Que empresa exporta mais em Portugal? E quem importa mais?

Em 2019, a Autoeuropa passou a ser a empresa que gera mais exportações em Portugal. Já a Galp continua a ser a maior importadora do país.

A Volkswagen Autoeuropa foi a empresa que mais bens (carros) exportou em 2019, enquanto a Petrogal (Galp Energia) foi a empresa que mais bens (petróleo bruto) importou para o território nacional, segundo o ranking que o Instituto Nacional de Estatística (INE) divulga todos os anos sobre as maiores exportadoras e importadoras do país. O top mantém-se há vários anos com quase as mesmas empresas, mudando ligeiramente de posição.

Entre as exportações de bens, a Autoeuropa acelerou para o topo no ano em que atingiu um recorde de produção de automóveis. Em segundo lugar ficou a maior importadora do país, a Galp Energia, que exporta o petróleo que passa pelas refinarias em Sines e Leixões, tendo sido a maior exportadora do país dez anos consecutivos, entre 2008 e 2018. Em terceiro lugar surge a Navigator: a quase totalidade das vendas da papeleira é para o exterior.

Entre as importações de bens, a Galp é a maior importadora há já vários anos, fruto de Portugal ser depende do exterior para ter petróleo que depois é transformado nas refinarias e utilizado como combustível.

Em 2019, a segunda maior importadora foi a TAP — que, segundo a própria empresa, é uma das maiores exportadoras de serviços do país — por causa da compra de aviões à francesa Airbus, tendo gasto pelo menos mil milhões de euros nessas aquisições para renovar 30% da frota. Em terceiro lugar surge a Autoeuropa que tem de importar, por exemplo, os motores dos carros que são montados na fábrica de Palmela.

Na interpretação deste ranking é preciso ter em conta alguns pormenores, desde logo que estes dados referem-se apenas e só às exportações e importações de bens, ou seja, excluem as exportações e importações de serviços, nomeadamente as de turismo. Ao contrário do que faz o Instituto Nacional de Estatística (INE) para os bens, o Banco de Portugal não divulga nenhum ranking relativamente aos serviços.

Além disso, ser a maior exportadora do país não significa que seja a empresa que tem maior valor acrescentado na medida em que poderá precisar de um elevado volume de importações para produzir os bens que exporta. Esse é justamente o caso da Autoeuropa, que também se encontra no ranking das maiores importadoras de bens, cujos materiais chegam principalmente de outros países como a Alemanha.

Eis o ranking completo:

Maiores exportadoras de bens:

  1. Volkswagen Autoeuropa
  2. Petrogal
  3. Navigator
  4. Bosch Car Multimedia
  5. Continental Mabor
  6. Faurécia
  7. PSA Automobiles
  8. Visteon Electronics
  9. Repsol Polímeros
  10. Aptivport Services

Maiores importadoras de bens:

  1. Petrogal
  2. TAP
  3. Volkswagen Autoeuropa
  4. Galp Gás Natural
  5. Pingo Doce
  6. Mercedes Benz
  7. Lidl
  8. Faurécia
  9. Peugeot Citroen (PSA)
  10. Renault

Quanto custa fazer uma máscara? Quanto gasta cada família com as telecomunicações? Quanto cobra uma imobiliária para vender a casa? Ou qual a profissão mais bem paga do país? Durante todo o mês de agosto, e todos os dias, o ECO dá-lhe a resposta a esta e muitas outras questões num “Sabia que…”.

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Marcelo parte amanhã para mini-férias em Porto Santo. Depois é a vez do Algarve

Marcelo Rebelo de Sousa visita Porto Santo de 6 a 8 de agosto e ruma ao Algarve na segunda quinzena do mês. No dia 27 já está de volta a Lisboa porque não quer perder a Feira do Livro.

A palavra “férias” para o Presidente Marcelo Rebelo de Sousa não tem exatamente o mesmo significado que para todos nós. Praia, mergulhos, sol, descanso q.b., mas sempre com disponibilidade para mais uns abraços — com o distanciamento social que a pandemia obriga — e para os media, que o acompanham para todo o lado para comentar a atualidade política e económica.

Marcelo vai fazer as malas e rumar para Porto Santo já amanhã. A opção de passar uns dia de férias na Madeira há muito que estava decidida. O objetivo do Chefe de Estado foi sensibilizar os portugueses a fazerem férias nos locais mais afetados pela pandemia, explicou ao ECO fonte oficial da presidência, recordando que o mesmo tipo de apelo foi feito relativamente ao centro do país depois dos incêndios de 2017.

Além disso, Marcelo Rebelo de Sousa já tinha deixado a promessa quando visitou a Câmara de Lobos, dois meses depois do levantamento da cerca sanitária que foi montada entre 19 de abril e 3 de maio. Durante um passeio na baixa do Funchal, após o jantar, na sequência da visita de menos de 24 horas que fez à região autónoma, o Presidente disse: “A segurança ótima. A segurança, a confiança, o à vontade das pessoas. Foi espetacular”.

Nessa altura, o plano era regressar ao arquipélago em férias no princípio de agosto: dois dias na Madeira e outros dois em Porto Santo. Mas a agenda carregada determinou que o Chefe de Estado só estará de 6 a 8 de agosto em Porto Santo. De fora ficou também a deslocação que estava inicialmente planeada aos Açores, mas a mudança de planos deveu-se à proximidade das eleições regionais, em outubro. O chefe de Estado quer evitar qualquer tipo de aproveitamento político com a sua deslocação.

Depois, na segunda quinzena de agosto, Marcelo ruma ao Algarve. Outro destino fortemente afetado para a pandemia, mas que sempre foi de eleição para o Presidente. Nos últimos meses, o chefe de Estado tem feito várias deslocações à região, mantendo contactos com os autarcas para acompanhar o evoluir da situação. Só em julho foram quatro as deslocações — Monte Gordo (Vila Real de Santo António), Lagos, Loulé e Tavira — a uma das zonas do país mais fustigadas pelo confinamento e pelas restrições que muitos países têm imposto ao turismo, como é o caso da exclusão dos corredores aéreos do Reino Unido.

“Estas férias do Presidente são um apelo, já que, através da sua popularidade lembra que estes são bons destinos de férias”, acrescentou fonte oficial. Mas apesar de a quinzena estar reservada para o Algarve, o Chefe de Estado faz questão de no dia 27 estar em Lisboa para o arranque da 90.ª edição da Feira do Livro da capital, que este ano foi adiada devido à pandemia.

Os livros são aliás uma das paixões do Chefe de Estado e por isso não há férias sem eles. O próprio contou à revista Visão que admitia ler “Regresso a um Cenário Campestre”, de Nuno Júdice, “Em todos os sentidos”, de Lídia Jorge, “Flecha”, de Matilde Campilho, “Fui Soldado e Morri de Paulo Almeida Sande, “O Grande Pagode”, de Miguel Szymanski, “Inferno”, de Pedro Ieras e “Creio que foi o sorriso, uma antologia”, por Jorge Reis-Sá.

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Futebol português faturou 851 milhões na época pré-Covid

O presidente da CIP revelou ao ECO os principais dados do novo anuário da Liga Portuguesa, referente à temporada 2018/2019, que será apresentado oficialmente esta quarta-feira.

António Saraiva, presidente da CIP, em entrevista ao ECO - 04DEZ19

A Liga de Clubes, em conjunto com a EY, prepara-se para lançar esta quarta-feira o anuário referente à época 2018/2019. A apresentação será feita na conferência “Futebol Profissional e Economia Pós COVID-19”, que contará com a presença do ministro da Economia, Pedro Siza Vieira, e do presidente da Confederação Empresarial de Portugal (CIP), António Saraiva. Um evento que também procura encontrar soluções para o futuro desta indústria no pós pandemia.

Em declarações por escrito ao ECO, o líder da CIP revelou antecipadamente que os valores do novo anuário, elaborado pela EY, melhoraram significativamente em relação ao ano anterior.

“Em 2018-19, o futebol profissional contribuiu com 549 milhões de euros para o PIB, resultado dos 851 milhões de euros gerados em volume de negócios pela Liga Portugal e pelas Sociedades Desportivas. Além disso, produziu mais de 150 milhões de euros em impostos e é responsável por mais de 2.620 postos de trabalho, ou seja, um aumento de quase 34% face ao ano anterior,” explicou António Saraiva. Para o líder da CIP, estes números demonstram “a capacidade do setor na criação de emprego, direto, o que à luz do atual contexto económico, não é de somenos”.

Números positivos quando comparados com o relatório da época 2017/2018, em que as competições profissionais (I e II Liga) geraram perto de 607 milhões de euros em volume de negócios, contribuindo com cerca de 396 milhões de euros para o PIB português, e criaram 1.958 postos de trabalho – valores que, na altura, foram explicados pela diminuição do montante das transferências de jogadores.

Contudo, as melhorias económicas que se verificaram na temporada passada sofreram um grande revés com o surgimento da pandemia de Covid-19. De recordar que no passado mês de abril, a Liga de Clubes estimava uma queda entre 350 e 400 milhões de euros nas receitas previsionais imediatas devido à paragem do futebol nacional. Além disso, diversos emblemas da I e II Liga decidiram recorrer ao mecanismo de lay-off para fazer face às dificuldades que o vírus provocou no setor.

“A pandemia veio exponenciar aquilo que, de alguma forma, já eram fragilidades empresariais, desde logo, a estrutura financeira de grande parte do nosso tecido empresarial, muito dependente do endividamento“, frisou António Saraiva.

Perante as condições adversas provocadas pela Covid-19, a estratégia dos clubes portugueses para voltarem a erguer-se passará por, nesta altura, “encontrar novos modelos de negócio”.

Todos os setores, quase sem exceção, enfrentam atualmente uma redução significativa da sua atividade, e terão, por força das circunstâncias de se reinventar, encontrar novos modelos de negócio. Esse caminho está a ser feito pelas empresas, e ninguém pode fazê-lo a não ser as próprias”, salientou o presidente da CIP.

CIP e Liga de Clubes defendem futebol na alçada do Ministério da Economia

Em março deste ano, o organismo presidido por Pedro Proença anunciou uma parceria com a Confederação Empresarial de Portugal e revelou ainda que ambas as entidades consideram que o futebol nacional deveria sair da atual esfera de atuação do ministério da Educação e transitar para o ministério da Economia.

Questionado pelo ECO sobre como esta proposta surgiu, António Saraiva explicou que o desporto mais mediático do país tem um papel importante no panorama económico de Portugal, fazendo sentido estar na alçada do Ministério liderado por Siza Vieira.

“O futebol é hoje uma indústria que representa cerca de 0,3% do PIB, gera mais de 850 milhões de euros em volume de negócios, paga mais de 150 milhões de euros em impostos e cria emprego. É, além do seu contributo económico, uma das indústrias mais competitivas de Portugal”, disse em primeiro lugar. “É uma indústria que deveria ser valorizada e acarinhada enquanto tal. Não há qualquer razão para que não seja tratada como a atividade empresarial que é, sendo o seu lugar natural sob a alçada do Ministério da Economia”, acrescentou.

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Marcelo preferia prolongar lay-off simplificado. Afinal, o que muda com o novo apoio?

O Presidente da República promulgou o novo apoio à retoma progressiva, mas deixou claro que preferia prolongar o lay-off simplificado. Estas são as diferenças entre os dois regimes.

Marcelo Rebelo de Sousa deu “luz verde” ao apoio à retoma progressiva, mas deixou um recado ao Executivo de António Costa: o prolongamento do lay-off simplificado até ao fim do ano seria preferível. Há várias diferenças entre estes regimes excecionais, da possibilidade de os empregadores suspenderem os contratos de trabalho ao apoio garantido pela Segurança Social, passando pelas remunerações devidas aos trabalhadores. Tudo somado, com o novo apoio, aumentam os salários, mas também crescem os encargos das empresas.

Lançado em meados de março, o apoio extraordinário à manutenção dos contratos de trabalho ficou conhecido como lay-off simplificado por ser, como o nome indica, uma versão menos complexa desse instrumento já presente no Código do Trabalho.

Este regime excecional tinha como destinatárias as empresas em crise empresarial (por encerramento total ou parcial por imposição legal ou administrativa; por paragem total ou parcial por interrupção das cadeias de abastecimento globais ou suspensão ou cancelamento das encomendas; ou por terem uma quebra abrupta e acentuada de, pelo menos, 40% da faturação), permitindo-lhes suspender os contratos de trabalho ou reduzir os horários de alguns ou de todos os seus trabalhadores.

Já o novo apoio à retoma progressiva foi desenhado de raiz para suceder ao lay-off simplificado, num momento em que o Governo já não pretende auxiliar a suspensão da atividade, mas incentivar as empresas a abrirem as suas portas.

Desta vez, os destinatários são os empregadores com quebras de, pelo menos, 40%, aos quais é permitido apenas reduzir os horários de trabalho, ou seja, a suspensão dos contratos está vedada. E ao contrário do que acontecia no regime anterior, o corte do período normal de trabalho está condicionado, variando o teto máximo em função da perda de faturação da empresa.

Assim, entre agosto e setembro, as empresas com quebras iguais ou superiores a 40%, mas inferiores a 60%, poderão reduzir os horários até 50%. E entre outubro e dezembro, até 40%. Já as empresas com quebras acima de 60% poderão cortar os horários até 70%, entre agosto e setembro, e até 60%, entre outubro e dezembro. No lay-off simplificado, as empresas podiam escolher livremente que corte aplicar aos horários.

Outra diferença é a duração do apoio. O lay-off simplificado era pedido pelas empresas e aprovado por um mês, sendo prorrogável mensalmente até três meses. Também o apoio à retoma progressiva é aprovado e renovado mensalmente, mas pode ser estendido até ao final do ano, isto é, no limite, as empresas podem beneficiar durante cinco meses completos deste novo regime.

O lay-off simplificado distingue-se, além disso, do seu “sucedâneo” no que diz respeito à remuneração garantida aos trabalhadores. O primeiro garantia aos trabalhador, no mínimo, dois terços da retribuição normal ilíquida; Já o segundo assegura agora, pelo menos, 77% da retribuição normal ilíquida, entre agosto e setembro, e 88%, entre outubro e dezembro. Em ambos os casos, o trabalhador recebe, no mínimo, o salário mínimo nacional (635 euros).

De notar que o cálculo das remunerações e o apoio garantido pela Segurança Social para esse efeito são, de resto, diferentes entre os regimes em causa.

No lay-off simplificado, em caso de suspensão do contrato de trabalho, o trabalhador recebia dois terços do seu salário bruto, pagos em 70% pela Segurança Social. Em caso de redução horária, o trabalhador recebia a retribuição proporcional às horas mantidas e a Segurança Social só pagava 70% do valor extra necessário para, em conjunto com a retribuição das horas trabalhadas, perfazer no mínimo os tais dois terços da retribuição normal ilíquida. Os outros 30% eram assegurados pela empresa.

Já no apoio à retoma progressiva, o empregador é responsável por 100% das horas trabalhadas, mas tem também de pagar agora 30% de uma fatia maior da remuneração referente às horas não trabalhadas: dois terços entre agosto e setembro e quatro quintos entre outubro e dezembro. A Segurança Social comparticipa, por sua vez, em 70% a compensação pelas horas não trabalhadas e, no caso de a empresa ter quebras iguais ou superiores a 75%, em 35% o vencimento relativo às horas trabalhadas.

Tudo somado, os salários continuam a ser alvo de cortes, mas saem reforçados. E o esforço financeiro exigido às entidades empregadores cresce com o novo regime.

No que diz respeito ao processo de adesão, há também diferenças a apontar. Em ambos os casos, o pedido é feito por via eletrónica, mas no lay-off simplificado o empregador enviava de imediato esse requerimento aquando da comunicação por escrito aos trabalhadores da intenção de ir para o regime em causa, indicando a duração previsível.

Já no apoio à retoma progressiva, o empregador comunica a decisão, por escrito, aos trabalhadores, bem como a percentagem de redução por trabalhador e a duração previsível de aplicação da medida. E só avança com o pedido depois de ter ouvido os delegados sindicais e as comissões de trabalhadores, quando existam, podendo fixar um prazo para pronúncia destes, nunca inferior a três dias úteis.

O novo regime dá, assim, um passo no sentido do lay-off tradicional ao promover o envolvimento dos próprios trabalhadores no processo, que tinha sido eliminado no lay-off simplificado de modo a acelerar o processo de adesão.

Outro dos grandes fossos entre os regimes em causa é relativo às contribuições sociais. No lay-off simplificado, o empregador ficava isento das contribuições sociais relativas às remunerações dos trabalhadores abrangidos pelo regime. Já no apoio à retoma, a questão é mais complexa. No que diz respeito ao ordenado devido pelas horas trabalhadas, a empresa tem de pagar as contribuições à Segurança Social a 100%. Mas no que diz respeito à compensação pelas horas não trabalhadas, está prevista a dispensa parcial ou total dos descontos, consoante a dimensão da empresa.

Nesse sentido, está fixado que as micro, pequenas e médias empresas beneficiam da isenção total das contribuições, entre agosto e setembro, e terão um desconto de 50%, entre outubro e dezembro. Já as grandes empresas beneficiam de um desconto de 50% das contribuições entre agosto e setembro, ficando obrigadas a fazer o pagamento na íntegra, a partir de outubro.

Mas há também semelhanças entre os regimes em causa. Em ambos os casos, os empregadores têm de ter a situação no Fisco e na Segurança Social regularizadas; está vedada a distribuição de lucros; é possível renovar contratos a termo (o que não é permitido, por exemplo, no lay-off tradicional); e os trabalhadores que tenham outros empregos têm de avisar, no prazo de cinco dias, os empregadores, sendo a nova retribuição descontada do valor garantido pela empresa.

De notar que, a partir de agosto — ocasião em que o apoio à retoma progressiva entra em vigor –, o lay-off simplificado não vai desaparecer totalmente. Antes, ficará apenas disponível para as empresas encerradas por imposição legal, como é o caso dos bares e discotecas.

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BES deve 6,5 mil milhões de euros mas só tem 180 milhões para pagar

A degradação do passivo registada no ano passado leva a que por cada 100 euros de responsabilidades que enfrenta, a instituição disponha de apenas 2,77 euros para reembolsar.

Já passaram mais de cinco anos desde a resolução do Banco Espírito Santo (BES) e muitos credores ainda estão a tentar reaver o dinheiro aplicado na instituição. Enquanto isso, os ativos da instituição vão sendo cada vez menos suficientes para fazer face às responsabilidades. Por cada 100 euros de responsabilidades que enfrenta, o BES dispõe de 2,77 euros para as reembolsar.

Esta conclusão pode ser retirada dos dados mais recentes sobre a entidade, referentes ao final do ano passado, que constam do balanço do relatório e contas da comissão liquidatária da instituição que foi publicado esta terça-feira.

O ativo do BES “mau”, designação pela qual ficou conhecida a entidade após a intervenção no início de agosto de 2014, ascendia a 180,8 milhões de euros no final do ano passado. Este montante representa uma subida de 1,66 milhões de euros face aos perto de 179,2 milhões que se verificavam no final de 2018. Essa quantia inclui diversas participações financeiras.

Mas se o ativo subiu, pelo contrário, o valor do passivo agravou-se. As responsabilidades do BES perante terceiros estavam em 6,28 mil milhões de euros em 2018, aumentando para 6,54 mil milhões em 2019. Estão aqui as responsabilidades com títulos de dívida, como os titulares de obrigações que foram passadas do Novo Banco para o BES “mau” em 2015, por determinação do Banco de Portugal.

Com base nestes números, o ativo cobre 2,77% do passivo. Ou seja, se o ativo fosse utilizado apenas seria suficiente para pagar apenas 2,77% das suas responsabilidades totais.

Face a essa evolução, o capital próprio do BES – medido pela diferença entre o ativo e o passivo – deteriorou-se ainda mais entre 2018 e 2019. Em específico em 257,5 milhões de euros. O “buraco” na instituição era assim no final de 2019 de mais de 6,35 mil milhões de euros.

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Espanhóis investem 73,8 milhões no aumento de capital da EDP. Mexia também vai a jogo e investe 26 mil euros

A Oppidum Capital, que detém mais de 7% da EDP, exerceu direitos de subscrição e vai investir 73,8 milhões de euros no aumento de capital da EDP. António Mexia também participa na operação.

Os espanhóis da Oppidum Capital exerceram direitos de subscrição no âmbito do aumento de capital da EDP e preparam-se para investir de cerca de 73,8 milhões de euros em mais de 22 milhões de novas ações da empresa. A informação foi avançada pela EDP à CMVM.

“A Oppidum Capital, pessoa coletiva controlada por D. Fernando Masaveu Herrero, no passado dia 3 de agosto de 2020, procedeu ao exercício de subscrição dos respetivos direitos das 263.046.616 ações representativas do capital social da EDP detidas, a que correspondem 22.368.267 ações”, é explicado na nota referida.

Contas feitas, tendo em conta o preço unitário de 3,30 euros de cada nova ação da EDP, os espanhóis subscreveram 22.368.267 ações num investimento de 73,8 milhões de euros. Atualmente, a Oppidum Capital é acionista qualificada da elétrica nacional, controlando mais de 7% do capital, e impede assim uma diluição acentuada da sua participação.

António Mexia vai ao aumento de capital e investe 26 mil euros

Também António Mexia exerceu direitos de subscrição de ações, tendo avançado cerca de 26 mil euros para comprar quase 8.000 novas ações da EDP. A informação também foi avançada pela EDP em comunicado à CMVM, numa altura em que Mexia, presidente executivo, se encontra suspenso de funções na sequência da investigação judicial às rendas excessivas.

“No contexto do aumento de capital pelo qual é conferido aos accionistas direitos de subscrição, António Luís Guerra Nunes Mexia, Presidente do Conselho de Administração Executivo (atualmente com funções suspensas) informou a EDP que optou pelo exercício dos respetivos direitos“, lê-se na nota divulgada pela CMVM.

O CEO suspenso da EDP e a mãe, Maria da Graça Mexia, subscreveram 7.922 ações, num investimento de 26.142,6 euros.

O aumento de capital da EDP visa financiar a compra da espanhola Viesgo. Tal como avançou o ECO, esse negócio está avaliado em 2,7 mil milhões de euros. “A transação da Viesgo será parcialmente financiada através de uma oferta pública de subscrição de 1.020 milhões euros, um aumento de capital social com subscrição totalmente garantida até um máximo de 309.143.297 novas ações da EDP, representativas de um total de aproximadamente 8,45% do capital social da EDP, com subscrição reservada a acionistas no exercício dos seus direitos de preferência e outros investidores que adquiram Direitos de Subscrição”, explicou a EDP em julho, também num comunicado divulgado pela CMVM.

Os direitos de subscrição da EDP estiveram a negociar na bolsa nos últimos dias, tendo a última sessão sido esta segunda-feira, altura em que fecharam a valer 9,71 cêntimos, uma desvalorização de 8,3% em oito sessões. No âmbito do aumento de capital da elétrica, é preciso exercer 11,75 direitos para comprar uma das novas ações que a empresa vai emitir.

Nota de edição: Maria da Graça Mexia é mãe de António Mexia e não esposa, como indicava uma versão anterior deste artigo. Aos leitores e visados, as nossas desculpas.

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Seguradoras pagaram 4,45 mil milhões no 1º semestre

  • ECO Seguros
  • 4 Agosto 2020

Depois de uma quebra de dois meses, no fim do primeiro semestre os custos das companhias com sinistros já estão ao nível do ano passado. O efeito da pandemia parece estar ultrapassado.

Os dados de sinistralidade do primeiro semestre do ano revelam que, apesar da subida dos custos para as seguradoras registados no início do ano e a baixa de acidentes durante o período da pandemia, o nível de indemnizações voltou a subir em junho, acima do normal, o que faz o nível de custos com sinistros estar ao nível de igual período do ano passado.

Os custos com sinistros nos ramos Não Vida tiveram forte impulso em junho, comparando com igual mês do ano passado. Automóvel e multiriscos foram a grande subida e os Acidentes de Trabalho estão de novo a aumentar.

 

No conjunto dos ramos Vida e Não Vida o valor total dos pagamentos das seguradoras atingiu 4,45 mil milhões de euros no primeiro semestre deste ano, um valor superior em 1% ao registado em igual período de 2019. O ramo Vida aumentou 1%, enquanto os ramos Não Vida reduziram os custos para as seguradoras em 0,5% no semestre.

No ramo Vida existiu uma baixa generalizada das seguradoras, que resultam de indemnizações devidas pelos efeitos das apólices (como pagamentos em caso de morte da pessoa segura) ou de resgates, de levantamentos antecipados de valores investidos planeados para disponibilização em data posterior.

No primeiro semestre deu-se uma subida de 56,4% no pagamento de PPR certamente relacionada com a facilidade dada pelo governo ao permitir o resgate sem penalização fiscal, para permitir às famílias fazer face aos efeitos da pandemia e do confinamento obrigatório e das eventuais perdas de rendimentos daí decorrentes.

Ainda na vida os produtos de capitalização conduziram a pagamentos 18,4% inferiores, estes investimentos seguem uma tendência de abandono causado pelo ambiente de baixas taxas de juro e fracos rendimentos que daí proporcionam, principalmente quando as seguradoras deixaram de garantir, tal como os bancos, rendimentos mínimos para os produtos.

Os seguros de risco puro, muito associados a créditos à habitação, crédito ao consumo e cartões de crédito, também sofreram uma quebra nos pagamentos por parte das seguradoras em 11,8% no semestre face ao ano passado. Os produtos de rendas vitalícias mantiveram o nível de pagamentos.

Sinistros em Não Vida descem 0,5% no semestre, mas sobem 21,8% em junho

O último mês do primeiro semestre trouxe um crescimento dos custos das seguradoras, nos ramos Não Vida, de 21,8% superior face ao ano passado. No mês de junho, os custos com sinistros em acidentes de Trabalho já só foram inferiores em 9,3% comparado com junho de 2019 (a diferença tinha sido de -25% em maio), em saúde a baixa foi de apenas 2,8%, mas em contrapartida os custos com o ramo automóvel subiram 15,7%. Em incêndios e outros danos (onde se incluem os produtos multirisco) quadruplicaram os pagamentos relativos a empresas e subiram 20,7% os custos relativos a habitação e condomínios.

Subida substancial também aconteceu em Responsabilidade Civil Geral, ficando apenas o ramo de transportes como o único em que as indemnizações quase não aconteceram refletindo as paragens da atividade económica verificada na maioria do tempo deste primeiro semestre.

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VidaCaixa apura quebra de 16% em prémios e coleta até junho

  • ECO Seguros
  • 4 Agosto 2020

A líder ibérica do setor segurador cresceu quase 16% no negócio de risco. Detido a 100% pela VidaCaixa, o BPI Vida e Pensões segue a equivaler 12,4% do volume de recursos geridos pelo grupo catalão.

A VidaCaixa, entidade que consolida todo o negócio de seguros Vida e pensões do grupo CaixaBank, apurou 321,4 milhões de lucro líquido no primeiro semestre de 2020, inferior em 8,5% face ao alcançado em igual período de 2019.

O volume de prémios e entradas caiu perto de 16%, face a igual período do exercício anterior, situando-se nos 4 485 milhões de euros. A evolução reflete o impacto da crise sanitária nas contas da instituição catalã, em particular devido ao impacto da pandemia sobre o tecido empresarial em abril e maio, mas também o efeito na captação de poupança (-19,8%), enquanto o negócio de risco cresceu “com normalidade” acima de 15,6%, indica a companhia.

Assumindo situação robusta para fazer frente à crise da Covid-19 com resiliência, “a solvência de VidaCaixa mantém-se em nível estável, graças a uma excelente gestão de ativos e passivos”, nota a entidade referindo que, no final de março (último dado disponível) “o rácio de capital em termos de Solvência II foi de 163%” sobre o requisito de capital.

BPI Vida e Pensões segue a pesar 12,4% do total de recursos sob gestão

A parte do BPI Vida e Pensões no total de recursos geridos pelo grupo CaixaVida manteve-se inalterada entre março e junho, sendo que, de uma e outra parte, registou-se acréscimo percentual idêntico de março para junho.

O volume total de recursos geridos pela CaixaVida, braço de seguros e previdência do grupo catalão CaixaBank (antigo LaCaixa), ascendeu a 92 497,4 milhões de euros no termo do primeiro semestre, evidenciando crescimento de 4,5% face ao período homólogo de 2019 e a avançar 3,3% face ao contabilizado nos primeiros três meses de 2020. No relatório semestral da CaixaVida indica-se que, dos recursos totais, “7 473,9 milhões eram BPI Vida e Pensões”, a corresponder a cerca de 12,37% do volume do grupo.

A seguradora espanhola detém a totalidade do capital do BPI Vida e Pensões. Revisitando os números relativos ao primeiro trimestre de 2020, a informação da instituição financeira reporta 89 407,6 milhões de euros em volume de recursos geridos, atribuindo cerca de 7 235 milhões à parte BPI Vida e Pensões (12,37% do total do grupo). Neste quadro, a progressão relativa, em termos sequenciais (do 1º para o 2º trimestre), foi também de 3,3% para os dois lados (VidaCaixa e BPI Vida-Pensões), mantendo-se inalterado o peso da parte portuguesa (cerca de 12,4% do volume total da CaixaVida) entre março e junho.

Igualmente inalterado, em números redondos, continuou o número de clientes servidos pelo grupo CaixaVida em Espanha e Portugal: 5,2 milhões, indica o relatório semestral do braço de seguros do grupo LaCaixa

Segundo dados da Associação Portuguesa de Seguradores (APS) tratados por ECO Seguros, o negócio segurador do BPI subiu ao quarto lugar, em 2019, no ranking das companhias a operar em Portugal. Em 2019, o BPI Vida e Pensões foi a surpresa positiva em ano de baixa do ramo onde atua (seguros Vida e pensões), com 61% de aumento (em prémios face a 2018) e quase a duplicar a sua quota para 6,7% do mercado português.

Por seu lado, a VidaCaixa (segundo dados divulgados agora pela própria) mantém-se como líder ibérica nos rankings Vida e pensões, com 31,9% do total de prémios e 26% do total do património acumulado em planos de pensões. Neste segmento (pensões), a CaixaVida detém individualmente 25,3%, segurando a primeira posição do ranking, apesar da queda de 26% no volume de prémios em Espanha.

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Governo quer Banco de Fomento a funcionar no final do ano

  • Lusa
  • 4 Agosto 2020

"O nosso objetivo é termos o Banco de Fomento plenamente operacinal no final do ano", garante Siza Vieira.

O ministro de Estado, da Economia e da Transição Digital disse, esta segunda-feira, à Lusa que quer o Banco Português de Fomento a funcionar no final do ano, depois de a sua criação ter sido aprovada pela Comissão Europeia.

“O nosso objetivo é termos o Banco de Fomento plenamente operacinal no final do ano, e para ser um protagonista daquilo que vão ser as necessidades muito importantes de financiamento que vamos ter durante o próximo ano, para apoiar um processo de retoma que queremos muito vigoroso”, disse Pedro Siza Vieira à Lusa no Ministério da Economia e Transição Digital, em Lisboa.

O governante considerou esta terça-feira como um dia o “importante” para Portugal, dada a aprovação, por parte da Comissão Europeia, da criação do Banco Português de Fomento (BPF), no âmbito dos auxílios de Estado. Segundo um comunicado do executivo comunitário, “a Comissão Europeia aprovou, ao abrigo das regras da UE para as ajudas de Estado, os planos de Portugal para a criação de um novo banco nacional de desenvolvimento […] para a promoção do crescimento da economia portuguesa”.

Para Pedro Siza Vieira, a fusão da Instituição Financeira de Desenvolvimento (IFD), do Sistema Português de Garantia Mútua (SPGM) e PME Investimento no BPF “é uma boa notícia para Portugal e para as empresas portuguesas”.

Segundo o governante, o BPF “vai permitir que de forma mais eficiente e mais coordenada estas instituições passem a servir a economia portuguesa e passem a dispor de maiores recursos para apoiar o financiamento da economia numa altura tão importante”. “Numa primeira fase, o Banco Português de Fomento vai continuar a assegurar a continuidade operacional, e portanto os tradicionais parceiros destas instituições não vão conhecer outra alteração que não seja maior eficácia e maior eficiência no funcionamento, mas a prazo irá evoluir para outras atividades”, disse o ministro à Lusa.

Segundo Pedro Siza Vieira, o objetivo passará por envolver o BPF “quer para o financiamento direto às empresas, quer também para se envolver cada vez mais como banco ‘verde’ nacional”, direcionado para “o financiamento de projetos e de iniciativas viradas para a descarbonização da economia”, bem como para a “transição energética, com um foco muito importante na coesão territorial”.

Pedro Siza Vieira manifestou também o desejo da nova instituição atuar nas “evidentes falhas de mercado” que identificou, como o “financiamento às PME [Pequenas e Médias Empresas], às microempresas”, ou ainda a falta de “soluções de financiamento a muito longo prazo a projetos que possam ser mais arriscados”, como no setor ecológico, digital ou de inovação. “Julgo que do ponto de vista da entrada em novas áreas de atividade nós precisamos de reconhecer que o mercado, por si só, não está a conseguir financiar”, argumentou o governante.

Questionado por que motivo a criação do Banco de Fomento ultrapassou o objetivo dos primeiros 100 dias de governação, e também sobre o impacto da pandemia, o ministro disse que a pandemia “atrasou o processo”. “Foi precisamente por causa da pandemia que houve um conjunto de prioridades que quer do lado do Governo, quer do lado das próprias instituições objeto de fusão estarem muito envolvidas no apoio às empresas nesta altura, quer do lado da Comissão Europeia”, justificou o ministro, mencionando não entanto que as entidades não deixaram de trabalhar no processo até hoje.

Pedro Siza Vieira disse ainda à Lusa que o Governo já solicitou e está a trabalhar com o Banco de Portugal no processo da avaliação da fusão das três instituições e subsequente criação do BPF. “O Banco de Portugal tem que avaliar o capital de que a instituição estará dotada, os seus sistemas, os seus processos, a sua organização, para termos a confiança de que estamos a criar uma instituição que seja robusta, que seja credível do ponto de vista da gestão de riscos e do cumprimento das normas de supervisão”, disse o ministro.

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Apple valoriza pela quinta sessão consecutiva. Wall Street no verde com investidores de olho nos estímulos

Os mercados norte-americanos fecharam a sessão desta terça-feira em "terreno" positivo. Os investidores estão de olhos postos nos novos estímulos que estão a ser negociados no Congresso dos EUA.

Wall Street fechou as negociações da segunda sessão da semana acima da linha de água, com a Apple a registar ganhos pelo quinto dia consecutivo. A pressionar os mercados estiveram os títulos da Microsoft, numa altura em que crescem as tensões entre Washington e Pequim em torno da eventual compra da filial norte-americana do Tik Tok por esta gigante.

O índice de referência, o S&P 500, valorizou 0,31% para 3.304,72 pontos. Também o tecnológico Nasdaq e o industrial Dow Jones ficaram em “terreno” positivo, tendo somado 0,26% para 10.931,52 pontos e 0,56% para 26.814 pontos, respetivamente.

Na sessão desta terça-feira, destaque para os títulos da Microsoft, que recuaram 1,5% para 213,29 euros. Na segunda-feira, as ações da gigante fundada por Bill Gates tinham disparado mais de 5%, mas as crescentes tensões entre Washington e Pequim em torno da eventual compra da operação norte-americana da rede social Tik Tok estão agora a preocupar os investidores.

O Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, já garantiu que a rede social TikTok terá de encerrar as suas operações a 15 de setembro, a não ser que a chinesa ByteDance venda a plataforma. Em reação, o jornal do regime chinês China Daily afirmou, entretanto, que o país não aceitará o “roubo” da empresa em questão.

Também no vermelho, ficaram os títulos da American International Group Inc, que desceram 7,47% para 29,72 dólares, depois de a empresa ter apresentado uma quebra de 56% dos seus lucros, no últimos trimestre. E as ações da Ralph Lauren caíram 4,36% para 66,68 dólares, depois de os resultados da marca de moda terem ficado aquém das expectativas.

Do outro lado da linha de água, destaque para a Apple, cujos títulos subiram 0,67% para 438,66 dólares. Esta foi a quinta sessão consecutiva de ganhos para a gigante liderada por Tim Cook, cujos resultados recentemente apresentados continuam a animar os mercados.

Os investidores estão, de resto, de olhos postos no novo pacote de estímulos à economia que está a ser atualmente negociado no Congresso dos Estados Unidos. A presidente da Câmara dos Representantes, Nancy Pelosi, já garantiu que as negociações bipartidárias “estão no caminho certo” para a adoção de um novo pacote de estímulos para a economia norte-americana.

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Siza Vieira: Há mais interessados na compra da Efacec

  • Lusa
  • 4 Agosto 2020

"Tivemos já novas manifestações de interesse além daquelas entidades que apresentaram propostas no processo que anteriormente estava em curso", adiantou Siza Vieira.

O ministro de Estado, da Economia e da Transição Digital, Pedro Siza Vieira, disse esta terça-feira à Lusa que houve novas “manifestações de interesse” para a aquisição do capital da Efacec que pertence ao Estado, além das propostas anteriormente conhecidas.

Tivemos já novas manifestações de interesse além daquelas entidades que apresentaram propostas no processo que anteriormente estava em curso“, disse à Lusa Pedro Siza Vieira no ministério da Economia e da Transição Digital, em Lisboa.

O ministro lembrou as empresas que apresentaram propostas ainda antes da nacionalização de 71,73% do capital da Efacec, presumindo que “continuarão interessadas”, embora o Governo tenha formalmente de abrir um processo de reprivatização.

“Também nos têm feito chegar manifestações de interesse de outros lados”, disse Pedro Siza Vieira, sem concretizar, mas sublinhando que agora a empresa nortenha “já não tem as mesmas dificuldades que estava a ter nos últimos tempos” devido à situação da sua antiga acionista maioritária, a empresária Isabel dos Santos. Assim, o número dois do Governo considerou que “a empresa até pode ser melhor valorizada pelo mercado”.

No dia 26 de junho, ainda antes de ser nacionalizada, a a Efacec anunciou ter recebido “cerca de uma dezena” de propostas não vinculativas de grupos industriais e fundos de investimento, nacionais e internacionais, para aquisição do capital de Isabel dos Santos na empresa.

Na semana seguinte, no dia 02 de julho, o Conselho de Ministros aprovou o decreto de lei para nacionalizar “71,73% do capital social da Efacec”, uma empresa nacional que “constitui uma referência internacional em setores vitais para a economia portuguesa”.

No mesmo dia, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, promulgou o diploma do Governo que nacionaliza a empresa Efacec, justificando a decisão, entre outras razões, pela “natureza transitória da intervenção”.

O Conselho de Administração da Efacec considerou que a nacionalização de 71,73% da empresa é “um claro reconhecimento” do “valor económico e estratégico” do grupo, permitindo “viabilizar a sua continuidade” e manter o seu “valor financeiro e operacional”. Dois dias depois, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, afirmou que a nacionalização da Efacec não é para ser duradoura, defendendo que “quanto mais curta melhor”.

Pedro Siza Vieira afirmou, no dia 07 de julho, que o Estado está a “salvar uma empresa” e não “os financiadores e os acionistas” da Efacec e que o valor da indemnização não será suficiente para saldar a dívida de Isabel dos Santos.

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Lucro da Aon Plc cresce apesar de travagem na receita operacional

  • ECO Seguros
  • 4 Agosto 2020

A companhia líder global no setor de corretagem registou recuo de 1% na atividade orgânica, melhorou margem operacional e um cresceu mais de 40% no lucro operacional e resultado líquido.

A Aon Plc apurou 594 milhões de dólares (cerca de 505,3 milhões de euros ao câmbio do dia) como resultado operacional bruto entre março e junho (2ºT 2020). Depois de impostos e outras funções financeiras, a companhia líder global em corretagem de seguros registou 411 milhões de lucro líquido, mais 43% face ao desempenho de igual trimestre em 2019.

Ajustando o resultado operacional a diferimentos e ao efeito de alterações cambiais, o resultado operacional progrediu apenas 33 milhões, ou 5% em comparação com o alcançado um ano antes, contabilizando 670 milhões de dólares no final de junho último.

No entanto, a margem operacional ajustada avançou 240 pontos base, elevando-se de 24,4% em junho de 2019, para 26,8% no final do segundo trimestre de 2020, beneficiando de um declínio de 13% na despesa operacional, a qual rondou 1,9 mil milhões de dólares.

Entre as métricas destacadas pela companhia que prossegue atualmente processo de fusão com a Willis Towers Watson (WTW), Aon Plc indica um decréscimo de 4% na receita consolidada, para um total de 2 497 milhões de dólares, montante que também reflete um declínio de ligeiro (-1%) na atividade orgânica.

Reportando a evolução do negócio (atividade corrente), a corretora sediada em Dublin indica que a área Commercial Risk Solutions, principal geradora de receita, contabilizou 1 126 milhões de dólares, ou cerca de 45% do volume consolidado no trimestre, embora a recuar 4% (-2% se descontado o efeito das variações cambiais). Em termos orgânicos cresceu 1%.

Em base percentual, a maior quebra de receita ocorreu na área Health Solutions (-19% em variação homóloga, para 258 milhões e a evidenciar o impacto da pandemia), enquanto a parcela Reinsurance Solutions se distinguiu como a única a crescer em faturação (+7%, para 448 milhões de dólares), tendo crescido 9% em termos orgânicos.

Além da melhoria na margem operacional, outra métrica realçada nos trimestrais da Aon é a disponibilidade de tesouraria (free cash flow), que subiu 875 milhões (entre janeiro e julho), para 1 130 milhões de dólares.

Greg Case, CEO da Aon plc, comentou o balanço trimestral afirmando que os tempos evidenciam crescente volatilidade (económica e política), como mostram os impactos da pandemia (covid-19). Neste contexto, “a combinação com a WTW vai acelerar as capacidades de inovação e força para superarmos os desafios de longo prazo que os nossos clientes terão enfrentar no futuro,” lê-se em infografia disponível no site da instituição especialista em consultoria de risco e corretagem em soluções de reforma e saúde.

Os acionistas (em AG extraordinária agendada para 26 de agosto) deverão votar favoravelmente a operação de aquisição-fusão da Willis Towers Watson, indica ainda o comunicado da Aon plc.

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