Escolas de gestão. Os rankings são muito mais do que números

A Pessoas falou com os responsáveis das escolas de gestão contempladas no ranking das melhores escolas europeias do Financial Times. Fez-se o balanço do ano que passou e previsões para 2020.

A 9 de dezembro, o Financial Times anunciou os resultados de mais um ranking das 95 melhores escolas de gestão da Europa. Como acontece desde 2007, ano em que se anunciava a estreia de uma escola portuguesa no ranking da revista norte-americana, este ano não foi diferente, com quatro portuguesas entre as melhores da Europa: Nova School of Business and Economics (Nova SBE), Católica Lisbon & Business School, ISCTE Business School e a Porto Business School.

O ranking do Financial Times agrega o conjunto dos resultados das pontuações de outros rankings parcelares que são publicados ao longo do ano, tendo em conta quatro critérios: MBA globais, MBA executivos, formação executiva, mestrados em gestão e o corpo docente da escola. A Pessoas conversou com cada um dos responsáveis das escolas de gestão que integraram o ranking do Financial Times em 2019, para fazer uma retrospetiva do ano que passou e saber dos planos para o futuro. No final, entendemos que os rankings são muito mais do que números.

A Nova SBE, em Carcavelos, é a primeira no grupo das escolas portuguesas classificadas no ranking, em 30.ºlugar, uma posição que mantém desde 2018. “A internacionalização tem sido sempre uma prioridade da escola, quase desde a sua génese, e uma das razões pelas quais nós temos tido algum sucesso neste programa é porque desde o princípio quisemos ser internacionais”, conta à Pessoas o dean da Nova SBE, Daniel Traça.

A escola de gestão de Palma de Cima, em Lisboa, já tem um lugar no ranking do Financial Times desde 2007. É a segunda no grupo das portuguesas e foi a 32.ª a nível europeu. “Tivemos uma vantagem: fomos pioneiros e visionários em entrar nas acreditações internacionais, submeter aos rankings o que era necessário em termos de otimização de processos para estar bem posicionados nos rankings e, como tal, tivemos alguns anos de vantagem em relação a outras escolas”, responde Filipe Santos, dean da Católica Lisbon School & Economics.

O pódio português fica completo com a ISCTE Business School, classificada na 66.ª posição. “O ambiente mais aberto, colaborativo e informal, traduzido num contacto próximo entre professores e alunos e de grande facilidade de acesso destes ao corpo docente, que pratica em geral uma política de porta aberta para os seus estudantes. Em segundo lugar, a significativa participação dos estudantes no dia-a-dia da instituição”, afirma Henrique Monteiro, associate dean da ISCTE Business School.

"Os rankings devem ser um sinal de qualidade do que a escola faz, mas não a demonstração da qualidade”

Filipe Santos

dean da Católica Lisbon School

A Porto Business School, no ranking desde 2011, ficou imediatamente a seguir na lista, em 67.º lugar, completando o grupo das escolas portuguesas no ranking. “Fomos estabelecidos por empresas, para empresas. A maior vantagem é que nos conectamos com a realidade das empresas de uma forma muito interativa, porque temos empresários a partilhar as suas experiências na sala de aula e organizamos muito eventos”, exemplifica Ramon O’Callaghan, dean da Porto Business School.

Particularidades dos rankings

Alguns critérios do ranking do FT vão variando ao longo do tempo, como é o caso dos MBA, que só têm resultados a três anos. Por exemplo, a Porto Business School não teve classificação no critério “Mestrados” por não ter mestrados em gestão, perdendo assim alguma posição no grupo das melhores escolas de gestão da Europa.

Porto Business School

“Para nós é frustrante, porque temos sido sempre comparados a todas as outras escolas, mas quando olhamos para a realidade de como os rankings estão compostos, infelizmente estamos em desvantagem devido ao nosso estatuto especial comparando com as outras escolas”, revela o dean da Porto Business School.

ISCTE Business School“Há uma variabilidade que não deve ser lida de forma muito rígida. Quando há uma variação de três, quatro, cinco lugares, faz parte do processo natural. Os rankings devem ser um sinal de qualidade do que a escola faz, mas não a demonstração da qualidade“, sublinha Filipe Santos, dean da Católica Lisbon School.

"Nós fomos os primeiros a lançar as acreditações, a lançar os rankings, as outras escolas sentiram-se desafiadas e seguiram. A Nova conseguiu tomar a dianteira e lançar o novo campus, desafiou as escolas também a melhorarem as suas condições e ambição. Este despique saudável entre organizações que competem e colaboram entre si, que criam um mercado para todos, é bom.”

Filipe Santos

dean da Católica Lisbon School

Católica Lisbon School of Business & EconomicsDR 12 setembro, 2016

“Este ano já começámos a sentir melhores resultados, porque esta experiência de vir para Carcavelos mudou muito. Sentimos que os alunos que aqui estão, estão satisfeitos”, frisa o dean da Nova SBE.

Filipe Santos, da Católica, acredita que sem concorrentes não há desafios. “Nós fomos os primeiros a lançar as acreditações, a lançar os rankings. As outras escolas sentiram-se desafiadas e seguiram. A Nova SBE conseguiu tomar a dianteira e lançar o novo campus, desafiou as escolas também a melhorarem as suas condições e ambição. Este despique saudável entre organizações que competem e colaboram entre si, que criam um mercado para todos, é bom”, remata.

Campus da Nova SBEPaula Nunes / ECO

Filipe Santos, da Católica, acredita que sem concorrentes não há desafios. “Nós fomos os primeiros a lançar as acreditações, a lançar os rankings. As outras escolas sentiram-se desafiadas e seguiram. A Nova SBE conseguiu tomar a dianteira e lançar o novo campus, desafiou as escolas também a melhorarem as suas condições e ambição. Este despique saudável entre organizações que competem e colaboram entre si, que criam um mercado para todos, é bom“, remata.

A receita de sucesso das melhores escolas de gestão portuguesas

Para Daniel Traça, a internacionalização, a empregabilidade internacional, a infraestrutura e a satisfação dos alunos foram — e são –, os principais impulsionadores para colocar a Nova SBE no 30.º lugar do ranking. Sobre o ano que passou, Daniel Traça destaca a Iniciativa para a Equidade Social, um projeto da Nova SBE em parceria com a fundação espanhola La Caixa, para desenvolver programas de investigação e capacitação para apoiar organizações sociais, impulsionando o setor social nacional. “É muito importante que estes líderes que nós queremos criar conheçam o país real, a realidade de todas as pessoas fora daquilo que é o seu dia-a-dia”, sublinha.

No ISCTE, o lançamento dos programas de ciência de dados em parceria com a Escola de Tecnologias e Arquitetura foi o que marcou 2019. Além disso, a escola acolheu a assembleia geral do Global Responsible Leadership Initiative e a maior feira de emprego das escolas de economia e gestão nacionais, com oportunidades de emprego para pessoas com deficiência, destaca Henrique Monteiro. “Tivemos o orgulho de ser a instituição com maior índice de procura no concurso nacional de acesso ao ensino superior”, sublinha.

A escola de gestão do norte do país tem apostado na formação, através do Centro de Inovação (Centre for Business Inovation), em áreas de conhecimento como a transformação digital, para empresas e para negócios, empreendedorismo, negócios, aceleradores de negócios, inovação corporativa e sustentabilidade. Filipe Santos, da Católica Lisbon School, destaca o Católica Careers Office, o centro que apoia os alunos que querem ter carreiras internacionais e ainda o Centro de Empreendedorismo, que funciona em parceria com a Startup Lisboa.

Internacionalização

Para as quatro escolas de gestão que figuraram no ranking, a forte internacionalização foi um dos fatores que mais influenciou a classificação. A Católica Lisbon School tem 43% de professores internacionais, sendo 21 professores em full time, sendo considerada a “escola mais internacional do país”, com 40% de professores estrangeiros, a que se juntam cerca de 54% de alunos estrangeiros nos mestrados.

A Nova SBE tem seguido os passos pioneiros da Católica e tem feito uma forte aposta em trazer o mundo para dentro da escola. Não somos uma escola internacional por causa do sucesso dos rankings, mas temos sucesso nos rankings porque somos internacionais“, frisa Daniel Traça.

"Queremos criar um conjunto de centros de excelência em áreas estratégicas para Portugal e para as empresas que, no fundo, nos ajude a passar o conhecimento para a sociedade.”

Filipe Santos

dean da Católica Lisbon School of Business & Economics

“A partir do momento em que estamos a atrair alunos internacionais para virem para Portugal, empresas internacionais para fazerem programas em Lisboa, estamos a competir por um mercado global e quanto mais competimos bem uns com os outros mais elevamos todos”, frisa Filipe Santos, dean da Católica Lisbon School.

“No processo de internacionalização da escola há ainda caminho para fazer. No recrutamento de docentes e alunos internacionais e no estabelecimento de parcerias com outras universidades podemos melhorar”, acrescenta Henrique Monteiro sobre o ISCTE Business School.

Planos para 2020: novos espaços e novos cursos

Na Nova SBE, o objetivo é fazer do campus uma “ágora de reflexão”, sublinha Daniel Traça. “Queremos que as pessoas venham visitar-nos pelo que se passa e pelo que podem aprender”, explica. Em 2020, a escola de Carcavelos vai reforçar a aposta na tecnologia, em particular na área de data com uma componente de gestão, e vai lançar um novo mestrado em business analytics e uma pós-graduação em inovação e empreendedorismo. Será ainda lançado o programa Adam’s Choice e o objetivo é chegar aos 4100 alunos em 2023.

Na Nova SBE, o objetivo é fazer do campus uma “ágora de reflexão”, sublinha Daniel Traça. “Queremos que as pessoas venham visitar-nos pelo que se passa e pelo que podem aprender”, explica. Em 2020, a escola de Carcavelos vai reforçar a aposta na tecnologia, em particular na área de data com uma componente de gestão, e vai lançar um novo mestrado em business analytics e uma pós-graduação em inovação e empreendedorismo. Será ainda lançado o programa Adam’s Choice e o objetivo é chegar aos 4100 alunos em 2023.

Percebemos que estas novas competências não têm só a ver com conhecimento, têm a ver com a capacidade de colaborar, de decidir, de tomar riscos, de gerir ambientes de conflito e organizações multiculturais, e isso é difícil de fazer numa sala de aula”, sublinha Daniel Traça. “Temos que arranjar formas de nos tornarmos mais ágeis e de sermos capazes, no fundo, de entregar este sonho, que foi o sonho que prometemos à sociedade portuguesa”, conclui Daniel Traça.

"Todos os programas novos, e mesmo os que já existiam, estão a ser revistos por uma equipa que é composta por professores da universidades e pessoas que estão nas empresas, e isto permite-nos um alinhamento maior.”

Ramon O’ Callaghan

dean da Porto Business School

No futuro, a Católica Lisbon School quer triplicar a dimensão. Em novembro de 2019, a Católica anunciou a construção de um novo campus – Campus Veritati –, do arquiteto João Luís Carrilho da Graça, e que deverá estar pronto para inaugurar em 2023. “Claramente precisamos de dar um salto, não só em termos de dimensão física do nossas instalações, como em termos da modernidade das instalações para o ensino mais interativo, mais digital, que vai ser o paradigma para o futuro”, acredita Filipe Santos. “Queremos criar um conjunto de centros de excelência em áreas estratégicas para Portugal e para as empresas que, no fundo, nos ajude a passar o conhecimento para a sociedade”, acrescenta.

No futuro, a escola de gestão do ISCTE quer reforçar a aposta na integração de políticas sustentáveis, na internacionalização e criar um centro na área digital. Para já, está confirmado um novo mestrado na área de ciência de dados.

A norte, a Porto Business School quer apostar na condensação dos programas curriculares e ir ao encontro do estilo de vida dos alunos que os procuram. No novo ano será lançado um MBA em business innovation e o programa Analytics for Better Marketing Decisions. “Todos os programas novos, e mesmo os que já existiam, estão a ser revistos por uma equipa que é composta por professores da universidades e pessoas que estão nas empresas, e isto permite-nos um alinhamento maior”, responde Ramon O’Callaghan.

Para que continue este panorama, é importante que haja um esforço por parte das escolas de gestão, lembra Henrique Monteiro, do ISCTE. “Embora a obtenção de colocações profissionais internacionais seja algo que é promovido pelas próprias escolas de economia e gestão nacionais, é sempre melhor que essa experiência surja a um jovem por vontade própria e com desejo de regressar do que seja forçada por falta de oportunidades no nosso país”, comenta. “Temos de rever, a nível dos indivíduos, das organizações e da sociedade, todos os nossos paradigmas, e ajustá-los a esta nova realidade. E acho que as universidades devem assumir essa liderança”, remata Daniel Traça, da Nova SBE.

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Diplomata português escolhido para ser o embaixador da UE no Reino Unido após Brexit

  • Lusa
  • 12 Janeiro 2020

Com mais de três décadas de experiência em cargos europeus, João Vale de Almeida já desempenhou diversos cargos de topo. Foi principal conselheiro de Durão Barroso no primeiro mandato na comissão.

O chefe da diplomacia da União Europeia, Josep Borrell, escolheu o diplomata português João Vale de Almeida para liderar a futura delegação comunitária junto do Reino Unido após a consumação do Brexit, disse à Lusa fonte comunitária.

“Posso confirmar que o Alto Representante e Vice-Presidente tenciona designar João Vale de Almeida como líder da futura delegação da União Europeia junto do Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda do Norte”, disse a porta-voz Virgine Battu-Henriksson à Lusa.

A porta-voz acrescentou que “a designação formal apenas terá lugar após a saída do Reino Unido da União Europeia”, agendada para o final do corrente mês, e após a indispensável aprovação das autoridades britânicas.

Com mais de três décadas de experiência em cargos europeus, João Vale de Almeida, 62 anos, já desempenhou diversos cargos de topo, tendo sido porta-voz da Comissão Europeia e diretor-geral antes de se tornar chefe de gabinete e principal conselheiro de José Manuel Durão Barroso durante o seu primeiro mandato como presidente da Comissão Europeia (2004-2009).

Vale de Almeida tornou-se de seguida embaixador da União Europeia nos Estados Unidos (2010-2014), à frente da primeira delegação europeia em Washington com poderes reforçados (em representação de toda a União e não somente da Comissão Europeia), à luz da entrada em vigor do Tratado de Lisboa, e de 2015 até ao final do ano passado foi o embaixador da UE junto das Nações Unidas.

Regressado a Bruxelas em dezembro último após cerca de dez anos em Washington e Nova Iorque, o seu nome já era apontado como um dos favoritos para representar a União Europeia em Londres, depois de o Reino Unido deixar de ser Estado-membro.

Se o processo de saída do Reino Unido da União Europeia não sofrer mais surpresas e consumar-se, como previsto, em 31 de janeiro, a representação da Comissão Europeia em Londres encerrará nessa data e dará lugar, em 01 de fevereiro, à nova delegação da UE, cujos moldes serão semelhantes àquela que Vale de Almeida encabeçou nos EUA.

A delegação da UE no Reino Unido ficará sob a tutela do Serviço Europeu de Ação Externa, o corpo diplomático da União liderado pelo Alto Representante Josep Borrell, que é também vice-presidente da Comissão Europeia liderada por Ursula Von der Leyen, e começará então a operar numa altura em que os 27 e Londres vão negociar a relação futura pós-Brexit.

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No investimento sustentável, “não vale a pena fingir que as petrolíferas não existem”, diz diretor europeu do CFA Institute

Gary Baker, diretor-geral para a Europa do CFA Institute, defende que a aposta em critérios de investimento ESG não irá representar o fim do financiamento a combustíveis fósseis.

O investimento sustentável é um dos temas que mais importância tem ganho nos mercados financeiros europeus, com 30 biliões de dólares a serem alocados a dinheiro verde, só no ano passado. Gary Baker, diretor-geral para a Europa do CFA Institute, concorda que esta é uma das tendências que vai marcar 2020, mas rejeita que seja o fim do financiamento a setores fósseis como o petróleo.

“No contexto de ESG [critérios ambientais, sociais e de governação], o nosso papel é tentar fazer com que a sociedade seja mais verde e a economia mais sustentável ou é desenhar uma linha de separação que impeça de financiar industrias vistas como poluentes? É essa a questão fundamental. Estamos cá para transitar ou para excluir?”

A questão foi levantada por Baker, em entrevista ao ECO durante uma visita a Lisboa para um encontro da CFA Society Portugal, a divisão nacional da associação de chartered financial analysts (CFA). “É um tema quente, particularmente na Europa”, diz sobre o investimento socialmente responsável.

O interesse de governos, reguladores e Comissão Europeia, fizeram da sustentabilidade uma prioridade, enquanto o apetite dos investidores deu um forte impulso ao tema nos últimos anos. “Políticos e governos estão a pressionar e há uma grande base de investidores que o esperam, portanto é inevitável que a indústria de investimento dê resposta. Não podemos ignorá-lo”, referiu Baker.

Mas a indústria ainda se está a adaptar. A tendência inicial foi de exclusão e consistia em retirar dos portefólios determinados setores, mas esta transitou para o engagement, ou seja, acompanhamento da evolução das empresas nos vários parâmetros. E é isso que tem permitido uma maior abrangência nos critérios, por forma a incluir, por exemplo, petrolíferas.

Mais tecnologia e menos utilities numa carteira verde

O analista financeiro reconhece que petrolíferas como a Shell ou a BP têm feito grandes investimentos em energias renováveis e alternativas, mas o paradoxo mantém-se: a área de atividade é o petróleo. O mesmo acontece com a maior entrada em bolsa de sempre, fechada em 2019: a petrolífera Saudi Aramco.

“Sabemos que, em última análise, temos de perceber o que é que as empresas estão a fazer”, afirmou Baker, apontando para setores como os combustíveis fósseis. Uma carteira de investimentos mais verde deverá ter maior peso de tecnologia e menos de utilities, mas poderá ter um pouco de tudo.

“Não vale a pena fingir que não existem. É preciso encontrar formas de ajudar a minimizar o impacto se queremos cumprir as metas da COP 25 [Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre as Alterações Climáticas]. Não vai acontecer, a menos que abordemos o tema dos combustíveis fósseis. Não há qualquer objetivo em simplesmente excluí-los e não falar sobre isso. Temos de nos envolver e lidar com o problema“.

Essa evolução abrange investidores, empresas e analistas. O diretor-geral para a Europa do CFA Institute acredita que o research já analisava tanto as vertentes social — no que diz respeito ao envolvimento das empresas com as comunidades –, bem como à de governação — com foco na gestão e nos funcionários. Assim, é na vertente ambiental que é mais necessário evoluir.

“Não é algo para que os analistas olhem durante muito tempo, mesmo em setores como energia ou utilities“, reconheceu Baker. “E é para o ambiente que a atenção e o ativismo se tem virado. É aqui que as empresas realmente terão de responder e de fazer a diferença“, acrescentou.

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Vem aí uma segunda volta no PSD. O que une e separa Rio e Montenegro?

Montenegro vai concentrar-se nos eleitores de Pinto Luz que lhe dariam 50,56% dos votos na segunda volta. Rio diz que vitória foi tão expressiva que poderia bater porta a porta para conseguir vencer.

Foi por uma unha negra que Rui Rio não conseguiu vencer as eleições diretas do PSD. Mais exatamente por 344 votos, os 0,56% que o presidente do PSD e candidato a liderança do partido repetiu por diversas vezes durante a noite. O “poucochinho”, que Rio comparou aos 595 milhões de euros de despesa que o Governo parte do princípio que não irá executar para garantir o excedente de 0,2% em 2020, teria sido suficiente para uma vitória, de acordo com as regras antigas. Mas com Rio “nada é fácil” e, na próxima semana, Rui Rio e Luís Montenegro vão dar o tudo por tudo para vencer no novo ato eleitoral marcado para dia 18.

Os eleitores do PSD — 40.404, o valor mais baixo de sempre na história do partido — vão ter de escolher entre dois candidatos que não defendem ideias assim tão diferentes para o partido, a avaliar pelos seus discursos na noite de sábado. A diferença está, sobretudo, no estilo.

Vencer as autárquicas

Tanto Rio como Montenegro frisaram que as eleições autárquicas são o primeiro passo fundamental para a estratégia de “recuperação da confiança dos portugueses no PSD”, que poderá culminar na vitória das próximas eleições autárquicas.

Luís Montenegro, nas três “preocupações” que elencou, sublinhou que a “ambição” é fundamental. “Hoje começa um futuro novo, com ambição de vencer as eleições autárquicas e legislativa, ambição de governar Portugal com vontade de mudança e espírito reformista”, disse o candidato.

Já Rui Rio explicou: “Se aumentarmos implantação autárquica, abrirmos o partido à sociedade e se fizermos uma oposição construtiva não tenho a mínima dúvida de que vamos voltar a merecer a confiança dos portugueses”, disse o presidente do PSD. “É vital conseguir ganhar muitas mais câmaras e juntas de freguesia e muitos mais vereadores. Esta é uma prioridade”, elencou Rio, sublinhando o seu “gosto pelo poder local”. Depois defendeu que os “partidos políticos têm de oferecer mais do que oferecem e ser mais do que uma agência de distribuição de lugares“.

Unir o PSD

Mas para que o partido possa ir mais longe é necessário estar unido. Ambos os candidatos deixaram essa ideia bem clara nos seus discursos, mas de forma bem diferente e ilustrativa que o machado de guerra está longe de estar enterrado.

Luís Montenegro frisou que “o companheiro Rui Rio” “não é o adversário” e que lhe “merece o maior respeito”. No entanto, “diverge” da sua “estratégia a adotar no futuro”. Por isso, aproveitou o seu discurso, sem direito a perguntas, para piscar o olho aos 2.878 militantes que votaram em Miguel Pinto Luz. “Se for eleito líder do PSD contarei com ele [Miguel Pinto Luz] para os desafios que temos de enfrentar“, disse Montenegro, que obteve 12.767 votos, correspondentes a 41,26%. Ainda assim disse ter a preocupação de ser um “líder agregador”. “Se tiver a confiança dos eleitores farei questão de ter nas minhas listas pessoas que estiveram ao lado de Rui Rio e de Miguel Pinto Luz“, frisou.

Minutos depois Rui Rio respondeu. Se vencer o atual presidente quer contar com ambos. Se ganhar Rio pretende contar não só com Miguel Pinto Luz e os seus apoiantes, mas também com Luís Montenegro e respetivos apoiantes. E numa estocada às velhas guerras no partido, que nos últimos dois anos impediram o PSD de ir mais longe, segundo Rio, lembrou que os 15.301 militantes que votaram nele o fizeram em consciência e não em troca de lugares. Rio acrescentou depois que na origem das zangas entre militantes devem estar ideias e não lugares.

Fazer oposição

A forma de fazer oposição ao Governo é o ponto no qual os dois candidatos mais se distanciam. Montenegro voltou a sublinhar que o seu “verdadeiro adversário é António Costa e o Partido Socialista”. Por isso, caso seja eleito presidente do PSD, terá uma “estratégia de oposição firme” em alternativa à levada a cabo por Rio, com a qual não concorda e que já classificou de submissa. O antigo líder da bancada parlamentar do PSD critica o facto de Rui Rio insistir em querer fazer pontes com o PS, nas reformas estruturais quando, na sua avaliação, o PS não as quer fazer.

Neste capítulo, Rio prometeu mais do mesmo. É necessário fazer uma “oposição construtiva” e “concordar com as propostas em função do seu mérito e não de quem as apresenta”, disse no seu discurso. “Na política, não somos inimigos, mas adversários”, acrescentou ainda em jeito de resposta às clarificações de Montenegro sobre quem é o alvo da sua campanha. “Todos queremos servir o país, mas temos óticas diferentes”, frisou Rio, em mais um ataque ao seu adversário do próximo sábado. “Servimos o país no Governo, mas também na oposição. Temos a obrigação de denunciar o que está mal, mas criticar sem argumentos e fundamentação não credibiliza a política e, no nosso caso o PSD”, afirmou.

Debater ou não debater

E porque a experiência passada de debate nestas eleições internas do PSD não credibilizou o partido, antes pelo contrário, na opinião de Rui Rio, o atual presidente do partido não aceitou o repto de Luís Montenegro de fazer um novo debate televisivo na próxima semana. “Participei num debate que não foi nada prestigiante para o PSD. Não gostei e não serviu para esclarecer os militantes do PSD que já estão largamente esclarecidos”, disse Rio quando questionado se aceitava o convite. O responsável acrescentou ainda que este tipo de debates, em eleições internas, acabam por não fazer bem ao partido e que já tinha tido uma experiência passada com Pedro Santana Lopes, mas “foi um bocado melhor”.

A sugestão de debate televisivo é apenas um dos pontos que ilustra a diferença de estilos dos dois candidatos. Para conquistar a vitória nas urnas no próximo dia 18, Rio diz que os 0,56% que lhe faltaram para conquistar a maioria são tão “pouquinhos” que poderia “bater à porta de um a um” para os convencer a votar em si. “A única coisa que peço é que o voto seja completamente livre, que as pessoas pensem pela sua cabeça”, acrescentou.

Mas deixou um recado: a unidade faz-se mais facilmente “em torno do mais forte do que do mais fraco que tem menos votos”. “Matematicamente, bastava alguns apoiantes do Miguel Pinto Luz não votarem e a percentagem passa para meu favor”, sublinhou Rio.

É nos eleitores de Pinto Luz que Montenegro vai concentrar a sua atenção, dado que se votassem nele na segunda volta, garantir-lhe-iam 50,56% dos votos. Isto sem contar com o votos da Madeira que não entraram para as contas da primeira volta devido a inconformidades nos cadernos eleitorais, explicou presidente do Conselho de Jurisdição Nacional do PSD, José Manuel Nunes Liberato e que levaram Alberto João Jardim a pedir a impugnação dos resultados.

Montenegro pretende capitalizar os militantes do PSD que querem mudança — “foram mais os que votaram na mudança do que na continuidade”, disse à laia de interpretação dos resultados –, Rio apelou a mais um esforço aos militantes do PSD para voltarem às urnas no próximo sábado. A resposta poderá estar nas mãos dos 8.885 militantes que estavam em condições de votar mas não o fizeram.

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Morreu a empresária Fernanda Pires da Silva, fundadora do Autódromo do Estoril

  • Lusa
  • 12 Janeiro 2020

A empresária e dona do grupo Grão Pará, com negócios na área do turismo e imobiliário, destacou-se pela construção, com capitais próprios, do Autódromo do Estoril.

A empresária Fernanda Pires da Silva, presidente do Grupo Grão Pará, morreu este sábado, aos 93 anos, confirmou à Lusa fonte oficial do CDS. Fernanda Pires da Silva tinha dois filhos, um dos quais Abel Pinheiro, antigo dirigente do CDS-PP.

A empresária e dona do grupo Grão Pará, com negócios na área do turismo e imobiliário, destacou-se pela construção, com capitais próprios, do Autódromo do Estoril, que hoje tem o seu nome.

O velório decorre neste domingo, a partir das 15h00, na Basílica da Estrela, em Lisboa. O enterro será na segunda-feira pelas 11h30, no cemitério da Guia, em Cascais.

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“Quem diz que não devemos ter excedentes não percebe nada de economia”, diz Álvaro Santos Pereira

  • ECO
  • 12 Janeiro 2020

Álvaro Santos Pereira considera que Portugal vai ter de continuar a apresentar excedentes orçamentais nos próximos anos, seja o Governo de esquerda ou de direita.

Álvaro Santos Pereira considera que Portugal vai ter de continuar a apresentar excedentes orçamentais nos próximos anos e diz que quem defende que o país não deve ter saldos orçamentais positivos “não percebe nada de economia”.

“Quem diz que nós não devíamos ter um excedente orçamental não percebe nada de economia, principalmente sabendo o nível de dívida que nós temos”, referiu o antigo ministro da Economia de Passos Coelho e atual diretor da OCDE em entrevista à Antena 1 e Jornal de Negócios (acesso livre).

“Todas as economias com boas políticas que vimos nas últimas duas décadas tiveram dívidas como nós tivemos, tiveram de ter ou excedentes orçamentais ou défices zero durante muitos anos. É fundamental”, acrescentou Santos Pereira.

O antigo ministro lembrou que a Grécia apresenta neste momento “excedentes orçamentais de 3% ou 3,5% do PIB, que é uma loucura”. E sublinhou de seguida que Portugal precisar de ter “nos próximos anos seguramente vários excedentes orçamentais”. “É óbvio que vai ter de acontecer, não interessa se somos de esquerda ou de direita”, frisou. O Governo prevê no Orçamento do Estado para 2020 um saldo positivo de 0,2% do PIB.

Na mesma entrevista, Álvaro Santos Pereira disse que o Executivo de António Costa tem “margem para baixar impostos” e tem “margem certamente para alterar o mix de impostos”. “Agora, isso depende das opções políticas”, afirmou.

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Estado pode arrecadar receita com venda de barragens pela EDP

  • ECO
  • 12 Janeiro 2020

A EDP quer vender seis barragens no Douro a um consórcio liderado pela francesa Engie. Operação implicará a reavaliação de três concessões e as negociações poderão incluir a taxa de recursos hídricos.

A EDP ainda não formalizou junto do Ministério do Ambiente e da Ação Climática o pedido para a venda de seis barragens no Douro, mas, se o fizer, o Estado poderá arrecadar dinheiro com o negócio avaliado em 2,2 mil milhões de euros, avança o jornal Público este domingo (acesso condicionado).

A elétrica anunciou no final do ano passado que vai vender ativos hídricos que no Norte de Portugal a um consórcio liderado pela francesa Engie. Antes de concluir a venda, a EDP terá de comunicar que deseja passara a concessão destas centrais hidroelétricas a um novo operador, abrindo a porta a negociações entre as partes, nomeadamente em relação ao valor de parte das concessões e ao pagamento da taxa de recursos hídricos.

O ministério liderado por Matos Fernandes adiantou ao jornal que “existem duas situações diferentes” no conjunto das seis barragens que a EDP quer vender: três centrais de fio de água (Miranda, Bemposta e Picote) com 1,2 Gigawatts (GW) de capacidade instalada e três centrais de albufeira com bombagem (Foz Tua, Baixo Sabor e Feiticeiro) com 0,5 GW de capacidade instalada, refere o jornal.

No caso das barragens de Miranda, do Picote e da Bemposta, estas faziam parte do grupo de 27 centrais cujo prazo de concessão à EDP o Estado prorrogou em 2007, sem concurso público, por um valor global de 759 milhões de euros.

Assim, se a EDP Produção formalizar o pedido para transmitir a sua posição nestas barragens, e “mediante as condições que sejam apresentadas” ao concedente Estado, a situação da taxa de recursos hídricos “deverá ser analisada considerando o valor então atribuído aos ativos [em 2007] e os que agora vão ser pagos pelo novo utilizador, devendo-se reavaliar o equilíbrio económico e financeiro da concessão”, sublinhou o ministério.

Quanto às ous três centrais (Foz Tua, do Baixo Sabor e Feiticeiro), o pagamento da TRH é feito anualmente “e assim continuará”.

O ministério adiantou ainda ao Público que caso as posições nas concessões sejam transmitidas para outro operador, “o novo concessionário terá de prestar novas cauções” para recuperação ambiental.

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Episódio #5. Novo Banco/BCP, o negócio de 2020? O Podcast semanal do ECO com Pedro Santos Guerreiro e António Costa

  • ECO
  • 12 Janeiro 2020

A semanas de se saber qual o valor que o Novo Banco vai pedir ao Fundo de Resolução, acelera a discussão sobre a venda do banco. E quem é o principal candidato? O BCP. Mas há mais negócios à vista.

Qual vai ser o grande negócio de 2020? A venda do Novo Banco ou a fusão com outro dos bancos que já estão no mercado, dos quais ressalta um com maior probabilidade do que outro, o BCP. Este foi o tema principal do episódio #5 do Podcast ECO Insider, moderado por Pedro Santos Guerreiro e com António Costa, diretor do ECO. O Novo Banco diz, oficialmente, que a venda não decorrerá em 2020, mas só pode dizer isto, até porque está em negociação com o Fundo de Resolução, e o Governo, para garantir que este é o último ano em que recorre à garantia pública. E ainda estão disponíveis cerca de dois mil milhões de euros…

Mas o negócio do Novo Banco poderá não ser o único. A venda da Brisa está em curso, e como o ECO Insider revelou na sexta-feira, haverá no final da próxima semana a escolha de uma short-list de cinco candidatos, para a apresentação de propostas vinculativas. Outra das incógnitas, discutidas neste episódio #5, é o futuro da EDP depois da OPA falhada dos chineses em 2019. E em todos estes negócios, o Estado, o Governo, vai ter uma palavra a dizer.

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Piloto português Paulo Gonçalves morre no Dakar

  • ECO
  • 12 Janeiro 2020

O piloto português Paulo Gonçalves morreu durante a sétima etapa do Rali Dakar, em que participava em moto. A informação é avançada pela organização da prova.

O piloto português Paulo Gonçalves morreu durante a sétima etapa do Rali Dakar, em que participava em moto. A informação foi avançada pela organização da prova.

Segundo a organização, Paulo Gonçalves, de 40 anos, morreu após uma queda ao quilómetro 276 da etapa deste domingo.

Os organizadores receberam um alerta às 10h08 e ordenaram o envio de um helicóptero médico que chegou junto do piloto português às 10h16. Os médicos encontraram Paulo Gonçalves inconsciente após sofrer uma paragem cardíaca.

A equipa médica realizou manobras de reanimação no local e depois Paulo Gonçalves foi transportado de helicóptero para o hospital Layla, onde foi declarado morto.

Paulo Gonçalves era um piloto experiente em provas do Dakar, sendo esta 13.ª participação na mítica competição. Estreou-se em 2006 e terminou quatro vezes no top 10. Foi vice-campeão por uma vez, em 2015. Paulo Gonçalves estava em 46.º lugar da geral após a etapa 6 do Dakar 2020, que se realiza na Arábia Saudita.

“Toda a caravana de Dakar gostaria de estender suas sinceras condolências a seus amigos e familiares”, diz a organização.

(Notícia atualizada às 9h59)

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“Fiquei a 0,56% de conseguir a maioria absoluta. Comigo nada é fácil”, diz Rui Rio

Rui Rio faz um discurso agregador, quer contar com Pinto Luz e Montenegro para que "o PSD volte a merecer a confiança dos portugueses". Ganhar mais câmaras nas próximas autárquicas é a prioridade.

Rui Rio considera que ter de disputar uma segunda volta eleitoral com Luís Montenegro é um sinal de vitalidade do partido e pediu aos militantes mais um esforço para, no próximo sábado, voltarem às urnas. No discurso de “vitória expressiva”, Rui Rio sublinhou que só lhe faltaram 0,56% dos votos para obter a maioria absoluta.

“Fiquei a 0,56% de conseguir a maioria absoluta”, sublinhou o atual presidente do PSD. “Foi uma vitória expressiva” que, de acordo com as regras anteriores, teria sido suficiente para assegurar a renovação de mandato, mas agora o partido prepara-se para a primeira segunda volta na sua história. “Comigo nada é fácil. É sempre preciso mais e mais”, ironizou Rui Rio, visivelmente bem disposto.

“Hoje não se verificou essa coisa de ser um perdedor”, acrescentou numa referência a um artigo publicado sobre ele.

Comigo nada é fácil. É sempre preciso mais e mais.

Rui Rio

Presidente do PSD

Num discurso cheio de recados para Luís Montenegro, Rio começou por dar uma nota de unificação do partido sublinhando que, se ganhar, contar não só com Miguel Pinto Luz e os seus apoiantes, mas também com Luís Montenegro e respetivos apoiantes. Uma resposta ao apelo que minutos antes Montenegro tinha feiro aos apoiantes de Pinto Luz para que votassem nele na segunda volta, já que eram a favor da mudança e não da continuidade no partido.

No entanto, apesar de ter começado por pedir aos militantes mais um esforço para voltarem às urnas no próximo dia 18, acabou a sublinhar que para conquistar os “poucochinhos” votos que lhe faltam basta que, na segunda volta, alguns dos militantes que votaram em Miguel Pinto não votem. Mauro Xavier, por exemplo, um dos apoiantes da candidatura de Pinto Luz, disse na TVI24, que numa segunda volta, vai votar em branco.

Em ainda no capítulo das respostas a Montenegro, Rio disse que não aceitava o repto lançado de um novo frente a frente na próxima semana. “Participei num debate que não foi nada prestigiante para o PSD. Não gostei e não serviu para esclarecer os militantes do PSD que já estão largamente esclarecidos”, disse quando questionado sobre se aceitava o convite. O responsável acrescentou ainda que este tipo de debates, em eleições internas, acabam por não fazer bem ao partido e que já tinha tido uma experiência passada com Pedro Santana Lopes, mas “foi um bocado melhor”.

“Na política, não somos inimigos, mas adversários. Todos queremos servir o país, mas temos óticas diferentes”, frisou Rio, em mais uma estocada ao seu adversário do próximo sábado. Luís Montenegro, no seu discurso, reiterou que o seu adversário não era Rio, a quem chamou de “companheiro”, mas sim António Costa. Ora, o atual líder do PSD reiterou, por sua vez, que é necessário fazer uma “oposição construtiva” e “concordar com as propostas em função do seu mérito e não de quem as apresenta”.

Na política, não somos inimigos, mas adversários. Todos queremos servir o país, mas temos óticas diferentes.

Rui Rio

Presidente do PSD

“Servimos o país no Governo, mas também na oposição. Na política estamos para servir o país. Temos a obrigação de denunciar o que está mal, mas criticar sem argumentos e fundamentação não credibiliza a política e, no nosso caso o PSD”, afirmou.

A estratégia de Rui Rio para o PSD

Este é apenas um dos três pilares da estratégia que Rio traçou para que “o PSD volte a ganhar a confiança dos portugueses” e possa vencer as próximas legislativas.

“Se aumentarmos implantação autárquica, abrirmos o partido à sociedade e se fizermos uma oposição construtiva não tenho a mínima dúvida de que vamos voltar a merecer a confiança dos portugueses”, disse o presidente do PSD.

Se aumentarmos implantação autárquica, abrirmos o partido à sociedade e se fizermos uma oposição construtiva não tenho a mínima dúvida de que vamos voltar a merecer a confiança dos portugueses.

Rui Rio

Presidente do PSD

É vital conseguir ganhar muitas mais câmaras e juntas de freguesia e muitos mais vereadores. Esta é uma prioridade”, elencou Rio, sublinhando o seu “gosto pelo poder local”. Depois defendeu que os “partidos políticos têm de oferecer mais do que oferecem e ser mais do que uma agência de distribuição de lugares“. Na origem das zangas dos militantes devem estar ideias e não lugares, acrescentou, aproveitando para deixar a nota que quem o apoio foi por “convicção” porque ele ter recebido ao em troca e que quem o apoiou há dois e agora já não apoia foi “por causa do seu lugar ou de um amigo”.

Em jeito de aviso à navegação, Rio disse que quer “pôr Portugal e o PSD ao centro, porque esse é o espaço da social democracia, que é incompatível com uma governação apoiada pela denominada geringonça.

(Notícia atualizada)

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“Foram mais os que votaram na mudança do que na continuidade”, diz Luís Montenegro

Luís Montenegro disse que se ganhar a liderança do PSD fará questão de ter nas suas listas pessoas da candidatura de Rui Rio e de Miguel Pinto Luz e desafio Rio para um novo debate.

“Foram mais os que votaram na mudança do que na continuidade”. É desta forma que Luís Montenegro interpreta os dados das eleições diretas do PSD deste sábado que deram a vitória a Rui Rio, com 49,44% dos votos. Um resultado que não foi suficiente para evitar uma segunda volta. O candidato que voltou a eleger António Costa como o seu adversário, e não Rui Rio, lançou um repto ao atual presidente do partido para aceitar fazer um novo debate televisivo na próxima semana, antes da nova votação de dia 18.

Luís Montenegro saudou “o companheiro Rui Rio”, que “não é o adversário”, mas de quem “diverge da estratégia a adotar no futuro”, mas que lhe “merece o maior respeito”. Mas aproveitou o seu discurso, sem direito a perguntas, para piscar o olho aos 2.878 militantes que optaram por votar em Miguel Pinto Luz, que caso votassem Montenegro na segunda volta lhe garantiriam 50,56% dos votos. Isto sem contar com o votos da Madeira, onde o candidato venceu, porque a inconformidades nos cadernos eleitorais levaram o presidente do Conselho de Jurisdição Nacional do PSD, José Manuel Nunes Liberato, a não considerar esses votos.

Se for eleito líder do PSD contarei com ele [Miguel Pinto Luz] para os desafios que temos de enfrentar“, disse Montenegro, que obteve 12.767 votos, correspondentes a 41,26%. Uma declaração que mereceu minutos depois uma resposta de Rui Rio. Se vencer o atual presidente quer contar com ambos.

“Pinto Luz deu um contributo muito positivo nestas eleições pela qualidade política e pelas suas ideias para o debate”, garantiu Montenegro, lembrando que “foram mais os que votaram na mudança do que na continuidade”. “É por isso que temos uma segunda volta”, explicou.

Montenegro elegeu “três preocupações”: unidade, clarificação e ambição. “Unidade porque a preocupação é ser um líder agregador”, justificou. “Se tiver a confiança dos eleitores farei questão de ter nas minhas listas pessoas que estiveram ao lado de Rui Rio e de Miguel Pinto Luz“, frisou. Em termos de clarificação Montenegro, que ganhou esta noite de sábado um novo fôlego para voltar a tentar conquistar a liderança do PSD, explicou que o seu “verdadeiro adversário é António Costa e o Partido Socialista”. Por isso, caso seja eleito presidente do PSD, terá uma “estratégia de oposição firme” em alternativa à levada a cabo por Rio.

Finalmente, em termos de ambição, Montenegro sublinhou que hoje começa “um futuro novo, com ambição de vencer as eleições autárquicas e legislativa, ambição de governar Portugal com vontade de mudança e espírito reformista”.

(Notícia atualizada)

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Pinto Luz: “Hoje não ganhámos. Mas marcámos a diferença”

O candidato à liderança do PSD diz ter conquistado 12% dos votos. Pinto Luz venceu na Madeira, onde as eleições foram impugnadas por Alberto João Jardim, e em Lisboa.

Miguel Pinto Luz reconheceu a derrota nas eleições diretas do PSD, mas garante que a sua candidatura marcou a diferença e que conseguiu conquistar 12% dos votos dos militantes que querem “uma maneira diferente de fazer política”.

Sendo o primeiro a reagir nesta noite eleitoral do PSD, num momento em que ainda não é certo se o partido vai ou não para uma segunda volta, Miguel Pinto Luz deu os parabéns a Rui Rio e a Luís Montenegro e sublinhou que a sua candidatura surpreendeu. “Partimos com expectativas modestas, mas podemos dizer, com propriedade, que surpreendemos todos, mesmo aqueles que tentaram a todo o custo uma bipolarização nestas eleições“, disse Miguel Pinto Luz.

O vice-presidente da Câmara de Cascais sublinhou que a sua candidatura marcou a diferença “pela força das ideias”, “pelo reformismo e inconformismo permanente”, pelo “arrojo, agenda e prioridades”.

De acordo com os resultados oficiais, Miguel Pinto Luz venceu em Lisboa e na Madeira e conquistou 9,28% dos votos. A diferença face aos 12% anunciados pelo candidato tem precisamente a ver com o facto de as eleições na Madeira terem sido impugnadas por Alberto João Jardim.

“Hoje somos a candidatura que é fiel depositária desses valores reformistas para o país”, acrescentou o candidato que deixou ainda a ideia de que vai regressar à disputa da liderança. “Estou profundamente reconhecido, a responsabilidade a partir de hoje é muito maior”, disse, frisando que o seu objetivo é “servir o país”.

(Notícia atualizada)

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