Suspensão da linha circular é “irresponsável” e “lesa profundamente” cidade de Lisboa

O ministro do Ambiente considera que a decisão do Parlamento de suspender a linha circular do metro de Lisboa "lesa profundamente" a cidade. Não afasta recurso à via judicial para travar a medida.

O ministro do Ambiente e da Ação Climática considerou que a suspensão da construção da linha circular do metro de Lisboa pelo Parlamento é “completamente irresponsável” e “lesa profundamente a cidade”. Numa conferência de imprensa, João Pedro Matos Fernandes disse ainda que a iniciativa dos deputados “põe em causa a separação de poderes” e adia por três anos qualquer obra desta envergadura no metro, com potencial perda de 83 milhões de euros em fundos comunitários.

O governante salientou que “o estudo que foi solicitado” pelo Parlamento já “foi executado” e, precisamente, levou “à decisão da construção” da linha circular em detrimento da expansão da linha vermelha desde São Sebastião a Campo de Ourique. Desta feita, a linha circular poderia aportar até 7,8 milhões de passageiros por ano, beneficiando quem chegasse a Lisboa a partir da Margem Sul e da Linha de Cascais.

O Parlamento aprovou iniciativas do PCP e PAN que suspendem, “durante o ano de 2020”, a “construção da Linha Circular” do metro de Lisboa. A do PAN mereceu o apoio do PSD, BE, PCP e Chega e votos contra do PS, CDS e Iniciativa Liberal. Segundo o PS, esta decisão implica uma perda de 83 milhões de euros em fundos comunitários, num total que poderá ascender a 100 milhões incluindo potenciais indemnizações a empreiteiros.

“Não é adiar por um ano, é adiar por três”, afirmou Matos Fernandes, em Lisboa. “Por termos tido possibilidade de reprogramar essas verbas, foi possível lançar esta empreitada”, afirmou. O projeto previa que a construção estivesse terminada “até final de 2023”, explicou.

Ministro admite recurso a tribunal. Mas é o Governo que decide

Apesar da decisão tomada pela Assembleia da República, não está excluída a hipótese de o Governo avançar para tribunal para travar a decisão do Parlamento. Sobre isto, o ministro disse apenas que “cabe ao Governo como um todo” a opção de seguir a via judicial, e não “ao ministro do Ambiente”, indicou.

Questionado pelo ECO sobre se ainda mantinha alguma esperança de que a suspensão pudesse ser revertida, o ministro respondeu: “Por via dos tribunais, certamente sim”.

Esta posição foi indicada pelo ministro ao mesmo tempo que a Lusa revelou que o PS se prepara para pedir junto do Tribunal Constituconal a fiscalização sucessiva das propostas que suspendem as obras do metro. A agência cita fonte da bancada parlamentar socialista, que refere que as obras do metro inserem-se nos “domínios próprios da atividade executiva” e, por isso, “da esfera puramente administrativa do Governo”.

Apesar da suspensão, verba pode ser alocada a outros projetos

Apesar da potencial perda de 83 milhões de euros em fundos comunitários com a suspensão da obra da linha circular, o ministro Matos Fernandes confirmou que, avançando esta decisão, a verba poderá ser realocada a outros projetos. Mas “não há nenhuma outra empreitada que possa ser feita neste prazo” e com a mesma envergadura, considerou.

Assim, Matos Fernandes não quis desvalorizar a linha circular, uma obra que considerou “fundamental”. Fica, assim, tudo em aberto, até porque o ministro do Ambiente e da Ação Climática não quis “especular” nem comprometer-se já com que outros projetos poderão ser considerados em alternativa.

Na mesma conferência de imprensa, o presidente do Metropolitano de Lisboa, Vítor Domingues dos Santos, alinhou também com a posição do Governo: “Fizemos estudos comparativos e as conclusões eram óbvias: a linha circular aporta muito mais passageiros do que a linha vermelha de S. Sebastião a Campo de Ourique. Todos os indicadores dizem que a linha circular é claramente melhor”, reiterou.

Rio aconselha PS a pedir responsabilidades aos “seus parceiros”

Em reação às declarações socialistas sobre a suspensão da construção da linha circular do metro de Lisboa, o presidente do PSD aconselhou o PS a pedir responsabilidades aos “seus parceiros” pela aprovação de propostas do PCP e do PAN que suspendem as obras.

Ainda assim, Rui Rio criticou que se tenha generalizado a prática de “meter no Orçamento propostas que não têm diretamente a ver” com matéria orçamental.

Quanto ao conteúdo das propostas, que mereceram a aprovação do PSD, Rui Rio justificou o sentido de voto com as posições dos deputados e estruturas de Lisboa do partido. “O conteúdo tem a ver com a posição dos deputados do PSD eleitos por Lisboa e das próprias estruturas do PSD em Lisboa, que entendem que o desenho da linha [do Metropolitano] deve ser diferente”, justificou.

Rio fez declarações aos jornalistas sobre a proposta do partido de redução do IVA e, à margem, foi questionado sobre a aprovação de propostas de alteração ao Orçamento do Estado que suspendem as obras para a extensão da rede do Metropolitano de Lisboa, que o PS já considerou irresponsáveis e que merecerão um pedido de fiscalização sucessiva ao Tribunal Constitucional.

“Gosto pouco de focar-me numa medida, acho que a Assembleia da República deve pensar bem, e o Governo também, como é que pode ultrapassar o que acontece permanentemente — e com responsabilidade transversal — que é meter-se no Orçamento do Estado medidas que possam não ter diretamente a ver com o orçamento”, afirmou, dizendo que, quando foi deputado na década de 90, se chamava a este tipo de propostas “cavaleiros orçamentais”.

No entanto, “a partir do momento em que a porta está aberta” a esta prática, as propostas de PCP e PAN em causa “são tão legítimas como as demais”.

“Não alinho nestas dramatizações que o Governo faz, mas se fosse verdade têm de pedir responsabilidades fundamentalmente aos seus parceiros, que apresentaram propostas, o PSD neste caso está no fim da linha”, defendeu.

Hoje, em conferência de imprensa, o PS acusou o PSD de “tremenda irresponsabilidade” ao apoiar propostas de alteração ao Orçamento que “suspendem” as obras para a extensão do metropolitano de Lisboa, considerando que essa medida causa prejuízos “para lá de cem milhões de euros”.

Esta posição foi transmitida pela presidente do Grupo Parlamentar do PS, Ana Catarina Mendes, em conferência de imprensa, na Assembleia da República, em reação às propostas do PCP e do PAN aprovadas durante a madrugada de hoje no sentido de suspender o processo de construção da linha circular do Metropolitano de Lisboa.

A proposta do PCP defende que seja dada prioridade à extensão da rede do metropolitano até Loures, bem como para Alcântara e zona ocidental de Lisboa, tendo sido aprovada com votos a favor do PSD, BE, PCP, CDS, PAN e Chega, a abstenção da Iniciativa Liberal e o voto contra do PS. Já a do PAN obteve o apoio do PSD, BE, PCP e Chega, os votos contra do PS e da Iniciativa Liberal e a abstenção do CDS.

Ana Catarina Mendes completou ainda que o PS, ao avocar a votação dessas propostas parta plenário, “deu a oportunidade ao PSD para rever o seu voto”. “Mas o PSD decidiu insistir na irresponsabilidade. Os portugueses julgarão”, acrescentou.

(Notícia atualizada pela última vez às 14h59 com reação do PSD)

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TVI garante transmissão dos jogos do Euro 2020

A TVI e a Sport TV fecharam um acordo que irá permitir que o canal de Queluz de Baixo possa transmitir todos os jogos da seleção nacional do próximo Europeu de futebol.

A TVI garantiu a transmissão dos jogos do Euro 2020, como revelou o ECO Insider — a newsletter semanal do ECO exclusiva para assinantes. O canal de televisão de Queluz de Baixo informou que chegou a acordo com a Sport TV com vista a permitir a transmissão em canal aberto de todos os jogos da Seleção Nacional no próximo Europeu de futebol. Não foi revelado o valor deste acordo.

“A TVI com este acordo, passará a ser o único canal aberto em Portugal, a transmitir em exclusivo aos portugueses a exibição de um total de 22 jogos, um por cada dia de competição, incluindo o jogo de abertura a 12 de junho e a final que está marcada para o dia 12 de julho”, explica a estação em comunicado.

O canal generalista dá ainda nota que, além de todos os jogos que Portugal irá disputar, adquiriu à Sport TV — detentora de todos os direitos de transmissão associados ao Euro 2020 — mais nove jogos da fase de grupos, quatro jogos dos oitavos de final e as duas meias-finais, bem como o jogo de abertura e a final.

Além desses, a TVI assegurou ainda a compra de resumos alargados para o seu canal de informação no cabo, permitindo que a TVI24 ofereça programas dedicados com uma hora de imagens diárias dos principais momentos de cada uma das partidas da competição.

Nuno Santos — diretor de programas do canal de Queluz de Baixo — diz que este acordo se insere no âmbito da estratégia de trabalhar um conteúdo “transversal à oferta de programação da TVI”, acreditando que esta “estratégia integrada permite uma reaproximação da TVI aos públicos e potencia a captação de investimento publicitário”.

Do ponto de vista da Sport TV, é salientado o facto de este acordo “garantir o acesso a todos os portugueses à mais aguardada competição europeia de futebol, onde Portugal é detentor do título”, tal como explica Nuno Ferreira Pires, CEO da Sport TV.

(Notícia atualizada às 13h23 com mais informação)

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Costa já respondeu às 100 perguntas de Carlos Alexandre sobre Tancos. Leia-as aqui

Nessas respostas, o primeiro-ministro nega ter tido conhecimento da encenação do aparecimento das armas de Tancos.

António Costa já respondeu às 100 perguntas do juiz de instrução Carlos Alexandre. Nessas respostas, o primeiro-ministro nega ter tido conhecimento da encenação do aparecimento das armas de Tancos.

No despacho de 50 páginas, entretanto publicado na página do primeiro-ministro, António Costa afirma que não foi informado nem por Azeredo Lopes, ex-ministro da Defesa e arguido no processo, nem por qualquer outra pessoa.

Esta segunda-feira, o juiz de instrução mostrou-se perplexo com as versões divergentes sobre o caso do furto e recuperação das armas e esperava que o ex-ministro da Defesa e arguido Azeredo Lopes desempatasse.

Segundo fonte ligada ao processo, o juiz Carlos Alexandre, durante o interrogatório de Azeredo Lopes, quis esclarecer as diferentes nuances que existem nas versões do ex-diretor da Polícia Judiciária Militar e arguido Luís Vieira e do antigo chefe de gabinete do ministro Martins Pereira.

Carlos Alexandre disse mesmo estar à espera que o ministro desempatasse já que, o ex-diretor da PJM apresentou uma versão e o chefe de gabinete Martins Pereira apresentou outra.

Azeredo Lopes disse ainda ao juiz que teve conhecimento de que havia um informador [Paulo Lemos/Fechaduras] da Polícia Judiciária, mas que este estava com medo porque tinha recebido informações de que a Polícia Marítima se preparava para lhe colocar armas no quintal de casa no âmbito de outro inquérito.

O interrogatório de Azeredo Lopes, que está acusado de denegação de justiça, prevaricação, favorecimento pessoal praticado por funcionário e abuso de poder, continua hoje à tarde depois da manhã ter sido preenchida com perguntas do seu advogado intercaladas com algumas questões do juiz.

À entrada do Tribunal de Monsanto, o ministro não prestou declarações aos jornalistas sobre o caso, dizendo que tudo o que tinha a dizer falaria na sessão e que iria esclarecer tudo o que lhe fosse possível.

Segundo a acusação do Ministério Público, a recuperação do armamento furtado dos paióis de Tancos, em junho de 2017, deve-se a um “verdadeiro pacto de silêncio entre Azeredo Lopes e os arguidos da GNR, PJM e que todos criaram sérios obstáculos à descoberta da verdade material”.

Nove dos 23 arguidos do processo de Tancos são acusados de planear e executar o furto do material militar e os restantes 14, entre eles Azeredo Lopes, da encenação que esteve na base da recuperação do equipamento.

O inquérito de Tancos investigou o furto, em 28 de junho de 2017, e as circunstâncias em que aconteceu a recuperação de grande parte do material militar, em 18 de outubro do mesmo ano.

Leia aqui as respostas dadas por António Costa:

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PSD refaz proposta. Rio propõe redução do IVA da luz só a partir de 1 de outubro

Depois de apresentar uma nova proposta para baixar o IVA da luza este ano, o PSD já pode contar com o apoio do BE. PAN não ficou convencido.

O líder do PSD anunciou que o partido vai mudar a sua proposta para baixar o IVA da luz, adiando para 1 de outubro a entrada em vigor deste alívio fiscal, que agora estava em 1 de julho. O objetivo é conseguir apoio do BE e PCP, que rejeitam cortes nos consumos intermédios, e não aumentar outro imposto – como quer o BE e o PSD rejeita – para compensar a perda de receita resultante da baixa do IVA da eletricidade.

Rui Rio falou aos jornalistas à margem do debate na especialidade do Orçamento do Estado para 2020 (OE2020), que está no terceiro dia, depois de dentro do plenário ter ficado claro que o BE não apoiaria a proposta do PSD que compensava a descida do IVA da luz com os consumos intermédios, que Mariana Mortágua considerou serem “cortes cegos nos serviços públicos”.

“Esta proposta dificilmente passa”, disse Rio aos jornalistas, acrescentando que o PSD entrega hoje uma proposta de substituição que respeite o princípio de não subir a carga fiscal – como defende o PSD – e não toque nos consumos intermédios.

A proposta adia a entrada em vigor da nova taxa do IVA da luz de 1 de julho para 1 de outubro. Neste caso “temos de arranjar compensações de 94 milhões de euros”, disse.

As novas compensações avançadas pelo PSD são um corte de 8,5 milhões de euros nos gabinetes ministeriais, colocando esta despesa ao nível de 2019, e não ao nível de 2015 como constava da proposta anterior do PSD que previa a descida do IVA da luz a 1 de julho. A restante compensação será feita através de um “ajustamento ao saldo orçamental”.

Rui Rio explicou que o OE2020 prevê um excedente de quase 0,25% do PIB, que se passar para 0,2% acomoda aquela redução de receita e “ainda sobram 12 milhões de euros”.

Coligação negativa à vista

Rio disse aos jornalistas não ter garantia de ter apoio para esta nova proposta, mas assim que as suas declarações foram conhecidas, a deputada do BE Mariana Mortágua reagiu dentro do plenário, abrindo a porta a um entendimento com o PSD. “Conhecemos a proposta do PSD e consideramos que ela vai ao encontro da posição que aqui expressamos claramente”, afirmou a deputada que espera agora pelo texto final da nova proposta do PSD para definir o sentido de voto.

Depois de ter sido dada como quase morte, a possibilidade de este ano o IVA da luz descer ganhou agora novo fôlego. Mas o sim do BE não chega. O PSD precisará de convencer mais bancadas para que a medida passe. Esta proposta é votada esta tarde. Mas para já o PSD não angariou mais apoios.

O PAN não ficou convencido. Aos jornalistas, à margem do debate do OE2020, o deputado André Silva disse que “tal como está o PAN não tem condições para a acompanhar”. O deputado considerou-a “pouco credível” e “pouco rigorosa”.

André Silva lembrou que o PSD continua a querer a baixa do IVA da luz apenas para o consumo doméstico e que as compensações apresentadas não chegam. “É mais ou menos consensual que o impacto anual de uma descida do IVA da luz é de 800 milhões de euros. O PSD apresenta compensações para 8,5 milhões. Onde vai buscar o resto? Corta salários?”, pergunta o deputado do PAN.

(Notícia atualizada às 13:49 com a posição do PAN sobre a nova proposta do PSD)

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Estivadores suspendem paralisação, mas acusam Operestiva de violar direito à greve em Setúbal

  • Lusa
  • 5 Fevereiro 2020

Sindicato dos Estivadores decide desconvocar a paralisação iniciada na segunda-feira no Porto de Setúbal, mas ameaçam processar dois dirigentes da Operestiva por alegada violação do direito à greve.

O Sindicato dos Estivadores e Atividade Logística (SEAL) decidiu esta quarta-feira desconvocar a paralisação iniciada na segunda-feira no Porto de Setúbal, mas ameaça processar judicialmente dois gerentes da Operestiva por alegada violação do direito à greve.

A Operestiva, empresa de trabalho portuário detida pelo grupo Yilport, concessionário do Porto de Setúbal, desmente todas as acusações do sindicato.

“O SEAL considera que o principal objetivo da greve — desmascarar, com provas concludentes, o comportamento ilegal de parte da gerência da Operestiva — foi atingido logo no primeiro dia de greve, pelo que irá desconvocar a mesma e dar instruções ao seu departamento jurídico para avançar com um processo-crime contra os dois gerentes da Operestiva”, refere um comunicado do sindicato.

De acordo com o SEAL, os dois gerentes da Operestiva, empresa do universo do grupo Yilport, fizeram “ameaças reais a trabalhadores eventuais, dando-lhes conhecimento de que se aderissem à greve seriam despedidos, ou seja, não seriam mais colocados a trabalhar”.

O SEAL considera que a empresa de trabalho portuário Operestiva nunca poderia concretizar esta ameaça face ao CCT (Contrato Coletivo de Trabalho) em vigor no Porto de Setúbal, que tem “regras específicas de colocação destes trabalhadores”, mas reconhece que, na prática, essas regras “nunca foram cumpridas pela Operestiva”.

A troca de acusações entre o SEAL e as empresas do grupo Yilport agudizou-se nos últimos dias, na sequência da greve ao trabalho extraordinário para a empresa de estiva Sadoport, detida a 100% pelo grupo turco Yilport, que teve início na segunda-feira e que deveria prolongar-se até dia 17 de fevereiro, mas que o sindicato já anunciou que iria ser desconvocada.

A paralisação convocada pelo Sindicato dos Estivadores tinha como principal objetivo denunciar o incumprimento das regras de distribuição de trabalho pela empresa Operestiva, alegadamente – segundo o sindicato -, “com o objetivo de impedir a utilização diária dos trabalhadores eventuais, retirando-lhes a possibilidade de, no futuro, poderem vir a assinar um contrato de trabalho sem termo”.

Contactado pela agência Lusa, um dos responsáveis da Operestiva negou todas as acusações de alegadas ameaças aos trabalhadores que aderissem à greve que teve início na passada segunda-feira.

“Não fizemos ameaça nenhuma aos trabalhadores. A Operestiva e a Sadoport têm tido uma política de diálogo com os trabalhadores e os seus representantes, ao contrário do que era prática no Porto de Setúbal”, disse à agência Lusa Diogo Marecos, gerente da Operestiva.

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Nova SBE lança mestrado em business analytics

Fazer a ponte entre tecnologia e negócios é o objetivo deste curso, pensado para dar resposta ao aumento das necessidades do mercado nestas áreas.

Dados, dados e mais dados. A palavra é cada vez mais usada no contexto empresarial e cada vez mais um desafio organizacional. A pensar na crescente necessidade de profissionais que possam dar resposta ao “crescente impacto da tecnologia e dos dados” nas empresas, a Nova SBE acaba de lançar um mestrado em business analytics [análise de negócio], em parceria com a Faculdade de Ciências e Tecnologia, que permite aos alunos fazer a ponte entre tecnologia e negócios e trabalhar em contexto real, em organizações.

“Vivemos na era das máquinas, da inteligência artificial e do desenvolvimento tecnológico que estão a mudar fundamentalmente a maneira como as organizações operam. Ao mesmo tempo, estamos cientes dos desafios que a humanidade está a enfrentar em todas as partes do mundo. E neste mundo, as instituições educacionais precisam de ajudar ao desenvolvimento de líderes que saibam pensar e usar de maneira ética e responsável a tecnologia e os dados ao serviço da nossa sociedade”, explica Leid Zejnilovic, codiretor académico e cofundador do Centro de Conhecimento em Data Science da Nova SBE, citado em comunicado.

Desenvolvido com base na rede e nas metodologias do programa desenvolvida pelo Fundação Data Science for Social Good e Universidade de Chicago, o mestrado permite a aquisição e aplicação de ferramentas técnicas de tratamento e análise de dados, e assenta na metodologia project-based.

“Os nossos alunos podem querer desenvolver novas empresas, resolver problemas práticos, criar empregos ou transformar negócios já existentes. Ou podem querer governar órgãos públicos que protegem o meio ambiente e as nossas vidas, lidam com questões de saúde, melhoram a justiça ou reduzem a pobreza. O que quer que os nossos alunos façam, precisamos de garantir que passamos competências práticas que possam resistir ao teste do tempo e contribuir para o desenvolvimento da humanidade e de um futuro sustentável. O programa de mestrado da Nova SBE em business analytics é a nossa maneira de contribuir para esse objetivo”, assinala o especialista.

O novo mestrado estará disponível a partir de setembro. A 2.ª fase de candidaturas a mestrado decorre até 29 de fevereiro.

*Notícia atualizada às 14h52 com informação sobre a parceria entre a Nova SBE e a Faculdade de Ciências e Tecnologia.

*Esta notícia foi corrigida às 17h54. O mestrado lançado pela Nova SBE não é pioneiro como foi referido. Há programas idênticos noutras universidades portuguesas como são o caso do ISCTE e do ISEG. Aos visados, pedimos as nossas desculpas pelo lapso.

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PS vai suscitar inconstitucionalidade da suspensão das obras da linha circular do metro

Parlamento confirma suspensão da construção da linha circular do metro de Lisboa. O Governo alerta para risco de perder 83 milhões de fundos europeus. PS vai pedir ao TC fiscalização sucessiva.

A líder parlamentar do PS acusou esta quarta-feira o PSD de uma “tremenda irresponsabilidade” ao ter aprovado as propostas de alteração ao Orçamento do Estado para 2020 (OE2020) que suspendem a construção da linha circular do metro de Lisboa. Ana Catarina Mendes centrou o ataque ao PSD, apesar das propostas serem do PAN e do PCP, e estimou em mais de 100 milhões de euros os custos desta decisão.

A presidente da bancada socialista contabilizava assim a perda de fundos, bem como as indemnizações que terão de ser pagas aos donos das obras pela suspensão das mesmas. São “para lá de 100 milhões de euros”, concretizou.

“Julgo que nem o PCP, nem o PAN, alguma vez pensaram contar com a irresponsabilidade do PSD”, disse aos jornalistas no Parlamento à margem do terceiro dia de debate e votação na especialidade do OE2020.

Ana Catarina Mendes acusou ainda o PSD de “quebrar o investimento público” e de se orientar por uma “agenda mediática” e não para as pessoas. Há um “desnorte total” no PSD, afirmou.

O Parlamento confirmou esta quarta-feira a suspensão da construção da linha circular do metro de Lisboa. O Governo argumenta que com esta decisão se perdem 83 milhões só em fundos comunitários.

PS prepara-se para suscitar inconstitucionalidade da suspensão das obras

O PS vai pedir junto do Tribunal Constitucional a fiscalização sucessiva se as propostas de alteração ao Orçamento do Estado que suspendem as obras para a extensão da rede do Metropolitano de Lisboa forem aprovadas.

Esta posição foi transmitida à agência Lusa por fonte oficial da bancada socialista, depois de terem sido aprovadas esta madrugada, na especialidade, propostas do PCP e PAN, com o apoio do PSD, para a suspensão da construção da linha circular do Metropolitano de Lisboa.

Na perspetiva do Grupo Parlamentar do PS, a adjudicação e outorga de contratos administrativos, de acordo com a jurisprudência do Tribunal Constitucional, são “domínios próprios da atividade executiva” e, como tal, “da esfera puramente administrativa do Governo”.

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Família Real britânica está a recrutar. Salário anual ascende aos 47 mil euros

O Palácio de Buckingham publicou um anúncio de emprego no LinkedIn. Procura um profissional experiente, com excelentes capacidades de comunicação, para integrar o projeto de renovação do palácio real.

O Palácio de Buckingham, casa da família real britânica em Londres, publicou uma vaga de trabalho no LinkedIn, esta segunda-feira. Está à procura de um profissional para contratar em regime efetivo e que integre o gabinete de planeamento estratégico da renovação da Casa Real. O candidato ideal tem de ter experiência profissional e o salário anual ascende os 47 mil euros por ano. O contrato inclui 37,5 horas de trabalho por semana, de segunda a sexta-feira, e disponibilidade para viajar.

A família real procura um candidato sénior que queria “dar o próximo passo na sua carreira”, que seja organizado, tenha uma excelente capacidade de comunicação e seja fluente digital. Deverá ter competências de qualificações relevantes e experiência em construção de projetos, idealmente em edifícios históricos. Desde a publicação do anúncio, 200 candidatos já mostraram interesse na vaga.

O salário anual é de 38.000 libras, mais de 47 mil euros e inclui “benefícios”, tais como um regime de contribuições de pensões, formação e desenvolvimento, acesso ao catering e às instalações recreativas do palácio Real. O projeto de planeamento estratégico de renovação do Palácio de Buckingham é o primeiro desde 1950, está previsto para os próximos dez anos e avaliado em 369 milhões de libras (cerca de 434,471 milhões de euros). “É dar apoio à equipa que vai preservar o palácio Real nos próximos anos. É trabalhar com um propósito comum e único. E é ajudar a assegurar que o palácio é adequado ao futuro”, lê-se na descrição da vaga.

Também esta manhã, o Palácio de St. James recorreu ao LinkedIN para anunciar o recrutamento de um assistente de marketing. Oferece 23.000 libras por ano, o equivalente a 27.000 euros.

Na página da família Real, há mais vagas disponíveis para outras residências Reais em Londres. A casa da Rainha Isabel II também está à procura de um assistente executivo para o departamento do Tesouro, um sous-chef, um assistente de eventos, e trabalhadores para atividades pontuais de verão. Na mesma página, encontram-se ainda vagas para o parque Real do Castelo de Windsor e para a residência Real Thatched House Lodge, a casa da princesa Alexandra, prima da Rainha Isabel II, que procura de um assistente pessoal para a princesa. Todas as candidaturas estão abertas até ao final de fevereiro.

Não haverá dois dias iguais, e a variedade e ritmo vão desafiá-lo. Terá excelentes oportunidades para crescer na sua carreira profissional, num excelente ambiente de equipa. Saber que estará a contribuir para o futuro de um edifício icónico conseguirá inspirá-lo a conseguir concretizar todos os dias”, garante a Casa Real britânica.

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Revista de imprensa internacional

  • ECO
  • 5 Fevereiro 2020

Progressos na cura do coronavírus, fecho da compra da Gamesa pela Siemens, fecho de lojas da Macys, recorde de vendas online em França e pedido de horário de trabalho mais curto nas bolsas em foco.

Os avanços na busca de uma cura para o coronavírus está em destaque na imprensa internacional no dia em que se sabe que a Siemens comprou 8,07% da Gamesa à Iberdrola por 1.100 milhões, que a cadeia Macys vai fechar 125 lojas e dispensar 2.000 trabalhadores. Nota ainda para o comércio online francês que bateu recordes em 2019 ao superar os 100 mil milhões de euros e para os trabalhadores das bolsas que querem trabalhar menos horas.

Sky News

Coronavírus: Britânicos fazem “avanço significativo” na corrida pela vacina

O cientista responsável por investigar uma cura para o coronavírus no Reino Unido anunciou esta quarta-feira que a sua equipa fez um “avanço significativo” ao conseguir reduzir uma parte do tempo normal de desenvolvimento “de dois a três anos para apenas 14 dias”. Robin Shattock, do Imperial College de Londres, disse que vão começar a testar a vacina em animais já na próxima semana e os primeiros exames em humanos acontecerão no verão, se houver financiamento suficiente. Leia a notícia completa na Sky News (acesso livre, conteúdo em inglês).

Cinco Días

Siemens compra 8,07% da Gamesa à Iberdrola por 1.100 milhões

Chegou ao fim uma longa disputa entre a Siemens e a Iberdrola sobre a administração da Siemens Gamesa, em que ambas empresas têm parques eólicos desde 2017. A Siemens adquiriu, por 1.100 milhões de euros, a participação de 8,07% que a Iberdrola detinha na Gamesa, o equivalente a um preço de 20 euros por ação. Com esta operação, a Siemens Gamesa passa a valer mais de 13,6 mil milhões de euros. Leia a notícia completa no Cinco Días (acesso livre, conteúdo em espanhol).

The Guardian

Cadeia Macy’s fecha 125 lojas e corta 2.000 postos de trabalho

A retalhista norte-americana Macy’s anunciou que vai encerrar 125 lojas. O objetivo da cadeia é deixar os centros comerciais e concentrar-se em lojas mais pequenas em espaços ao ar livre. Nesse processo, a Macy’s pretende ainda reduzir 2.000 postos de trabalho tanto na sede em Cincinnati e nos gabinetes tecnológicos em São Francisco. A empresa prevê poupar 1,5 mil milhões de dólares com esse processo até 2022. Leia a notícia completa no The Guardian (acesso livre, conteúdo em inglês).

Le Monde

Comércio online francês bate recordes. Supera os 100 mil milhões em 2019

França tinha, no quarto trimestre de 2019, mais de 16,27 milhões de pessoas a fazerem compras online. O número mostra uma subida face aos 13,16 milhões registados em 2018 e, pela primeira vez, as vendas através da Internet ultrapassaram os 100 mil milhões de euros, um aumento de 11,6% face a 2018, e quatro vezes mais do que nos últimos dez anos. Leia a notícia completa no Le Monde (acesso livre, conteúdo em francês).

Bloomberg

Traders querem trabalhar menos horas

Os operadores das bolsas de mercados, que tem das jornadas de trabalho mais longas do mundo querem horários mais curtos. Uma sondagem da Bloomberg indica que 74% dos profissionais do setor financeiro — incluindo traders, analistas e gestores — são favoráveis a reduzir o período de negociação das bolsas europeias (atualmente de 8h30) que ultrapassa em duas horas o horário das pares norte-americanas. Os resultados dessa sondagem surgem depois de no final do ano passado, representantes da banca de investimento terem enviado uma carta às bolsas europeias a pedir um corte no horário de negociação. Leia a notícia completa na Bloomberg (acesso livre, conteúdo em inglês).

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Desemprego cai para 6,5% em 2019 e falha meta do Governo

A taxa de desemprego em Portugal caiu para 6,5% no conjunto de 2019. Trata-se de uma melhoria face à taxa de 7% de 2018. Ainda assim, Governo falhou meta de 6,4%.

A taxa de desemprego em Portugal caiu para 6,5% em 2019. Trata-se de uma diminuição de 0,5 pontos percentuais face à taxa de 7% do ano anterior. Apesar da melhoria, o Governo falhou a sua meta que apontava para uma baixa do desemprego para 6,4% no ano passado.

De acordo com os dados divulgados esta quarta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística, o desemprego caiu em 2019 pelo sexto ano seguido, acompanhando a melhoria das condições económicas do país, depois da crise da dívida em 2011 e do programa de ajustamento da troika que se seguiu nos anos seguintes.

“No ano de 2019, a população desempregada foi estimada em 339,5 mil pessoas, tendo diminuído 7,2% (+ 26,4 mil) em relação ao ano anterior. Este foi o menor decréscimo observado desde 2014, quando a população desempregada começou a diminuir”, nota o gabinete de estatísticas.

Por outro lado, a população empregada aumentou 1,0% (+46,4 mil), atingindo as 4.913,1 mil pessoas no conjunto do ano.

Segundo o INE, a taxa de desemprego de jovens (15 a 24 anos) situou-se em 18,3%, baixando em 2,0 pontos percentuais face ao ano anterior.

Já a proporção de desempregados de longa duração recuou 1,2 pontos para 49,9%.

Taxa de variação anual da população desempregada

Fonte: INE

Desemprego aumenta no final do ano

No que diz respeito ao último trimestre do ano passado, os sinais foram menos positivos. A taxa de desemprego no quarto trimestre fixou-se no 6,7%, “superior em 0,6 pontos percentuais à do trimestre anterior e igual à do trimestre homólogo de 2018”, segundo o INE.

“A população desempregada (352,4 mil pessoas) aumentou 9,0% (29,0 mil) em relação ao trimestre precedente. Um aumento desta dimensão só encontra paralelo no quarto trimestre de 2011“, sublinha a agência de estatísticas.

Em termos homólogos, a população desempregada aumentou 0,9% (3,3 mil pessoas), “interrompendo a sequência de decréscimos observados desde o terceiro trimestre de 2013”.

Taxa de variação trimestral da população desempregada

(Notícia atualizada às 11h28)

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Já são conhecidos os valores para a correção extraordinária das rendas anteriores a 1980

Já são conhecidos os fatores de correção extraordinária a aplicar na atualização das rendas anteriores a 1980. Os aumentos são feitos com base no coeficiente de inflação.

Para os senhorios que tenham inquilinos com contratos de arrendamento anteriores a 1980, já são conhecidos os valores de atualização a serem aplicados nas rendas de 2019 e 2020. Estes aumentos são feitos com base no coeficiente de inflação de cada ano — 1,01115 e 1,0051 –, mas não podem ser aplicados caso as rendas já tenham sido atualizadas no âmbito do Novo Regime de Arrendamento Urbano (NRAU).

Foram publicados em Diário da República os fatores de correção extraordinária fixados anualmente para 2019 e 2020, que permitem aos senhorios atualizar as rendas anteriores a 1980. A lei “determina que as rendas dos prédios arrendados para habitação anteriormente a 1 de janeiro de 1980 podem ser objeto de correção extraordinária durante a vigência do contrato”, sendo que esta atualização é feita através do coeficiente de inflação.

Assim, em 2019 e 2020, os fatores de correção extraordinárias das rendas podem ser aplicados consoante os coeficientes de 1,01115 e 1,0051, respetivamente. Ou seja, as rendas poderão ser atualizadas em 0,51% este ano, uma vez que esta atualização é calculada em função do valor final do Índice de Preços ao Consumidor (IPC), sem habitação (0,51% em agosto).

No diploma publicado esta quarta-feira, tal como acontece nos anos anteriores, é feita uma distinção entre os municípios de Lisboa e Porto (sem porteira e sem elevador, sem porteira e com elevador, com porteira e sem elevador e com porteira e com elevador) e os restantes do país.

Importa referir que esta atualização não é obrigatória mas, caso aconteça, o senhorio deve informar o inquilino com, no mínimo, 30 dias de antecedência, através de carta registada com aviso de receção. Além disso, se a renda já foi atualizada no âmbito do NRAU, não pode ser novamente atualizada através deste método. Ou seja, terá de se manter no mesmo valor durante o período transitório, que é atualmente de dez anos.

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30% da receita da consultora de Vitorino foi paga por empresa suspeita de corrupção

  • ECO
  • 5 Fevereiro 2020

Consultora de Vitorino recebeu três transferências de 255 mil euros de sociedade de advogados espanhola investigada num esquema de corrupção que envolve a petrolífera venezuelana.

A empresa de consultoria detida em partes iguais por António Vitorino, ex-ministro português e atual diretor-geral da Organização Internacional para as Migrações (OIM), com a mulher, terá recebido três transferências de 255 mil euros, entre 2012 e 2016, de uma sociedade de advogados espanhola, a Morodo Abogados, investigada em Espanha por suspeitas de participar num esquema de corrupção que envolve a petrolífera estatal venezuelana, a PVDSA. O valor recebido pela EMAB Consultores, Lda, representa 28% das receitas arrecadadas pela empresa entre 2012 e 2018, avança o Público (acesso pago) nesta quarta-feira.

Os cálculos têm por base a informação dos relatório e contas da empresa, sendo que o jornal adianta que essas três transações não serão as únicas operações suspeitas que a justiça espanhola está a analisar.

Já no passado domingo, o jornal digital espanhol OKDiario tinha referido a existência de dois pagamentos de 35 mil euros, um feito em 2011 e outro em 2012, que terão tido António Vitorino como destinatário direto. Neste caso, as operações terão sido feitas por uma outra sociedade, a Aequitas Abogados y Consultores, que recebeu verbas avultadas diretamente da petrolífera venezuelana.

Ao todo, o ex-ministro português terá recebido pelo menos 325 mil euros das duas empresas espanholas, segundo consta em documentos oficiais da unidade de apoio da “Fiscalia” Especial contra a Corrupção e a Criminalidade Organizada, em Espanha.

António Vitorino, reiterou o teor da declaração que fez em janeiro, quando refutou “veementemente as insinuações” que o envolvem neste caso.

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