Padres dos Açores ponderam recorrer a lay-off

  • Lusa
  • 24 Abril 2020

Para uma fatia considerável das paróquias dos Açores, os donativos e as coletas são a única fonte de receita. Face aos efeitos da pandemia, os padres ponderam agora recorrer ao lay-off.

Mais de meia centena de padres nos Açores poderão aderir ao regime de lay-off, devido à quebra de receitas na sequência da pandemia de Covid-19, revelou esta sexta-feira o ecónomo da Diocese de Angra, António Henrique Pereira.

“Tendo em conta que a maior parte, senão todas as paróquias, a única fonte de receita que têm são as ofertas, os contributos ou os donativos que os fiéis fazem e as coletas que fazem nas próprias celebrações, estando as igrejas fechadas, estando as pessoas condicionadas nas suas deslocações, evidentemente que as receitas caíram”, afirmou o pároco, em declarações à Lusa.

Nos Açores, existem 165 paróquias e os párocos de 57 dependem em exclusivo das receitas das missas e dos donativos dos fiéis. Numa primeira fase, segundo António Henrique Pereira, serão esses a poder aderir ao regime de lay-off, regime que prevê a redução temporária do horário de trabalho ou a suspensão dos contratos nas empresas.

“Em relação ao clero, foram identificadas 57 paróquias, mas, mesmo assim, dessas já alguns [párocos] manifestaram que não pretendem aderir, porque a paróquia ainda tem alguns recursos financeiros e podem garantir o seu sustento, portanto, para já não veem necessidade de aderir ao programa”, revelou.

As restantes paróquias poderão também candidatar os seus funcionários, caso os tenham, ao regime lay-off, mas, por enquanto, o ecónomo não tem números precisos dos pedidos de adesão.

A solução é “inédita” na Diocese de Angra e que se saiba também no país, mas estará prevista na lei. “As dioceses são autónomas, mas não tenho conhecimento de que haja outras que tenham para já aderido”, admitiu António Henrique Pereira.

Segundo o ecónomo, “para efeitos de contribuições para a Segurança Social”, os sacerdotes são “considerados trabalhadores por conta de outrem”, por isso há enquadramento jurídico para recorrer ao lay-off, no âmbito do estado de emergência.

Ainda assim, foi enviada uma exposição ao Governo Regional dos Açores, que submeteu a solução a um parecer jurídico e deu resposta favorável.

António Henrique Pereira sublinhou que a contribuição dos fiéis não é igual em todas as paróquias e que nas freguesias mais pequenas, onde a população é mais envelhecida, os párocos sentiam já dificuldades para pagar as despesas fixas, como água, luz e comunicações ou os vencimentos. “Existem paróquias cuja receita é praticamente para fazer face às despesas correntes. Por isso, não têm uma almofada financeira que pudesse fazer face a este imprevisto e a esta quebra de receitas”, justificou.

Apesar de não estarem permitidas celebrações eucarísticas com fiéis, os párocos não estão dispensados de celebrar a missa em privado ou através da internet. António Henrique Pereira sublinhou também que o acompanhamento que é feito aos funerais, agora limitado devido à pandemia, não sofrerá alterações em caso de lay-off. “São situações esporádicas. Podem acontecer ou não acontecer”, explicou.

Desde o início do surto foram confirmados 138 casos de Covid-19 nos Açores, 109 dos quais atualmente ativos, tendo ocorrido 20 recuperações (nove em São Miguel, seis na Terceira, quatro em São Jorge e uma no Pico) e nove mortes (em São Miguel). A ilha de São Miguel é a que registou mais casos (100), seguindo-se Terceira (11), Pico (10), São Jorge (sete), Faial (cinco) e Graciosa (cinco).

A nível global, segundo um balanço da AFP, a pandemia de Covid-19 já provocou mais de 200 mil mortos e infetou mais de 2,7 milhões de pessoas em 193 países e territórios. Mais de 720 mil doentes foram considerados curados. Em Portugal, morreram 854 pessoas das 22.797 confirmadas como infetadas, e há 1.228 casos recuperados, de acordo com a Direção-Geral da Saúde.

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Galp vai mesmo pagar dividendos. Estado recebe mais 23,8 milhões

Acionistas da petrolífera, reunidos em assembleia geral, aprovaram a distribuição de mais 318,2 milhões de euros em dividendos. Como segundo maior acionista da empresa, Estado amealha mais 23 milhões.

A Galp Energia vai mesmo pagar dividendos. Reunidos em assembleia geral, nesta sexta-feira, os acionistas da petrolífera aprovaram a distribuição de mais 318,2 milhões de euros em dividendos. Como acionista, o Estado que já se tinha mostrado favorável a esse pagamento apesar das críticas e dos efeitos da pandemia, vai amealhar mais 23,8 milhões de euros.

Na assembleia desta sexta-feira, os acionistas da Galp Energia aprovaram a proposta da empresa para o pagamento de uma remuneração correspondente a cerca de 0,38 euros por ação, que juntando aos quase 0,32 euros antecipados em setembro do ano passado eleva para cerca de 0,70 cêntimos por ação, o valor global do dividendo relativo à atividade de 2019.

Somando os 318,2 milhões de euros agora aprovados aos cerca de 262,25 milhões de euros já distribuídos em antecipação no ano passado, os acionistas da petrolífera vão receber um total de quase 580,5 milhões de euros em dividendos.

O aval ao pagamento de dividendos surge após uma chuva de críticas que teve como episódio mais recente a troca de argumentos no debate quinzenal da passada quarta-feira. Catarina Martins, coordenadora do Bloco de Esquerda, desafiou o Governo a usar a sua participação de 7,48% no capital da petrolífera para vetar a remuneração aos acionistas, criticando a recente dispensa de 380 trabalhadores precários da refinaria de Sines que irá encerrar provisoriamente dentro de dias devido à falta de capacidade de armazenamento.

Não há razão para impedir a distribuição de dividendos” foi a resposta de António Costa, acrescentando mesmo que “o Estado, enquanto acionista, fica muito satisfeito de receber a sua quota-parte dos dividendos a que tem direito“.

O valor a distribuir aos acionistas, que corresponde a um incremento de 10% face à remuneração de 2018, vem premiá-los face ao desempenho conseguido pela Galp Energia no ano passado. A empresa liderada por Carlos Gomes da Silva registou em 2019 lucros de 560 milhões de euros, uma queda de 21% face a 2018 condicionada pela desvalorização dos preços do petróleo nos mercados internacionais que fizeram baixar em 38% a sua margem de refinação.

A aprovação da distribuição desse dividendo na Galp Energia surge em contraciclo com aquilo que outras cotadas têm vindo a adotar, tendo várias optado mesmo por recuar nesse pagamento como prevenção face aos efeitos da pandemia. Mas também apesar dos desafios que a própria petrolífera liderada por Carlos Gomes da Silva tem vindo a enfrentar e das críticas que têm surgido relativamente à distribuição de dividendos pela petrolífera.

O contexto de desvalorização acentuada das cotações do petróleo que ameaçam as margens de refinação levaram a petrolífera a reduzir, no início de abril, em 500 milhões por ano o plano de investimentos que tinha em marcha. Foi decidido ainda encerrar por um mês a refinaria de Sines, a partir de 4 de maio, porque a capacidade de armazenagem está a chegar ao limite, num mercado em que devido à paragem da economia imposta pela pandemia o consumo de combustíveis travou.

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Despedimentos coletivos duplicam em abril. Abrangem mais de mil trabalhadores

Mais de uma centena de processos de despedimento coletivo foram iniciados este mês. No total, estão abrangidos 1.041 trabalhadores. Este tipo de despedimento está proibido para as empresas em lay-off.

Abril ainda não terminou, mas o número de processos de despedimento coletivo iniciados este mês já é o dobro do número de processos começados em março. No total, estão abrangidos mais de mil trabalhadores. Esta evolução é explicada pelo impacto da pandemia na vida das empresas, tendo sido, assim, colocado um travão à melhoria do mercado de trabalho em Portugal.

De acordo com o Gabinete de Estratégia e Planeamento (GEP) do Ministério do Trabalho, até 23 de abril foram iniciados 116 processos de despedimento coletivo, dos quais 59 em microempresas. Estão abrangidos por estes processos 1.041 trabalhadores.

No mês passado — altura em que o impacto do surto de Covid-19 já se começava a fazer sentir –, o número de processos iniciados de despedimento coletivo foi cerca de metade (57) e abrangeram 786 trabalhadores. Em comparação, em fevereiro houve 36 processos.

Os despedimentos coletivos estão proibidos no caso das empresas que recorreram ao lay-off simplificado, regime que, segundo tem defendido o Governo, tem mitigado os efeitos da crise pandémica na evolução do desemprego. No Parlamento, o ministro da Economia frisou que, à boleia do novo lay-off, essa taxa está a crescer, “mas não na proporção que seria de esperar”.

Ainda assim, não só o número de processos de despedimentos coletivos duplicou, como o desemprego registado pelo Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP) cresceu em mais de 53 mil pessoas. De acordo com os dados divulgados, esta sexta-feira, no total, já há mais de 374 mil desempregados em Portugal, valor que compara com os 321 mil registados em março, mês em que já tinha havido um salto de quase 9% face ao período homólogo.

De notar que, apesar do número de inscritos no IEFP estar já nos 374 mil, chegaram à Segurança Social em abril apenas 44.130 pedidos de subsídio de desemprego, ou seja, das 53 mil pessoas que ficaram desempregadas este mês cerca de 17,7% não pediram esta prestação.

Por outro lado, segundo o GEP, o número de empresas que recorreram ao lay-off simplificado já ultrapassou as 93 mil. O Executivo de António Costa abriu a porta a este regime há menos de um mês, mas já estão potencialmente enquadrados nesta medida um milhão e 162 mil trabalhadores.

Em número de empregadores, o setor do alojamento, restauração e similares continua a ser aquele onde esta medida é mais popular, num momento em que o turismo está particularmente afetado pela pandemia. Em segundo lugar, aparece o comércio por grosso e a retalho, reparação de veículos automóveis e motociclos, setor no qual o estado de emergência fez fechar muitas portas.

Ao abrigo do lay-off simplificado, os empregadores mais afetados pela pandemia de coronavírus podem suspender os contratos de trabalho ou reduzir a carga horária dos seus trabalhadores, que passam a ter direito a, pelo menos, dois terços do seu salário.

No caso da suspensão do contrato, esse valor é pago em 70% pela Segurança Social e em 30% pelo patrão; Mas no caso da redução do horário, o Estado só comparticipa em 70% a retribuição adicional paga ao trabalhador de modo a que este consiga atingir os tais dois terços em conjunto com a parte do salário que lhe é devido pela horas de trabalho mantidas. O formulário para o prolongamento dessa medida para maio já está disponível na Segurança Social.

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Navigator cai 4% em dia negativo para o setor papeleiro em Lisboa

PSI-20 voltou a cair depois de duas sessões em alta. Navigator liderou as perdas em Lisboa, registando uma queda de 4%. Lá por fora o sentimento também foi negativo a fechar a semana.

O mau desempenho do setor do papel ditou perdas em Lisboa, após duas sessões de ganhos. E isto num dia em que os principais índices acionistas europeus também encerraram com perdas devido a algum desalento com os resultados do Conselho Europeu, mantendo-se os receios em torno do combate à pandemia do coronavírus.

O PSI-20, o principal índice português, caiu 0,88% para 4.112,48 pontos, com 15 cotadas abaixo da linha de água. Destaque para o setor do papel: a Navigator afundou 4,18% para 2,248 euros depois de a empresa ter alertado “que a introdução de novas taxas ou contribuições financeiras em Portugal – como a contribuição florestal que o Governo quer criar este ano – irá travar os seus investimentos”, de acordo com o BPI. A casa-mãe Semapa (detém cerca de 70%) caiu 3,79% para 8,63 euros. A Altri perdeu 2,42% para 4,606 euros.

Entre os pesos pesados, o banco BCP viu as ações caírem 1,97% para 0,0945 euros e a retalhista Jerónimo Martins cedeu 0,97% para 15,745 euros.

A Mota-Engil também não escapou à pressão vendedora, com os títulos da construtura a caírem 1,29% para 1,07 euros, isto apesar de ter anunciado esta quinta-feira uma encomenda no México no valor de 636 milhões de euros, naquele que é o maior contrato na América Latina.

Mota em queda

“As ações da Mota-Engil têm ultimamente sido pressionadas pela sua exposição aos mercados emergentes (que são os mais atingidos pela aversão ao risco dos investidores), muitos deles com uma dependência da cotação do crude”, referiram os analistas do BPI.

Também as principais praças europeias terminaram o dia em baixa. O índice de referência europeu Stoxx 600 caiu 1,07%. O alemão DAX-30 recuou 1,60%, enquanto as bolsas de Paris e Madrid desvalorizaram 1,30% e 1,27%, respetivamente.

Os analistas apontam dois fatores para o sentimento negativo dos investidores: o falhanço no desenvolvimento de um tratamento para o coronavírus por parte da Gilead Sciences; e ainda o desalento com os resultados que saíram do Conselho Europeu, que ficaram aquém dos esperado.

Os juros associados à dívida dos países periféricos estiveram a subir esta sexta-feira, refletindo alguma incerteza sobre quem vai pagar a fatura da resposta europeia para recuperação económica. Entretanto, a taxa da dívida a 10 anos de Portugal acabou por descer ao longo do dia, fixando-se nos 1,096%.

O petróleo, que viveu uma semana histórica com o facto de pela primeira vez ter negociado em valores negativos, mantém a tendência de recuperação face à segunda-feira negra. Em Nova Iorque, o barril de crude valoriza 3,6% para 17,1 dólares.

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Trump sugere injeção de desinfetante para tratar coronavírus

  • ECO e Lusa
  • 24 Abril 2020

O presidente dos Estados Unidos pediu que os cientistas investigassem o o uso de raios ultravioleta e a injeção de desinfetantes no tratamento de doentes infetados pelo novo coronavírus.

O presidente dos Estados Unidos da América, Donald Trump, sugeriu que a irradiação ultravioleta “para dentro do corpo” e a injeção com lixívia e outros desinfetantes nos pulmões poderá ser eficaz no tratamento de doentes infetados pelo novo coronavírus.

A sugestão de Donald Trump surgiu após William Bryan, responsável científico do Departamento de Segurança Interna dos EUA, ter apresentado um estudo preliminar que conclui que a transmissão do vírus pode ser travada pela exposição à luz solar e à humidade. Além disso, os investigadores apontam ainda que o vírus pode ser morto com desinfetantes comuns como a lixívia e o álcool isopropílico.

Assim, durante a conferência de imprensa diária, o presidente dos EUA, partiu destas informações e deixou a sua sugestão. “Suponhamos que irradiamos o corpo com luz ultravioleta, ou com uma luz muito forte, e acho que você disse que não testaram isso, mas que vão testar”, disse Donald Trump, dirigindo-se a Deborah Birx, responsável por coordenar a resposta da Casa Branca no combate à pandemia.

E prosseguiu a sugestão: “Suponhamos que põem a luz dentro do corpo, o que pode ser feito através da pele ou de outra forma qualquer. E acho que disse que também vão testar isso”, acrescentou.

Logo a seguir, o presidente dos EUA teve outra ideia e questionou se seria possível colocá-la em prática. “Vejo que um desinfetante é capaz de matar o vírus num minuto. Um minuto. Haverá alguma forma de estudarmos a possibilidade de injetar desinfetante numa pessoa ou fazer uma espécie de limpeza nos pulmões?”, questionou.

Para Donald Trump “seria interessante” estudar todas estas opções, sublinhando que não é médico, pelo que sugeriu que os investigadores recorressem a testes médicos para testar estes tratamentos.

A comunidade cientifica já veio reagir às declarações do presidente norte-americano, alertando que as sugestões são extremamente perigosas e podem até matar pessoas. “A noção de que se possa curar uma doença injetando ou ingerindo qualquer produto de limpeza que seja é irresponsável e muito perigoso”, disse Vin Gupta, pneumologista à CBNC (acesso livre, conteúdo em inglês), acrescentando que “beber desinfetante é o que as pessoas normalmente fazem quando se querem suicidar”.

Também Megan Ranney, médica no Rhode Island Hospital/Brown University, reprimiu a sugestão de Trump e alertou que a tentativa poderia causar queimaduras solares, cancro de pele ou outras consequências perigosas. “Expor-se ao sol ou a lâmpadas UV de alta intensidade não vai tratar o Covid-19″, disse a médica à CNN. “Não quero que as pessoas pensem que esta é outra cura milagrosa”.

Sugestão de uso de desinfetantes foi “sarcástica”, diz Trump

Donald Trump veio esclarecer, esta sexta-feira, que as suas observações sobre possíveis injeções de desinfetante para combater o novo coronavírus foram “sarcásticas”. “Fiz uma pergunta sarcasticamente aos jornalistas”, declarou hoje o Presidente norte-americano, quando questionado sobre os seus comentários acerca da eficácia de desinfetantes para combater a pandemia de Covid-19.

Horas antes, a porta-voz da Casa Branca Kayleigh McEnany tinha oferecido uma outra explicação, referindo que as palavras do Presidente tinham sido tiradas do contexto. “O Presidente disse repetidamente que os americanos devem consultar médicos sobre o tratamento para o coronavírus”, disse Kayleigh McEnany, num comunicado.

(Notícia atualizada às 18h47)

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FMI e OMC pedem redução das restrições comerciais

  • Lusa
  • 24 Abril 2020

Fundo Monetário Internacional e a Organização Mundial do Comércio pediram aos governos para "abster-se de impor ou intensificar restrições à exportação".

O Fundo Monetário Internacional e a Organização Mundial do Comércio instaram esta sexta-feira os governos a “abster-se de impor ou intensificar restrições à exportação” para evitar que a economia mundial permaneça em recessão devido à pandemia de Covid-19.

Os países devem também “trabalhar para suprimir rapidamente os entraves aplicados desde o início do ano”, recomendam as duas instituições, num comunicado conjunto.

O FMI e a OMC alertam em particular para a tentação de serem adotadas medidas protecionistas em relações a bens essenciais durante esta crise sanitária, como medicamentos ou bens alimentares.

“O que faz sentido numa emergência isolada pode ser bastante prejudicial numa crise mundial”, sublinham.

“Em conjunto, as restrições à exportação podem ser contraproducentes de um modo perigoso”, acrescentam as duas organizações.

Segundo o comunicado, “a experiência da crise financeira mundial (de 2008) mostrou que as restrições à exportação de produtos alimentares se multiplicam rapidamente de um país para outro, levando ao aumento da incerteza e aumentos de preços”.

As referidas instituições lembram que, para responder às necessidades dos governos num contexto de crises internas, as regras da OMC permitem restrições temporárias à exportação “aplicadas para prevenir ou aliviar a escassez crítica” no país exportador.

Mas, no contexto atual, os países devem “mostrar-se prudentes”, sublinham, dado que essas medidas prejudicam as cadeias de fornecimento e a longo prazo o resultado pode prolongar e agravar a crise sanitária e económica “com efeitos mais graves provavelmente nos países mais pobres e vulneráveis”.

A nível global, a pandemia de Covid-19 já provocou mais de 200 mil mortos e infetou mais de 2,7 milhões de pessoas em 193 países e territórios, segundo um balanço da AFP.

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Medidas de apoio à habitação são “úteis, mas insuficientes”, diz Helena Roseta

A "mãe" da Lei de Bases da Habitação considera que as moratórias nos créditos e nas rendas e os empréstimos do IHRU não bastam. "Ainda há aqui algumas lacunas", diz.

Moratórias no crédito à habitação, moratórias nas rendas e empréstimos do Estado. Para Helena Roseta, as medidas criadas pelo Governo para apoiar as famílias no que toca à habitação são “úteis” e “relevantes”, mas não resolvem o problema habitacional que se estende há vários anos. Ao ECO, a arquiteta fala em “desequilíbrios” nos apoios dados a senhorios e alerta ainda para outras “lacunas” que não estão a ser valorizadas.

A hipótese de inquilinos adiarem o pagamento das rendas ou pedirem um empréstimo ao Instituto da Habitação e Reabilitação Urbana (IHRU) para as pagar são medidas “muitíssimo importantes”, “úteis” e “relevantes”. “Mas são insuficientes”, começa por dizer Helena Roseta, criticando, desde logo, os critérios de acesso aos empréstimos. “São um bocado desequilibrados”, aponta.

O regime excecional criado pelo Governo para esta altura de estado de emergência prevê que os inquilinos podem pedir um empréstimo quando percam mais de 20% dos rendimentos e a taxa de esforço ultrapasse os 35%. Mas os critérios são diferentes para os senhorios. Embora estes também tenham de comprovar uma perda superior a 20% dos rendimentos derivada da perda de rendas, não têm a questão da taxa de esforço e o rendimento disponível do agregado familiar não pode ser superior ao IAS, atualmente de 438,81 euros.

“Os senhorios não têm o indicador da taxa de esforço e o intervalo do IAS devia ser mais largo. Isso é desequilibrado e podia ser corrigido”, nota Helena Roseta, defendendo que o IAS definido como teto “é muito pouco e é preciso ajustar”.

Pode haver [senhorios] que adiram [aos empréstimos], mas dificilmente. Porque mesmo as pessoas com poucos rendimentos têm uma pensão, nem que seja uma pensão social.

Helena Roseta

Arquiteta e ex-deputada

Face a estas condições, somadas à “data de documentos que são necessários“, a “mãe” da Lei de Bases da Habitação acredita que serão poucos os senhorios a solicitar estes empréstimos. “Pode haver quem adira, mas dificilmente. Porque mesmo as pessoas com poucos rendimentos têm uma pensão, nem que seja uma pensão social”, nota, antecipando que, num todo, “a maioria das pessoas nem deve ir pelo empréstimo, mas sim pelo adiamento”.

Relativamente às moratórias no crédito à habitação, Helena Roseta acredita que é uma medida que “vai no sentido certo”, mas que estamos a assistir ao “jogo do empurra”. “Porque, por um lado, é urgente que o crédito para as famílias venha rapidamente para que estas não percam as casas, e, por outro, temos os bancos preocupados com a insolvência de quem está a pedir”, explica.

“Vamos ter de considerar uma prestação social para a falta de habitação”

Justificando o porquê de defender que estas medidas são “insuficientes”, ao ECO, Helena Roseta fala em “lacunas” que ainda estão por resolver, que vêm de trás. “Ainda há aqui algumas lacunas. Como por exemplo a questão dos sem-abrigo, que são basicamente os municípios a apoiar” e a “questão da habitação precária, principalmente na zona de Lisboa”, com os acampamentos ciganos e os bairros degradados. “Aí não tenho visto medidas. Existem recomendações das Nações Unidas para a habitação precária, mas ainda não vimos nada posto em prática”, afirma.

Outra “lacuna” tem ainda a ver com as residências coletivas, como “lares de idosos” e “pensões de gente pobre”. “Não temos nenhum plano por enquanto para estas pensões e hotéis onde, por vezes, a própria Segurança Social coloca as pessoas sem acesso à habitação. Temos aqui ainda um submundo de habitação precária que precisa de ser olhado com atenção“, diz.

Existem ajudas pontuais, mas não existe algo obrigatório, e que deveria existir. A Segurança Social tem de se adaptar a cada momento às contingências dos cidadãos e a falta de habitação pode vir a ser uma contingência muito grave.

Helena Roseta

Arquiteta e ex-deputada

Mas esse é um problema que não é de agora. “O Covid-19 acaba por ser um grande revelador de um problema que vinha de trás”, refere, alertando que é preciso pensar em resolver toda a questão, e não apenas uma parte dela. “Vamos ter de repensar as prestações sociais que temos na Segurança Social e considerar uma prestação social para a falta de habitação”, afirma, defendendo a criação de um subsídio de renda, tal como aconteceu em França. “Existem ajudas pontuais, mas não existe algo obrigatório, e que deveria existir. A Segurança Social tem de se adaptar a cada momento às contingências dos cidadãos e a falta de habitação pode vir a ser uma contingência muito grave”.

É por isso que, defende, “tem de haver uma atuação mais firme da política pública” e que “não podemos ter um mercado de habitação totalmente desregulado como temos tido nos últimos anos”. Criticando a atual lei do arrendamento, que “está completamente cheia de mossas”, Helena Roseta questiona: “E quando acabar o estado de emergência e o mês subsequente? Como é que vai ser? Vamos ter de produzir legislação nova seguramente, porque as condições vão alterar-se muito”.

E remata, afirmando que esta pandemia vai fazer-nos olhar para a habitação como aquilo que ela é. “Um direito fundamental e um abrigo e não apenas uma mercadoria que se troca no mercado imobiliário”.

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Celebração do 25 de abril reduzida a menos de cem pessoas, mas com onze intervenções

  • Lusa
  • 24 Abril 2020

Entre deputados, convidados e funcionários, deverão estar menos de cem pessoas na sessão solene do 25 de abril, contra as cerca de 700 do ano passado.

A sessão solene do 25 de abril vai estar reduzida a menos de cem pessoas, mas aumentada nos discursos, já que, além de Ferro Rodrigues e Marcelo Rebelo de Sousa, falarão representantes dos nove partidos com assento parlamentar.

Pelo PS discursará a líder parlamentar, Ana Catarina Mendes, pelo PSD o presidente do partido e da bancada, Rui Rio, pelo BE o deputado Moisés Ferreira, pelo PCP o secretário-geral, Jerónimo de Sousa, enquanto o CDS-PP não revelou ainda quem será o deputado que representará o partido na sessão solene.

As restantes forças políticas apenas terão um parlamentar cada no sábado, que farão as intervenções: pelo Partido Ecologista “os Verdes” o líder parlamentar, José Luís Ferreira, pelo PAN a presidente da bancada, Inês Sousa Real, pelo Chega o deputado único André Ventura e pela Iniciativa Liberal o também deputado único João Cotrim Figueiredo.

Devido às restrições da pandemia de covid-19, a cerimónia de sábado vai decorrer em moldes diferentes do habitual, com o parlamento a esperar que, entre deputados, convidados e funcionários, estejam menos de cem pessoas na sessão solene do 25 de abril, contra as cerca de 700 do ano passado.

As diferenças começarão pelo exterior do Palácio de São Bento: não haverá a habitual Guarda de Honra, representativa dos três ramos das Forças Armadas, nem banda, nem fanfarra. Igual aos anos anteriores, apenas a bandeira nacional, que estará hasteada na varanda.

A partir das 09:00, chegarão as altas entidades e os demais convidados – não deverão ser mais de trinta, estimam os serviços da Assembleia -, que serão encaminhados pelo protocolo aos seus lugares, este ano nas galerias e não no espaço entre as bancadas dos deputados e a do Governo para garantir o distanciamento social.

O Presidente da República será, como habitualmente, o último a chegar, pelas 09:55, mas este ano irá à cerimónia apenas com o ajudante de campo, tendo dispensado os assessores.

Mas será no interior da Sala das Sessões que se registarão as maiores diferenças: na Tribuna da Presidência apenas se vão sentar o Presidente da República e o Presidente da Assembleia da República, sem outros elementos da Mesa do parlamento.

Apenas 46 deputados estarão presentes

Nas bancadas, estarão, se todos os partidos cumprirem o combinado, 46 deputados, um por cada ano sobre a data da Revolução: 19 do PS, 13 do PSD, quatro do BE quatro do PCP, e um parlamentar por cada um dos restantes partidos – CDS, PAN, PEV, Chega e Iniciativa Liberal -, a que se soma a deputada não inscrita Joacine Katar Moreira.

Também o Governo apenas terá quatro elementos na sua bancada: o primeiro-ministro, António Costa, a ministra de Estado e da Presidência, o ministro da Defesa Nacional e o secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares. De acordo com o cerimonial, às 10:00 horas será reproduzida a gravação oficial do hino nacional, que desta vez não será interpretado por um convidado.

Caberá ao presidente da Assembleia da República, Eduardo Ferro Rodrigues, fazer a primeira intervenção, seguindo-se os partidos, por ordem crescente de representatividade: os deputados únicos representantes de partido da Iniciativa Liberal e do Chega poderão discursar durante três minutos, enquanto Verdes, PAN, CDS-PP, PCP, BE, PSD e PS terão o dobro do tempo, seis minutos.

A deputada não inscrita não irá intervir na sessão solene, conforme decisão da conferência de líderes, que foi considerada “chocante” por Joacine Katar Moreira. Finalmente, a última intervenção caberá, como sempre, ao Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, terminando a sessão com nova reprodução do hino nacional.

As restrições chegaram também à comunicação social, que apenas terá nove lugar disponíveis na bancada de imprensa na Sala das Sessões de forma a respeitar as regras de distanciamento social, em vez das habituais dezenas de pessoas que costumam lotar este espaço, entre lugares sentados e de pé.

O uso de máscaras – a que têm recorrido alguns deputados nos últimos plenários – não foi considerado necessário pela diretora-geral da Saúde, Graça Freitas, pela dimensão do edifício. Ferro Rodrigues também já tinha afastado essa obrigatoriedade, que não existiu até agora no parlamento.

Ramalho Eanes será o único ex-Presidente da República presente

A lista final de convidados presentes não foi, por enquanto, divulgada pela Assembleia da República, mas já se sabe, por exemplo, que dos três antigos chefes de Estado apenas um estará presente: Ramalho Eanes vai à cerimónia, mas admitiu discordar da “modalidade” escolhida, enquanto Cavaco Silva apenas anunciou, sem explicações, que não estará presente, enquanto Jorge Sampaio invocou razões de saúde para justificar a ausência.

Ausente estará também o líder do CDS-PP, Francisco Rodrigues dos Santos, que não é deputado, por discordar do modelo de comemorações, e Vasco Lourenço, presidente da Associação 25 de Abril, que estará representada por outra pessoa. Quem optou por ir foi o cardeal patriarca de Lisboa, Manuel Clemente.

Nas últimas semanas, cresceu a polémica à volta do modelo de comemorações do 25 de Abril, quer dentro do parlamento – CDS e Chega foram contra, PAN e Iniciativa Liberal defenderam outros formatos – e fora dele, com duas petições online, uma pelo cancelamento e outra a favor da sessão solene, a juntarem centenas de milhares de assinaturas.

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Farfetch já escolheu finalistas da 1.ª Dream Assembly 100% digital

Quarta edição do programa de aceleração criado pelo unicórnio em 2018 decorre 100% online. Entre as finalistas, há sete startup europeias e uma norte-americana.

José Neves, fundador e CEO da Farfetch, que organiza a Dream Assembly.Farfetch/DR

Sete europeias e uma norte-americana. A quarta edição do programa de aceleração Dream Assembly, lançado pela Farfetch em 2018, já tem as oito startups finalistas escolhidas. O programa de sete semanas vai contar com a participação de projetos do Reino Unido, República Checa, Holanda, Alemanha e dos Estados Unidos e será, pela primeira vez, realizado online a 100%.

“Pela primeira vez, vamos ter um programa em formato digital, mas acreditamos que, tal como nas edições anteriores, temos pela frente sete semanas incríveis, em que vamos poder dar às startups acesso a mentoria e a um vasto conjunto de masterclasses. Temos um grupo de empresas com modelos de negócio que ajudam a digitalização do comércio em vários setores, algo ainda mais relevante num momento em que navegamos esta crise pandémica e, ao mesmo tempo, planeamos já o mundo pós-Covid”, explica David Grunwald, VP Innovation da Farfetch.

Esta é a quarta edição do programa de aceleração criado pela empresa fundada pelo português José Neves, que conta com a parceria da Burberry desde o arranque e que tem como objetivo ajudar a acelerar projetos focados em mudar o futuro da moda e do retalho.

As oito finalistas — Cerebra, FavourUp, Ivapparel, M-XR, Newlife, StyleScript, Supply Compass e Whoqip — foram selecionadas entre 155 candidaturas de todo o mundo.

“Nestes tempos extraordinários, a Farfetch quer continuar a apoiar a comunidade com este programa incrível e intensivo, partilhando know-how, ferramentas e conhecimento para desencadear todo o potencial das startups, e ajudando-as a aumentar a eficiência dos modelos de negócio atuais”, detalha Cipriano Sousa, Chief Technology Officer da Farfetch, citado em comunicado.

Desde o seu arranque, em abril de 2018, a Dream Assembly acelerou 60 startups.

Conheça melhor os projetos que participam nesta edição:

  • Cerebra (USA): ajuda retalhistas e marketplaces a tomar melhores decisões baseadas em dados, prevendo tendências e oportunidades. A Cerebra transforma dados de vendas, de Customer Relationship Management, stock e texto, em informações em tempo real que permitem ação apenas com um clique para decisões de merchandising, satisfação do cliente, vendas e planeamento de inventário.
  • FavourUp (UK): plataforma de Geo-targeting que ajuda as marcas de moda, retalho e viagens a criar conteúdos com base em dados de localização gerados pelos utilizadores, fornecendo informações em tempo real tão detalhadas como um código postal. A solução ativa as comunidades locais inexploradas das marcas. Os dados recolhidos podem ser usados depois na previsão de tendências do consumidor e para equilibrar os esforços de marketing online e offline.
  • Ivapparel (Germany): permite que empresas de gaming incorporem skins de moda em jogos e mundos virtuais. Trata-se de um mercado B2B que conecta a indústria da moda de três biliões de dólares com a maior indústria de entretenimento do planeta, os jogos, para permitir a venda de produtos IRL como skins para jogos. Com as pessoas a gastar cada vez mais tempo online e em plataformas virtuais, as nossas personas digitais estão a tornar-se cada vez mais importantes.
  • M-XR (UK): desenvolve tecnologia de captura 3D, que permite que marcas, estúdios e criadores digitalizem seus catálogos de produtos com precisão e automaticamente. O objetivo é garantir que as marcas utilizem modelos 3D realistas, indistinguíveis da realidade, evitando diminuir a qualidade dos seus produtos do mundo real nas realidades representadas.
  • Newlife (Czech Republic): todos os anos, a indústria da moda afasta-se mais da relevância cultural, acabando por produzir 500 mil milhões de dólares em roupas que não serão vendidas. A Newlife é uma rede social descentralizada, projetada para agregar inovadores culturais e produzir o maior conjunto de dados de tendências de design e estética.
  • StyleScript (Netherlands): fornece aos retalhistas ferramentas digitais para conhecer melhor o consumidor e ajudá-lo a tomar a decisão/escolha certa, proporcionando uma experiência que reflete quem ele realmente é. Ao criar perfis pessoais de clientes, a StyleScript é capaz de combiná-los com os produtos certos, o que leva a uma experiência melhorada para o cliente (online e nas lojas) e a um aumento garantido na conversão.
  • Supply Compass (UK): plataforma de desenvolvimento de produtos e gestão de produção que permite que marcas e fabricantes de moda produzam melhor, juntos. O software baseado em nuvem está a transformar a indústria da moda, digitalizando as cadeias de abastecimento globais e tornando o fornecimento sustentável, fácil e económico para as marcas e para todos os participantes da cadeia de abastecimento.

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Justiça alemã pode bloquear ajuda económica do BCE à Europa

  • Lusa
  • 24 Abril 2020

Tribunal Constitucional alemão pronuncia-se a 5 de maio sobre programa de compra de ativos do BCE, podendo pôr em causa o pacote de 750 mil milhões de euros de combate à crise provocada pandemia.

O Tribunal Constitucional alemão pronuncia-se no dia 5 de maio sobre o programa de compra de ativos do BCE, podendo pôr em causa o atual pacote de 750 mil milhões de euros de combate à crise provocada pela covid-19.

O “Pandemic Emergency Purchase Program” (PEPP), lançado pela presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, vem na sequência dos “Asset Purchase Programs” (APP) criados pelo seu antecessor, Mário Draghi, entre 2015 e 2019.

E foram os programas de compra de ativos criados por Draghi que levaram um grupo de dois mil queixosos na Alemanha, encabeçado por economistas e professores de Direito, a colocar um processo em tribunal.

Estes especialistas argumentam que a compra de ativos é ilegal por se tratar de financiamento monetário dos Estados-membros, uma vez que cada um dos bancos centrais da zona euro compra, com o apoio do BCE, dívida emitida pelos respetivos Estados.

Esta prática está proibida nos tratados europeus, mas o BCE argumenta que os bancos centrais da zona euro, ao comprar a dívida no mercado secundário, e não diretamente aos Estados-membros, não está a cometer qualquer ilegalidade.

“Se o Tribunal Federal Constitucional determinar que o programa de compra de ativos do BCE representa uma violação da constituição, a República Federal da Alemanha e as suas instituições teriam de se retirar da implementação do programa do BCE e isso implicaria a retirada do banco central alemão da política monetária comum da zona euro”, esclareceu à Lusa o economista alemão Ansgar Belke, professor de Macroeconomia e Diretor do Instituto de Negócios e Estudos Económicos (IBES) da Universidade de Duisburg-Essen.

Ainda assim, Ansgar Belke diz que “há dúvidas” se o PEPP “poderá estar ou não em risco com uma possível decisão desfavorável do Tribunal Constitucional Federal da Alemanha”.

O processo atual, que arrancou na justiça alemã em março de 2015, não é o primeiro, e surgiu depois de aplicado o APP (programa alargado de compra de ativos) ou “Expanded Asset Purchase Programe’” durante a presidência de Mário Draghi.

Em 2017, o Tribunal Constitucional, em Karlsruhe, assumiu ter dúvidas de que a compra de ativos fosse compatível com a proibição de financiamento monetário, reencaminhando a sentença para o Tribunal de Justiça Europeu (TJE).

O TJE pronunciou-se a favor do BCE e cabe agora à entidade máxima de justiça alemã interpretar a sentença à luz da sua Constituição.

Para Ansgar Belke, o resultado mais esperado desta sentença é um conjunto de críticas à atuação “demasiado abrangente” do BCE, rejeitando as queixas que deram origem a este processo.

Mas o tribunal pode “surpreender”, determinando que a atuação do BCE foi “inconstitucional” ao fornecer “financiamento estatal direto em benefício dos países em dificuldades do ‘sul’ da Europa”.

Nesse caso, acrescenta, o Bundesbank “teria de se retirar imediatamente do programa da compra de ativos.”

E, nesse cenário, “a presidente do BCE, Christine Lagarde, seria massacrada, o BCE ficaria de mãos atadas e o Tribunal de Justiça Europeu, que sempre defendeu a posição do BCE, seria contestado ao máximo pelo Tribunal Constitucional Federal alemão”, explica o economista.

“Até mesmo um veredicto moderado para o BCE colocará o relacionamento da Alemanha com o BCE e a moeda única no centro do debate político”, assumiu o economista alemão.

Ansgar Belke lembra que “o PEPP tem implicações orçamentais, e o Tribunal Constitucional Federal pode opor-se ao avanço do BCE sem obter apoio explícito dos governos europeus, que são os principais responsáveis pelas consequências orçamentais antes da sua execução”.

“O programa poderia ir longe demais”, considera, acrescentado que o órgão de justiça pode considerar que “se países individuais são ajudados, esta deve ser uma decisão dos governos e não do BCE”.

O programa de compra de ativos do BCE tem sido determinante para manter as taxas de juro da dívida dos países da zona euro mais endividados em níveis baixos.

Em 17 de março deste ano, por exemplo, as taxas de juro da dívida italiana a 10 anos chegaram a negociar acima dos 3% e fecharam nos 2,3%, o valor mais alto em nove meses, ajustando no dia seguinte, depois do anúncio do PEPP pelo BCE.

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UE critica falta de “compromissos sérios” do Reino Unido nas novas negociações do Brexit

  • Lusa
  • 24 Abril 2020

Em causa estão questões como o acesso equilibrado a ambos os mercados, a governança da futura parceria, a proteção dos direitos fundamentais e o setor das pescas.

O negociador-chefe da União Europeia (UE) para a futura relação com o Reino Unido, Michel Barnier, criticou esta sexta-feira Londres pela “falta de compromissos sérios” nas novas negociações, notando que ainda não foi possível chegar a “progressos tangíveis”.

“A minha responsabilidade, enquanto negociador, é dizer a verdade e lamento dizer que o nosso objetivo para chegar a objetivos tangíveis em todos os assuntos foi só parcialmente atingido esta semana”, declarou Michel Barnier, falando em videoconferência de imprensa, a partir de Bruxelas.

Em declarações prestadas aos jornalistas no final da segunda ronda de negociações entre Bruxelas e Londres relativamente à futura parceria após o ‘Brexit’, o negociador do lado comunitário criticou que, nas discussões feitas por videoconferência esta semana, “o Reino Unido não tenha aceite comprometer-se seriamente em importantes áreas, que estão bem definidas na declaração política”.

“Não podemos aceitar fazer progressos seletivos em áreas limitadas, temos de fazer progressos em todos os assuntos em paralelo e temos de conseguir soluções em todos os tópicos”, vincou Michel Barnier.

Num aviso ao seu homólogo britânico, David Frost, o responsável francês disse: “O Reino Unido não se pode recusar a prolongar o período de transição e, ao mesmo tempo, travar as discussões nalgumas áreas”.

Em causa estão questões como o acesso equilibrado a ambos os mercados, a governança da futura parceria, a proteção dos direitos fundamentais e o setor das pescas. Ainda assim, “não estamos no final das negociações, ainda temos mais duas rondas até junho”, lembrou Michel Barnier.

O negociador comunitário instou David Frost, a quem reconheceu “o seu profissionalismo”, a apresentar “provas claras” dos esforços britânicos, de forma a “usar as duas próximas rondas para progressos tangíveis”.

“A nossa parceria deve ser baseada na confiança e isso requer compromissos”, reforçou Michel Barnier, garantindo que “este acordo [económico] nunca se vai concretizar se prejudicar o mercado único europeu”, em termos de acessos desiguais.

O político francês ressalvou ainda que “o relógio está a contar” e que existem “graves consequências” daquele que poderá ser um ‘Brexit’ económico sem acordo. A segunda ronda de negociações entre a UE e o Reino Unido, iniciada na passada segunda-feira, terminou hoje, havendo a necessidade de as duas partes alcançarem progressos palpáveis até junho, altura prevista para um balanço das discussões.

As negociações entre Michel Barnier e o britânico David Frost, ambos foram contaminados pelo novo coronavírus e, entretanto, curados, tinham sido suspensas devido à pandemia de covid-19, pelo que, a 15 deste mês, ficou definido que as futuras rondas seriam realizadas por videoconferência. As duas partes voltarão a reunir-se nas semanas de 11 de maio e de 1 de junho.

Após a concretização do ‘Brexit’ em 31 de janeiro passado, a primeira ronda negocial sobre a futura relação decorreu em Bruxelas entre 2 e 5 de março e a segunda estava prevista para se realizar em Londres entre 18 e 20 de março, mas tal não aconteceu devido à pandemia.

Para junho continua a estar prevista uma cimeira de líderes para avaliar o progresso e decidir sobre uma eventual extensão do período de transição, que termina a 31 de dezembro. O Governo britânico já reiterou que não pretende pedir um prolongamento.

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Wall Street em alta face a cenário de alívio nas quarentenas

Alguns estados estão a preparar-se para aliviar as restrições de deslocação dos cidadãos impostas pela pandemia do novo coronavírus. Alguns dados económicos também ajudam a puxar por Wall Street.

Os principais índices bolsistas norte-americanos arrancaram com o pé direito a última sessão da semana. O mercado reage de forma positiva à perspetiva de alívio das restrições de circulação para conter o surto de coronavírus em alguns estados, bem como pela subida inesperada das encomendas de bens de capital fabricados nos EUA.

O S&P 500 avança 0,53%, para os 2.812,64 pontos, enquanto o Dow Jones soma 0,48%, para 23.628,24 pontos e o Nasdaq ganha 0,42%, para 8.530,08 pontos.

O arranque de sessão está ainda a ser suportado pelo acordo nos EUA com vista ao reforço da ajuda económica para fazer face aos efeitos do coronavírus com um novo plano de quase 500 mil milhões de dólares para apoiar pequenas empresas. O acordo está agora nas mãos de Donald Trump, esperando-se a sua assinatura e transformação em lei.

Enquanto isso, as cotações do petróleo também voltam a recuperar da sangria que, no início da semana, colocou o preço do barril de crude pela primeira vez na história em terreno negativo.

O preço do barril de crude transaciona em Nova Iorque nos 17,18 dólares, 4,12% acima do fecho da última sessão.

Neste sentido, destaque positivo para as cotadas da energia, como a Exxon Mobil, Chevron, Apache e Devon Energy, que contam ainda com perspetivas de poderem vir a recorrer a financiamento federal caso necessário.

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