Esta app quer ser a “vacina” para que volte a viajar de avião

Chama-se CommonPass e está a ser desenvolvida para ser a primeira prova mundialmente reconhecida de que um passageiro apresentou um teste negativo à Covid-19, utilizando um certificado digital.

A pandemia do novo coronavírus deixou em terra milhões de passageiros um pouco por todo o mundo. Se numa primeira fase, as viagens foram canceladas devido ao confinamento generalizado, como forma de travar a propagação do vírus, a partir de maio a grande maioria dos países foi levantando gradualmente as restrições, permitindo a circulação dos cidadãos. Contudo, há ainda várias pessoas com medo de viajar. Com o intuito de dar uma maior segurança aos viajantes e impulsionar os voos de longo curso há já uma aplicação em desenvolvimento que mostra que os passageiros estão “livres” da Covid-19.

Chama-se CommonPass e vai ser testada ao serviço da companhia aérea norte-americana United Airlines nas viagens entre Newark e Londres, bem como, nos voos da Cathay Pacific Airways Ltd entre Hong-Kong e Singapura, anunciou esta quarta-feira o Fórum Económico Mundial (WEC), que apoia o desenvolvimento e lançamento da app em conjunto com a Commons Project Foundation, uma entidade pública sem fins lucrativos.

O objetivo passa por desenvolver um modelo global padrão para que “as pessoas documentem e apresentem com segurança o seu status de Covid-19″, quer por meio da apresentação de testes de despiste à Covid-19, quer por intermédio de um eventual status de vacinação (quando existir vacina), explica o comunicado publicado no site do WEC. Certo é que, por enquanto, apenas a primeira solução funcionaria, mesmo tendo em conta a confiança depositada pelo diretor-geral da Organização Mundial de Saúde de que uma vacina contra o novo coronavírus possa estar pronta até ao final deste ano.

Assim, nesta fase inicial, os voluntários devem fazer um teste à Covid-19 num laboratório certificado e enviar os resultados para os seus telemóveis, sendo que posteriormente a app vai gerar um código de barras para mostrar que os utilizadores estão “livres” da doença. Esta “prova”, servirá, assim, como certificado de segurança que será posteriormente mostrado às autoridades competentes, isto é, a alfândega e proteção de fronteiras dos EUA e o Centro de Controlo e Prevenção de Doenças.

Depois de abril e maio terem sido meses marcados pelos fortes bloqueios às viagens internacionais, aos poucos o setor da aviação tem tentado recuperar, ainda que a pandemia já tenha afetado 400.000 empregos no setor. No entanto, as restrições e as quarentenas impostas por forma a travar uma maior propagação da Covid-19 continuam a limitar os serviços e a afastar as viagens dos voos. Há vários meses que o setor da aviação faz pressão para que exista uma coordenação internacional de procedimentos, nomeadamente no que toca aos testes da Covid-19 nos aeroportos e os requisitos de quarentena. Nesse sentido, o CommonPass quer ajudar a superar esses constrangimentos.

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Presidenciais com voto recolhido porta a porta

  • ECO
  • 8 Outubro 2020

Governo e autarquias trabalham no sentido de garantir que todos podem exercer o direito de voto, admitindo-se a recolha do voto porta a porta.

Com a pandemia a obrigar muitos milhares de portugueses a ficarem isolados, em casa, estão a ser preparadas alterações à votação para as presidenciais. Incluindo a recolha do voto à porta de casa dos eleitores.

O Jornal de Notícias (link indisponível) revela que Governo e autarquias trabalham no sentido de garantir que todos podem exercer o seu direito, admitindo-se a recolha do voto porta a porta.

Haverá, na escolha do próximo Presidente da República, um aumento do número de mesas de voto de forma a garantir que não há ajuntamentos que possam aumentar o risco de propagação da doença. São medidas que vão, invariavelmente, tornar mais caro o processo eleitoral.

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Kamala Harris considera administração Trump “maior falhanço” presidencial da história

  • Lusa
  • 8 Outubro 2020

Candidata democrata à vice-presidência dos Estados Unidos atacou a gestão de Trump no debate com Mike Pence. Culpou ambos pelo falhanço na resposta à pandemia.

A candidata democrata à vice-presidência dos Estados Unidos considerou que a elevada mortalidade e os efeitos económicos da pandemia de Covid-19 mostraram “a inépcia” e “o falhanço” da administração de Donald Trump.

Kamala Harris falava no único debate com o candidato republicano à vice-presidência e atual vice-Presidente norte-americano, Mike Pence, que começou na quarta-feira à noite em Salt Lake City, Utah.

“O povo americano assistiu ao que é o maior falhanço de qualquer administração presidencial na história do nosso país”, afirmou.

O novo coronavírus foi um tema central do debate, com Kamala Harris a culpabilizar Donald Trump e Mike Pence, responsável pela equipa de combate ao vírus na Casa Branca, por terem omitido a seriedade da doença durante um mês.

“Eles sabiam o que estava a acontecer e não vos disseram”, afirmou Harris, dirigindo-se à audiência ao olhar diretamente para a câmara, tal como o candidato democrata à Casa Branca Joe Biden fez durante o debate passado com Donald Trump, antes das eleições de 03 de novembro.

Harris citou os números da pandemia nos Estados Unidos, onde foram infetados 7.5 milhões de pessoas e estão contabilizados mais de 211 mil mortos, além de 30 milhões de pedidos de subsídio de desemprego e o encerramento de uma em cada cinco empresas.

A candidata acusou ainda a administração de querer tirar o seguro de saúde a 20 milhões de pessoas, na tentativa de eliminar o Affordable Care Act (conhecido como Obamacare).

Na réplica, Mike Pence defendeu a forma como a Casa Branca lidou com a pandemia e disse que Trump salvou milhares de vidas ao encerrar as fronteiras com a China, onde o surto teve início.

“Desde o primeiro dia, o Presidente Donald Trump pôs a saúde da América em primeiro lugar”, garantiu.

O vice-Presidente disse que haverá “dezenas de milhões de doses” da vacina contra a covid-19 prontas para distribuir “antes do final do ano” e que o plano de Joe Biden para combater a pandemia “parece um plágio” do que a Casa Branca tem estado a fazer.

Pence também caracterizou o Affordable Care Act como “um desastre” e disse que a administração está a trabalhar num plano melhor.

“O que Pence diz que a administração fez claramente não está a funcionar”, contrariou Kamala Harris, que insistiu na responsabilização da Casa Branca pelos efeitos económicos da pandemia e acrescentou que “não podia haver uma diferença mais fundamental” entre os planos económicos dos candidatos.

“Joe Biden acredita que se mede a saúde e força da economia americana com base na saúde e força do trabalhador e da família americana”, disse Harris. “Por outro lado, Donald Trump mede a força da economia com base em como estão as pessoas ricas”.

Harris prometeu que Biden irá anular os cortes de impostos feitos por Trump e usar esse dinheiro para investir em infraestruturas, inovação, energia limpa e educação, com alguns níveis de ensino superior a tornarem-se gratuitos.

Pence usou esta questão a seu favor, dizendo aos eleitores que, no primeiro dia, Biden irá aumentar os impostos. Harris retorquiu que ninguém que ganhe menos de 400 mil dólares por ano sofrerá um aumento da carga fiscal.

Durante hora e meia de debate, moderado pela jornalista do USA Today Susan Page, Pence interrompeu Harris algumas vezes, levando-a a reclamar que ele a deixasse acabar de falar. No entanto, o tom da discussão foi bastante menos acintoso que o debate que opôs Donald Trump e Joe Biden, em 29 de setembro.

Susan Page tentou que os candidatos cumprissem as regras acordadas antes do início, mas não conseguiu que ambos respondessem diretamente a algumas perguntas.

Em várias ocasiões, Mike Pence usou o tempo de resposta para direcionar a discussão para outros temas, esquivando-se, por exemplo, a responder se tinha discutido com Donald Trump a idade e estado de saúde, visto que ele será o sucessor do Presidente se alguma coisa o incapacitar. Trump está infetado com Covid-19.

Kamala Harris também evitou a pergunta sobre se ela e Biden vão tentar alargar o número de assentos no Tribunal Supremo, caso a candidata nomeada por Trump, Amy Coney Barrett, seja confirmada antes das eleições.

Na questão do Tribunal, que poderá reverter o direito ao aborto, Harris afirmou-se a favor do direito de escolha das mulheres, com Pence a declarar que tanto ele como Trump são pró-vida.

A discussão passou também pelas alterações climáticas, a reforma na polícia por causa das tensões raciais geradas pela morte de George Floyd e a transferência pacífica do poder, caso Joe Biden seja eleito.

Os próximos debates entre Biden e Trump são a 15 e 22 de outubro. Apesar da doença do Presidente, nenhum foi desmarcado.

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Pensões mais baixas vão ter aumento extra de 10 euros

  • ECO
  • 8 Outubro 2020

Governo já tinha revelado que em 2021 haveria um aumento extraordinário das pensões a partir de agosto. Público diz que o bónus é igual ao deste ano.

O Governo já tinha revelado que em 2021 haveria um aumento extraordinário das pensões a partir de agosto, mas não disse de que subida estava a falar. O Público (acesso pago), citando fonte partidária à esquerda, aponta para uma repetição do montante extra pago este ano.

“Já se tinha chegado aos 10 euros em agosto”, revelou um dos elementos presentes nas negociações do lado dos partidos à esquerda, com quem António Costa tem procurado entendimentos no sentido de garantir a aprovação do Orçamento do Estado para 2021.

Este valor é o mesmo que tinha sido acordado no Orçamento de 2020 para este ano. Os pensionistas com um valor global de pensões até 1,5 vezes o Indexante de Apoios Sociais (IAS), ou seja, até cerca de 658 euros, receberam um extra de 10 euros. Quem não teve atualização de pensão entre 2011 e 2015 recebe um bónus de seis euros, em complemento da atualização que aconteceu no arranque do ano, que decorre da aplicação da lei.

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5 coisas que vão marcar o dia

Serão conhecidos vários dados económicos esta quinta-feira, nomeadamente sobre a atuação do Banco de Portugal e sobre trabalho.

Esta quinta-feira será marcada pela publicação de vários indicadores que vão permitir perceber como estão vários setores a reagir à pandemia, com índices do INE para a construção e indústria bem como dados sobre o mercado laboral do Eurostat. Para além disso, o Orçamento do Estado poderá também ser aprovado em Conselho de Ministros.

Como foi a fiscalização do Banco de Portugal?

É publicada esta quinta-feira a Sinopse de Atividades de Supervisão Comportamental, que faz um resumo da atuação do Banco de Portugal na fiscalização dos mercados bancários de retalho. Os últimos dados, referentes ao primeiro semestre de 2019, revelaram que o banco recebeu, em média, 1.337 reclamações por mês, mais 5,2% do que em 2018.

CFP publica evolução orçamental no primeiro semestre

O Conselho das Finanças Públicas (CFP) dá a conhecer o relatório sobre a evolução orçamental de janeiro a junho de 2020. No primeiro trimestre, o défice chegou aos 1,1%, sendo que a entidade liderada por Nazaré Costa Cabral avisou que o valor poderá duplicar caso haja um incumprimento total das empresas no que toca aos impostos que foram diferidos.

INE divulga dados sobre indústria e construção

O Instituto Nacional de Estatística publica esta quinta-feira dados sobre o Índice de Volume de Negócios, Emprego, Remunerações e Horas Trabalhadas na Indústria, referentes a agosto deste ano. Para além disso, divulga também o Índice de Custos de Construção de Habitação Nova para o mesmo período.

Como evoluiu o mercado laboral?

O gabinete de estatísticas da União Europeia dá a conhecer dados sobre o mercado de trabalho nos Estados-membros relativos ao segundo trimestre deste ano. No primeiro trimestre do ano, a taxa de emprego recuou 0,2% na Zona Euro e 0,1% na União Europeia, face ao período anterior. Nesse período, Portugal registou a terceira maior quebra no indicador (-0,5%).

OE terá “luz verde” no Conselho de Ministros?

O Orçamento do Estado (OE) para 2021 poderá ser aprovado em Conselho de Ministros esta quinta-feira. O Governo tem estado em negociações com os partidos para finalizar o documento, tendo já apresentado mais de uma dezena de medidas que está disponível a aceitar para que a esquerda viabilize o orçamento, entre as quais uma subida do salário mínimo nacional, bem como um aumento extraordinário das pensões. O OE será entregue na Assembleia da República no dia 12 de outubro.

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Salários mais baixos na Função Pública vão aumentar 14 euros

A remuneração mais baixa da Administração Pública deverá passar a ter o mesmo valor que o salário mínimo nacional, o que já não acontecia desde 2018.

A pandemia de coronavírus fez cair por terra a promessa de aumentos salariais na Função Pública, não estando previsto qualquer reforço nesse sentido no Orçamento do Estado para o próximo ano. Ainda assim, a já anunciada subida do salário mínimo deverá engordar em quase 14 euros os rendimentos de 100 mil trabalhadores do Estado. A remuneração mais baixa da Administração Pública deverá passar a ter o mesmo valor que o salário mínimo nacional, o que já não acontecia desde 2018.

Depois de quase uma década sem aumentos salariais, o Governo escolheu aumentar, em 2019, a base remuneratória da Função Pública, puxando-a de 580 euros para 635 euros. Nesse ano, o salário mínimo também subiu, mas beneficiou de um reforço menos expressivo: 20 euros, passando dos tais 580 euros para 600 euros.

Em 2020, o Executivo voltou a diferenciar o salário mais baixo praticado no Estado do salário mínimo nacional, já que o primeiro subiu dez euros para 645,07 euros enquanto o segundo aumentou 35 euros para 635 euros. Este ano, além dos salários mais baixos da Administração Pública, todos os outros beneficiaram de um aumento: dez euros no caso dos salários até 683,13 euros e 0,3% nas demais situações.

Para 2021, o Governo tinha o compromisso de avançar com aumentos de, pelo menos, 1% — valor da inflação previsto no Orçamento do Estado para 2020 –, mas a pandemia veio trocar as voltas ao Governo, que acabou por dar por perdido esse objetivo.

Esta terça-feira, o secretário de Estado da Administração Pública, José Couto, recebeu os sindicatos que representam os trabalhadores do Estado para lhes apresentar as medidas pensadas para os funcionários públicos no âmbito do Orçamento do Estado para 2021, não constando desse pacote qualquer referência a aumentos salariais.

Aliás, no comunicado enviado pelo Ministério de Alexandra Leitão, o Governo sublinha que o objetivo é agora proteger os rendimentos, não referindo a intenção de avançar com subidas nos salários.

Ainda assim, os salários mais baixos do Estado deverão ser reforçados em função do aumento do salário mínimo já defendido pelo Governo. No início do mês, o secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares, Duarte Cordeiro, anunciou que o Governo quer aumentar o salário mínimo em linha com os aumentos médios registados na última legislatura.

Ora, o aumento médio do salário mínimo entre 2015 e 2019 foi de 23,75 euros, valor que agora puxaria a remuneração mínima garantida para 658,75 euros.

Atualmente, o vencimento mais baixo da Função Pública está nos 645,07 euros, o que significa que, só à boleia desse aumento do salário mínimo, 2021 poderá trazer mais 13,68 euros por mês aos funcionários públicos com rendimentos mais magros.

António Costa, no debate parlamentar desta quarta-feira, confirmou indiretamente este raciocínio, referindo que o aumento do salário mínimo deverá implicar o aumento da base remuneratória da Administração Pública.

À saída da reunião desta terça-feira com o Governo, o dirigente da Federação de Sindicatos da Administração Pública (FESAP), José Abraão, também frisou esse ponto, revelando, por sua vez, que o Governo disse estar a “ponderar” aumentar os salários mais baixos do Estados em função do aumento do salário mínimo, isto é, por arrastamento.

Em conversa com o ECO, o sindicalista salientou, por outro lado, que este Orçamento, “a coberto de uma ideia de proteção de rendimentos”, fica marcado por austeridade, por não trazer novidades aos funcionários públicos e abrir a porta à degradação dos salários. Ainda assim, Abraão sublinha que nada está fechado e espera que a próxima reunião — marcada para esta sexta-feira — traga algumas melhorias nas propostas pensadas para o próximo ano.

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Casa do Impacto e The Fintech House juntam-se para aproximar fintechs e startups de impacto

"Casas" de startups de impacto e de fintech juntam-se para organizar eventos, mentoria e networking. Querem mostrar que impacto e investimento podem estar cada vez mais em ligação.

A Casa do Impacto e a The Fintech House decidiram “juntar trapinhos” e criar uma parceria que permita às duas casas — um hub de empreendedorismo e inovação para projetos de impacto e a incubadora da Portugal Fintech para a indústria financeira, respetivamente — trabalhar em conjunto para potenciarem as respetivas redes em prol de um objetivo comum. A ideia é que, a partir desta parceria, nasçam eventos, programas de mentoria e networking, de maneira a aproximar cada vez mais a tecnologia, a indústria financeira e o impacto.

“Ainda existe este preconceito de pensar que fintech é só para ganhar dinheiro e que impacto é só voluntariado. A ideia desta parceria começa pelo propósito das duas casas — apoiar as startups — e, juntando as duas forças, ampliar essa ajuda e essa rede. E, claro, acabar com essa ideia porque há soluções de impacto que ganham muito dinheiro e apoiam as suas causas, e muitas fintechs que ganham muito dinheiro e têm muito impacto”, conta, ao ECO, Marco Nigris, managing director da The Fintech House.

Ainda existe este preconceito de pensar que fintech é só para ganhar dinheiro e que impacto é só voluntariado.

Marco Nigris

Managing director da The Fintech House

Para Inês Sequeira, diretora da Casa do Impacto, a parceria vem colmatar a distância existente entre as duas realidades. “Queremos organizar eventos de sensibilização para que os dois ecossistemas se encontrem mais, se cruzem, e que funcionem como evangelização e de sensibilização para ângulos em que ambos se tocam. O que queremos fazer é parcerias, algumas com empresas tecnológicas, para fomentar o impacto”, assinala, acrescentando: “O potencial de negócio existe nas startups de Impacto social ou ambiental, na mesma medida que existe numa startup tecnológica. E é aí que se prende o desafio — trazer uma ‘drive‘ de impacto para todos os negócios.”

Fundada em 2018, a Casa do Impacto investiu cerca de 1,5 milhões de euros nos seus dois anos de atividade em projetos de impacto. O espaço onde desenvolve atividades, que pertence à Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, integra escritórios, cowork, atividades de formação e experimentação, e programas de investimento.

Inaugurada em janeiro deste ano, a The Fintech House é um espaço da Portugal Fintech criado para juntar os players necessários para a existência de um polo internacional para a inovação tecnológica na indústria financeira. Atualmente, conta com 40 startups, entre incubadas físicas e virtuais, entre as quais cerca de 70% fundadas por portugueses.

“Hoje a Casa do Impacto e a The Fintech House são dois mundos separados, mas a ideia é criar iniciativas em conjunto, começar com eventos mas ter mentoria, workshops, e partilhar a rede de empresas que temos à volta das duas casas, para que a comunidade de impacto possa beneficiar da de fintech, e o contrário”, acrescenta Marco Nigris.

A apenas dez minutos de distância a pé, as duas casas organizam o primeiro evento em conjunto já esta quinta-feira. O evento “The two houses of Lisbon: Where Fintech meets Impact” acontece no Zoom e no Facebook da Casa do Impacto, a partir das 11h30, e conta com nomes do mundo dos pagamentos, governance e do impacto Marco Barbosa, cofundador da eSolidar e ImpactMarket, Nuno Brito Jorge, cofundador e CEO da GoParity, Bernardo Gonçalves, fundador da MyPolis, Sasha DeWitt, cofundadora e COO da Habit Analytics, Inc e com a moderação de Inês Sequeira, diretora da Casa do Impacto e de Marco Nigris, diretor da The Fintech House.

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Governo não reserva no OE verba específica para pré-reformas na Função Pública

A efetivação da pré-reforma depende das verbas de que os vários serviços dispõem para o seu pessoal, explica o Governo. Não está, assim, prevista uma dotação específica para esse fim no OE.

O Orçamento do Estado para 2021 não vai trazer uma verba específica para a concretização da pré-reforma na Função Pública. Ao ECO, fonte oficial do Ministério da Administração Pública explicou que a efetivação desse regime depende dos recursos que os vários serviços dispõem para pessoal.

“A pré-reforma funda-se num acordo entre trabalhador e empregador, dependendo do interesse do primeiro e de opções gestionárias do segundo. As verbas são aquelas de que os serviços dispõem para o seu pessoal e é neste quadro que as opções gestionárias se constroem, não havendo previsão orçamental específica para este efeito“, sublinhou o gabinete de Alexandra Leitão, em resposta ao ECO.

O Governo tinha o compromisso de apresentar durante este ano um programa plurianual para a Administração Pública, no âmbito do qual deveria ser preparada e negociada a efetivação da pré-reforma.

Alexandra Leitão tinha indicado, por isso, que em 2020 seriam “densificados os critérios” de acesso a este regime — que deverão ser diferentes em função de cada carreira especial e de cada ministério –, atirando para 2021 a reserva de uma verba no Orçamento do Estado para este fim.

“O compromisso que é assumido na lei do Orçamento do Estado é negociar isso [a pré-reforma] durante 2020 com os sindicatos e, só depois da negociação e de haver um conjunto de critérios densificados, é que podemos quantificar e, portanto, seguramente essa verba estará nos Orçamentos de 2021 e seguintes”, disse a ministra da Modernização do Estado e da Administração Pública, em dezembro do ano passado.

Tal não deverá, contudo, acontecer, já que o Governo salienta agora que a efetivação da pré-reforma depende das verbas dos vários serviços e não de uma verba especificamente separada para esse fim no Orçamento do Estado.

Aliás, no pacote de medidas pensadas para os funcionários públicos no Orçamento do Estado para 2021 — apresentado esta terça-feira pelo secretário de Estado da Administração Pública aos sindicatos — esse regime nem é mencionado.

Isto apesar de, nas Grandes Opções do Plano 2021-2023 — documento enviado aos parceiros sociais em setembro –, estar clara a intenção do Governo de implementar políticas ativas de pré-reforma “nos setores e funções que o justifiquem, contribuindo para o rejuvenescimento dos mapas de pessoal e do efetivo”.

Em conversa com o ECO, José Abraão, da Federação de Sindicatos da Administração Pública (FESAP), revelou que, da parte do Executivo, o que foi adiantado é que a regulamentação desse regime na área da Educação já está adiantada.

Questionado sobre este assunto, o Ministério de Alexandra Leitão explica que os critérios de análise dos processos para autorização dos pedidos estão a ser articulados entre o secretário de Estado da Administração Pública e o secretário de Estado da Educação.

Em reação, Mário Nogueira, da Fenprof, avança que os professores se mostraram disponíveis para negociar a regulamentação, mas o Ministério de Tiago Brandão Rodrigues não deu resposta. O sindicalista frisa que os pedidos de pré-reforma foram respondidos com a nota de que se aguardava a regulamentação para o setor, o que ainda está em falta.

A pré-reforma é um regime ao abrigo do qual os funcionários do Estado com, pelo menos, 55 anos podem pedir a suspensão da prestação de trabalho, mantendo entre 25% e 100% da sua remuneração base. Esta possibilidade já estava prevista na Lei Geral do Trabalho em Funções Públicas (LGTFP) desde 2009, mas só no início deste ano foi efetivamente regulamentada. A par desta modalidade, já estava consagrada na LGTFP e regulada a pré-reforma por redução do tempo de trabalho.

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Apenas 3% dos quase mil vistos gold atribuídos este ano foram para o interior

Este ano já foram comprados 932 imóveis para obtenção de um visto gold, sendo que apenas 29 foram em regiões do interior e nas ilhas. Cidades de Lisboa e Porto concentraram 67%.

O Parlamento aprovou um travão aos vistos gold, acabando com a sua atribuição em cidades como Lisboa e Porto, canalizando, assim, estes investimentos para o interior do país e para as ilhas. A medida não foi bem aceite pelo setor que, desde logo, alertou para as consequências de se perder estes investimentos internacionais. A pandemia adiou a execução desta proposta, mas tudo indica que a mudança vai mesmo acontecer. O Parlamento quer equilibrar a balança entre as principais cidades e os números falam por si: apenas 3% dos vistos gold atribuídos este ano foram concedidos no interior do país e nas ilhas.

Desde o início do ano e, até setembro, foram atribuídas 919 Autorizações de Residência para Atividade de Investimento (ARI) através do imobiliário, num montante total de 488.744.480,89 euros, de acordo com os dados cedidos pelo Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) ao ECO.

Estes 919 vistos gold representam 932 imóveis comprados dado que, por vezes, um investidor adquire mais do que um imóvel para perfazer o investimento mínimo requerido (através do imobiliário o investidor tem de aplicar, no mínimo, 500.000 euros), explica o SEF.

Mas analisemos os números. Deste universo, 551 imóveis (59%) foram comprados em Lisboa. Atrás aparece o Porto com 77 imóveis comprados (8,3%), Cascais com 69 (7,4%), Albufeira com 21 (2,25%) e Vila Nova de Gaia com 20 (2,15%). Estes dados permitem concluir que a maioria dos investimentos foi feita nas principais cidades do país, localizadas no litoral.

Número de imóveis comprados para obtenção de visto gold | Fonte: SEF, jan-set 2020

O objetivo do Parlamento é canalizar o investimento para as cidades do interior e para as ilhas. Analisando os dados cedidos pelo SEF, é possível notar que apenas 29 (3,11%) dos 932 imóveis comprados foram adquiridos nestas regiões. São eles: Marco de Canaveses (9), Vila Viçosa (8), Évora (4) e Cartaxo, Castelo Branco, Reguengos de Monsaraz, Tomar e Vila Nova da Barquinha (1 cada). Na Madeira, o Funchal regista dois imóveis, enquanto a Ponta do Sol apenas um.

Setor esperava um recuo do Governo. Medida vai levar “investidores e vários milhões para outros países”

Desde logo a medida criou polémica dentro do setor imobiliário, com muitos profissionais a alertarem para as consequências que este travão pode trazer. Contudo, muitos consideraram que a pandemia iria fazer o Governo voltar atrás. “Achei, efetivamente, que esta surpresa da pandemia iria levar o Governo a dar um passo atrás no que havia sido previsto para o Orçamento do Estado para 2020″, diz ao ECO Luís Lima, presidente da Associação dos Profissionais e Empresas de Mediação Imobiliária de Portugal (APEMIP).

O responsável nota que, perante a situação em que a economia está devido à pandemia, “é necessário delinear uma estratégia de recuperação que também deve estar assente na captação de investimento estrangeiro”. Luís Lima defende que “a atração de investimento estrangeiro é uma mais-valia para o desenvolvimento das economias” e que o imobiliário não é exceção.

O mesmo afirma Hugo Santos Ferreira, vice-presidente executivo da Associação Portuguesa de Promotores e Investidores Imobiliários (APPII). Em declarações ao ECO, o especialista questiona: “Como é que o Governo vai angariar estes 700 milhões de euros de investimento e 85 milhões de euros de receita fiscal direta?”. Hugo Santos Ferreira nota que Lisboa e Porto “ofereciam uma proposta muito competitiva” aos investidores e que este travão “vai levar, inevitavelmente, estes investidores e estes milhões para outros países”.

As consequências, salientam os representantes do setor, são inevitáveis e já esperadas. “Nunca poderão ser positivas, quanto mais não seja pela quebra da procura que passará a haver, que não tem necessariamente que ver com a alteração ao programa, mas sim com a mensagem que se está a passar a potenciais investidores”, nota Luís Lima, reforçando que o setor imobiliário “vive muito da segurança e da confiança do mercado”.

Assim, tanto para a APEMIP como para a APPII, a solução para canalizar investimento estrangeiro para o interior do país não passa por bloquear o litoral. “Este não é o melhor caminho. Deveria ter-se apostado numa diferenciação positiva para o investimento feito nesta região”, afirma o presidente da APEMIP. Por sua vez, o vice-presidente da APPII defende que “há que investir no interior, mas através de medidas de incentivo à economia e à geração de emprego que desenvolvam esta parte do país”.

Travão foi aprovado em fevereiro. Alteração pode acontecer até ao fim do ano

Por iniciativa do PS, e com os votos a favor do PSD, o Parlamento aprovou em fevereiro a limitação da concessão dos vistos gold aos investimentos imobiliários em municípios do interior ou das regiões autónomas dos Açores e da Madeira, no âmbito do Orçamento do Estado 2020. O PAN e o Bloco de Esquerda queriam mesmo acabar com as ARI, mas ambas as propostas foram chumbadas.

A medida, lia-se na altura, pretendia “favorecer a promoção do investimento nas regiões de baixa densidade, bem como o investimento na requalificação urbana, no património cultural, nas atividades de alto valor ambiental ou social, no investimento produtivo e na criação de emprego”, propondo, para tal, restringir ao território das Comunidades Intermunicipais (CIM) do Interior e das Regiões Autónomas dos Açores e da Madeira os investimentos em imobiliário com vista à obtenção de uma autorização de residência, e aumentar o valor mínimo dos investimentos e do número de postos de trabalho a criar.

Em simultâneo, tem como objetivo aliviar a pressão do mercado imobiliário em zonas como Lisboa e Porto, acabando com a possibilidade de obtenção de um visto gold através de investimento em imobiliário nestas zonas e nas CIM do Litoral. “Com esta medida, procuramos retirar a pressão [no mercado imobiliário] existentes nas áreas metropolitanas [de Lisboa e do Porto]. Esta nossa medida contribuirá para a uma maior coesão territorial”, defendeu, na altura, a líder da bancada socialista, Ana Catarina Mendes.

Com o aparecimento da pandemia, esta alteração ficou em stand-by. Contudo, esta semana, o Jornal de Negócios, citando uma fonte governamental, avançou que o Governo pretende mesmo avançar com estas restrições até ao final do ano. O ECO questionou o Ministério da Administração Interna (MAI) para tentar confirmar esta informação, mas até ao momento de publicação deste artigo não obteve qualquer resposta.

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Jerónimo de Sousa dificulta entendimentos futuros do PCP com o PS

  • Lusa
  • 8 Outubro 2020

PCP continua a defender uma “alternativa patriótica e de esquerda” que tem de ser baseada numa “luta de massas” nas ruas, misturada com reforço eleitoral.

O secretário-geral do PCP colocou entraves a entendimentos futuros com os socialistas, como o que existiu de 2015 a 2019, devido às “opções de classe do PS”, que associa à “política de direita”.

A dois meses do XXI congresso do partido, Jerónimo de Sousa deu uma entrevista ao jornal oficial do PCP, que ocupa quatro páginas na edição de hoje do Avante, e em que fez uma avaliação, em três pontos, da experiência das “posições conjuntas” entre os partidos de esquerda, também conhecida por “geringonça”, que permitiu quatro anos de Governo minoritário do PS.

É no terceiro ponto que conclui que para existir uma alternativa, com “soluções para os problemas de fundo do país, nomeadamente para ultrapassar os seus défices estruturais”, se exige “uma outra política alternativa, em rutura com a política de direita e liberta das opções de classe do PS e do seu Governo”.

Se no projeto de resolução política, também conhecidas por teses, não se elabora a hipótese de entendimentos à esquerda, agora, na entrevista, o secretário-geral dos comunistas coloca mais entraves.

O PCP continua, segundo afirmou, a defender uma “alternativa patriótica e de esquerda” que tem de ser baseada numa “luta de massas” nas ruas, misturada com reforço eleitoral.

Esse “caminho da alternativa” estará “tão mais próxima quanto mais forte for a luta de massas e maior a influência social, eleitoral e política do PCP”, disse.

No balanço da experiência de quatro anos de “geringonça”, ou “a nova fase da vida política nacional”, como se lhe referem os comunistas, Jerónimo de Sousa tira outras duas lições.

A primeira é que foi “a luta” a interromper uma “perigosa ofensiva” e a permitir “repor, avançar e conquistar” direitos e a segunda que, “ao contrário do que afirmavam “os grandes interesses económicos” foi “o alargamento de direitos e a valorização dos salários” a ditar o “crescimento económico” e o desenvolvimento registado nos últimos anos, antes da crise da pandemia de covid-19.

Na entrevista, Jerónimo de Sousa nada adiantou sobre se continua ou sai da liderança, repetindo que “a questão do secretário-geral não vai ser um problema no congresso”.

Da última vez que falou em público sobre o assunto, em 20 de setembro, após uma reunião do comité central, admitiu, implicitamente, manter-se na liderança do partido, aconselhando uma “tripla” quanto ao seu futuro – ficar, sair ou “ficar mais um bocadinho”.

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Gestores portugueses colocam pandemia no topo das preocupações, revela WEF

  • ECO Seguros
  • 8 Outubro 2020

Um inquérito do World Economic Forum em parceria com a Marsh e a Zurich mostra desemprego como principal preocupação dos empresários. Os gestores portugueses colocam a pandemia como risco nº1.

O estudo “Riscos Regionais dos Negócios 2020”, cujas conclusões o Fórum Económico Mundial (WEF na sigla internacional) acaba de divulgar, inquiriu cerca 12 mil líderes empresariais de 127 países, a quem foi pedido que, de uma lista de 30 riscos, selecionassem as cinco ameaças mais preocupantes para o desenvolvimento de negócios no seu país.

Entre as conclusões do relatório global, o “desemprego” destaca-se como principal preocupação dos líderes de negócios, seguido de perto pelas “doenças infecciosas” e pelas “crises fiscais”, que ocupam o terceiro lugar. Os riscos climáticos, como catástrofes naturais, perda da biodiversidade e o colapso dos ecossistemas estão a subir na lista dos principais riscos, refere comunicado conjunto distribuído em Portugal pela corretora Marsh e a seguradora Zurich.

Em resultado da informação recolhida em Portugal junto de aproximadamente 150 respondentes, a propagação de doenças infecciosas ocupa o primeiro lugar na tabela de perceção de risco, seguindo-se o risco de falha de “mecanismo financeiro ou institucional”, à frente do “desemprego.” O risco de “bolha de ativos” é quarto, e o risco de “ciberataques” é o quinto mais apontado pelo painel de inquiridos no país.

“As disrupções de emprego causadas pela pandemia, o aumento da automação e a transição para economias mais verdes são fundamentalmente mercados de trabalho em evolução. Ao sairmos desta crise, os líderes têm uma oportunidade única para criar novos empregos, com rendimentos dignos, e redesenhar redes de segurança social que correspondam aos desafios dos mercados de trabalho de amanhã”, refere Saadia Zahidi, Managing Director do Fórum Económico Mundial.

O relatório, cujas conclusões estão acessíveis através de mapa interativo e outra infografia detalhada por país e por riscos percecionados – de acesso rápido e fácil leitura – foi desenvolvido em parceria com as empresas Marsh & McLennan Companies (MMC), a Zurich Insurance Group e o SK Group, integrando a plataforma “Global Risks Initiative” do WEF, um grupo de trabalho criado para analisar riscos globais críticos.

Nas conclusões de âmbito mundial, as “doenças infecciosas” subiram 28 lugares no ranking e ocupam o segundo lugar, sendo o risco mais recorrente a ocupar o Top 10 em todas as regiões, exceto na Ásia do Sul. As regiões alvo da pesquisa incluem Ásia-Pacífico, Eurásia, Europa, América Latina e Caribe, Médio Oriente e Norte de África, América do Norte, Ásia do Sul e África Subsaariana.

“A crise do COVID-19 veio evidenciar a resiliência organizacional. (…) Tal como as preocupações económicas e climáticas exigirão por parte das empresas um novo alinhamento dos planos de negócio, uma maior confiança nas infraestruturas digitais significará um aumento acentuado de exposição ao risco cibernético. Para otimizar a recuperação, as empresas precisarão de preparar melhor os seus modelos de negócio, tornando-se assim mais resilientes face a futuras interrupções”, afirma John Doyle, presidente e CEO da Marsh.

Embora os riscos mais pontuados sejam principalmente os económicos, os relacionados com o clima estão também a merecer atenção especial este ano, com as “catástrofes naturais” (que sobem sete lugares), os “fenómenos meteorológicos extremos” (sobem cinco), a “perda da biodiversidade” e “colapso dos ecossistemas” (sobem oito) e a “falha de adaptação às alterações climáticas” (sobe dois) a merecerem lugares de destaque. Outras alterações significativas verificam-se ao nível das “catástrofes ambientais provocadas pelo homem” (a descer seis lugares), a “falha de planeamento urbano” (desce sete) e os “ataques terroristas” (a descer nove), sintetiza a fonte do grupo MMC.

“O COVID-19 está a distrair-nos de alguns riscos de longo prazo, que permanecerão muito tempo depois desta atual crise ser resolvida. Mas, a pandemia está também a ter um efeito positivo, ao levar as empresas a reavaliarem as suas prioridades. Espero que, com isto, as empresas desenvolvam as suas estratégias de resiliência ao risco e que estas resultem em ações decisivas e de impacto para combater os riscos que já existem como as alterações climáticas”, refere Peter Giger, Group Chief Risk Officer do Zurich Insurance Group.

O relatório divulgado pela WEF (“Regional Risks for Doing Business 2020“) baseou-se no Executive Opinion Survey, um inquérito internacional realizado entre janeiro e julho de 2020 e que recebeu 11860 respostas.

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Trump regressa à sala oval seis dias depois de testar positivo à Covid-19

  • Lusa
  • 7 Outubro 2020

O regresso de Trump ao seu gabinete de trabalho foi "denunciado" pela colocação de um soldado no lado exterior da ala oeste da residência oficial, o que significa que se encontra na sala oval.

O presidente dos EUA, Donald Trump, regressou à sala oval da Casa Branca, apenas seis dias depois de ter testado positivo à covid-19, confirmou o seu porta-voz, Brian Morgenstern.

O regresso de Trump ao seu gabinete de trabalho foi “denunciado” pela colocação de um soldado no lado exterior da ala oeste da residência oficial, o que significa que o presidente dos EUA se encontra na sala oval.

De acordo com o mesmo porta-voz, citado por agências internacionais, o presidente norte-americano aproveitou para obter informações sobre os planos de apoio à economia e os desenvolvimentos da potencialmente devastadora passagem do furacão Delta pelo Golfo dos EUA.

Trump, que ainda deverá estar infetado com a doença, encontra-se em convalescença na Casa Branca desde que regressou, segunda-feira, de um internamento de três dias num hospital militar situado perto de Washington.

Responsáveis da Casa Branca asseguraram que foram colocadas em prática medidas de segurança adicionais para proteger os funcionários que possam ter tido de interagir com o presidente, incluindo a obrigatoriedade de utilização de equipamentos de proteção individual completos.

O comportamento de Donald Trump desde que abandonou o hospital, na segunda-feira à noite, tem sido alvo de críticas e escrutinado com particular atenção no momento em que o número de trabalhadores da Casa Branca que testaram positivo para o novo coronavírus não para de aumentar.

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