BE quer proibir despedimentos em empresas com lucros

O BE já anunciou o caderno de encargos apresentado ao Governo no que toca ao Orçamento do Estado para 2021. Quer apertar a legislação laboral e travar despedimentos em empresas lucrativas.

Catarina Martins aproveitou uma conferência de imprensa de reação ao acordo europeu para apresentar o caderno de encargos do Bloco de Esquerda (BE) para o Orçamento do Estado para 2021 (OE 2021).

As três bandeiras endereçam, sobretudo, a precariedade laboral e os despedimentos (sendo uma das medidas a de travar despedimentos em empresas com lucros), mas também o reforço de meios nos serviços públicos de ensino e da saúde.

“O BE identifica como prioritárias três áreas políticas para responder às vulnerabilidades económicas e sociais potenciadas pela crise pandémica”, começou por afirmar a coordenadora do BE, referindo que o Governo já as conhece.

  • A primeira prende-se com “o apoio aos despedidos e outras vítimas da crise”. “O OE 2021 deve dar novas respostas a quem perdeu emprego, salário e rendimento. Esse apoio combinado com apoio social robusto, com mecanismos de salvação de empregos e salários, deve ser acompanhado de uma maior fiscalização dos subsídios às empresas para evitar distorções”, afirmou Catarina Martins.
  • Sobre a segunda área, a bloquista indicou que “a facilitação do despedimento e precariedade criaram uma enorme desproteção para quem trabalha”. “Assim, é urgente a proibição de despedimentos em empresas com lucros, a tomada de medidas de proteção do emprego e dos direitos do trabalho entre outras questões de adaptação das normas laborais às necessidades de combate ao desemprego”, reiterou.
  • Quanto à terceira e última área, Catarina Martins disse que “é essencial o reforço dos serviços públicos, do SNS [Serviço Nacional de Saúde] à escola pública, sem esquecer os equipamentos sociais de apoio às pessoas dependentes”. “Dentro deste terceiro eixo, alertamos para a urgência da concretização da contratação a título definitivo dos novos 8.426 profissionais de saúde, médicos e técnicos, já prevista no OE 2020”, apontou.

Segundo Catarina Martins, “estes três eixos constroem uma plataforma que num contexto adverso permitem combater o empobrecimento massivo a que assistimos na crise anterior”. As declarações, transmitidas pelas televisões, surgem uma semana depois de o Governo ter reunido com os partidos da esquerda para negociar medidas para o OE 2021.

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Acabar com debates quinzenais “é um enorme erro” que “pode ainda ser corrigido”

Catarina Martins considerou esta quarta-feira que acabar com os debates quinzenais com o primeiro-ministro no Parlamento "é um enorme erro" que "pode ainda ser corrigido" em plenário.

A coordenadora do Bloco de Esquerda considera que o fim aos debates quinzenais que foi alinhavado pelo PS e PSD representa “um enorme erro” que o Parlamento ainda vai a tempo de corrigir no plenário marcado para esta quinta-feira.

“O Parlamento foi o lugar da clareza das alternativas e do escrutínio publico fundamental. Num momento de crise, com uma recessão que trará enormes dificuldades e ainda mais exigência, secundarizar o Parlamento como PS e PSD pretendem fazer, ao diminuir o espaço de debate político no Parlamento, seja por iniciativa própria, seja para a discussão de petições de cidadãos, é um enorme erro”, afirmou Catarina Martins numa conferência de imprensa na sede do partido, transmitida pela TVI24.

“É perante a adversidade que o escrutínio, a alternativa e o debate se tornam ainda mais imprescindíveis. Um Governo fechado sobre si próprio terá sempre menos capacidade em responder aos enormes desafios destes tempos. Esse erro pode ainda ser corrigido e as votações desta quinta-feira são o momento para o fazer”, apelou a líder bloquista.

O fim dos debates quinzenais foi aprovado indiciariamente em grupo de trabalho pelo PS e PSD na terça-feira, levando a que o Governo tenha apenas de participar num debate parlamentar com o primeiro-ministro de dois em dois meses. Face a esta medida, o BE anunciou que vai avocar para discussão e votação em plenário a alteração ao regimento que levaria a esse efeito.

Acordo europeu traz “chantagem acrescida” sobre Portugal

Na mesma ocasião, Catarina Martins aproveitou para criticar o acordo considerado histórico que foi alcançado pelos líderes dos países europeus na madrugada de terça-feira, ao fim de cinco dias de negociações intensas. Para o BE, o acordo traz “chantagem acrescida sobre o nosso país”.

“Foi aprovado um mecanismo de controlo no acesso aos fundos que potencia a chantagem e a ingerência dos países com economias beneficiadas pela moeda única sobre aqueles países que as regras do euro prejudicam. É importante notar a pressão do primeiro-ministro holandês para uma maior precarização da legislação do trabalho e para a privatização do sistema público de pensões. Toda a determinação será necessária para defender Portugal e quem aqui trabalha”, apontou.

Ao abrigo do novo fundo de recuperação da União Europeia, somando o novo quadro financeiro plurianual e os fundos comunitários que ainda faltam executar do anterior quadro, Portugal disporá de quase 58 mil milhões de euros em fundos para executar ao longo da próxima década, avançou o primeiro-ministro, António Costa, esta terça-feira.

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Défice de Portugal no primeiro trimestre foi um dos mais baixos da UE

O défice de 1,1% do PIB registado no primeiro trimestre é metade da média da Zona Euro e um dos mais baixos entre os Estados-membros. A dívida pública continua a ser a terceira maior.

O défice orçamental que Portugal registou no primeiro trimestre foi o sétimo mais baixo entre os países da União Europeia, de acordo com os dados divulgados esta quarta-feira pelo Eurostat. Já no rácio da dívida pública, em percentagem do PIB, Portugal continua a ter o terceiro maior da UE, mas no primeiro trimestre não registou das maiores subidas entre os Estados-membros.

Os 1,1% do PIB de défice correspondem a metade da média da Zona Euro (2,2%) e da UE (2,3%), ambos afetados pelas medidas de confinamento introduzidas pelos países e que tanto afetaram a despesa, com as medidas de ajuda, como a receita, com o menor consumo privado. “Este é um aumento acentuado“, admite o Eurostat, assinalando que é o maior défice da Zona Euro desde o segundo trimestre de 2015.

Melhor do que Portugal estão, desde logo, os países que mesmo com a pandemia conseguiram terminar o primeiro trimestre com um excedente orçamental: é o caso da Alemanha (1%), a Holanda (0,8%) e o Luxemburgo (0,1%). Seguem-se ainda os pequenos défices da Bulgária (-0,3%), da Dinamarca (-0,2%) e da Áustria (-1%). Os restantes Estados-membros registaram défices bem superiores, com destaque para Malta (-8,5%), Roménia (-7,2%) e Bélgica (-6%).

Contudo, é de notar que neste destaque ainda não são divulgados os valores de alguns países: é o caso da Irlanda, Grécia, Espanha, Croácia, Itália e Chipre, cujos números deverão constar da próxima divulgação do Eurostat relativa ao saldo orçamental e à dívida pública.

Além disso, é expectável que estes valores venham a ser superiores em todos os Estados-membros, incluindo Portugal, no segundo trimestre uma vez que este foi mais afetado pela pandemia, em termos temporais, do que o primeiro trimestre — o vírus começou a afetar a Europa em fevereiro e de forma generalizada apenas em março. Atualmente, o Ministério das Finanças está a trabalhar com uma previsão de défice anual de 7% do PIB em 2020.

Dívida pública continua a ser a terceira maior

Sem surpresas, a dívida pública de Portugal continua a ser a terceira maior da UE quando medida em percentagem do PIB, segundo os dados divulgados pelo Eurostat esta quarta-feira. O rácio situou-se nos 120% no primeiro trimestre deste ano, o que compara com os 86,3% de média da Zona Euro e 79,5% da UE.

Contudo, no efeito conjugado da quebra do PIB e do aumento do défice — que leva à subida do rácio da dívida –, Portugal não registou dos maiores aumentos entre os Estados-membros. Foi na Bélgica que o rácio mais subiu (5,7 pontos percentuais), seguindo a Finlândia (4,9 p.p.), a Eslovénia (3,5 p.p.) e Espanha (3,4 p.p.).

Tal como no défice, o Eurostat avisa que “espera-se que os impactos das medidas de confinamento assim como das respostas políticas materializem-se totalmente em aumentos nas necessidades de financiamento apenas no segundo trimestre de 2020“.

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Portugal obtém 1.250 milhões ao custo mais baixo do ano

Portugal obteve um "empréstimo" dos mercados de 1.250 milhões de euros. Pagou os juros mais baixos do ano. Obrigações a seis anos registaram taxa ainda mais negativa.

Portugal obteve um “empréstimo” dos investidores de 1.250 milhões de euros, tendo pago juros mais baixos do ano, confirmando a tendência de normalização dos mercados após a turbulência provocada pela pandemia. Nos títulos com maturidade a seis anos, a República portuguesa registou taxas ainda mais negativas do que observadas em anteriores leilões.

Os resultados do leilão desta quarta-feira foram favoráveis aos cofres portugueses na medida em que o custo da nova dívida emitida baixou. Por exemplo, para se financiar a dez anos, o IGCP colocou um montante total de 820 milhões de euros em títulos com um juro de 0,352%, que compara positivamente com a taxa de 0,595% do leilão do mês passado. É preciso recuar a novembro do ano passado ter encontrarmos um juro mais baixo – em novembro, pagou uma taxa de 0,333%.

Por outro lado, na linha a seis anos, foram emitidos 430 milhões de euros a um juro negativo: -0,108%. Isto quando no leilão de junho havia pago uma taxa de 0,137%.

Resultados dos últimos leilões de dívida a 6 anos e 10 anos

Fonte: IGCP, Reuters

Com este desempenho, Portugal obteve os 1.250 milhões de euros que pretendia como montante máximo desta operação de financiamento. Os juros do leilão mostram uma evolução favorável face às anteriores operações, nomeadamente as que foram realizadas em plena pandemia. Com os investidores assustados com a incerteza, Portugal chegou a pagar um juro superior a 1% no leilão de dívida a dez anos realizado em abril.

Para fazer face à crise provocada pelo surto de Covid-19, que paralisou parcialmente a economia, a República reforçou a sua atividade nos mercados de financiamento, endividando-se mais para que o Governo possa responder com medidas de apoio às famílias e empresas, como nos esquemas de layoff e apoios aos trabalhadores independentes. Segundo as contas do Governo, o défice orçamental deste ano poderá superar os 7%.

A ajudar na estabilização dos mercados estiveram o Banco Central Europeu (BCE), que se tem mantido ativo no mercado de dívida a comprar títulos dos Governos europeus.

Por outro lado, o acordo alcançado esta semana na cimeira de líderes europeus em relação ao Fundo de Recuperação europeu, que prevê subvenções aos Estados (evitando mais endividamento de cada um dos países), também ajudou na perceção de risco dos investidores.

(Notícia atualizada às 10h57)

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Elon Musk desbloqueia prémio da Tesla avaliado em 2,1 mil milhões

O presidente executivo da Tesla desbloqueou a segunda tranche do pacote remuneratório acordado com o "board". Pode agora comprar 1,69 milhões de ações da empresa com um desconto de quase 78%.

O presidente executivo da Tesla desbloqueou a segunda tranche do pacote remuneratório que depende da valorização das ações da fabricante. Elon Musk pode agora exercer mais 1,69 milhões de opções de compra a um preço de 350,02 dólares cada, um desconto de quase 78% face ao preço atual das ações da empresa.

Significa que, se o gestor pudesse vender já estas ações, encaixaria uma mais-valia na ordem dos 2,1 mil milhões de dólares, segundo cálculos da Bloomberg (acesso condicionado). Não é o caso, uma vez que uma das condições do pacote é a impossibilidade de Elon Musk vender essas ações num prazo de, pelo menos, cinco anos.

O desbloqueio desta tranche de incentivos a Elon Musk está relacionada com o facto de a capitalização bolsista média da Tesla nos últimos seis meses ter ultrapassado os 150 mil milhões de dólares esta terça-feira. Nos últimos seis meses, os títulos da empresa valorizaram mais de 175%, escalando de 569,56 dólares até aos 1.568,36 dólares na cotação de fecho da sessão desta terça-feira.

Como recorda a agência, a primeira tranche do pacote remuneratório de Elon Musk foi desbloqueada em maio, depois de a capitalização bolsista média da Tesla nos últimos seis meses até então ter ultrapassado os 100 mil milhões de dólares. A Tesla está agora avaliada em 290,73 mil milhões de dólares, mais do dobro dos 110,74 mil milhões da Daimler, dona da Mercedes-Benz. E, apesar de ter entregado menos de 400 mil automóveis no total em 2019, vale mais do que a soma das capitalizações da Toyota, Volkswagen e Hyundai.

O pacote remuneratório de Elon Musk é considerado o maior alguma vez acordado entre um presidente executivo e respetivo conselho de administração. Inclui 20,3 milhões de opções de compra de ações divididas numa dúzia de tranches. Se todas as condições forem cumpridas, a fortuna de Elon Musk poderá engordar em mais de 50 mil milhões de dólares, segundo estimativas da própria empresa.

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Nova SBE bate recorde de candidatos em plena pandemia. 60% são estrangeiros

Nova SBE recebeu cerca de 3.000 candidaturas, com os candidatos internacionais a representarem, à semelhança do que vem sendo norma, 60% do total.

A Nova SBE está a ser bastante cobiçada pelos alunos de mestrado. Registou um forte aumento no número de candidaturas para o próximo ano letivo, atingindo mesmo um número recorde. Muitos do que querem estudar na escola de Carcavelos são estrangeiros. Representam, apesar do contexto de pandemia, 60% do total.

“No total, a escola recebeu cerca de 3.000 candidaturas, com os candidatos internacionais a representarem, à semelhança do que vem sendo norma, 60% do total“, diz a Nova SBE em comunicado. O período de candidaturas terminou na terceira semana de junho, estando neste momento a decorrer o processo de aceitação dos candidatos.

“É com muita satisfação que assistimos à maior procura pela oferta educativa e formativa da Nova SBE por parte dos alunos, quer portugueses quer internacionais. Este recorde, que este ano atingimos, é fruto de uma estratégia que assenta na excelência, rigor e abertura ao mundo”, diz Daniel Traça, dean da Nova SBE.

"O aumento exponencial de candidaturas, nomeadamente por parte de alunos internacionais e no contexto de pandemia que vivemos demonstra que o ecossistema que a Nova SBE tem vindo a construir é valorizado pelos nossos candidatos e atrai cada vez maior interesse e projeção.”

Daniel Traça

Dean da Nova SBE

A escola registou candidaturas provenientes de 70 países, com o top das nacionalidades a ser composto por portugueses, alemães (30% do total), italianos (10%), franceses e austríacos, seguidas pelos candidatos provenientes do Brasil, Espanha, Índia e China. A Nova SBE destaca o crescimento da procura por parte de alunos do Brasil, Espanha, China, Estados Unidos e Índia, “fruto do investimento da Nova SBE em mercados de maior dimensão”.

Traça sublinha “o aumento exponencial de candidaturas, nomeadamente por parte de alunos internacionais e no contexto de pandemia que vivemos”. Diz que “demonstra que o ecossistema que a Nova SBE tem vindo a construir é valorizado pelos nossos candidatos e atrai cada vez maior interesse e projeção, naquele que é um contributo da Nova SBE para o desenvolvimento do país e da Europa”.

Entre os mestrados dos programas internacionais, a escola destaca o interesse registado no Mestrado Internacional em Finanças, que viu a procura aumentar 65%, e o Mestrado Internacional em Gestão, com um aumento de mais de 80%. Ambos os mestrados foram “destacados no ranking do Financial Times nas 14ª. e 22ª. posições mundiais, respetivamente”, nota.

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Lucro da Iberdrola aumenta 12,2% no primeiro semestre apesar da Covid-19

  • Lusa
  • 22 Julho 2020

Apesar da incerteza causada pela pandemia, mantém a sua previsão de crescimento em 2020 do seu benefício líquido em um dígito, assim como a sua política de remuneração dos ativos.

A Iberdrola teve um lucro de 1.845 milhões de euros no primeiro trimestre de 2020, mais 12,2% do que no mesmo período de 2019, com a Covid-19 a ter um impacto negativo de 153 milhões de euros.

A empresa espanhola que opera nos mercados de eletricidade e gás natural informou o mercado esta quarta-feira que, apesar da incerteza causada pela pandemia, mantém a sua previsão de crescimento em 2020 do seu benefício líquido em um dígito, assim como a sua política de remuneração dos ativos.

No seu relatório de contas do primeiro semestre apresentado ao supervisor da bolsa espanhola, a Iberdrola sublinha que não é possível fazer uma estimativa precisa do possível impacto futuro da Covid-19 nos seus resultados nos próximos meses.

As razões para que isso aconteça são a incerteza sobre a velocidade a que as economias dos países em que a empresa opera irão recuperar, a duração das medidas governamentais em vigor e as medidas adicionais que poderão ser tomadas nos próximos meses.

As contas refletem também a mais-valia de 485 milhões de euros feita com a venda em fevereiro de 8,07% da participação da Iberdrola na Siemens Gamesa, por um total de 1.099,5 milhões de euros, embora isto tenha sido parcialmente compensado pelo impacto dos impostos britânicos (157 milhões de euros).

O lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (EBITDA) caiu 1,4%, para 4.918,2 milhões de euros, devido à crise sanitária (157 milhões de euros), aos efeitos positivos extraordinários registados no primeiro semestre de 2019 com a venda de contratos de fornecimento de GNL (gás natural liquefeito) a longo prazo (89 milhões de euros), à deslocalização do negócio da rede em Espanha (33 milhões de euros) e à depreciação cambial.

A empresa afirma que, excluindo estes impactos, o EBITDA teria aumentado 4,2%, tendo as receitas totais caído 9,9%, para 16.467,4 milhões.

Durante o primeiro semestre do ano, a eletricidade distribuída pela Iberdrola foi de 109.040 gigawatt horas (GWh), 6,2% menos do que um ano antes, com descidas de 8,6% em Espanha (42.431 GWh), 7,1% no Reino Unido (15.886 GWh), 2,8% nos Estados Unidos (18.181 GWh) e 4,3% no Brasil (32.540 GWh).

A produção líquida de eletricidade foi de 79.299 GWh, mais 4,8%, e a multinacional terminou junho com uma capacidade instalada de 53.102 MW, mais 8,9%, e durante o primeiro semestre investiu 3.582 milhões de euros, mais 2,3%.

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UTAO “deixará de existir” tal como está se nova LEO for aprovada

  • Lusa
  • 22 Julho 2020

Unidade Técnica de Apoio Orçamental diz que atividade da entidade "deixará de existir" tal como está agora caso tenha de analisar propostas "incomportáveis", como proposto na nova LEO.

O coordenador da Unidade Técnica de Apoio Orçamental (UTAO) considerou que a atividade da entidade “deixará de existir” tal como está agora caso tenha de analisar propostas “incomportáveis”, como proposto na nova Lei de Enquadramento Orçamental (LEO).

Num memorando assinado por Rui Nuno Baleiras enviado à Comissão Parlamentar de Orçamento e Finanças (COF), a que a Lusa teve acesso, o coordenador da UTAO conclui que a proposta do Governo para alterar a LEO de 2015 usa a unidade “para limitar consideravelmente o número de iniciativas legislativas dos deputados, passando a exigir estudos técnicos de avaliação de impactos económico-orçamentais em número e variedade incomportáveis”.

O também professor universitário alerta que “toda a demais atividade atual da UTAO deixará de existir”, estimando igualmente que “serão bem reais os riscos de conflitualidade interna na AR [Assembleia da República] e de degradação da imagem pública do parlamento” caso a proposta seja aprovada.

A votação na especialidade ocorrerá esta quarta-feira às 10:00.

“Se o objetivo dos proponentes é reduzir o número de iniciativas legislativas com impacto orçamental potencial por ano, por que é que não se limitam a estatuir na lei um número máximo de iniciativas a submeter?“, questionou ainda Rui Nuno Baleiras.

As críticas do coordenador da UTAO têm base na proposta do Governo para alterar a LEO de 2015, que imputa à unidade independente “a responsabilidade de avaliar o impacto nas contas públicas de todas as iniciativas legislativas […] que tenham um valor potencial na receita ou na despesa superior a 0,01% da despesa”.

“Só é possível saber se uma iniciativa supera aquele limiar depois de a estudar, pelo que a exigência de avaliação se aplica aos milhares de iniciativas da AR com impacto orçamental que são propostas todas as sessões legislativas”, argumenta o coordenador da UTAO.

Rui Nuno Baleiras acrescenta que a alteração para 0,02% e uma exigência de número mínimo de deputados subscritores em sede de Orçamento do Estado, proposta pelo PS, “não muda a essência do problema”.

“Só quem não faz a mais pálida ideia do que está em causa poderá inscrever em letra de lei tal obrigação. E nem com uma redução em 99,9% nesse número, os objetivos da PPL 37 [proposta de lei 37, em causa] e da proposta do GP [grupo parlamentar] do PS serão exequíveis”, denuncia o economista.

O memorando assinado por Rui Nuno Baleiras observa também a desproporcionalidade da nota explicativa do Governo emitida após as primeiras críticas da UTAO à nova LEO, considerando inclusive a referência ao Congressional Budget Office (CBO) dos Estados Unidos por parte do executivo.

“Talvez tivesse sido útil reconhecer que o CBO tem um quadro técnico com mais de 200 profissionais, a maioria do qual habilitada com o grau de Doutor e enorme experiência útil adquirida noutras indústrias antes de aderir ao CBO, abrangendo economistas, mas também engenheiros, farmacêuticos, geógrafos”, entre outros, “muito conhecedores de mercados e setores específicos de atividade económica”, refere o memorando.

Baleiras observa, para justificar a impossibilidade de cumprir as funções caso as alterações à LEO forem aprovadas, que na elaboração de dois relatórios recentes “foram necessários 33 dias de trabalho de 1,25 pessoas” e o sacrifício da apreciação em contabilidade nacional das contas do primeiro trimestre de 2020.

A UTAO dispõe de cinco analistas e de um coordenador, pelo que se se dedicarem exclusivamente a estudos de impacto orçamental “não farão mais nada” e “a AR e o país perdem o acompanhamento técnico independente que a UTAO lhes tem proporcionado há quase 14 anos”.

Caso a proposta seja aprovada, Rui Nuno Baleiras afirma ainda que passará a existir uma “desigualdade de oportunidades de avaliação entre Governo e AR” no que diz respeito às propostas, coloca a UTAO “a tomar decisões sobre quais serão as iniciativas legislativas a ter que ser instruídas com o seu estudo técnico”, e com o “ónus […] de atrasar o processo de decisão política”, e ainda sob “pressão política para abaixamento da qualidade”.

Num relatório em junho, a UTAO já tinha criticado as alterações, considerando que tem mais pontos negativos do que positivos, tendo as propostas sido também objeto de críticas do Tribunal de Contas e do Conselho das Finanças Públicas.

A secretária de Estado do Orçamento, Cláudia Joaquim, afirmou na semana passada que a proposta de avaliação do impacto orçamental de iniciativas legislativas pela UTAO não pretende ser um visto e admitiu que esta função poderá exigir um reforço de recursos daquela unidade.

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Covid-19 já infetou 15 milhões de pessoas em todo o mundo

Em todo o mundo, já foram registadas 15.009.213 pessoas infetadas com o novo coronavírus. EUA, Brasil, Índia, Rússia e África do Sul são os países mais afetados.

A pandemia do novo coronavírus já infetou mais de 15 milhões de pessoas em todo o mundo desde dezembro. EUA, Brasil, Índia, Rússia e África do Sul são os países mais afetados pela crise sanitária, de acordo com a Reuters.

No topo da tabela estão os EUA. É o país que tem o maior número de casos, registando 3,91 milhões de pessoas infetadas no acumulado desde o início do surto. Esta terça-feira, o presidente Donald Trump mudou de postura tem apelado a que todos os cidadãos usem máscara de proteção respiratória nos casos em que não seja possível manter distanciamento social.

Segundo a Reuters, a pandemia está a acelerar mais rapidamente na América do Norte e do Sul, uma vez que o continente é responsável por mais de metade das infeções e mortes a nível mundial. No Brasil, mais de 2,15 milhões de pessoas testaram positivo para a Covid-19, incluindo o presidente Jair Bolsonaro, e mais de 81.000 pessoas morreram. A Índia conta com mais de um milhão de casos e registou quase 40 mil novos casos esta quarta-feira, de acordo com os números oficiais.

Desde que a pandemia chegou a Portugal, a 2 de março, já morreram 1.697 pessoas vítimas da doença, sendo que existem atualmente 48.898 pessoas infetadas. Lisboa e Vale do Tejo é a região com mais casos registados até ao momento (24.470 casos de infeção e 570 mortes).

Após o primeiro caso de Covid-19 ter sido relatado na China no final do ano passado, foram necessárias cerca de 15 semanas para atingir a fasquia dos dois milhões de casos. Em contrapartida, demorou apenas oito dias a ultrapassar os 15 milhões de infetados face aos 13 milhões atingidos no dia 13 de julho.

O número oficial de casos de coronavírus (15.009.213) representa, assim, o triplo de doenças graves de gripe registadas anualmente, de acordo com dados da Organização Mundial de Saúde citados pela mesma agência.

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Havia 5.890 estrangeiros ilegais em Portugal no final de 2019

Haviam 5.890 cidadãos oriundos de países de fora da União Europeia em situação ilegal em Portugal no ano passado, segundo dados do Eurostat. Número aumentou 24% face a 2018.

As autoridades portuguesas encontraram 5.890 cidadãos estrangeiros oriundos de fora da União Europeia (UE) em situação ilegal em Portugal no ano passado. Trata-se de um aumento de quase 24% face a 2018, revelam dados publicados esta quarta-feira pelo Eurostat.

Cerca de 5.980 estrangeiros com nacionalidade de países fora da UE foram instados a abandonar Portugal, enquanto 465 acabaram por sair do país, mesmo para outros países da UE. No ano passado, foi ainda recusada a entrada em Portugal a 4.995 pessoas estrangeiras de fora da UE, segundo o mesmo conjunto de dados europeu.

O organismo oficial de estatística da UE estima ainda que, no final do ano passado, havia cerca de 627,9 mil cidadãos estrangeiros ilegais no bloco, mais 10% do que em 2018. Os dados mostram que a entrada na UE foi recusada a 717,6 mil cidadãos de nacionalidades estrangeiras durante 2019, um crescimento de 58% face ao ano anterior.

Em causa está o último balanço da aplicação da legislação referente à imigração na UE. De acordo com o Eurostat, no ano passado, 491,2 mil pessoas foram alvo de ordens para abandonar um Estado-membro por parte das autoridades, havendo registo de 164,6 mil estrangeiros que tiveram de mudar de país ao abrigo destas ordens, incluindo para outros países da UE, mas 142,3 mil para fora do bloco.

Num comunicado, o Eurostat aponta ainda que a esmagadora maioria dos cidadãos impedidos de entrar na UE têm nacionalidade marroquina (489,9 mil), seguindo-se cidadãos ucranianos (66,5 mil) e albaneses (22,8 mil). Espanha foi o Estado-membro que recusou mais entradas (493,5 mil), seguindo-se a Polónia (65,4 mil) e França (56,6 mil).

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Acordo “é bom, mas não excelente” e tem riscos para o futuro

  • Lusa
  • 22 Julho 2020

Miguel Poiares Maduro, Bernardo Pires de Lima e António Goucha Soares analisam o acordo alcançado que apesar das oportunidades que traz, não está isento de riscos.

O acordo dos 27 sobre o orçamento plurianual e o fundo de recuperação “é bom” por permitir fazer face à crise, mas acarreta riscos, e oportunidades, para o futuro da integração europeia, segundo especialistas ouvidos pela Lusa.

“Eu acho que é um bom, e não excelente, mas um bom resultado imediato”, disse à Lusa Miguel Poiares Maduro, especialista em Direito Europeu, alertando contudo para que ele “é incerto quanto aos seus efeitos futuros”.

Como aspetos positivos, Poiares Maduro salientou que se trata de “um montante substancial de fundos”, “que aqui há poucos meses muitos achariam que era altamente improvável”, que foi “uma resposta relativamente rápida da União” e que, para Portugal, “significa que no curto prazo […] vai receber mais fundos do que alguma vez recebeu, mesmo no período pós-adesão”.

O especialista apontou contudo que o acordo terá “consequências incertas”, umas potencialmente positivas, outras negativas, no processo de integração europeia no médio e longo prazo.

“Do lado da avaliação positiva, eu diria que há um precedente importante na adoção de um programa de recuperação económica assente em apoios diretos, a fundo perdido, e na emissão de dívida europeia”, um “precedente novo” e “um passo positivo” que, associado ao compromisso para novos recursos próprios, “vão no sentido do reforço da integração europeia porque reforçam a capacidade de integração, a capacidade orçamental e a integração fiscal na União Europeia”.

Poiares Maduro identificou por outro lado “passos preocupantes” e de “risco para o processo de integração europeia”: a intergovernamentalização subjacente à decisão de submeter os programas nacionais para as verbas do fundo de emergência à aprovação por maioria qualificada dos 27 e a lógica de “troca de fundos permanentes para compensar pelo maior financiamento temporário”, referindo-se à redução do orçamento para programas geridos por Bruxelas para compensar a dotação do fundo de recuperação.

António Goucha Soares, também especialista em Direito Europeu, também apontou como positivo ter-se conseguido um acordo europeu, destacando como se estava “na iminência de este acordo não ser alcançado” a tempo e que ele responde a graves problemas económicos que a pandemia provocou.

“A UE está a fazer testes de sobrevivência sucessivos e a pandemia também expôs a UE a uma série de perigos, nomeadamente aos fundamentais da sua essência, como é o mercado interno. […] Depois de a UE ter passado pela crise grave do euro, quase uma década, depois de ter perdido o Reino Unido, se agora rebentasse também o mercado interno, não sabemos o que é que iria ficar”, explicou, considerando que “de alguma forma”, o acordo “tem esta dimensão existencial”.

Goucha Soares desvalorizou por outro lado os cortes no orçamento comunitário, em programas como o de ciência ou transição energética, considerando que “não se cortou significativamente” e destacando que a prioridade era o fundo de recuperação.

“Se pensarmos que este fundo de recuperação surgiu como um imperativo para acudir à situação dramática das economias, das grandes economias do mercado interno mais atingidas pela crise, e essas economias recebem este apoio […] é uma boa vitamina para esta ameaça que a UE estava a sofrer com a Covid-19”, afirmou.

Para o especialista, “é essencial para o projeto europeu que a Itália continue a permanecer alinhada com a UE e não entre numa deriva”, tal como Espanha. Itália vai receber 200 mil milhões de euros, “uma lufada brutal de oxigénio”, “uma folga financeira que lhes permite ganhar tempo […] o que significa afastar por mais meses ou por mais anos os populistas eurocéticos do poder”.

Bernardo Pires de Lima, investigador de relações internacionais, salientou que o acordo permitiu ultrapassar riscos importantes: a expectativa social de “muitos milhões à volta das televisões e das redes sociais à espera de uma resposta europeia” para problemas concretos, “a perceção dos mercados e a pressão sobre as taxas de juro [que] imediatamente iriam incidir sobre os Estados mais vulneráveis se não houvesse um acordo” e “a arrumação” do semestre da presidência alemã do Conselho.

O investigador apontou também como um resultado potencialmente positivo deste acordo a mutualização da dívida, com a Comissão Europeia a contrair dívida junto dos mercados para financiar o plano de recuperação, “um dado completamente novo” que “pode ser o embrião de uma Europa financeiramente mais federalista, chamemos-lhe assim”.

“Isso pode vir a ficar como um bom balão de ensaio para outro tipo de questões, nomeadamente de harmonização fiscal e de governance do euro, que sejam um salto em frente no sentido da justiça e da equidade entre os Estados-membros”, explicou.

Pelo lado negativo, o investigador aponta a proporção de verbas do fundo de recuperação que vão ser canalizadas a fundo perdido, que na proposta da Comissão era de dois terços e no acordo do Conselho acabou por ser pouco mais de metade, em virtude de o Conselho ceder “em demasia, a um núcleo muito pequeno de Estados que não é suficientemente poderoso nem representativo”.

Quanto aos cortes efetuados no Quadro Financeiro Plurianual, que afetam programas europeus, Pires de Lima admitiu que “necessariamente teria de haver danos colaterais”, mas apontou que “transmite um sinal político que vai ao arrepio das prioridades da comissão, alinhada com o Parlamento Europeu”, o que o faz prever “alguma tensão nos próximos meses”.

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Com o hidrogénio em mira, Dourogás investe 1,2 milhões em novo posto de gás para veículos

Na calha estão já novos investimentos, que incluem o upgrade dos postos GNV para postos de hidrogénio e outros gases renováveis, como o biometano (Bio-GNV).

O Grupo Dourogás acaba de inaugurar um novo posto de abastecimento de Gás Natural Veicular (GNV) a norte, na área de Serviço da BP na A41, na Maia. O investimento foi de 1,2 milhões de euros e com esta nova localização a empresa consegue fazer chegar este combustível a todo o território nacional, com uma rede de dez postos comerciais. Além de outros gases renováveis, a Dourogás produz gás natural renovável em Mirandela e já o incorpora no portefólio disponibilizado aos clientes.

Na calha estão já novos investimentos, que incluem o upgrade dos postos GNV para postos de hidrogénio e outros gases renováveis, como o biometano (Bio-GNV). Atualmente, 17% do gás veicular comercializado no espaço europeu já é de origem renovável. “O gás natural (com incorporação de hidrogénio e gases renováveis) assume-se como a melhor forma de descarbonizar no presente. E temos a certeza que o hidrogénio permitir-nos-á descarbonizar a 100% no futuro. Por isso, temos em curso um ambicioso plano de investimentos estruturantes nestas duas áreas”, disse uno Moreira, presidente executivo do grupo Dourogás,

De acordo com a empresa, este posto nasce de uma parceria com a BP Portugal e está preparado para misturas com hidrogénio e gases renováveis, no futuro, e integra a rede do consórcio Eco-Gate, que construiu uma rede europeia de postos GNV nos corredores de abastecimento, em quatro países: Portugal, Espanha, França e Alemanha, refere a empresa em comunicado.

“O investimento no posto GNV da Maia insere-se nesta estratégia, podendo no futuro vir a disponibilizar hidrogénio verde, fruto dos projetos de Investigação e Inovação já lançados. Ao substituir outras fontes de energia mais poluentes, nomeadamente as derivadas do petróleo, o GNV – comprimido ou líquido – permite a redução da intensidade carbónica do ecossistema da mobilidade, o que contribui para a sustentabilidade ambiental e tem melhorado a qualidade do ar nas cidades”, explica a empresa, que diariamente abastece mais de 600 viaturas (pesados, ligeiros e gama média).

Na visão de João Filipe Jesus, diretor-geral da Dourogás GNV, empresa do Grupo Dourogás, “este novo investimento responde a uma tendência crescente no mercado português, a mobilidade a gás natural. Em 2019 o número de viaturas movidas a GNV praticamente duplicou em Portugal. Uma rota de crescimento que se manteve durante os primeiros meses deste ano, o que se traduz numa frota de aproximadamente um milhar de veículos a GNV a circular em território nacional – entre viaturas pesadas de transporte de passageiros e de mercadorias, furgões, viaturas de recolha de resíduos, além de ligeiros, viaturas comerciais, táxis e TVDE’s.

Em Espanha, por exemplo, já circulam mais de 22 mil viaturas a GNV. A Dourogás quer colocar Portugal no mesmo patamar. Nos últimos anos, o grupo mais do que duplicou os pontos de abastecimento, estando presente em locais fronteiriços de grande tráfego pesado de mercadorias (Vilar Formoso e Elvas), em grandes áreas logística nacionais (como Carregado, Palmela e, agora, Maia), e ainda em municípios como Porto, Loures, Mirandela e Vila Real.

Com a Biogasmove, a Dourogás produz biometano a partir de resíduos orgânicos. Este gás 100% renovável alimenta, atualmente, uma frota de veículos da empresa intermunicipal Resíduos do Nordeste (na região de Trás-os-Montes), a partir da biodigestão e valorização energética da matéria orgânica recolhida por essas mesmas viaturas.

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