Ursula garante que Pfizer vai cumprir entrega das vacinas contratadas para primeiro trimestre na UE
"A redução temporária afetará todos os países europeus", anunciou o Instituto de Saúde Pública norueguês. A presidente da Comissão Europeia diz que estão asseguradas doses para primeiro trimestre.
O laboratório norte-americano Pfizer advertiu esta sexta-feira para uma quebra “a partir da próxima semana” nas entregas das vacinas anti-Covid na Europa, com vista a melhorar a sua capacidade de produção, anunciaram esta sexta-feira as autoridades norueguesas. A presidente da Comissão Europeia diz que o CEO da farmacêutica assegurou que estão garantidas as doses que estavam previstas para a União Europeia (UE) no primeiro trimestre.
“A redução temporária afetará todos os países europeus”, indicou o Instituto de Saúde Pública norueguês. “Não é conhecido, de momento, o tempo que poderá levar até a Pfizer regressar à capacidade máxima de produção, que será aumentada de 1,3 para dois mil milhões de doses” por semana, segundo a mesma fonte.
Ursula von der Leyen adiantou, na conferência de imprensa conjunta com António Costa, que “ligou imediatamente ao CEO da Pfizer”, que explicou que “há um adiamento da produção nas próximas semanas, mas assegurou que estão garantidas as doses que estavam previstas para o primeiro trimestre”.
Estas doses “serão entregues no primeiro trimestre tal como combinado com a UE”, acrescentou a presidente do Executivo comunitário. O líder da farmacêutica adiantou ainda que espera regularizar a produção “o mais rápido possível”.
Questionada sobre quantas doses estariam em causa em fevereiro e março, von der Leyen apontou que é “a Pfizer que tem de responder”. “É uma situação muito difícil, as primeiras doses já foram dadas, as segundas têm de o ser também”, sublinhou.
Perante isto, o primeiro-ministro português, na mesma conferência, sugeriu “alertar todos os Estados membros de que pode haver imprevistos”, destacando que “Portugal tomou a decisão de só administrar metade das doses que recebeu para constituir uma reserva para a segunda dose, para não haver nenhum risco”. Costa indicou que na próxima semana serão administradas “as primeiras segundas doses que completam o processo de vacinação”.
O primeiro-ministro português defendeu ainda que o “processo da Comissão Europeia foi exemplo e o contrato é muito claro: ninguém deve negociar paralelamente”, isto numa altura em que alguns países começaram a avançar para compras individuais. “Se não fosse a força da UE negociar em nome dos 27, muitos Estados-membros estariam muito aflitos para negociar uma dose, quanto mais receber as doses”, argumentou Costa, acrescentando que “a partir do momento que cada um comece a tratar por ai vamos enfraquecer a capacidade da união e assim a força negocial da Comissão”.
A presidente da Comissão Europeia reiterou também que “tem sido um sucesso este processo de comprar vacinas”, apesar de admitir que “estamos a enfrentar todas as dificuldades que acontecem nesse período”. “Não é a primeira vez que a Pfizer adia”, recorda Ursula von der Leye, apontando que “vamos ter mais problemas semelhantes no futuro”.
Ainda assim, von der Leyen ressalva que há “vacinas suficientes para toda a população europeia mas também para os vizinhos”. “Sempre dissemos que os grandes números [de doses de vacinas] chegarão em abril”, sublinhou.
As entregas da vacina da Pfizer na União Europeia vão estar atrasadas nas próximas três a quatro semanas, adiantou o ministro da Saúde alemão, citado pela AFP. Este atraso deve-se aos trabalhos na fábrica da farmacêutica na Bélgica, que têm como objetivo aumentar a produção.
A pandemia provocou pelo menos 1.994.833 mortes resultantes de mais de 93 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP. Em Portugal, morreram 8.384 pessoas, em 517.806 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.
(Notícia atualizada às 15h55)
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