Estado paga até 27,5 milhões para IP gerir rede ferroviária até ao final do ano

O Governo prolongou o contrato-programa com a Infraestruturas de Portugal até ao final do ano e autorizou o pagamento de uma indemnização compensatória de até 27,5 milhões de euros.

A gestora das redes de estradas e caminhos-de-ferro vai receber até 27,5 milhões de euros de indemnização compensatória pelos serviços prestados no segundo semestre deste ano. A Infraestruturas de Portugal viu ser prolongado até ao final do ano o contrato-programa assinado com o Estado em 2016, após não ter sido possível concluir o novo contrato.

Autorizar a realização da despesa com a indemnização compensatória para o período de 1 de julho a 31 de dezembro de 2021, correspondente ao aditamento ao contrato decorrente do previsto no número anterior, no montante máximo de (euro) 27 527 528,98, ao qual acresce o IVA à taxa legal em vigor, que corresponde ao proporcional de seis meses do valor da indemnização compensatória prevista no contrato-programa para o ano de 2020″, determina o Governo na resolução do Conselho de Ministério publicada esta sexta-feira em Diário de República.

O contrato atual vai assim vigor até 31 de dezembro de 2021, sendo que a indemnização compensatória será paga por verbas inscritas no orçamento das infraestruturas e da habitação.

Anteriormente, o Governo já tinha prorrogado o prazo até 30 de junho de 2021, estimando que esse prolongamento seria suficiente para a formalização do novo contrato, “incluindo para a conclusão do procedimento de submissão a fiscalização prévia junto do Tribunal de Contas”, o que não aconteceu.

Sucede, porém, que decorrido o referido prazo de seis meses não foi ainda possível concluir o processo para a entrada em vigor do novo contrato que irá regular, para futuro, o serviço público de gestão da infraestrutura“, justifica o Executivo.

Foi a 11 de março de 2015 que o Estado e a Infraestruturas de Portugal assinaram um contrato para a gestão do setor ferroviário para um período de cinco anos (2016-2020). O contrato previa o valor das indemnizações compensatórias a pagar pelo Estado português.

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CTT confiam em novo serviço postal universal com critérios mais leves a partir de 1 de janeiro

Os CTT, que têm exigido um alívio dos critérios de qualidade do serviço postal universal, estão agora confiantes de que esse novo contrato será fechado ainda este ano, para arrancar a 1 de janeiro.

O presidente executivo dos CTT CTT 0,13% mostrou-se confiante de que será fechado com o Estado um novo contrato de concessão do serviço postal universal ainda antes do fim do ano, para entrar em vigor a 1 de janeiro de 2022.

“Temos participado nos trabalhos de preparação, temos tido reuniões com o grupo de trabalho. Partilhamos ideias, recomendações, dados e falamos das nossas objeções à framework predatória”, disse João Bento, numa apresentação de resultados aos analistas.

O gestor não respondeu se já teve acesso às conclusões do grupo de trabalho formado pelo Governo em fevereiro, que fez uma avaliação para a nova concessão. Mas disse que os “progressos” que tem observado e o “feedback” que a empresa tem recebido lhe deram suficiente confiança para que a vertessem, também, nos resultados do primeiro semestre.

No comunicado com os resultados do primeiro semestre, lê-se: “Na sequência dos desenvolvimentos recentes do processo conducente ao novo contrato de concessão, reafirmamos a confiança de que o mesmo será formalizado dentro da prorrogação em vigor.”

“Tal deverá melhorar a capacidade de os CTT cumprirem as obrigações do serviço postal universal num enquadramento mais sustentável”, acrescentou o documento.

Os CTT, antiga empresa pública, é vista como a única empresa postal em Portugal que tem uma rede com a capilaridade e as características necessárias à prestação de um serviço postal universal. Mas tem exigido ao Governo um alívio dos indicadores de qualidade.

Há vários anos que a empresa tem falhado esses indicadores, queixando-se de que os mesmos são “impossíveis de cumprir”. Este ano, a Anacom veio apertar ainda mais o que considera que devem ser os critérios de qualidade para a nova concessão. Em resposta, os CTT disseram ver com “muita estranheza” o timing da decisão da Anacom.

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CTT disparam 12% após lucros de 17,2 milhões no primeiro semestre

Os correios estão a disparar na sessão desta sexta-feira após terem revelado lucros de 17,2 milhões de euros no primeiro semestre, em comparação com prejuízos no período homólogo.

As ações dos CTT chegaram a valorizar mais de 12% na sessão desta sexta-feira, negociando neste momento com uma subida de 6,61% para os 4,675 euros — o valor máximo intradiário foi de 4,975 euros. Este salto da cotada acontece depois de a empresa ter anunciado esta quinta-feira que passou de prejuízos para lucros de 17,2 milhões de euros no primeiro semestre.

A subida está a ser alimentada pela melhoria dos resultados operacionais da empresa, chamando mais investidores com interesse nos CTT. O volume de negociação passou de uma média diária de 200 mil títulos a trocar de mãos para 740 mil na sessão desta sexta-feira.

Foram as receitas de Expresso e Encomendas que mais cresceram semestralmente, de acordo com as contas divulgadas pela empresa. Estas aumentaram 47,8% entre o primeiro semestre de 2020 e o primeiro semestre de 2021, para 125,8 milhões de euros, o que já é mais de metade das receitas do correio. O EBITDA (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) dos CTT, por sua vez, cresceu 60,6% no semestre, para 57,3 milhões de euros.

Apesar da subida expressiva, as ações dos CTT estão em máximos de apenas 15 de julho deste ano, ou seja, menos de um mês. Nesse dia, a cotada atingiu máximos de 2017, mas não conseguiu manter a dinâmica depois de o Barclays ter cortado a recomendação atribuída à empresa de correios, de “equalweight” para “underweight“. Essa mexida provocou uma queda de 11,21% nos CTT, como é visível no gráfico.

CTT recuperam parcialmente da queda de julho

Fonte: Reuters/Refinitiv

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Nomeação de Ana Paula Vitorino já é oficial

A ex-ministra do Mar e deputada do Partido Socialista já foi oficialmente nomeada para presidir ao órgão regulador dos transportes. A escola do Governo tem suscitou várias críticas e dúvidas.

Depois da aprovação em Conselho de Ministros no final de julho, chegou agora a publicação em Diário da República da nomeação de Ana Paula Mendes Vitorino para o cargo de presidente do conselho de administração da Autoridade da Mobilidade e dos Transportes (AMT). Uma escolha “entre indivíduos com reconhecida idoneidade, competência técnica, aptidão, experiência profissional e formação adequadas ao exercício das respetivas funções”. Ana Paula Vitorino assume o cargo segunda-feira.

Desde o momento em que foi público que a ex-ministra do Mar e deputada do Partido Socialista (PS) fora a escolha do Executivo para presidir ao órgão regulador que se levantou um coro de críticas e dúvidas sobre a sua independência, nomeadamente do Partido Social-Democrata (PSD), do CDS-PP e do PAN.

“Trata-se de uma nomeação feita pelo Governo da esposa de um outro ministro [Eduardo Cabrita], que não o que nomeia [Pedro Nuno Santos], mas, mais relevante do que isso, de uma deputada do PS”, afirmou, a 8 de junho, o presidente do PSD, Rui Rio, ressalvando, na mesma ocasião, que não ponha em causa as competências técnicas da antiga ministra do Mar.

Competências essas que levaram a Cresap a dar luz verde à sua nomeação. “Existem evidências da presença de competências técnicas e comportamentais que sustentam uma apreciação muito positiva para o desempenho do cargo em causa”, lê-se no parecer de seis páginas já entregue ao Governo, a que o ECO teve acesso em exclusivo, ainda em junho.

A resolução do Conselho de Ministros publicada esta sexta-feira, reitera essas competências para exercer o cargo durante os próximos seis anos. “Idoneidade, competência técnica, aptidão, experiência profissional e formação adequadas ao exercício das respetivas funções são evidenciados na respetiva nota curricular, que consta do anexo à presente resolução e da qual faz parte integrante”, pode ler-se no documento.

Como personalidade indigitada para liderar um regulador, Ana Paula Vitorino foi ouvida na Comissão de Economia, Inovação, Obras Públicas e Habitação e garantiu também que, das suas anteriores funções governativas, de deputada e outras atividades que levou a cabo, “não resulta qualquer incompatibilidade e impedimento” à sua nomeação como presidente da AMT.

“Sou idónea, cumpridora da lei, isenta e livre. Não tenho obediências partidárias”, declarou na mesma ocasião, quando confrontada pelos deputados que a questionaram sobre a sua ligação ao programa do Governo do PS e a ligações familiares.

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Trabalho do futuro, um desafio para a tecnologia 5G

  • Palmira Simões
  • 6 Agosto 2021

Nem só presencial nem só remoto. Alguns dias em teletrabalho, outros no escritório, o modelo híbrido parece estar a reunir consensos entre colaboradores e empregadores. A tecnologia é a chave.

A pandemia generalizou o trabalho remoto nos setores de atividade em que era possível. Para manterem os seus negócios em andamento, muitas organizações experimentaram, pela primeira vez, este modelo do qual há muito se falava, mas que poucas vezes tinha sido implementado de forma tão permanente. Novos modos de comunicação, de produzir e de comercializar produtos e serviços representaram um desafio para gestores, decisores e colaboradores, só ultrapassável graças às ferramentas tecnológicas cada vez mais avançadas e à digitalização de processos já existentes.

Entretanto, aquilo que foi a solução para uma situação de emergência já é, para muitos, um recurso de futuro, um forte aliado que pode ser personalizável em função de cada empresa e pessoa, situação e contexto. Mas se para os trabalhos de escritório as ferramentas de conectividade, produtividade e de informação que temos ao nosso dispor neste momento são para já suficientes, o mesmo não acontece noutras em que o contacto físico, como a indústria e a saúde, está mais presente. “É aqui que entra o 5G”, diz João Ricardo Moreira, administrador da NOS Comunicações. Para além de trazer mais velocidade e capacidade de transmissão, nomeadamente ao nível do vídeo, esta tecnologia disruptiva melhora a latência, ou seja, reduz substancialmente o tempo de interação entre o utilizador e a rede, tudo características que possibilitam repensar a forma como se trabalha, mesmo ao nível da manipulação de maquinaria pesada.

De acordo com a versão preliminar do Livro Verde sobre o futuro do trabalho 2021, um documento governamental em fase de finalização que visa criar linhas de orientação para preparar o país para responder aos desafios da revolução digital, a crescente digitalização da economia tem sido potenciada pela disponibilização e tratamento de informação em massa (big data) e, ainda, pelo desenvolvimento de novas tecnologias como a computação em nuvem, a inteligência artificial, a automação e a robotização, as impressoras 3D, o blockchain, a internet das coisas ou o 5G. Toda esta transformação exige, contudo, que as empresas tenham de se preparar para o que aí vem e fazerem elas próprias um reboot ao seu modelo operacional interno e esquecer as estruturas do passado.

"Já existem soluções bastante em conta, respostas muito pragmáticas e facilmente adaptáveis às necessidades e a adoção das mesmas pode e deve ser gradual. Ninguém transforma uma empresa digital num estalar dos dedos.”

João Ricardo Moreira

Administrador da NOS Comunicações

Mais do uma inevitabilidade, isto é uma oportunidade”, frisa o responsável da NOS Comunicações, ao mesmo tempo que destaca que as empresas “têm de começar a ter consciência do potencial da tecnologia, têm de estar atentas à forma como é incluída nas operações das empresas vizinhas e concorrentes e essa consciência deve estar acrescida de um sentido de urgência. Não há tempo para pensar e decidir mais tarde, sob pena de ficarem para trás e perder mercado. Já existem soluções bastante em conta, respostas muito pragmáticas e facilmente adaptáveis às necessidades e a adoção das mesmas pode e deve ser gradual. Ninguém transforma uma empresa digital num estalar dos dedos”.

Oportunidades de melhoria diferenciada para todos

Se num dos pratos da balança as empresas contam com a tecnologia para se reformatarem, no outro estão os colaboradores. Para dar resposta aos desafios relacionados com a gestão das equipas e a manutenção da coesão cultural, a tecnologia assume, destaca João Pita Negrão, senior manager da Deloitte, um papel fundamental como enabler da transformação do work (o que fazemos e como fazemos), da workforce (quem faz) e do próprio workplace (onde fazemos).

A transformação do work e do workplace são dois dos pontos em que a aprendizagem destes longos meses de pandemia se tem mostrado relevante para muitas empresas ao nível de processos e modos de funcionamento. Um inquérito recente da Harvard Business School revela que um grande número de trabalhadores, depois de terem experienciado o teletrabalho, não querem regressar ao escritório. Pelo menos de forma definitiva. Do lado das empresas, e segundo a consultora Robert Walters, seis em cada dez diretores preferem que o trabalho seja feito presencialmente. Entre as vozes contra e a favor, neste esgrimir de vontades começou a emergir uma nova palavra para definir o modelo de trabalho do futuro: híbrido.

De acordo com outro inquérito, agora da consultora McKinsey, nove em cada dez organizações querem implementar um modelo de trabalho híbrido, mas ainda não sabem como fazê-lo. Com todas as partes a exigir maior flexibilidade, é imperativo, sublinha a Adecco, empresa especialista em recursos humanos e outsourcing, que todos estejam alinhados no modelo ideal. Auscultar as necessidades dos colaboradores para identificar quais os elementos do trabalho flexível que funcionaram bem e onde ainda há espaço para melhorias é o primeiro passo para estabelecer a nova norma.

"Com um diálogo construtivo entre colaboradores e responsáveis pela gestão das organizações, é possível que se vão testando soluções híbridas diferenciadas consoante o perfil pessoal e profissional de cada um.”

Clara Raposo

Presidente do ISEG

Clara Raposo, professora e presidente do ISEG – Instituto Superior de Economia e Gestão, não duvida de que “quando o teletrabalho passar de ‘necessidade’ a opção, teremos uma grande oportunidade de melhoria para todos. Com um diálogo construtivo entre colaboradores e responsáveis pela gestão das organizações, é possível que se vão testando soluções híbridas diferenciadas consoante o perfil pessoal e profissional de cada um”.

A tendência híbrida traz um conjunto de benefícios, quer para as empresas quer para os colaboradores, considera João Negrão. No primeiro caso, pode verificar-se uma diminuição de custos de estrutura, permite um maior raio de captação de talento e melhora a vida profissional dos próprios colaboradores. Já estes podem igualmente vivenciar um maior work-life balance por via da eliminação parcial dos tempos de deslocação e maior flexibilidade horária. Na opinião deste especialista, o futuro do trabalho passará, necessariamente, pela sua humanização uma vez que os desafios de fundo, relacionados com a captação, desenvolvimento e retenção de talento, cultura organizacional e saúde física e mental, se centram mais no próprio colaborador e na forma como as organizações proporcionam uma experiência extraordinária às suas pessoas”.

Barreiras a ultrapassar

É na cultura organizacional que Carolina Almeida Leite, manager na consultora de recrutamento Michael Page, põe a ênfase quando fala em condicionamentos que o trabalho à distância pode impor. “Por exemplo, no onboarding, na integração e formação dos trabalhadores, sobretudo dos mais juniores que necessitam de acompanhamento, além de uma menor evolução e aprendizagem através da observação do outro”, salienta a especialista em recursos humanos que defende a implementação do modelo misto entre o presencial e o remoto para colmatar esta contrariedade.

"As universidades em conjunto com os grandes players tecnológicos devem contribuir para desenvolver as melhores soluções para as pessoas e, por essa via, para as organizações.”

Clara Raposo

Presidente do ISEG

Já a presidente do ISEG ressalta que é preciso que haja boa formação dos quadros para que esta adaptação aos novos tempos seja harmoniosa e bem-sucedida. Deste ponto de vista, as universidades também podem desempenhar um papel importante – no estudo da eficiência das novas formas de trabalho, a par da felicidade dos colaboradores. “As universidades em conjunto com os grandes players tecnológicos devem contribuir para desenvolver as melhores soluções para as pessoas e, por essa via, para as organizações. A título de exemplo, posso adiantar que na nossa área de formação executiva, estamos a ultimar no ISEG uma formação muito cuidada com a Microsoft para acompanhar as empresas neste processo de transição para um modelo de trabalho híbrido, a lançarmos no outono”, desvenda a especialista em gestão e finanças que admite ser este o caminho a seguir: “As empresas precisam de desenvolver, com os seus colaboradores, competências digitais e tecnológicas e, simultaneamente, novas competências de trabalho em equipa, de liderança, de relacionamento. São tempos desafiantes que exigem o nosso melhor”.

A evolução tecnológica é uma realidade inegável e está a transformar também o campo das profissões. Segundo o Fórum Económico Mundial, até 2030, muitas das competências que hoje os trabalhadores possuem e trazem para as empresas já terão mudado. Vários estudos apontam que 75% a 85% das profissões que serão mais requisitadas até ao final da próxima década ainda não existem. A chave está, por isso, na formação. Para a manager da Michael Page, este é um ponto que deve ser levado muito a sério não apenas pelos departamentos de recursos humanos, mas também pelas lideranças e pelos próprios colaboradores. “Tem de haver uma consciencialização dos benefícios tanto da tecnologia como da formação inerente, que devem ser encarados como vantagens não só para a empresa como para as pessoas, que devem ser envolvidas nos processos desde o primeiro momento, particularmente as mais resistentes à mudança, para que tudo seja encarado como natural”, sublinha Carolina Leite, que considera a comunicação outro fator-chave para o sucesso da transição: “As dúvidas ainda são muitas e há todo um trabalho pela frente no sentido de clarificar o papel da evolução dos meios tecnológicos na vida das empresas e das pessoas”.

"Muitos pensam que têm tempo mas quem tem esta perspetiva não está a ver bem os sinais dos tempos, pois existem outros players no mercado ou a entrar nele que apresentam propostas de valor assentes no digital e que estão a conquistá-lo.”

João Moreira

Administrador da NOS Comunicações

João Moreira também evidencia a questão da literacia digital como um fator crítico para o sucesso da transformação digital que está a ocorrer, mas, no seu ponto de vista, a maior barreira é psicológica e está do lado dos empresários: “Muitos pensam que têm tempo mas quem tem esta perspetiva não está a ver bem os sinais dos tempos, pois existem outros players no mercado ou a entrar nele que apresentam propostas de valor assentes no digital e que estão a conquistá-lo”. Cabe aos gestores, que conhecem a sua empresa como ninguém, avaliar as oportunidades e as necessidades.

Para apoiá-los, estão empresas que tratam a tecnologia por “tu” e que por isso têm a capacidade de ajudar a encontrar as melhores soluções que possam acrescentar valor às organizações. “O nosso papel neste momento é pedagógico de apoio à decisão. Partilhamos o conhecimento que tempos sobre a tecnologia, partilhamos os casos já conhecidos de aplicação dessa tecnologia e disponibilizarmo-nos para fazermos uma avaliação do investimento que é necessário e do respetivo retorno em termos de eficiência e rentabilidade”, remata o responsável da NOS Comunicações.

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Portugal é o país da UE onde beber álcool diariamente é mais frequente

Segundo o Eurostat, Portugal é o país da União Europeia onde uma maior fatia da população bebe álcool diariamente. Contudo, não é dos países onde há mais episódios de consumo excessivo de álcool.

Em Portugal, um quinto da população (20,7%) consome álcool diariamente, a maior percentagem da União Europeia, de acordo com os dados divulgados esta sexta-feira, dia internacional da cerveja, pelo Eurostat. E também aqui há uma diferença significativa entre homens e mulheres. Porém, os portugueses não estão entre os europeus com mais episódios de consumo excessivo de álcool.

No que toca ao consumo diário, Portugal tem a liderança, seguido de outros dois países do Sul da Europa: Espanha (13%) e Itália (12,1%). Já a percentagem mais baixa regista-se na Letónia e Lituânia com cerca de 1% da população a beber álcool diariamente. A Croácia é o país com a maior percentagem da população (38,3%) que diz nunca ter consumido álcool ou que não consumiu nos últimos doze meses.

Os portugueses estão também no topo no que toca à diferença de género no consumo de álcool: 33,4% dos homens portugueses consomem álcool diariamente ao passo que nas mulheres a percentagem fica-se pelos 9,7%. Também nesta ótica Espanha surge em segundo lugar com 20,2% dos homens espanhóis a consumir álcool diariamente, em comparação com 6,1% das mulheres.

Contudo, no que toca ao consumo mensal não há divergências a nível europeu entre os sexos. Ainda assim, em todos os países europeus, há uma percentagem muito mais significativa de mulheres, do que homens, que nunca consumiram álcool ou que não o fizeram nos últimos 12 meses. A maior diferença regista-se no Chipre (12,8% dos homens vs. 44,2% das mulheres).

Apesar de ser dos países onde há um consumo mais frequente de álcool, Portugal está longe de ser o país onde há mais episódios de consumo excessivo, o que é definido pela ingestão do equivalente a mais de 60 gramas de etanol puro numa só ocasião. A Dinamarca lidera neste ranking com 38% dos adultos a admitir terem um episódio desses pelo menos uma vez por mês.

Em termos agregados da União Europeia, em 2019, os dados do Eurostat mostram que 8,4% bebia álcool diariamente, 28,8% semanalmente, 22,8% mensalmente e 26,2% nunca consumiram ou não tinham consumido nos últimos 12 meses. O consumo diário de álcool aumenta com a idade, apesar de na faixa etária mais elevada o consumo volte a reduzir-se.

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Há uma nova liderança de topo na BP Portugal. Sílvia Barata é a nova head of country

A profissional foi nomeada, em 2018, european assets portfolio manager, função que desempenhava até à data. Substitui, agora, Pedro Oliveira.

Sílvia Barata é a head of country da BP Portugal.

Sílvia Barata acaba de assumir o cargo de presidente do conselho de administração da BP Portugal. À frente de uma rede com mais de 500 estações de serviço, a head of country para Portugal acumula esta nova função com o cargo de diretora das operações de retalho.

“É um enorme privilégio poder representar uma grande equipa e empresa de elevado prestígio como a BP, em Portugal. Aceitei este desafio com bastante entusiasmo e com o intuito de continuar a desenvolver ofertas diferenciadoras no mercado e ajudar a reimaginar a energia no nosso País. Dentro do seu setor, a BP foi pioneira em Portugal a incorporar a compensação de emissões de carbono na sua oferta para toda a gama de combustíveis, suportando a sua ambição de atingir a neutralidade carbónica até 2050 ou antes, e ajudar o mundo a atingir este mesmo objetivo”, afirma Sílvia Barata, citada em comunicado.

Com três décadas de casa, Sílvia Barata assumiu diversas funções na área financeira da petrolífera e, desde 2000, passou a ocupar cargos de dimensão ibérica. Em 2018, foi nomeada european assets portfolio manager, função que desempenhava até à data.

Sílvia Barata substitui agora Pedro Oliveira, que assumia funções de presidente do conselho de administração da BP Portugal desde 2013.

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Nas notícias lá fora: Polónia, ETF chineses e salários

  • ECO
  • 6 Agosto 2021

A imprensa internacional dá destaque à potencial saída da Polónia da União Europeia, da procura dos investidores particulares por ETF chineses e à subida dos salários no Reino Unido.

Como é habitual há ano e meio, a pandemia continua a dominar as notícias a nível internacional: esta sexta-feira é a notícia de que a CNN despediu três funcionários por terem violado a política interna de que as pessoas não vacinadas estão excluídas do regresso aos escritórios ou do contacto no terreno com outros profissionais da empresa. Na União Europeia, o ministro polaco da Justiça diz que o país não deve manter-se no bloco a todo o custo. No Reino Unido, os salários dos trabalhadores com o seu primeiro contrato sem termo registaram o maior aumento de sempre. Nota final para os pequenos investidores que estão a focar as suas atenções nos ETF chineses.

Reuters

Polónia não deve manter-se na UE a todo o custo, diz ministro polaco

O ministro polaco da Justiça considera que a Polónia não deve manter-se um Estado-membro da União Europeia a todo o custo. Numa entrevista ao diário polaco Rzeczpospolita, citado pela Reuters, Zbigniew Ziobro criticou aquilo que apelida de “chantagem” por parte do bloco europeu às “reformas” judiciais na Polónia que levantou questões sobre a separação de poderes, o Estado de Direito e o cumprimento dos tratados europeus. “A crença de que a UE é o tio bom que nos dá dinheiro e que devíamos aceitar todas as suas exigências a todo o custo é propaganda e é falso”, acrescentou o ministro. A Polónia tem até 16 de agosto para implementar uma decisão do Tribunal de Justiça da UE ou poderá ser alvo de penalizações financeiras.

Leia a notícia completa na Reuters (acesso livre e conteúdo em inglês)

Financial Times

Investidores particulares à procura de “saldos” nos ETF chineses

Os pequenos investidores estão à procura dos fundos (ETF) que são compostos por ações chinesas após uma queda significativa desses títulos nas últimas semanas. Esta investida dos investidores particulares nas cotadas chinesas contrasta com a cautela das instituições que gerem fundos, as quais aguardam por mais informação sobre as intenções de Pequim face às suas empresas. De acordo com os dados da CFRA, citados pelo Financial Times, um ETF listado nos EUA que “segue” cotadas chinesas como a Alibaba, Tencent, JD.com e Meituan atraiu mais de dois mil milhões de dólares desde o início de julho.

Leia a notícia completa no Financial Times (acesso pago e conteúdo em inglês)

Bloomberg

Salários dos primeiros contratos em máximos no Reino Unido

Os salários dos trabalhadores com o seu primeiro contrato sem termo, no Reino Unido, registaram o maior aumento de sempre. As empresas debatem-se com dificuldades para encontrar colaboradores já que a pandemia de Covid-19 mantém muita gente afastada do mercado de trabalho. Um dia depois de o governador do Banco de Inglaterra, Andrew Bailey, ter alertado para os desafios que os empregadores enfrentam nas contratações, a Confederação de Emprego e Recrutamento (REC, na sigla em inglês) revelou que as ofertas de emprego atingiram o nível mais alto desde que estas estatísticas começaram a ser compiladas há quase 24 anos.

Leia a notícia completa na Bloomberg (acesso condicionado e conteúdo em inglês)

The Guardian

CNN despede três trabalhadores por irem trabalhar sem vacinação

O canal de informação CNN despediu três trabalhadores que violaram a política da empresa ao irem trabalhar sem estarem vacinados contra a Covid-19. A vacinação é obrigatória para os trabalhadores que tenham de ir aos escritórios da CNN ou caso contactem com outros trabalhadores no terreno. “Deixem-me ser claro: temos uma política de tolerância zero com isto”, afirmou Jeff Zucker, presidente da CNN, num comunicado. A CNN planeava um regresso total aos escritórios a 7 de setembro, mas a variante Delta atrasou os planos, adiando essa normalização para meio de outubro.

Leia a notícia completa no The Guardian (acesso livre e conteúdo em inglês)

Les Echos

Qatar Airways deixa na pista 13 Airbus A350 por problemas de qualidade

A companhia aérea do Qatar foi obrigada a deixar de voar com 13 aparelhos Airbus A350 da sua nova frota por apresentarem problemas de qualidade. Em causa está uma degradação acelerada da superfície da fuselagem por baixo, composta em 50% por fibra de carbono. Os aparelhos estão interditos de voar por decisão da autoridade de aviação civil do Qatar e assim permanecerão até que seja apurada a causa e encontrada uma solução satisfatória para corrigir o problema de forma permanente. A Qatar Airways foi a primeira cliente do último modelo da Airbus, com pelos menos 80 aviões encomendados e 56 ao serviço na sua frota. Também a TAP tem exemplares destes aparelhos na sua frota.

Leia a notícia completa no Les Echos (acesso pago e conteúdo em francês)

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PSI-20 sobe com CTT a avançar quase 3% após lucros

O PSI-20 entrou com o pé direito em agosto com uma semana positiva. Esta sexta-feira a principal praça nacional arrancou em alta numa altura em que a Europa cede.

O PSI-20 está a subir 0,18% para os 5.141,06 pontos no início da sessão desta sexta-feira, caminhando para fechar a semana com um saldo positivo. Esta valorização das ações nacionais contraria a ligeira queda generalizada das principais praças europeias.

Na Europa, o alemão DAX é a exceção com uma subida de 0,2%. De resto, os índices estão em queda: O Stoxx 600, o índice que agrega as 600 principais cotadas europeias, desce 0,1%, assim como o francês CAC e o britânico FTSE.

Em Lisboa, a maior subida no arranque da sessão é protagonizada pelos CTT: as ações dos correios sobem 2,85% para os 4,51 euros, depois de a empresa ter anunciado esta quinta-feira que passou de prejuízos para lucros de 17,2 milhões de euros no primeiro semestre.

Foram as receitas de Expresso e Encomendas que mais cresceram semestralmente, de acordo com as contas divulgadas pela empresa. Aumentaram 47,8% entre o primeiro semestre de 2020 e o primeiro semestre de 2021, para 125,8 milhões de euros, o que já é mais de metade das receitas do correio.

Também em alta mas com subidas inferiores a 1% está a Corticeira Amorim, a Ramada Investimentos, a Altri, a REN, entre outras cotadas. Há três cotadas inalteradas.

A travar o PSI-20 está a Ibersol com uma queda de 0,33% para os 6,04 euros, assim como a Sonae, a Jerónimo Martins, a Navigator e a EDP.

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Costa prepara OE 2022 com foco nos mais jovens

  • ECO
  • 6 Agosto 2021

O primeiro-ministro está a preparar o Orçamento com os seus ministros e a prioridade é nos mais jovens em início de carreira profissional.

António Costa está a preparar internamente o Orçamento do Estado para 2022 (OE 2022), um instrumento anticrise, social e de apoio aos mais jovens. Em declarações ao Expresso (acesso pago), o secretário de Estado Adjunto do primeiro-ministro, Tiago Antunes, garante que o OE terá um “grande enfoque nos mais jovens”, em específico os que estão no início da carreira, através de várias medidas que vão da proteção laboral à habitação. Os fundos europeus ajudarão o Governo a cumprir promessas sem agravar o défice ou a dívida pública.

Teremos um conjunto de medidas para eles, procurando dar-lhes maior segurança, estabilidade, condições de autonomização, para não desperdiçarmos a geração mais qualificada de sempre”, detalha. De acordo com o semanário, está em causa a aposta na qualificação dos mais jovens, com base no último acordo assinado em concertação social, o investimento em habitação para garantir custos acessíveis, a progressiva gratuitidade nas creches, a valorização dos salários dos técnicos superiores da administração pública, a limitação do trabalho precário e a conciliação da vida pessoal e profissional.

A seu favor o Governo terá a execução do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) financiado totalmente por dinheiro europeu. “PRR, PT 2030 [próximo Quadro Financeiro Plurianual] e programa de Governo são três peças de um mesmo puzzle, porque todas são respostas aos mesmos problemas”, diz Tiago Antunes, notando que “muitas” das respostas serão refletidas no OE, com a vantagem de não ter custo para os cofres públicos.

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Estado quer usar casas devolutas para reforçar rendas acessíveis

  • ECO
  • 6 Agosto 2021

A renda que o município vai sugerir ao proprietário será calculada com base no valor de referência definido no Programa de Arrendamento Acessível.

As autarquias vão poder comunicar aos proprietários de casas devolutas em áreas de maior pressão urbanística que as vão colocar no mercado de arrendamento acessível. É desta forma que o Governo pretende pôr em prática a “Função Social de Habitação”.

A medida será regulamentada através de um decreto-lei — a cujo draft o Público teve acesso — que o Governo está a preparar no âmbito da Lei de Bases da Habitação. Os municípios podem assim tomar conta do imóvel no momento em que o iriam classificar como devoluto para efeitos fiscais. Desde 2006 que as autarquias podem comunicar à Autoridade Tributária que um imóvel está devoluto para o Imposto municipal seja agravado.

De acordo com a proposta de decreto-lei a renda que o município vai sugerir ao proprietário será calculada com base no valor de referência definido no Programa de Arrendamento Acessível, ou seja, as rendas devem estar 20% abaixo do valor de mercado apurado pelo INE, sendo depois tidos em conta fatores como a qualidade e conforto da habituação. Se o imóvel precisar de obras, a câmara pode fazê-las coercivamente para garantir condições de segurança e de salubridade, exigindo depois ao proprietário os custos.

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Candidaturas ao ensino superior arrancam com mais de 52 mil vagas

  • Lusa
  • 6 Agosto 2021

No total, as universidades e politécnicos disponibilizaram 52.242 vagas para o próximo ano letivo no âmbito do concurso geral de acesso, segundo dados disponibilizados pela DGES.

A primeira fase do concurso nacional de acesso ao ensino superior arranca esta sexta-feira com mais de 52 mil vagas disponíveis em cerca dez mil cursos.

Entre hoje e 20 de agosto, os finalistas do secundário podem candidatar-se na primeira fase do concurso em que os lugares disponíveis aumentaram pelo sexto ano consecutivo, depois de, no ano passado, o concurso nacional de acesso ao ensino superior ter registado o maior número de candidatos das últimas duas décadas.

No total, as universidades e politécnicos disponibilizaram 52.242 vagas para o próximo ano letivo no âmbito do concurso geral de acesso, segundo dados disponibilizados pela Direção-Geral do Ensino Superior (DGES).

As instituições de ensino superior de Lisboa e do Porto representam quase metade dos lugares disponíveis, e tiveram o maior reforço com mais de 200 vagas adicionais, em relação ao ano anterior, só nas universidades do Porto e na Nova de Lisboa.

A Universidade de Aveiro teve também um aumento semelhante, devido à abertura de três dos 17 novos cursos que vão passar a estar disponíveis no próximo ano e que representam, sobretudo, uma aposta em áreas de tecnologia.

Os números divulgados pela DGES há uma semana mostram também o aumento de 3% nas áreas digitais, sobretudo nas instituições em localizadas em regiões com menor pressão demográfica, onde o aumento foi de 3,4% nestes cursos e 2% na generalidade da oferta.

No entanto, e apesar de haver mais vagas do que aquelas disponibilizadas inicialmente para o concurso, os resultados dos exames nacionais levaram ao surgimento de algumas vozes que defendem um reforço ainda maior.

Este ano, as médias desceram em quase todas as disciplinas, para valores próximos das classificações médias obtidas em 2019, antes da pandemia da covid-19, tendo-se registado uma redução particularmente significativa em Matemática A, uma das disciplinas mais importantes para o ingresso no ensino superior (passou de 13,3 valores para 10,6).

Esta discrepância pode agora criar desigualdades entre os alunos que se candidatem ao ensino superior com a nota do exame realizado no ano passado e aqueles que utilizem a prova deste ano, um alerta feito inicialmente pela Sociedade Portuguesa de Matemática (SPM), e apontado também pelo Sindicato Nacional do Ensino Superior (SNESup).

À semelhança dos professores de Matemática, também a presidente do SNESup concorda que o aumento do número de vagas poderia compensar os finalistas deste ano, mas Mariana Gaio Alves defende esse reforço sobretudo como uma aposta no ensino superior. “As nossas médias de diplomados são ainda baixas em comparação com os restantes países europeus”, comentou, considerando que o aumento já registado em comparação ao ano passado é positivo, mas “ainda é pouco”, e defendendo também a melhoria das condições das instituições.

O aumento excecional não é, porém, a intenção do Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, que reiterou, em resposta a esse apelo, que a medida não está, para já, em cima da mesa, ainda que não afaste essa possibilidade “caso circunstâncias excecionais idênticas às do ano transato o voltem a exigir”.

À semelhança dos anos anteriores, a candidatura é feita ‘online’, através do ‘site’ da Direção-Geral do Ensino Superior (http://www.dges.gov.pt), onde também se pode pedir a senha necessária para realizar a candidatura ao ensino superior. Nesta mesma página é possível ter acesso a toda a informação sobre cursos disponíveis, vagas e condições de acesso. Este ano, os alunos também podem aceder ao sistema de candidatura utilizando a autenticação com o cartão de cidadão ou chave móvel digital. Os resultados da 1.ª fase do concurso deverão ser conhecidos em 27 de setembro.

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