Lucros da Nos caem 42,7% até setembro, mas negócio recupera no trimestre

A operadora Nos viu os lucros caírem 42,7% nos nove meses até setembro, para 79,1 milhões de euros. Desempenho no terceiro trimestre "sinaliza recuperação".

A operadora Nos lucrou 79,1 milhões de euros entre janeiro e setembro. É uma queda de 42,7% face aos mesmos nove meses de 2019, informou a empresa numa nota enviada à CMVM. O grupo destaca a recuperação do negócio no terceiro trimestre, com um impacto “significativamente menor” da pandemia, em que os lucros caíram 7,9% face ao trimestre homólogo, para 44,1 milhões de euros, melhor do que as estimativas dos analistas.

“O terceiro trimestre deste ano marca o início da recuperação da Nos após um período intensamente marcado pela pandemia. Essa recuperação fez-se sentir num nível intenso de captação de mais clientes e serviços, bem como numa melhoria relativa das receitas, ainda em quebra de 1,4%, mas longe da quebra de 7,8% verificada no trimestre anterior”, justifica o presidente executivo da empresa, Miguel Almeida, num comunicado de imprensa.

Entre janeiro e setembro, o lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (EBITDA) consolidado da Nos fixou-se em 471,2 milhões de euros, um recuo homólogo de 6,5%. As receitas consolidadas totalizaram 1.013,6 milhões de euros, uma queda de 7,2%, com enfoque para a quebra de 3,8% nas receitas de telecomunicações da Nos.

Concretamente, as receitas de consumo caíram 3,8%, para 995,5 milhões de euros, enquanto as receitas empresariais recuaram 1,2%, para 728,7 milhões de euros. As receitas do mercado grossista caíram 1,3%, para 56,5 milhões.

“Crescemos em todos os serviços, com o regresso a um nível mais normalizado de atividade comercial após o confinamento”, destaca a operadora. Foram 125 mil adições líquidas de unidades geradoras de receita (RGUs) no terceiro trimestre, “o que compara com os 76 mil no terceiro trimestre de 2019 e com 53 mil no trimestre anterior”, aponta a empresa.

“As adições líquidas foram positivas em todos os segmentos, com as adições líquidas de TV por subscrição a cifrarem-se em 9,6 mil, adições líquidas totais de 102 mil serviços móveis e 11,7 mil adições líquidas de banda larga fixa”, lê-se no relatório.

A Nos tem agora 4,796 milhões de casas passadas, das quais 37,8% em tecnologia fibra. Conta com quase 9,9 milhões de RGUs, dos quais perto de 1,7 em TV por subscrição (+1,5%) e 4,97 milhões em subscrições móveis (+3,4%). Tem ainda 967,6 mil clientes convergentes e integrados (+5,8%).

Já o segmento de business to business (B2B) da Nos “está a registar um desempenho operacional saudável”, mas não é “imune” ao impacto da pandemia nos negócios dos clientes. “As fontes de pressão sobre as receitas no B2B têm sido o decréscimo material das receitas de roaming, para além da extensão de formas de pagamento mais flexíveis, seja sob a forma de prazos de pagamento mais alargados ou de descontos temporários”.

Covid-19 continua a pressionar cinema

Apesar da melhoria do negócio da Nos no terceiro trimestre, tal não e verificou no segmento de media e entretenimento.

“Embora os nossos cinemas tenham reaberto no dia 2 de julho, após o confinamento, sob estritas medidas sanitárias e de segurança, o número de espetadores não recuperou de forma significativa, devido ao adiamento sucessivo e indefinido do lançamento de êxitos de bilheteira por parte dos grandes estúdios internacionais”, confessa a empresa.

O número de bilhetes vendidos entre janeiro e setembro fixou-se em cerca de dois milhões, uma queda de 70,8% face ao mesmo período de 2019. No total, o mercado afundou 71,6% em bilhetes vendidos, segundo dados do Instituto do Cinema e do Audiovisual, citados pela Nos. As receitas por espetador continuam estáveis em 5,3 euros.

Despesas operacionais recuam

No plano das despesas, os custos operacionais da Nos, excluindo amortizações, recuaram 7,7%, para 542,4 milhões de euros.

O investimento, sob a forma de capex (capital expenditure), caiu 1,9% no período de nove meses, para 269,6 milhões de euros, tendo recuperado 6% na análise do último trimestre, período em que a Nos investiu 92,2 milhões de euros.

No final de setembro, a Nos registava uma dívida líquida de 1.347,9 milhões de euros, um aumento de 1,4% face ao período homólogo.

(Notícia atualizada pela última vez às 18h14)

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Plenário para votar estado de emergência “não será antes de sexta-feira”

  • Lusa
  • 4 Novembro 2020

Assembleia da República decidiu, “por consenso geral”, realizar um plenário para debate e votação de uma eventual declaração do estado de emergência. Ao que tudo indica não será antes de sexta-feira.

A Assembleia da República decidiu, “por consenso geral”, realizar um plenário para debate e votação de uma eventual declaração do estado de emergência, cuja data está dependente do envio do texto pelo Presidente da República.

“Antes de sexta-feira não será”, assegurou a porta-voz da conferência de líderes parlamentares, Maria da Luz Rosinha, no final da reunião.

De acordo com a porta-voz deste órgão, o agendamento em concreto do plenário para debater o novo estado de emergência será feito “de imediato” pelo presidente da Assembleia da República quando for recebida a proposta de decreto por parte do chefe de Estado.

“Contamos que seja esta semana”, disse Maria da Luz Rosinha, que acrescentou que o presidente da Assembleia da República, Ferro Rodrigues, salvaguardará igualmente que haja tempo para que o documento possa ser analisado pelos deputados antes da sua votação.

Na passada segunda-feira, o primeiro-ministro, António Costa, pediu ao Presidente da República a declaração do estado de emergência, de forma “preventiva”, para fazer face aos efeitos da pandemia de Covid-19 e eliminar dúvidas jurídicas sobre a ação do Governo.

De acordo com a Constituição, a declaração do estado de emergência no todo ou em parte do território nacional é uma competência do Presidente da República, mas depende de audição do Governo e de autorização do parlamento.

A conferência de líderes de hoje foi muito curta, uma vez que se destinava a apenas a debater a forma de o parlamento – que se encontra com os plenários suspensos devido ao período de discussão na especialidade do Orçamento do Estado – fazer a análise e votação do novo estado de emergência.

“Houve um consenso geral para o agendamento dessa reunião, ficamos a aguardar que chegue o documento à Assembleia da República, que o sr. Presidente da República o faça chegar ao presidente da Assembleia da República que, de imediato, convocará o plenário para a apreciação do mesmo”, explicou.

A deputada socialista salientou que, por se tratar de “um documento de grande importância e que não será em tudo igual ao do primeiro estado de emergência”, vai requerer uma análise do documento por parte dos vários partidos.

“O presidente da Assembleia da República deixou claro que salvaguardará o tempo necessário para que os deputados o possam apreciar”, afirmou.

Na segunda-feira, em entrevista à RTP, Marcelo Rebelo de Sousa afirmou que existe uma maioria de pelo menos dois terços para aprovar um estado de emergência “muito limitado“, após ter ouvido os partidos com representação parlamentar durante o dia, e disse estar “a ponderar” esse cenário.

O chefe de Estado realçou que está em causa um estado de emergência “muito limitado, de efeitos sobretudo preventivos”, e não “apontando para o confinamento total ou quase total” que aconteceu em março e abril.

O estado de emergência vigorou em Portugal no início desta epidemia, entre 19 de março e 02 de maio, na primeira vaga da pandemia.

De acordo com a Constituição, a declaração do estado de emergência pode determinar a suspensão de alguns dos direitos, liberdades e garantias, por um prazo máximo de 15 dias, sem prejuízo de eventuais renovações com o mesmo limite temporal.

Na segunda-feira, o primeiro-ministro propôs ao Presidente que seja decretado o estado de emergência “com natureza preventiva” para “eliminar dúvidas” sobre a ação do Governo para a proteção dos cidadãos em relação à pandemia da Covid-19 em quatro áreas.

As quatro dimensões em que o executivo pretende um quadro jurídico mais robusto são as restrições à circulação em determinados períodos do dia ou de dias de semana, ou, ainda, entre concelhos; a possibilidade de requisição de meios aos setores privado e social da saúde; a abertura para a requisição de trabalhadores (seja no público ou no privado), alterando eventualmente o seu conteúdo funcional, para auxiliarem em missões consideradas urgentes no combate à pandemia; e a legalidade da recolhe de temperatura, seja no acesso ao local de trabalho, seja no acesso a qualquer outro espaço público.

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“TAP recebeu um avião que já estava pago, mas está a reduzir frota”, diz Pedro Nuno Santos

Ministro das Infraestruturas e da Habitação diz esperar que a companhia aérea precise da totalidade do apoio público autorizado pela Comissão Europa. "A TAP não é o Novo Banco", garante.

A TAP já está a reduzir a frota e ainda vai reduzir mais, segundo anunciou o ministro das Infraestruturas e da Habitação Pedro Nuno Santos, sobre o plano de reestruturação da companhia aérea, que será apresentado dentro de um mês. O responsável confirmou esperar que a TAP precise ainda este ano da totalidade do apoio público aprovado por Bruxelas.

“Não estamos a receber nenhum avião novo. Abandonámos encomendas que estavam feitas e estamos a negociar a devolução de alguns aviões. O que acontece é que no plano de reestruturação haverá alteração da composição da frota da TAP”, começou por explica Pedro Nuno Santos, na audição parlamentar em que os deputados estão a discutir na especialidade, esta quarta-feira, a proposta de Orçamento do Estado para 2021.

A TAP chegou a acordo com a Airbus, em setembro, para adiar a entrega de 15 novos aviões que tinham sido encomendados para evitar o gasto de 857 milhões de euros. O governante clarificou, logo a seguir, que “a TAP recebeu um avião que já estava pago, mas está a reduzir frota“.

"Temos uma companhia aérea que está sobredimensionada. Não podemos manter uma dimensão artificial que não tem neste momento procura. Portanto o plano de reestruturação vai ser difícil.”

Pedro Nuno Santos

Ministro das Infraestruturas e da Habitação

Essa redução faz parte do plano de reestruturação, que será apresentado a Bruxelas até dia 10 de dezembro, como condição para a Comissão Europeia aprovar o apoio público à companhia aérea. Outra linha principal que já é conhecida é a redução do número de trabalhadores em 1.600 pessoas, que tem gerado críticas dos sindicatos, que se dizem excluídos deste processo. “Há uma redução de efetivos já em curso. Não estou a dizer que aquelas pessoas não foram para o desemprego, mas não houve despedimentos. Houve a não renovação de contratos a termo“, explicou.

Temos uma companhia aérea que está sobredimensionada. Não podemos manter uma dimensão artificial que não tem neste momento procura. Portanto o plano de reestruturação vai ser difícil”, apontou Pedro Nuno Santos, garantindo que já teve reuniões com os sindicatos e está atualmente a marcar novos encontros para lhes apresentar a primeira fase do plano que já está concluída. “Para a TAP continuar a renovar contratos, significaria pagar muito mais do que os 1.200 milhões”.

Ministro garante que “a TAP não é o Novo Banco”

Enquanto o plano de reestruturação não é conhecido, o Governo enviou aos partidos um Plano de Tesouraria para 2020, a que o Observador teve acesso. Este mostra que a companhia aérea nacional precisa, em média, de mais de 100 milhões de euros por mês até ao final do ano para suprir as necessidades de liquidez. Questionado pelo PSD sobre se as necessidades de liquidez da TAP até ao final do ano esgotam praticamente todo o empréstimo acordado com Bruxelas, Pedro Nuno Santos confirmou: “Sim, até ao final do ano TAP necessitará da quase totalidade dos 1.200 milhões de euros que foram autorizados“.

A expetativa já tinha sido explicitada pelo Governo na proposta de Orçamento do Estado para 2021, onde o Executivo admitiu que a companhia aérea “deverá utilizar” a totalidade do empréstimo este ano e que o valor necessário para 2021 é ainda “incerto”. Por isso, o Governo pôs de lado 500 milhões de euros em garantias a conceder eventualmente para a aplicação do plano de reestruturação.

A autorização que foi feita foi para uma injeção para garantir liquidez da empresa até final do ano. Durante esse tempo, a TAP tem de desenvolver um plano de restruturação que garanta viabilidade dos próximos 10 anos“, apontou. “Os 1.200 milhões são uma injeção de emergência para garantir que a TAP continua a operar enquanto o plano de estruturação é elaborado”. Só depois do plano ter o ok da Comissão Europeia é que será possível avaliar a necessidade de mais dinheiro no próximo ano.

"A TAP custa muito dinheiro, temos perfeitamente consciência disso. Não é o Novo Banco porque o Novo Banco não é público e não estamos lá.”

Pedro Nuno Santos

Ministro das Infraestruturas e da Habitação

Face às fortes críticas do PSD, o ministro defendeu que a opção — deixar cair a TAP — teria igualmente custos para o país. “É uma opção política. É uma empresa profundamente estratégica para o nosso país“, disse, sublinhando que esta foi responsável por 2,1 mil milhões de euros de exportações em 2019 (tendo em conta que a venda de bilhetes, aos 80% dos passageiros que são estrangeiros, contam como exportações).

Questionado pelo social-democrata Cristóvão Norte sobre se a companhia aérea vai ter custos para o Estado como o Novo Banco, respondeu: “A TAP custa muito dinheiro, temos perfeitamente consciência disso. Não é o Novo Banco porque o Novo Banco não é público e não estamos lá“. O deputado do PSD voltou ainda a perguntar se havia apoio público a ser canalizado para as operações no Brasil, sendo que Pedro Nuno Santos explicou que o dinheiro serve para financiar despesas faturadas à TAP.

O deputado único do Chega André Ventura traz outra polémica à conversa: a TAP estreou recentemente louça da Vista Alegre na classe executiva, levando a críticas do sindicato SNPVAC, segundo noticiou a Expresso. Pedro Nuno Santos respondeu que a compra “é um exemplo da importância que a TAP tem para a indústria nacional”.

(Notícia atualizada)

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Produção nacional vai ter apoio de 100 milhões

  • Lusa
  • 4 Novembro 2020

O Programa de Apoio à Produção Nacional vai apoiar pequenos projetos de investimento de micro e pequenas empresas "na área do turismo e da indústria".

A ministra da Coesão Territorial anunciou, esta quarta-feira, que vai ser lançado este mês o Programa de Apoio à Produção Nacional, com uma dotação de 100 milhões de euros, para cofinanciar projetos de micro e pequenas empresas.

Temos de aumentar a produção nacional, apoiar a indústria nacional, porque temos capacidade instalada e trabalhadores qualificados“, sublinhou a ministra Ana Abrunhosa, numa audição na Assembleia da República, na comissão de Orçamento e Finanças, no âmbito da apreciação, na especialidade, da proposta de lei do Orçamento do Estado para 2021 (OE2021).

Resultado da reprogramação dos fundos europeus, o Programa de Apoio à Produção Nacional vai apoiar pequenos projetos de investimento de micro e pequenas empresas “na área do turismo e da indústria”, com uma taxa média de cofinanciamento de 50% a fundo perdido e com uma majoração para o interior do país (apoio de 60% a fundo perdido).

O investimento global alavancado pelo programa pode ir “até 200 milhões de euros”, perspetivou Ana Abrunhosa, considerando que os fundos geram sempre investimento adicional, inclusive pela contrapartida que implicam. “Estamos, simultaneamente, a trabalhar com a banca na questão de a própria banca ser parceira na contrapartida nacional e que ofereça soluções atrativas“, indicou.

Sobre o tipo de projetos que podem ser cofinanciados pelo programa, a ministra explicou que a ideia é “apoiar a digitalização das empresas, apoiar a pequena compra daquela máquina que já está envelhecida, são pequenos projetos de investimento”.

Ao contrário do que acontecia no passado, o cofinanciamento dos projetos pode ser atribuído sem que as empresas tenham a obrigação de contratar trabalhadores. “A ideia é para todo o país, majorando o interior, sem a obrigação de criar postos de trabalho, porque nesta altura não estamos em condições de obrigar as empresas a criar postos de trabalho”, reforçou Ana Abrunhosa, assumindo o compromisso do Governo de colocar todos os instrumentos ao dispor para apoiar as empresas na manutenção dos postos de trabalho.

Neste âmbito, a governante destacou o desafio da reconversão económica no Algarve, região que “está a sofrer profundamente com esta pandemia”, revelando que dispõe ainda de verbas do programa de apoio comunitário Portugal 2020, assim como mais de 300 milhões de euros do Portugal 2030, mais 300 milhões de euros do pacote especial de apoio devido à covid-19 e 200 milhões de euros do projeto hidrográfico.

“Não será certamente […] por falta de recursos que não vamos conseguir”, frisou a governante, referindo-se aos 16 municípios algarvios.

Para a região, o objetivo é “qualificar a oferta turística e diversificar a base económica”, o que passa por “ter um turismo mais sustentável e menos sazonal”, que crie mais valor e seja menos dependente da mão de obra barata e pouco qualificada, apontou Ana Abrunhosa, ressalvando que a resposta aos desafios está na dinâmica dos atores do território.

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Incerteza entre Trump e Biden ainda não assusta bolsas europeias

Os investidores na Europa estão em modo de espera enquanto não há um resultado eleitoral nas presidenciais norte-americanas. Se a contagem de votos for levada a tribunal, a incerteza poderá agravar.

Sem “onda azul”, mas ainda com esperança que Joe Biden possa chegar a Presidente dos Estados Unidos, as bolsas europeias fecharam em alta. Apesar da elevada incerteza nas eleições norte-americanas e de uma volatilidade nos mercados, a sessão acabou por ser positiva com os investidores a mostrar esperança que não haja um agravamento das tensões entre os dois partidos.

A Europa acordou com Donald Trump a autoproclamar-se Presidente dos Estados Unidos por mais um mandato e as bolsas, que apostavam numa vitória de Joe Biden, responderam em conformidade, ou seja, a desvalorizar. No entanto, foi-se tornando mais claro que a corrida é ainda mais renhida que o esperado e o democrata ainda poderá chegar à Casa Branca.

O índice europeu Stoxx 600 fechou a ganhar 1,9%, enquanto o alemão DAX subiu 1,74%, o francês CAC 40 avançou 2,5%, o britânico FTSE 100 somou 1,6%. O português PSI-20 teve ganhos mais modestos, com uma valorização de 0,45% para 4.067,95 pontos, com ajuda da subida de 3% da Nos, de 1,4 da EDP e 1,2% da Jerónimo Martins. Em sentido contrário, a Galp Energia perdeu 1,3%, a EDP Renováveis cedeu 1,07% e o BCP deslizou 0,52%.

Mesmo com a recuperação das ações europeias, os juros das dívidas continuam em queda, sendo que a yield das obrigações a dez anos está a negociar no mínimo histórico em 0,077% e as Bunds alemãs em -0,64%. O juro das Treasuries norte-americanas com esta maturidade recuam para 0,768%. Também viu o dólar norte-americano valoriza (0,07% face ao euro), enquanto os preços do ouro cedem.

Os mercados gostam de factos concretos. Mas existe o que sabemos e o que não sabemos“, explica Franck Dixmier, global CIO fixed income da Allianz Global Investors. “Já é certo que o impasse constitucional vai continuar, provavelmente com um Senado republicano e um Congresso democrata, mais uma vez a forçar a coabitação. Também é certo que um plano de recuperação é inevitável, tendo em vista o panorama macroeconómico americano. Mas, por causa da coabitação, pode não ser tão massivo quanto o esperado, mesmo que Joe Biden seja eleito. Por outro lado, ainda não sabemos quem será o próximo Presidente dos Estados Unidos e como se vai desenvolver esse período de incertezas“.

À hora do fecho das bolsas europeias, Joe Biden está na liderança, com 238 delegados, contra 213 assegurados por Donald Trump. No entanto, falta ainda conhecer dados de estados chave que podem determinar o resultado. O atual Presidente republicano ameaçou recorrer ao Supremo Tribunal para travar a contagem de votos que considera terem sido lançados “fora de prazo”, acusando os democratas de estarem a tentar “roubar as eleições”.

A candidatura democrata à Casa Branca disse que vai contrariar os esforços do rival judicialmente. Se o desafio permanecer a nível legal, os mercados poderão conseguir evitar a alta volatilidade. No entanto, se o desafio legal, alimentado pelo próprio Trump, se transformar em demonstrações massivas e violência, os mercados podem ver uma fuga dos ativos de risco.

É improvável que esta volatilidade limitada se mantenha. Pensamos que quanto mais o processo se arrastar, mais apoio veremos para os portos-seguros (incluindo o dólar) à custa de quase todas as outras moedas“, sublinha Matthew Ryan, senior market analyst da Ebury. “O resultado na Pensilvânia e em Michigan pode não ser conhecido até sexta-feira, pelo que pode levar alguns dias antes que o resultado final seja conhecido. Trump já declarou a sua opinião de que houve fraude eleitoral, portanto, uma vitória de Biden seria, sem dúvida, contestada pelo presidente, o que arrastaria o processo ainda mais para o futuro e pesaria no sentimento de risco”.

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Lucros dos CTT afundam 81% com queda no volume de correio

Os CTT lucraram 4,3 milhões de euros até setembro, menos 81,1% face aos mesmos nove meses do ano passado. A subida expressiva das receitas com encomendas não compensaram a queda do correio.

O grupo CTT lucrou 4,3 milhões de euros entre janeiro e setembro, um recuo superior a 81% face ao período homólogo. A informação foi comunicada pela empresa à CMVM.

Num período altamente marcado pela pandemia, o volume de correio endereçado entregue pelos CTT continuou a cair a dois dígitos. Em causa está um recuo de 17,1% no total de correio endereçado, para 387,3 milhões de objetos entregues no período.

O lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (EBITDA) recuou 21,3%, para 57,7 milhões de euros, pressionando o resultado líquido. Mas enquanto as receitas com o negócio do correio caíram, o segmento de Expresso e Encomendas apresentou um crescimento expressivo.

Encomendas amparam contas dos CTT

O recuo no volume do correio continua a fazer-se sentir nos indicadores fundamentais do grupo CTT. Os rendimentos operacionais nos nove meses do ano caíram 1%, para 534,3 milhões de euros, onde se inclui uma quebra de 11,8% nas receitas de correio, que se fixaram em 308,8 milhões de euros.

Porém, numa altura em que os portugueses estão mais em casa para evitarem o contágio pelo novo coronavírus, o comércio eletrónico ganhou expressão e puxou pelas contas da empresa. As receitas com o segmento Expresso e Encomendas subiram 19,5%, para 131,5 milhões de euros, não compensando, contudo, a perda de receita com a entrega de cartas.

Num comunicado de imprensa, João Bento, presidente executivo da empresa, destaca o desempenho do grupo em plena pandemia: “Apesar da queda dos volumes de correio endereçado, intensificada pela pandemia, os rendimentos operacionais cresceram e a aposta noutras áreas de negócio mostrou-se acertada.”

O gestor salienta ainda que “estes resultados operacionais demonstram a resposta positiva dos CTT ao contexto desafiante que a economia e a sociedade atualmente atravessam”.

Importa ressalvar que os CTT já incluem nestas demonstrações financeiras um custo de 800 mil euros, “essencialmente em estudos de apoio à renegociação do novo contrato de concessão”. A concessão do serviço postal universal dos CTT termina no fim deste ano e a renegociação com o Governo tem de ficar fechada nas próximas semanas.

Comissão nos cartões ajuda Banco CTT

No relatório enviado aos mercados, destaca-se que “os rendimentos do Banco CTT atingiram 59,7 milhões de euros” nos nove meses em análise, um crescimento homólogo de 39,3%. Deste montante, 12,3 milhões são provenientes da 321 Crédito, uma empresa de crédito ao consumo adquirida pelos CTT em meados do ano passado.

“O crescimento dos rendimentos contou com a performance positiva da margem financeira de 32,8 milhões de euros nos nove meses de 2020”, uma subida homóloga de 73,7%.

No período em análise, os crescimentos nas receitas com comissões saltam à vista. Os CTT passaram a cobrar anuidade nos cartões de débito, uma alteração introduzida em abril, o que levou as receitas com este comissionamento em concreto a dispararam 517,2%. No total, as comissões cobradas pelo Banco CTT cresceram 3,4 milhões de euros no período, um avanço de 56,5% face a igual período de 2019.

O Banco CTT conta com uma carteira de crédito automóvel líquida de imparidades de 536,2 milhões de euros, que “foi fortemente afetada pelo encerramento dos pontos de venda” por causa da Covid-19. Tem ainda uma carteira de crédito à habitação de 494,3 milhões de euros, uma queda de 13%.

Os depósitos dos clientes aumentaram 35,4%, para 1.571 milhões de euros. Há agora 505 mil contas abertas no Banco CTT, mais 66 mil do que no período homólogo.

No plano das imparidades e provisões, o Banco CTT provisionou 8,5 milhões de euros, dos quais 5,8 milhões dizem respeito ao segundo trimestre. Além disso, em consequência da pandemia, “as imparidades e provisões da 321 Crédito atingiram os 7,9 milhões de euros nos nove meses de 2020, com 5,5 milhões no segundo trimestre e 900 mil no terceiro trimestre”.

“No final dos nove meses de 2020, os pedidos de moratórias formalizados atingem uma exposição total de 41,2 milhões de euros, representando 3,9% do total da carteira bruta de crédito. As moratórias privadas de crédito automóvel no montante de 27,6 milhões de euros terminaram a 30 de setembro e representavam 40,1% do total das moratórias formalizadas”, lê-se na nota submetida aos mercados.

Despesas aumentam no período

Quanto às despesas, o grupo CTT registou gastos operacionais de 476,6 milhões de euros nos nove meses do ano, uma subida de 2,2%.

Em causa está uma subida de 3,9% nos gastos com fornecimentos e serviços externos, para um total de 201,1 milhões de euros, e de 20,5% nos outros gastos, para 24,8 milhões de euros.

Os gastos com pessoal caíram 0,6%, para 250,6 milhões de euros, num período em que a empresa reduziu o seu número de trabalhadores em 207. O grupo emprega agora 12.472 pessoas entre efetivos e contratos a termo.

No final de setembro, a dívida líquida consolidada dos CTT era de 72,8 milhões de euros. É um aumento de 12,8 milhões de euros face a 31 de dezembro de 2019.

(Notícia atualizada pela última vez às 17h36)

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Jovens, precários, com salários baixos e do setor do turismo. São estes os desempregados criados pela pandemia

Os novos números do mercado de trabalho permitem confirmar que os trabalhadores mais afetados pela pandemia foram os jovens, precários, com baixos salários e que trabalhavam no setor do turismo.

Foram destruídos 147,9 mil postos de trabalho em Portugal por causa da pandemia, mas a deterioração do mercado de trabalho não afetou todos por igual. Os trabalhadores jovens, com salários abaixo dos 900 euros e com contratos a termo foram os mais afetados, de acordo com as estatísticas do emprego divulgadas esta quarta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE). Muitos dos novos desempregados estavam nos setores mais afetados pela pandemia, como é o caso do alojamento e restauração.

Os dados do mercado de trabalho estavam até aqui influenciados pelas restrições impostas no segundo trimestre, o que levou a uma redução do desemprego (em vez da natural subida) porque os novos desempregados foram para a população inativa, uma vez que não procuravam ativamente emprego para serem considerados desempregados em termos estatísticos.

No terceiro trimestre, com o desconfinamento, esse fator reduziu-se significativamente: a taxa de desemprego subiu para os 7,8%, o que reflete um crescimento homólogo de 25% da população empregada (+80,7 mil). Mesmo assim, a população inativa ainda regista uma variação homóloga de quase 100 mil pessoas, o que poderá sugerir que nem toda a destruição de emprego já se refletiu na população desempregada. Acresce que, apesar dos dados relativos ao terceiro trimestre refletirem mais o que está a ocorrer no mercado de trabalho por causa da pandemia, não é de excluir que haja mais despedimentos após acabar o período em que as empresas que receberam apoios (como o lay-off simplificado) estão proibidas de despedir.

O que mudou no mercado de trabalho do ponto de vista do emprego. Fonte: Instituto Nacional de Estatística (INE).

Certo é que estes números permitem caracterizar quem já ficou sem emprego por causa da pandemia. Entre o terceiro trimestre de 2019 e o de 2020, houve uma destruição líquida de 147,9 mil postos de trabalho, refletindo o decréscimo do emprego com as seguintes características: a maioria eram homens (110,2 mil), entre os 15 e os 24 anos (74,2 mil), com um nível de escolaridade de, no máximo, o 3º ciclo do ensino básico (199,8 mil), empregados no setor dos serviços (116,4 mil), em particular nas atividades de alojamento, restauração e similares (49,3 mil) e a trabalhar por conta de outrem com contrato com termo.

O perfil do “novo desempregado”. Fonte: Instituto Nacional de Estatística (INE).

Este perfil dos empregos que foram destruídos encaixa como uma luva no perfil do “novo desempregado”, de acordo com os dados do INE, utilizando a mesma comparação homóloga: o desemprego aumentou maioritariamente entre homens (54,9 mil), entre os 25 e os 34 anos (38,1 mil), com um nível de escolaridade, no máximo, do ensino secundário e provenientes do setor dos serviços (76,6 mil), onde se insere o alojamento e restauração. Estas “vítimas” do impacto da pandemia no mercado de trabalho estão à procura de um novo emprego há menos de 12 meses.

Uma análise mais aprofundada dos dados permite ainda perceber como a destruição de emprego ocorreu principalmente entre quem tem baixos salários. Segundo os cálculos do ECO, com base nos dados do INE relativos aos trabalhadores por conta de outrem — só existem dados sobre salários para estes, que são a maioria dos trabalhadores em Portugal –, o corte nos postos de trabalho entre o terceiro trimestre de 2019 e o de 2020 aconteceu nos profissionais com salários baixos.

O que mudou no mercado de trabalho relativamente aos trabalhadores por conta de outrem organizados pelo nível salarial. Fonte: Instituto Nacional de Estatística (INE).

Houve 190 mil trabalhadores com salários iguais ou inferiores a 900 euros que perderam o emprego, na comparação homóloga. A estes somam-se 113 mil para os quais o INE não obteve resposta relativamente ao salário e que também perderam o emprego. Nos salários acima de 900 euros, apenas na faixa entre os 2.500 a 3.000 euros é que houve uma pequena redução homóloga de cerca de 1.500 trabalhadores.

Nas restantes faixas salariais, nomeadamente entre os 900 e os 2.500 euros, houve um aumento de 176,1 mil trabalhadores, sendo que a maioria situava-se entre os 1.200 e os 1.800 euros.

No caso dos precários, a diferença é evidente. Entre os trabalhadores por conta de outrem, houve um aumento de quase 30 mil contratos sem termo entre o terceiro trimestre de 2019 e o de 2020. No mesmo período, houve uma destruição líquida de 134,3 mil postos de trabalho de contratos com termo, ou seja, precários.

O que mudou no mercado de trabalho relativamente aos trabalhadores por conta de outrem organizados pelo tipo de contrato de trabalho. Fonte: Instituto Nacional de Estatística (INE).

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SNS 24 passa declarações provisórias de isolamento profilático a partir de hoje

A partir de hoje, a Linha SNS 24 vai passar declarações provisórias de isolamento profilático, sempre que se verifique uma "situação de risco".

A partir de hoje, a Linha SNS 24 vai passar declarações provisórias de isolamento profilático, sempre que se verifique uma “situação de risco”. A medida já tinha sido anunciada pelo primeiro-ministro, mas o arranque da medida ao final do dia desta quarta-feira, 4 de novembro, foi confirmado esta quarta-feira pelo Secretário de Estado da Ajunto e da Saúde.

Esta é uma das medidas que consta no Decreto-Lei n.º 94-A/2020, publicado em Diário da República e que estabelece medidas adicionais excecionais e temporárias relativas à pandemia. Neste contexto, a partir do final do dia de hoje, os utentes que liguem para a linha SNS 24 podem “receber uma declaração provisória de isolamento profilático”, que permita justificar “a ausência de local de trabalho ou até para outros efeitos”, explicou o presidente dos Serviços Partilhados do Ministério da Saúde (SPMS), Luís Goes Pinheiro, na conferência de imprensa da Direção-Geral da Saúde, em declarações transmitidas pelas televisões.

Isto significa que, em função do contacto para a linha SNS 24 e da avaliação clínica do risco feita pelos profissionais de saúde, em vez de ser sugerida a deslocação para o domicílio, será enviado um código ao utente por SMS ou e-mail que permite ao utente aceder a uma declaração provisória de isolamento profilático.

Isto significa que, para a entidade patronal ou para qualquer entidade que exija a presença física da pessoa, esta declaração pode ser usada para justificar a necessidade de ficar em casa”, sinalizou Luís Goes Pinheiro. Ao mesmo tempo, para efeitos de baixa médica é preciso o doente provar que não pode estar em casa em regime de teletrabalho.

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Bolsas de Nova Iorque avançam de olhos postos nas eleições

Wall Street abriu a sessão em forte alta. Incerteza em relação ao resultado final das eleições não se materializa nas bolsas americanas. Nasdaq soma quase 3% com Apple e Amazon em destaque.

Wall Street está em alta, embora a negociação dos futuros tenha sido algo volátil, depois de conhecidos os primeiros resultados e reações ao ato eleitoral. Alguns analistas frisam que o impasse em relação ao vencedor e a possibilidade de o resultado vir a ser contestado em tribunal está a condicionar a evolução das bolsas.

Ainda assim, registam-se fortes ganhos nos primeiros minutos da sessão americana. O S&P 500, o principal índice americano, soma 1,69% para 3.426,05 pontos, isto quando os outros dois índices de referência de Nova Iorque estão em alta. O tecnológico Nasdaq acelera 2,89% e o industrial Dow Jones soma 0,96%.

Tanto Donald Trump como Joe Biden anunciaram durante a noite que estavam perto de saírem vitoriosos das eleições, sendo que o candidato dos republicanos e atual Presidente foi mais longe ao dizer que poderá contestar os resultados finais em tribunal por estarem a “tentar roubar a eleição”.

Em termos empresariais, as ações da Apple avançam mais de 2% para 112,80 dólares e a Amazon dispara mais de 4% para 3.181,77 dólares.

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Discotecas fechadas e competições suspensas por trinta dias na Madeira

  • Lusa
  • 4 Novembro 2020

As discotecas na Madeira vão encerrar durante 30 dias e as competições regionais em todas as modalidades ficam suspensas por igual período, o que entra em vigor às 00h00 de sexta-feira.

As discotecas na Madeira vão encerrar durante 30 dias e todas as competições regionais em todas as modalidades ficam suspensas por igual período, indicou esta quarta-feira o Governo regional, referindo que a determinação entra em vigor às 00h00 de sexta-feira.

“Ainda há muito comportamento negligente face a esta grave ameaça”, afirmou o chefe do executivo, Miguel Albuquerque, em videoconferência, no Funchal, na qual anunciou novas medidas de contenção da pandemia de covid-19, quando a região regista 197 infeções ativas e uma morte.

Além do encerramento das discotecas e da suspensão das competições regionais, os bares e similares serão “obrigatoriamente encerrados” até às 24h00, ao passo que restaurantes e similares vão “encerrar imperativamente” até às 23h00.

“Quer nos restaurantes, quer nos bares e similares, não será permitida a permanência de clientes no interior dos estabelecimentos após o seu encerramento”, declarou Miguel Albuquerque, vincando que este aspeto será objeto de “rigorosa fiscalização”.

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CEO da Cloudflare acusa Governo português de “incompetência” e ameaça “parar de investir” no país

Dirigindo-se ao primeiro-ministro português, Matthew Prince acusou o Governo de "incompetência" por causa da burocracia e ameaçou "parar de investir" no país.

O líder da tecnológica Cloudflare está desiludido com a decisão de abrir um escritório da empresa em Portugal. Num conjunto de publicações no Twitter dirigidas ao primeiro-ministro português, Matthew Prince acusa o Governo português de “incompetência”.

“Caro António Costa, quando a sua equipa promete trabalhar com as empresas em troca da transferência significativa de empregos para Portugal e mostra leis que suportam essas promessas; quando os burocratas recusam seguir essas leis e promessas — isso é ok? Sinto-me enganado”, começou por atirar o gestor da empresa.

A Cloudflare é uma empresa de tecnologia cotada em Nova Iorque, que fornece serviços de segurança para websites na internet. A tecnológica escolheu Lisboa para instalar um escritório em julho de 2019, tendo já 45 trabalhadores. Recentemente, anunciou a intenção de duplicar este número no país.

Porém, o líder da empresa está agora desapontado com o tratamento que tem recebido. “Estamos a contratar portugueses. Estamos a trazer dos melhores e mais brilhantes portugueses da diáspora de volta para Portugal. Estamos a importar alguns dos engenheiros mais inteligentes para ensinar os portugueses sobre tecnologias futuras. No entanto: somos bloqueados em cada esquina”, desabafou Matthew Prince, sem dar mais detalhes.

Ou o Governo corrige [esta burocracia] ou vamos parar de investir.

Matthew Prince

Cofundador e CEO da Cloudflare

Admitindo estar “prestes a desistir” de Portugal, o cofundador da Cloudflare diz sentir que foi “enganado”. “Ou o Governo corrige [esta burocracia] ou vamos parar de investir. Ficaria curioso em saber quem investiu mais em Portugal desde a Covid-19 numa base salarial do que a Cloudflare”, acrescentou o gestor.

Apesar da escolha de Lisboa para receber estes investimentos, esta não é a primeira vez que Matthew Prince critica aspetos relacionados com Portugal. A 28 de dezembro de 2018, antes de tomada a decisão de investir no país, o fundador da Cloudflare veio à capital portuguesa para estudar a hipótese de abrir o escritório em Lisboa. Ficou uma hora retido na fila do SEF, pelo que comentou: “A fila de duas horas para passar a imigração não causa uma boa primeira impressão.”

Governo responde e pede “foco na solução”

Já depois da publicação desta notícia, o secretário de Estado da Transição Digital, André Aragão Azevedo, respondeu ao tweet do gestor da Cloudflare, apelando ao “foco na solução”.

“Contactei pessoalmente John Graham-Cumming, CFO da Cloudflare, para entender os fundamentos da queixa, que não foram claros desde o princípio. Acabei de receber um memorando a reportar a situação. Foquemo-nos na solução em vez de só fazer barulho”, atirou o governante numa publicação no Twitter.

(Notícia atualizada às 19h06 com resposta do Governo)

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Portugal com recorde de 7.497 novos casos de Covid. Contabiliza 3.570 em atraso

Nas últimas 24 horas foram identificados 7.497 novos casos de coronavírus em Portugal, o número diário mais elevado desde o início da pandemia. A maioria dos novos infetados está no Norte.

São os números diários mais elevados desde que a pandemia chegou ao país. Nas últimas 24 horas, a Direção-Geral da Saúde (DGS) identificou 7.497 novos casos de infeção por coronavírus, a grande maioria na região Norte do país. É agora de 156.940 o número total de infetados. Contam-se até ao momento 2.694 vítimas mortais, depois de terem sido registadas mais 59 mortes nas últimas 24 horas.

“Os dados apresentados no relatório de hoje incluem o somatório de 3.570 casos, decorrentes do atraso no reporte laboratorial, principalmente de um laboratório na região Norte, desde o dia 30/10/2020″, refere o relatório diário da DGS.

Do número total de infetados, a esmagadora maioria está a fazer o tratamento em casa, sendo que apenas 2.337 (-12) estão internados em unidades hospitalares, dos quais 325 (+5) nos cuidados intensivos. Há mais de 65 mil pessoas sob vigilância das autoridades de saúde.

Desde que foi detetado em Portugal, no início de março, já se contam 88.946 pessoas recuperadas, 2.357 das quais nas últimas 24 horas.

O Norte é a região com mais casos registados até ao momento — 72.875 casos de infeção e 1.206 mortes –, sendo esta a região responsável por mais de 5.000 novos casos que foram registados nas últimas 24 horas, devido ao atraso no reporte laboratorial, como refere a DGS.

Atrás aparece Lisboa e Vale do Tejo (63.250 casos e 1.057 mortes), o Centro (13.860 casos e 333 mortes), o Algarve (3.032 casos e 29 mortes) e o Alentejo (3.031 casos e 53 mortes). Nas ilhas, os Açores registam 388 casos e 15 mortos, enquanto a Madeira tem 504 pessoas infetadas e uma morte registada.

“Retrato de hoje não espelha a realidade das últimas 24h”, diz Lacerda Sales

Na sequência do atraso do reporte laboratorial, o Secretário de Estado da Ajunto e da Saúde disse que o “retrato de hoje não espelha a realidade das últimas 24h”, mas assegura que todos estes casos foram “seguidos quer ao nível clínico, quer pelas equipas de saúde publica”.

“Dependemos da notificação, quer dos laboratórios quer dos médicos, para que a fotografia diária seja a mais aproximada da realidade. Hoje esse retrato não espelha a realidade só das últimas 24 horas, um vez que um laboratório do norte do país não conseguiu fazer a notificação desde o dia 30, tendo feiro à acumulação das notificações ontem num somatório de mais de 3.500 casos”, afirma António Lacerda Sales na conferência de imprensa desta quarta-feira, transmitida pelas televisões.

Ainda assim, o secretário de Estado Adjunto e da Saúde garante que todos “estes casos foram maturamente seguidos quer ao nível clínico, quer pelas equipas de saúde pública”, acrescentando ainda que o “Ministério da Saúde está a tomar medidas para que estas situações não aconteçam”. “No entanto é da nossa responsabilidade assumir os números com a verdade a transparência de sempre”, admite.

Além disso, Lacerda Sales sinalizou ainda que o Ministério da Saúde emitiu esta quarta-feira um despacho para garantir a melhor coordenação de resposta às necessidades, isto significa que “os hospitais menos pressionados podem ter de dar resposta a pacientes de hospitais mais pressionados”, o que carece de resposta inter-regional.

(Notícia atualizada às 15h06)

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