Cristina Casalinho admite antecipar execução do programa de financiamento

A presidente do IGCP explicou que Portugal pode fazer como Espanha, que na semana passada disse ainda não ter condições para fazer uma alteração formal e iria, por isso, acelerar o programa existente.

Portugal poderá vir a antecipar a execução do programa de financiamento para dar respostas às necessidades criadas pelo surto de Covid-19. Em entrevista à Rádio Observador, a presidente da Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública – IGCP, Cristina Casalinho, diz que ainda não há mudanças, mas que o país pode seguir as pisadas de Espanha e antecipar emissões de dívida.

“O calendário que está publicado neste momento ainda se mantém”, disse Casalinho, lembrando que na próxima semana será publicado o programa de financiamento de Portugal para o segundo trimestre do ano. Este já deverá considerar o momento que se vive, mas ainda é cedo para esperar grandes alterações.

A presidente do IGCP lembrou que, na semana passa, Espanha disse ainda não ter condições para fazer uma alteração formal e iria, por isso, acelerar o programa existente. “Neste momento, o que Portugal pode fazer é acelerar também o programa existente“, admitiu, à Rádio Observador.

Na prática, poderá significar um reforçar das emissões de dívida neste momento (em que as contas públicas precisam de capital para financiar as medidas de resposta ao surto) e uma diminuição no resto do ano.

O programa de financiamento para 2020 prevê a emissão de um total de 16,7 mil milhões de euros em OT. Parte deste valor será usado para reembolsar os 8.019 milhões de euros em OT que vão atingir as maturidades, enquanto os outros 8.698 milhões estavam previstos para fazer face às necessidades de financiamento do Estado.

“Neste momento, os planos são de manter o programa de financiamento ajustado às novas necessidades de financiamento, mas sobretudo seguindo aquilo que tem sido o exemplo de outros países. Dada a incerteza face às necessidades que a pandemia vai implicar nos orçamentos europeus estamos sobretudo a pensar numa aceleração dos programas e a ajustar ao longo do ano os mesmos para as necessidades que vão surgindo”, explicou Cristina Casalinho.

Os aumentos das emissões de dívida poderão servir para Portugal aproveitar o programa de emergência anunciado pelo Banco Central Europeu (BCE). A instituição liderada por Christine Lagarde lançou um Programa de Compras de Emergência Pandémica (PEPP, na sigla em inglês), que vai comprar 750 mil milhões em dívida pública e privada.

Este vai funcionar — pelo menos — até ao final de 2020 e as regras mais flexíveis do que as dos programas anteriores (que impunham limites do montante que podia ser comprado) permitem ao BCE comprar toda a dívida que um país emitir. A rede de segurança do BCE já serviu para acalmar os mercados.

Após uma subida dos juros da dívida a dez anos de Portugal para mais de 1,5% pela primeira vez em mais de um ano, as yields voltaram a recuar para os atuais 0,8%. “Desde há cerca de uma semana, o que vemos é que as taxas de juro têm flutuado, mas têm-se mantido contidas dentro de um intervalo mais baixo”, reconhece Cristina Casalinho.

(Notícia atualizada às 11h20)

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Von der Leyen deplora egoísmos nacionais na resposta à crise na UE

  • Lusa
  • 26 Março 2020

Para a presidente da Comissão Europeia, “uma crise sem fronteiras não pode ser resolvida colocando barreiras", que foi o que alguns Estados-membros fizeram, apontou.

A presidente da Comissão Europeia foi esta quinta-feira muito crítica do comportamento inicial de muitos Estados-membros na resposta à pandemia de covid-19, lamentando que Bruxelas tenha necessitado de intervir para garantir a solidariedade, face a comportamentos egoístas “sem sentido”.

Numa intervenção no Parlamento Europeu – num hemiciclo praticamente vazio, dado a grande maioria dos eurodeputados seguirem a sessão plenária desta quinta-feira remotamente desde os seus Estados-membros -, Ursula von der Leyen não poupou críticas à reação inicial de muitos países face à chegada da pandemia ao solo europeu e advertiu que os cidadãos e a própria História estão a “observar” o comportamento dos líderes, que a seguir terão de decidir que União querem, no pós-pandemia.

Von der Leyen começou por lembrar a forma súbita “como a vida mudou”, apontando que, “num abrir e fechar de olhos, um vírus que surge no outro lado do mundo torna-se uma pandemia mortífera com consequências trágicas, também na Europa”.

“De um dia para o outro, as nossas formas de vida mudaram. As nossas ruas esvaziaram-se. As nossas portas fecharam-se. E passámos da rotina quotidiana ao combate da nossa vida. Durante este período, assistimos a uma tragédia no coração da Europa de uma amplitude inimaginável há algumas semanas”, apontou.

Insistindo repetidamente que esta é uma crise perante a qual “apenas ajudando-nos uns aos outros podemos ajudar-nos a nós próprios”, a presidente do executivo comunitário notou então que, no entanto, “a história das últimas semanas é parcialmente dolorosa de contar”.

“Quando a Europa realmente precisou que olhássemos uns pelos outros, muitos inicialmente olharam apenas por si próprios. Quando a Europa realmente precisou de um espírito ‘todos por um’, muitos inicialmente deram uma resposta ‘apenas por mim’. E quando a Europa realmente precisou de provar que esta não é uma ‘União para o bom tempo’, muitos inicialmente recusaram-se a partilhar o seu guarda-chuva”, acusou.

A presidente da Comissão realçou que “uma crise sem fronteiras não pode ser resolvida colocando barreiras”, mas, “ainda assim, esse foi precisamente o primeiro reflexo que muitos países europeus tiveram”.

“Isto simplesmente não faz sentido, e contradiz fundamentalmente o espírito europeu. A livre circulação de bens e serviços é o nosso ativo mais forte e, muito francamente, o nosso único ativo para garantir que os fornecimentos podem chegar aonde são mais necessários. Não faz sentido que alguns países tenham decidido unilateralmente travar as exportações para outros no mercado interno”, prosseguiu, acrescentando que “foi por isso que a Comissão interveio quando alguns países bloquearam exportações de equipamento de proteção para Itália”.

Notando que “não foi preciso muito tempo até que alguns sentissem as consequências das suas próprias ações descoordenadas”, Von der Leyen sublinhou que foi por isso que, infelizmente, a Comissão se viu forçada a intervir. “Ao longo das últimas semanas tomámos medidas excecionais e extraordinárias para coordenar e tornar possível a ação que era necessária”, disse.

“Desde então, as coisas têm melhorado e os Estados-membros estão a começar a ajudar-se uns aos outros, e a si próprios”, acrescentou, sem no entanto baixar o tom das suas advertências.

Segundo Von der Leyen, quando “os pais e mães fundadores” do projeto europeu partiram das cinzas da II Guerra Mundial para criar uma união de povos e nações, “o seu objetivo era forjar uma aliança na qual a força mútua nascia da confiança mútua”, e “hoje, face a um inimigo invisível, esses valores fundamentais da União são postos à prova”.

“Neste momento, o nosso primeiro dever e prioridade é salvar vidas e proteger os meios de subsistência dos europeus. Mas chegará o dia – espero que num futuro não muito longínquo -, em que devemos olhar para o futuro e moldar em conjunto a recuperação. Devemos retirar lições e decidir que tipo de União Europeia queremos no futuro. Meus amigos, a História observa-nos. Façamos juntos a boa escolha, com um grande coração, e não com 27 pequenos”, concluiu.

O debate desta quinta-feira no Parlamento Europeu ocorre horas antes de uma nova cimeira de chefes de Estado e de Governo da UE, por videoconferência, na qual os 27 vão prosseguir as discussões sobre as respostas à crise provocada pela pandemia, cujo epicentro atual é a Europa.

O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou perto de 450 mil pessoas em todo o mundo, das quais morreram mais de 20.000. Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.

O continente europeu, com cerca de 240.000 infetados, é aquele onde está a surgir atualmente o maior número de casos, e a Itália é o país do mundo com mais vítimas mortais, com 7.503 mortos em 74.386 casos registados até hoje, seguida de Espanha, com 3.434 óbitos entre 47.610 casos de infeção.

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Petróleo cede ao vírus. Preço do barril cai 3%

As medidas globais de isolamento estão a causar um colapso sem precedentes na procura pela matéria-prima. Apesar dos estímulos orçamentais e monetários, o petróleo não consegue manter os ganhos.

A volatilidade nos preços do petróleo não pára. A matéria-prima desvaloriza esta quinta-feira, interrompendo três sessões de ganhos, com as restrições na circulação de pessoas por todo o mundo a pesarem no sentimento dos investidores.

Ainda não é certo qual o impacto do surto de Covid-19 na procura global por petróleo, mas a expectativa é negativa até porque, após a recuperação da saúde, o mundo deverá ter de lidar com uma recessão económica.

A perspetiva está a ser suficiente para ofuscar os estímulos económicos anunciados em vários países desenvolvidos, incluindo os dois biliões de dólares acordados nos EUA.

Neste cenário, o Brent de referência europeia desvaloriza 2,81% para 26,64 dólares por barril, enquanto o crude WTI perde 3,02% para 23,75 dólares. Ambos os contratos de futuros já caíram cerca de 60% este ano.

“Os mercados de petróleo receberam um impulso com as notícias do estímulo nos EUA, mas, na grande maioria a atividade continua sem direção, rodeada por um mar de petróleo”, refere Stephen Innes, estratega de mercado da AxiTrader, à Reuters. “As medidas globais de isolamento estão a levar a um colapso sem precedentes na procura de petróleo“, acrescentou.

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Testes rápidos que Espanha comprou à China não são fiáveis

O Governo espanhol comprou 340.000 testes rápidos ao coronavírus à China, mas vários laboratórios do país vizinho falam numa taxa de sensibilidade bastante abaixo do aceitável.

O Governo espanhol comprou 340.000 testes rápidos de rastreio ao coronavírus à China, mas estes não funcionam bem, revelam vários laboratórios de microbiologia do país vizinho ao El País (conteúdo em espanhol). Explicando que as características são diferentes das anunciadas, os especialistas falam numa taxa de sensibilidade de apenas 30%, bastante abaixo dos 80% aceitáveis, o que não permite apurar resultados confiáveis.

“Eles não detetam os casos positivos como seria de esperar”, disse uma fonte que participou no “teste” destes testes. Estes kits rápidos fabricados pela empresa chinesa Bioeasy, e que funcionam como os testes de gravidez, têm uma sensibilidade de apenas 30%. “Com esse valor não faz sentido usá-los”, disse outro microbiologista. Face a isto, todos concordam que terão de continuar a usar o teste atual.

Os testes usados pelos laboratórios espanhóis usam uma técnica molecular que deteta o RNA do vírus numa amostra de resíduos do nariz ou da boca. É uma técnica trabalhosa, que requer equipamentos específicos e o resultado demora até quatro horas, diz o El País.

Os testes rápidos, por sua vez, funcionam como os testes de gravidez, usando uma amostra semelhante, que é diluída e colocado num cartucho, que vai marcar uma linha se o resultado for positivo para coronavírus. O resultado demora entre dez a 15 minutos. Num vídeo partilhado no Twitter, o Instituto de Saúde Carlos III explica como funcionam estes testes rápidos.

O Governo espanhol comprou 340.000 destes testes rápidos, com o objetivo de testar os profissionais de saúde e idosos admitidos nas residências sénior. Esta quarta-feira foram encomendados mais 5,5 milhões de testes rápidos, mas desconhece-se se são do mesmo fabricante.

Em declarações ao El País, o Ministério da Saúde de Espanha confirmou os fracos resultados obtidos com estes testes rápidos. Um porta-voz do Instituto de Saúde Carlos III adiantou que foi “detetada uma sensibilidade que não corresponde à referida na ficha técnica”. Já foi decretado que estes fossem retirados do mercado.

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Infarmed apela à compra só em sites autorizados para evitar falsificações

  • Lusa
  • 26 Março 2020

Infarmed diz que “todo o cuidado é pouco” quando se trata de comprar medicamentos pela internet.

O Infarmed alerta para a possibilidade da existência de medicamentos falsificados na internet no âmbito da pandemia de Covid-19 e apelou aos consumidores para comprarem apenas em sites autorizados.

Nuns informação disponível no site, a Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde (Infarmed) lembra que “todo o cuidado é pouco” quando se trata de comprar medicamentos pela internet e diz que apenas se devem compra fármacos nos sites das farmácias e em locais de venda de medicamentos sem receita médica autorizados.

Para adquirir medicamentos de forma segura, o Infarmed aconselha a verificar a autenticidade da página clicando no logótipo e confirmando se está registada em www.infarmed.pt

O Infarmed lembra ainda que “não existem medicamentos autorizados para prevenir ou tratar de Covid-19” e recomenda a quem apresentar sintomas para contactar a Linha SNS 24 (808 24 24 24).

Em Portugal, onde vigora o estado de emergência até 2 de abril, há 43 mortes e 2.995 infeções confirmadas, segundo os dados mais recentes divulgados pela Direção-Geral da Saúde.

O coronavírus SARS-CoV-2, responsável pela covid-19, já infetou perto de 450 mil pessoas em todo o mundo, das quais morreram mais de 20.000.

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Nos admite três novos administradores após saídas no Luanda Leaks

Três administradores -- Jorge Brito Pereira, Mário Leite da Silva e Paula Oliveira -- tinham anunciado a saída, em janeiro, por terem sido implicados na investigação jornalística Luanda Leaks.

A Nos tem três novos membros do Conselho de Administração, após as saídas resultantes do Luanda Leaks. A empresa de telecomunicações revelou ao mercado a integração de Ana Rita Cernadas, Cristina Maria de Jesus Marques e José Carvalho de Freitas como vogais, até ao próximo ano.

“Na reunião de dia 23 de março de 2020, o Conselho de Administração deliberou (…) cooptar Ana Rita Cernadas, Cristina Maria de Jesus Marques e José Carvalho de Freitas para o exercício do cargo de vogais do Conselho de Administração para o mandato em curso (2019-2021)”, anunciou, em comunicado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

Três administradores — Jorge Brito Pereira, Mário Leite da Silva e Paula Oliveira — tinham anunciado a saída, em janeiro, por terem sido implicados na investigação jornalística Luanda Leaks, que expôs os esquemas financeiros de Isabel dos Santos.

A empresária angolana terá desviado mais de 100 milhões de euros em fundos públicos da Sonangol para uma sociedade offshore no Dubai, a Matter Business Solution, constituída por Brito Pereira e dirigida por Paula Oliveira. Mário Leite da Silva era considerado o “braço-direito” de Isabel dos Santos nos negócios suspeitos investigados pela imprensa.

Brito Pereira foi logo substituído no cargo de chairman por Ângelo Paupério, um histórico gestor da Sonae que passou a presidir ao conselho de administração da operadora. Agora, o Conselho de Administração recebe três novos vogais para preencher os lugares que estavam vagos no atual mandato.

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Rússia suspende voos internacionais a partir de sexta-feira

  • Lusa
  • 26 Março 2020

A suspensão aplica-se a todos os voos de entrada e saída do território russo, exceto os aparelhos fretados e que realizam ligações especiais de repatriamento de cidadãos russos.

A Rússia vai suspender todos os voos internacionais a partir da meia-noite desta sexta-feira (21h00 desta quinta-feira em Lisboa) de acordo com um decreto governamental sobre novas medidas de contenção da pandemia do coronavírus.

O decreto aplica-se a todos os voos de entrada e saída do território russo, exceto os aparelhos fretados e que realizam ligações especiais de repatriamento de cidadãos russos no estrangeiro. Até ao momento a Rússia já tinha reduzido de forma gradual as ligações aéreas internacionais.

O balanço oficial de Moscovo indica que no país 658 pessoas estão infetadas com o novo coronavírus e que dois pacientes morreram, um deles tinha 73 anos e o outro 88 anos de idade. O mesmo decreto faz entrar em vigor uma série de medidas anunciadas nos últimos dias, nomeadamente o encerramento de locais públicos.

O presidente russo, Vladimir Putin, num raro discurso transmitido na quarta-feira pela televisão, decretou uma licença de trabalho com o prazo de uma semana, por causa da pandemia, e anunciou o processo de adiamento da revisão da constituição.

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Vem aí um teste ao Covid-19 que demora apenas 10 minutos. Custa menos de um dólar

  • ECO
  • 26 Março 2020

Um instituto de pesquisa senegalês e uma empresa britânica estão a ultimar um kit de rastreio ao coronavírus que pode ser feito em casa, em cerca de dez minutos, e custa menos de um dólar.

À medida que vão aumentando os casos de coronavírus, urge a necessidade de fazer mais testes para perceber quem está ou não está infetado pelo Covid-19. Procurando responder à falta de testes disponíveis no mercado, um instituto de pesquisa do Senegal, DiaTropix, e a britânica Mologic, estão a desenvolver um kit de rastreio que pode ser feito em casa em dez minutos e é extremamente barato. Embora esteja a ser pensado para todo o mundo, a ideia é detetar casos em África.

É um kit de bolso e funciona como um teste de gravidez, diz o Financial Times (acesso condicionado, conteúdo em inglês). É composto por um teste que pode ser feito com saliva e outro que analisa os anticorpos no sangue. O resultado aparece em cerca de 10 minutos através de uma linha, se o teste der positivo para o coronavírus. O custo? Menos de um dólar (92 cêntimos).

Estamos a tentar fazer que com que [este kit] não seja uma oportunidade comercial. O teste será disponibilizado ao mesmo custo de produtos para locais com baixos rendimentos”, diz Joe Fitchett, diretor-médico da Mologic, citado pelo FT.

Apesar de o objetivo ser difundir o teste por todo o mundo, há um especial foco nos países africanos. Embora se registem apenas cerca de 2.400 casos em todo o continente, os especialistas acreditam que, devido aos fracos sistemas de saúde de lá, os países africanos podem vir a ser extremamente afetados.

O instituto senegalês DiaTropix é afiliado do Instituto Pasteur de Dakar, que criou uma das primeiras vacinas contra a febre-amarela. Com esta parceria, os dois institutos têm capacidade para produzir oito milhões de testes por ano. Este novo kit passará por um processo de validação esta quinta-feira e deverá ser lançado no mercado em junho.

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Vem aí uma “recessão profunda”. É esta a receita de Draghi para responder à crise

É preciso agir de forma massiva, abrangente e urgente. A mensagem do antigo presidente do Banco Central Europeu urge Estados a atuarem para evitar consequências ainda mais graves para a economia.

“Uma recessão profunda é inevitável”. O antigo presidente do Banco Central Europeu (BCE), Mario Draghi, não tem dúvidas sobre o impacto que o surto de Covid-19 vai ter na economia global. Num artigo de opinião publicado no Financial Times (acesso livre), o italiano — que é visto como o salvador do euro — deixa conselhos a Estados, bancos e empresas para enfrentar a nova crise.

“O desafio que enfrentamos é como agir com força e velocidade suficientes para prevenir que a recessão se transforme numa prolongada depressão, aprofundada por uma infinidade de falências que deixem danos irreversíveis”, alerta Draghi.

É preciso agir de forma abrangente e integrada porque “os custos da hesitação poderão ser irreversíveis“. É esta a receita de Mario Draghi para combater a crise económica gerada pelo coronavírus.

  • Governos, endividem-se para manter o emprego

Para o ex-banqueiro central, é “claro” que a resposta deve envolver um “significativo” aumento na dívida pública, considerando que os elevados níveis de endividamento público serão uma nova realidade. “A prioridade não pode ser apenas manter o rendimento básico de quem perca o emprego. Temos de proteger as pessoas de perderem os empregos“, defende.

  • E mobilizem todo o sistema financeiro

Sublinha que, para isso, é preciso apoiar a liquidez das empresas. Draghi acredita que as iniciativas já lançadas não são suficientes e afirma que é preciso uma abordagem mais abrangente. “A única forma eficiente de chegar de forma imediata a toda a economia é mobilizar todo o sistema financeiro“, diz Draghi, referindo-se a mercado de dívida, empréstimos bancários e até o sistema postal.

  • Bancos, emprestem dinheiro a custo zero

Os bancos, em particular, têm a capacidade de chegar a toda a economia e “podem criar dinheiro de forma instantânea” através de linhas de crédito. “Os bancos devem rapidamente emprestar fundos a custo zero às empresas preparadas para salvar empregos”, diz, acrescentando que “o custo das garantias não deve ter por base o risco de crédito da empresa, mas deve ser zero, independentemente do custo de financiamento do Governo que as emite”. O italiano sublinha que a regulação não deverá ser um entrave.

  • Credores, perdoem dívida às empresas

Draghi alerta, no entanto, que não basta que o dinheiro seja barato pois é necessário que as empresas consigam recuperar. E, de forma realista, considera que há empresas que apenas conseguirão absorver o choque da paralisação se beneficiarem de perdão de dívida. Assim, ou os Governos compensam os credores ou estes vão, eles próprios, entrar em dificuldades. Os Estados terão de absorver perdas significativas e as dívidas públicas irão aumentar, mas a alternativa — uma destruição permanente da capacidade produtiva — teria consequências muito piores para a economia, acrescenta Draghi.

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Sócrates defende dívida europeia contra o vírus. Alerta para erros da crise anterior

Antigo primeiro-ministro defende "prioridade à questão sanitária, custe o que custar à economia". Depois, é preciso que a Europa se una para evitar o que aconteceu na crise anterior.

José Sócrates aplaude a atuação dos vários governos europeus na resposta à crise sanitária que está a ser vivida. O primeiro-ministro que levou o país à bancarrota e foi obrigado a pedir uma intervenção externa da troika diz agora, num artigo de opinião publicado no Expresso, que está a haver frieza dos líderes, focando-se na emergência social. Contudo, o ex-primeiro-ministro alerta para a emergência económica que aí vem, pedindo uma resposta comum à Europa, ao contrário do que aconteceu enquanto comandou o Executivo português até 2011.

“A Europa está agora no centro da pandemia. Pese embora a tragédia dos números nalguns países e as compreensíveis hesitações iniciais, os governos europeus parecem estar a agir com cabeça fria”, diz Sócrates. “Primeiro, prioridade à questão sanitária, custe o que custar à economia“, defende o antigo governante, agora arguido na Operação Marquês.

“Enquanto isto, na frente da emergência económica, a União Europeia hesita”, alerta Sócrates, depois de afirmar que a situação atual lhe dá “uma certa sensação de dejávu“. Uma declaração para justificar o que sucedeu em 2011.

“Sim, o banco central garantiu a indispensável liquidez. No entanto, as indispensáveis medidas de proteção social e de defesa da sobrevivência empresarial são deixadas a cada um dos países que não esqueceram a lição de 2008 e temem ser deixados sós a meio caminho. Sabem que mais tarde serão entregues a um mercado de dívida pública que os visará um a um“, nota.

“A única forma de evitar essa armadilha é assumir essa divida à escala europeia, havendo varias formas de o fazer”, aponta Sócrates, numa altura em que António Costa assina uma carta, juntamente com outros líderes europeus, a pedir que se avance com as Coronabonds. Alemanha e Holanda estão contra.

Sócrates diz que a “questão política central e urgente é se enfrentamos esta tempestade juntos ou cada um por si”. É neste sentido que diz que a Europa “tem aqui a sua segunda oportunidade. Francamente, não sei se terá outra. E estou a medir as palavras”.

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Revista de imprensa internacional

  • ECO
  • 26 Março 2020

No dia em que o BCE anuncia que vai comprar toda a dívida emitida devido ao coronavírus, Donald Trump defende que os negócios devem ser retomados na Páscoa.

O mundo continua a ser marcado pelo coronavírus, em todos os aspetos. A principal notícia do dia vem da parte do BCE, que anunciou que vai comprar toda a dívida emitida devido a esta pandemia. E exatamente para combatê-la, está a ser testado um kit de rastreio que pode ser feito em casa, em menos de dez minutos, e com um custo inferior a um euro. Mas se uns preveem um futuro difícil devido ao coronavírus, Donald Trump acredita que, na Páscoa, o cenário já terá melhorado.

El Economista

BCE vai comprar toda a dívida emitida por causa do vírus

O Banco Central Europeu mudou as “regras do jogo” para responder à crise provocada pelo vírus. Ao contrário de anteriores programas de compra de ativos, nomeadamente dívida pública, no PEPP, criado especificamente para a pandemia, a autoridade monetária da Zona Euro vai poder comprar toda a dívida emitida por cada país com este fim, mesmo que isso o leve a ficar com mais de um terço da dívida desse Estado. Leia a notícia completa no El Economista (acesso livre, conteúdo em espanhol)

Reuters

Trump quer retomar “negócios” nas Páscoa

Donald Trump quer que os Estados Unidos voltem aos negócios na Páscoa, defendendo que, nessa altura, muitos dos esforços que estão a ser feitos atualmente para combater o coronavírus já não serão necessários. Contudo, há quem discorde. A Câmara do Comércio, a Federação Nacional de Retalho e a Associação Nacional de Restauração estão menos otimistas, e muito preocupados, continuando a pedir aos norte-americanos para ficarem em casa o máximo de tempo possível. Leia a notícia completa na Reuters (acesso livre, conteúdo em inglês)

Financial Times

Teste que deteta coronavírus em menos de dez minutos? Está a ser testado

O diaTropix, um instituto de pesquisa do Senegal, e a britânica Mologic estão a testar um teste de rastreio ao coronavírus que demora apenas dez minutos para detetar o vírus e custa menos de um dólar (92 cêntimos). Funciona como uma espécie de teste de gravidez que poderá ser feito em casa e está pensado para salvar vidas nos países que lutam contra a pandemia, principalmente em África. O teste passará por um processo de validação esta quinta-feira e poderá ser lançado até junho. Leia a notícia completa no Financial Times (acesso condicionado, conteúdo em inglês)

Expansión

Repsol mantém dividendo, mas corta despesa com compra de ações

Face ao surto de coronavírus, a Repsol preparou um plano de contingência com o objetivo de evitar despedir trabalhadores. Assim, embora mantenha o dividendo que tem pago até ao ano passado, avaliado em um euro por ação, a empresa vai reduzir o investimento previsto, desistindo da recompra de até 5% do capital, uma operação avaliada em cerca de mil milhões de euros. Leia a notícia completa no Expansión (acesso livre, conteúdo em espanhol)

Bloomberg

Empresa chinesa de saúde que começou agora a vender máscaras lança IPO

O Tycoon Group, fabricante chinês de medicamentos e suplementos de saúde, começou recentemente a produzir máscaras cirúrgicas e outros produtos, e já está pronto para lançar um IPO esta quinta-feira, em Hong Kong. O Grupo é, atualmente, uma das “principais opções antiepidémicas” e quer arrecadar cerca de 52 milhões de dólares (48 milhões de euros). Leia a notícia completa na Bloomberg (acesso condicionado, conteúdo em inglês)

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BCE vai comprar toda a dívida emitida pelos países do euro por causa do vírus

Depois de anunciar um programa de compra de dívida de 750 mil milhões de euros, o BCE veio revelar que este novo pacote não terá limites à compra de títulos emitidos por um só país.

O Banco Central Europeu mudou as “regras do jogo” para responder à crise provocada pelo vírus. Ao contrário de anteriores programas de compra de ativos, nomeadamente dívida pública, no PEPP, criado especificamente para a pandemia, a autoridade monetária da Zona Euro vai poder comprar toda a dívida emitida por cada país com este fim, mesmo que isso o leve a ficar com mais de um terço da dívida desse Estado.

Depois de falhar o alvo na reunião de política monetária habitual, Lagarde voltou atrás. Apresentou, menos de uma semana depois, uma “bazuca” de 750 ml milhões de euros destinada a combater os efeitos económicos provocados pela pandemia. O disparo foi bem recebido, mas o entusiasmo contido.

No anterior programa de compra de dívida, o BCE estava limitado a adquirir 33% do valor total da dívida de cada país, o que limitava o alcance desta nova “bazuca”. Limitava, mas já não o faz. É que à última hora, Lagarde veio revelar que, agora, não há limites.

Ou seja, o BCE está disponível para comprar todos os títulos que os países venham a emitir de forma a obterem os fundos necessários para ajudar a economia numa altura em que vários países do euro estão parados, com milhões de cidadãos em isolamento profilático como forma de travar a propagação do vírus.

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