Vantagens da cloud convencem e serviços crescem 20% em Portugal

  • Helena C. Peralta
  • 17 Setembro 2021

Em 2020, as receitas de serviços de cloud superaram as expectativas e atingiram os 300 milhões de euros. Microsoft e AWS lideram o ranking de fornecedoras, seguidas pela Salesforce e pela Google.

Apesar de 2020 ter sido um ano atípico, que afetou negativamente muitos setores, as áreas mais ligadas às tecnologias acabaram por sentir um efeito contrário, já que o modo virtual e online foram de uso preferencial na fase pandémica. Assim, as restrições do confinamento e o teletrabalho promoveram o aumento da utilização de soluções cloud computing e o mercado continuou a fazer, de forma intensa, a migração para esta tecnologia.

A International Data Corporation (IDC), fornecedor mundial de dados para o mercado das tecnologias de informação, divulgou recentemente que os serviços cloud cresceram 24,1% em 2020, atingindo um montante de 312 mil milhões de dólares (cerca de 265 mil milhões de euros), no final do ano passado.

O mesmo dinamismo fez-se sentir em Portugal. As empresas nacionais estão empenhadas em fazer a transição para uma economia cada vez mais digital e, nessa transformação, os serviços de cloud revelam um incremento substancial. Gabriel Coimbra, vice-presidente do grupo IDC e diretor geral em Portugal, afirma que, segundo as estimativas da empresa, “em 2020 os serviços de cloud cresceram cerca de 20% face a 2019, atingindo uma despesa total de 300 milhões de euros”. Explica ainda que este foi o segmento que mais cresceu no mercado das tecnologias, devido sobretudo às necessidades do teletrabalho, da maior segurança e de canais digitais de relacionamento com o cliente, como o e-commerce, áreas em que a “nuvem” acabou por representar uma boa solução.

Segundo o relatório internacional da IDC, o top 5 dos maiores players mundiais – liderado pela Amazon Web Services (AWS), seguido da Microsoft, da Salesforce.com, da Google e da Oracle – arrecadam para si 38% do mercado mundial e registam crescimentos superiores a 30% ao ano. “Os grandes players acabam também por dominar os mercados domésticos. Em Portugal estimamos que a liderança, por receitas, seja encabeçada pela Microsoft, seguida da AWS – ao contrário do que acontece a nível internacional -, ficando a Salesforce em terceira posição e a Google em quarta”, revela Gabriel Coimbra. Atualmente, as grandes empresas representam cerca de dois terços destas receitas.

AWS com milhares de clientes no mercado ibérico

“A procura de serviços de cloud está a crescer ano após ano em Portugal e percebemos isto nas nossas conversas com clientes”, explica Suzana Curic, Head of Digital Native and ISVs, da Amazon Web Services Iberia. Esta responsável explica que, para responder à procura, a AWS abriu, em 2018, escritório em Lisboa, embora já tenha clientes em Portugal há mais de 15 anos.

Suzana Curic, Head of Digital Native and ISVs da Amazon Web Services Iberia.16 setembro, 2021

 

“Em 2019 anunciámos também a decisão de continuar a investir no país, disponibilizando o primeiro espaço da Amazon CloudFront Edge. Recentemente, assinámos um Memorando de Entendimento com o Governo para continuar a acelerar a adoção da cloud e a transformação digital nas empresas e organizações portuguesas”, explica Suzana Curic, acrescentando ainda que a AWS já conta com dezenas de milhares de clientes na Península Ibérica.

“A AWS apresenta, como clientes, algumas das empresas portuguesas de rápido crescimento, incluindo empresas novas e tradicionais, de diferentes setores, tais como a Galp, a Feedzai, a Globalvia, o Grupo Impresa, a Lusiaves, a OutSystems, a Unbabel, a Talkdesk, a Uniplaces, entre muitas outras”, revela. Fornece ainda serviços a organizações do setor público, como os municípios do Porto e de Cascais.

Portugal tornou-se um país muito relevante para o empreendedorismo sendo agora uma referência europeia na atração de startups.

Suzana Curic

Head of Digital Native and ISVs da Amazon Web Services Iberia

Esta responsável afirma que nos últimos anos, “Portugal tornou-se um país muito relevante para o empreendedorismo sendo agora uma referência europeia na atração de startups. O panorama português de startups está repleto de empreendedores que estão a adotar tecnologias de cloud para experimentar novas ideias empresariais, de modo a reinventar integralmente as indústrias. Isto também é fundamental para impulsionar a transição digital para todo o país”. Acrescenta que a cloud está a democratizar o acesso à tecnologia, pois, com um modelo pay-per-use, as PME podem pagar apenas o que necessitam e aceder, tal como as maiores empresas do mundo, às tecnologias mais avançadas e com maior segurança.

Esta responsável ibérica refere que a AWS tem atualmente mais de 200 serviços completos para computação, armazenamento, bases de dados, redes, análises, machine learning e inteligência artificial (IA), Internet of Things (IoT), móvel, segurança, híbrida, virtual e realidade aumentada (VR e AR), entre outros. “Só em 2020, a AWS lançou 2.757 novos serviços e funcionalidades. Contratamos programadores que estão sempre atentos à forma como podem reinventar as experiências dos clientes e estamos orientados para o longo prazo e a tentar construir relações sólidas”, explica Suzana Curic.

As vantagens em fazer a migração para a cloud

A cloud computing consiste numa rede global de servidores, localizados em várias partes do mundo, interligados entre si e que funcionam como um ecossistema único. Estes servidores foram desenhados para armazenar e gerir dados, executar aplicações e gerir diversos conteúdos. Ou seja, quem usar esta tecnologia, em vez de aceder aos dados a partir de um computador pessoal, está a aceder a partir de um dispositivo com acesso à internet, estando a informação disponível em qualquer lugar e em qualquer momento.

A NOS é uma das empresas nacionais que disponibiliza esta tecnologia ao mercado empresarial e afirma ser pioneira na oferta de cloud híbrida com parceiros de referência, a AWS, a Microsoft Azzure e a Google Cloud. Tiago Ribeiro, diretor da área de desenvolvimento de negócio empresarial, explica que a cloud pode ser pública, quando a infraestrutura está aberta a uso do público em geral; privada, quando é exclusiva para o uso de uma entidade; ou em modelo híbrido, que mistura soluções de ambas as redes.

Há um estigma que a transformação digital é um desafio tecnológico, mas não é. Esta transição é sobre o negócio.

Tiago Ribeiro

Diretor da área de desenvolvimento de negócio empresarial da NOS

“Há um estigma que a transformação digital é um desafio tecnológico, mas não é. Esta transição é sobre o negócio. O mais difícil é a mudança de mentalidade e também combater alguma iliteracia digital, sobretudo ao nível das pequenas empresas”, explica. A migração para a cloud tornou-se mais evidente durante esta pandemia, pois os negócios – sobretudo os mais pequenos, no retalho e na restauração – perceberam a importância da flexibilidade e da elasticidade.

As grandes empresas, como a banca, que já estava a fazer esta transição, conseguiram reagir mais rapidamente aos constrangimentos da crise sanitária. “Foi necessário reagir de forma rápida aos fluxos de procura e vender online. Este foi mesmo um fator crítico. A cloud trouxe flexibilidade quer a nível operacional quer financeiro”. Tem a vantagem de ser hoje uma tecnologia disponível através de subscrição, em que não são necessários grandes investimentos em hardware, pois a empresa paga o que utiliza e em função das suas necessidades de utilização, explica o diretor da Nos.

Este responsável refere ainda que a Nos não vende tecnologia, vende sim soluções a quem tem necessidade de avançar para outros patamares de negócio e sobretudo garantir a continuidade dos mesmos. Estas soluções garantem, por exemplo, que não haja interrupções na rede, que haja a segurança necessária e que seja possível recuperar sempre a informação – no fundo, que todo o backup da atividade esteja na cloud.

“Temos soluções desde as coisas mais simples, como criar websites e alojar contas de email, às mais complexas. A solução híbrida é aquela em que são necessários recursos das duas, nomeadamente em áreas mais sensíveis como a saúde, que exigem algumas características da cloud privada”, explica. A tecnologia 5G vai ser um acelerador da migração para a cloud porque vai permitir ligar inúmeros dispositivos ao mesmo tempo, com menores velocidades de latência, permitindo o acesso a maiores quantidades de informação em menos tempo.

Cloud imprime maior velocidade de resposta nos negócios

Suzana Curic refere que, durante esta fase pandémica, “empresas e negócios de todas as dimensões e governos tiveram de se adaptar à nova situação e a tecnologia de cloud foi fundamental para gerir estas mudanças. Percebemos como a cloud está a ajudar os nossos clientes a executar planos fiáveis de continuidade empresarial, permitindo o teletrabalho, lançando novos serviços que respondem às necessidades reais, para otimizar os seus fluxos financeiros e reduzir os custos associados à diminuição da procura”.

Graças aos serviços de computação de cloud, as empresas podem inovar mais rapidamente para oferecer novos produtos e serviços, reduzir custos, aumentar a agilidade e a velocidade e tornar-se globais.

Suzana Curic

Head of Digital Native and ISVs da Amazon Web Services Iberia

A responsável ibérica da AWS explica ainda que “graças aos serviços de computação de cloud, as empresas podem inovar mais rapidamente para oferecer novos produtos e serviços, reduzir custos, aumentar a agilidade e a velocidade, e tornar-se globais em apenas alguns minutos”. Acrescenta uma lista de vantagens de que os clientes beneficiam quando migram para a cloud, destacando em primeiro lugar a agilidade, uma vez que os utilizadores alteram rapidamente os recursos alocados aos negócios à medida que precisam, implantando centenas ou mesmo milhares de servidores em minutos.

Destaca ainda que os utilizadores da cloud conseguem economizar, pois esta tecnologia permite trocar despesas de capital por despesas variáveis, uma vez que só pagam os serviços quando necessitam de os usar e à medida que os consomem. A cloud também concede vantagens ao nível da elasticidade das empresas, o que significa que podem aceder à quantidade de recursos de que realmente necessitam, para responder a diferentes níveis de procura, sabendo que podem aumentar ou diminuir instantaneamente consoante as necessidades dos seus negócios.

“Existem algumas tendências tecnológicas que estão a acelerar a adoção de cloud e nas quais a AWS também se concentra. Duas delas são a Machine Learning (ML) e a Inteligência Artificial (IA). Acreditamos que, na plenitude do tempo, praticamente todas as aplicações serão infundidas com ML e IA”, remata Suzana Curic.

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Ministro das Infraestruturas pede fasquia “bem mais alta” na transição para a ferrovia

  • Lusa
  • 17 Setembro 2021

Pedro Nuno Santos defende que a fasquia dos objetivos europeus para a transferência modal para a ferrovia deve ser "bem mais alta". Ministro salienta importância do "investimento maciço".

O ministro das Infraestruturas e da Habitação, Pedro Nuno Santos, defendeu esta sexta-feira, a bordo de um comboio na linha do Norte, que a fasquia dos objetivos europeus para a transferência modal para a ferrovia deve ser “bem mais alta”.

“Se estamos convencidos de que a transferência modal para a ferrovia é uma das chaves para a sustentabilidade do setor dos transportes, então a fasquia terá de ser colocada bem mais alta“, disse o governante a bordo da Train Summit, que junta várias empresas do setor numa viagem de comboio entre Lisboa e Porto, em carruagens acopladas a um serviço Intercidades normal.

Pedro Nuno Santos falava acerca dos objetivos elencados na Estratégia para a Mobilidade Sustentável e Inteligente da Comissão Europeia, elaborada no Pacto Ecológico Europeu (European Green Deal).

O ministro referiu que “relativamente ao transporte ferroviário, esta estratégia traça como objetivos duplicar o transporte de mercadorias e triplicar o número de passageiros em alta velocidade até 2050, tendo em conta os níveis de 2015”.

Considerando os objetivos “muito ambiciosos” devido ao investimento necessário para os alcançar, Pedro Nuno Santos vê como sendo “claro” que “a realização destes objetivos implicará a construção de centenas de quilómetros de novas linhas em Portugal, milhares de quilómetros em toda a Europa”.

“Por outro lado, quando começamos a fazer contas, estes objetivos começam a parecer insuficientes para assegurar a transferência modal para a ferrovia de que tanto falamos”, considerou, advogando por isso o elevar da fasquia.

O ministro quantificou que “triplicar o transporte de passageiros em alta velocidade de 2015 a 2050 corresponde a um crescimento anual de 3%”, mas contrapôs recordando que “o transporte aéreo cresceu a uma média de 4% ao ano entre 2011 e 2019 na Europa”.

“O mesmo se passa nas mercadorias. Duplicar os volumes de tráfego até 2050 é equivalente a um crescimento anual de 2%. Isto será facilmente ultrapassado pelo crescimento dos volumes num cenário de crescimento económico moderado”, acrescentou.

Por isso, Pedro Nuno Santos defende que o cumprimento dos objetivos “só se conseguirá fazer com um investimento maciço, desde logo, investimento público”.

“Na ferrovia, em particular, na infraestrutura, é inevitável que o seja. Os montantes envolvidos, os prazos de retorno e o facto de a maioria dos benefícios serem externalidades faz com que o setor privado tenha dificuldade em assumir o investimento”, considerou.

Não querendo “de todo, menosprezar o papel do setor privado”, que tem “parceiros importantes”, o governante relevou o papel do investimento público por se tratar de “um esforço de uma escala tal em que apenas no conjunto de todos os envolvidos” será possível alcançar os resultados, defendeu.

“A escala de progresso que colocamos nas nossas ambições não será possível enquanto os níveis de investimento em toda a Europa permanecerem a níveis tão reduzidos como têm estado na última década”, vincou.

O ministro acrescentou ainda que os Planos de Recuperação e Resiliência, a implementar por toda a União Europeia, “são uma oportunidade para iniciar um novo ciclo de investimento” rumo ao “progresso”, e que “vá para lá da recuperação pós-pandemia”.

A Train Summit decorre hoje entre as estações de Lisboa – Santa Apolónia e Porto – Campanhã, e conta ainda com a presença de responsáveis da CP – Comboios de Portugal, Infraestruturas de Portugal, Fertagus, Medway, Takargo.

Estão também presentes o presidente da Agência Portuguesa do Ambiente (APA), Nuno Lacasta, o presidente da associação ambientalista Zero, Francisco Ferreira, o presidente da Plataforma Ferroviária Portuguesa, Joaquim Guerra, e o secretário de Estado da Mobilidade, Eduardo Pinheiro.

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Turismo em agosto acelera recuperação da economia

A recuperação da atividade económica ganhou fôlego no mês de agosto, depois de um abrandamento em julho, segundo os indicadores analisados pelo INE.

Após um abrandamento em julho, a atividade económica voltou a melhorar em agosto, com a ajuda do turismo, prosseguindo a trajetória de recuperação, mostram os dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) esta sexta-feira.

“Em agosto, o indicador de clima económico aumentou, depois de ter interrompido no mês anterior o perfil ascendente observado entre março e junho”, sinalizou o INE. O indicador de confiança dos consumidores também recuperou em agosto da diminuição observada no mês anterior.

Não foram ainda apurados todos os dados para este período, mas “a informação disponível para o mês de agosto sugere uma melhoria da atividade económica”. É o caso da informação relativa às operações realizadas na rede multibanco, que mostra que o montante global de levantamentos nacionais, de pagamentos de serviços e de compras em terminais TPA “apresentou um crescimento homólogo de 11,9%”, subindo também 2,8% quando comparado com agosto de 2019.

Já a variação homóloga do Índice de Preços no Consumidor (IPC) foi 1,5% em agosto, a mesma que no mês anterior, mas o índice de preços na produção da indústria transformadora “acelerou em agosto para uma taxa de variação homóloga de 9,3% (8,6% no mês anterior), registando o crescimento mais elevado da presente série”.

Quanto às vendas, as de cimento produzido em território nacional subiram em agosto face ao ano passado, enquanto as de veículos comerciais “registaram uma diminuição homóloga menos intensa”, de -7,3%, “após o expressivo decréscimo registado em julho” (-35,9%).

O INE mostra também a situação na Zona Euro, onde o indicador de sentimento económico “diminuiu em agosto, após ter atingido, no mês anterior, o valor mais elevado da série”. A queda deveu-se principalmente a” redução da confiança no setor dos serviços e, em menor grau, na indústria, registando-se também uma diminuição do indicador de confiança dos consumidores, pelo segundo mês consecutivo”. Por outro lado, na Zona Euro, a confiança no setor da construção “recuperou e aumentou ligeiramente no comércio a retalho”.

Já no que diz respeito às opiniões dos empresários da indústria transformadora dos principais países clientes de Portugal sobre a evolução da respetiva carteira de encomendas, estas continuaram, em agosto a registar um “perfil ascendente iniciado em julho de 2020, ainda que de forma menos acentuada nos últimos três meses”.

(Notícia atualizada pela última vez às 11h45)

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Fim das licitações mais baixas no leilão do 5G aprovado pela Anacom

A Anacom deu a aprovação final ao fim das licitações de 1% e de 3% que, na visão do regulador, estão a fazer arrastar a venda das frequências de 5G. Diploma está a caminho do Diário da República.

Está aprovada a segunda alteração ao regulamento do leilão do 5G, uma medida da Anacom para tentar acelerar de vez a venda das frequências. A mudança, que mereceu forte oposição das operadoras, vai agora ser publicada no Diário da República e entra em vigor no quinto dia útil seguinte à data da publicação.

Numa altura em que o leilão dura há mais de 170 dias, a Anacom indica que “este prolongamento excessivo do leilão é fortemente lesivo dos interesses nacionais”. Por isso, por via deste diploma, a Anacom elimina as licitações percentualmente mais baixas, de 1% e 3%. Quando a alteração entrar efetivamente em vigor, as operadoras terão de licitar, no mínimo, com aumentos de 5%.

No início do verão, a Anacom levou a cabo uma primeira alteração no regulamento do leilão. Nessa altura, as mudanças permitiram a realização de um maior número de rondas por dia, mas não foi suficiente para precipitar o fim da operação. Entretanto, a Anacom destaca que já se realizaram mais de 600 rondas desde essa alteração.

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Media Capital confirma que grupo alemão quer comprar rádios, incluindo a Comercial

A Media Capital confirmou à CMVM que os alemães da Bauer mostraram-se interessados em comprar as rádios do grupo, onde se inclui a Rádio Comercial.

O grupo Media Capital confirmou à CMVM que os alemães da Bauer estão interessados em comprar as cinco rádios da empresa, designadamente a Rádio Comercial, M80, Cidade FM, Smooth FM e Vodafone FM.

“Em face das notícias hoje divulgadas na imprensa, o Grupo Media Capital confirma ter recebido uma manifestação de interesse em relação ao seu negócio das rádios, provinda da Bauer, um grande operador de rádio europeu”, avançou a empresa num comunicado.

O Jornal de Negócios noticiou esta sexta-feira que a Media Capital e uma subsidiária da Bauer estão a negociar uma transação envolvendo a totalidade das cinco rádios. De acordo com a publicação, o negócio pode ser realizado por 50 milhões de euros.

Apesar de confirmar o interesse da Bauer nas rádios do grupo, a Media Capital, que também controla a estação televisiva TVI e a produtora Plural, assegura que “não foram apresentadas quaisquer ofertas vinculativa e é prematuro dizer neste momento que será alcançado algum acordo”.

A empresa lembra ainda que qualquer operação deste tipo estará sempre dependente, também, da autorização da Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC). A Rádio Comercial é a mais ouvida pelos portugueses, de acordo com o Bareme Rádio da Marktest.

Já depois da publicação desta notícia, a Bauer disse à agência Lusa que, enquanto “uma das grandes operadoras de rádio europeias”, procura sempre melhorar a oferta, pelo que está “atenta a qualquer oportunidade”. Mas recusou comentar o interesse na compra das rádios da Media Capital.

(Notícia atualizada pela última vez às 15h43 com reação da Bauer)

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Inflação acelera para 3% na Zona Euro. Portugal tem das mais baixas

  • Lusa
  • 17 Setembro 2021

Entre os países europeus, Portugal registou a terceira taxa de inflação anual mais baixa em agosto, de 1,3%, apenas superior à de Malta (0,4%) e Grécia (1,2%), segundo os dados do Eurostat.

A taxa de inflação anual avançou em agosto na Zona Euro e União Europeia (UE) pelo terceiro mês consecutivo, fixando-se nos 3% e 3,2%, com Portugal a apresentar a terceira mais baixa (1,3%), segundo o Eurostat.

Na Zona Euro, os 3% de inflação anual de agosto comparam-se com os 2,2% de julho e os -0,2% do mês homólogo.

Na UE, o indicador avançou para os 3,2%, contra os 2,5% de julho e os 0,4% de agosto de 2020.

De acordo com o gabinete estatístico europeu, as taxas de inflação anuais mais baixas foram registadas em Malta (0,4%), na Grécia (1,2%) e em Portugal (1,3%) e as mais altas na Estónia, Lituânia e Polónia (5% cada).

Face a julho, a inflação manteve-se estável num Estado-membro e aumentou nos outros 26.

Em julho, o Banco Central Europeu (BCE) informou que a sua nova estratégia contempla um objetivo de inflação simétrica de 2% a médio prazo, uma meta mais flexível, admitindo desvios temporários e moderados.

O objetivo de inflação definido pelo BCE até agora era uma taxa próxima, mas ligeiramente abaixo de 2%.

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Mercadona abre recrutamento para loja de Santarém. É a terceira loja conhecida na Grande Lisboa

Santarém é a terceira localização de loja conhecida do plano de expansão da cadeia a Sul do país. Abertura está prevista para 2022.

A Mercadona acaba de abrir o recrutamento para a loja de Santarém, com abertura prevista para o próximo ano. Depois de Montijo e Setúbal esta é a terceira localização conhecida do plano de expansão da cadeia espanhola a Sul do país. Para a loja de Santarém tem 65 vagas. Cadeia de retalho alimentar quer contratar 600 pessoas este ano.

“A empresa continua a apostar na criação de emprego e, por isso, as novas ofertas de emprego mantêm o compromisso de formar uma equipa focada na excelência e no serviço, altamente motivada e em linha com a visão da empresa. Para isso, além de um salário atrativo e contrato de efetividade desde o primeiro dia, a Mercadona oferece aos seus colaboradores a possibilidade de evoluírem dentro da empresa, recorrendo a políticas de formação constante e adaptada ao posto a desempenhar”, refere a cadeia em nota de imprensa.

As ofertas são para posições a tempo parcial e tempo inteiro. No concelho de Santarém, em Almeirim, a cadeia vai instalar ainda o centro de distribuição que vai servir a zona Centro e Sul do país, cujas obras deverão arrancar no final do ano. Na zona da Grande Lisboa, onde a cadeia conta chegar em 2022, a Mercadona já tem fechado espaços em Montijo e Setúbal para a abertura de supermercados, tendo investido 2,2 milhões de euros no segundo centro de coinovação, na Avenida Estados Unidos da América.

A cadeia — que este ano conta recrutar 600 pessoas — mantém em paralelo o recrutamento nas cidades de Guimarães, Braga, Póvoa de Varzim, Montijo e Setúbal.

Com 24 lojas em Portugal, nos distritos do Porto, Braga, Aveiro e Viana do Castelo, a Mercadona já abriu este ano 4 das 9 lojas previstas para 2021. Este ano, a empresa prevê investir 150 milhões de euros.

No ano passado a empresa gerou 186 milhões de euros de vendas, pagou 32 milhões de euros em impostos através da empresa Irmãdona Supermercados, sediada em Vila Nova de Gaia, e criou 800 novos empregos finalizando o ano 1.700 colaboradores e um investimento de 113 milhões de euros.

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Recheio à procura de futuros gerentes. Cash & Carry tem mais de 30 vagas

Além do Programa Geral de Gestão de Loja, o Recheio tem ainda a decorrer processos de recrutamento para outras funções, tendo mais de 30 ofertas disponíveis. 

O Recheio voltou a abrir o Programa Geral de Gestão de Loja (PGGL) para recrutar e formar futuros chefes de perecíveis que, mais tarde, poderão assumir funções de gerência de loja. Tem para este programa 10 vagas. A cadeia de cash & carry do grupo Jerónimo Martins tem ainda a decorrer processos de recrutamento para outras funções, tendo mais de 30 ofertas disponíveis.

“O PGGL tem como objetivo recrutar e formar futuros Chefes de Perecíveis, que poderão ter a oportunidade de crescer e assumir maiores responsabilidades em funções de Gerência de Loja no Recheio”, começa por referir Sandra Beirão, diretora de recursos humanos do Recheio, à Pessoas, sobre o programa que decorre anualmente desde 2015.

Para esta edição contamos com a entrada de até 10 excelentes formandos, em linha com a edição anterior, de acordo com previsão realizada em linha com as necessidades da companhia de forma a alimentar a estrutura de gestão de loja em diversas zonas do país, com foco inicial na posição de Chefe de Perecíveis, com inúmeras possibilidades de desenvolvimento e evolução de carreira. Este número poderá, no entanto, variar consoante o potencial dos perfis que se candidatam ao Programa”, refere a líder de pessoas da cadeia.

Que perfil procuram

Candidatos deverão ter experiência no retalho, vendas e gestão de equipas; licenciatura, preferencialmente, nas áreas de Gestão, Engenharia e Gestão Industrial, Engenharia Zootécnica, Engenharia Alimentar e Produção Alimentar; disponibilidade para trabalhar em regime full-time e com horários rotativos, bem como disponibilidade geográfica regional (raio 200Km) e para fazer horários/folgas rotativos, enumera o Recheio no site do programa. As candidaturas decorrem em setembro, com a turma a arrancar formação em novembro.

O número de candidaturas varia em cada edição, mas em média o PGGL recebe cerca de 850 candidaturas. “É um Programa que ao longo das várias edições registou uma elevada procura, devido à sua forte componente formativa que permite desenvolver profissionais que pretendem enveredar ou prosseguir com as suas carreiras numa área operacional, em que o gosto pelas vendas e contacto com o cliente são fulcrais”, destaca Sandra Beirão.

Desde a primeira edição, um total de “17 participantes encontram-se a desempenhar as funções de Chefe de Perecíveis, prevista para o desenvolvimento inicial do Programa. Contudo, 15 participantes já ascenderam a funções de maior responsabilidade como subgerente, ou mesmo Gerente de Loja. Existem, também diversos casos em que o seu desenvolvimento/progressão passou por um trajeto fora da área de Operações”, revela a responsável de RH do Recheio.

“A progressão dos colaboradores que participaram no PGGL passa por um período inicial de aprendizagem na posição de Chefe de Perecíveis, que envolve um conhecimento profundo da função e das várias secções que compõem uma operação Recheio, mas também dos inúmeros aspetos que envolvem a gestão de loja, de equipas. Após o período de aprendizagem e consolidação de conhecimentos, é expectável que haja uma evolução natural de funções”, descreve.

Mais de 30 vagas para várias funções

Com uma rede de 42 lojas até ao final do primeiro semestre, o Recheio emprega mais de 2 mil colaboradores em todo o país, lançando com regularidade processos de recrutamento para reforço das equipas. “Anualmente lançamos em média cerca 110 processos de recrutamento”, adianta Sandra Beirão.

Neste momento, tem mais de três dezenas de vagas por preencher, para diversas funções. “Num negócio com esta natureza os perfis com maior oferta são eminentemente operacionais, de loja e armazém, dispersos por todo o país, e com diferentes níveis de responsabilidade desde a posição de Operador até membros da equipa de Gerência de Loja. Mas o negócio também é feito por quem desenvolve funções de suporte e gestão pelo que, embora em menor número, as necessidades de recrutamento também se estendem ao nível das estruturas centrais e escritórios”, refere.

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Astronautas chineses regressam à Terra após 90 dias no espaço

  • Lusa
  • 17 Setembro 2021

Os três astronautas estabeleceram um novo recorde do país asiático, de mais tempo passado no espaço.

Três astronautas chineses regressaram esta sexta-feira à Terra, após uma permanência de 90 dias a bordo da primeira estação espacial da China, na missão tripulada mais longa de sempre do país asiático no espaço.

A nave espacial Shenzhou-12 pousou logo após as 13:30 (06:30, em Lisboa), com Nie Haisheng, Liu Boming e Tang Hongbo a bordo, depois de ter deixado a estação espacial da China na manhã de quinta-feira.

A emissora estatal CCTV mostrou imagens da nave a cair de paraquedas no deserto de Gobi, onde foi recebida por helicópteros e veículos. Minutos depois, uma equipa de técnicos começou a abrir a escotilha da cápsula, que parecia intacta. Os três astronautas estabeleceram um novo recorde do país asiático, de mais tempo passado no espaço.

Após o lançamento, em 17 de junho, o comandante da missão Nie e os astronautas Liu e Tang fizeram duas caminhadas espaciais, implantaram um braço mecânico de 10 metros e realizaram uma videochamada com o Presidente chinês, Xi Jinping.

Embora poucos detalhes tenham sido divulgados pela agência espacial da China, espera-se que trios de astronautas sejam levados em missões de 90 dias à estação nos próximos dois anos, visando tornar a infraestrutura totalmente funcional. O Governo chinês não anunciou ainda os nomes do próximo grupo de astronautas nem a data de lançamento do Shenzhou-13.

A China enviou para o espaço 14 astronautas desde 2003, quando se tornou o terceiro país, depois da antiga União Soviética e dos Estados Unidos, a fazê-lo por conta própria. Após ser concluída com o acrescento de mais dois módulos, a estação pesará cerca de 66 toneladas, uma fração do tamanho da Estação Espacial Internacional, que lançou o seu primeiro módulo, em 1998, e pesará cerca de 450 toneladas quando estiver concluída.

Pequim lançou o seu plano para construir tais instalações no início dos anos 1990, após sucessos em missões anteriores e da sua exclusão da Estação Espacial Internacional, em grande parte devido às objeções dos Estados Unidos, que criticam a natureza opaca e os laços militares do programa chinês.

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Atribuição do abono de família vai passar a ser automática

  • ECO
  • 17 Setembro 2021

Alexandra Leitão defende "interoperabilidade" entre dados das Finanças e Segurança Social, para permitir que abono de família seja atribuído automaticamente. Medida não avança antes do final de 2023. 

A atribuição do abono de família vai passar a ser automática, sendo esta uma das medidas tomada no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), para a modernização da Administração Pública, avança a TSF. Será necessário autorizar a partilha de dados entre as Finanças e a Segurança Social.

A ministra Alexandra Leitão defende que “deve haver uma interoperabilidade” entre os dados das Finanças e da Segurança Social para que, quando as pessoas estiverem “em condições para receber o apoio, é a própria administração que já cruzou os dados e que, proativamente, atribui o benefício”. Neste contexto, estaria prevista a possibilidade de o abono de família “ser conferido automaticamente”.

Desta forma, o beneficiário poderia receber o abono de família sem ter de fazer o pedido aos serviços públicos, como já acontece, por exemplo, com a tarifa social de energia. Com esta medida, a ministra da Modernização do Estado e da Administração Pública espera que o abono de família chegue a mais pessoas. Ainda não é certo quando vai avançar a medida, mas nunca será antes do final de 2023.

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BCE pode subir juros em 2023, mais cedo do que o esperado

Documentos internos do BCE mostram que a meta de inflação de 2% poderá ser atingida em 2025, o que sugere que as taxas de juro podem subir dentro de dois anos, antes do que era esperado.

O Banco Central Europeu (BCE) espera atingir a meta de inflação de 2% em 2025 e pode vir a subir as taxas de juro dentro de dois anos, de acordo com modelos internos, aos quais o Financial Times teve acesso.

De acordo com o jornal, este período é, pelo menos, um ano mais cedo do que a expectativa da maioria dos economistas para uma subida da taxa de juro dos depósitos pelo BCE, que se mantém, atualmente, num mínimo histórico de -0,5%.

Apesar das previsões dos analistas, o cenário de um aumento dos juros até o final de 2023 parece também ser confirmado agora pela estimativa de inflação de longo prazo do BCE, que o economista-chefe Philip Lane terá discutido numa conferência privada com economistas de bancos alemães esta semana, de acordo com a publicação.

A estimativa da meta de inflação noticiada esta sexta-feira não foi ainda confirmada oficialmente pelo BCE. No entanto, um porta-voz do banco central sinalizou que Lane “deixou claro num evento público na quarta-feira que, por ser persistente, com um alto nível de estímulo monetário, o BCE pode atingir a meta de 2% ao longo do tempo, sem mencionar uma data específica”.

Ainda assim, se o cenário interno conhecido nesta semana se confirmar, tal significa que o BCE poderá reunir as condições para começar a aumentar as taxas mais cedo do que era esperado no mercado, até o final de 2023. Isto já que, para realizar esta subida, o BCE deve prever que a inflação chegará à meta de 2% em 18 meses e manter-se-á, assim, por mais 18 meses. Ao mesmo tempo, a “inflação subjacente”, que exclui os preços de energia e alimentos, deve aumentar o suficiente para ser consistente com o cumprimento da meta.

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Negociação sobre avaliação na Função Pública parada há quatro meses. FESAP já pediu reunião

FESAP pediu reunião a João Leão para falar sobre OE2022 e "eventualmente" SIADAP. Com Alexandra Leitão quer discutir questões pendentes, como a avaliação da Função Pública. Estão ambas por agendar.

Há mais de quatro meses que o Governo não reúne com os sindicatos para avançar na negociação sobre a revisão do sistema de avaliação dos funcionários públicos. A Federação de Sindicatos da Administração Pública (FESAP) pediu, entretanto, reuniões ao Ministério de Alexandra Leitão para discutir questões pendentes — nas quais se incluem, precisamente, a avaliação dos trabalhadores — e ao Ministério de João Leão — para falar sobre o próximo Orçamento do Estado e, “eventualmente”, também o assunto em causa –, mas nenhum dos encontros foi ainda agendado.

Foi em abril que o Governo abriu um processo negocial com os sindicatos para rever o sistema de avaliação de desempenho, cujo desenho atual leva a que a generalidade dos funcionários públicos demore dez anos para conseguir progredir na carreira, período já reconhecido como excessivo pela ministra da Administração Pública, Alexandra Leitão. A primeira reunião serviu para o Executivo entregar às estruturas sindicais um memorando com os princípios gerais do que propunha levar a cabo neste âmbito, admitindo, por exemplo, majorar as quotas das avaliações mais elevadas em alguns serviços.

Cerca de um mês depois, Governo e sindicatos voltaram a reunir-se. Poucos dias antes desse encontro, a ministra da Administração Pública tinha sinalizado no Parlamento que iria apresentar, nessa ocasião, umdraft do diploma” de revisão do SIADAP, mas tal acabou por não acontecer, já que não foi possível concluir a “harmonização interna” dos vários Ministérios.

Desde então, as negociações têm estado paradas. “Até agora, não” foram marcados novos encontros, garante ao ECO a líder do Sindicato dos Quadros Técnicos, Helena Rodrigues. Também o líder da FESAP confirma a ausência de novas convocatórias, avançando que, entretanto, pediu reuniões com o Ministério das Finanças e com o Ministério da Administração Pública.

A primeira serviria, diz José Abraão, para “ter uma ideia mais clara” do que significam os anúncios feitos pelo Governo relativamente aos técnicos superiores e à valorização dos jovens, bem como para deixar “contributos e alertas” para o próximo Orçamento do Estado e “eventualmente, perceber o que está em cima da mesa” para o sistema de avaliação dos funcionários públicos. Isto tendo em conta que os sindicatos têm dito que as dificuldades de harmonização do Governo deverão envolver particularmente o Ministério de João Leão.

Quanto à reunião pedida ao Ministério de Alexandra Leitão, o objetivo da FESAP seria discutir “todas as questões pendentes”, como a avaliação dos trabalhadores, mas também o teletrabalho e a revisão das carreiras. “Um conjunto vasto de problemas“, salienta José Abraão.

Até ao momento, nenhuma dessas reuniões foi, contudo, agendada. “Continuamos à espera de respostas“, afirma o referido sindicalista, que diz querer acreditar que será possível fechar o processo de negociação do sistema de avaliação de desempenho até ao final do ano, como indicou inicialmente o Governo, apesar desta paragem de quatro meses. “Quando há vontade, não há prazos apertados“, atira José Abraão.

Questionado sobre este processo, em agosto, o Ministério de Administração Pública garantiu que mantinha “o objetivo de acelerar o ritmo de progressão nas carreiras sujeitas” ao sistema de avaliação de desempenho em questão e esclareceu que continuava a “trabalhar numa proposta para apresentar aos sindicatos”. É importante explicar que, apesar de a expectativa indicada pelo Governo ser a de terminar as negociações até ao final de 2021, o Executivo tem insistido que as alterações que vierem a ser acertadas só deverão produzir efeitos em 2023, isto é, no próximo ciclo avaliativo.

Como está hoje, o SIADAP faz com que, a cada dois anos, os trabalhadores do Estado sejam alvo de avaliação, mas independentemente do seu desempenho efetivo apenas uma parte destes tem acesso às melhores notas. Ora, cada um dos saltos na carreira exige dez pontos e as duas classificações mais altas correspondem a quatro e seis pontos, respetivamente, enquanto a imediatamente abaixo equivale apenas a dois pontos. Logo, a generalidade dos trabalhadores públicos leva dez anos a conseguir uma progressão — uma vez que os ciclos avaliativos têm a duração de dois anos.

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