Bolsas europeias interrompem ganhos. PSI-20 recua 1,5%

Ao terceiro dia, as bolsas europeias voltaram a negociar em terreno negativo. A perspetiva de uma recessão causada pela pandemia de Covid-19 continua a pesar no sentimento dos investidores.

A recuperação das ações europeias durou apenas duas sessões e, à terceira, as principais praças voltaram a negociar em “terreno” negativo. Com a perspetiva de uma recessão a continuar a pesar no sentimento dos investidores, as principais praças corrigem. O português PSI-20 cede 1,5% para 3.923,72 pontos.

“Em condições normais, poderíamos arriscar que o fecho positivo de ontem [quarta-feira] criaria condições bastante favoráveis para a ocorrência de uma recuperação. No entanto, a unicidade da atual conjuntura, leva-nos a uma postura mais prudente“, dizem os analistas do BPI, numa nota de research sobre a abertura da sessão.

Apesar de não ter havido grandes razões para a inversão no sentimento, as bolsas europeias — que tinham sido impulsionadas pelos estímulos orçamentais e monetários anunciados — seguem no vermelho. O Stoxx 600 cede 1,79%, o alemão DAX tomb 2,06%, o francês CAC 40 perde 2,16%, o espanhol IBEX 35 desvaloriza 2,32% e o britânico FTSE 100 recua 2,38%.

“Embora os fatores microeconómicos tenham perdido a sua tradicional importância em virtude da pandemia, é sempre proveitoso ir acompanhando a atividade das empresas cotadas, pois quando a situação normalizar, esses fatores reconquistarão a sua relevância“, referem, apontando para os resultados da REN.

Os lucros da elétrica subiram 2,8% para 119 milhões de euros em 2019, mais 5,2 milhões em comparação com 2018, segundo informações divulgadas esta quarta-feira após o fecho da sessão. Em reação, os títulos da empresa estão entre os poucos que valorizam no PSI-20: somam 0,7% para 2,205 euros.

Em sentido contrário, as restantes cotadas do setor da energia estão entre as maiores perdas: a EDP Renováveis perde 2,05%, a EDP recua 1,75% e a Galp Energia cede 0,56%. Ainda assim, a cotada que mais cai é a Nos, com um tombo de 3,66% para 3,052 euros.

(Notícia atualizada às 08h20)

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Hospitais privados reclamam ao Estado “pagamento imediato” de dívidas

  • ECO
  • 26 Março 2020

Os hospitais privados estão a exigir o pagamento das dívidas que o Estado tem em atraso. O Ministério da Defesa Nacional admite que tem por liquidar 60 milhões de euros.

Na altura em que o país entrou na fase de mitigação da pandemia, chamando os hospitais privados para o combate ao vírus, estes estão a pedir ao Estado que liquide o pagamento das dívidas que tem em atraso para com estas unidades hospitalares, avança o Público. O montante diz respeito a vários anos de serviços prestados, sendo que o Ministério da Defesa Nacional reconhece que tem em dívida cerca de 60 milhões de euros.

Numa carta enviada por email pela Associação Portuguesa de Hospitalização Privada (APHP) ao Ministério da Saúde, ADSE e ao Instituto de Ação Social das Forças Armadas (IASFA), é pedido que se proceda ao “pagamento imediato” das dívidas. A associação fala do impacto do coronavírus e afirma que é “é absolutamente essencial que neste momento o Estado assuma as suas responsabilidades financeiras”.

O Ministério da Defesa Nacional, que tutela a IASFA, adiantou ao Público que “o montante global da dívida aos prestadores privados (…) ascende a cerca de 60 milhões de euros, dos quais cerca de 93% se referem a dívida contraída, na sua maioria, em anos anteriores”. Mas afirmou que está a “decorrer um processo negocial” com os maiores hospitais privados do país.

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Hoje nas notícias: Aeroporto, hospitais e festivais

  • ECO
  • 26 Março 2020

Dos jornais aos sites, passando pelas rádios e televisões, leia as notícias que vão marcar o dia.

Numa altura em que o país entra na fase da mitigação da pandemia, as Forças Armadas estão preparadas para uma intervenção mais forte a nível nacional. Ao mesmo tempo que os hospitais privados já começaram a exigir o Estado o “pagamento imediato” das dívidas em atraso que, dizem, ascendem a vários milhões de euros. E esta crise do coronavírus está ainda a deixar em risco tanto os festivais de verão como o aeroporto do Montijo.

Covid-19 deixa aeroporto do Montijo em “standby”

O Governo e a ANA – Aeroportos de Portugal não desistiram do projeto do aeroporto complementar do Montijo, mas não estão a avançar no processo. O surto de Covid-19 deixou a expansão do aeroporto em standby, não tendo sido pedida a apreciação prévia de viabilidade ou marcada a reunião entre Governo e autarcas. Leia a notícia completa no Jornal de Negócios (acesso pago)

Hospitais privados pedem “pagamento imediato” de dívidas

A Associação Portuguesa de Hospitalização Privada (APHP) pediu ao Ministério da Saúde, à ADSE e ao Instituto de Ação Social das Forças Armadas (IASFA) que procedam ao “pagamento imediato” das dívidas em atraso relacionadas com a prestação de serviços feitas pelos hospitais privados a estas entidades. Em causa estão dívidas de vários milhões de euros, isto numa altura em que estas entidades são chamadas a responder ao Covid-19. “Os hospitais privados são uma das áreas que mais têm sido penalizadas com os atrasos nos pagamentos do Estado”, refere o email enviado pela APHP. Leia a notícia completa no Público (link indisponível)

Forças Armadas a postos para uma intervenção mais forte

Com a entrada do país na fase de mitigação, segundo várias fontes policiais e militares, está a ser preparada uma intervenção mais forte das Forças Armadas, no caso de haver uma rutura de capacidades da GNR e da PSP. Nesta fase de mitigação da pandemia, o nível de prontidão dos agrupamentos sanitários e a capacidade de emergência serão reforçados, começarão a ser instalados mais módulos de hospitais de campanha e há instalações militares preparadas em várias unidades do país para receber doentes infetados menos graves. Leia a notícia completa no Diário de Notícias

Pandemia deixa festivais de música em risco

O surto de coronavírus está também a ter impacto na cultura, pondo em risco os vários festivais marcados para o verão, sobretudo em maio e junho. A organização do North Music Festival diz estar a “equacionar todos os cenários”, enquanto o Primavera Sound vai decidir até ao final deste semana o que fazer. Já os responsáveis pelo Rock In Rio dizem ter “todas as equipas operacionais”, mas sempre com as recomendações de segurança. Leia a notícia completa no Correio da Manhã

São Bento em serviços mínimos até nova ordem

Não há planos para fechar o Parlamento devido ao surto de Covid-19, mas a pandemia está a obrigar a medidas de prevenção. A Assembleia da República vai continuar a funcionar, com um quórum flutuante de 116 deputados, que podem não estar todos no plenário no momento de votar. Até novas ordens, irá cumprir apenas serviços mínimos. Leia a notícia completa no Jornal de Notícias (link indisponível)

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Covid-19 põe aeroporto do Montijo em “standby”

  • ECO
  • 26 Março 2020

Enquanto a ANA não pediu apreciação prévia de viabilidade, enquanto o Governo ainda não marcou encontro com autarcas contra a infraestruturas. Culpa é do Covid-19.

O Governo e a ANA – Aeroportos de Portugal não desistiram do projeto do aeroporto complementar do Montijo, mas não estão a avançar no processo. O surto de Covid-19 deixou a expansão do aeroporto em standby, segundo noticia esta quinta-feira o Jornal de Negócios (acesso pago).

O próximo passo é o pedido de apreciação prévia de viabilidade. A ANA ainda não entregou este documento à Autoridade Nacional de Aviação Civil (ANAC), segundo o jornal. “Até ao momento não deu entrada na ANAC qualquer pedido de apreciação prévia de viabilidade para a referida infraestrutura pelo requerente ANA – Aeroportos de Portugal”, confirmou fonte oficial do regulador da aviação civil ao Negócios.

Por outro lado, a reunião técnica entre o Governo e os autarcas que estão contra a construção do aeroporto no Montijo também não foi marcada. O encontro entre os dois responsáveis dos municípios e o primeiro-ministro foi acordado na semana passada, mas ainda não aconteceu devido à atual situação de Estado de Emergência no país.

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Europa tenta resposta comum à crise do Covid-19. Hoje há cimeira virtual

  • Lusa
  • 26 Março 2020

É a terceira cimeira virtual de líderes europeus no espaço de três semanas para concertar a resposta da União Europeia aos mais diversos níveis à crise provocada pela pandemia.

Os chefes de Estado e de Governo da União Europeia realizam esta quinta-feira um novo Conselho Europeu por videoconferência para discutir a resposta conjunta à pandemia de Covid-19, com Portugal e outros países a defenderem ações ainda mais robustas.

Substituindo o tradicional Conselho Europeu da primavera que deveria realizar-se entre esta quinta e sexta-feira em Bruxelas, esta é a terceira cimeira virtual de líderes europeus no espaço de três semanas para concertar a resposta da União Europeia aos mais diversos níveis à crise provocada pela pandemia, cujo epicentro atual é a Europa, depois daquelas celebradas em 10 e 17 de março.

Com as economias europeias já a sofrerem os choques do confinamento generalizado decretado nos Estados-membros da UE, alguns países reclamam medidas ainda mais ambiciosas ao nível europeu, e, ‘antecipando’ as discussões de hoje, o primeiro-ministro António Costa e oito outros chefes de Estado e de Governo escreveram na quarta-feira ao presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, a defender a implementação de um instrumento europeu comum de emissão de dívida para enfrentar a crise provocada pelo Covid-19.

Na missiva, os chefes de Estado e de Governo de Portugal, França, Itália, Espanha, Bélgica, Luxemburgo, Irlanda, Grécia e Eslovénia defendem que, face à gravidade da situação, além das medidas já tomadas, é necessário avançar para “um instrumento comum de dívida, emitida por uma instituição europeia, para angariar fundos no mercado na mesma base e em benefício de todos os Estados-membros”.

De acordo com os nove líderes europeus, tal instrumento asseguraria “um financiamento a longo prazo estável para as políticas necessárias para fazer face aos danos causados por esta pandemia”, nas mesmas condições para todos os Estados-membros.

Na sua opinião, os argumentos em favor de um instrumento comum de emissão de dívida são “fortes”, já que todos os países estão a enfrentar “um choque externo simétrico, pelo qual nenhum país é responsável, mas cujas consequências negativas são sofridas por todos”.

No entanto, na reunião do Eurogrupo celebrada na terça-feira à noite, por videoconferência, os ministros das Finanças europeus, sem excluírem a eventual mutualização da dívida, privilegiaram a possibilidade de ativar uma linha de crédito do Mecanismo Europeu de Estabilidade (MEE).

A ideia, entretanto também transmitida por carta enviada na quarta-feira pelo presidente do Eurogrupo, Mário Centeno, a Charles Michel, passaria por o MEE, o fundo de resgate permanente da zona euro, disponibilizar uma linha de crédito específica para todos os Estados-membros, que poderiam receber imediatamente fundos num montante equivalente a 2% do seu Produto Interno Bruto (PIB) para medidas de combate ao novo coronavírus.

Além do ângulo económico, e de outras questões relacionadas com a crise provocada pelo novo coronavírus, tais como as consequências da reintrodução de fronteiras no funcionamento do mercado único e os problemas de escassez ao nível de equipamentos clínicos e de proteção, os 27 deverão discutir hoje com os presidentes do Conselho e da Comissão Europeia as ‘lições’ que devem ser retiradas da crise em curso e o caminho a seguir quando for restabelecida a normalidade.

Nesse contexto, os 27 deverão mandatar a Comissão de Ursula von der Leyen para preparar um ‘roteiro’, acompanhado de um plano de ação.

Na carta dirigida a Charles Michel, António Costa e os outros oito líderes europeus defendem também que é necessário começar a trabalhar no “day after” (o dia seguinte) e refletir sobre como melhor organizar as economias transfronteiriças, as cadeias de valor globais, setores estratégicos, sistemas de saúde e projetos e investimentos comuns europeus.

“Se queremos que a Europa amanhã viva à altura das aspirações do seu passado, precisamos de atuar hoje e preparar o nosso futuro comum. Abramos este debate agora e sigamos em frente, sem hesitação”, argumentam.

A cimeira terá início às 15h00 de Lisboa.

O novo coronavírus, responsável pela pandemia de Covid-19, já infetou perto de 450 mil pessoas em todo o mundo, das quais morreram mais de 20.000.

Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia, cujo epicentro atual é a Europa, sendo neste momento Itália e Espanha os países do mundo com mais vítimas mortais a registar.

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Senado dos EUA aprova gigantesco plano de ajuda económica

  • Lusa
  • 26 Março 2020

Plano histórico dos EUA está avaliado em dois biliões de dólares (1,8 biliões de euros). Intenção é aliviar uma economia que está a evoluir para uma recessão.

O Senado norte-americano aprovou um plano histórico de dois biliões de dólares (1,8 biliões de euros) de apoio à primeira economia mundial, asfixiada pela pandemia de Covid-19.

Apoiado pelo Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e após difíceis negociações entre os senadores e a Casa Branca, o texto foi adotado com o apoio de democratas e republicanos.

Este plano tem ainda de ser aprovado pela Câmara dos Representantes, controlada pelos democratas, na sexta-feira, antes de ser promulgado por Trump.

A intenção é aliviar uma economia que está a evoluir para uma recessão, ou pior, e uma nação que enfrenta um custo pesado de uma infeção que já provocou 20 mil mortes a nível mundial.

O secretário do Tesouro, Steven Mnuchin, questionado sobre qual o período de tempo que a economia se manteria à tona de água (sem entrar em recessão), graças às medidas, respondeu: “Antecipamos três meses. Mas esperamos que não vamos precisar disto [as medidas] tanto tempo”.

A evidenciar a dimensão do conjunto de meios envolvidos, o financiamento das medidas é igual a metade do orçamento anual federal.

O novo coronavírus, responsável pela pandemia de covid-19, já infetou perto de 450 mil pessoas em todo o mundo, das quais morreram mais de 20.000.

Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.

O continente europeu, com cerca de 240.000 infetados, é aquele onde está a surgir atualmente o maior número de casos, e a Itália é o país do mundo com mais vítimas mortais, com 7.503 mortos em 74.386 casos registados até hoje.

Os países mais afetados a seguir à Itália, Espanha e China são o Irão, com 2.077 mortes num total de 27.017 casos, a França, com 1.331 mortes (25.233 casos), e os Estados Unidos, com 827 mortes (mais de 60.000 casos).

O continente africano registou 69 mortes devido ao novo coronavírus, ultrapassando os 2.631 casos.

Vários países adotaram medidas excecionais, incluindo o regime de quarentena e o encerramento de fronteiras.

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Bruxelas flexibiliza “regra da guilhotina” com ameaça do vírus

Como os fundos vão poder ser utilizados de forma inédita em áreas que não são normalmente financiáveis, Bruxelas não abdica das obrigações de execução anual ditadas pela regra N+3.

A Comissão Europeia não vai deixar cair, este ano, a “regra da guilhotina” que obriga os Estados membros a ter um determinado nível de execução dos apoios comunitários todos os anos, mesmo com a pandemia do coronavírus que ameaça a economia europeia e mundial de um recessão profunda. Mas será flexível.

A regra do N+3 não vai ser alterada“, avançou ao ECO fonte oficial do gabinete da comissária europeia da Coesão e Reformas, Elisa Ferreira. “Mas, naturalmente, que a Comissão Europeia interpretará com flexibilidade os atrasos na execução dos fundos estruturais que decorram desta situação”, acrescentou.

A regra do N+3 não vai ser alterada. Mas, naturalmente, que a Comissão Europeia interpretará com flexibilidade os atrasos na execução dos fundos estruturais que decorram desta situação.

Fonte oficial do gabinete de Elisa Ferreira

A regra do N+3, mais conhecida por “regra da guilhotina”, obriga a que, por exemplo no caso de Portugal, cada programa operacional tenha de dividir a sua dotação por sete (correspondente ao número de anos do quadro comunitário) e é esse o valor que é necessário executar três anos depois. Caso não o consigam cumprir, o montante remanescente tem de ser devolvido a Bruxelas. Portugal nunca teve de devolver dinheiro a Bruxelas — a não ser ao nível das pescas e da agricultura — e 2019 não foi diferente.

A ausência de flexibilidade por parte da Comissão Europeia prende-se com o facto de a Comissão permitir agora que os fundos possam ser usados em áreas que anteriormente estavam interditas. “Recordamos que, no quadro das medidas relativas ao Covid-19 propostas pela Comissão, os fundos vão poder ser utilizados de forma inédita em áreas que não são normalmente financiáveis, como medicamentos e equipamentos na área da saúde, apoios às PME para que tenham liquidez para pagar salários e outras despesas urgentes, cofinanciando esquemas de redução do tempo de trabalho de forma a reduzir o impacto da baixa ou nenhuma atividade económica nos salários dos trabalhadores e na tesouraria das empresas”, explicou fonte oficial do gabinete de Elisa Ferreira, recordando o pacote de medidas anunciadas pela presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, no início do mês.

Perante esta flexibilidade e a dimensão da pandemia, alguns Estados membros até terão mais facilidade em executar as verbas que estavam adstritas ao ano de 2020, sem ter o “colete de forças” que as regras comunitárias impõem em termos de elegibilidade de despesa.

Portugal terminou o ano de 2019 com a meta cumprida e superada já que todos os programas operacionais suplantam a meta de dinheiro que tinham de investir em 2019. A fasquia ficou acima de 130%, o que significa que parte dos 3,9 mil milhões de euros que Portugal tem de executar este ano (2020) já estão assegurados.

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5 coisas que vão marcar o dia

Conselho Europeu reúne no dia em que o Banco de Portugal divulga boletim económico com projeções. INE mostra evolução das rendas das casas no segundo semestre de 2019 e acionistas da EDPR reúnem-se.

A pandemia do Covid-19 volta a marcar a agenda nesta quinta-feira, com o Conselho Europeu a reunir-se, devendo estar em cima da mesa a discussão sobre a suspensão das regras orçamentais. Já o Banco de Portugal divulga o boletim económico com projeções, enquanto os acionistas da EDP Renováveis reúnem-se excecionalmente em Oviedo devido ao coronavírus. Será ainda conhecida a evolução das rendas das casas por zonas do país no segundo semestre do ano passado.

Reunião do Conselho Europeu

O Conselho Europeu reúne-se esta quinta-feira, devendo estar em cima da mesa a discussão sobre a proposta da Comissão Europeia de suspender as regras orçamentais para que os países possam enfrentar a crise económica provocada pelo coronavírus. Os Estados-membros — provavelmente neste Conselho Europeu — terão de dar o seu aval a esta decisão.

Banco de Portugal divulga boletim económico

Esta quinta-feira, o Banco de Portugal divulga o seu boletim económico, documento em que faz uma análise da economia portuguesa e sobre questões relevantes de política económica. O boletim que será divulgado este mês reúne especial relevância, por ocorrer num período marcado pela crise da pandemia do Covid-19 e por prever a divulgação de projeções detalhadas da instituição liderada por Carlos Costa para o ano corrente e os dois próximos anos.

Quantos casos e vítimas do Covid-19?

A DGS volta a atualizar os números relativos à pandemia do novo coronavírus em Portugal. Os últimos dados contabilizam 43 mortes e quase 3.000 casos confirmados de infeção pelo vírus.

Como evoluíram as rendas das casas na segunda metade de 2019?

O Instituto Nacional de Estatística divulga dados sobre a evolução das rendas das casas por zonas do país referentes ao segundo semestre do ano passado. Na primeira metade do ano, as rendas da habitação subiram 9,2% para uma média nacional de cinco euros por metro quadrado. Mas houve 37 municípios com valores bastante acima da média, enquanto o valor do metro quadrado em Lisboa ficou em mais do dobro da média do país.

Acionistas da EDP Renováveis reúnem em assembleia

Após a apresentação das contas, a EDP Renováveis reúne os seus acionistas em assembleia Geral, mas em circunstâncias extraordinárias. A empresa liderada por Manso Neto deslocou de Madrid para a cidade de Oviedo a reunião por causa do surto do coronavírus em Espanha, tendo recomendado que os acionistas exerçam os seus direitos “da maneira mais segura possível”, nomeadamente por meio de representação e votação remota.

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Carlos Silva, da UGT: “Trabalho desde os 17 anos e é a primeira vez que estou confinado à minha casa”

Desde 2013 que Carlos Silva é secretário-geral da UGT, mas esta é a primeira vez que, confinado à sua casa, está a gerir a central sindical à distância. E há constrangimentos, confessa.

A pandemia de coronavírus provocou uma “alteração draconiana” na rotina do secretário-geral da União Geral de Trabalhadores (UGT). Antes, Carlos Silva dividia os seus dias entre a sede da central sindical que dirige, visitas a empresas e deslocações ao estrangeiro; e agora, confinado à sua casa, gere todo o trabalho à distância, reconhecendo constrangimentos nessa nova realidade.

O sindicalista é um dos muitos portugueses que estão a trabalhar a partir de casa e é mais um dos entrevistados da nova rubrica diária do ECO Gestores em Teletrabalho.

“Estou em contacto permanente via telemóvel e via mail com os meus dirigentes, com os meus sindicatos e também com os trabalhadores da UGT, que estão em teletrabalho. É uma rotina que completamente alterou a minha vida e julgo que a da generalidade dos portugueses”, sublinha Carlos Silva.

O líder da UGT explica que este regime remoto transformou o trabalho em equipa em trabalho feito de forma individualizada que depois partilha com a equipa, notando ainda assim “uma grande colaboração e disponibilidade” de todos os que trabalham na central sindical.

Ainda assim, Carlos Silva admite “alguns constrangimentos” neste modelo de trabalho remoto, sobretudo ligados à “ausência da presença”. “Trabalho desde os 17 anos e esta é a primeira vez que estou confinado à minha casa e a tentar gerir as coisas à distância. É esse o grande constrangimento”, diz. E apesar de toda a tecnologia já disponível, o sindicalista frisa que “não é a mesma coisa”.

“Função da UGT é acalmar os ânimos”

Ainda que estejam em teletrabalho, os membros da UGT — incluindo o seu secretário-geral — continuam a acompanhar toda a “produção legislativa que tem sido feita pelo Governo e pelo Presidente da República”, registando as “muitas perguntas” que os sindicatos desta central sindical lhe têm feito chegar, garante Carlos Silva.

Ao ECO, o sindicalista a afirma que a função da UGT, neste momento, é “acalmar os ânimos” e “dizer aos trabalhadores que tudo se há-de resolver” com as dúvidas que vão sendo suscitadas a serem gradualmente respondidas.

Ainda assim, o líder da UGT diz estar preocupado com os efeitos desta pandemia no mercado de trabalho, já que este surto de coronavírus pode deixar muitos trabalhadores em “situações graves”. Isso mesmo já tinha salientado a Organização Internacional do Trabalho (OIT), que estima, em todo o mundo, poderão ser eliminados quase 25 milhões de empregos à boleia desta crise, atirando muitos outros para a precariedade.

Assim, Carlos Silva defende que o Executivo de António Costa deve encontrar “junto da Comissão Europeia e das instâncias internacionais” apoios financeiros “para alocar às empresas”, de modo a assegurar a manutenção dos postos de trabalho.

Três mil milhões para as empresas? “Não vai chegar”

O Governo já anunciou mais quatro linhas de crédito no valor total de três mil milhões para as empresas que estejam a ser afetadas por esta pandemia de coronavírus, “um sinal importante sobretudo para o turismo, restauração e indústria”, considera Carlos Silva.

Apesar do elogio, o líder da UGT coloca-se ao lado dos empresários e diz estar convencido que “não vai chegar”, lembrando sempre que, além disso, o Executivo precisa de reforçar as medidas para apoiar as famílias e os trabalhadores.

Ainda assim, Carlos Silva admite: “Aplaudimos e registámos de forma muito positiva toda a atuação do Governo no acompanhamento dessa situação”. Da parte da UGT, o secretário-geral quer dar o exemplo, tendo colocado os 35 trabalhadores da central sindical a trabalhar a partir de casa e prometendo-lhes salários por inteiro, incluindo o subsídio de refeição, apesar das dúvidas que assombram esse apoio.

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Supermercados, alojamentos e refeições. Há condições especiais para médicos, enfermeiros, polícias e bombeiros

Os profissionais de saúde estão na linha da frente no combate ao vírus e não têm mãos a medir para o que aí vem, por isso estão a ser criadas condições especiais para eles.

Os profissionais de saúde, como médicos, enfermeiros ou auxiliares, estão na linha na frente do combate ao novo coronavíus em Portugal. Por isso, estão a ser criadas condições especiais exclusivamente para eles, como gesto de agradecimento pelo papel que estão a desempenhar.

Desde horários exclusivos de atendimentos nos supermercados a alojamento e refeições gratuitas, conheça as iniciativas organizadas por diversas empresas e até pela sociedade civil.

Supermercados com horários exclusivos para profissionais de saúde

O retalho foi um dos primeiros setores a criar condições especiais para os profissionais de saúde. O Lidl, Mini Preço, El Corte Inglés, Intermarché e Aldi criaram horários de atendimento exclusivos para profissionais de saúde, bem como, para forças de segurança pública, bombeiros e proteção civil. As compras para estes clientes específicos podem ser feitas antes do horário de abertura ou após o fecho, variando de supermercado para supermercado. Mas para isso é necessário que cada profissional apresente um documento que o identifique.

Além disso, a Mercadona e o Auchan alargaram o atendimento prioritário, que, segundo a lei é destinado para idosos, grávidas, pessoas portadoras de deficiência e pessoas com bebés de colo, para estes grupo de profissionais.

Há quem esteja a disponibilizar habitações

Dado o aumento de casos confirmados em território nacional, há já vários médicos e enfermeiros que estão a evitar ir para casa, por forma a não contaminarem os seus familiares. Nesse sentido, o Olx decidiu, em parceria com a uppOut, criar uma plataforma que tem por objetivo ligar pessoas que tenham uma habitação vazia nas proximidades dos hospitais e que as queiram disponibilizar aos profissionais de saúde que precisem de um espaço para descansar, sem colocarem em risco a saúde dos familiares.

Enquanto marca não podemos recorrer aos alojamentos que estão disponíveis na plataforma, mas queremos e pretendemos sensibilizar todos os utilizadores que tenham casas de férias ou imóveis para arrendar a ceder esse espaço”, explica Andreia Pacheco, Brand Manager do OLX em Portugal.

O projeto solidário intitulado Acolhe um Herói é “uma forma de agradecimento a todos os médicos, enfermeiros e técnicos de saúde que têm estado na linha da frente a combater a Covid-19”, aponta a empresa de anúncios. Além disso, já foi criada uma versão internacional do projeto.

Mas esta é apenas um das iniciativas a circular pela sociedade civil. A Associação do Alojamento Local em Portugal (ALEP) e o Grupo Alojamento Local Esclarecimentos anunciaram há cerca de uma semana que estão a preparar um plano de cedência de alojamento a profissionais de saúde, em conjunto com a Direção Geral de Saúde (DGS) e outras entidades públicas. “Este plano de cedência tem como objetivo garantir uma gestão responsável, eficaz e segura de todo este processo”, e “no âmbito deste plano, está igualmente a ser delineado um modelo de condições dos serviços de limpeza e tratamento de roupa profissional do AL“, informa a ALEP, em comunicado.

O plano está ainda a ser estruturado, pelo que só deverá ser lançado quando reunidas todas as condições, mas assim que tiver “luz verde”, irá ser aberto “a todos os titulares, grupos ou entidades que queiram colaborar e ajudar a promover a iniciativa”, assinala Carla Costa Reis, fundadora do Grupo Alojamento Local Esclarecimentos, citada na nota.

Mas não são apenas empresas e instituições públicas a terem gestos de solidariedade para com os profissionais de saúde. Também no Facebook, há um grupo chamado “COVID19 – Alojamento / outro serviço SOLIDÁRIO para profissionais de saúde” e organizado pela sociedade civil que pretende disponibilizar gratuitamente casas a profissionais de saúde. Além disso, e dado o avançar da epidemia em Portugal, as ofertas estendem-se a outros bens, como viseiras ou outros objetos úteis para os profissionais de saúde.

Escolas do Turismo de Portugal oferecem refeições

Mas as ofertas não se cingem apenas ao alojamento. As escolas do Turismo de Portugal, em parceria com a Segurança Social, decidiram abrir as suas cozinhas para confecionarem 2.500 refeições por dia para instituições e profissionais de setores essenciais, como é o caso dos profissionais de saúde, bombeiros e forças de segurança.

Com 12 escolas de norte a sul do país, as refeições serão confecionadas pelos formadores das escolas, “em função das necessidades identificadas pela Segurança Social, e disponibilizadas às respetivas instituições em Lisboa, Porto, Douro/Lamego, Viana do Castelo, Oeste, Estoril, Portalegre, Setúbal, Vila Real de Santo António e Faro, onde se localizam as Escolas do Turismo de Portugal”, lê-se no comunicado divulgado esta segunda-feira.

Além disso, o Turismo de Portugal disponibiliza ainda, e “a custo zero”, alojamento nas suas escolas de Setúbal (20 quartos), Faro (14 quartos) e Lamego (7 quartos) para utilização por profissionais de saúde que não possam ou queiram regressar a casa por receio de contágio à família.

Carglass cria serviço de emergência prioritário para quem combate Covid-19

A Carglass, empresa de reparação de vidros de automóveis, criou um serviço de emergência prioritário para profissionais que estão na linha da frente no combate ao Covid-19. “Através de um número exclusivo, instituições como Polícia, Bombeiros, Proteção Civil, Entidades Municipais, Farmácias, Hospitais e respetivo pessoal podem dispor gratuitamente da aplicação de soluções provisórias em vidros laterais e óculos traseiros“, informa a empresa em comunicado esta quinta-feira.

A linha 225 320 706 funciona de segunda a sexta-feira, das 9h às 18h, e permite prestar apoio para a manutenção das viaturas utilizadas em serviço destes profissionais.

Táxis da Free Now dão 40% de desconto para profissionais de saúde

Os profissionais de saúde têm a partir desta quinta-feira tem um desconto de 40% nas viagens de táxi, num frota de mais de 150 carros a operarem nas cidades Lisboa e Porto. A iniciativa intitulada “Táxi Herói” é da Free Now e é destinada a médicos, enfermeiros, auxiliares, seguranças, administrativos ou “outra qualquer profissão que, perante esta situação difícil que o país vive, continua a trabalhar diariamente em prol da saúde de todos”, informa a empresa em comunicado.

Para usufruírem destes descontos, os profissionais têm apenas que enviar um email para [email protected], com qualquer tipo de comprovativo da sua profissão. Nestas deslocações, a Free Now não vai cobrar nenhuma comissão aos motoristas “servindo o valor para assegurar um mínimo de compensação para
os motoristas de táxi que nesta altura atravessam também um período difícil, com a diminuição drástica das deslocações”, aponta a empresa.

(Notícia atualizada às 12h12, de 27 de março, com a informação da Free Now)

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Renováveis batem recordes em 2019, carvão chega à quota mínima dos últimos 30 anos

No ano passado, a produção renovável abasteceu 51% do consumo nacional de energia elétrica e o carvão registou a quota mais baixa desde a abertura da Central de Sines, em 1989.

Na sequência da apresentação de resultados relativos ao ano de 2019, a REN – Redes Energéticas Nacionais diz queainda é cedo para fazer uma antevisão do impacto desta crise” na sequência da pandemia de Covid-19. “Fá-lo-emos em devido tempo”, sublinha o operador da rede de transporte.

“O inicio de 2020 está a ser afetado de forma dramática pela epidemia global de Covid19. Pusemos em marcha todos os nossos planos de contingência crítica para poder garantir a operacionalidade da empresa no cumprimento dos seus serviços que são indispensáveis ao país”

E se 2020 ainda é uma incógnita, de acordo com a REN 2019 ficou marcado por uma produção renovável com níveis recorde, tendo sido a primeira vez que a produção fotovoltaica ultrapassou a marca anual de 1 TWh, chegando 1,1TWh. A produção eólica máxima diária nacional, a 22 de novembro, atingiu os 103,8 GWh e, no mesmo dia, atingiu a potência máxima de 4667 MW.

Já a produção fotovoltaica, que no final do ano contava com cerca de 730 MW instalados, ultrapassou pela primeira vez os 500 MW de potência máxima. “Estes valores evidenciam o peso crescente das fontes de energia renovável, refletindo as prioridades da política de transição energética”, refere a REN.

Em 2019, as fontes de energia renovável geraram 27,3 TWh de eletricidade, contribuindo com 56,0 % do total da geração de eletricidade. Em dezembro, a incorporação renovável foi de 77,2 %. Os combustíveis fósseis representaram os remanescentes 44,0%, o correspondente a 21,4 TWh.

Fonte: APREN

No total do ano passado, a produção renovável abasteceu 51% do consumo nacional de energia elétrica, com a eólica a representar 26% do consumo, a quota mais elevada de sempre para esta tecnologia, a hidroelétrica 17%, a biomassa 5,5% e a fotovoltaica 2,1%. Esta última foi a fonte que apresentou maior crescimento percentual em 2019, ultrapassando pela primeira vez 1 TWh de produção anual.

Em dezembro foi atingido um novo marco histórico das renováveis, que correspondeu a um período consecutivo de 5 dias e meio em que a produção da eletricidade renovável foi suficiente para satisfazer as necessidades de consumo em Portugal Continental. Este marco ocorreu entre os dias 18 e 23 de dezembro.

Em comparação com 2018, verificou-se um aumento na representatividade renovável de 3,1% na geração elétrica. Ainda assim, houve uma queda na geração efetiva dos centros eletroprodutores renováveis, de 6,8 %. Isto deve-se a uma queda de 24,9 % na geração hidroelétrica, por causa da escassez
de água durante grande parte do ano.

Nas renováveis, o maior contributo veio das eólicas (27,5 % do total de geração elétrica, 12,3 TWh), seguindo-se as centrais hidroelétricas (20,6%, 10 TWh) e as fotovoltaicas (2,2 %, 1,1 TWh), já refletindo a entrada em operação de nova capacidade solar fotovoltaica em 2019: 90MW de centralizada e 21MW de descentralizada.

Fonte: APREN

Por seu lado, a produção não renovável, abasteceu 42% do consumo em 2019, repartida pelo gás natural com 32% e pelo carvão com 10%, a quota mais baixa desde 1989, data da abertura da Central de Sines. De acordo com a APREN, o peso da geração a partir de carvão – Sines e Pego – no consumo de eletricidade em Portugal afundou 76 % em 2019.

O consumo de gás natural totalizou 67,9 TWh, com uma variação anual de +4,8%. Trata-se do segundo consumo anual mais elevado de sempre, 2,5% abaixo do registado em 2017.

No segmento do mercado elétrico, que representou 35% do consumo total, registou-se um crescimento de 14,6% face ao ano anterior, enquanto no segmento convencional se verificou uma tendência de estabilização com um crescimento marginal de 0,2%. O setor eletroprodutor foi responsável pela emissão de cerca de 10,4 milhões de toneladas de CO2, que se traduzem numa emissão específica média de aproximadamente 213 gramas de CO2 por cada kWh de eletricidade gerado.

O saldo de trocas com o estrangeiro, após três anos exportadores, foi importador, abastecendo 7% do consumo nacional. Em termos acumulados até ao final do ano, Portugal importou 7,0 TWh de eletricidade e exportou 3,6 TWh resultando num saldo importador de 3,4 TWh. Neste ano registou-se um preço médio diário no MIBEL de 47,9 €/MWh, muito inferior ao do ano anterior, de 57,4 €/MWh.

Também a utilização do terminal de GNL de Sines foi a mais elevada de sempre, com a operação de 66 navios. Foi também em 2019, a 10 de janeiro, que pela primeira vez em 22 anos o Sistema Nacional de Gás Natural exportou gás natural pela interligação de Campo Maior. “Nesse dia, o fluxo total de gás no VIP Ibérico (ponto virtual que agrega as capacidades das interligações internacionais) para abastecimento do sistema espanhol foi de aproximadamente um milhão de metros cúbicos, tendo sido quase totalmente transportados pela interligação de Campo Maior”, contou a REN.

Desde 2010 a REN plantou mais de um milhão de árvores de espécies autóctones, e nos últimos cinco anos limpou mais de 30 mil hectares nas faixas de servidão das suas infraestruturas, oito mil dos quais em 2019. Neste período, a REN assinou também a carta de compromisso “Bussiness Ambition for 1,5C”, uma iniciativa das Nações Unidas que desafia as empresas, a nível mundial, a criarem medidas de combate às alterações climáticas através da redução da emissão de gases com efeito de estufa, essenciais para travar o aquecimento global.

(Notícias atualizada)

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Governo prometeu aumento de 17,1% do investimento público em 2019. Foi de 4,9%

O investimento público voltou a contribuir em 2019 para a consolidação, ajudando o Estado a atingir um inédito excedente orçamental em democracia. O valor final ficou muito aquém do prometido.

Nem em ano eleitoral, no qual tende a haver tentações despesistas, o Governo executou o investimento público que tinha planeado. Os dados publicados esta quarta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) mostram que continua a haver um desfasamento significativo entre o que é anunciado e o que é executado, levando a que esta rubrica contribua significativamente para a melhoria do saldo orçamental — pela primeira vez na democracia houve um excedente orçamental.

Esta diferença foi uma constante ao longo da última legislatura e 2019 não foi exceção. Vamos aos números: o investimento público executado atingiu os 3.980 milhões de euros no ano passado, mais 185 milhões de euros do que em 2018, o que representa uma subida de 4,9%.

Na proposta do OE2019, o Governo prometia uma subida de 17,1% para os 4.853 milhões de euros. Contudo, é de assinalar que a comparação direta é difícil de se fazer por diversos motivos, incluindo a mudança da base das contas nacionais feita em 2019 pelo INE — que pode estar, em certa medida, a influenciar estas comparações percentuais — e as revisões em baixa do próprio Governo face a anos anteriores que fazem com que a base de comparação não seja igual em momentos diferentes, mudando a magnitude das variações percentuais.

No entanto, chega-se à mesma conclusão quando se comparam os dados finais com a proposta do OE2020 (apresentada após a mudança da base das contas nacionais), que foi entregue já muito perto do final do ano, permitindo uma estimativa mais próxima da realidade. O investimento público de 2019 continua a não chegar à meta, que foi revista em baixa nesse documento para uma variação de 9% (mais 344 milhões de euros) para os 4.168 milhões de euros.

Mudando a ótica de análise, também no peso do investimento público no PIB, uma medida que permite comparar anos diferentes, este indicador também não chega à meta proposta pelo Governo. Em vez de subir para 2,3% do PIB como proposto no OE2019, o aumento do investimento público apenas permitiu manter o rácio já alcançado em 2018 de 1,9%.

Nesta ótica, como nas outras referidas anteriormente, o investimento público de António Costa ficou abaixo do de Pedro Passos Coelho, tanto comparando 2015 com qualquer um dos anos do Governo PS como comparando o valor conjunto de cada uma das duas legislaturas (15.351 milhões de euros durante a troika versus 14.146 milhões de euros durante a última legislatura).

A utilização do investimento público para a consolidação orçamental e a falta de cumprimento dos aumentos previstos, o que contrasta com o discurso público do Governo, tem sido identificada por instituições especializadas em finanças públicas. Os técnicos da Unidade Técnica de Apoio Orçamental (UTAO) referiam num relatório de janeiro que esta componente da despesa tem sido frequentemente “sobreorçamentada” e que a rubrica era a que tinha um dos maiores desvios face ao orçamentado em 2019.

O mesmo tem sido identificado pelo Institute for Public Policy nos seus relatórios mensais da execução orçamental. Em declarações ao ECO, Joana Andrade Vicente, diretora executiva do IPP, garantiu que o “investimento público tem sido recorrentemente utilizado como uma variável de ajustamento”, algo que “não é de agora” mas que se intensificou com este Governo. Para a economista, a “não execução do investimento público é o principal impulsionador deste excedente”. “E aí sim, podemos dizer que se deve à ação do Governo (mas no mau sentido)”, acrescenta a economista. Segundo as contas do IPP, se o Governo tivesse cumprido totalmente a meta do investimento público “nem sequer a meta inicial de défice de 0,2% seria cumprida”.

Para 2020, o Governo propõe-se a executar 4.998 milhões de euros (+26% face ao valor final de 2019) de investimento público, mas, mais do que em anos anteriores, esta componente poderá ser afetada pela conjuntura. Por um lado, poderá ser executada menos despesa para compensar os aumentos expressivos que acontecerão noutras rubricas por causa da pandemia. Por outro lado, o Executivo poderá usar o investimento público como uma ferramenta para impulsionar a economia, dar confiança às empresas e aumentar a procura agregada após ultrapassada a crise sanitária.

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