Empresários arrasam apoio à retoma progressiva: “É um presente envenenado”

Associações empresariais de vários setores criticam o apoio à retoma progressiva e reclamam o retorno e prolongamento do lay-off simplificado.

O apoio à retoma progressiva é uma medida que não agrada à grande maioria das associações empresariais: “É um presente envenenado”; “o Estado tirou-nos o tapete”; “ainda não há retoma”. Desde o têxtil ao mobiliário, o descontentamento faz-se notar em relação a este mecanismo que veio substituir o lay-off simplificado.

O ECO questionou a Associação Empresarial de Portugal (AEP), a Associação dos Industriais Metalúrgicos (AIMMAP), a Associação Nacional das Indústrias de Vestuário (ANIVEC), a Associação Têxtil e Vestuário de Portugal (ATP) e a Associação Portuguesa de Calçado Componentes Artigos Pele Sucedâneos (APICCAPS). Todas dão nota negativa a este regime.

O presidente da AEP, Luís Miguel Ribeiro reclama mesmo o retorno e prolongamento do regime de lay-off simplificado “enquanto os efeitos da pandemia se mantiverem” para acautelar a manutenção do emprego. “Ainda não há retoma. Foi um erro acabar com o lay-off simplificado”, diz o responsável. “Este plano de apoio à retoma não foi feliz, não foi bem desenhado e não foi aplicado na altura certa”, destaca o mesmo.

A registar perdas pelo sexto mês consecutivo, o setor do vestuário está preocupado com a sobrevivência do tecido industrial e também está contra o sucedâneo do lay-off simplificado. O presidente da ANIVEC, César Araújo, frisa: “O Estado tirou-nos o tapete. O vestuário é um setor de grande importância para o país e o Estado abandonou-o e desvinculou-se da sua obrigação e desresponsabilizou-se enquanto organismo regulador. O Governo não assumiu a sua função”.

À semelhança do presidente da AEP e da ANIVEC, o presidente da ATP, Mário Jorge Machado, dá nota negativa ao apoio à retoma. “Foi um erro o Governo ter terminado com o lay-off simplificado e não ter ajustado esta medida para a nova realidade do setor industrial“, afirma.

Do outro lado do espetro e apesar do cenário pandémico, nem todos os setores estão a ser afetados da mesma forma e exemplo disso é a metalurgia que já está a dar sinais de recuperação, tendo apenas 2,6% das empresas aderido ao apoio à retoma progressiva.

O vice-presidente da AIMMAP, Rafael Campos Pereira, explica ao ECO que as empresas do setor não têm necessidade de recorrer a este mecanismo: “Nesta fase, a situação atual é um bocadinho melhor e a necessidade de recorrer a esta medida é menor. No nosso caso, existe retoma e como tal não precisamos do plano extraordinário”.

Mas, afinal, o que distingue o apoio à retoma progressiva do lay-off simplificado? O novo regime permite a redução dos horários de trabalho, mas impede a suspensão dos contratos de trabalho, o que era possibilitado no mecanismo anterior. Além disso, o sucedâneo implica maiores custos para os empregadores, não só porque aumenta a fatia do salário que tem de ser garantida aos trabalhadores mas também porque desaparece (total ou parcialmente) a dispensa das contribuições sociais.

Os empresários têm notado que esta nova medida não está adaptada ao momento atual uma vez que obriga ao regresso ao ativo de todos os trabalhadores — ainda que a retoma económica esteja a ser lenta, dizem — ao mesmo tempo que diminui o apoio prestado pelo Estado para a manutenção dos postos de trabalho.

Associações criticam travão aos despedimentos

A adesão ao apoio à retoma progressiva está consideravelmente mais baixa do que tinha sido registado no primeiro mês da versão simplificada do lay-off. Para as associações empresariais, o travão à suspensão dos contratos de trabalho é um dos fatores que explica esse cenário.

“Esta medida do apoio à retoma progressiva é um presente envenenado. Se as empresas não tiverem trabalho, não há mecanismo legal nenhum que permita às empresas reduzir ou suspender o horário de trabalho. O que vai acontecer é que as empresas ao não terem um mecanismo legal vão acabar por ser obrigadas a entrar em insolvência. O Estado aqui desvinculou-se na sua obrigação, não teve a capacidade de sentir o pulsar da sua economia”, adianta o presidente da ANIVEC.

O presidente da ATP acrescenta: “A fraca adesão a este plano de retoma mostra que este sistema foi desenhado ouvindo os partidos políticos e não as associações empresariais. Corremos o risco de perder milhares de postos de trabalho. Isto tudo podia ser minorado”.

Por sua vez, o diretor executivo da APIMA, Gualter Morgado defende que devia existir uma maior flexibilidade por parte do Governo. Caso contrário, “vão morrer empresas por não terem flexibilidade de ajustar os recursos ao trabalho que têm no momento. Os países que têm essa flexibilidade têm melhores empresas e melhores remunerações, refere o responsável.

De notar que, além de ser proibido suspender os contratos de trabalho, também os despedimentos coletivos, por extinção do posto de trabalho ou por inadaptação não são permitidos no âmbito do apoio à retoma progressiva.

O presidente da AEP explica, nesse sentido, ao ECO que devido ao cenário de instabilidade “as empresas não querem aumentar os compromissos como a obrigatoriedade de manter postos de trabalho”. “Quem recorrer a este mecanismo fica comprometido com a manutenção dos postos de trabalho e as empresas não sabem como é que vai ser o dia de amanhã. Estamos numa fase em que o planeamento é uma tarefa quase impossível”, refere o responsável.

A associação do calçado confirma e destaca que a proibição de despedimentos ao aderir ao apoio à retoma progressiva é um entrave. “É um condicionamento forte, mas o que nós sentimos é que, independente dos apoios que possam existir, se o mercado não regressar à normalidade e as empresas não tiverem encomendas, não faz sentido manter os postos de trabalho. Isso será sempre um campo que será sempre afetado”, remata o diretor de comunicação da Apiccaps.

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Governance Lab: “A função da Administração na Governação de Sociedades” é o tema do mais recente livro

O livro faz o estudo do órgão de administração e da função por este desempenhada na governação societária e divide-se em duas partes. Managing partner da Sérvulo coordena o Governance Lab.

Numa altura em que o escrutínio público sobre a forma como as empresas são governadas assume a maior importância, o Governance Lab publica a sua mais recente obra Administração e a Governação das sociedades.

O livro em causa dedica-se ao estudo do órgão de administração e da função por este desempenhada na governação societária e divide-se em duas partes: a primeira, de carácter geral, cuida dos temas centrais relacionados com a administração e governação societária, ao passo que a segunda inclui diversos estudos sobre a Administração em países de origem lusófona como Angola, Brasil, Cabo Verde, Moçambique, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste.

A obra, coordenada por Paulo Câmara, conta com os contributos de Rui Pereira Dias, Mafalda de Sá, Filipe Manuel Morais, Manuel Requicha Ferreira, Diogo Pereira Duarte, Abel Sequeira Ferreira, José Miguel Lucas, José Ferreira Gomes, Tiago dos Santos Matias, António Garcia Rolo, Joana Frade, Francisco Soares Machado, Lara Reis, Leonildo Manuel, Sofia Vale, José Romeu Amaral, Evandro Pontes, Raquel Spencer Medina, Telmo Ferreira, Kiluange Tiny, Yuri Ganga e Mónica Mendes da Silva.

A editora é, como habitualmente, o Grupo Almedina e as receitas do livro revertem para o projeto Casa dos Rapazes, um Centro de Acolhimento que ajuda os jovens a ter um projeto de vida, articulando com as suas famílias para permitir o seu regresso a casa.

O Governance Lab é um grupo independente dedicado à investigação e à reflexão crítica sobre temas relacionados com o governo das organizações, sejam estas privadas ou públicas, procurando, desta forma, contribuir ativamente para o progresso das práticas, das recomendações e das regras jurídicas aqui envolvidas. É composto por membros de proveniências profissionais e geográficas diversas, juntando profissionais ligados ao Direito e às Finanças de Portugal, Brasil, Angola, Moçambique, Cabo Verde, São Tomé e Príncipe e Macau. Foi criado em 2006, sendo coordenado por Paulo Câmara.

 

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Governo vai reembolsar IVA do turismo e restauração em novas compras no setor

O Governo vai incluir no Orçamento do Estado um "programa de apoio à procura" nos setores do turismo e restauração, reembolsando o IVA em novas compras. Também vai flexibilizar apoio à retoma.

O Governo vai incluir no Orçamento do Estado para 2021 um “programa de apoio à procura” para os setores do turismo e restauração. O objetivo é permitir aos portugueses que recuperem “parte do IVA pago nos serviços de turismo e restauração em novas compras no setor do turismo e restauração”.

O anúncio da medida foi feito por António Costa, primeiro-ministro, numa intervenção na Cimeira do Turismo Português, onde explicou as medidas públicas de apoio ao setor, que foi um dos mais afetados pela pandemia.

Em declarações transmitidas pela SIC Notícias, o chefe do Governo disse ainda que o Executivo está a “preparar” uma “flexibilização” do apoio à retoma progressiva. O objetivo é “ajustar” a medida ao que é a “realidade da evolução da economia, e em particular em setores como o turismo, que claramente não tiveram a evolução que se esperava”, afirmou.

É esperado que Pedro Siza Vieira, ministro de Estado e da Economia, anuncie os detalhes da flexibilização ainda durante a tarde desta segunda-feira.

Na mesma intervenção, o primeiro-ministro destacou o “fator de incerteza” das famílias e empresas portuguesas, que “é crítico no desenho das políticas públicas”. “Quanto tempo vai durar? Vai durar seguramente o tempo da pandemia, em que não teremos tratamento ou vacina”, disse, reiterando não esperar que haja “tão cedo” notícia de uma vacina para a Covid-19.

Há novos concursos para o Revive e avanços no aeroporto

Apesar de ainda não ver o horizonte do fim da pandemia, o primeiro-ministro tem confiança no futuro do turismo, lembrando que os locais que ofereceram “maior recato” ou “ofertas turísticas mais diversificadas” tiveram uma forte procura durante o verão. “Como sinal de confiança, vamos abrir já em outubro sete concursos no âmbito do REVIVE Natureza. Até final do ano, abriremos mais 19 concursos“, revelou.

O Programa REVIVE abre património imobiliário público ao investimento privado para o desenvolvimento de projetos turísticos, através da concessão da sua exploração por concurso público. Além de alargar este programa, o Governo pretende ainda apostar numa série de atividades do de promoção através do Turismo de Portugal.

Por último, António Costa garantiu que o novo aeroporto do Montijo poderá contribuir para a retoma do turismo. “Estamos a trabalhar com o município da Moita e com a ANA para que nada justifique atrasos na execução daquilo que é o projeto possível e necessário para podermos ter um novo aeroporto na região de Lisboa. Não podemos alterar o investimento estrutural por causa de um momento adverso como aquele que estamos a viver”, acrescentou.

(Notícia atualizada às 16h20)

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Governo vai lançar concurso de ideias para ponte sobre o Douro destinada ao metro

  • Lusa e ECO
  • 28 Setembro 2020

O Governo vai lançar “o mais rapidamente possível” um concurso de ideias para uma nova ponte sobre o Rio Douro. Ministro do Ambiente diz que esta nova linha de metro “terá de ser “icónica”.

O Governo vai lançar “o mais rapidamente possível” um concurso de ideias para uma nova ponte sobre o rio Douro, ligando o Porto e Vila Nova de Gaia, que servirá o metro, disse esta segunda-feira o ministro do Ambiente.

“Não se faz, na minha opinião, uma ponte sobre o rio Douro – com a história que existe do lado do Porto e do lado de Gaia, e existindo uma ponte do Edgar Cardoso [ponte da Arrábida] e uma ponte do Eiffel [ponte D. Maria Pia] – que não seja um grande projeto. Por isso vamos lançar um concurso de ideias para a nova ponte que servirá o metro”, disse João Pedro Matos Fernandes.

O ministro do Ambiente e da Ação Climática, que falava à agência Lusa, no Porto, à margem de uma conferência sobre os desafios estratégicos na ação climática, frisou que a nova ponte que ligará as margens do Porto e de Vila Nova de Gaia através de uma nova linha de metro – “terá de ser “icónica” e que o concurso de ideias será lançado “o mais rapidamente possível”.

Em causa está a linha Santo Ovídio-Devesas-Campo Alegre, conhecida como “segunda linha de Gaia”.

A nova ponte não é uma ponte rodoviária e servirá para metro, estando ainda em estudo a possibilidade de acolher bicicletas ou ser também pedonal.

Matos Fernandes disse que “ainda que a Metro do Porto esteja a concluir para a Área Metropolitana do Porto os estudos de procura” esta é “uma linha que já está decidido fazer-se”.

“É paralela à linha que hoje desce a Avenida da República e tem de amarrar no nó das Devesas, porque a estação General Torres corre o risco de ficar muito sobrecarregada. É um projeto relativamente simples – aliás, em Gaia vai sobretudo à superfície – pelo que admitimos lançar um concurso de conceção/construção mas com uma exceção: a ponte”, descreveu Matos Fernandes.

O ministro quer que o concurso de ideias dedicado à ponte sobre o Douro envolva, no júri, a Ordem dos Arquitetos, a Ordem dos Engenheiros, a Metro do Porto, as autarquias e entidades ligadas ao património.

Matos Fernandes adiantou ainda que o procedimento será lançado “o mais tardar no final deste ano, início do próximo”, para depois “avançar para o projeto propriamente dito”, projeto sobre o qual não adiantou mais datas ou prazos.

Um concurso destes precisa de pelo menos dois meses para que os concorrentes tenham tempo de preparar e apresentar propostas. Quero acreditar que uma vez aberto concurso, ao fim de cinco/seis meses já estará fechado”, concluiu.

Câmara do Porto não foi contactada sobre nova ponte para metro sobre o Douro

O presidente da Câmara do Porto disse esta segunda-feira que não houve ainda contacto formal do Governo sobre a construção de uma ponte de ligação, via metro, a Vila Nova de Gaia, cujo concurso deverá ser lançado em 2021.

“Formalmente não. Nós sabemos que a metro do Porto tem vindo a ter reuniões. Ainda não foi anunciada formalmente qual é a prioridade das linhas”, afirmou Rui Moreira, em declarações aos jornalistas no final da reunião do executivo desta segunda-feira.

“Aquilo que conhecemos é o anteprojeto do arquiteto Álvaro Siza que vem do início do século. Posteriormente soubemos que uma das linhas prioritárias para a Área Metropolitana [do Porto] é a ligação da Casa da Música, já não às Devesas como estava previsto, mas a Santo Ovídeo [Gaia]”, disse Rui Moreira.

Para o município, a ligação é “relevante” do ponto de vista metropolitano, devendo, do lado do Porto, funcionar como um “y”, entre a Casa da Música, a Praça do Império e Gaia.

Sobre esta matéria, Moreira sabe apenas o que lhe foi dito pelo ministro do Ambiente, ainda durante a pandemia, de que a nova ligação podia avançar, no âmbito dos projetos prioritários para a Área Metropolitana do Porto (AMP).

“Até hoje não houve mais contacto connosco”, frisou.

Questionado sobre se considera plausível que o lançamento do concurso internacional para a construção de nova ponte sobre o rio Douro avance em 2021, disse acreditar que com a “bazuca” europeia “tudo é possível”, ainda que tenha dúvidas que o dinheiro proveniente dos fundos comunitários seja suficiente para avançar com todas as prioridades definidas.

“Eu não sou presidente da Câmara de Gaia, mas acho essa ligação [a Santo Ovídeo] extraordinariamente cara e duvido que haja dinheiro para tudo, mas se o senhor ministro diz que há, eu fico todo contente“, salientou.

O autarca acrescentou que a nova ligação está contemplada na revisão do Plano Diretor Municipal (PDM) do Porto, cujo envio para consulta pública foi hoje aprovado.

Na entrevista ao Jornal de Notícias, Matos Fernandes salientou que a nova ponte, a construir entre a da Arrábida e a de D. Luiz I, “nunca será rodoviária”, devendo apenas ser utilizada para metro e “quanto muito para bicicleta e peões”.

O governante garantiu ainda que, depois deste projeto, continuará a haver “manifestamente” dinheiro para construir mais linhas de metro.

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Consumo de cimento em Portugal subiu quase 10% até julho

  • Lusa
  • 28 Setembro 2020

O consumo de cimento subiu 9,9% até julho para 2,1 milhões de toneladas. A concessão de crédito para a habitação também aumentou, no mesmo período, 6,4% para 6.273 milhões de euros, revela a AICCOPN.

O consumo de cimento em Portugal subiu 9,9% até julho para 2,1 milhões de toneladas, de acordo com a síntese estatística da habitação da Associação dos Industriais da Construção Civil e Obras Públicas (AICCOPN).

“O consumo de cimento no mercado nacional regista um significativo crescimento, totalizando 2,1 milhões de toneladas até julho, o que corresponde a um aumento de 9,9% em termos homólogos acumulados”, indicou, em comunicado, a associação.

Citando dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), do Banco de Portugal (BdP) e do Governo, a AICCOPN indicou que a concessão de crédito para a compra de casa subiu 6,4% até julho para 6.273 milhões de euros.

Nos primeiros sete meses do ano, a emissão de licenças de construção nova e reabilitação de edifícios habitacionais pelas câmaras municipais cedeu 3,9%, enquanto o licenciamento de fogos em construções novas desceu 4,4% para 13.456 habitações.

Na área metropolitana de Lisboa, o número de fogos licenciados em construções novas, nos 12 meses terminados em julho, totalizou 4.911, menos 2,8% face ao período homólogo.

Por tipologia, 64,3% destes correspondem à T3 ou superior e 27,8% à T2.

Já a avaliação bancária na habitação aumentou, em julho, nesta região, 8,9%, em comparação com o mesmo mês de 2019, para 1.488 euros por metro quadrado (m2).

Em julho, a avaliação imobiliária na habitação, efetuada no âmbito do crédito hipotecário, avançou 8%, em comparação com o mesmo período do ano passado, para 1.127 euros por m2, “valor que corresponde a um novo máximo histórico”.

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“Se surgir, de certeza que vamos olhar” para a possibilidade de fusão entre BCP e Montepio, diz Miguel Maya

O CEO do banco garante que não houve quaisquer contactos com o Ministério das Finanças sobre o Montepio, mas não rejeita que venha a analisar a operação.

O BCP não está a negociar uma fusão com o Montepio, mas poderá vir a analisar a operação caso se justifique, segundo explicou o CEO Miguel Maya. O gestor deixou assim a porta aberta a uma possível negociação, apesar de ter negado qualquer contacto com o Ministério das Finanças, referindo-se a uma reunião com o ministro João Leão, que foi noticiada pelo Expresso este fim de semana.

“Estamos tranquilos com a nossa estratégia. Agora, houver operações que justifiquem que o banco as analise com rigor, assim faremos. Não estabelecemos nenhuns contactos com o Ministério das Finanças sobre o tema do Montepio nem estamos a analisar nenhuma operação com o Montepio. Se vier a surgir, de certeza que vamos olhar“, disse Miguel Maya, em declarações aos jornalistas à margem de uma conferência em Lisboa.

O gestor lembrou que a estratégia do banco é focada no crescimento orgânico do negócio em Portugal. “Não mudamos uma vírgula nesse propósito. Nós vamos crescer em Portugal, como temos vindo a crescer, organicamente”, afirmou, defendendo que a “proteção do balanço é uma absoluta prioridade” em tempos de pandemia.

Mas também garante que qualquer operação de consolidação é suscetível de ser alvo de análise. “Como gestor, tenho obrigação de olhar para todas as operações que possam ser colocadas em mercado“. Maya não quis adiantar mais sobre o Montepio até porque teria de analisar as condições do negócio.

Já sobre as razões para a possibilidade ter sequer sido levantada, o gestor considerou que poderá estar relacionado com o Banco Central Europeu (BCE) falar sobre a concentração bancária esta estar a verificar-se em Espanha, mas também com a recuperação do banco após a última crise financeira. A consolidação “está muito na moda” e o BCP tem capacidade para o fazer”, disse.

“Sempre disse que se houvesse operações no mercado, o BCP — que hoje tem uma capacidade financeira completamente diferente da que tinha há uns anos — vai olhar para essas operações e, naturalmente, tomará a sua decisão a seu tempo. Que eu saiba, não está nenhuma operação dessas no mercado”, acrescentou Miguel Maya.

(Notícia atualizada às 15h45)

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Advogado de Messi abandona escritório da Cuatrecasas

Jorge Pecourt, advogado de Lionel Messi, está de saída da sociedade de advogados Cuatrecasas. O anúncio surge semanas depois de alguma tensão entre o Barcelona e a firma.

Após o Barcelona ter suspendido os serviços jurídicos da Cuatrecasas devido ao aconselhamento feito ao Messi, a sociedade de advogados anunciou que o advogado do jogador argentino, Jorge Pecourt, vai abandonar a firma.

“A Cuatrecasas confirma que Jorge Pecourt deixará o escritório em breve, pois decidiu abrir o seu próprio escritório de advocacia para continuar o trabalho de assessoria a desportistas profissionais”, nota a sociedade em comunicado oficial.

Jorge Pecourt é sócio da Cuatrecasas e centra a sua atividade na área de direito desportivo, aconselhando regularmente atletas e clubes, e fiscal.

Segundo avançou o jornal espanhol 2Playbook, o ponto final na relação entre ambos foi por mútuo acordo. Fontes da sociedade apontaram ao jornal espanhol que o ex-advogado de Messi “decidiu lançar o seu próprio escritório de advocacia para dar continuidade ao trabalho de assessoria a desportistas profissionais, o que faz há mais de 20 anos”.

Ainda assim, outras fontes do 2Playbook, indicam que o verdadeiro motivo para a saída do sócio da Cuatrecasas foi o caso de Messi.

Recorde-se que o Barcelona suspendeu os serviços jurídicos da Cuatrecasas, estando em causa o aconselhamento feito pela firma ao jogador Lionel Messi, relativamente à possibilidade do avançado argentino deixar o clube.

Segundo o jornal espanhol Crónica Global, a Cuatrecasas terá aconselhado juridicamente o argentino a enviar uma carta registada com aviso de receção sobre a vontade colocar um ponto final na relação entre o clube espanhol e o avançado.

Fonte da Cuatrecasas assegurou à Advocatus que a assessoria ao FC Barcelona nos últimos anos foi circunscrita ao âmbito fiscal. “Além disso, o FC Barcelona sempre teve conhecimento e aceitou que a sociedade de advogados assessorasse jogadores e treinadores da equipa nas suas relações com o clube”, refere.

O contrato de Messi contemplava que o jogador teria até ao dia 10 de junho para comunicar a extinção do vínculo com o clube catalão. Desta forma, o presidente do FC Barcelona, Josep Bartomeu, admite a saída caso o argentino pague a cláusula de rescisão de 700 milhões de euros.

Para os advogados do avançado argentino, entre os quais da Cuatrecasas, uma vez que a competição foi afetada pela pandemia, a data não é válida e apelavam ao espírito da cláusula e não à sua literalidade.

 

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Mediadora portuguesa Go Far dá menos prejuízo à Farminveste

  • ECO Seguros
  • 28 Setembro 2020

A mediadora participada 50/50 pela Ageas Portugal e a Farminveste, holding do universo ANF, reduziu perdas em perto de 7% até junho, indicam dados da acionista que representa as farmácias.

A Go Far Insurance, detida em 50% pelo grupo Associação Nacional das Farmácias (ANF) e consolidada nas contas da holding Farminveste IPG (pelo método de equivalência patrimonial), gerou resultado líquido negativo de 131,46 mil euros reconhecidos como “perdas imputadas” da participada à holding da ANF no primeiro semestre, revela o mais recente relatório e contas semestrais enviado à CMVM pela holding empresarial da ANF (Farminveste SGPS).

Enquanto o prejuízo diminuiu em 6,8%, a parceria que continua sem dar lucro às farmácias portuguesas gerou “rendimentos” reconhecidos na demonstração de resultados da sub-holding, subsidiária a 100% da Farminveste SGPS, por um montante de 278,22 mil euros (de janeiro a junho), evidenciando incremento superior a 80% face aos cerca de 153,7 mil averbados em idêntico período de 2019.

Sempre pela metade da joint venture (jv) lançada há mais de dois anos com o grupo Ageas, a parte da Go Far que a Farminveste consolida nas suas contas, junto com ativos de outras parcerias estratégicas (Aponatura, Globalvet, Farbiowell, Cuidafarma e Servestec), integra a área “Desenvolvimento do Negócio das Farmácias”, cuja receita depende em mais de 90% do Programa Saúda, corporizado pelo cartão de fidelização das farmácias portuguesas.

De janeiro a junho de 2020, as receitas da unidade de desenvolvimento do negócio farmacêutico diminuíram em 3,9%, face aos primeiros seis meses de 2019, descendo aos 8,67 milhões de euros no final de junho de 2020. Já o resultado bruto operacional (ebitda) registou valor negativo de 572 mil euros em junho de 2020, melhor face aos -2,3 milhões de um ano antes, enquanto o “resultado líquido individual” foi negativo em 634 mil euros na primeira metade de 2020. O capital próprio negativo da Go Far (contabilizado em 2019 na parcela “provisões”), é agora indicado na rubrica “ganhos/perdas imputados de subsidiárias, associadas e empreendimentos conjuntos” reexpresso por 40,59 mil euros (na Go Far Insurance).

Com break-even point (limiar de rentabilidade) por alcançar, a mediadora de seguros, detida em partes iguais (50/50) pela Ageas Portugal Holding e pela Farminveste, foi criada com a designação Go Far Insurance – Soluções e Serviços Para Proteção da Saúde, Mediação de Seguros, SA. Em janeiro de 2019, foi registada pela Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões (ASF), com autorização para operar nos mercados Vida e não Vida.

Segundo informação no site da Ageas comunicando o lançamento da jv (em julho de 2018), “700 mil clientes com seguros de saúde Médis ficaram de imediato com acesso a uma série alargada de serviços prestados nas farmácias, em condições preferenciais”. Em contrapartida, “os 2 milhões de portugueses com cartão Saúda, das Farmácias Portuguesas, terão condições especiais de adesão aos seguros de saúde Médis Saúda”.

Citado no comunicado do grupo segurador, Hugo Julião, CEO da Go Far referiu-se à parceria com “um projeto com abrangência nacional e que trará benefícios para todos os intervenientes. Todos os portugueses terão acesso aos serviços de saúde prestados em ambiente de Farmácia comunitária, com benefícios claros para Clientes Médis (…)”.

Apoiada na parceria com as farmácias e potenciada pelo grupo Ageas Portugal (Médis e Ocidental), a Go Far tem atualmente em curso uma campanha visando captar novos aderentes para o seguro Médis Saúda.

De acordo com o documento divulgado ao mercado, a Farminveste SGPS encerrou o semestre com perdas líquidas a rondar 8,7 milhões de euros e 386 milhões em volume de negócios (+3,7%). A área de negócios que integra a Go Far representou 2,2% da receita semestral consolidada pela SGPS do universo empresarial da ANF.

As perdas apresentadas pela holding que gere o universo empresarial da ANF consubstanciam o peso da unidade de negócio “prestação de cuidados de saúde”, cujo ativo principal são as participações minoritárias (em torno de 30% cada) na CUF (José de Mello Saúde) e JMS Residências, onde a pandemia causou “elevada quebra de atividade”. Assim, com a incorporação dos resultados dessas participadas o ebitda da Farminveste caiu 66,1% e o resultado líquido semestral derrapou perto de 300%.

No termo do semestre, a dívida líquida da Farminveste situava-se em 263 milhões, agravando-se face aos 237 milhões de euros em dezembro de 2019.

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Bright: Ageas junta-se à Nova SBE numa app para ir além dos seguros

  • ECO Seguros
  • 28 Setembro 2020

O grupo segurador e escola de gestão lançam uma aplicação integrada no Facebook Messenger com um chatbot, para partilha de experiências de viagens. Famílias e empresas turísticas são o alvo.

O Grupo Ageas Portugal, reforçou a sua aposta estratégica de ir além do setor segurador, e em parceria com a Nova SBE – Co.Innovation Lab 2020 desenvolveu o Bright, um assistente de viagens, adaptado ao contexto da pandemia.

Nelson Machado, CEO Vida e Pensões do Grupo Ageas Portugal: ” Para as empresas de turismo e restauração a gravidade da sua situação é crescente, à medida que o tempo vai passando”.

O Bright é uma aplicação integrada no Facebook Messenger que permite, através do auxílio de um chatbot, partilhar experiências de viagens entre os seus utilizadores. Através de uma comunidade de viajantes, com alojamentos, restaurantes, atividades e muito mais, “vai ajudar as famílias a encontrar de forma fácil os destinos nacionais para férias em tempos de pandemia, e ao mesmo tempo, ajudar as empresas do sector do turismo e da restauração a comunicar com os seus Clientes”, refere um comunicado do grupo Ageas Portugal.

“O contexto de pandemia da COVID-19 afetou significativamente as empresas do setor do turismo e da restauração em Portugal”, afirma Para Nelson Machado, CEO Vida e Pensões do Grupo Ageas Portugal, que acrescenta “perderam muitas das suas reservas, e apesar dos esforços de certificação e gestão sanitárias, muitas continuam com taxas de utilização muito baixas comparando com os anos anteriores”.

Para Nelson Machado “a gravidade da sua situação é crescente, à medida que o tempo vai passando. É neste contexto que surge o Bright, fruto de uma parceria entre o Grupo Ageas Portugal e a Nova SBE”.

Para famílias, a nova solução permite procurar alojamentos, restaurantes ou outras empresas do sector do turismo em Portugal, para tirar dúvidas específicas, sem haver troca de números ou outros contactos pessoais, bem como contactar outros viajantes que já tenham visitado os sítios que o utilizador pretende visitar, para saber a sua opinião contextualizada.

Para pequenas e médias empresas no setor do turismo vai ser possível criar um perfil privado, que inclui informação sobre propriedades turísticas que ficarão disponíveis para os utilizadores Bright, que se designam por brighters.

A plataforma agora lançada com a Nova SBE reforça objetivo de diversificar o negócio da Ageas para além dos seguros integrando um grupo de empresas de serviços Clínica Médis, Kleya, Go Far, Ageas Repara e Mundo Ageas.

O grupo Ageas Portugal conta com 1.281 Colaboradores, 2.722 mediadores e cerca de 1.7 milhões de clientes através das marcas Ageas Seguros, Ageas Pensões, Médis, Ocidental e Seguro Directo.

O acesso ao Bright pode ser realizado através do Facebook e Instagram.

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Abreu Advogados assessora Global Difusion na aquisição das rádios Linear e Maiorca

As duas operações foram coordenadas pelo sócio Martim Menezes, numa equipa multidisciplinar que envolveu as áreas de Comercial, Societário e M&A, Propriedade Intelectual, TI e Concorrência.

A Abreu Advogados assessorou a Global Difusion SGPS na aquisição das rádios Linear e Maiorca.

As duas operações foram coordenadas pelo sócio da Abreu Advogados, Martim Menezes, numa equipa multidisciplinar que envolveu as áreas de prática de Comercial, Societário e M&A, Propriedade Intelectual e Tecnologias da Informação, e Concorrência, Regulação e União Europeia, contando com a participação de Inês Sequeira Mendes, sócia, Tiago Leote Cravo, advogado principal, Sílvia Bessa Venda, associada, Pedro Tavares Pereira, associado, e Rui Gonçalves, solicitador.

As duas rádios passam a ser propriedade da Global Difusion, cujo portefólio integra já, entre outras, as rádios Record FM, Rádio Pernes, Rádio Sem Fronteiras e Rádio Clube de Gaia.

 

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Wall Street avança antes do debate entre Biden e Trump

Os investidores aguardam com expectativa o primeiro debate televisivo entre Joe Biden, o candidato democrata, e o presidente atual, Donald Trump. Wall Street abriu em alta esta segunda-feira.

Os principais índices norte-americanos estão a registar ganhos, prolongando a recuperação da passada sexta-feira após várias sessões de fortes perdas. A valorização acontece antes do debate desta terça-feira em que Joe Biden, o candidato democrata, vai enfrentar pela primeira vez o candidato republicano e presidente, Donald Trump, a pouco mais de um mês das eleições norte-americanas.

Esta segunda-feira o Nasdaq arrancou com uma subida de 1,54%, para os 11.081,82 pontos. Já o Dow Jones sobe 1,43%, para os 27.561,60 pontos, e o S&P 500 valoriza 1,3%, para os 3.341,34 pontos, após terem registado quatro semanas consecutivas de perdas. Entre os setores, o destaque vai para a subir da banca e das cotadas do turismo.

Os índices estão a caminhar para um mês de setembro negativo, o que, a concretizar-se, será o primeiro mês de perdas desde em março, em que as bolsas desceram significativamente por causa da crise pandémica. Contudo, o saldo trimestral, neste caso do terceiro trimestre, continua a ser positivo para os três principais índices norte-americanos, que recuperaram de forma significativa desde março.

Entre as cotadas, o destaque vai para o Spotify, cujas ações sobem mais de 1% após uma analista do Guggenheim ter elevado a recomendação de “vender” para “neutral”. Já a Virgin Galactic está a valorizar mais de 13% depois do Bank of America ter começado a dar cobertura à cotada, com uma recomendação de “comprar” e com um rating “positivo”.

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CIP preocupada com atraso nas negociações do pós-Brexit

  • Lusa
  • 28 Setembro 2020

A Confederação Empresarial de Portugal mostrou "a maior preocupação" pelo atraso na negociação de um acordo para o pós-Brexit.

A CIP manifestou “a maior preocupação” pelo atraso na negociação de um acordo sobre as relações futuras entre o Reino Unido e a União Europeia (UE), que coloca as empresas perante riscos acrescidos “num momento de maior fragilidade”.

Num comunicado divulgado esta segunda-feira, a CIP – Confederação Empresarial de Portugal refere que “as empresas estão alarmadas e apelam aos responsáveis de ambas as partes para que exista vontade política para concluir um acordo”.

A CIP recorda que esta semana terá lugar a nona ronda oficial de negociações entre a UE e o Reino Unido, a última ronda negocial atualmente prevista e que precede o Conselho Europeu de 15 e 16 de outubro.

No comunicado, o presidente da CIP, António Saraiva afirma que “a CIP tem vindo a sublinhar, desde o início deste processo, a importância para as empresas de se chegar a um acordo razoável que permita proteger as relações comerciais entre a UE e o Reino Unido”. “Consideramos que ainda é possível chegar a um acordo razoável, em tempo útil, mas é necessária vontade política para que esse objetivo seja alcançado”, acrescenta António Saraiva.

A organização patronal recorda que o estudo “Brexit: As Consequências para a Economia e para as Empresas Portuguesas”, promovido pela CIP em 2018, concluiu que o Brexit terá um efeito negativo de 15% nas exportações portuguesas para o Reino Unido, mas que as perdas potenciais poderão chegar aos 26%, num cenário mais negativo, em que não exista acordo entre Reino Unido e UE. Neste estudo é estimado um impacto negativo entre 0,5% e 1% no Produto Interno Bruto (PIB) português.

“As empresas e as economias estão já a enfrentar o impacto devastador da pandemia de Covid-19 e não podem ser sobrecarregadas com mais uma situação que terá custos muito elevados”, refere ainda António Saraiva.

A CIP e a BusinessEurope acreditam que é ainda possível alcançar um acordo que mantenha o essencial das relações comerciais, salvaguardando a igualdade de condições, mas que, para isso, é fundamental respeitar os compromissos anteriormente assumidos, para que exista confiança entre as partes, acrescenta o comunicado.

Acordo de Saída deve ser concretizado e não renegociado

A Comissão Europeia vincou esta segunda-feira que o Acordo de Saída do Reino Unido da União Europeia (UE) deve ser concretizado tal como aprovado e não renegociado, insistindo na necessidade de os dois blocos chegarem rapidamente a compromissos.

“O Acordo de Saída deve ser implementado, não deve ser renegociado e muito menos alterado unilateralmente, ignorado ou desaprovado”, declarou o vice-presidente da Comissão Europeia responsável pelas Relações Interinstitucionais, Maroš Šefčovič.

Falando à imprensa em Bruxelas após a terceira reunião do comité misto UE-Reino Unido, o responsável reiterou “o pedido da UE [para o Reino unido] retirar as partes litigiosas proposta de lei do Mercado Interno até ao final de setembro”.

“Lembramos que a proposta de lei, se adotada na sua forma atual, constitui uma violação extremamente grave do Protocolo sobre a Irlanda/Irlanda do Norte, como parte essencial do Acordo de Saída, e do direito internacional”, disse Maroš Šefčovič. E, de acordo com Maroš Šefčovič, “a janela de oportunidade para pôr em prática as medidas operacionais necessárias para o funcionamento [deste protocolo] está a fechar-se”, razão pela qual salientou “a necessidade urgente de o Reino Unido acelerar o seu trabalho”.

Observando que “muitas questões difíceis permanecem e as posições do Reino Unido estão muito distantes do que a UE pode aceitar”, o vice-presidente do executivo comunitário adiantou, porém, que Bruxelas está “disposta a trabalhar arduamente” com Londres “durante os próximos dias e semanas”. “A UE está totalmente empenhada em conseguir uma implementação plena, atempada e eficaz do Acordo de Saída dentro do tempo restante disponível”, concluiu.

Londres irritou a UE no início de setembro ao avançar com uma proposta de lei que revê o Acordo de Saída ratificado em janeiro com os 27 para regulamentar a saída do Reino Unido da União Europeia.

A proposta foi aprovada na generalidade e na especialidade, embora o Governo britânico tenha cedido à pressão de um grupo de deputados conservadores preocupados com o risco de o texto violar direito internacional, aceitando apoiar uma alteração para dar ao parlamento a última palavra na decisão.

O texto deve terminar o processo na Câmara dos Comuns (câmara alta do parlamento) esta terça-feira e avançar para a Câmara dos Lordes (câmara alta), embora a imprensa britânica tenha noticiado que o Governo pretende atrasar esta fase para depois do Conselho Europeu de meados de outubro, para não comprometer as negociações em curso.

Na proposta de lei do Mercado Interno do Reino Unido, destinada a substituir as normas europeias por regras para o comércio entre as diferentes regiões do Reino Unido (Inglaterra, Escócia, País de Gales e Irlanda do Norte) após a saída da UE, o Governo invoca poderes para ignorar disposições que estão no Acordo.

Em causa estão questões como o preenchimento de declarações de exportação ou controlos aduaneiros entre a província britânica da Irlanda do Norte e a Grã-Bretanha, a ilha onde se encontram a Inglaterra, Escócia e País de Gales.

O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, argumentou que esta legislação é uma “rede de segurança” para proteger a integridade do país de “interpretações extremistas ou irracionais do Protocolo, que podem resultar numa fronteira no Mar da Irlanda”.

Esta semana decorre também a nona ronda de negociações entre Londres e Bruxelas para um acordo de comércio pós-Brexit, sendo crucial para concluir um acordo de comércio antes do Conselho Europeu de 15 de outubro.

Meados de outubro é considerado o prazo para alcançar um entendimento, senão a ausência de um acordo resultará em tarifas aduaneiras no comércio entre o Reino Unido e o bloco europeu a partir de 01 de janeiro de 2021.

(Notícia atualizada às 14h28 com mais informações)

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