Aumento de capital da EDP “totalmente subscrito”. Procura foi 2,6 vezes superior à oferta
O aumento de capital da EDP "foi totalmente subscrito", resultando num encaixe de 1.020 milhões de euros. A procura esteve 256% acima da oferta e as novas ações chegam à bolsa em meados do mês.
A EDP informou esta sexta-feira que o aumento de capital em curso “foi totalmente subscrito”. “A procura total registada no presente aumento de capital representou cerca de 256% do montante da oferta”, indica a elétrica em comunicado.
“A EDP torna público que foi totalmente subscrito o aumento de capital […], compreendendo a emissão de 309.143.297 ações ordinárias, escriturais e nominativas, com o valor nominal de um euro cada, ao preço de subscrição unitário de 3,30 euros com um ágio de 2,30 euros por nova ação”, lê-se numa nota submetida à CMVM.
Esta operação, avaliada em 1.020 milhões de euros, visa angariar capital para financiar parte da compra da Viesgo em Espanha. As quase 310 milhões de novas ações representam “um total de aproximadamente 8,45% do capital social da EDP”, apontou a empresa numa nota divulgada em julho, aquando do anúncio.
Agora, a EDP vem dar conta da conclusão do aumento de capital: “No exercício de direitos de subscrição foram objeto de subscrição proporcional 289.872.956 novas ações, representativas de cerca de 93,8% do total de novas ações a emitir no âmbito da presente oferta, tendo ficado disponíveis para rateio 19.270.341 novas ações.” Ora, de acordo com o grupo português, “os pedidos suplementares de ações sujeitos a rateio totalizaram 501.535.122 ações, excedendo cerca de 26 vezes a quantidade disponível para o efeito”.
“Deste modo, a procura total registada no presente aumento de capital representou cerca de 256% do montante da oferta”, refere a EDP. Isto é, uma procura que é superior à oferta em mais de duas vezes, tendo o encaixe financeiro correspondido aos 1.020 milhões que a EDP pretendia obter com a operação.
Mais informa a EDP que “a liquidação das novas ações subscritas no exercício dos direitos de subscrição ocorre na presente data e a liquidação financeira das novas ações atribuídas em rateio deverá ocorrer a 11 de agosto”.
“O processo de rateio entre todos os subscritores que manifestaram interesse em subscrever um número de ações superior àquele a que teriam proporcionalmente direito deu lugar a sucessivas iterações, atribuindo-se ações no respeito da proporção do valor das respetivas subscrições, com arredondamento por defeito”, aponta também a nota.
As novas ações da EDP serão admitidas a negociação em bolsa pela Euronext Lisbon na data prevista de 17 de agosto, “ou em data aproximada”. Tal acontecerá “após o registo do aumento de capital junto da Conservatória do Registo Comercial”.
Depois do anúncio dos resultados da operação, as ações da EDP estão a perder 1,81%, para 4,33 euros, na bolsa de Lisboa.
Numa reação à operação, Miguel Stilwell d’Andrade, presidente executivo interino da EDP, disse que “o aumento de capital foi um sucesso e é demonstrativo do grande alinhamento entre a empresa e os seus acionistas”. “Este feedback claramente positivo é ainda mais importante no contexto de elevada incerteza económica mundial, o que muito nos orgulha e reforça a nossa confiança em prosseguirmos uma estratégia de liderança da transição energética, assente num crescimento focado, sobretudo em ativos renováveis e redes”, afirmou.
Chineses mantêm controlo da EDP
Apesar do aumento de capital, não se espera uma mudança profunda na estrutura acionista da EDP. A empresa estatal chinesa China Three Gorges deverá manter-se como maior acionista, depois de ter investido 220 milhões de euros para evitar uma diluição da sua posição, que é superior a 21%. Esta deverá, assim, manter-se intacta.
Também o grupo espanhol Oppidum Capital, até aqui o segundo maior acionista, investiu 73,8 milhões de euros em novas ações da elétrica portuguesa, detendo atualmente mais de 7% da companhia. A informação foi anunciada no início da semana.
De resto, destaque para o investimento do CEO interino da EDP, Miguel Stilwell d’Andrade, que aplicou quase 40 mil euros em novas ações da elétrica. O CEO suspenso, António Mexia, também participou na operação, investindo mais de 26 mil euros em novas ações, em conjunto com a mãe, Maria da Graça Mexia.
Já o administrador António Martins da Costa avançou com um total de 15.232,80 euros, enquanto o administrador Rui Lopes Martins investiu 8.457,90 euros, acompanhado pela mulher, Lina Dantas Martins, com 1.633,50 euros. Já a administradora Maria Isabel Pereira investiu um total de pouco mais de 20 mil euros.
(Notícia atualizada pela última vez às 14h44)
Correção: Uma versão anterior indicava que a procura teria sido superior à oferta em três vezes. Na verdade, foi 2,6 vezes superior. Aos leitores e visados, as nossas desculpas.
Cotação das ações da EDP na bolsa de Lisboa
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