246.800 eleitores pediram para votar já no domingo para as Presidenciais

  • Lusa
  • 15 Janeiro 2021

O número de eleitores que preferiram o voto antecipado mais do que quadruplicou nestas eleições presidenciais face às legislativas de 2919.

Mais de 246 mil pessoas pediram o voto antecipado em mobilidade para as presidenciais de 24 de janeiro, quatro vezes mais do que para as legislativas de 2019, anunciou esta sexta-feira o Ministério da Administração Interna (MAI).

Até às 23h59 de quinta-feira, fim do prazo para a inscrição no voto antecipado, registaram-se 246.880 eleitores, de acordo com um mapa detalhado com o número de pedidos por concelho, publicado pelo MAI.

Nas últimas legislativas, em 2019, 50.638 eleitores votaram antecipadamente, tendo-se inscrito 56.287. Comparando com as legislativas de 2919, o número mais do que quadruplicou para estas presidenciais.

Os portugueses que não puderem votar nas presidenciais em 24 de janeiro podiam pedir, até à meia-noite de quinta-feira, para exercer o seu direito de voto uma semana antes, numa mesa de voto à sua escolha.

O voto antecipado em mobilidade foi alargado por lei aprovada no parlamento e pode ser feito na sede de cada um dos 308 concelhos do país, em vez da sede do distrito, como aconteceu nas eleições europeias e legislativas de 2019.

No dia 17 de janeiro, o eleitor vota na mesa do local escolhido, de acordo com a alteração à lei, aprovada em outubro pela Assembleia da República. E se não votar nesse dia, pode sempre fazê-lo no domingo seguinte.

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#2 Pedimos emprestado e ainda nos pagam. E a Galp sem energia

  • ECO
  • 15 Janeiro 2021

O Estado financia-se a juros negativos e a Galp mudou de presidente a meio do mandato. É o episódio #2 d'O Mistério das Finanças, com António Costa e Pedro Santos Guerreiro... desconfinados.

Na semana de início de um novo confinamento, o Estado Português colocou 500 milhões de euros a dez anos a uma taxa de -0,012%. Como é isto possível se a dívida pública está, ainda por cima, na casa dos 135% do PIB? E o que aconteceu na Galp, uma das maiores empresas com sede em Portugal, para que o seu presidente saísse da empresa a meio de um mandato?

Estes são dois casos explicados pelos jornalistas António Costa e Pedro Santos Guerreiro neste episódio d’ “O Mistério das Finanças”, podcast semanal do ECO. Espaço ainda para as medidas económicas do Governo para o confinamento na rubrica “A boa e a má moeda”. E para um olhar sobre “as manchetes dos leitores”, a partir das notícias mais lidas e partilhadas na última semana no ECO.

  • Pode ouvir O Mistério das Finanças na íntegra nas principais plataformas, como o Spotify e Apple Podcasts.

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“Nacionalismo da vacina é contraproducente e atrasará recuperação mundial”, lamenta António Guterres

No dia em que o mundo passa a barreira de dois milhões de mortos por Covid-19, o secretário-geral das ONU lamenta que a vacina não esteja a chegar a todos os país de forma igualitária.

A pandemia da Covid-19 já tirou a vida a dois milhões de pessoas a nível mundial. O número de infetados não pára de aumentar e são vários os países do mundo que estão confinados para tentar travar a propagação do vírus. Para a Organização das Nações Unidas, este número foi agravado pela “ausência de um esforço global coordenado” e lembra que o “mundo deve agir com uma solidariedade muito maior”.

Para a ONU, a tão esperada vacina veio dar esperança ao mundo, mas veio provocar ainda mais desigualdades. O secretário-geral das Organização das Nações Unidas, António Guterres, refere que a “ciência está a ter sucesso, mas a solidariedade está a falhar”. Explica que a vacina não está a chegar a todos os países de forma igualitária e que o “nacionalismo da vacina é contraproducente”. “Os governos têm a responsabilidade de proteger suas populações, mas o “nacionalismo da vacina” é contraproducente e atrasará a recuperação global”, lamenta.

Face à crise sanitária e económica que o mundo está a enfrentar, o secretário-geral das Organização das Nações Unidas afirma que a “Covid-19 não pode ser derrotada em um país de cada vez” e que as “principais economias do mundo têm uma responsabilidade especial”, destaca António Guterres, num vídeo da ONU enviado à comunicação social.

António Guterres pede que “os países se comprometam agora a compartilhar o excesso de doses de vacinas” e sugere que os “fabricantes aumentem seu compromisso de trabalhar com os mecanismos da COVAX e com países em todo o mundo para garantir fornecimento suficiente e distribuição justa”. A ONU garante que estão “empenhados em garantir que as vacinas sejam vistas como bens públicos globais – uma vacina do povo”.

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Já morreram mais de dois milhões de pessoas por Covid-19 em todo o mundo

  • ECO
  • 15 Janeiro 2021

A pandemia já provocou mais de dois milhões de vítimas mortais em todo o mundo, de acordo com os dados do site Coronavirus Research Center.

A pandemia já provocou mais de dois milhões de vítimas mortais em todo o mundo, de acordo com os dados do site Coronavirus Research Center. Os Estados Unidos e o Brasil são os países com mais mortes registadas até ao momento.

De acordo com aquela plataforma, contam-se já 2.000.905 mortes de pessoas infetadas com a doença, das quais 389.581 nos Estados Unidos, 207.095 no Brasil e 151.918 na Índia. No top 10 estão ainda o México (137.916), Reino Unido (87.448), Itália (81.325), França (69.452), Rússia (63.558), Irão (56.621) e Espanha (53.079). Portugal surge como o 34.º país com mais vítimas mortais registadas até ao momento, num total de 8.543.

No que diz respeito a casos de infeção, contam-se 93.418.283 de pessoas infetadas com o coronavírus em todo o mundo, novamente com os Estados Unidos (23.362.050) a liderar, à frente da Índia (10.527.683) e do Brasil (8.324.294). Aqui, Portugal surge na 28.ª posição com um total de 528.469 casos desde o início da pandemia no país, em março.

Os dados do Coronavirus Research Center dão conta de 51.536.442 pessoas recuperadas da doença desde o início da pandemia.

(Notícia atualizada às 18h19 com mais informação)

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TAP perde diretor financeiro no arranque da reestruturação

Raffael Quintas vai deixar todos os cargos que ocupava na companhia aérea, incluindo o de CFO. Era o último administrador nomeado pelo ex-acionista David Neeleman.

O diretor financeiro da TAP, Raffael Quintas, vai deixar a companhia aérea, numa altura em que esta está prestes a entrar em reestruturação. A saída do brasileiro — que estava ligado ao anterior acionista David Neeleman — já tinha sido anunciada aos trabalhadores e foi agora comunicada à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

“Raffael Guarita Quintas Alves apresentou a sua renúncia ao cargo de Vogal do Conselho de Administração da TAP, com efeitos na presente data. Mais se informa que o Senhor Dr. Raffael Guarita Quintas Alves apresentou igualmente renúncia aos demais cargos por si assumidos na estrutura administrativa das restantes entidades que compõem o Grupo TAP, incluindo na TAP – Transportes Aéreos Portugueses, SGPS, S.A”, comunicou a empresa ao mercado.

O último administrador nomeado pelo ex-acionista David Neeleman vai assim sair da Comissão Executiva da TAP. Desempenhava funções como Representante para as Relações com o Mercado de Capitais e com a CMVM e como CFO. No caso da primeira, foi já substituído por Renato Salomone e, na segunda, poderá ser escolhido apenas na mesma altura que o novo CEO.

A TAP está prestes a arrancar com um plano de reestruturação (cuja proposta feita pelo Governo está atualmente à espera de resposta da Comissão Europeia) e será já a nova equipa de gestão a implementá-lo. Ramiro Sequeira substituiu de forma provisória o anterior CEO Antonoaldo Neves (que foi afastado aquando também da saída do acionista David Neeleman), mas que ficará apenas até ser terminado o processo de recrutamento internacional em curso, que o Governo espera que fique concluído no primeiro trimestre do ano.

Feitas as contas aos gestores eleitos para o mandato para o triénio 2018/2020, continuam apenas os cinco administradores nomeados pelo Estado. Em sentido contrário, entraram Ramiro Sequeira, bem como os vogais Alexandra Reis e José Manuel Rodrigues.

(Notícia atualizada às 18h05)

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Ex-gestoras do BPP ouvidas sobre caso de João Rendeiro

  • Lusa
  • 15 Janeiro 2021

Em causa está o caso em que João Rendeiro é acusado de burlar o diplomata Júlio Mascarenhas em 250 mil euros. O julgamento prossegue no dia 22 de fevereiro.

O Juízo Central Criminal esteve esta sexta-feira a ouvir ex-gestoras de conta ‘private’ do BPP, na qualidade de testemunhas arroladas pela acusação, sobre as condições em que a subscrição de produtos financeiros como obrigações subordinadas eram apresentadas aos clientes.

Na origem deste julgamento, em que João Rendeiro, ex-presidente executivo do Banco Privado Português (BPP), e ainda os ex-administradores Paulo Guichard e Salvador Fezas Vital são acusados dos crimes de burla qualificada, está a queixa do embaixador jubilado Júlio Mascarenhas que, em 2008, investiu 250 mil euros em obrigações do BPP, poucos meses antes de a instituição liderada por João Rendeiro pedir um aval do Estado de 750 milhões de euros para repor a liquidez.

Júlio Mascarenhas, representado pelo advogado Francisco Teixeira da Mota, exige que João Rendeiro e os outros dois ex-administradores acusados o indemnizem em mais de 377 mil euros por considerar ter sido enganado pela sua gestora de conta que alegadamente o convenceu de que estava a investir num produto com juros e capital garantido e não num produto de risco.

A antiga gestora de conta do diplomata, Eva Santo António, uma das duas testemunhas ouvidas esta sexta-feira, trabalhou no BPP entre 2006 e 2010, tendo o tribunal procurado perceber as circunstâncias em que contactou com o embaixador Júlio Mascarenhas e os motivos que o levaram a subscrever aquele produto.

Em tribunal, a antiga gestora de conta referiu ter apresentado ao queixoso produtos disponíveis para este investir, nomeadamente depósito a prazo ou a subscrição de obrigações subordinadas, tendo em conta o seu perfil de investidor que classificou como de “conservador moderado”.

Ao longo da audição, Eva Santo António, que invocou várias vezes falta de memória, adiantou nunca ter dito ao cliente que a subscrição de obrigações subordinadas fosse igual a um depósito a prazo. Perante a insistência do Ministério Público e do juíz sobre se tinha transmitido ao cliente o risco inerente a este tipo de produto, referiu ter dito que o risco inerente era haver um problema com o banco, o que na altura “não se colocava”.

“Disse-lhe que tinham riscos diferentes e que o destas [obrigações] estava indexado ao banco, não lhe falando de que o banco teria problemas porque desconhecia os problemas que vieram a verificar-se no BPP”, afirmou.

O tribunal tentou ainda perceber que tipo de relação tinha a testemunha com o queixoso – que já conhecia como cliente do banco onde trabalhou antes do BPP – e a forma como o levou a aplicar dinheiro em produtos neste banco.

O julgamento prossegue no dia 22 de fevereiro, tendo a sessão desta sexta-feira sido suspensa devido à falta de uma das testemunhas arroladas pela acusação – João Ermida, devido a um problema de saúde. Nesse dia serão ouvidas as testemunhas de defesa.

A sessão desta sexta-feira, que decorreu sem a presença dos arguidos, começou com algum atraso na sequência do pedido dos advogados de ambas as partes terem solicitado a mudança para uma sala maior, alegando que a que estava indicada não tinha condições para que fossem cumpridas as regras de distanciamento impostas pela necessidade de conter a pandemia.

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Limitação à venda de certos bens nos supermercados é “errada”, argumenta a CIP

A CIP refere que esta medida não traz "qualquer benefício em termos de saúde pública", penalizando, além do mais, as empresas e os próprios consumidores.

O Governo anunciou, esta quinta-feira, que ia proibir os super e hipermercados de venderem bens que não fossem de primeira necessidade, como é o caso de roupa, artigos desportivos e livros, pelo facto das lojas que comercializam esse tipo de produtos estarem também, durante o período de confinamento, encerradas. Em reação, a Confederação Empresarial de Portugal (CIP) classificou a medida de “errada”.

Em comunicado de imprensa, a CIP argumenta que esta é uma medida que vem “privar ou dificultar o acesso dos consumidores a um leque alargado de bens” e que, por outro lado, “vem causar maiores danos económicos às empresas portuguesas que têm nos super e hipermercados um importante canal de comercialização da sua produção”.

A confederação defende ainda que esta medida está “longe de proteger os pequenos comerciantes que foram obrigados a encerrar os seus estabelecimentos”, na medida em que outros canais de venda, “como as plataformas eletrónicas”, continuam totalmente operacionais.

Não vendo de que forma esta tomada de decisão possa trazer “qualquer benefício em termos de saúde pública”, penalizando, além do mais, as empresas e os próprios consumidores que por ela são afetados, a CIP apela ao Executivo que “reequacione (…) melhores formas de acautelar os legítimos interesses do pequeno comércio a retalho”, após uma ponderação cuidada dos “custos e benefícios que esta medida comporta” para a economia portuguesa.

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Von der Leyen espera lançar a “bazuca” até ao final da presidência portuguesa da UE

Vários membros da Comissão Europeia estão esta sexta-feira em Portugal para uma ronda de reuniões sobre o programa e as prioridades da presidência portuguesa do Conselho da União Europeia.

A presidente da Comissão Europeia espera que tudo esteja pronto até ao final da presidência portuguesa para começar a libertar os primeiros pagamentos do fundo de recuperação europeu. A expectativa de António Costa é que os países ratifiquem a legislação dos recursos próprios até ao final do primeiro trimestre, o que irá permitir a emissão de dívida por parte da Comissão Europeia em nome da União Europeia.

O nosso objetivo é que o dinheiro do #PróximaGeraçãoUE [fundo de recuperação europeu] comece a chegar às nossas pessoas e às nossas empresas antes do final da presidência portuguesa“, disse Ursula Von der Leyen numa conferência de imprensa conjunta com o primeiro-ministro português a partir da sede da presidência portuguesa do Conselho da União Europeia no Central Cultural de Belém.

De seguida, Costa revelou que escreveu uma carta aos chefes de Estado dos 27 países da União Europeia para apelar a que façam a ratificação da legislação dos recursos próprios até ao final do primeiro trimestre. No caso de Portugal, o Conselho de Ministros aprovou esta semana uma resolução que irá ser votada pela Assembleia da República até ao final deste mês, indicou o primeiro-ministro.

Anteriormente, o ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, indicou ao ECO que a sua expectativa é que esse processo fosse concluído a tempo da Comissão Europeia ir aos mercados financeiros emitir dívida em nome da União Europeia no início do segundo trimestre. Até lá, os países têm de entregar os planos nacionais de recuperação e resiliência (PRR), tal como Portugal fez em outubro do ano passado, para que este seja validado pela Comissão Europeia. Além disso, caberá à presidência portuguesa fechar a negociação com o Parlamento Europeu sobre os regulamentos necessários.

Vários membros da Comissão Europeia estão esta sexta-feira em Portugal para uma ronda de reuniões sobre o programa e as prioridades da presidência portuguesa do Conselho da União Europeia. Durante a manhã decorreu uma reunião entre o primeiro-ministro português e a presidente da Comissão Europeia, assim como encontros bilaterais entre os ministros das várias pastas e os respetivos comissários europeus.

Von der Leyen apelou a todos os Estados-membros que concluam o processo de entrega dos planos nacionais “mais depressa possível”, referindo será um “momento muito interessante” quando a Comissão Europeia for pela primeira vez aos mercados financeiros emitir dívida em nome da UE com esta dimensão (750 mil milhões de euros). A presidente da Comissão Europeia notou que serão emitidas obrigações verdes e sociais nesta emissão conjunta da UE. A “situação ótima” seria que, assim que fosse concluída a ratificação nos Parlamentos nacionais e a emissão de dívida, a Comissão possa libertar o primeiro pagamento (corresponde a cerca de 10% do total) aos países.

António Costa fez apelos semelhantes, notando a “urgência” de se concluir os instrumentos que foram “concebidos” durante a presidência alemã, a qual elogiou. Um elogio “especial” foi também dado à Comissão Europeia quando falou do “trabalho extraordinário das instituições europeias”. Agora é o momento de “disparar a bazuca europeia”, disse, recordando a expressão que o próprio ajudou a colocar no discurso.

Ursula Von der Leyen visita Lisboa a propósito da Presidência do Conselho Europeu - 15JAN21
Ursula Von der Leyen visita Lisboa a propósito da presidência portuguesa do Conselho da União Europeia.Hugo Amaral/ECO

Regras orçamentais só quando economia voltar a 2019

Questionados sobre a reativação das regras orçamentais, ambos remeteram a questão para mais tarde. António Costa foi mais concreto ao dizer que só “devemos voltar à aplicação das regras quando chegarmos ao nível do PIB de 2019”. O primeiro-ministro português considera que primeiro é preciso “sair da crise mais fortes, mais verdes, mais digitais e que haja uma recuperação justa para todos”.

Pelo lado da Comissão Europeia — que é a instituição que fiscaliza o cumprimento das regras orçamentais europeias –, Ursula Von der Leyen quis deixar “claro” de que neste momento a ajuda orçamental tem de continuar e confirmou que em 2021 a exceção da aplicação das regras vai continuar. “Não vamos colocar prazos, mas condições“, disse, sinalizando que concorda com o critério do regresso do PIB aos níveis anteriores aos da crise para que se volte a aplicar limites ao défice. “Estamos no meio de uma crise severa pelo que não pode haver mudanças neste momento”, garantiu.

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Lojistas congratulam-se com novos apoios, mas dizem que “não vão evitar despedimentos e falências”

A Associação de Marcas de Retalho e Restauração vê com bons olhos os apoios anunciados no âmbito do novo confinamento, mas defende a extensão das moratórias de crédito.

A maior parte das lojas inseridas nos centros comerciais estão de portas fechadas desde esta sexta-feira, na sequência do novo confinamento. O Governo anunciou novos apoios para estas empresas, apoios esses que os lojistas consideram positivos, embora admitam que não vão ser suficientes para impedir despedimentos e falências. Uma ajuda que seria importante, referem, seria a extensão das moratórias de crédito.

“Vai ser muito duro para o negócio, vai fechar tudo novamente”, começa por dizer ao ECO Miguel Pina Martins, presidente da Associação de Marcas de Retalho e Restauração (AMRR), referindo, contudo, que os lojistas já vinham a contar com este novo confinamento desde o início do ano.

O também CEO da Science4You nota que as expectativas já eram de um encerramento e que até houve uma certa surpresa com algumas das exceções definidas. Mas, apesar de ser algo com que já estavam à espera, não houve muita preparação que pudesse ser feita. “Não havia muito a preparar. As empresas estão com o mínimo de trabalhadores possíveis e, mesmo abertas, as vendas são baixas”, diz, notando que “seria muito mais grave se isto tivesse acontecido a 15 de dezembro”, por exemplo, em plena altura de compras de Natal.

Sobre os apoios anunciados pelo Governo para as empresas que estão obrigadas a encerrar, Miguel Pina Martins refere que “suficientes nunca são, mas são positivos dentro do possível”. “É muito difícil que sejam suficientes, porque não vão evitar despedimentos nem insolvências. Mas é melhor do que não ter nada”, afirma, dizendo ser “importante que os apoios cheguem ao terreno o mais rapidamente possível”.

Apesar disso, o presidente da AMRR defende que estender as moratórias de crédito, cujo prazo de adesão termina a 31 de março, seria uma ajuda fundamental. “Era muito importante estender as moratórias. E começar já — principalmente a parte que não tem juros –, especialmente para os setores que estão a fechar”, nota. “Seria um fator chave que isso fosse aprovado, pelo menos, até ao final do ano. Mas acho que terá de ser mais tempo, provavelmente até março de 2022”, afirma.

Miguel Pina Martins nota que há cerca de dois ou três meses os números apontavam para entre 50.000 a 75.000 pessoas despedidas no setor e que a “tendência é para se agravar”. E que mesmo depois de terminar o confinamento a recuperação será “lenta”. “Mas se há um entendimento mundial de que os casos passam do retalho e da restauração, temos de aceitar e, acima de tudo, esperar que passe depressa para reabrirmos portas”, remata.

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Manter hotéis abertos sem poder prestar serviços “é absurdo”, diz AHP

A hotelaria considera "incompreensível que os hotéis não possam prestar serviço de refeições aos hóspedes", referindo não haver "capacidade para prestar o serviço em room service".

A hotelaria critica duramente a posição adotada pelo Governo em relação ao setor neste novo confinamento. Para a Associação da Hotelaria de Portugal (AHP), encerrar os serviços dos hotéis vai ser penalizador para as empresas, numa altura em que cerca de 90% estão encerradas devido à pandemia. A entidade afirma ainda que esta decisão demonstra um “desconhecimento total” da realidade hoteleira.

No âmbito do novo confinamento, o Governo permitiu que os hotéis continuassem a receber hóspedes, no entanto decretou que os serviços dos hotéis, como bares e restaurantes, terão de encerrar. Para a AHP, é “incompreensível que os hotéis não possam prestar serviço de refeições aos hóspedes”.

Referindo que, atualmente, entre 80% a 90% das unidades hoteleiras estão encerradas, que as poucas que se encontram abertas estão a fazer um “verdadeiro serviço público” e que a maioria dos trabalhadores do setor está em lay-off, a associação salienta que “não há sequer capacidade para prestar o serviço em room service, como é agora indicado pela lei”.

“Estas medidas são desnecessárias em termos sanitários e profundamente desastrosas”, diz o presidente da AHP, Raul Martins, citado em comunicado, referindo ser “lamentável” que o setor não tenha sido consultado previamente. “Os poucos empregados de mesa que ainda estão a trabalhar não são trabalhadores que fazem room service (…) e nem sequer nos deram tempo de prevenir os clientes e de escoar os produtos alimentares adquiridos para a prestação do serviço de refeições“, acrescenta.

Assim, o responsável afirma ser “lamentável” que “o Governo não tenha pura e simplesmente determinado o encerramento dos hotéis permitindo-lhes aceder ao regime de lay-off simplificado”. E explica que as medidas decretadas “trazem outros custos económico-financeiros para as empresas”, pelo que “manter as unidades abertas sem poder prestar serviços é absurdo”.

Raul Martins salienta que se estas medidas não forem revistas “de imediato”, serão “necessárias compensações a fundo perdido, reforço e alargamento dos apoios financeiros às empresas e uma via-verde para o acesso às medidas de lay-off simplificado“.

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#VermelhoemBelem. Ataque de Ventura a Marisa gera onda de condenações no Twitter

  • Tiago Lopes
  • 15 Janeiro 2021

Um ataque de André Ventura contra Marisa Matias gerou uma onde de condenações no Twitter.

Um comentário de André Ventura a Marisa Matias está a gerar uma vaga de reações na rede social Twitter. Vários utilizadores estão a publicar fotografias com os lábios pintados de batom vermelho como protesto contra a declaração do líder do Chega e candidato presidencial.

Durante uma ação de campanha em Portalegre na noite de quarta-feira, referindo-se à também candidata do Bloco de Esquerda Marisa Matias, André Ventura atirou: “Não quero dizer nada de que me arrependa amanhã, mas não está muito bem em termos de imagem, de performance. Assim com os lábios muito vermelhos, como se fosse uma coisa de brincar.”

A declaração voltou a agitar a campanha eleitoral das Presidenciais. Depois deste comentário, a candidata bloquista publicou no Twitter uma fotografia acompanhada da hashtag “#VermelhoemBelem”, que rapidamente ficou viral.

O tema foi mesmo um dos assuntos mais falados no Twitter e deu origem a uma corrente de protesto, com vários utilizadores a replicarem a mesma hashtag, acompanhada de fotografias com os lábios pintados de vermelho, para condenarem as palavras do líder do Chega.

A candidata presidencial Ana Gomes, que também tem sido visada das críticas acutilantes de André Ventura, ao ser apelidada de “contrabandista”, reagiu no Twitter com um vídeo onde aparece a pintar os lábios de vermelho:

Outros utilizadores aderiram à tendência. O deputado do Bloco de Esquerda, Pedro Filipe Soares, também acompanhou o movimento: “Ouvi dizer que o batom vermelho incomoda a extrema-direita!”, escreveu no Twitter.

Migue Costa Matos, deputado do PS e líder da Juventude Socialista, escreveu que “nenhum homem deve comentar as escolhas estéticas de uma mulher para a denegrir.”

A deputada do Bloco de Esquerda, Joana Mortágua, também preparou um vídeo onde aparece a pintar os lábios de vermelho.

Já esta sexta-feira, Marisa Matias reagiu às declarações de André Ventura considerando que este “insulto não diz nada sobre as mulheres, mas tudo sobre esse senhor”, referindo-se ao líder do Chega.

A candidata mostrou-se satisfeita com a onda de solidariedade que foi criada nas redes sociais. “Fico mesmo muito feliz com a onda de solidariedade que se criou, não só em relação a mim, mas em relação a todos as mulheres que ainda hoje têm que ouvir este tipo de comentários”, disse esta sexta-feira no final de uma ação de campanha no SOS Animal, em Lisboa.

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Confinamento leva bolsa à primeira queda semanal desde outubro

Desde a última semana de outubro que o PSI-20 não fechava uma semana com saldo negativo.

Terminou esta sexta-feira um ciclo de dez semanas de ganhos na bolsa nacional, com o PSI-20 a registar uma queda semanal de 4%, isto quando o país voltou ao confinamento generalizado que se deverá estender ao longo de um mês, pelo menos.

A sessão do dia em Lisboa encerrou com o principal índice a cair 1,51% para 5.038,24 pontos, o que agravou as perdas acumuladas desde segunda-feira para 3,95%. Desde a última semana de outubro que o PSI-20 não fechava uma semana com saldo negativo.

Apenas duas cotadas portugueses tiveram uma sexta-feira positiva: a Sonae e a Jerónimo Martins, com avanços de 1,76% e 1,19%, respetivamente. As duas retalhistas poderão manter as suas cadeias de super e hipermercados (Continente e Pingo Doce) abertas durante o período de confinamento, embora o ministro da Economia já tenha anunciado que vai impor restrições no tipo de produtos que poderão vender.

Por seu turno, a Galp e o BCP registaram as maiores quedas, com baixas de 4,67% e 3,06%. A EDP caiu 0,89% para 5,346 euros, ligeiramente acima do valor de venda de um bloco de 100 milhões de ações que o acionista chinês China Three Gorges realizou esta quinta-feira. “Esta movimentação reforça a nossa visão de que a China Three Gorges tornou-se num investidor financeiro na EDP”, assumem os analistas do CaixaBank/BPI. Após esta transação, os chineses ficam com 19% do capital da elétrica nacional.

Lá por fora, o dia também foi de perdas, com os investidores preocupados com o agravamento da pandemia e os dirigentes políticos a anunciarem medidas mais restritivas para controlar a disseminação do vírus. Na Alemanha, a chanceler Angela Merkel pediu uma “ação rápida” depois de o país ter registado um número recorde de mortes. O Governo francês anunciou que vai reforçar o controlo das suas fronteiras na segunda-feira e impor o dever de recolhimento obrigatório mais cedo no sábado.

O índice Stoxx 600 caiu mais de 1% e também fechou a semana com um registo negativo. As bolsas de Paris, Madrid e Frankfurt tiveram quedas na ordem de 1,5%. Nota ainda para o índice bolsista holandês: o AEX de Amesterdão cedeu 0,75% no dia em que o Governo se demitiu em bloco por causa de um relatório que culpa o executivo pela má gestão dos abonos de família, que terão causado problemas financeiros a milhares de famílias.

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