OMS diz que pode ser preciso reforçar medidas nas escolas secundárias

  • Lusa
  • 20 Janeiro 2021

OMS indica que os adolescentes entre os 16 e os 18 anos transmitem o vírus tão frequentemente quanto os adultos.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) avisou, esta quarta-feira, que pode ser preciso reforçar nas escolas secundárias as medidas contra a pandemia pois os adolescentes de 16 a 18 anos transmitem o vírus mais rapidamente do que os mais novos.

Numa atualização informativa semanal, a OMS diz que os adolescentes entre os 16 e os 18 anos transmitem o vírus “tão frequentemente quanto os adultos e mais prontamente do que crianças mais novas” e acrescenta ainda que foram relatados mais surtos nas escolas secundárias do que nas primárias.

“Em particular, os adolescentes mais velhos devem ser lembrados para limitarem o risco de exposição fora dos ambientes escolares, evitando situações de alto risco, incluindo espaços lotados, de contacto próximo e mal ventilados”, refere.

O OMS cita estudos que sugerem que as crianças menores de 10 anos são menos suscetíveis e infecciosas do que as mais velhas e aponta uma investigação na Noruega, entre agosto e novembro de 2020, que encontrou “transmissão muito baixa de criança para criança e de criança para adulto em escolas primárias (crianças de 5 a 13 anos) que tinham medidas de prevenção e controle de infeção em vigor”.

“Estudos de carga viral sugerem que as crianças com sintomas carregam tantos vírus no nariz, boca e garganta quanto os adultos, mas por períodos mais curtos, com pico de carga viral respiratória logo após o início dos sintomas, seguido por um rápido declínio”, explica.

Nas escolas, a OMS aponta os dados recolhidos no Reino Unido relativos à Grã-Bretanha e Irlanda do Norte que sugerem que a transmissão do novo coronavírus entre o pessoal operacional era mais comum, entre funcionários e alunos menos comum e de aluno para aluno era ainda menos frequente.

No entanto, sublinha que há “poucas evidências” de que os funcionários das escolas corram um risco maior de infeção quando estão no ambiente escolar do que a restante população adulta.

“Na verdade, os dados de vigilância nacional do Reino Unido indicam que os funcionários das escolas correm menor risco de infeção em ambientes escolares, quando comparados à população adulta em geral”, refere a OMS.

A organização cita ainda um outro estudo, abrangendo 57.000 cuidadores em creches nos Estados Unidos da América, que concluiu que “não havia risco aumentado de infeção” para os funcionários.

Reconhece que as evidências sobre o efeito do encerramento de escolas para reduzir a transmissão do vírus na comunidade são inconclusivas e diz que o aparecimento de novas variantes mais transmissíveis do novo coronavírus precisa de uma análise adicional, por sexo e idade, para se medir como estas novas estirpes afetam as crianças.

Contudo, refere que, se se provar que as crianças são mais afetadas, “as medidas de saúde pública podem precisar de ser adaptadas”.

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Wall Street já esqueceu amor a Trump e pisca o olho a Biden

As bolsas norte-americanas viveram um rally histórico durante a era Trump. O novo presidente deverá trazer mais estímulos a famílias e empesas, mas também mudanças nos impostos e regulação.

Foi um presidente imprevisível, que governava através do Twitter e que podia, de um dia para o outro, iniciar uma quezília com um país ou uma empresa. Mas Donald Trump foi também um generoso presidente dos Estados Unidos para Wall Street: as bolsas norte-americanas viveram um rally histórico, que acompanhou o maior crescimento económico da história do país, e nem a pandemia travou as valorizações para recordes. Com o magnata de saída para dar lugar ao sucessor Joe Biden não parece haver razões para o rally chegar ao fim.

“É verdade que, durante o mandato de Trump, as bolsas registaram ganhos importantes, com os cortes nos impostos a serem considerados um fator que contribuiu para entusiasmar muitos investidores. No entanto, estes ganhos fizeram parte de uma tendência que se tinha estabelecido desde 2009, naquele que foi o bull market mais longo de sempre. Podemos, por isso, dizer que a alta das bolsas, sobretudo desde a recuperação que se seguiu ao impacto inicial da pandemia, se deveu a outros fatores que não o Presidente“, explica Ricardo Evangelista, analista sénior da ActivTrades, ao ECO.

A grande política de Trump que marcou os mercados foi a reforma fiscal, implementada em 2018, que alimentou os lucros das empresas e impulsionou as bolsas. Mas desde então muito mudou e Wall Street não ficou imune ao impacto da pandemia. Em resposta, a Reserva Federal (Fed) norte-americana anunciou estímulos monetários como nunca para travar a derrapagem da economia.

"Os fatores determinantes para os ganhos dos últimos nove meses foram a política de compra de ativos da Fed, taxas de juro muito baixas, fraco rendimento da renda fixa, pujança do setor tecnológico e aumento do número de pequenos investidores da área do retalho. Com a mudança de presidente não antevejo, no curto a médio prazo, nenhuma alteração destas circunstâncias.”

Ricardo Evangelista

Analista sénior da ActivTrades

Nos quatro anos da administração Trump, o S&P 500 valorizou mais de 65%. O número é expressivo mas fica ainda assim abaixo dos 81% nos primeiros quatro anos de Barack Obama à frente da Casa Branca. No entanto, o período Obama é de recuperação pós Lehman Brothers pelo que não se podem excluir efeitos de base. Aliás, a administração de George W. Bush assistiu a uma desvalorização do índice benchmark, de 13,5% nos primeiros quatro anos e quase 40% na totalidade do mandato. Esta quarta-feira, toma posse Joe Biden.

“Os fatores determinantes para os ganhos dos últimos nove meses foram a política de compra de ativos da Fed, taxas de juro muito baixas, fraco rendimento da renda fixa, pujança do setor tecnológico e aumento do número de pequenos investidores da área do retalho. Com a mudança de presidente não antevejo, no curto a médio prazo, nenhuma alteração destas circunstâncias“, sublinha Evangelista.

Biden e Yellen prestes a lançar bazuca de 1,9 biliões

A expetativa generalizada dos analistas é que a Fed continue a apoiar a economia e o próprio presidente Jerome Powell tem reafirmado que, até à crise passar, a instituição irá estar pronta a agir. Esta prontidão poderá facilitar a vida a Biden. O mesmo acontece com o início da vacinação contra a Covid-19.

Entre estes dois apoios, os mercados esperam do novo Presidente é que concretize os estímulos orçamentais que tem demorado a chegar. Biden e a nova secretária de Estado do Tesouro, Janet Yellen, já delinearam um plano com 1,9 biliões de dólares, incluindo um bilião em apoio direto às famílias, 440 mil milhões para pequenas e médias empresas (PME) e 415 mil milhões para vacinação.

“Os investidores podem começar o ano com perspetivas positivas para os mercados graças a três fatores: aumento da despesa com o novo governo Biden, maior adesão às vacinas e continuação do apoio da Fed”, diz Mona Mahajan, US Investment Strategist da Allianz Global Investors (AllianzGI), recomendando por isso maior exposição a ativos cíclicos e value, empresas de pequena capitalização e ativos internacionais, mas alerta para os riscos de uma escalada da inflação, que tenha um impacto negativo no dólar norte-americano.

"Os investidores podem começar o ano com perspetivas positivas para os mercados graças a três fatores: aumento da despesa com o novo governo Biden, maior adesão às vacinas e continuação do apoio da Fed.”

Mona Mahajan

US Investment Strategist da Allianz Global Investors

A gestora de ativos antecipa que a Administração Biden dê prioridade à colocação de dinheiro nas mãos dos consumidores e de volta à economia, enquanto o êxito da vacina pode libertar a procura reprimida, especialmente em áreas, como viagens e lazer, que podem beneficiar da reabertura da economia. Esse aumento da despesa pública não deverá encontrar oposição.

“Pode muito bem ser um presente de Natal tardio, mas parece que finalmente chegou. A onda azul que os mercados esperavam ansiosamente em novembro tornou-se realidade”, diz James Athey, diretor de investmento da Aberdeen Standard Investments sobre o empate no Senado que dá 50 lugares a Democratas e outros 50 a Republicados (com o desempate a ser feito pelo Presidente).

“Os mercados veem este resultado como um impulsionador de ainda mais apoio da política orçamental para a economia dos EUA devastada por vírus. É provável que isso cause uma subida das yields das Treasuries, especialmente em prazos mais longos, uma vez que os rendimentos terão que refletir expectativas de crescimento mais altas e maior oferta de obrigações do Tesouro”, considera Athey.

Aumento de impostos e regulação assustam

Mas nem todas as políticas do norte-americano agradam. Biden deverá ser sinónimo de mudanças ao nível da regulação e dos impostos, podendo, quando a pandemia estiver controlada e a atividade económica tenha recuperado, subir impostos e potencialmente tentar regular o setor da tecnologia. A concretizar-se — especialmente se a Fed também já tiver invertido as políticas –, esse cenário poderá levar os investidores a fecharem posições em ativos de risco, como as ações, voltando-se de novo para a segurança da dívida.

"Mais impostos sobre as empresas, os ganhos de capital e os lucros serão vistos como potencialmente negativos para o mercado acionista, assim como um ambiente regulatório mais oneroso. Regulamentação anti-trust e fiscalização mais robustas têm o potencial de sugar o vento das velas das big tech num momento em que as avaliações parecem cada vez mais difíceis de justificar.”

James Athey

Diretor de investimentos da Aberdeen Standard Investments

“Mais impostos sobre as empresas, os ganhos de capital e os lucros serão vistos como potencialmente negativos para o mercado acionista, assim como um ambiente regulatório mais oneroso. Regulamentação anti-trust e fiscalização mais robustas têm o potencial de sugar o vento das velas das big tech num momento em que as avaliações parecem cada vez mais difíceis de justificar”, aponta o diretor de investimentos da Aberdeen Standard Investments. Lembra ainda que a valorização do dólar (impulsionada pelo crescimento económica e subida das yields) pode também penalizar Wall Street.

Mas para já, não é esse o cenário base dos analistas que ainda veem espaço para Wall Street continuar a subir acompanhando os desenvolvimentos da pandemia, mesmo depois dos fortes ganhos. Após um ganho de 16% em 2020, o S&P 500 continua no verde este ano. O mesmo acontece com o Nasdaq (que disparou 47,6% no ano passado) e com o Dow Jones (que tinha somado 7,3%). E nem o risco imediato de uma transição mais violenta — o país reforçou fortemente as medidas de segurança no seguimento da invasão ao Capitólio por apoios de Trump — os parece assustar.

“Por incrível que pareça, os acontecimentos do passado dia 6 não tiveram grande impacto nos mercados. No seguimento dos motins em Washington, o S&P 500 subiu [0,6% no próprio dia e 1,5% no seguinte], tendo ganho quase 3% durante o resto da semana. Por isso, a menos que suceda algo verdadeiramente catastrófico, é pouco provável que novas cenas de violência, por si mesmas, venham a ter grande influência no sentimento dos investidores“, acrescenta Ricardo Evangelista, da ActivTrades.

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Yellen ataca atividades ilícitas com criptomoedas e pressiona cotações

A nomeada de Joe Biden como secretária do Tesouro mostrou preocupação com o uso de criptomoedas para atividades ilícitas e apelou a regulamentação por parte do Congresso.

Janet Yellen, ex-presidente da Fed e nomeada de Joe Biden como secretária do Tesouro dos EUA, sugeriu que o Congresso deve “cortar” o uso de criptomoedas no país, apontando para preocupações de que estes ativos — como a bitcoin — sejam “principalmente” usados para atividades ilegais.

Durante uma audição no Senado esta terça-feira, questionada sobre os eventuais perigos de terroristas usarem as criptomoedas, Janet Yellen respondeu: “Temos de garantir que os nossos métodos para lidar com estes assuntos, com o financiamento do terrorismo, mudam com a mudança da tecnologia. As criptomoedas são uma preocupação particular. Creio que muitas são usadas — pelo menos no sentido de transação — principalmente para financiamentos ilícitos”, respondeu.

De seguida, a ex-presidente da Fed acrescentou: “Julgo que temos mesmo de analisar formas em como podemos reduzir o uso [de criptomoedas] e garantir que o branqueamento de capitais não acontece através destes canais.”

Os comentários de Yellen, reportados pelo Business Insider, sugerem uma atitude mais hostil da nova Administração Biden face o fenómeno das criptomoedas. Pode ainda estar na base da queda dos preços das moedas virtuais esta quarta-feira: a bitcoin desvaloriza 7,07%, para 34.632,81 dólares; o Ethereum recua 12,74% e a Litecoin perde 13,80%.

Ao longo dos anos, a negociação de criptomoedas como a bitcoin tem sido relativamente livre em todo o mundo, com o modelo descentralizado destes ativos a mostrar-se um desafio para os reguladores. Desde o final do ano passado que a bitcoin e o mercado de criptoativos no geral tem vindo a atingir valorizações recorde, atraindo novamente a atenção dos supervisores depois do boom de 2017.

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Marca EUA perdeu valor com Trump. E a China está cada vez mais próxima

Biden herda a marca mais valiosa do mundo, avaliada em 23,7 biliões de dólares, mas a China ganha terreno rapidamente. Carlos Coelho fala na necessidade de reafirmar os pilares que sustentam a marca.

Um país é uma marca que se constrói e gere todos os dias. Mudem as administrações, mudem os contextos de mercado, a marca continua lá: adaptando-se, renovando-se e até reconstruindo-se. Nos dias que correm, num contexto de pandemia mundial e de incerteza económica, uma marca forte, com valores claros e com abertura a um diálogo transparente com os seus públicos interno e externo, pode fazer a diferença na sua posição global. Só identificando os pontos fortes e fracos se consegue melhorar a estratégia de crescimento no futuro, a reputação e impacto no cenário mundial.

Ter uma marca forte é um dos ativos mais estratégicos para qualquer nação, incentivando o investimento interno e externo, acrescentando valor às exportações, atraindo turistas e migrantes qualificados. E na verdade, tal como numa grande marca comercial, há circunstâncias que lhe conferem valor, mas o seu próprio valor pode diminuir por contextos globais, como uma pandemia ou uma má gestão da Marca Nação.

Esta quarta-feira, Joe Biden entra na Casa Branca com a Marca EUA avaliada em 23,7 biliões de dólares, a mais valiosa do mundo é certo, mas também com a China a encurtar, cada vez mais, a distância em relação ao líder e concorrente de longa data. A marca China ronda os 18,8 biliões, de acordo com o relatório anual “most valuable and strongest nation brands” da Brand Finance.

2020 colocou as empresas à prova, mas também as nações, resultado dos impactos económicos da Covid-19 nas previsões do PIB dos países e incerteza económica generalizada, e até face às perspetivas pouco otimistas a longo prazo. Segundo o mesmo relatório, o valor total das 100 principais marcas nacionais caiu dos 98 biliões de dólares em 2019 para 84,9 biliões em 2020, sendo claro que todas as nações sentiram um impacto significativo da crise de saúde nas suas economias.

“Os EUA e China permanecem numa liga própria”, ou seja, com larga vantagem em valor no ranking, ainda que num ponto frágil dada a guerra comercial entre os dois países, que aumentou durante a administração Trump. Como consequência, ou não, os Estados Unidos registaram uma quebra no seu valor de marca de 14%, e a grande questão que já se coloca é se com as presidências e a vitória de Biden, o futuro da Marca será ou não diferente da performance em queda dos últimos anos. Foi essa uma das questões que colocámos a Carlos Coelho, presidente da Ivity Brand Corp. e especialista na criação e gestão de marcas.

http://videos.sapo.pt/zejFTOkGqzm6J8Kzty4Z

No caso da China, o eterno rival em valor de marca, teve apenas uma queda de 4% em 2020, segundo o relatório, dada a rápida resposta do governo chinês ao surto da COVID-19. E com as medidas de estímulo económico dos últimos meses, a China torna-se na primeira grande economia a recuperar da pandemia e atualmente espera-se que seja a única economia do G20 a crescer este ano.

Por sua vez, na recuperação do valor da Marca Nação EUA, Biden conta com o domínio absoluto das marcas norte-americanas, que não só ajudam a economia, como contribuem para a reputação do próprio país: Amazon, Google, Apple e Microsoft conquistaram quatro dos cinco primeiros lugares no Relatório BrandFinance Global 500. “Mais uma vez, testemunhamos a China cada vez mais perto dos Estados Unidos. Este ano provou que não há onde se esconder quando se trata do desempenho económico de uma nação e a China mostrou a sua capacidade de recuperar a um ritmo meteórico – fornecendo um farol de esperança de que a recuperação também pode acontecer no cenário global”, explica David Haigh, CEO da Brand Finance.

Recorde-se que o cenário era outro em 2018, com a economia dos EUA a expandir-se a um ritmo acelerado: “À medida que Donald Trump se aproxima do início de seu terceiro ano na Casa Branca, a longo prazo, as perceções negativas de sua marca pessoal têm pouco impacto sobre a marca nacional como um todo. Em vez disso, as novas políticas de mercado livre repercutiram-se junto dos líderes empresariais e a economia está a crescer, impulsionando a força da marca e o valor da marca da América” comentava na altura David Haigh.

Uma marca pessoal que foi, no entanto, perdendo força no último ano e até nas últimas semanas. Depois dos ataques ao Capitólio – que muitos assumiram como um ataque à democracia, até as marcas se demarcaram de Trump. Em particular os gigantes Facebook e Twitter, que depois de tolerarem durante a sua presidência o seu discurso, decidiram agora silenciá-lo.

Mas não foram só as tecnológicas. Empresas mais mainstream como Airbnb, Amazon, American Express, AT&T, Best Buy, Cisco, Comcast, Dow, General Electric, Mastercard e Verizon, todas comunicaram que iriam deixar de contribuir para políticos que votassem contra a confirmação de Joe Biden enquanto presidente. Já a Comcast, um dos que mais contribui para as campanhas nos últimos anos, emitiu em comunicado: “A transição pacífica de poder é a base da democracia da América. Este ano, essa transição ocorrerá entre algumas das condições mais desafiadoras da história moderna e contra o pano de fundo da violência terrível que testemunhamos no Capitólio dos Estados Unidos. Neste momento crucial, o nosso foco tem de ser trabalhar juntos para o bem de toda a nação.”

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Católica já dá o ano como perdido e vê economia portuguesa a encolher 2% em 2021

Os economistas da Católica já dão o ano como perdido e antecipam uma contração da economia de 2% em 2021 em vez de um crescimento.

A Católica reviu significativamente em baixa as previsões económicas para 2021. Em vez de um crescimento de 2,5% este ano, os economistas colocaram agora como cenário central uma contração do PIB de 2%, o que é justificado pelo “confinamento severo” em que o país se encontra atualmente. Contudo, assumem que há muita incerteza e que não é de excluir que a recuperação posterior seja forte o suficiente para compensar as perdas do arranque do ano.

“Aquilo que era um evento de probabilidade importante, mas baixa, tornou-se uma certeza”, refere o Católica Lisbon Forecasting Lab na folha trimestral de conjuntura divulgada esta quarta-feira, explicando “esta previsão assume que a economia em 2021 deverá andar ao nível do terceiro ou quarto trimestres de 2020 se for possível aliviar as medidas de confinamento, mas baixará para valores não muito melhores do que os observados no segundo trimestre do ano passado em confinamentos semelhantes ao que está atualmente em vigor“.

Os economistas da Católica consideram que “tal poderá não ser suficiente para assegurar crescimento económico já este ano, especialmente num cenário de confinamento prolongado como o que se antecipa”. Contudo, não eliminam já a possibilidade do PIB crescer dada a “singularidade” da evolução da economia em tempos de pandemia e as “decisões não convencionais” dos Governos. “A hipótese de crescimento não pode ser excluída à partida, dado que o terceiro trimestre do ano passado ilustra bem a possibilidade de uma recuperação rápida quando se aliviam as medidas de confinamento”, consideram.

Como a incerteza das previsões é ainda “muito elevada”, a Católica define três cenários: um pessimista em que o PIB contrai 4% em 2021, um cenário central em que a contração é de 2% e um otimista em que cresce 3%. O Governo construiu o Orçamento do Estado para 2021 (OE 2021) assumindo que o PIB ia crescer 5,4% este ano. Entre as principais instituições que fazem previsões, a pior é a da OCDE que prevê um crescimento de apenas 1,7%.

Nos três cenários as previsões apontam para que Portugal tenha um desempenho pior do que o da Zona Euro, a qual continua a crescer 3% no cenário central e mesmo no cenário pessimista mantém o nível do PIB de 2020. No cenário otimista, o PIB da Zona Euro poderá crescer 6%.

Para o mercado de trabalho, a expectativa dos economistas não é tão pessimista quanto para o PIB. No cenário central, a taxa de desemprego sobe para os 7,6% (8,1% no cenário pessimista e 6,5% no cenário otimista), o que representa um agravamento ligeira. A OCDE, por exemplo, antevê uma subida do desemprego para os 9,5%.

A Católica antecipa também que vá ser necessário um Orçamento Suplementar em 2021 dada a “deterioração das contas públicas” superior ao esperado face a uma evolução pior da economia. “A economia portuguesa entra em 2021 num ambiente de elevada incerteza associada à evolução da pandemia, da administração de vacinas e das medidas de confinamento, bem diferente do que se antecipava há poucas semanas”, consideram, afirmando que “o Governo deverá acrescentar alguma incerteza a este quadro complexo por via do seu comportamento imprevisível e hesitante“.

Um 2021 pior do que o antecipado anteriormente irá contribuir para adiar ainda mais a plenitude da recuperação. Na visão dos economistas da Católica o crescimento dos anos de 2022 e de 2023 não será suficiente para recuperar o PIB registado em 2019, aumentando o número de anos “perdidos” por causa da crise pandémica. O cenário central é que o PIB cresça 4,5% em 2022, “por via da baixa probabilidade de confinamento nesse ano”, e 3,5% em 2023. A concretizarem-se estas previsões, o PIB ainda estará 3% abaixo do nível de 2019 no final de 2023.

PIB contraiu 8,4% em 2020. Economia cedeu no quarto trimestre

Estas previsões da Católica assumem que o PIB contraiu 8,4% no conjunto de 2020 — “o pior registo de sempre nas séries modernas da economia portuguesa” –, ligeiramente abaixo da queda de 8,5% prevista pelo Governo. No quarto trimestre, a economia voltou a encolher, em vez de manter a recuperação do terceiro trimestre, por causa das maiores restrições para controlar a pandemia: os economistas antecipam uma queda em cadeia de 2,8% e uma quebra homóloga de 9%.

A quebra teria sido ainda pior na ausência das medidas de apoio à economia introduzidas a partir de abril com destaque para os apoios ao emprego em situação de paragem, redução ou retoma de atividade, moratórias de crédito, concessão de novos créditos subsidiados e medidas de estímulo monetário do BCE”, lembra a Católica, referindo que a generalidade das economias está a registar “oscilações inusitadas”.

A atividade económica “está a evoluir de forma muito assimétrica” com o turismo a registar as maiores perdas, seguindo-se o retalho não alimentar (vestuário e calçado, por exemplo) ou os serviços de proximidade, ainda que com perdas menos pronunciadas. Já o retalho alimentar e o de bens tecnológicos “resiste” e setores como o da construção, indústria e agricultura “estão a resistir relativamente bem” à crise pandémica.

(Notícia atualizada às 12h13 com mais informação)

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Ironhack capta 16,5 milhões de euros. Quer alargar oferta no campus de Lisboa

A escola de tecnologia quer expandir a capacidade de aprendizagem remota e alargar a oferta formativa no campus de Lisboa, assim como crescer na área da formação para empresas.

A escola Ironhack fechou nova ronda de financiamento Série B de 16,5 milhões de euros (20 milhões de dólares), anunciou a empresa em comunicado. O investimento, liderado pelo fundo americano Lumos Capital e com a participação do Fundo Catalisador da Endeavor, e de outros investidores como a Brighteye e a Creas, vai servir para expandir a capacidade de aprendizagem remota e alargar a oferta formativa no campus de Lisboa, assim como permitir à empresa evoluir na área da formação das empresas.

“Esta ronda demonstra a nossa capacidade de crescimento e o sucesso da nossa oferta de formação remota e presencial adaptada às necessidades do mercado”, assinala Munique Martins, responsável pelo campus da Ironhack de Lisboa.

A Ironhack tem trabalhado, no país, “a reconversão de talento”. “A Ironhack será um elemento chave para ajudar a solidificar o mercado como um hub tecnológico, e para diminuir o desemprego, uma vez que nos permitirá aumentar a nossa oferta B2B e expandir as parcerias com grandes empresas portuguesas e startups, para aumentar o acesso à formação tecnológica – como é exemplo a parceria com a Fundação José Neves, que dá oportunidade aos alunos de fazerem o curso e só pagarem depois de estarem contratados, ou com a Zomato, onde a iniciativa de bolsas já ajudou a formar e empregar 50 alunos em 2020“, justifica ainda.

Segundo a Organização Internacional do Trabalho (OIT), estima-se que a pandemia da Covid-19 vá provocar um aumento do desemprego global em 25 milhões de pessoas. Com a aceleração digital motivada pela pandemia, a luta pelo talento especializado “em tecnologia e a necessidade de empregos mais resilientes” nunca foi tão elevada, refere o comunicado.

“De acordo com dados do Eurostat, é cada vez mais difícil para as empresas da EU preencherem vagas na área da tecnologia, sendo que em território português, 47% das empresas não o conseguem fazer. Desta forma, o investimento terá também impacto nas nossas principais missões: ajudar empresas a empregar talento tecnológico especializado mais rapidamente e manter o talento no país, requalificando-o e garantindo o acesso a melhores oportunidades de emprego. Por fim, ajudará a fortalecer o ensino remoto, dando acesso à experiência Ironhack a todos os cantos de Portugal, uma vez que já temos alunos da Madeira e Açores”, acrescenta Munique Martins.

Fundada em 2013, a Ironhack formou mais de 8.000 estudantes em todo o mundo e ajudou centenas de empresas a contratar talentos de topo à escala global, incluindo Visa, Capgemini, Siemens e Santander. Os últimos dados publicados pela escola (em julho de 2020), apontam para que 89% dos estudantes encontraram um emprego no prazo de 180 dias após a graduação. Em Portugal desde 2018, a escola já formou mais de 330 alunos. Em março, todos os cursos migraram para uma versão online, na sequência da pandemia de coronavírus.

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Pandemia fez aumentar a mortalidade em excesso na UE em 297 mil

Entre março e outubro de 2020, foram registadas cerca de 297.500 mortes a mais na UE face ao período entre 2016-2019. Abril foi o mês mais mortífero, com um aumento de cerca de 25%.

A pandemia do novo coronavírus fez acelerar a taxa de mortalidade na União Europeia (UE). Entre março e outubro do ano passado, morreram mais de 297 mil pessoas no bloco comunitário face ao período de 2016-2019. Abril foi o mês mais mortífero, com aumento de cerca de 25% em relação à média no período analisado.

No total, foi registado um acréscimo de cerca de 297.500 óbitos na UE entre março e outubro de 2020 em comparação com o mesmo período de 2016-2019, segundo os dados divulgados esta quarta-feira pelo Eurostat. O pico de mortalidade foi atingido em abril, com aumento de 24,9% em relação à média do mesmo mês no período 2016-2019.

Em abril, Portugal situou-se abaixo da média do bloco comunitário, com um aumento de 15,6% da taxa de mortalidade, colocando o país com o nono pior registo do espaço Schengen. A liderar a lista está Espanha, como um aumento de 78,9%, seguida da Bélgica (73,9%) e da Holanda (53,6%).

De acordo com o gabinete de estatísticas europeu, de maio a julho do ano passado registou-se um recuo da taxa de mortalidade na UE. Nesse sentido, em maio a taxa de mortalidade cresceu apenas 2,8%, em junho 1,9% (o mês mais baixo desde março) e em julho voltou a subir ligeiramente, tendo-se registado um aumento de 2,9%. Em contraciclo neste último mês referido, a taxa de mortalidade em Portugal aumentou 25,3%, colocando o país com o pior registo em toda a UE.

Apesar deste aparente recuo na generalidade dos países europeus, os óbitos voltaram a subir a partir de setembro, numa altura em que começou a surgir a segunda vaga da pandemia. Assim, em setembro a taxa de mortalidade aumentou 8% face à média entre 2016-2019 e 17% em outubro. Nestes dois meses, Portugal registou um aumento de 12,9% e 14,3% na mortalidade, respetivamente. Numa análise mais fina, é possível verificar que o país tinha o quinto pior registo em setembro e o 14.º em outubro.

Além disso, o Eurostat sublinha ainda que a mortalidade aumentou ainda mais em novembro na generalidade dos Estados-membros, ainda que não fosse possível aferir a taxa de mortalidade em alguns países, como em Itália e na Roménia. E foi mesmo em novembro, que Portugal atingiu a taxa de mortalidade mais elevada, desde o início do ano. Verificou-se um aumento de 25,5% face à média entre 2016-2019. De acordo com os dados da Direção-Geral de Saúde, nesse mês foram registados 2.070 por Covid-19 no país. Ainda assim, Portugal está na 19.ª posição dos países analisados, numa lista liderada por Polónia (aumento de 97,2%), seguida pela Bulgária (94,5%) e da Eslovénia (91,4%).

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Balanço de 2020 em eletricidade renovável

  • Capital Verde + APREN
  • 20 Janeiro 2021

A APREN e a Zero juntaram-se num webinar para debater os desafios, as oportunidades e as mudanças no setor da eletrificação renovável. Foi o primeiro do ciclo Debates Renováveis.

A APREN – Associação Portuguesa de Energias Renováveis arranca 2021 com o ciclo de webinars Debates Renováveis, uma série de debates mensais online com foco na energia renovável. O primeiro debruçou-se sobre o “Balanço de 2020 em Eletricidade Renovável” e contou com a participação de Francisco Ferreira, presidente da ZERO, e Pedro Amaral Jorge, CEO da APREN.

De acordo com um comunicado conjunto da APREN e da ZERO, ao longo de 2020 assistiu-se a uma significativa redução no consumo da eletricidade que, por sua vez, teve como consequência a redução dos preços do mercado grossista, tendo-se verificado também uma utilização inferior de combustíveis fósseis, que levou a uma redução abrupta das emissões de dióxido de carbono (CO2) do setor. Na realidade, estas atingiram mínimo de 20 anos, com 61,7% da energia geral em Portugal a ter origem em fontes renováveis.

Num ano que ficou marcado pela crise pandémica, com repercussões bem vincadas e visíveis no setor elétrico, o que foi mais marcante no âmbito da eletricidade renovável? Que lições e boas práticas para o futuro se podem retirar de 2020 ao nível do consumo energético mais sustentável? Qual será o grande e real benefício de desativar as centrais a carvão em Portugal e na Península Ibérica? E quais os desafios de Portugal para cumprir a meta de redução de emissões de gases com efeito de estufa para 55% até 2030, imposta pelo Green Deal?

Estas foram algumas das questões abordadas ao longo da sessão, que pode agora ser revista aqui:

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Comprar todas as casas em Espanha custaria 4,1 biliões de euros

Seriam precisos mais de quatro biliões de euros para comprar todas as casas construídas no país vizinho, ou mais de 18 mil milhões por mês para as arrendar.

Quanto custaria comprar todas as casas existentes em Espanha? O triplo do PIB espanhol. Esta é uma das conclusões do Idealista, citado pelo El País (conteúdo em espanhol), que calculou ainda o valor a desembolsar se alguém quisesse arrendar todas as habitações no país vizinho: 18.700 milhões de euros por mês. Desconhece-se, ainda assim, a quantas habitações se referem estes números.

4,1 biliões de euros. É este o preço para comprar todas as casas existentes em Espanha. É três vezes mais do que o PIB espanhol (1,24 biliões em 2019, devendo ser mais baixo em 2020 devido à pandemia) e apenas três países no mundo têm um PIB superior ao valor necessário para esta compra multimilionária — Estados Unidos, China e Japão, diz o jornal espanhol.

Numa análise mais fina por regiões, o estudo do Idealista mostra que a Catalunha (Barcelona) é a zona cujo parque habitacional tem o custo mais elevado: 791 mil milhões de euros, à frente de Madrid com 719 mil milhões de euros. Atrás aparecem as regiões da Andaluzia (619 mil milhões) e Valência (419 mil milhões). Nas ilhas, por exemplo, comprar todas as casas nas Baleares custaria 173 mil milhões e nas Canárias 160 mil milhões.

Se analisarmos por cidades, Madrid aparece no topo com um custo de 430 mil milhões de euros, à frente de Barcelona (250 mil milhões). Valência aparece imediatamente atrás (72 mil milhões), assim como Sevilha (58 mil milhões).

18.700 milhões de euros por mês de renda

Comprar costuma ser uma melhor opção do que arrendar casa mas, para quem não tivesse 4,1 biliões de euros prontos a investir, poderia sempre desembolsar menos, através do arrendamento. O mesmo estudo do Idealista concluiu que para arrendar todas as casas existentes em Espanha seriam precisos 18.700 milhões de euros por mês.

Numa análise por regiões, a Catalunha volta a estar no topo ao ter as casas mais caras: seriam precisos 3.500 milhões de euros por mês, face aos 3.000 milhões que seriam precisos para Madrid. Contudo, por cidades, o destaque vai para Madrid. Arrendar todas as casas existentes na cidade espanhola custaria cerca de 1.740 milhões de euros por mês, quase o dobro do que custaria arrendar toda a cidade de Barcelona (979 milhões).

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Netflix supera 200 milhões de subscritores a nível mundial

A plataforma de streaming Netflix tem ainda mais de 500 títulos em produção ou em fase de preparação para o lançamento. Receitas alcançaram 25 mil milhões de dólares em 2020, ano de pandemia.

A Netflix superou a fasquia dos 200 milhões de subscritores a nível global. No relatório com os resultados referentes ao quarto trimestre, divulgado pela empresa na terça-feira, a marca dá a conhecer que conta, atualmente, com 203,66 milhões de assinantes pagos em todo o mundo.

O trimestre resultou num aumento de subscritores na ordem dos 8,5 milhões, sendo que, durante a totalidade do ano, a plataforma de streaming foi capaz de angariar 37 milhões de assinantes, tendo também alcançado os 25 mil milhões de dólares em receita anual — um aumento de 24% em comparação com o período homólogo. Já no que toca ao lucro operacional, este cresceu “em 76%, para 4,6 mil milhões de dólares”.

Num ano fortemente impactado pela pandemia, dados recolhidos pela plataforma mostram que, entre as dez séries mais pesquisadas no Google no ano passado, nove eram produções originais da Netflix. Neste âmbito, a marca destaca ainda como mais de 100 milhões de pessoas viram a sua série The Crown desde o lançamento, enquanto Tiger King e The Queen’s Gambit atingiram os 62 milhões de espectadores em apenas quatro semanas.

A plataforma de streaming adiantou ainda, nos resultados do trimestre, que tem mais de 500 títulos em produção ou em fase de preparação para o lançamento, esclarecendo que já não vai precisar de angariar mais financiamento para as suas operações quotidianas.

Tudo isto acontece ainda num contexto de concorrência elevada, que nunca antes tinha sido sentida pela Netflix, nomeadamente devido ao surgimento recente de plataformas alternativas, como a Disney+, HBO Max e Peacock, aguardando-se ainda o nascimento da Paramount+ durante o ano de 2021.

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Recuperação da economia “interrompida” em novembro, mas dezembro foi melhor

O INE divulgou esta quarta-feira a síntese económica de conjuntura de dezembro e os números mostram que novembro foi o pior mês do quarto trimestre. Em dezembro houve uma melhoria.

A economia portuguesa registou em novembro, altura em que foi reintroduzido o estado de emergência, o seu pior mês desde que a recuperação arrancou em maio. Porém, as festividades de dezembro trouxeram uma maior atividade económica que levou a uma melhoria da economia no último mês do ano. Os dados constam da síntese económica de conjuntura de dezembro divulgada esta quarta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).

O gabinete de estatísticas começa por dizer que “a informação disponível para novembro e dezembro revela uma interrupção da recuperação parcial da atividade económica observada desde maio“. Ou seja, no seu conjunto, nestes dois meses registou-se uma interrupção do crescimento da economia portuguesa, após a desaceleração sentida nos meses anteriores.

Contudo, dezembro, em comparação com novembro — que foi o pior mês do quarto trimestre, de acordo com o INE –, registou melhorias, o que não deve estar alheio à atividade económica gerada pelas festividades. “Os indicadores de confiança dos consumidores e de clima económico aumentaram em dezembro face ao mês anterior“, escreve o gabinete de estatísticas, acrescentando que “o mesmo sucedeu com os indicadores de confiança na indústria transformadora, na construção e obras públicas e, de forma ligeira, no comércio“.

O indicador de clima económico, que sintetiza os saldos de respostas extremas das questões relativas aos inquéritos às empresas, “aumentou ligeiramente” em dezembro, após ter interrompido em novembro a retoma observada desde maio.

Fonte: Instituto Nacional de Estatística (INE).

O indicador de confiança dos consumidores também aumentou, após a diminuição registada em novembro, retomando o patamar “relativamente estável” em que estava desde junho. Segundo o INE, o aumento da confiança dos consumidores em dezembro é justificado principalmente pelo contributo positivo das perspetivas sobre a evolução futura da situação económica do país. Em menor grau, as opiniões e expectativas sobre a situação financeira pessoal e as perspetivas de realização de compras importantes também ajudaram.

Em dezembro, apenas a confiança dos serviços — o que inclui o turismo — é que continuou a tendência de diminuição. “A evolução do indicador resultou do contributo negativo das perspetivas sobre a evolução da procura, enquanto as apreciações sobre a evolução da carteira de encomendas e as opiniões sobre a atividade da empresa registaram contributos positivos“, explica o INE, referindo que as maiores quedas verificaram-se nas “Atividades de Informação e Comunicação”, seguindo-se as secções de “Outras Atividades de Serviços”, “Transportes e Armazenagem” e ”Alojamento, Restauração e Similares”.

Na Zona Euro, a tendência foi semelhante. Em novembro houve uma diminuição da atividade económica e da confiança dos agentes económicos, mas com dezembro vieram melhores indicadores. O indicador de sentimento económico da Zona Euro aumentou no último mês do ano numa dimensão que “quase” compensou a diminuição registada em novembro. A confiança dos consumidores também aumentou em dezembro.

(Notícia atualizada às 11h31 com mais informação)

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Número de desempregados voltou a subir em dezembro para os 402.254

O total de desempregados registados no país em dezembro, mais de 400 mil, foi mais do que o verificado no mesmo mês de 2019. Foi também 1% superior a novembro.

No último mês de 2020, existiam em Portugal 402.254 desempregados registados nos Serviços de Emprego do Continente e Regiões Autónomas, de acordo com os dados divulgados pelo Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP). Este número representa uma subida face ao mesmo mês de 2019, bem como ao mês anterior.

O total de desempregados registados no País foi superior ao verificado no mesmo mês de 2019, uma subida de 91.772 pessoas (29,6%) e face ao mês anterior, de mais 3.967 pessoas (+1,0%), de acordo com o IEFP. Depois de dois meses em queda, o número de desempregados registados voltou assim a subir.

Apesar de todos os grupos terem contribuído para este aumento no número de desempregados, destacam-se “as mulheres, adultos com idade igual ou superior a 25 anos, os inscritos há menos de um ano, os que procuravam novo emprego e os que possuem como habilitação escolar o secundário”, nota o IEFP.

Olhando para o mapa, em dezembro, o desemprego registado aumentou em todas as regiões do País. Tal como já tem vindo a acontecer, o Algarve, região com uma forte componente turística, que foi das mais afetadas pela pandemia, é o destaque, com um aumento homólogo de 60,8%. Já Lisboa e Vale do Tejo registou uma subida de 41,1%, enquanto na Madeira o aumento foi de 31,3%.

No que diz respeito às atividades onde se verificou uma maior subida do desemprego, o destaque vai para os serviços, nomeadamente no alojamento, restauração e similares (+57,7%), transportes e armazenagem (+44,3%) e atividades imobiliárias, administrativas e dos serviços de apoio (+41,5%). Já no setor “secundário”, sobressai a indústria do couro e dos produtos do couro (+51,6%) e da fabricação de veículos automóveis, componentes e outros equipamentos de transporte (+34,9%).

Já as ofertas de emprego por satisfazer, no final de dezembro de 2020, “totalizavam 10.862, nos Serviços de Emprego de todo o país”, o que se traduz numa redução anual de 5,6%, e a uma diminuição mensal de 21,7% das ofertas disponíveis. Quanto às colocações realizadas durante esse mês, foram 4.632, o que é menos do que em 2019 e do que no mês anterior.

(Notícia atualizada às 11h40)

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