4,62% para 8,642 euros (depois de ter ganho 19% ontem), a EDP Renováveis soma 0,5% e a EDP desliza 0,84%. Também a Jerónimo Martins (-0,42%) e a Corticeira Amorim (-1,5%) seguem em baixa.

Os CTT — que abriram no vermelho — inverteram e seguem a ganhar 1,15% para 2,205 euros por ação, apesar de o CaixaBank/BPI ter cortado o preço-alvo da ação para 2,90 euros (contra o anterior 3,95 euros) devido a uma alteração na avaliação no Banco CTT.

Apesar de algumas exceções, o sentimento continua de forma geral positivo. A Organização Mundial de Saúde espera que uma vacina contra a Covid-19 possa ser lançada até março de 2021, o poderá mudar fundamentalmente o curso da pandemia. A União Europeia já anunciou que está a negociar a assinatura de um contrato para milhões de doses da vacina que está a ser desenvolvida pela Pfizer e pela BioNTech.

(Notícia atualizada às 9h30)

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Conselho Económico Social defende instrumento mais ativo para saída da crise no OE2021

  • Lusa
  • 10 Novembro 2020

A forma como o setor da Saúde é tratado no Orçamento do Estado é pouco cuidada, confusa e incapaz de comunicar a prioridade que se pretende dar ao reforço do SNS”, critica a proposta de parecer do CES

O Conselho Económico e Social considera que o Orçamento do Estado para 2021 devia ser um instrumento mais ativo para a saída da atual crise, segundo a proposta de parecer que vai esta terça-feira a plenário.

“O CES considera que, nesta fase da vida do país, o Orçamento do Estado deveria ser um instrumento mais ativo para a saída da crise, com características assumidamente mais expansionistas”, é defendido no parecer sobre o Orçamento do Estado (OE) que o Plenário do Conselho Económico e Social (CES) vai discutir e aprovar.

O documento, a que a agência Lusa teve acesso, refere que a forma como a política orçamental é apresentada “não permite encontrar a formulação clara de uma estratégia para o desenvolvimento do país, no âmbito dos cenários apresentados para o contexto internacional e da evolução previsível da pandemia Covid-19”.

“Em particular, a forma como o setor da Saúde é tratado no Orçamento do Estado é pouco cuidada, confusa e incapaz de comunicar a prioridade que se pretende dar ao reforço do Serviço Nacional de Saúde”, critica a proposta de parecer, que ainda pode sofrer alterações na reunião de hoje.

Segundo o parecer do CES, o OE para 2021 “é apresentado como o instrumento fundamental para a prossecução de políticas públicas de apoio às pessoas e à sustentabilidade do emprego”, mas limita-se a enunciar um conjunto de medidas.

“Para além do enunciado de um conjunto de medidas, não é feita a ponte entre as intervenções de curto prazo e o relançamento da economia numa perspetiva de médio e longo prazos”, diz o parecer que teve como relator o conselheiro Adriano Pimpão.

O CES chama também a atenção para a evolução da dívida pública e do constrangimento que isso pode representar para a recuperação económica, no quadro das regras orçamentais europeias.

O Conselho considera ainda que a política fiscal prevista no OE para 2021 não conduz à redução da carga fiscal nem na incidência fiscal e manifesta o receio de que se venha a agravar a “justiça fiscal em relação aos rendimentos do trabalho e à consequente penalização das classes de rendimentos médios e baixos”.

No seu parecer o CES critica ainda a falta de informação na área da segurança social.

“Na proposta de OE existem capítulos dedicados à Segurança Social, mas quase sempre numa ótica financeira, nomeadamente quanto à sua sustentabilidade, o que é obviamente importante. Contudo, para além dessa ótica, justificar-se-ia uma maior ênfase na componente do apoio às pessoas e famílias”, diz o documento.

O CES salienta, a propósito, o importante papel da Segurança Social no atual contexto, nomeadamente no apoio ao emprego e às empresas, aos desempregados e às famílias, à Rede de Serviços e Equipamentos Sociais e à Rede Nacional de Cuidados Continuados.

Para o CES é também importante que o OE explicite de forma clara as consequências orçamentais para os vários níveis da Administração (Central, Regional e Local), decorrentes do processo de transferência de competências.

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