Governo ainda pode aumentar salário mínimo apesar do chumbo do OE

  • ECO
  • 28 Outubro 2021

A dissolução do Parlamento não inviabiliza o aumento do salário mínimo, já que é uma decisão que pode ser executada por decreto, explica Rocha Andrade, antigo governante.

Apesar da dissolução da Assembleia da República anunciada pelo Presidente da República, o Governo de António Costa continua a poder avançar com medidas como o aumento do salário mínimo, já que é uma decisão que pode ser executada por decreto, avança o Público (acesso pago). Outra medida que pode ir adiante é o aumento de 0,9% para toda a Função Pública.

A explicação foi feita ao jornal pelo antigo secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, Fernando Rocha Andrade. “O Governo tempoderes para efetuar o aumento dos 0,9%. Resta saber se tem recursos financeiros a governar em duodécimos”, explica o ex-governante.

Rocha Andrade defende também que, caso não haja folga financeira, a solução pode passar por diferir o aumento, com retroativos, para um futuro Orçamento. “O Governo decreta juridicamente o aumento dos 0,9%”, mas adia o reembolso “até haver um orçamento novo”, detalhou o ex-secretário de Estado de António Costa.

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Hoje nas notícias: Salário mínimo, Cordeiro e cativações

  • ECO
  • 28 Outubro 2021

Dos jornais aos sites, passando pelas rádios e televisões, leia as notícias que vão marcar o dia.

O Orçamento do Estado para 2022 foi chumbado no Parlamento e, com isso, esperam-se muitas mudanças. O cenário mais provável é o de eleições antecipadas, com o secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares a apelar ao voto dos eleitores de esquerda numas eventuais legislativas, sob pena de a direta vencer. Destaque ainda para a notícia de que João Leão só libertou um quarto da despesa cativada até setembro.

Governo ainda pode aumentar salário mínimo

A provável dissolução do Parlamento não inviabiliza o aumento do salário mínimo, já que é uma decisão que pode ser executada por decreto. “O aumento do salário mínimo pode entrar em vigor em janeiro”, diz Fernando Rocha Andrade, ex-secretário de Estado dos Assuntos Fiscais. No caso do aumento do salário mínimo na Função Pública, também é possível fazê-lo mesmo governando em duodécimos, já que “tem quase nulos reflexos orçamentais”, explica o ex-governante.

Leia a notícia completa no Público (acesso pago).

“Se esquerda não for votar, a direita vai ganhar”

Com o chumbo do Orçamento do Estado para 2022 no Parlamento, o cenário mais provável são eleições antecipadas, tal como Marcelo avisou algumas vezes. Duarte Cordeiro diz agora que o Governo está disposto a governar em duodécimos mas, em caso de eleições, o programa eleitoral do PS vai incluir todas as medidas que constam da proposta de OE. O secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares apela também ao voto dos eleitores de esquerda numas eventuais legislativas, afirmando que, “se a esquerda não for votar, a direita vai ganhar” as próximas eleições.

Leia a entrevista completa na Renascença (acesso livre) e no Público (acesso condicionado).

Finanças só libertaram um quarto da despesa cativada

As Finanças descativaram menos de um quarto das despesas sob o seu controlo até setembro. Nos primeiros nove meses do ano, João Leão manteve o garrote sob 76% dos 1.014,7 milhões de euros, tendo libertado apenas 241,6 milhões de euros entre cativações e reserva orçamental. Comparando com o ano passado, o montante libertado até setembro é superior. Em 2020, tinham sido libertados apenas 13,2% da reserva orçamental e das cativações previstas para esse ano.

Leia a notícia completa no Jornal de Negócios (ligação indisponível).

Trabalhadoras da Dielmar preferem “tostões” a milhões

As trabalhadoras da Dielmar preferem a proposta de compra da empresa de 410 mil euros da Outfit21 aos 10 milhões de euros oferecidos pelo empresário de Viseu Cláudio Monteiro. “Preferimos uma proposta que garanta o futuro” e que “assegure os empregos” aos “milhões acenados sem garantias de retoma”, dizem. A proposta da Outfit21 “é aquela que garante não só o pagamento dos salários de outubro como a retoma já em novembro”, afirma uma representante de 137 trabalhadores não sindicalizados da Dielmar.

Leia a notícia completa no Jornal de Notícias (acesso pago).

Subida de 40% na renda de edifício do DCIAP esgota verbas

A renda do edifício onde está inserido desde 2015 o Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP), que pertence a um privado, aumentou cerca de 40%: o encargo anual passou de 533 mil euros para 746 mil. Somando as remunerações de magistrados, que antes eram suportadas por outra entidade do Estado, esgota-se o aumento de verbas que o Governo destinou à Procuradoria-Geral da República.

Leia a notícia completa no Jornal de Notícias (acesso condicionado).

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BCE deve manter política monetária expansionista na reunião desta quinta-feira

  • Lusa
  • 28 Outubro 2021

O Banco Central Europeu (BCE) deve manter a sua política monetária expansionista na reunião desta quinta-feira, optando pela prudência e seguindo de perto a subida da inflação.

O Banco Central Europeu (BCE) deve manter a sua política monetária expansionista na reunião desta quinta-feira, optando pela prudência e seguindo de perto a subida da inflação.

Até agora, a presidente do BCE, Christine Lagarde, tem afirmado que é preciso evitar “reações exageradas” à subida dos preços na Zona Euro, num momento em que a recuperação da crise pandémica continua frágil e condicionada pela crise mundial nas cadeias logísticas.

A taxa de inflação, impulsionada pelos custos da energia, subiu em setembro para 3,4%, um nível que não era visto há 13 anos e que ultrapassa o objetivo simétrico de 2% definido pelo BCE. Deverá atingir mais de 4% até ao fim do ano, segundo os analistas.

Os mercados continuam, no entanto, à espera de qualquer sinal no final da reunião sobre a forma como o banco vai gerir a saída dos enormes programas de apoio à economia adotados no início da pandemia.

As compras de dívida no âmbito do programa PEPP (Pandemic Emergency Purchase Programme), com um volume total de 1,85 biliões de euros, terminam em finais de março de 2022 e o BCE terá de discutir o que se segue, para garantir uma transição suave nos mercados habituados a injeções maciças de liquidez. Essa discussão e as decisões mais importantes são esperadas na reunião de 16 de dezembro.

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Portugal vai ter em média 900 a 1.000 casos Covid por dia nas próximas duas semanas, antecipa Carmo Gomes

Ao ECO, Manuel Carmo Gomes antecipa que Portugal atinja os 900 a 1.000 casos/dia nas próximas duas semanas, mas descarta que esta subida "venha a refletir de forma muito significativa" nos hospitais.

A pandemia está a voltar a ganhar força na Europa e a tendência já é sentida em Portugal, ainda que a situação esteja bastante controlada. Em declarações ao ECO, Manuel Carmo Gomes antecipa que Portugal atinja, em média, os 900 a 1.000 casos por dia nas próximas duas semanas. Ainda assim, o epidemiologista descarta que esta subida se “venha a refletir de forma muito significativa nas hospitalizações”.

“Neste momento, temos, em média, 764 casos por dia. Se compararmos com a semana anterior estávamos em 653” casos, assinala Manuel Carmo Gomes, epidemiologista e professor na Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, notando ainda que o índice de transmissibilidade está “acima de 1 há mais de duas semanas”.

Neste contexto, é visível um aumento da incidência da Covid em território nacional, sendo que os grupos etários dos 18 aos 30 anos, e, “em particular dos 18 aos 25 anos” concentram a maioria das novas infeções, numa altura em que Portugal está já na terceira fase de desconfinamento.

Não obstante, a elevada taxa de cobertura vacinal contra a Covid, com 86% da população com as duas doses da vacina, tem evitado que o aumento de infeções tenha consequências nefastas. O número de óbitos “tem vindo a descer”, sendo que, atualmente, a média está entre “quatro a sete óbitos por dia” e os números de internamentos estão longe dos registados em meses anteriores.

“A nível dos internamentos nos hospitais, que é aquilo que interessa mais, os números têm vindo a descer desde setembro, mas agora já começamos a ter algum sinal de subida”, afirma Manuel Carmo Gomes, acrescentando, no entanto, que cerca de 60% das pessoas que estão a dar entrada nos hospitais têm mais de 70 anos. Esta tendência foi, aliás, sinalizada pelo INSA no último relatório semanal, que apontava para uma subida de 4% dos internamentos Covid, face à semana anterior.

Nesse contexto, se esta tendência se mantiver, “dentro de duas semanas” teremos uma incidência de 120 casos por 100 mil habitantes a catorze dias, “o que corresponde aos 900 a 1.000 casos por dia”, estima o epidemiologista, ao ECO. Ainda assim, o também membro da Comissão Técnica de Vacinação não antecipa que este aumento do número de infeções tenha impacto no SNS, tendo em conta que a vacina de reforço contra a Covid está já a ser administrada aos mais idosos e vulneráveis. “Tenho esperança que mesmo que o número de casos venha a subir isso não se venha a refletir de forma muito significativa nas hospitalizações”, diz.

Quanto ao aumento de casos e mortes associadas à Covid que se está a verificar na Europa, com Reino Unido, Rússia e países de leste a tocar máximos — sendo que no leste europeu, onde as taxas de inoculações são mais baixas, há já países a apertar nas restrições — Manuel Carmo Gomes lembra que ” a variante Delta é extremamente contagiosa”, pelo que “não basta ter coberturas vacinais altas”, isto é, na ordem dos 60% a 65% da população completa, mas também manter as medidas de contenção, como o uso de máscara em recintos fechados.

Todos vamos ter um encontro muito claro com o vírus mais tarde ou mais cedo. Agora tudo depende da forma como nos encontramos com ele”, adianta o epidemiologista, acrescentando que a grande vantagem da vacinação é evitar a doença grave. “Se as pessoas tiverem um encontro com este vírus e tiverem sintomas parecidos com constipações, que depois passam, isso não é necessariamente negativo”, assinala, frisando ainda que a infeção natural permite que o sistema imunitário desenvolva um maior número de anticorpos mais diversificados, capazes de reconhecer mais proteínas do vírus.

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GMS leva Apple ao Montijo e troca Bang & Olufsen no Porto

A retalhista liderada por André Marques da Silva, com berço e core no automóvel algarvio, abre a 10ª loja da Apple na margem Sul do Tejo até final do ano e sobe a Boavista com a dinamarquesa B&O.

Depois de Braga, Porto, Aveiro, Lisboa (Amoreiras, Chiado e Colombo), Cascais, Faro e Almada, a GMS Store prepara-se para inaugurar até ao final deste ano uma loja da Apple no Montijo, avançou ao ECO o presidente executivo do grupo, André Marques da Silva, que calcula um investimento de 600 mil euros.

Com o estatuto de revendedor premium da tecnológica americana em Portugal, o grupo abriu nas últimas semanas no remodelado Glicínias Plaza (Aveiro) e, após “dois anos à espera” que a localização ficasse livre, está a ultimar a transformação do espaço de 130 metros quadrados no Fórum Montijo, que até agora estava ocupado pela Imaginarium.

Foi em 2011, em Almada, que a GMS Store abriu a primeira loja Apple, depois de José Marques da Silva, fundador e pai do atual CEO, ter ficado “louco” ao ver a loja da marca em Nova Iorque. No regresso a Portugal, o grupo – até então concentrado no retalho automóvel em crise – fechou um acordo de distribuição com a tecnológica americana. Em 2021 conta faturar perto de 32 milhões euros nesta área do negócio, quase 10% acima do ano passado.

Estamos a ter algumas dificuldades em ter o produto [iPhone 13] que desejaríamos por causa do problema dos semicondutores. Tudo o que chega está vendido. Se tivesse mais quantidade, vendia mais.

André Marques da Silva

CEO do Grupo Marques da Silva

Para este aumento de vendas, a confirmar no último trimestre, irá contribuir o novo iPhone 13, embora a GMS Store esteja a ter “algumas dificuldades em ter o produto que [desejaria] por causa do problema dos semicondutores”. A marca já anunciou que, a nível mundial e face ao que estava antes previsto, vai haver menos 10 milhões de exemplares do novo modelo. “Pode-nos afetar alguma coisa. Vamos ver o que acontece até ao final do ano. Tudo o que chega está vendido. Se tivesse mais quantidade, vendia mais”, acrescentou André Marques da Silva.

Sem medo de um cenário em que a Apple decida abrir uma loja própria em Portugal – seria “uma mais-valia” -, o empresário confirmou que a GMS vai começar a vender iPhones recondicionados, mas apenas online. Para já, os iPads e os relógios inteligentes ficam de fora da equação. Além da economia circular, justificou esta aposta nos telefones usados com a “procura muito grande das novas gerações, que não podem [pagar] produtos novos da marca, que é muito aspiracional”.

Dinamarquesa sobe no luxo da Boavista

Mais recente, conseguida há quatro anos e menos relevante para as contas do grupo – a faturação esperada para este ano fica-se pelos dois milhões de euros –, é a representação da Bang & Olufsen (B&O) em Portugal. A marca dinamarquesa conta com lojas exclusivas em Cascais, Lisboa (Amoreiras) e no Porto, além de dois espaços dentro do El Corte Inglés, em Vila Nova de Gaia e na capital, onde tem igualmente um branded space na loja de luxo Jncquoi Avenida.

Outra “oportunidade que a própria pandemia trouxe” ao grupo – no Montijo foi um espaço comercial a esvaziar para a Apple – foi o facto de a Covid-19 e a nova organização híbrida de trabalho estar a fazer com que “as pessoas passem mais tempo em casa e quererem melhorar” os dispositivos de áudio e vídeo, como os que são produzidos por esta marca de luxo, sejam televisores ou colunas de som.

André Marques da Silva, CEO da GMS Store.Hugo Amaral/ECO 22 Outubro, 2021

E foi para “dar ao Porto a oportunidade de conhecer toda a gama de produtos da B&O, num espaço completamente diferente, de acordo com o estatuto da marca”, que o grupo investiu quase meio milhão de euros numa nova loja na cidade Invicta. Subiu dois quilómetros na Avenida da Boavista, passando do Edifício Aviz para a vizinhança da marca de joalharia David Rosas, em frente ao hotel Crown Plaza.

Este espaço de “última geração”, que o CEO da GMS Store diz ser “maior [tem 150 metros quadrados], mais visível e que permite uma experiência de compra diferente”, vai ser inaugurado esta quinta-feira e é “talvez a melhor loja da B&O em Portugal”. “Sendo uma marca de luxo, a estratégia não passa por muitos pontos de venda. Não precisa. Vamos agora consolidar esta operação”, completou.

Vamos dar ao Porto a oportunidade de conhecer toda a gama de produtos da Bang & Olufsen, num espaço completamente diferente, de acordo com o estatuto da marca.

André Marques da Silva

CEO do Grupo Marques da Silva

Nascido em Lisboa há 49 anos e com formação de base em Direito, André Marques da Silva começou a trabalhar há três décadas no negócio fundado pelo pai em 1980, que até à crise financeira internacional de 2008 estava apenas concentrada no ramo automóvel. “O mercado caiu 70%. Foi muito difícil, tivemos de fazer vários cortes na empresa, ficámos sem linhas de crédito”, recorda.

O grupo continua a estar nas mãos da família Marques da Silva e prevê fechar este ano com um volume de negócios à volta dos 110 milhões de euros. Apesar da diversificação para as áreas da tecnologia e dos artigos audiovisuais, a MS Car continua a ser o maior grupo automóvel do Algarve, abarcando um total de 12 marcas, como várias do grupo Fiat, Peugeot, Kia, Honda, Seat ou Iveco.

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Estações do Metro de Lisboa novamente encerradas devido a greve

  • Lusa
  • 28 Outubro 2021

Todas as estações do metro de Lisboa estão novamente encerradas, pelo segundo dia esta semana, devido a uma greve parcial dos trabalhadores da empresa.

As estações do Metropolitano de Lisboa estão esta quinta-feira novamente encerradas, no segundo dia de greve parcial dos trabalhadores, que às 6h30 tinha uma adesão elevada, segundo Anabela Carvalheira, da Federação dos Sindicatos de Transportes e Comunicações (Fectrans).

“À semelhança de terça-feira, primeiro dia de greve parcial dos trabalhadores, a adesão é elevada. As estações estão todas encerradas”, disse à Lusa a sindicalista. Anabela Carvalheira adiantou também que ainda “não houve qualquer feedback por parte da empresa relativamente às exigências dos trabalhadores”.

Os trabalhadores do Metro de Lisboa cumprem esta quinta-feira uma nova greve parcial, entre as 5h00 e as 9h30, dado que as negociações salariais com a empresa têm falhado, prevendo-se que o serviço seja retomado às 10:15. Em causa está o congelamento salarial, o preenchimento imediato do quadro operacional e as progressões na carreira.

Tal como na terça-feira, a greve ocorre entre as 5h00 e as 9h30 para a generalidade dos trabalhadores e das 9h30 às 12h30 para o setor administrativo e técnico.

Metro em greve no arranque da Web Summit

Os trabalhadores do Metro de Lisboa vão cumprir mais um dia de greve parcial em 2 de novembro e uma greve de 24 horas em 4 de novembro. Altura em que Lisboa recebe 40 mil participantes da conferência de tecnologia Web Summit, no Parque das Nações.

O pré-aviso de greve foi entregue em 6 de outubro “devido à falta de respostas às questões colocadas, quer em reuniões com o ministro do Ambiente, quer com o presidente do Metropolitano de Lisboa”, segundo a Fectrans.

“A greve não é só contra o congelamento salarial, vamos mais longe. Defendemos uma total reposição de efetivos, que está por cumprir”, disse na segunda-feira, em declarações à agência Lusa, Anabela Carvalheira.

A sindicalista sublinhou a importância do “preenchimento imediato do quadro operacional e as progressões na carreira”. Segundo a empresa, a adesão global à greve parcial de terça-feira no Metropolitano de Lisboa foi de 42,62%.

“O Metropolitano de Lisboa encontra-se recetivo à discussão das propostas apresentadas pelas entidades sindicais, sendo as mesmas objeto de negociação”, acrescentou a empresa na mesma nota, divulgada na altura.

Os trabalhadores do Metro já tinha feito greves parciais ao serviço em maio e junho com as mesmas reivindicações.

O Metropolitano de Lisboa opera com quatro linhas: Amarela (Rato-Odivelas), Verde (Telheiras-Cais do Sodré), Azul (Reboleira-Santa Apolónia) e Vermelha (Aeroporto-São Sebastião). O serviço funciona das 06:30 às 01:00 todos os dias.

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ADSE está a reavaliar o interesse em manter algumas convenções

Após a apresentação das novas tabelas do regime convencionado, alguns prestadores decidiram excluir atos do acordo. A ADSE está a avaliar o impacto destas desassociações.

A ADSE está a avaliar o interesse em manter algumas convenções, “que possam perder coerência interna ou no contexto em que se inserem”. Esta análise está a ser feita depois de, na sequência da apresentação das novas tabelas para o regime convencionado, alguns prestadores terem decidido desassociar certos atos ou médicos.

Até ao momento, os atos desassociados, isto é, atos que foram excluídos das convenções pelos prestadores, totalizam 21.431, adianta a ADSE, numa comunicação especial aos beneficiários para explicar as novas tabelas. No entanto, apenas 1.818 “correspondem a atos que o prestador manifestou não ter interesse contratual face à nova tabela de preços. Os códigos efetivamente desassociados totalizam 420”, sublinham.

Isto já que “os restantes atos excluídos resultam de uma atualização das tabelas: ou porque com o decurso do tempo deixaram de ser praticados, ou porque o prestador já não tinha capacidade para prestar os atos, ou porque o prestador já havia solicitado a sua desassociação, entre outros. Impunha-se, assim, este exercício de atualização”.

Neste contexto, as desassociações em cada convenção estão sob análise, “com vista a avaliar o interesse na manutenção de convenções que possam perder coerência interna ou no contexto em que se inserem“, avança a ADSE.

Eugénio Rosa, representante dos beneficiários no conselho diretivo da ADSE, explica ao ECO que em alguns casos, a convenção ficou “apenas residual”. Além disso, em certos locais foi retirada uma parte importante das convenções, pelo que será avaliado o interesse da ADSE em manter o acordo (análise que pode ser feita a nível das unidades de um prestador).

Nesta comunicação aos beneficiários, a ADSE fez também uma atualização relativamente aos atos nas convenções com os grandes grupos. “Se atendermos apenas aos cinco grandes grupos de saúde, podemos adiantar que, na sequência da atualização dos preços, pediram para associar mais de 17 mil atos médicos”, avançam.

Para além disso, os grupos “aproveitaram esta ocasião para atualizar o objeto das suas convenções, excluindo das mesmas cerca de nove mil atos”, sendo que destes, “apenas 382 foram efetivamente desassociados face às tabelas ora em vigor, pois os restantes, na realidade, há muito que tinham deixado de ser praticados/faturados”.

A ADSE nota ainda que também nos casos está a avaliar o impacto das desassociações de atos, visando manter uma ligação lógica entre os atos e serviços oferecidos pelos prestadores”.

Alguns novos preços são mais elevados do que tabelas “especiais” dos privados

Depois de alguns grupos privados terem contestado certos aspetos das novas tabelas do subsistema de saúde dos funcionários públicos para o regime convencionado, a ADSE vem sublinhar que a revisão do documento resultou num “aumento generalizado dos preços”, alguns até mais elevados do que aqueles que constam das tabelas “especiais”, entretanto criadas pelos prestadores.

“Na fixação de cada preço teve-se em linha de conta a média das importâncias faturadas à ADSE nos últimos três anos, os valores anunciados pelo Infarmed e os valores praticados no Serviço Nacional de Saúde, entre outros critérios”, justifica a ADSE, também nesta nota.

A revisão dos preços contou com a “intervenção permanente de técnicos e consultores médicos, prestadores de saúde e o Conselho Geral e de Supervisão, órgão que representa os beneficiários”, garante a ADSE, e resultou num “aumento generalizado dos preços, em muitos casos, bastante significativo”.

Alguns destes preços são “até mais elevados do que aqueles que constam das tabelas “especiais”, entretanto criadas por certos prestadores, o que torna de difícil compreensão a decisão tomada designadamente pelos grupos Luz Saúde e CUF“, sublinha o subsistema de saúde.

Após a apresentação das novas tabelas, o grupo Luz Saúde anunciou que decidiu retirar alguns serviços e atos clínicos da convenção, decisão que foi replicada pela CUF. Em ambos os casos, foi criada uma tabela específica para os beneficiários do subsistema de saúde, para os atos excluídos da convenção.

Sobre as tabelas especiais, a ADSE defende que estas “revelam-se desde logo inquietantes por mostrarem o logótipo da ADSE, confundindo os beneficiários”, sendo que são faturados em regime livre, e e alerta os beneficiários para avaliarem todas as hipóteses.

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5 coisas que vão marcar o dia

No dia em que se fica a saber como evoluíram os preços das casas no primeiro semestre, decorre mais uma reunião de política monetária do BCE.

No dia em que se ficará a saber como evoluíram os preços das casas no primeiro semestre, decorre mais uma reunião de política monetária do BCE. Esta quinta-feira, destaque ainda para as contas referentes ao terceiro trimestre da Navigator e para a conferência de líderes no Parlamento depois do chumbo no Parlamento.

Como evoluíram os preços das casas no primeiro semestre?

O Instituto Nacional de Estatística (INE) vai mostrar esta quinta-feira como evoluíram os preços das casas nos vários municípios do país nos primeiros seis meses do ano. Os dados mais recentes, referentes ao primeiro trimestre do ano, indicam que o Índice de Preços da Habitação (IPHab) aumentou 5,2% face ao mesmo período do ano passado, com o número de casas vendidas a aumentar 0,5% para um total de 6,9 mil milhões de euros.

Comissão Europeia publica indicador de sentimento económico em outubro

A Comissão Europeia vai tornar público esta quinta-feira o indicador de sentimento económico e o indicador de clima de negócios em território europeu. Os dados mais recentes indicam que o sentimento económico se manteve na UE em setembro e subiu na Zona Euro, estando em máximos em ambas as regiões. O indicador das expectativas de emprego avançou para novos máximos em ambas. O indicador do sentimento económico manteve-se na UE e subiu ligeiramente na Zona Euro.

Decorre mais uma reunião de política monetária do BCE

O Banco Central Europeu (BCE) vai reunir-se esta quinta-feira para mais uma reunião de política monetária, que discutirá a situação económica na Zona Euro, embora os mercados só esperem decisões mais importantes em dezembro. Esta terça-feira, o banco central informou que aumentou as compras de dívida de emergência devido à pandemia em 5,8% para 18.644 milhões de euros. Porém, está previsto adquirir no quarto trimestre dívida a um ritmo ligeiramente inferior ao dos dois trimestres anteriores.

Navigator presta contas referentes ao terceiro trimestre

A papeleira nacional vai publicar esta quinta-feira os resultados referentes ao terceiro trimestre do ano, após o fecho dos mercados, ao final do dia. Recorde-se que, no primeiro semestre, a Navigator viu os lucros subirem 46,3% para 64,4 milhões de euros devido à “melhoria das condições de mercado de papel com aumento progressivo dos volumes”, embora com o preço de venda ainda abaixo do mesmo semestre do ano passado.

Conferência de líderes no Parlamento

Um dia depois do chumbo do Orçamento do Estado para 2022, haverá uma conferência de líderes no Parlamento para reorganizar os trabalhos parlamentares. Ferro Rodrigues informou que a reunião servirá para proceder de “acordo com este resultado” e programar “os trabalhos da Assembleia da República”.

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Banco de Fomento vai recorrer a fundos nacionais e internacionais para contornar atrasos no PRR

Com o chumbo do Orçamento para 2022, o Banco de Fomento vai recorrer a fundos nacionais e internacionais para continuar a operacionalizar os seus instrumentos.

O Banco Português de Fomento vai recorrer a fundos nacionais e internacionais para continuar a operacionalizar os seus instrumentos, cujo financiamento era assegurado pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), e que ficou comprometido com o chumbo, esta quarta-feira, da proposta de Orçamento do Estado para 2022.

O Banco de Fomento vai “identificar e coordenar com os seus parceiros a implementação de soluções, com recursos a fundos nacionais e internacionais, de forma a nunca deixar de prestar apoio às empresas nacionais”, avança ao ECO fonte oficial da instituição liderada por Beatriz Freitas. Em causa estão instrumentos de garantia, capital e dívida/financiamento, mas a instituição recusa nomear programas específicos que possam ser afetados pelo chumbo do Orçamento e da necessidade do país viver, a partir de janeiro, em regime de duodécimos.

O Banco de Fomento é uma das instituições beneficiárias do PRR. Em causa estão 1.550 milhões de euros da ‘bazuca’ para aumentar o capital da instituição em 250 milhões de euros, “com recurso à vertente de empréstimos”, “de modo a acomodar flutuações de balanço decorrentes da implementação do InvestEU, programa europeu com quatro janelas de investimento, de cariz estratégico, no qual o BPF assumirá o papel de implementing partner”. Uma candidatura que já foi entregue em Bruxelas, apurou o ECO.

De acordo com os marcos e metas definidos no PRR o Executivo espera que, até 2025, mil empresas sejam beneficiárias de financiamento no âmbito do InvestEU, em virtude do aumento de capital do BPF, para permitir a execução do programa.

O PRR servirá também para criar “um instrumento de capitalização para combater a grave depauperação de capital próprio no tecido empresarial português, em particular nas pequenas e médias empresas”, pode ler-se no próprio PRR entregue em Bruxelas. A recapitalização prevista, cumprindo as regras aplicáveis em matéria de auxílios de Estado, será feita, sobretudo, “através de instrumentos de capital e quase-capital”. “É direcionada ao aumento da autonomia financeira das empresas, dotando-as da capacidade necessária para, de forma robusta, retomar a sua atividade operacional e, dessa forma, beneficiar da fase de recuperação económica esperada”, explica o mesmo documento.

Também para incentivar o investimento produtivo das empresas não-financeiras, incentivando a estreita cooperação entre agentes económicos privados e públicos, nacionais e europeus, o banco tem previsto estabelecer parcerias com o Grupo Banco Europeu de Investimento (BEI), “designadamente para a implementação de programas de investimento estratégico, com alicerce no princípio de atração e envolvimento de operadores privados, alavancando a sua dimensão, abrangência e impacto”.

Estas novas soluções que o Banco de Fomento vai ter de procurar decorrem do facto de, com o chumbo do Orçamento, as diversas entidades públicas que veriam o seu orçamento dar saltos substantivos face a 2021, terem de viver exatamente com a mesma dotação. Ou seja, só podem gastar, por mês, 1/12 da despesa executada em 2021 — 104 mil milhões de euros. Para poder levar a cabo os projetos há que ter capacidade financeira, mas se durante seis meses, essas mesmas entidades têm de viver apenas com uma percentagem do orçamento do ano anterior, isso pode comprometer a execução física dos diversos projetos.

Acresce um problema adicional para as entidades novas, criadas ao longo de 2021, que não tinham dotação orçamental prevista no OE2021. Essas nem duodécimos têm para funcionar. A despesa pública só poderá passar os valores executados em 2021 se houver um Orçamento retificativo específico para acomodar o PRR, uma hipótese que não é totalmente excluída até porque dificilmente os partidos votariam contra. O Parlamento também pode resolver provisoriamente o problema dos tetos de despesa definidos passando a dotação disponível de um programa orçamental para outro.

O ministro das Finanças já reconheceu que “a inexistência de um novo Orçamento cria dificuldades na execução do PRR”, mas “há soluções que podem ser exploradas”, disse João Leão na conferência organizada pelo ECO. Será dessas soluções que dependerá a continuação do apoio do Banco de Fomento às empresas.

Recorde-se que o PRR, ao contrário dos outros fundos estruturais que são pagos mediante a apresentação das faturas, só é financiado mediante o cumprimento de metas e marcos previamente acordados com Bruxelas. Caso não sejam cumpridos, Portugal pode perder parte das verbas que lhe foram atribuídas. Um risco que o próprio primeiro-ministro já dramatizou por diversas vezes. Mas, para já, fonte oficial da Comissão recorda ao ECO que o chumbo do OE não está diretamente relacionado com o PRR: “Desde que o atraso na aprovação do orçamento nacional não impeça o cumprimento das metas e marcos, não há uma ligação direta entre a adoção do Orçamento e o pedido ou desembolso dos fundos ao abrigo do PRR”.

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Sem Orçamento, mas com PRR, economia deverá crescer 5,1%

Se Costa ficar a governar em duodécimos, o défice até pode ser mais baixo e a economia poderá crescer 5,1%, próximo dos 5,5% previstos pelo Governo na proposta de Orçamento para 2022.

O chumbo do Orçamento do Estado para 2022 (OE2022) no Parlamento abre a porta a duas vias, na opinião do primeiro-ministro: governar em duodécimos ou ir para eleições. No debate do Orçamento, tanto João Leão, ministro das Finanças, como Siza Vieira, ministro da Economia, avisaram que o chumbo do OE2022 iria afetar a rapidez da retoma económica. Caso o Executivo governe em duodécimos, mas consiga executar o Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), as previsões apontam para um crescimento do PIB de 5,1%, menos quatro décimas do que os 5,5% estimados pela proposta orçamental.

As previsões são do Conselho das Finanças Públicas (CFP) e do Fundo Monetário Internacional (FMI), publicadas, respetivamente, em setembro e em outubro e coincidiam exatamente no valor: a economia portuguesa vai crescer 5,1% em 2022, recuperando totalmente do impacto da pandemia. Normalmente, esta previsão acaba por ficar rapidamente desatualizada uma vez que é feita num cenário de políticas invariantes, ou seja, não conta com nenhuma medida que ainda não esteja legislada.

Isto é, neste caso, não contavam com a proposta do Governo para o Orçamento de 2022, a qual foi chumbada e não entrará em vigor a 1 de janeiro. E assim previam, sem o saber, exatamente o que vai acontecer dado o chumbo do OE: se não houver eleições, o Governo quer ficar a governar em duodécimos e só pode gastar por mês 1/12 da despesa executada em 2021 (104 mil milhões de euros); se houver eleições, é possível que só em junho ou até mais tarde é que haja um novo Orçamento em vigor, pelo que a execução orçamental estaria em duodécimos metade do ano.

Porém, há uma dúvida. A previsão de crescimento da economia de 5,1% em 2022 do CFP e do FMI já contava com o investimento previsto no Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), a bazuca europeia, o que significava um acréscimo de dois pontos percentuais no PIB no próximo ano. São 3,2 mil milhões de euros de despesa pública em 2022 que são essenciais para o crescimento previsto.

A questão é se o Governo consegue executar esse dinheiro. O ministro das Finanças, João Leão, já disse ter capacidade para executar o PRR em duodécimos, apesar de ser mais difícil e se colocar em causa o cumprimento das metas e marcos negociados com a Comissão Europeia. Sem esses objetivos cumpridos atempadamente, o executivo comunitário poderá não libertar as verbas para Portugal. Para já, fonte oficial da Comissão recorda ao ECO que o chumbo do OE não está diretamente relacionado com o PRR: “Desde que o atraso na aprovação do orçamento nacional não impeça o cumprimento das metas e marcos, não há uma ligação direta entre a adoção do Orçamento e o pedido ou desembolso dos fundos ao abrigo do PRR“.

A execução do PRR era exatamente um dos principais riscos identificados pelo CFP na análise que fez à proposta do Orçamento: “Uma execução do PRR a um nível inferior ao esperado poderá afetar de forma decisiva o investimento e penalizar o crescimento da economia no horizonte de previsão“, alertava a instituição liderada por Nazaré Costa Cabral. Era com o PRR que o Governo contava para executar o nível de investimento público mais elevado desde 2010.

Défice orçamental poderá ser mais baixo e cumprir já os 3% da UE

Outra das consequências do chumbo do Orçamento será a possibilidade de Portugal ter já em 2022 um défice orçamental de 3% — o limite das regras orçamentais europeias, que se manterão suspensas no próximo ano — ou até mais baixo. Tal acontece porque as medidas do Governo na proposta do Orçamento para 2022 — que vão cair com o chumbo — levavam a uma deterioração das contas públicas face ao que aconteceria se nada fizesse (ou seja, em políticas invariantes, que é o cenário do CFP e do FMI): Leão apontava para 3,2% do PIB enquanto o FMI calculava um défice de 3% e o CFP de apenas 2,4%.

A dúvida é se, mesmo com a crise política e outros potenciais choques na economia (como a evolução dos preços de vários bens), a receita pública recupera como se espera. Do lado da despesa pública é mais garantido que, se se governar em duodécimos, esta não passará os valores executados em 2021, exceto se houver um Orçamento retificativo específico para acomodar o PRR, uma hipótese que alguns economistas e especialistas em finanças públicas colocam caso seja necessário.

Contudo, o cenário macroeconómico do CFP e do FMI contava com uma taxa de desemprego ligeiramente superior à do Governo: 6,9% e 6,7% contra 6,5%, respetivamente. Ainda assim, nas três previsões o mercado de trabalho melhora no próximo ano.

No caso da dívida pública, as previsões são divergentes porque o ponto de partida de 2021 não é o mesmo. Por um lado, o CFP prevê um rácio inferior (122,5% do PIB) ao do Governo (122,8% do PIB) uma vez que antevê um crescimento semelhante, mas um défice mais baixo. Por outro lado, o FMI prevê que, mesmo sem Orçamento, o rácio seja superior ao do Governo (125,7% do PIB).

Leão e Siza alertaram para retoma mais lenta com chumbo do OE

Durante o debate desta quarta-feira, o ministro das Finanças e o ministro da Economia uniram esforços de manhã e de tarde para convencer os partidos à esquerda para viabilizarem o Orçamento, argumentando que o chumbo desta proposta iria atrasar a retoma económica que está em curso após o impacto severo da pandemia. O arranque foi dado por João Leão de manhã: “Com a aprovação deste Orçamento do Estado, o país pode dar um passo decisivo” na recuperação económica, argumentando que “não é tempo para arriscar tudo e deitar tudo a perder”. O ministro das Finanças alertou que este Orçamento era “determinante para assegurar a rápida recuperação da economia” e para “retomar a convergência económico” com a União Europeia.

Da parte da tarde, Pedro Siza Vieira manteve a linha de argumentação: “A não aprovação do Orçamento vai perturbar um pouco mais o processo da retoma da economia“, alertou, referindo em concreto o caso das intenções de investimento que podem não concretizar-se por causa da incerteza “adicional” da crise política que se criou com o chumbo do OE2022. “De certeza que vai ter um impacto sobre o ritmo da nossa recuperação, mas da parte do Governo estaremos aqui durante todo o tempo que estivermos em funções para mitigar isso”, prometeu.

Ao ECO, António da Ascensão Costa, professor do ISEG, vaticina que “tendencialmente, o impacto do chumbo do OE será negativo” e “na melhor das hipóteses, será quase nulo”. “Temos de ver qual o impacto do chumbo em termos de expectativas de consumidores e de empresários”, explica, referindo que dependerá da intensidade da incerteza política e da sua duração. Uma coisa é certa: “Já não era fácil recuperar o nível económico pré-pandemia no próximo ano, sobretudo devido ao peso pré-pandemia do setor turístico” e esta situação não veio ajudar, nota.

Há duas hipóteses na cabeça do economista: a primeira passa por se instalar a ideia de que, “enquanto se espera por uma clarificação política, o Governo não pode decidir quase nada” e aí “o impacto negativo será maior”. A segunda passa por se instalar a ideia de que “as limitações são, no atual contexto, relativamente menores” e aí o “impacto será menor”. Dependendo disso, a crise política poderá superar as principais condicionantes que existem atualmente, como é o caso do controlo da pandemia a nível mundial, os problemas internacionais de abastecimento à indústria e os preços de determinados bens como os combustíveis.

Pedro Braz Teixeira, do Fórum para a Competitividade, concorda que “a economia vai recuperar mais lentamente, porque os (prováveis) estímulos orçamentais serão aprovados mais tarde, mesmo que alguns deles venham a ter efeitos retroativos, como os aumentos dos funcionários públicos”. Porém, o economista considera que o principal impacto será fruto da incerteza política e dos “atrasos nos investimentos que dependem de apoio ou autorização do Governo”.

Apesar de admitir que a retoma será mais lenta (recordando que esta já não era “rápida” no contexto da UE), o Braz Teixeira antecipa um “efeito limitado” no final deste ano e no início do próximo, mas com “condições para recuperação deste efeito ao longo do próximo ano”. Ou seja, “no cômputo geral, será mais um rebalancear da atividade ao longo do ano, menor no início e mais forte no resto do ano, sobretudo da que depende da procura interna“.

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Habit fornece plataforma e implementação de seguros vendidos pela NOS

  • António Ferreira
  • 28 Outubro 2021

Novos seguros entraram no portefólio da NOS. Para integração tecnológica destes serviços, componente fundamental do projeto, contou com a Habit Analytics, broker especialista de seguros embutidos.

Os clientes da NOS, que já podiam contratar seguro para smartphones novos, passam a contar com possibilidade de aderir a novos seguros: proteção de fatura (em parceria com MetLife), cobertura de seguro para aparelhos usados, até ao limite do valor do equipamento (em parceria com a Allianz Partners) e seguro de viagem, com cobertura de acidente pessoais e assistência em viagem (em parceria com a Fidelidade). As soluções de viagem e de smartphone usado estarão disponíveis até final de 2021.

Domingos Bruges, CEO e cofundador da Habit, explica ao ECOseguros os “papéis principais” que a startup desempenha nas parcerias de embedded insurance. Esta expressão anglo-saxónica exprime a ideia do seguro embutido (ou implementado) em produtos ou serviços vendidos por grandes operadores em canais retalho, sendo também o negócio que liga a insurtech à empresa de mediação de seguros criada pela operadora de telecomunicações e entretenimento.

Em 2013, Bruges deu vida à Muzzley, mais tarde tornada Habit Analytics. Há 3 anos, a insurtech foi distinguida como a mais inovadora da fase regional EMEA do 1º Zurich Innovation Championship (2018-2019), terminando o concurso entre as 8 mais inovadoras do mundo.

“A parceria com a NOS é demonstradora da multidisciplinaridade da nossa atuação.” – Domingos Bruges, CEO e cofundador da Habit

O reforço de portefólio de produtos do grupo de telecomunicações é feito através da empresa NOS Mediação de Seguros e consolida em Portugal o reconhecimento da experiência tecnológica já acumulada pela Habit na distribuição de seguros.

Os seguros propostos podem ser adquiridos e geridos “de forma totalmente digital” na App NOS, sendo depois incluídos na fatura mensal de telecomunicações do cliente. Os novos seguros têm a colaboração da Habit Analytics, start-up que é “uma das mais distinguidas insurtech a nível internacional.

A telecom salienta que a Habit “opera uma plataforma de integração de seguros diferenciadora, criando novas soluções para as seguradoras tradicionais, com base em tecnologias como IoT e Data Analytics, que contribuem para o processo de digitalização das seguradoras e consequente distribuição de seguros de forma contextual,” e que significa “o seguro necessário, no momento certo e pelo canal mais conveniente para o cliente,” explica a NOS sobre a startup que tem a Bright Pixel (veículo da Sonae IM) entre os seus principais investidores.

"A Habit tem dois papéis principais sendo um deles o fornecimento de seguros próprios e o outro de fornecimento de qualquer outro produto de seguros de seguradoras terceiras através da nossa plataforma.”

Domingos Bruges

CEO Habit Analytics

Com produção de tecnologia em Lisboa e escritório (sede) em Nova Iorque, a Habit opera num modelo B2B2x, em que “os parceiros de distribuição são, tradicionalmente, empresas com largas comunidades de utilizadores / clientes”. Estes mesmos clientes têm “um contexto de relação muito especializado com o nosso parceiro, sendo que é através desta mesma relação que é embutido ou vendido em complemento um seguro,” introduz o CEO da Habit.

Utilizando tecnologia da Habit, a NOS, por exemplo, sabe exatamente onde está o cliente, os riscos que corre e os seguros de que precisa naquele momento. A informação sobre o contexto (otimizada pela engenharia de dados) é fundamental para abordar custos e calcular o prémio cobrado ao cliente. No ecossistema de seguros, essa é a mais-valia que a insurtech entrega aos seus parceiros. Funcionando como enabler, habilita qualquer seguradora a gerir melhor os riscos ou retalhista a distribuir seguros. Na perspetiva b2b2x, também liga, com agilidade e transparência, os intervenientes no processo: tomador do risco (seguradora), mediador (retalhista) e segurado (o consumidor).

Quanto à relação com parceiros de distribuição, a Habit tem “dois papéis principais sendo um deles o fornecimento de seguros próprios e o outro de fornecimento de qualquer outro produto de seguros de seguradoras terceiras através da nossa plataforma”. Neste último caso, a insurtech “atua como um broker digital, fornecendo uma API única para a distribuição de múltiplos produtos de uma ou mais (re)seguradoras,” desenvolveu Domingos Bruges.

Sobre o formato e tempo que levou montar a parceria com a telecom, o empreendedor afirma que, apesar de ter produtos próprios, “a Habit é agnóstica quanto aos produtos e seguradoras. A parceria com a NOS é demonstradora da multidisciplinaridade da nossa atuação, tanto como fornecedor do produto de seguros, como de plataforma broker agnóstica”. Com a NOS, a implementação foi bastante ágil”, tornando a jornada do parceiro “muito simplificada”.

Quando quisemos saber quem é tomador dos riscos nas coberturas implementadas, Bruges referiu que a telecom portuguesa “tem uma estratégia de seguros muito abrangente”, sendo que estes primeiros produtos têm risco subscrito pela Allianz Partners, Metlife e Fidelidade e, “em todos estes casos, a Habit garante a ligação transparente da NOS a cada um destes parceiros subscritores de risco,” acrescentou.

"(…), estamos numa fase muito focada no crescimento. Neste sentido, temos vindo a privilegiar parcerias comerciais em detrimento de operações de fusão.”

Domingos Bruges

CEO & co-founder Habit Analytics

No seguro para smartphones usados, associada à plataforma de distribuição, “a Habit tem um produto chamado Human Eye, que suporta a decisão de subscrição de risco para o produto de smartphone usado. Esta tecnologia avalia o estado do equipamento, condicionando a elegibilidade do equipamento à subscrição do seguro,” detalha o empreendedor. Depois, na parceria de negócio com a NOS, o seguro “tem o risco subscrito por um parceiro com escala internacional, através de uma sucursal em Portugal” que, segundo a NOS, é Allianz Partners, braço de assistência do grupo alemão desde há anos parceiro da Habit.

Falando sobre desenvolvimento da operação global da empresa, Domingos reafirma ambição de reforçar presença “em todo o tipo de produtos que tenham um contexto específico para serem distribuídos através de parceiros especializados, nomeadamente através de seguros de mobilidade, equipamento, viagem e/ou proteção ao pagamento”.

Sobre ao interesse dos investidores, o CEO explica que: “Apesar da existência de diversas oportunidades para unir esforços mais estratégicos com incumbentes e outras startups, consideramos que estamos numa fase muito focada no crescimento. Neste sentido, temos vindo a privilegiar parcerias comerciais em detrimento de operações de fusão”.

O responsável da Habit Analytics apontou ainda desafios e objetivos para 2022: “vai marcar o nosso forte crescimento europeu através de presença em novas regiões e lançamento de novos produtos globais ou locais,” disse.

 

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S&P 500 e Dow Jones afastam-se de máximos. Nasdaq na linha de água

Os resultados das cotadas dominaram a negociação bolsista em Wall Street. Apesar de parte do setor tecnológico estar em alta, nem o Nasdaq conseguiu uma subida nesta sessão.

O S&P 500 e o Dow Jones desvalorizaram na sessão desta quarta-feira, após terem alcançado máximos na sessão anterior. Nem os bons resultados trimestrais das tecnológicas permitiram subidas em Wall Street, com o Nasdaq a fechar praticamente inalterado. A desvalorização das ações da Visa, da General Motors, do Twitter, da Boeing e da Robinhood levaram à queda dos índices.

O Dow Jones, que desce pela primeira vez em quatro sessões, caiu 0,74% para os 35.490,69 pontos, assim como o S&P 500 que cedeu 0,51% para os 4.551,68 pontos. O Nasdaq, que está cerca de 1% abaixo do recorde atingido a 7 de setembro, subiu 0,12 pontos para os 15.235,84 pontos, o que na prática dá uma variação de 0%.

Entre as cotadas que pressionaram os principais índices norte-americanos está a Visa. A empresa norte-americana de serviços financeiros caiu mais de 6% após ter revelado previsões de receita que alguns analistas consideraram conservadoras. Acresce que foi noticiado que o departamento da justiça norte-americano está a investigar a relação da Visa com fintechs no âmbito das leis da concorrência.

Também as ações da General Motors desceram mais de 4%, apesar de a fabricante de automóveis ter superado as estimativas dos analistas, e a Boeing caiu mais de 1%, mesmo depois de a fabricante de aviões ter registado um pequeno lucro graças a mais entregas do modelo 737 MAX. Nota ainda para o Twitter cujas ações desceram 9% ao ter divulgado prejuízos de 537 milhões de euros e para a Robinhood (plataforma de trading) que caiu mais de 10% depois de ter revelado receita abaixo do esperado devido ao mau desempenho da negociação de criptoativos.

No setor tecnológico, os resultados foram mais positivos para a Microsoft e a Alphabet. As ações da Microsoft valorizaram 5% após a empresa fundada por Bill Gates ter previsto um forte fecho das contas este ano, ajudadas pela expansão do negócio da cloud. A Alphabet subiu mais de 5% depois de ter revelado que atingiu um lucro recorde, com as vendas de anúncios a disparar.

Por fim, é de notar a valorização superior a 2% das ações da McDonalds no dia em que a cadeia de fast food anunciou um crescimento de 12,2% das vendas a nível mundial.

Os resultados das cotadas em Nova Iorque deverão continuar a marcar o andamento dos índices uma vez que muitas empresas ainda vão divulgar as suas contas nos próximos dias. De acordo com os dados da Refinitiv/Reuters, os lucros das cotadas do S&P 500 deverão crescer 35,6% em termos homólogos no terceiro trimestre. Das cotadas que já apresentaram resultados, 83% superaram as expectativas de lucro e 79% superaram as expectativas de receita.

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