Commerzbank passa de lucros a prejuízos de 96 milhões até junho

  • Lusa
  • 5 Agosto 2020

O Commerzbank, segundo maior banco comercial privado da Alemanha, passou de lucros a um prejuízo de 96 milhões de euros até junho deste ano, devido às provisões para crédito malparado.

O Commerzbank anunciou esta quarta-feira um prejuízo de 96 milhões de euros no primeiro semestre, contra lucros líquidos de 401 milhões de euros um ano antes, devido a provisões para crédito malparado no âmbito da pandemia.

No entanto, o Commerzbank, segundo maior banco comercial privado da Alemanha, também informou esta quarta-feira que no segundo trimestre alcançou um lucro líquido atribuível de 220 milhões de euros, menos 21,1% do que no ano anterior.

O Commerzbank, que acaba de nomear Hans-Jörg Vetter para presidente do conselho fiscal, apesar de não ser do agrado do investidor norte-americano Cerberus, aumentou as receitas líquidas com juros para quase 2,6 mil milhões de euros (+3,7%). As receitas de comissões subiram 10,7% para quase 1,67 mil milhões de euros.

“No segundo trimestre, conseguimos um resultado positivo apesar da Covid-19 e apoiar os nossos clientes a ultrapassar as consequências da pandemia”, disse o presidente cessante do Commerzbank, Martin Zielke, que se demitiu há um mês e deixará o cargo antes do final do ano.

O segundo maior banco comercial privado da Alemanha criou provisões para crédito malparado no valor de 795 milhões de euros no primeiro semestre, contra 256 milhões de euros um ano antes, antecipando que clientes possam não ser capazes de reembolsar os empréstimos devido à pandemia. Do total das provisões, 175 milhões de euros dizem respeito a um único crédito.

Os efeitos da pandemia também tiveram um impacto negativo de 131 milhões no segundo trimestre, segundo os cálculos provisórios. A qualidade da carteira de empréstimos permanece elevada, devido à grande redução dos riscos nos últimos anos, e a taxa de créditos problemáticos é de apenas 0,8%, refere o banco.

O Commerzbank tem um rácio capital sobre os ativos ponderados pelo risco (TEC 1) de 13,4%, contra 12,9% um ano antes. O banco alemão também teve uma perda operacional de 74 milhões de euros no primeiro semestre, em comparação com um lucro de 555 milhões de euros um ano antes.

O rácio de eficiência no negócio operacional incluindo contribuições obrigatórias foi de 82,5%, contra 81,1% um ano antes. O banco reduziu os custos operacionais para 3,03 mil milhões de euros, menos 3,7% que no mesmo período de 2019.

Desde o início da crise da covid-19, o Commerzbank recebeu 21.000 pedidos de financiamento para um volume de 20 mil milhões de euros e aprovou empréstimos do banco estatal de crédito para a reconstrução e o desenvolvimento (KfW) no valor de sete mil milhões de euros.

O Commerzbank considera que está a fazer progressos na digitalização e que os utilizadores do seu portal bancário na Internet e da sua aplicação móvel atingiram um recorde de 2,7 milhões em junho.

O banco espera que as receitas da divisão da banca privada e de pequenas empresas se mantenham se não houver um segundo confinamento, as atividades económicas recuperarem gradualmente e os programas de apoio governamental sejam eficazes.

Mas o Commerzbank prevê um maior impacto da pandemia da covid-19 nas grandes empresas. Devido às provisões e possíveis custos de reestruturação, o Commerzbank prevê fechar 2020 com prejuízos.

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Pedro Proença quer que a época 2020/21 comece com adeptos nas bancadas

  • Lusa
  • 5 Agosto 2020

O presidente da Liga Portuguesa de Futebol Profissional adiantou que o organismo está "em conversações" com a Direção-Geral de Saúde e com o Governo para que a próxima época comece com público.

O presidente da Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP), Pedro Proença, disse esta quarta-feira que o organismo está a trabalhar para que a época 2020/21 comece, em setembro, com público nas bancadas.

Na conferência “Futebol Profissional e Economia Pós COVID-19”, promovida pela LPFP, em Oeiras, Pedro Proença sublinhou que os adeptos são parte do futebol e indispensáveis ao espetáculo.

É para os adeptos que estamos a lutar e a trabalhar, e tudo faremos para que a próxima época comece com eles. Sem eles, o futebol não existe, e estamos em conversações com a Direção-Geral de Saúde (DGS) e com o Governo”, revelou o presidente da LPFP.

Em resposta, na sua intervenção na conferência, o Secretário de Estado da Juventude e do Desporto (SEJD), João Paulo Rebelo, admitiu que o futebol só tem toda a sua essência quando os “artistas” podem ser vistos ao vivo pelo público.

João Paulo Rebelo sublinhou também que tudo está a ser feito para que os adeptos voltem rapidamente às bancadas, mas advertiu que essa decisão não pode colocar em causa a saúde pública e os avanços conseguidos no combate à pandemia de covid-19.

“É evidente que os nossos artistas, os atletas, merecem a presença do público. Sabemos que o comportamento do público num anfiteatro é distinto do público num jogo de futebol, o que não quer dizer que não estejamos envolvidos na busca de uma solução, o mais breve possível”, disse.

O governante, que esteve presente no sábado na final da Taça de Portugal – o FC Porto conquistou o troféu, ao bater o Benfica por 2-1, em Coimbra – e reconheceu um “cenário desolador” face às bancadas vazias, não se comprometeu, porém, com prazos.

“Não consigo dizer a partir de quando, mas é preciso trabalharmos com a DGS, e quero que saibam que o SEJD e o Governo estão comprometidos para que isso possa acontecer o mais rapidamente possível, mas sem comprometer o equilíbrio que é difícil de conseguir, e de forma a que uma abertura excessiva não comprometa o trabalho todo que estamos a fazer”, explicou.

A edição 2020/21 da I Liga portuguesa de futebol arranca no fim de semana de 20 de setembro, uma semana depois do começo da II Liga, e o sorteio das duas competições está agendado para 28 de agosto.

Governo está a “criar condições” para adeptos regressarem aos estádios

O Ministro da Economia e Transição Digital assumiu hoje que o Governo “não sabe” quando os adeptos vão poder regressar aos estádios de futebol, mas garantiu que “estão a ser criadas condições para um contexto que será difícil”.

Na conferência ‘Futebol Profissional e Economia Pós COVID-19’, Pedro Siza Vieira disse entender as pretensões da Liga e dos clubes para que as bancadas possam ter público, mas sublinhou que ainda “não há resposta” para essa ambição.

“Esse é um processo que está dependente da evolução das condições sanitárias. Estamos focados em dar passos seguros que permitam controlar o contágio e de forma a que o sistema de saúde esteja sempre à altura de poder dar uma resposta eficaz”, disse.

De acordo com o governante, “é muito importante” que não se tomem decisões em que depois haja a “necessidade de voltar atrás”.

Queremos que o próximo campeonato se inicie e decorra até ao fim sem interrupções. O pior que podia acontecer seria tomarmos uma decisão de maior liberdade e mais tarde termos de voltar atrás”, disse, admitindo que a ausência de adeptos nos estádios de futebol traz “consequências económicas graves” para o setor.

Pese embora as dificuldades económicas do futebol, Pedro Siza Vieira deixou elogios ao percurso feito e à resposta que o setor deu aos desafios colocados pela pandemia de covid-19.

“Tal como fez a economia em geral nas últimas décadas, também o futebol apostou na qualificação dos recursos humanos, no apuramento de talento, numa aposta muito maior no conhecimento e inovação, o que lhe permitiu crescer em competitividade e trouxe uma melhoria muito significativa do desempenho”, adiantou o ministro da Economia e Transição Digital.

(Notícia atualizada às 13h35)

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É oficial: Futebol contribuiu com 549 milhões de euros para o PIB português

O Anuário do futebol português da época 2018/2019 mostra que a indústria futebolística apresentou melhorias significativas em relação ao volume de negócios e às contribuições para o PIB nacional.

O futebol profissional nacional gerou 851 milhões de euros, contribuindo assim com 549 milhões de euros para o PIB português em 2018/19, tal como o ECO já tinha noticiado. Os valores do anuário 2018/2019 foram oficialmente apresentados esta quarta-feira na conferência “Futebol Profissional e Economia Pós-COVID19”.

“A Liga Portugal e as Sociedades desportivas geraram cerca de 851 milhões de euros em volume de negócios, que contribuiu com cerca de 549 milhões de euros para o PIB português (0,3%) em 2018/2019“, lê-se no anuário elaborado pela EY. A consultadora salienta ainda que o peso do futebol sobre o PIB poderia ser mais expressivo “se tivessem sido somados os impactos indiretos e induzidos na economia”.

Com um volume de negócios expressivo, a indústria do futebol produziu mais de 150 milhões de euros para o Estado em impostos, representado um aumento de 20,3% nas componentes comparáveis em 2018/2019. Números, que de acordo com a EY, demonstram “uma contribuição mais acentuada em impostos indexados a remunerações, o que constitui uma ameaça à atratividade de talento profissional.”

É também reforçado no relatório o aumento da empregabilidade para 2.621 postos de trabalho “em época de redução de quadro competitivo”, em que, como era esperado, a I Liga foi a maior empregadora das competições profissionais.

“A maior parte dos postos de trabalho provêm das Sociedades Desportivas da Liga NOS, que empregam 1.913 trabalhadores, dos quais 1.099 são jogadores, 196 são treinadores e 618 são funcionários afetos às áreas de suporte“, assinalou a consultora EY no estudo.

Todavia, as melhorias económicas que se verificaram na época anterior sofreram um grande revés com o surgimento da pandemia de Covid-19 em março. De recordar que no passado mês de abril, o organismo que tutela as competições profissionais estimava uma queda entre 350 e 400 milhões de euros nas receitas previsionais imediatas devido à paragem do futebol nacional.

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Fundo de 15 milhões ajuda empresas a investir em renováveis. Já tem 10 projetos agendados

A tecnológica portuense Ecoinside disponibilizou um fundo de capital próprio no valor de 15 milhões de euros para apoiar as empresas portuguesas na transição energética. Já tem 10 projetos agendados.

A Ecoinside, tecnológica especializada em soluções de energias renováveis, lançou um fundo de investimento no valor de 15 milhões de euros destinado a apoiar as empresas portuguesas na transição energética e na redução de consumo de energia elétrica. Já tem 10 projetos agendados.

O fundo agora inaugurado pela empresa portuense vai permitir que as empresas alberguem centrais fotovoltaicas que produzem eletricidade a partir de energia solar, nas suas instalações, para aí ser consumida.

Assim, a primeira empresa a beneficiar deste projeto é a Telbac, empresa de congelados, sediada em Amarante. Através da instalação de “mais de 1.100 metros quadrados de painéis fotovoltaicos”, a Telbac vai beneficiar de uma poupança gerada pela central que “se vai traduzir em cerca de três mil euros mensais”, explica a Ecoinside, em comunicado.

Contas feitas, a central fotovoltaica será responsável pela “produção de quase 32% das necessidades energéticas” da empresa de congelados, evitando que “mais de 51 toneladas de CO2 [dióxido de carbono] sejam lançadas, todos os anos, para a atmosfera”, o que equivale à plantação de “cerca de 780 árvores”, reforça a nota de imprensa.

“Este é o primeiro de muitos projetos que pretendemos desenvolver na área da produção energética sustentável, recorrendo ao fundo que criámos para todas as Pequenas e Médias Empresas (PME) que se pretendam juntar a nós na construção de um futuro mais verde e economicamente mais viável”, afirma António Cunha Pereira, CEO da Ecoinside.

Para o futuro, a tecnológica portuense tem já 10 projetos agendados que vão usufruir deste investimento, por forma a ajudar as empresas portuguesas a atingir as metas do Portugal 2030. Até à próxima década, Portugal deverá contar com 80% da sua energia a ser fornecida a partir de fontes renováveis e com uma redução de 50% das emissões de carbono.

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Primeira SIGI portuguesa estreia-se com a compra de cinco ativos por 37 milhões

Criada pela Sonae Sierra e pelo Bankinter, a Ores comprou cinco superfícies comerciais com supermercados e hipermercados localizados em Asprela, Mozelos, Covilhã, Faro e Reboleira.

A primeira Sociedade de Investimento e Gestão Imobiliária (SIGI) criada em Portugal já se estreou na compra de ativos. A Olimpo Real Estate (Ores), fundada pela Sonae Sierra e pelo Bankinter, adquiriu cinco superfícies comerciais no país, num investimento total de 37 milhões de euros.

Lançada em dezembro do ano passado, a SIGI já “comprou cinco superfícies comerciais urbanas em Portugal, pelo valor de 37 milhões de euros, numa transação sem precedente no país”, lê-se no comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM). O portefólio, com uma área total de 21.227 metros quadrados, é composto por supermercados e hipermercados localizados em Asprela, Mozelos, Covilhã, Faro e Reboleira.

No mesmo documento, a Ores refere que os estabelecimentos comerciais têm “contratos de arrendamento de longa duração”, detalhando que quatro são com o Continente e um com o Pingo Doce.

O ECO sabe que quatro destes imóveis — Continente Covilhã (inserido no Serra Shopping), Continente Modelo Mozelos, Continente Modelo de Faro e Continente Bom Dia da Asprela — foram comprados à Sonae MC, subsidiária da Sonae, que informou esta quarta-feira da venda de “quatro ativos de retalho alimentar” localizados no país por um total de 34 milhões de euros, continuando nos mesmos como arrendatária.

“Esta operação (…) reafirma (…) o nosso compromisso com o desenvolvimento económico em Portugal e representa um contributo importante para a dinamização de um dos seus setores mais relevantes”, diz Alberto Ramos, CEO do Bankinter Portugal, citado em comunicado.

Por sua vez, Alexandre Fernandes, head of asset management da Sonae Sierra, salienta que “estas primeiras aquisições representam um passo muito importante na execução da estratégia de investimento” da Ores. O responsável diz que a empresa continua atenta ao mercado, onde tem identificado “vários ativos imobiliários que reúnem as condições para se integrarem neste portefólio no curto e médio prazo“.

A Ores foi lançada em dezembro do ano passado e é a primeira SIGI a ser criada no país, detida em 12% pelo Bankinter e em 5,14% pela Sonae Sierra. No final de junho estreou-se na bolsa de Lisboa com uma capitalização bolsista de 50,2 milhões de euros, prometendo entregar 90% dos resultados dos investimentos imobiliários aos acionistas.

(Notícia atualizada às 11h37 com mais informação)

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Petróleo supera os 45 dólares após forte queda dos stocks nos EUA

As cotações do petróleo valorizam mais de 2% nos dois lados do Atlântico, sendo que o barril de brent transaciona acima dos 45 dólares pela primeira vez desde 6 de março.

O petróleo está em alta nos mercados internacionais. A cotação do “ouro negro” avança mais de 2% nos dois lados do Atlântico, com o brent londrino a superar fasquia dos 45 dólares pela primeira vez desde março. A forte queda dos stocks da matéria-prima nos EUA ajudam a explicar o avanço dos preços.

O brent — matéria-prima que serve de referência para as importações nacionais — valoriza 2,09%, para os 45,36 dólares em Londres. Trata-se da cotação mais elevada dos últimos cinco meses, mais em concreto desde 6 de março. Também em máximos desse dia estão as cotações do crude que negoceiam em Nova Iorque nos 42,68 dólares, 2,35% acima do fecho da última sessão.

O avanço das cotações do petróleo acontece após dados que apontam para uma grande queda nos stocks da matéria-prima nos EUA, que compensam assim os receios dos investidores face à progressão dos contágios pelo novo coronavírus e ao impacto que tal pode ter sobre a procura de combustível.

Brent acelera acima dos 45 dólares

Os inventários de petróleo nos EUA caíram 8,6 milhões de barris na semana terminada a 1 de agosto, para os 520 milhões de barris. A expectativa dos analistas ia no sentido de uma redução de três milhões de barris.

“O sentimento bullish no início do dia de hoje é justificado perante as notícias dos stocks nos EUA, mas acreditamos que os ’touros’ talvez precisem de se refugiar no ‘rancho’ nos próximos dias, já que a Covid-19 assume novamente o centro do palco”, alertou contudo Bjornar Tonhaugen, diretor de mercados de petróleo da Rystad Energy, citado pela Reuters.

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Lay-off e pandemia levam à maior queda desde 2011 no número de horas de trabalho

A redução do volume de horas trabalhadas está "sobretudo associada ao aumento da população empregada ausente do trabalho, que ascendeu a 1.078,2 mil pessoas", diz o INE.

As horas trabalhadas em Portugal no segundo trimestre deste ano registaram a maior queda desde 2011. Caíram 26,1%, face ao mesmo período do ano passado, de acordo com os dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) esta quarta-feira. A redução do volume de horas trabalhadas está “sobretudo associada ao aumento da população empregada ausente do trabalho, que ascendeu a 1.078,2 mil pessoas”, explica o INE.

Esta ausência, de cerca de 23% de todos os trabalhadores, deveu-se quase “exclusivamente à redução ou falta de trabalho por motivos técnicos ou económicos da empresa”, que inclui, nomeadamente, aqueles que estão abrangidos pela suspensão temporária do contrato e pelo lay-off, aponta o INE.

Apesar da crise provocada pela pandemia, com várias empresas a passar por dificuldades, medidas como o lay-off têm contribuído para que o impacto não se reflita nos dados do desemprego. Ainda assim, com o fim deste apoio, os números do desemprego deverão aumentar, tendo o ministro da Economia já alertado que é necessário “estar preparados para tudo”.

Entre abril e junho, a população empregada diminuiu 2,8% (134,7 mil) em relação ao trimestre anterior, sendo que a maioria passou a ser considerada inativa, ou seja, pessoas que não estavam empregadas nem desempregadas, condicionadas pela situação atual. Poucas passaram assim para uma situação de desemprego.

Desta forma, no segundo trimestre deste ano, a taxa de desemprego foi de 5,6%, valor inferior em 1,1 pontos percentuais (p.p.) ao do trimestre anterior e em 0,7 p.p. ao do trimestre homólogo de 2019. “As saídas do desemprego para o emprego (64,3 mil) foram muito inferiores às que tiveram como destino a inatividade (145,5 mil) “, sinaliza o INE.

Já a população inativa com 15 e mais anos, cerca de 3.886,7 mil pessoas, aumentou 5,7% relativamente ao trimestre anterior e 7,5% em relação ao trimestre homólogo, as variações mais elevadas desde o início da série, em 2011. Um aumento explicado pela população que, embora disponível, não procurou trabalho, que é estimada em 312,1 mil pessoas, mais 87,6% em relação ao trimestre anterior e 85,6% relativamente ao período homólogo.

O INE esclarece que aspetos como restrições à mobilidade, a redução ou mesmo interrupção dos canais normais de informação sobre ofertas de trabalho em consequência do encerramento parcial ou mesmo total de uma proporção muito significativa de empresas se tornam razões para não fazer uma procura ativa de emprego, que é condição essencial para a classificação enquanto desempregadas. Assim, são contabilizadas como inativas.

Para além disso, aqueles que não têm “disponibilidade para começar a trabalhar na semana de referência ou nos 15 dias seguintes, caso tivessem encontrado um emprego, por terem de cuidar de filhos ou dependentes ou por terem adoecido em consequência da pandemia”, também são incluídos na população inativa.

(Notícia atualizada às 12h30)

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Trabalho remoto dispara com Covid. Portugal tem um milhão de pessoas em teletrabalho

Segundo dados divulgados pelo INE, o número de teletrabalhadores em Portugal cresceu 23,1% no segundo trimestre deste ano. Pandemia foi razão principal para este aumento.

No segundo trimestre de 2020, o número de teletrabalhadores em Portugal cresceu 23,1% para mais de um milhão de pessoas, segundo dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) divulgados esta quarta-feira.

De acordo com o relatório, o número de população empregada que indicou ter exercido a sua profissão sempre ou quase sempre em casa na semana de referência ou nas três semanas anteriores foi estimada em 1,094 milhões de pessoas. Destas, 998,5 mil pessoas (91,2%) indicaram que a razão principal para ter trabalhado em casa se deveu à pandemia de Covid-19.

Comparando as horas trabalhadas durante o período analisado e a semana de referência, “não há grande diferença entre trabalhar em casa ou fora de casa”, analisa ainda o INE. “Quem não esteve ausente e trabalhou fora de casa trabalhou em média 36 horas nessa semana e quem não esteve ausente e trabalhou a partir de casa, trabalhou 35 horas”, assinala o Instituto Nacional de Estatística.

Do total, verificou-se ainda que 1,03 milhões de pessoas usam tecnologias de informação e comunicação para poderem desempenhar as suas funções de trabalho em casa — o correspondente a 21,9% do total da população empregada.

"Quem não esteve ausente e trabalhou fora de casa trabalhou em média 36 horas nessa semana e quem não esteve ausente e trabalhou a partir de casa trabalhou 35 horas.”

INE

O INE conclui ainda que 643,8 mil pessoas empregadas “não trabalharam no emprego principal durante o período de referência”, nem em casa, nem noutro local. A principal razão apontada para esta impossibilidade, por 76,3% (491,5 mil pessoas), foi a pandemia.

O número de trabalhadores a partir de casa já vinha a aumentar nos últimos anos, principalmente na zona norte do país. De acordo com os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) divulgados no final do ano passado, em apenas quatro anos, este indicador aumentou mais de 70% para um total de 120.000 trabalhadores. No segundo trimestre de 2015, segundo o INE, eram 68.300 os portugueses que trabalhavam a partir de casa. Contudo, desde essa altura, esse número quase duplicou para um total de 120.700 trabalhadores, no segundo trimestre de 2019.

Segundo o mais recente estudo “Remote work em Portugal”, apresentado pela JLL, cerca de 95% dos inquiridos gostaria de continuar a trabalhar a partir de casa depois da pandemia, sendo o trabalho remoto de dois a três dias por semana a opção favorita.

Entre as principais vantagens do teletrabalho enumeradas pelos participantes estão a ausência de tempo perdido nas deslocações casa-trabalho-casa (32%), interrupções menos recorrentes (27%), a possibilidade de uma agenda flexível (25%) e o aumento de tempo para a família (13%). Para 83% dos profissionais é relevante que uma proposta de trabalho passe a considerar o teletrabalho associado a uma agenda flexível: estes fatores podem ser importantes na hora de captar e reter talento.

Nas últimas semanas, tecnológicas como a Google, o Twitter, o Web Summit ou a Uber anunciaram que vão manter os seus trabalhadores a partir de casa — caso seja esse o seu desejo — até diferentes períodos do próximo ano. Em Portugal, já há empresas que já contratam a pensar em trabalhadores que o façam, em exclusivo, a partir de casa.

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Vendas a retalho retomam em junho níveis pré-pandemia na UE

  • ECO e Lusa
  • 5 Agosto 2020

O comércio a retalho na União Europeia melhorou em junho face a maio, retornando a níveis registados em fevereiro, antes das medidas de confinamento impostas devido à pandemia da Covid-19.

O comércio de retalho retomou, em junho, na Zona Euro e na União Europeia (UE) os níveis registados em fevereiro, antes das medidas de confinamento impostas devido à pandemia da Covid-19, segundo dados esta quarta-feira divulgados pelo Eurostat.

Na comparação homóloga, em junho as vendas a retalho cresceram 1,3% tanto na Zona Euro como na UE, pondo fim a um ciclo de três meses de recuos que tiveram o seu pico em abril e regressando aos níveis positivos de fevereiro. Na variação em cadeia, o comércio de retalho avançou em junho 5,7% na Zona Euro e 5,2% na UE.

Em junho, as vendas de alimentos, bebidas e tabaco foram semelhantes aos níveis registados em fevereiro deste ano (1,3% abaixo de fevereiro de 2020), enquanto para alguns grupos de produtos não alimentícios ainda existe uma lacuna considerável entre o momento atual e o período antes das medidas aplicadas para travar a pandemia.

Taxas de crescimento do volume do comércio a retalho por grupos de produtos na UEFonte: Eurostat

Segundo o gabinete de estatística europeu, as vendas de têxteis, roupas e calçados representaram, em junho, apenas cerca de três quartos do que foi vendido em fevereiro (22,4% abaixo de fevereiro de 2020). Ao mesmo tempo, ainda que em menor escala, as vendas de combustíveis automóveis (-12,5%), equipamentos de informática e livros (-8,3%), bem como produtos farmacêuticos e médicos (-5,9%) também permaneceram abaixo dos níveis pré-covid-19.

Nota positiva para os pedidos por correio e o volume da Internet que aumentaram 17,4% em relação a fevereiro de 2020.

As maiores subidas homólogas do volume de vendas a retalho foram registadas na Irlanda (10,2%), na Estónia (6,6%) e na Dinamarca (6,5%), enquanto os recuos mais pronunciados se observaram na Bulgária (-18,1%), em Malta (-8,4%) e no Luxemburgo (-7,7%).

Face a maio, a Irlanda (21,9%), a Espanha (16,5%) e a Itália (13,8%) foram os países onde as vendas a retalho mais cresceram e foram registadas apenas duas quebras: na Áustria (-2,5%) e na Alemanha (-1,6%).

Em Portugal, o indicador recuou 6,3% na variação homóloga e cresceu 4,4% face a maio. A pandemia de Covid-19 já provocou mais de 694 mil mortos, incluindo 1.739 em Portugal.

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Nicolas Namias é o novo CEO da Natixis a nível global

  • Trabalho
  • 5 Agosto 2020

Nicolas Namias vai deixar o conselho de administração do Groupe BCE para liderar a Natixis, a divisão internacional de banca empresarial e de investimento do banco francês. Sucede a François Riahi.

Nicolas Namias, novo CEO da Natixis a nível global

Nicolas Namias é o novo presidente executivo da Natixis, a divisão internacional de banca empresarial e de investimento, de gestão de ativos, de seguros e serviços financeiros do Groupe BPCE. O novo responsável era até agora vice-presidente executivo e diretor financeiro do Groupe BPCE, e integrava o conselho de administração desde novembro de 2018. Sucede no cargo a François Riahi.

Nicolas Namias já tinha integrado a Natixis entre 2014 e 2018, onde foi responsável de estratégia e liderou o desenvolvimento do plano estratégico de inovação tecnológica e digitalização da Natixis que, entre outras coisas, contemplou a criação da empresa em Portugal. Numa segunda fase, Namias desempenhou funções como diretor financeiro da empresa e membro do comité de gestão sénior.

Laurent Mignon, chairman da Natixis, elogia as suas capacidades de “antecipação, tomada de decisão e execução”, que considera “vitais” no contexto atual. “Estou certo de que ele será capaz de impulsionar o crescimento do banco em benefício dos seus clientes, funcionários e acionistas”, sublinha o responsável, citado em comunicado.

É formado pela École Nationale d’Administration, em França, e estudou também na Stanford Graduate School of Business (EUA), na École Supérieure des Sciences Économiques et Commerciales – ESSEC Business School (França) e no Institut d’Etudes Politiques – Sciences Po (França).

A Natixis é a divisão internacional de banca empresarial e de investimento, de gestão de ativos, de seguros e serviços financeiros do Groupe BPCE, o segundo maior grupo bancário em França. A empresa tem a sua unidade local no Porto — o Natixis Innovation Hub — que nasceu há três anos e se tornou o segundo hub da Natixis na Europa. Na semana passada, a unidade portuguesa anunciou nova liderança, com a nomeação de Etienne Huret, ex-Société Générale, que passa a liderar o hub de inovação do Porto, o terceiro maior da empresa na Europa. Focado na inovação, quer apostar no talento português nas universidades e startups.

A Natixis conta já com perto de 1.000 colaboradores de perfis tecnológicos, mas também de áreas como o direito, gestão, economia e finanças.

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Virgin Australia encerra filial e corta 3.000 postos de trabalho devido à pandemia

  • Lusa
  • 5 Agosto 2020

A companhia aérea australiana vai encerrar uma das suas filiais e suprimir um terço da força de trabalho, para fazer face à situação financeira precária que se agravou com a pandemia da Covid-19.

A companhia aérea Virgin Australia anunciou esta quarta-feira que vai fechar uma das suas filiais e suprimir 3.000 postos de trabalho, devido à crise de covid-19 que afetou drasticamente as empresas de aviação.

“Como empresa, precisamos de fazer mudanças para garantir o sucesso do Grupo Virgin Australia neste novo mundo“, disse Paul Scurrah, CEO (diretor executivo) da companhia aérea fundada pelo homem de negócios britânico Richard Branson.

O grupo vai encerrar a sua filial de baixo custo Tigerair Austrália e reduzir a mão-de-obra em um terço, eliminando 3.000 postos de trabalho.

Com uma dívida de cinco mil milhões de dólares australianos (2,95 mil milhões de euros), a Virgin Australia já se encontrava em situação financeira precária antes da pandemia do novo coronavírus, que abalou a indústria aérea mundial.

Com a chegada do vírus e o encerramento das fronteiras da Austrália a não residentes, a companhia foi forçada a suspender todos os voos internacionais. Serão necessários pelo menos três anos para regressar ao nível pré-covid-19 da procura de viagens nacionais e internacionais de curta distância”, acrescentou Scurrah.

A pandemia de covid-19 já provocou mais de 694 mil mortos e infetou mais de 18,3 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência de notícias France-Presse (AFP). Em Portugal, morreram 1.739 pessoas das 51.681 confirmadas como infetadas, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.

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Pandemia levou a quedas no valor acrescentado em todos os setores na UE no primeiro trimestre

Foi no comércio, transporte, alojamento e serviços de alimentação, bem como no setor das artes, entretenimento, recreação e outras atividades de serviços, que se verificaram maiores quedas.

Todas as indústrias registaram uma queda no valor acrescentado bruto (VAB) e nas horas trabalhadas, no primeiro trimestre de 2020, na União Europeia. Foi nas atividades de comércio, transporte, alojamento e serviços de alimentação, bem como no setor das artes, entretenimento, recreação e outras atividades de serviços, que se sentiu uma maior diminuição.

Estas áreas foram das mais afetadas pelo confinamento ditado pelos governos para conter a disseminação da Covid-19, tendo registado quedas no VAB que rondam os 6%, face ao trimestre anterior, revelam os dados do Eurostat, divulgados esta quarta-feira. Estes setores são também aqueles onde se sentiu uma maior diminuição do emprego em termos de horas trabalhadas, entre os 5% e os 6%.

Verificaram-se declínios na remuneração dos funcionários (a preços correntes) e no número de pessoas empregadas na maioria dos setores, mas em menor grau do que o VAB, o que reflete os esquemas de apoio implementados pelos governos nacionais, salienta o gabinete de estatísticas da União Europeia.

O setor da informação e comunicação foi dos únicos que registou crescimento em quase todos os aspetos (0,9% no número de pessoas empregadas e 1,1% para remuneração dos funcionários), excetuando o VAB. Também a área da Administração Pública, defesa, educação, saúde e atividades de trabalho social registou um aumento no emprego, em número de pessoas, e na remuneração dos trabalhadores.

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