CGD registou lucros de 800 milhões em 2019

  • ECO
  • 11 Janeiro 2020

Será o melhor resultado do banco público desde 2007, quando alcançou um lucro de 856 milhões de euros. Vendas de bancos internacionais e aumento de comissões ajudaram contas da CGD.

A Caixa Geral de Depósitos (CGD) terá fechado o ano de 2019 com lucros de cerca de 800 milhões de euros, segundo avança este sábado o jornal Expresso (acesso pago). A confirmar-se este desempenho, será o melhor resultado do banco público desde 2007, quando alcançou um lucro de 856 milhões de euros.

Será com base neste lucro que o banco liderado por Paulo Macedo distribuirá ao Estado dividendos no valor de 300 milhões de euros, que já estão contabilizados no Orçamento do Estado para 2020. A remuneração acionistas corresponderá a cerca de 38% dos lucros do ano passado.

A dar força aos lucros da CGD estiveram vários fatores extraordinários, como a venda dos bancos na África do Sul (por 215 milhões ao Capitec) e em Espanha (384 milhões ao Abanca), por exemplo. Este ano o banco deverá concluir a alienação de bancos no Brasil e em Cabo Verde. O aumento das receitas com comissões, a diminuição das imparidades para crédito e a venda de imóveis também contribuíram para os resultados do banco estatal, que também melhorou o seu desempenho graças à redução dos custos com pessoal e nos gastos gerais. As contas serão apresentadas no próximo dia 31 de janeiro.

Os primeiros nove meses deixam antecipar um resultado gordo em 2019: até setembro, os lucros aceleravam 70% para 641 milhões de euros. O resultado recorrente, sem contar com efeitos extraordinários como estas duas operações, situou-se nos 480 milhões de euros entre janeiro e setembro, registando uma subida de 30% face ao mesmo período do ano passado.

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Governo já teve excedente orçamental em 2019

  • ECO
  • 11 Janeiro 2020

As contas públicas relativas ao ano passado ainda não está fechadas, mas as estimativas do Executivo liderado por António Costa apontam para um saldo positivo já em 2019.

O Governo terá alcançado já em 2019 um excedente orçamental. As contas públicas relativas ao ano passado ainda não está fechadas, mas as estimativas do Executivo liderado por António Costa apontam para um saldo positivo em 2019, segundo revelou esta sexta-feira o jornalista Pedro Santos Guerreiro no programa Primeira Mão, na TVI.

Falta ainda fechar as contas do mês de dezembro, mas as estimativas de que o Ministério das Finanças dispõe permitem que António Costa e Mário Centeno possam antecipar em um ano o anúncio de serem responsáveis pelo primeiro excedente orçamental em democracia. O ECO contactou o ministério tutelado por Centeno mas não obteve uma resposta até à publicação do artigo.

Essa confirmação poderá surgir quando a Direção-Geral do Orçamento revelar os dados sobre a Síntese de Execução Orçamental para todo o ano de 2019. A atualização da execução do Orçamento do Estado do ano passado será conhecida no próximo dia 27 de janeiro. Depois, a oficialização virá em março quando o Instituto Nacional de Estatísticas (INE) divulgar as contas nacionais.

Até novembro, as finanças públicas apuravam um excedente de 546 milhões de euros. Mas estes números não incluíam ainda o pagamento do subsídio de Natal aos funcionários públicos e pensionistas. O Conselho de Finanças Públicas já tinha antecipado o cenário de um excedente orçamental em 2019.

O Governo está a contar com um excedente também este ano. Segundo a previsão inscrita na proposta de Orçamento do Estado para 2020, as contas do Estado registarão um saldo positivo de 0,2% do PIB.

Além do excedente, o Executivo deverá contar com uma descida inédita da dívida pública em termos nominais e não apenas em percentagem do PIB. O próprio ministro das Finanças deixou essa expectativa no Parlamento esta sexta-feira. “A redução da dívida pública é uma boa notícia. Estamos quase, provavelmente, a ter uma boa notícia adicional que é a possibilidade de a dívida pública nominal já se ter reduzido em 2019”, declarou Centeno.

Segundo os últimos dados do Banco de Portugal, a dívida das Administrações Públicas atingiu os 251,1 mil milhões de euros em novembro de 2019. É um montante que está acima dos 249,1 mil milhões de euros no final de 2018. O Banco de Portugal volta a atualizar as estatísticas do endividamento do Estado em relação ao fecho do ano no próximo dia 3 de fevereiro. Nesse momento saber-se-á se a dívida pública sempre desceu em termos nominais em 2019.

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Aumento da Função Pública vai ser superior a 0,3%

  • ECO
  • 11 Janeiro 2020

Valor ainda não está fechado até porque ainda decorrem negociações com os sindicatos da Função Pública. Mas aumento dificilmente acompanhará a taxa de inflação prevista de 1%.

O aumento dos funcionários públicos este ano afinal vai ser mais de 0,3%, avança o Público (acesso condicionado) este sábado. O valor estava inscrito na proposta de Orçamento do Estado que foi aprovada esta sexta-feira na generalidade, mas o Executivo, no âmbito das negociações com os partidos da esquerda para viabilizar o documento comprometeu-se em valorizar mais os salários dos trabalhadores do Estado.

O valor ainda não está fechado até porque ainda estão a decorrer negociações com os sindicatos da Função Pública. No entanto, o Público avança que dificilmente a valorização dos salários acompanhará a taxa de inflação prevista no Orçamento do Estado (1%), até porque o objetivo do Governo é não ter de alterar o Orçamento do Estado que apresenta um folga que permitirá acomodar este aumento.

Esta cedência, que foi fundamental para garantir a abstenção do PCP na generalidade, terá de ser conjugada com o aumento extraordinário das pensões negociado também à esquerda e com as outras medidas anunciadas pelo Bloco de Esquerda. Mas, tendo em conta que o Governo não quer mudar o documento, isso reduz as pretensões do Bloco de conseguir que o aumento das pensões em dez e seis euros, de acordo com os valores das reformas, seja atribuído desde o início do ano (Março) e não só a partir de agosto, tal como aconteceu em 2017 e 2018.

Esta negociação terá de ficar fechada a tempo da votação do Orçamento do Estado na especialidade, agendada para 7 de fevereiro.

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CGD no centro do cartel da banca devido a e-mail com spreads da casa

  • ECO
  • 11 Janeiro 2020

Entre maio de 2002 e março de 2013, 14 bancos, trocando informação sensível entre si, concertaram “preços” dos produtos de crédito, num esquema anticoncorrencial que lesou famílias e empresas.

Um e-mail da Caixa Geral de Depósitos (CGD) contendo informação sensível sobre dados relativos a práticas comerciais no crédito à habitação é a prova mais antiga encontrada pela Autoridade da Concorrência no inquérito conhecido como o “cartel da banca” que condenou 14 bancos ao pagamento de uma coima global de 225 milhões de euros.

Segundo o jornal Expresso (acesso pago), o e-mail datado de maio de 2002 tinha uma folha de cálculo elaborada pelo banco público com dados e uma “análise detalhada” sobre as comissões praticadas pelos concorrentes sobre o crédito para a compra de casa. “Atento o grau de detalhe e precisão das informações relativas a comissões contidas no documento referido no parágrafo anterior, considera-se que o seu conteúdo não era público, era sensível e estratégico”, referiu a Autoridade da Concorrência no processo consultado pelo jornal.

Entre maio de 2002 e março de 2013, 14 bancos, trocando informação sensível entre si, concertaram “preços” dos produtos de crédito, num esquema anticoncorrencial que lesou famílias e empresas. A decisão foi tornada pública em setembro. CGD, BCP, Santander Totta, BPI e Banco Montepio foram os principais bancos visados pelo regulador da concorrência. Mas estão a contestar a coima em tribunal.

Além de e-mails, também há contactos telefónicos entre os elementos que suportam a investigação. O jornal dá conta de um e-mail de 2011 em que o Santander envia para nove bancos concorrentes “os valores exatos de spread que o Santander pretendia alterar no prazo de três dias”. Nesse mesmo ano há outro e-mail do BES para dez concorrentes com “novas grelhas de spreads de crédito à habitação” que iriam entrar em vigor em breve. Ainda em relação ao BES, há um outro e-mail de 2001 em que um trabalhador do banco informa outros bancos de que vai mudar de funções, mas que haverá um novo responsável “no que respeita a informações da concorrência”. Neste caso, o regulador não sabe a fonte da informação, razão pela qual este elemento não foi tido em conta.

As coimas variam entre 1.000 euros (Banif) e 82 milhões de euros (CGD), com a multa de oito milhões do Barclays a ser perdoada na totalidade porque o banco denunciou o esquema. O Montepio, que também aderiu ao regime de clemência, teve um corte de 50% da sua coima, sendo condenado a pagar 13 milhões. Já o EuroBic indicou que terá de ser o Estado a assumir a responsabilidade — tocou-lhe uma multa de 500 mil euros. A Autoridade da Concorrência discorda.

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Teerão admite ter abatido avião ucraniano. Ucrânia exige punição dos responsáveis

  • Lusa
  • 11 Janeiro 2020

Foi difundida uma declaração televisão estatal iraniana em que se atribuiu o derrube do avião ucraniano a um erro. Acidente vitimou todas as 176 pessoas que iam a bordo.

O Irão admitiu que o avião ucraniano que se despenhou na quarta-feira em Teerão, matando todas as 176 pessoas a bordo, foi abatido inadvertidamente por militares iranianos, noticiou a televisão estatal. Entretanto, a Ucrânia já veio exigir a punição dos responsáveis pelo abate do avião e o pagamento de indemnizações.

A declaração, difundida pela televisão estatal iraniana, atribuiu o derrube do aparelho a um erro. Até aqui, o Irão tinha negado que um míssil fosse responsável pelo acidente.

Mas os EUA e o Canadá afirmaram, citando informações dos respetivos serviços de segurança, que o acidente foi causado por um míssil iraniano.

Entretanto, o Presidente da Ucrânia já veio exigir a punição dos responsáveis pelo abate do avião e o pagamento de indemnizações por parte do Irão. “A manhã trouxe a verdade. A Ucrânia insiste num pleno reconhecimento de culpa. Esperamos do Irão que leve os culpados à justiça, devolva os corpos, pague uma indemnização e publique um pedido de desculpas oficial”, escreveu Volodymyr Zelensky na sua conta do Twitter.

O avião, um Boeing 737 da companhia aérea Ukrainian International Airlines, descolou de Teerão, com destino a Kiev, despenhando-se dois minutos após a descolagem nos arredores da capital iraniana.

O acidente ocorreu horas depois do lançamento de 22 mísseis iranianos contra duas bases da coligação internacional liderada pelos Estados Unidos, em Ain Assad e Erbil, no Iraque, numa operação de vingança pela morte do general iraniano Qassem Soleimani.

O aparelho, com destino a Kiev, transportava 167 passageiros e nove tripulantes de várias nacionalidades, incluindo 82 iranianos, 11 ucranianos, dez suecos, quatro afegãos, três alemães e três britânicos.

Na sexta-feira, o ministro dos Negócios Estrangeiros canadiano reviu em baixa que o número de vítimas do país, que passou de 63 para 57, após uma “análise aos documentos de viagem das vítimas”.

No entanto, o número total de passageiros que tinham como destino final o Canadá mantém-se em 138, disse François-Philippe Champagne, em conferência de imprensa.

(Notícia atualizada às 11h21)

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PSD escolhe presidente este sábado. Rio, Montenegro e Pinto Luz na corrida à cadeira do líder

Cerca de 40.500 militantes do PSD escolhem este sábado o presidente do partido para os próximos dois anos. Quem sair vencedor tem pela frente a liderança da oposição, presidenciais e autárquicas.

Os militantes do PSD escolhem este sábado o presidente do partido para os próximos dois anos através de eleições diretas. A corrida à cadeira do poder é disputada por três candidatos: Rui Rio, o atual presidente, Luís Montenegro, ex-líder parlamentar, e Miguel Pinto Luz, vice-presidente da Câmara Municipal de Cascais.

A eleição acontece depois do mau resultado obtido pelo PSD nas eleições legislativas de outubro onde perdeu dez deputados no Parlamento. Rio assumiu a presidência do partido há dois anos. De lá para cá tem sido criticado internamente pela sua estratégia, nomeadamente, por ter assinado dois acordos com o PS. Um sobre descentralização e outro sobre fundos comunitários. Ambos na legislatura anterior, quando o PS tinha acordos à esquerda como BE, PCP e Verdes.

Luís Montenegro foi sempre o rosto mais visível da oposição interna a Rio. O ex-líder da bancada parlamentar do PSD quando Passos Coelho era presidente do partido defende uma posição mais distante do PS, sem acordos com socialistas. Miguel Pinto Luz, autarca numa das maiores câmaras do país, tenta capitalizar os descontentes com o rumo do partido.

Quem conseguir mais votos dos cerca de 40.500 militantes tem pela frente a liderança da oposição a um Governo do PS mas sem maioria absoluta e dois atos eleitorais: presidenciais e autárquicas.

O ECO enviou aos três candidatos um conjunto de cinco questões iguais para todos. Aqui ficam as respostas de Rio, Montenegro e Pinto Luz. Está previsto que os resultados das diretas sejam transmitidos pelo conselho de jurisdição do partido na noite de sábado. Luís Marques Mendes, antigo presidente do PSD, admite que possa haver uma segunda volta entre Rio e Montenegro, o que nunca terá acontecido, segundo disse o também comentador político.

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Football Leaks: Rui Pinto sabe segunda-feira por quantos crimes vai a julgamento

  • Lusa
  • 11 Janeiro 2020

A leitura da decisão instrutória, pela juíza de instrução criminal Cláudia Pina, está marcada para as 14h00 no Tribunal de Instrução Criminal (TIC) de Lisboa, no Campus da Justiça.

Rui Pinto, criador do Football Leaks, acusado pelo Ministério Público (MP) de 147 crimes de acesso ilegítimo, violação de correspondência, sabotagem informática e tentativa de extorsão, sabe na segunda-feira por quantos crimes vai responder em julgamento.

A leitura da decisão instrutória, pela juíza de instrução criminal Cláudia Pina, está marcada para as 14h00 no Tribunal de Instrução Criminal (TIC) de Lisboa, no Campus da Justiça.

A abertura da instrução, fase facultativa que visa decidir se o processo segue e em que moldes para julgamento, foi requerida pela defesa dos dois arguidos no processo: Rui Pinto e o seu advogado, à data dos factos, Aníbal Pinto, acusado de intermediar a tentativa de extorsão, de entre 500 mil euros a um milhão de euros, ao fundo de investimento Doyen.

Em setembro de 2019, o MP acusou Rui Pinto de 147 crimes, 75 dos quais de acesso ilegítimo, 70 de violação de correspondência, sete deles agravados, um de sabotagem informática e um de tentativa de extorsão, por aceder aos sistemas informáticos do Sporting, da Doyen, da sociedade de advogados PLMJ, da Federação Portuguesa de Futebol e da Procuradoria-Geral da República, e posterior divulgação de dezenas de documentos confidenciais destas entidades.

Em 18 de dezembro de 2019, Francisco Teixeira da Mota explicou aos jornalistas, à entrada do TIC de Lisboa, antes do início da fase instrutória, que apenas requereu a instrução com o objetivo de reduzir os 147 crimes. Em causa não está o arguido não ir a julgamento, mas antes, corrigir “aspetos legais”, como a duplicação de crimes.

O advogado referiu na ocasião que Rui Pinto não pediu para falar nesta fase, mas que “falará quando tiver de falar”, acrescentando esperar que a juíza de instrução faça o “enquadramento legal” dos factos que constam da acusação.

No debate instrutório, a procuradora do MP Patrícia Barão defendeu que Rui Pinto e o advogado Aníbal Pinto sejam pronunciados (levados a julgamento) nos exatos termos da acusação.

Para a procuradora, não há nulidades na acusação e foram respeitadas “todas as exigências e procedimentos legais” no pedido de alargamento de Mandado de Detenção Europeu (MDE) feito pelas autoridades portuguesas e autorizado pela Hungria, o que permitiu à justiça portuguesa alargar a investigação e a acusação a Rui Pinto.

A defesa de Rui Pinto considerou, por seu lado, que o processo “desperta ódios e raivas particulares e entendimentos pouco racionais”, apontando “falhas graves” à extensão do MDE, que, inicialmente, apenas abrangia os acessos ilegais aos sistemas informáticos do Sporting e da Doyen.

Quanto aos crimes de violação de correspondência, a defesa ficou admirada pelo facto de a procuradora do MP pedir julgamento nos termos da acusação, mantendo estes crimes, quando, segundo Teixeira da Mota, os lesados desistiram de apresentar queixa contra Rui Pinto.

Já a defesa de Aníbal Pinto, a cargo de Amílcar Fernandes, acusou o advogado Pedro Henriques de ser um “agente provocador” e de ter tido uma atuação “enganosa”, quando representou a Doyen na negociação com Aníbal Pinto, então advogado de Rui Pinto.

A tentativa de extorsão diz respeito à Doyen (de entre 500 mil e um milhão de euros), levada a cabo por Rui Pinto em outubro de 2015, com a intermediação de Aníbal Pinto, com a contrapartida de o criador do Football Leaks não revelar documentos confidenciais deste fundo de investimento.

A procuradora do MP alegou que Pedro Henriques atuou enquanto “amigo” de Nélio Lucas (à data administrador da Doyen) e não enquanto advogado, sustentando que só quando Aníbal Pinto se apercebeu de que Nélio Lucas não iria avançar com o pagamento, “tentou branquear a sua atuação”, desistindo da negociação.

O advogado Amílcar Fernandes discordou desta posição, sublinhando que o seu constituinte manteve os contactos “sigilosos” com Pedro Henriques na qualidade de advogado. Amílcar Fernandes defendeu que Aníbal Pinto nunca cometeu nenhum crime e que, assim que se apercebeu de algo menos lícito, desistiu voluntariamente.

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🎥 Do “Wally” ao “Ratão”, até à “Centenolândia”. Estes foram os momentos de discussão mais quentes do debate do “Orçamento E”

Depois de dez horas de discussão entre os partidos, o OE2020 foi aprovado na generalidade. O ECO fez um video com os momentos mais quentes dos dois dias de debate.

O Orçamento do Estado para 2020 é “o melhor que já entreguei”. A afirmação, feita por António Costa, primeiro-ministro, no arranque do debate da proposta do Executivo foi rapidamente contestada pela esquerda, que mesmo com todas as críticas acabou por permitir a aprovação com a abstenção na votação. E também pela direita, que acusou Mário Centeno, ministro das Finanças de ser um ilusionista.

Do país da ilusão, a “Costolândia ou Centenolândia” passando pelo “Wally” ou mesmo a montanha que “pariu um ratão”, veja o vídeo com os momentos mais quentes dos 635 minutos vividos no Parlamento até à aprovação na generalidade daquele que ficou conhecido como o Orçamento do “E” para muitos, ou de “NA” para outros.

http://videos.sapo.pt/2p9jvAgTOuOIeLjLmdts

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Esquerda deixa caderno de encargos. Mas Costa não dá tudo já

Depois de aprovado na generalidade, o Parlamento vai agora debater o OE em mais detalhe. Com a abstenção chegou o caderno de encargos para a especialidade mas o Governo não abdica do excedente.

O Orçamento do Estado para 2020 (OE2020) passou no primeiro teste político no Parlamento e vai agora baixar à especialidade. É nesta fase que os partidos tentam alterar a proposta do Governo.

Durante o debate foi possível perceber quais são algumas das apostas que os partidos querem levar para a comissão, onde o Orçamento é discutido com mais detalhe.

BE, PCP, Verdes, PAN, PSD/Madeira, que com a abstenção viabilizaram o Orçamento que apresenta o primeiro excedente da democracia, deixaram no plenário um caderno de encargos do que querem ainda incluir no Orçamento. Já o primeiro-ministro deixou a ideia de que o caminho voltará a ser feito passo a passo.

Estas são algumas das matérias, embora ainda não sejam conhecidos detalhes sobre a forma de concretizar.

  • Aumentos extra para as pensões

É uma das medidas mais desejadas pelos partidos à esquerda. O PCP sinalizou que haverá avanços nesta matéria na especialidade e manteve a sua proposta de um aumento de 40 euros para a legislatura, o que dá 10 euros em cada ano. O Bloco de Esquerda anunciou que o Governo aceitou fazer um aumento extra “em linha” com o que foi feito nos anos anteriores.

  • Salários da Função Pública com aumentos maiores

Os salários dos trabalhadores da Função Pública vão subir 0,3% este ano. Este é o valor proposto pelo Governo no Orçamento do Estado. Mas os partidos à esquerda querem acréscimos superiores. Não se sabe ainda se será possível um crescimento maior para todos ou se apenas para uma parte dos trabalhadores.

  • Aliviar a fatura da energia

Vários partidos querem baixar a conta da luz que os portugueses pagam ao final do mês, mas ainda não é possível perceber como isso vai acontecer. O Governo pediu o ok de Bruxelas para baixar o IVA da luz, relacionando-o com o consumo. Mas os partidos querem garantias de que esta descida acontece mesmo. O Bloco, por exemplo, argumenta que “menos despesa na tarifa da luz é mais salário e mais pensão”.

  • Creches gratuitas e reforço da rede pública

Esta é uma das bandeiras do PCP quer as creches gratuitas e mais creches públicas. A medida tem estado na agenda dos comunistas e poderá ter algum tipo de acolhimento. Embora possa não ser total. Costa avisou que este é só o primeiro Orçamento da legislatura de quatro anos.

  • Reforço do Serviço Nacional de Saúde

Mais verbas e o fim das taxas moderadoras. Estas são duas das principais dimensões que os partidos querem incluir no Orçamento. Ainda antes do início do debate na generalidade, o Bloco de Esquerda anunciou que chegou a acordo com o Governo para um reforço de 180 milhões de euros. Quanto às taxas moderadoras tanto o BE como o PCP querem que estas sejam eliminadas. Resta saber como isso acontecerá — se gradualmente, ano a ano, se por tipo de ato médico, ou se através de um mix destas duas formas de o fazer. Um trabalho para ser feito na especialidade.

  • Atacar monopólios para encontrar receita

O PAN prometeu que vai entregar propostas de alteração na especialidade que “permitem significativos encaixes de receita” em setores como os “monopólios energéticos, a aviação”, passando pela indústria do plástico ou o turismo insustentável. Este é um argumento também para responder ao Governo que não quer abdicar do excedente de 0,2% do PIB que tem no OE.

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Martifer vai construir quatro navios para a Douro Azul. Negócio vale 286,7 milhões de euros

  • ECO
  • 10 Janeiro 2020

Contratos de construção dos navios, por parte da sua participada West Sea Estaleiros Navais, têm um valor total estimado de 286,7 milhões de euros.

A Martifer fechou um contrato de muitos milhões de euros com o empresário Mário Ferreira. A West Sea Estaleiros Navais, sua participada, vai construir para a Mystic Cruises quatro navios de expedição polar.

Em comunicado enviado à CMVM, a empresa revela que “a construção de quatro navios de Expedição Polar Classe ‘ICE’ da gama Explorer” representam um negócio com um “valor total estimado de 286,7 milhões de euros”.

“Os navios de Expedição Polar da gama Explorer são da classe de Cruzeiro, construídos com base no Código Polar (classe de gelo), sistema de Propulsão Híbrida e com a capacidade de acomodar 200 passageiros e 112 tripulantes, de acordo com os mais elevados padrões de qualidade e conforto. Estes navios fazem parte do plano de expansão da Mystic Cruises no segmento de cruzeiros internacionais de luxo“, refere a Martifer.

Estes quatro novos navios juntam-se ao World Explorer (já em operação), ao World Voyager e ao World Navigator (ambos em construção)”, acrescenta o comunicado. A Martifer será assim responsável por reforçar a frota de navios da Mystic River, controlada pelo empresário Mário Ferreira — tem 60%, tendo vendido 40% ao fundo americano Certares.

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Isabel dos Santos nega ligações a petrolífera russa

Bens da empresária em Angola foram alvo de arresto. Nega ligações a empresários russos ou estar a tentar transferir negócios para o país.

A empresária angolana Isabel dos Santos nega quaisquer ligações à petrolífera russa Rosneft. A filha do ex-presidente de Angola reage à notícia avançada esta sexta-feira pelo Jornal Económico (acesso pago) sobre o “império russo” de Isabel dos Santos. De acordo com o semanário, a angolana terá pedido cidadania russa, com o nome Isabel Dosovna Kukaeva, e começado a trabalhar no país.

Isabel dos Santos vem informar que não conhece o Senhor Igor Sechin, nunca trabalhou com a Rosneft nem com qualquer empresa associada à Rosneft ou suas subsidiárias em nenhum país. É igualmente falso que tenha recebido qualquer remuneração da empresa Rosneft uma vez que, como já esclareceu, nunca trabalhou com a mesma”, diz a empresária em comunicado.

O JE noticiou na edição desta sexta-feira que Isabel dos Santos terá estabelecido uma “relação profissional” com a petrolífera russa Rosneft e o seu chairman, Igor Sechin. Em causa estariam projetos desenvolvidos em Moçambique, Iraque, Turquia e outros, bem como investimentos na Rússia. Sechin teria atribuído “missões” à angolana, enquanto o presidente Vladimir Putin a integrava em eventos com expressão mediática.

A empresária angolana foi acusada de ter lesado o Estado angolano quando o pai, José Eduardo dos Santos, era Presidente da República de Angola. No final de dezembro, o Tribunal Providencial de Angola decidiu o arresto preventivo de contas bancárias e participações de Isabel dos Santos e de Sindika Dokolo, em empresas como a Unitel, o BFA, o Bic Angola e a ZAP.

O arresto é justificado porque o Tribunal deu como provado que Isabel dos Santos está a tentar tirar o património do país, impedindo que o Estado reclame o dinheiro que tem em dívida. “É absolutamente falsa a afirmação de que Isabel José dos Santos, por intermédio do General Leopoldino Fragoso do Nascimento, esteja a tentar transferir alguns dos seus negócios para a Rússia“, continua o comunicado da empresária.

O Tribunal refere mesmo que a Polícia Judiciária Portuguesa intercetou uma transferência no valor de dez milhões de euros que se destinava a Rússia e outra de 1,2 milhões de Euros para o Médio Oriente. Isabel dos Santos diz que “desconhece por completo” estas transações.

Nem Isabel dos Santos, nem nenhuma das suas empresas ordenou tais transferências. Mais, nem Isabel dos Santos nem nenhuma das suas empresas tem qualquer ligação com estas transferências bancárias e, mais ainda, desconhecem qualquer ligação do Banco Millennium a estas supostas transferências”, acrescentou.

(Notícia atualizada às 22h)

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Fisco dá orientações aos serviços para aceitarem pedidos de restituição o IUC

  • Lusa
  • 10 Janeiro 2020

No que diz respeito ao imposto pago em anos anteriores, a AT deu orientações aos serviços para deferirem “eventuais reclamações graciosas, recursos hierárquicos ou revisões oficiosas".

A Autoridade Tributária e Aduaneira deu orientações aos serviços para deferirem as reclamações graciosas, recursos hierárquicos ou revisões oficiosas que visem a restituição do IUC de carros importados da UE, cuja primeira matrícula é anterior a julho de 2007.

Numa nota informativa publicada no Portal das Finanças, a Autoridade Tributária e Aduaneira (AT) refere que, ainda que a lei que entrou em vigor em 1 de janeiro de 2020, segundo a qual a liquidação do IUC passa a considerar o ano da primeira matrícula do veículo, apenas “alterasse a tributação para o futuro”, foi decidido “não prosseguir com o contencioso nesta matéria em relação às liquidações anteriores à entrada em vigor daquela lei”.

Neste contexto, e no que diz respeito ao imposto pago em anos anteriores, a AT deu orientações aos serviços para deferirem “eventuais reclamações graciosas, recursos hierárquicos ou revisões oficiosas que tenham por objeto liquidações de IUC, de veículos importados, em que a AT considerou a data de atribuição da matrícula em território nacional e não a data da atribuição da primeira matrícula noutro Estado-Membro da União Europeia ou do Espaço Económico Europeu”.

Ainda no âmbito do espírito de redução da litigância, foi decidido “revogar o ato tributário” para o processo judicial que já se encontre nesta fase ou “proceder à revisão oficiosa dos atos de liquidação do IUC” que tenham sido objeto de processo de impugnação judicial.

A AT decidiu ainda não recorrer das decisões judiciais que lhe tenham sido desfavoráveis em primeira instância.

“Em relação aos contribuintes que tenham solicitado ou venham a solicitar a revisão da sua situação, seja pela via administrativa (reclamação graciosa, recurso hierárquico ou revisão oficiosa), seja pela via judicial, a AT entendeu conformar-se com a interpretação do Tribunal de Justiça da União Europeia no sentido de aqueles veículos serem tributados na categoria A do IUC”, precisa o fisco.

Até 31 de dezembro de 2019, os carros usados importados de UE ou de países do EEE viram o IUC ser calculado com base na data de matrícula de importação para Portugal. As regras mudaram e desde o dia 01 de janeiro de 2020 que a primeira matrícula do carro passou a ser relevante para o cálculo do IUC.

“Desta forma, a partir de 1 janeiro de 2020 os veículos anteriormente tributados na categoria B do IUC que tenham sido matriculados em Portugal em ou após 1 de julho de 2007 e que tenham tido uma primeira matrícula num país da União Europeia ou do Espaço Económico Europeu anterior àquela data passaram a ser tributados na categoria A daquele imposto, o que em geral se traduz numa redução do imposto devido”, refere o nota da AT.

Para apurar o IUC, a AT tem por base os dados dos veículos que são registados na Declaração Aduaneira de Veículos, quando estes entram em Portugal, sendo que, até à entrada em vigor da Lei n.º 119/2019, de 18 de setembro, a data da primeira matrícula num Estado-membro da UE ou do Espaço Económico Europeu “não era considerada um dado relevante para efeitos de tributação ou para efeitos de identificação do veículo”, não constando, por isso “de nenhum dos campos de dados estruturados daquela declaração”.

Esta lacuna informativa foi eliminada a partir de 01 de janeiro de 2020, mas não existe para os que foram importados entre 01 de julho de 2007 e 01 de janeiro de 2018 e trata-se de um elemento necessário para que o IUC possa ser liquidado nas novas regras e para que os contribuintes possam, através de reclamação graciosa ou revisão oficiosa, pedir a restituição imposto pago nos últimos quatro anos. Para tal será necessário atualizar o cadastro do veículo.

Neste contexto, a AT esclarece que relativamente aos veículos importados entre 1 de julho de 2007 e 1 de janeiro de 2018, “aquando da liquidação do IUC o contribuinte deverá confirmar qual a data da primeira matrícula na União Europeia ou no Espaço Económico Europeu”, acrescentando que “será disponibilizada uma funcionalidade específica” no Portal das Finanças, aquando da liquidação do IUC, para “a confirmação da data da primeira matrícula na União Europeia ou no Espaço Económico Europeu”.

Enquanto essa funcionalidade não está disponível, os contribuintes terão de remeter esta informação à AT através do e-Balcão do Portal das Finanças ou dos Serviços de Finanças, os quais procederão à atualização do cadastro do veículo.

Caso o façam pelo e-Balcão, os contribuintes devem escolher a opção “Registar nova questão” e, na página seguinte, em “Imposto ou área” escolher “IMT/IS/IUC”, em “Tipo de questão” escolher “IUC” e em “Questão” escolher “Outros”. “No campo “Assunto” recomenda-se que indiquem “Data da primeira matrícula UE” para uma melhor identificação da questão”, refere a nota da AT.

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