Rio e Montenegro vão à segunda volta para disputar PSD
Nenhum do candidatos conseguiu 50% dos votos. Militantes do PSD vão ter de escolher entre Rui Rio e Luís Montenegro numa segunda volta agendada para 18 de janeiro.
Ainda não foi desta que ficou definida a liderança do PSD. O partido vai voltar às urnas, numa segunda volta, a 18 de janeiro, para decidir se o próximo presidente do PSD será Rui Rio ou Luís Montenegro, já que nenhum dos candidatos conseguiu 50% dos votos.
Rui Rio conquistou 49,44% dos votos (15.301 votos) e Luís Montenegro 41,26% (12.767), de acordo com conselho de jurisdição do PSD, que anunciou os votos provisórios. Já Miguel Pinto Luz ficou com 9,3%, isto sem contar com os votos da Madeira que foram impugnados, por Alberto João Jardim e que não foram contabilizados por inconformidades no caderno eleitoral. O partido vai assim, pela primeira vez a uma segunda volta desde que os líderes do partido são eleitos por diretas.
Nesta eleição, que teve o menor número de eleitores de sempre (40604 mil) e na qual pela primeira vez se apresentaram três candidatos à liderança do partido, houve cerca de nove mil eleitores (8.885) em condições de votar que não foram às urnas. A questão agora que se coloca é se na segunda volta qual será a posição dos militantes que votaram em Pinto Luz (2.878 votos) e se aqueles que não foram às urnas este sábado, vão optar por fazê-lo no próximo.
No discurso ao final da noite, Luís Montenegro foi claro ao pedir o apoio dos militantes que escolheram Pinto Luz na primeira volta. “Se for eleito líder do PSD contarei com ele [Miguel Pinto Luz] para os desafios que temos de enfrentar“, disse, recordando que “foram mais os que votaram na mudança do que na continuidade”.
No mesmo sentido, Rui Rio disse que conta tanto com Miguel Pinto Luz como com Luís Montenegro. Num discurso cheio de bom humor, o atual presidente do PSD sublinhou que a diferença para conseguir a maioria absoluta é “pequenina” — “0,56%, uma coisinha de nada” –, por isso, “matematicamente, bastava alguns apoiantes do Miguel Pinto Luz não votarem e a percentagem passa para meu favor”. Mas Rui também lembrou que a unidade se faz “em torno do mais forte do que do mais fraco que tem menos votos”. Uma afirmação que considerou ser a sua primeira ação de campanha nesta segunda volta, que à partida não terá mais nenhum debate entre os candidatos, apesar de ser Montenegro assim o desejar.
Numas eleições marcadas por três impugnações — em Portalegre, Amadora e Madeira — a luta foi renhida já que nas quatro maiores distritais, que respondem por 57% dos votos, os resultados estavam distribuídos pelos vários candidatos: em Braga ganhou Luís Montenegro por 335 votos, no Porto ganhou Rui, com uma margem de 1456 votos, tal como em Aveiro, com 500 votos de margem, como anunciou Salvador Malheiro perto das 21h00 à chega ao Sheraton do Porto, onde se reuniram os apoiantes de Rio.
No quarto maior distrito o de Lisboa a vitória ficou nas mãos de Miguel Pinto Luz, tal como na Madeira, onde foi seguido de Rui Rio e Luís Montenegro, e Setúbal. Em Lisboa Pinto Luz venceu com 1.591 votos, Luís Montenegro ficou em segundo lugar com menos 229 votos e Rui Rio ficou em terceiro com 1.186 votos.
Em termos globais, Rui Rio venceu no Viana do Castelo, Vila Real, Bragança, Guarda, Porto, Aveiro, Santarém, Évora, Beja, Portalegre, Faro e Açores. Um resultado que traduz o facto de os militantes do PSD considerarem que Rio tem as melhores condições, entre os três candidatos, para ser candidato a primeiro-ministro que “tem provas no sua vida profissional e partidária de ter um projeto”, disse a antiga presidente do PSD, Manuela Ferreira Leite em declarações na TVI24.
Luís Montenegro venceu em Braga, Castelo Branco, Leiria, Coimbra, Viseu, Lisboa Oeste.
Miguel Pinto Luz, o últimos dos três candidatos a votar, ficou em terceiro lugar e frisou que era bom haver várias opiniões no partido, embora o importante seja unir o PSD para as próximas eleições.
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