Voos na Europa 50% mais caros com obrigação de deixar lugares livres

  • Lusa
  • 5 Maio 2020

Associação Internacional de Transportes Aéreos (IATA) alerta para o “aumento drástico” dos preços dos voos se as companhias forem obrigadas a operar com lugares livres entre passageiros.

A Associação Internacional de Transportes Aéreos (IATA) alertou esta terça-feira para o “aumento drástico” dos preços dos voos se as companhias forem obrigadas a operar com lugares livres entre passageiros para garantir distanciamento, falando numa subida de 49% na Europa.

“A IATA não apoia a imposição de medidas de distanciamento social que deixariam os assentos do meio vazios”, defende em comunicado a associação internacional, que representa cerca de 290 companhias aéreas de 120 países e 82% do tráfego aéreo mundial.

Alertando para o impacto deste tipo de medidas na viabilidade económica das operações, aquando da sua retoma após o levantamento das medidas restritivas relacionadas com a pandemia de covid-19, a IATA argumenta que, “com menos lugares para vender, os custos unitários [cobrados a cada passageiro] aumentariam drasticamente”.

E, segundo as contas da associação internacional, para poder cobrir os custos das operações e torná-las viáveis, as tarifas cobradas por lugar na Europa poderiam mesmo subir 49%, passando de um valor médio de 135 dólares (124 euros) para 201 dólares (184 euros).

De acordo com a IATA, para estas contas foi considerado um fator de ponderação de 79%, que contrabalança com taxas de ocupação mais baixas do que o habitual, dadas as grandes dificuldades financeiras das companhias aéreas resultantes da crise gerada pela covid-19.

Numa altura em que a Comissão Europeia se prepara para divulgar recomendações sobre a retoma das ligações aéreas, a IATA manifesta a sua oposição a estas medidas de distanciamento social a bordo, frisando desde logo que “as evidências sugerem que o risco de transmissão a bordo das aeronaves é baixo”.

Para esta entidade, é necessário antes assegurar que, temporariamente, tanto os passageiros como a tripulação das companhias aéreas utilizam equipamentos de proteção como máscaras faciais.

“O uso de máscaras por parte passageiros e tripulação reduzirá o já baixo risco, ao mesmo tempo em que evitará o aumento dramático dos custos das viagens aéreas que as medidas de distanciamento social a bordo trariam”, argumenta a IATA.

De acordo com a associação internacional, mesmo que os países instituíssem temporariamente a medida de deixar o lugar do meio livre, “não era possível assegurar a separação recomendada para que o distanciamento social seja eficaz”, uma vez que “a maioria das autoridades recomenda um a dois metros e a largura média dos assentos é inferior a 50 centímetros”.

Além das máscaras, a IATA recomenda que as transportadores meçam a temperatura de passageiros e trabalhadores, adotem processos de embarque e desembarque com menos contacto, limitem os movimentos dentro das aeronaves durante os voos, façam limpezas mais frequentes e profundas dos aviões e ainda simplifiquem os serviços de alimentação.

Esta posição do setor é semelhante à já manifestada pela Comissão Europeia.

Numa entrevista à agência Lusa publicada no passado domingo, a comissária europeia dos Transportes, Adina Vălean, recomendou que, quando os voos forem retomados, os passageiros utilizem equipamentos de proteção como máscaras, considerando esta medida “o mínimo que se pode fazer”.

Já questionada pela Lusa sobre a eventual colocação de assentos vazios entre passageiros para garantir o distanciamento social, Adina Vălean afastou esta medida como regra.

Não recomendo, como norma, manter espaços livres [entre passageiros]”, disse.

Posição diferente manifestou o Governo português que, numa portaria publicada em Diário da República no passado fim de semana, determinou que o transporte aéreo de passageiros deve ser limitado a dois terços da lotação normalmente prevista para cada aeronave.

Entretanto, o ministro da Economia, Pedro Siza Vieira, já veio assegurar que Portugal vai adaptar-se às regras europeias no restabelecimento das ligações aéreas entre os países.

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Segurança Social está a levar 16 dias para aprovar pedidos de lay-off, garante o Governo

"O prazo médio de deferimento deste apoio é de 16 dias", garante o Ministério do Trabalho. Até ao momento, já saíram 190 milhões de euros dos cofres do Estado à boleia do lay-off.

Numa altura em que se multiplicam as críticas aos atrasos da Segurança Social no lay-off simplificado, o Ministério de Ana Mendes Godinho vem garantir que os pedidos têm sido deferidos, em média, em 16 dias. Até ao momento, 64,5 mil empresas já viram o seu requerimento aprovado e o apoio pago, o que custou ao Estado 190 milhões de euros. Estão abrangidos por esses empregadores 492 mil trabalhadores.

“Até ao momento, os apoios já pagos no âmbito desta medida atingiram um total de 492 mil trabalhadores, tendo sido pagos cerca de 190 milhões de euros a 64,5 mil empresas. O prazo médio de deferimento deste apoio é de 16 dias”, sublinha o Ministério do Trabalho, numa nota divulgada, esta terça-feira.

A versão simplificada do lay-off foi lançada pelo Governo em resposta à crise pandémica e está disponível para os empregadores mais afetados pelo surto de Covid-19. Ao abrigo deste regime, é possível suspender contratos de trabalho ou reduzir a carga horária dos trabalhadores, que mantêm o direito a dois terços do seu ordenado. Esse valor é pago em 70% pela Segurança Social e em 30% pelo patrão, no caso da suspensão do contrato de trabalho. Já no caso da redução do horária, o Estado só paga 70% do valor necessário para totalizar, em conjunto com a remuneração devida pelas horas mantidas, os tais dois terços.

Em ambos os casos, a retribuição tem de ser adiantada na totalidade pelo empregador, sendo transferida a parte devida pela Segurança Social mais tarde. Inicialmente, o Governo tinha indicado que iria pagar esse apoio a 28 de cada mês, mas o calendário acabou por sofrer alterações: o pagamento dos pedidos que entraram até 10 de abril foram processados até 30 desse mês; os restantes serão pagos até à primeira quinzena de maio, tem garantido o Executivo.

Estes atrasos geraram duras críticas e o próprio ministro da Economia já veio admitir que as expectativas dos empregadores foram defraudadas. Além dos atrasos nos pagamentos, registaram-se também falhas no tratamento do pedidos — nomeadamente no que diz respeito ao preenchimento dos campos e à indicação do IBAN — o que resultou na rejeição de uma fatia considerável dos pedidos.

Esta terça-feira, o Ministério de Ana Mendes Godinho adianta ainda que o Estado já pagou 257 milhões de euros em apoios, incluindo relativos ao lay-off simplificado, trabalhadores independentes com redução de atividade, pais cujos filhos encerraram e “prorrogações extraordinárias das prestações de desemprego ou rendimento social de inserção”. Em causa estão 98 mil empresas e um total de 781 mil trabalhadores.

(Notícia atualizada às 18h36)

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Mais de 100 mil portugueses pediram o subsídio de desemprego desde março

A Segurança Social já recebeu mais de 100 mil pedidos de subsídio de desemprego em pouco mais de dois meses.

Mais de 100 mil portugueses pediram para ter acesso ao subsídio de desemprego entre o início de março e esta terça-feira, um período que ficou marcado pelo confinamento da população para enfrentar a fase inicial da pandemia. Os dados foram atualizados esta terça-feira pelo Gabinete de Estratégia e Planeamento (GEP) do Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social.

Foram requeridas 100.149 prestações de desemprego entre 1 de março e 5 de maio, período que inclui o mês e meio em que o país esteve sob o estado de emergência. O ritmo diário de entrada de pedidos de subsídio de desemprego foi superior a 1.500 nestes dois meses e poucos dias. Os números têm sido revistos de atualização em atualização consoante a chegada de mais dados.

O GEP apenas divulga o número de pedidos, sem revelar quais destes foram aceites e começaram efetivamente a ser pagos. Apenas é conhecido o dado que consta do portal da Segurança Social: no final de março havia 173.815 beneficiários do subsídio de desemprego. Este valor inclui também o subsídio social de desemprego inicial, entre outras prestações sociais semelhantes.

O número de pedidos de subsídio de desemprego desde 1 de março (até 4 de maio) fica aquém do número de pessoas que se inscreveram no IEFP como desempregados nesse mesmo período: 118.445 pessoas, segundo os dados do GEP. No entanto, o stock de desempregados só aumentou em 80.212 pessoas uma vez que também houve desempregados que deixaram de ser considerados como inscritos no IEFP. No total, esta terça-feira havia 373.228 desempregados inscritos no IEFP.

É de notar ainda que, além dos novos desempregados que terão acesso ao subsídio de desemprego, o Governo decidiu prolongar os subsídios que iriam caducar nestes meses da pandemia. No total, já foram prorrogadas 12.512 prestações de desemprego em março e abril.

As previsões apontam para uma subida acentuada do desemprego em 2020 dada a (quase) paralisação da economia por causa do coronavírus. A crise pandémica deverá levar a taxa de desemprego para os 11,7%, no cenário adverso do Banco de Portugal, ou para os 13,9%, segundo o Fundo Monetário Internacional. O Governo ainda não atualizou o cenário macroeconómico, devendo fazê-lo até ao final de junho.

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Ministra quer reduzir em cerca de 25% prazos de reembolso da ADSE

Alexandra Leitão diz que a redução dos prazos de reembolso da ADSE é um dos seus "objetivos" para a legislatura.

A ministra da Modernização do Estado e da Administração Pública quer reduzir em cerca de um quarto os prazos de reembolso da ADSE, o subsistema de saúde dos funcionários públicos. O prazo médio tem vindo a aumentar nos últimos tempos, motivando queixas dos beneficiários.

Alexandra Leitão diz que este é um dos seus “objetivos” para a legislatura. “É um objetivo meu reduzir em cerca de 25% os prazos de reembolso da ADSE”, disse a ministra, numa audição no Parlamento esta terça-feira. Apesar de ainda não ter acontecido, tal é “devido aos beneficiários”, defende, sinalizando que espera vir a conseguir concretizar a medida.

A ministra explicou que os constrangimentos com estes reembolsos estão relacionados nomeadamente com a “codificação das faturas da ADSE, em função de códigos de dados médicos, que são de uma complexidade enorme”. Alexandra Leitão adiantou, ainda assim, que tem em mente algumas medidas para agilizar o processo.

Entretanto avançou já a digitalização da receção dos documentos da ADSE, o que a ministra sublinha que não começou por causa do coronavírus, sendo que era uma medida que estava já na lei do Orçamento de Estado de 2020. Foi a partir de meados de abril que passou a ser possível enviar os pedidos de reembolso de forma desmaterializada, deixando de ser necessário o envio dos documentos físicos.

Novas tabelas de preços já estão terminadas

A ministra adiantou também que as novas tabelas de preços da ADSE estão, “do ponto vista técnico, terminadas”. Depois de muitos atrasos, as tabelas serão finalmente submetidas ao Conselho Geral e de Supervisão do subsistema (CGS), para depois arrancar a negociação com os privados.

“Vamos em breve submetê-las ao parecer do CGS e depois iniciar a negociação com privados”, indicou a ministra. Alexandra Leitão não se quis comprometer com uma data, nomeadamente porque “vai depender das possibilidades da realização de reuniões”, mas reitera que, com o trabalho técnico terminado, “é algo para ocorrer em breve”.

Quanto à regularização das dívidas, a ministra garantiu que esta “não está esquecida e vai ser feita”. O memorando de entendimento celebrado com os privados, que foi prorrogado devido aos atrasos, “inclui que a regularização seja feita no mesmo momento em que as tabelas são aprovadas“, adiantou.

(Notícia atualizada às 18h22)

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Reclamações sobre serviços postais caem 10% na última semana

  • ECO
  • 5 Maio 2020

Queixas sobre serviços postais recebidas pela Anacom aliviam após o valor mais alto desde o início do estado de emergência na semana anterior. Atrasos na entregas lideram queixas.

Os portugueses tiveram menos razões de queixas dos serviços postais na última semana. Segundo a Anacom, o número de queixas relacionadas com este segmento diminuiu 10% nesse período.

As reclamações sobre serviços postais, que representam 36% do total que chegam Anacom, aliviaram assim após alcançarem na semana anterior o valor mais alto desde o início do estado de emergência. De acordo com os dados divulgados pelo regulador, nesta terça-feira, os CTT foram o operador mais reclamado.

As razões que mais justificam a apresentação de reclamação prendem-se com o “atraso na entrega de correspondência e encomendas, a falta de tentativa de entrega no domicílio dos destinatários e as falhas na distribuição”.

A quebra nas reclamações nos serviços postais contrastou com o aumento registado nas queixas relacionadas com o setor das telecomunicações. “Na semana de 25 de abril a 1 de maio as reclamações sobre telecomunicações apresentadas no livro de reclamações eletrónico aumentaram 2% face à semana anterior”, diz a Anacom.

O regulador adianta que as principais preocupações manifestadas pelos utilizadores, e também expressas através do atendimento telefónico e escrito, “prendem-se com o cancelamento de serviços sem penalização, manutenção dos serviços de comunicações sem penalizações por atraso ou falta de pagamento, a possibilidade de suspensão temporária dos contratos e o atendimento ao cliente”.

O total de reclamações no livro eletrónico atingiu 1.825 na última semana, das quais 64% respeitam ao setor das comunicações eletrónicas. A MEO foi o operador mais reclamado na semana em análise.

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TAP testa retomar voos a partir de 18 de maio. Há viagens para o Porto, ilhas, Brasil e dois destinos da Europa

A partir do dia 18 de maio, a TAP vai voltar a voar entre Lisboa e Porto, Madeira e Açores, mas também para o Brasil e outros dois destinos europeus.

A TAP já tem preparado o regresso aos céus. A companhia aérea nacional já tem disponível no site os primeiros voos que serão retomados a partir do dia 18 de maio, com destinos como Porto, Madeira, Açores, França, Londres, mas também o Brasil. A estratégia da TAP passa por ir arriscando a retoma de voos para alguns destinos para perceber se há viajantes interessados, sabe o ECO.

Até dia 18, a TAP tem já previstos dois voos por semana para Londres e outros dois para Paris, e ainda para a Madeira e para os Açores. Estas viagens acontecem apenas se houver interessados. Mas é a partir de 18 de maio que será retomado o primeiro grande conjunto de voos, a começar pelo Porto, com três ligações por semana, de acordo com o site da empresa, e já avançada pelo Público e pela RTP.

Assim, ainda dentro do país, passará a haver três voos semanais para o Funchal, dois para Ponta Delgada e outros dois para a Terceira. Contudo, voar para as ilhas já é possível a partir desta terça-feira, embora com pequenas diferenças na regularidade dos voos.

No resto da Europa, os viajantes podem escolher entre dois destinos: Londres ou Paris, com duas ligações por semana (voar para estas duas cidades poderá ser feito a partir desta terça-feira). Mas do outro lado do oceano também há opções. Para quem quiser viajar para o Brasil, haverá dois voos por semana para São Paulo e um para o Rio de Janeiro.

No site, a TAP nota que “esta lista de rotas pode ser ajustada sempre que as circunstâncias assim o exijam”. Isto porque, sabe o ECO, a estratégia da empresa passa por ir arriscando a retoma de voos de alguns destinos para perceber se há viajantes interessados.

Na semana passada, o Jornal de Notícias avançou que a TAP iria retomar a atividade com 71 rotas a partir de Lisboa e três com partida do Porto. Contudo, em resposta à Lusa, a empresa reagiu e esclareceu que não tinha um plano para retomar a atividade, acrescentando que “há várias simulações que acomodam diversas avaliações da situação”.

Devido à pandemia de coronavírus, que provocou uma crise que acabou por afetar o setor da aviação, a TAP está a atravessar uma complicada situação financeira e, para colmatar essas dificuldades, pediu garantias do Estado para se financiar em 350 milhões de euros. Contudo, o ministro das Infraestruturas e da Habitação já veio afirmar que esse montante “não resolve o problema da TAP”, e deixou uma mensagem aos acionistas privados: “O privado que diga a verdade toda e de quanto precisa ate ao final do ano”.

(Notícia atualizada às 17h52 com mais informação)

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Comissão Europeia não apresenta amanhã proposta para fundo da recuperação

A Comissão Europeia não irá apresentar amanhã a proposta para o novo Quadro Financeiro Plurianual e o fundo da recuperação. A data tinha sido avançada por António Costa.

No Conselho Europeu de 23 de março, os líderes europeus mandataram a Comissão Europeia elaborar uma nova proposta do Quadro Financeiro Plurianual (QFP 2021-2027) que tivesse em conta um plano de recuperação pós-pandemia, com base em dívida emitida pelo braço executivo da União Europeia. Havia a expectativa de que essa proposta fosse apresentada esta quarta-feira, mas não será nem se sabe quando virá a público.

Na conferência de imprensa após a reunião dos Chefes de Estado, o primeiro-ministro português adiantou que a proposta da Comissão Europeia seria apresentada a 6 de maio. Também na sequência do Conselho Europeu, o jornal Politico adiantava, com base em duas fontes que estavam presentes na vídeo chamada, que a presidente da Comissão Europeia, Ursula Von der Leyen, tinha dito aos líderes europeus que o objetivo era apresentar a proposta a 6 de maio. Desta forma criou-se a expectativa de que haveria uma proposta esta quarta-feira.

Contudo, em público, logo na conferência de imprensa após o Conselho Europeu, Von der Leyen rejeitou comprometer-se com uma data precisa para a nova proposta do QFP 21-27 e do fundo de recuperação que, agora já se sabe, irá chamar-se “Instrumento da Recuperação”. Esta terça-feira, no briefing diário, Eric Mamer, o porta-voz da Comissão Europeia, esclareceu que a presidente disse que “pretendia apresentar a proposta na segunda ou terceira semana de maio, mas que isso dependia do desenvolvimento da preparação e dos contactos com os Estados-membros”.

"A proposta não chegará amanhã, chegará quando estiver pronta.”

Eric Mamer

Porta-voz da Comissão Europeia

De seguida, deu a certeza de que esta semana tal não acontecerá: “A proposta não chegará amanhã, chegará quando estiver pronta”. O porta-voz explicou que esta é uma “proposta muito importante e complexa” uma vez que combina o já complicado processo de negociação do Quadro Financeiro Plurianual, o orçamento comunitário de longo prazo, e o novo Instrumento da Recuperação e a forma como os dois vão interagir. Os Estados-membros chegaram a acordo sobre ser a Comissão Europeia a endividar-se para financiar este fundo, mas há divisão sobre a forma como os fundos devem chegar aos países: se em subvenções (a fundo perdido) ou sob a forma de empréstimos que terão de ser pagos no futuro e que contam para o rácio da dívida pública.

“Há muito trabalho que está em curso e a Comissão está a trabalhar arduamente na proposta. E será apresentada quando estiver pronta para ser discutida pelo colégio [de comissários]”, concluiu Eric Mamer. Neste momento, ainda não existe uma data oficial para a apresentação, mas é expectável que haja uma proposta até ao final de maio, sendo que o Conselho Europeu volta a reunir-se a 18 de junho, segundo a agenda oficial.

A questão do timing da proposta é relevante dada a crise pandémica que se vive, a qual tem consequências imediatas. Os próprios líderes europeus referiam a “urgência” de se avançar com este processo, tendo António Costa referido que esperava chegar a um acordo político no verão. Acresce que o novo QFP deverá entrar em vigor a 1 de janeiro de 2021, data que poderá ficar em causa. Ainda esta segunda-feira os eurodeputados pediram à Comissão Europeia um plano de contingência para a UE não ficar sem orçamento comunitário caso não seja possível ter o QFP desde o início do próximo ano.

Além disso, mesmo cumprindo o prazo, tal significaria que o fundo da retoma, se ficar totalmente dentro do QFP, pode não estar disponível durante o segundo semestre de 2020, período que é visto como o início da recuperação económica na União Europeia após o impacto severo do primeiro e segundo trimestres. No entanto, a proposta da Comissão Europeia poderá já ter em conta este aspeto, encontrando soluções para que o dinheiro do fundo comece a chegar aos países ainda este ano.

Durante os próximos meses, os Estados-membros devem contar já com as ajudas aprovadas no Eurogrupo e que tiveram a luz verde do Conselho Europeu, nomeadamente o programa de apoio ao emprego (SURE), o acesso (quase) sem imposição de condições às linhas do Mecanismo Europeu de Estabilidade (MEE) e a alavancagem do Banco Europeu de Investimento (BEI). O objetivo é que estes apoios de curto prazo para responder ao problema de liquidez da economia estejam disponíveis a partir de 1 de junho.

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Emissões de gases com efeito de estufa na UE recuam 8,7% em 2019

  • Lusa
  • 5 Maio 2020

O maior corte nas emissões – de 15% - foi alcançado no setor da produção de eletricidade, o que reflete a descarbonização resultante da substituição do carvão por fontes renováveis e gás.

As emissões de gases com efeito de estufa (GEE) dos operadores abrangidos pelo Regime de Comércio de Licenças de Emissão da União Europeia recuou 8,7% em 2019, face a 2018, divulgou hoje a Comissão Europeia.

Esta redução resulta de uma diminuição de 9% das emissões de infraestruturas fixas (indústrias, centrais energéticas) e um aumento de 1% das emissões no setor da aviação.

O maior corte nas emissões – de 15% – foi alcançado no setor da produção de eletricidade, o que reflete a descarbonização resultante da substituição do carvão por fontes renováveis e gás.

Na indústria não energética, a redução foi de 2% e abrangeu praticamente todos os setores, incluindo a metalurgia, produtos químicos e refinarias.

A redução das emissões de GEE, em 2019, enquadrou-se num contexto de crescimento económico na União Europeia (1,5%).

Segundo a Comissão Europeia, o nível de conformidade das infraestruturas e dos operadores de aeronaves com o Regime de Comércio de Licenças de Emissão da União Europeia (ETS, na sigla inglesa) é de mais de 99% das emissões abrangidas pelas licenças de emissão das instalações estacionárias totais comunicadas.

O ETS visa reduzir as emissões de carbono da indústria ao exigir às empresas que possuam licenças para cada tonelada de CO2 que emitam.

As empresas têm que adquirir estas licenças através de leilões, existindo alguns incentivos para estimular a inovação no setor.

O ETS europeu é o maior mercado de carbono do mundo, regula perto de 45% das emissões totais de gases com efeito de estufa da UE e cobre aproximadamente 11 mil centrais elétricas e fábricas.

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Câmara de Famalicão oferece tablets a lares do concelho

Os 23 equipamentos vão ser distribuídos por todas as instituições ao longo desta semana. O principal objetivo é facilitar a comunicação entre idosos e familiares através de vídeo chamadas.

A Câmara Municipal de Vila Nova de Famalicão vai oferecer 23 tablets a todos os lares do concelho de forma a facilitar a comunicação entre os idosos e os seus familiares através de vídeo chamadas. O donativo prevê um investimento total de 2.500 euros.

“Para evitar um isolamento ainda maior e a solidão decidimos oferecer este pequeno contributo municipal que irá permitir uma maior aproximação entre os nossos seniores e os seus familiares. Sabemos o quanto é importante manter as comunicações e as relações com o exterior e sabemos que as vídeo chamadas são muitas vezes realizadas através de equipamentos pessoais dos funcionários”, explica o presidente da Câmara Municipal, Paulo Cunha.

Devido à pandemia de Covid-19, os utentes dos lares não podem receber visitas de familiares e amigos. Para a diretora do Centro Social de Calendário, Catarina Pereira, “as novas tecnologias são para eles uma realidade apaixonante na relação com a família”. Acrescenta ainda que “a imagem dos familiares não consegue substituir o poder de um abraço apertado ou de um beijo repenicado, não apaga as saudades, mas aconchega o coração dos nossos residentes”.

“É um apoio que terá um impacto enorme no quotidiano dos idosos”, conclui a diretora do Centro Social de Calendário.

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Lisboa segue Europa e regressa aos ganhos. Galp sobe quase 4%

O dia foi de ganhos nas bolsas europeias, numa altura em que muitas economias começam a reabrir, depois do confinamento de semanas devido ao Covid-19. Lisboa não foi exceção.

Depois de uma sessão com fortes perdas, Lisboa recupera e volta aos ganhos, impulsionada pela Galp, que subiu quase 4%. A praça lisboeta seguiu a tendência sentida na Europa, numa altura em que muitas economias começam a reabrir, após semanas de confinamento para travar a pandemia.

O PSI-20, índice de referência nacional, somou 0,84% para 4.222,020 pontos. Das 18 cotadas, apenas cinco fecharam a sessão em terreno negativo, duas ficaram inalteradas e as restantes registaram valorizações.

O destaque da sessão vai para a Galp, que avançou 3,79% para os 10,41 euros. Esta valorização dos títulos da petrolífera acontece numa sessão marcada pela alta dos preços do petróleo. Em Londres, o Brent negoceia acima dos 30 dólares, enquanto em Nova Iorque o WTI ronda os 24 dólares.

Os investidores estão otimistas quanto a uma recuperação na procura, numa altura em que vários países arrancam com o desconfinamento pós-Covid-19. Na Europa, esta reabertura também animou as bolsas. O Stoxx 600, índice que reúne as 600 maiores europeias, ganhou 2,1%, o alemão DAX valorizou 2,5% e o francês CAC 40 somou 2,3%.

Em Lisboa, notas também para os CTT, cujos títulos somaram 2,40% para os 2,13 euros, e para a EDP, que avançou 2,32% para os 3,87 euros. Nas perdas, é a Nos que se destaca, com uma queda de 1,25%, bem como o setor da pasta do papel. A Altri recuou 1,63% para os 4,70 euros, enquanto a Navigator caiu 0,69% para os 2,30 euros.

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Novos aumentos na Função Pública? Ministra admite falhar compromisso

Houve uma "grande alteração das circunstâncias" e os aumentos salariais prometidos aos funcionários para 2021 estão agora em risco. Alexandra Leitão admite falhar esse compromisso.

A ministra da Administração Pública admite que “não tem a certeza” se será possível concretizar, no próximo ano, o compromisso de aumentos salariais de, pelo menos, 1% no Estado. Em declarações na Assembleia da República, Alexandra Leitão frisou que houve uma “grande alteração das circunstâncias” face à pandemia de coronavírus, estando o cumprimento desse compromisso dependente do estado em que estiver a economia portuguesa.

Questionada pelos deputados, a ministra começou por referir que estas atualizações salariais serão objeto do “Orçamento para 2021”, pelo que é “muito prematuro tomar uma posição” sobre esta matéria. Ainda assim, Alexandra Leitão atirou: “Não escondo que na negociação sindical foi referido que para 2021 haveria um compromisso de atualização em linha com a inflação prevista para 2020, não inferior a 1%. É um compromisso que gostaria de dizer que gostaríamos de conseguir honrar. Não posso em consciência dizer que tenho a certeza que vai ser possível”.

O ministro da Economia e o primeiro-ministro também já tinham admitido falhar este compromisso firmado com os sindicatos, face aos efeitos do surto de Covid-19 na economia nacional. Este ano, o Ministério de Alexandra Leitão avançou com aumentos de dez euros para os salários até 683,13 euros e de 0,3% para os demais trabalhadores do Estado.

Estes aumentos foram pagos, pela primeira vez, em abril (com retroativos), mas nem todos os funcionários públicos (nomeadamente, os da Saúde) viram os seus salários processados à luz dos novos valores. Esta terça-feira, Alexandra Leitão confirmou que, em maio, todos os trabalhadores do Estado já deverão ser abrangidos.

Para o próximo ano, o Governo tinha anunciado aumentos, no mínimo, em linha com a inflação prevista para 2020, isto é, cerca de 1%. Aos jornalistas e aos sindicatos, o secretário de Estado da Administração Pública garantiu que este ano marcava o início de um “novo ciclo de atualizações anuais” dos salários, prometendo aumentos em linha com a variação dos preços nos anos seguintes.

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General Eletric corta 13.000 postos de trabalho devido à pandemia

  • Lusa
  • 5 Maio 2020

A multinacional anunciou que vai suprimir 25% dos postos de trabalho no departamento de aviação, devido ao impacto da pandemia. O fabrico de aviões também será reduzido até 2021.

A empresa General Electric anunciou esta segunda-feira que vai suprimir 25% dos postos de trabalho no departamento de aviação — o equivalente a 13 mil empregos, devido aos efeitos da pandemia de Covid 19.

O plano de despedimentos deverá estar pronto “nos próximos meses” e a empresa assegura que serão “consultados” os funcionários e os seus representantes, segundo o mesmo responsável. Em comunicado, o conglomerado multinacional sediado nos Estados Unidos refere que esse corte se fará com rescisões voluntárias e despedimentos, explicitando que 2.600 empregos foram já suprimidos em março.

No comunicado, o diretor-executivo do departamento de aviação, David Joyce, garante que a empresa adotou “medidas difíceis para reduzir custos nos últimos dois meses”, mas não foram suficientes e tornou-se “necessário ajustar o negócio à realidade do mercado”. Além do corte nos postos de trabalho, a General Eletric avançou ainda que o fabrico de aviões também será reduzido até 2021.

Além do corte nos postos de trabalho, a General Eletric avançou ainda que o fabrico de aviões também será reduzido até 2021. A profunda contração da aviação comercial não tem precedentes, afeta todos os clientes em todo o mundo. Estima-se que o tráfego global baixe aproximadamente cerca de 80% no segundo trimestre, em comparação com o efeito do início da pandemia, em princípios de fevereiro, na China”, frisa Joyce.

Nos resultados trimestrais conhecidos na semana passada, a General Electric teve um ganho de 74% (6,6 milhões de dólares) relativamente ao ano passado, mas o ramo da aviação caiu 39% (mil milhões de dólares). O conglomerado conheceu, desde o início do ano, uma perda de 44% do seu valor em bolsa.

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