“Sem dúvida” que PSD e Governo têm de entender-se sobre novo aeroporto, diz Moedas

  • ECO
  • 24 Junho 2022

Carlos Moedas considera que a localização do novo aeroporto de Lisboa "deveria ser uma escolha técnica e de toda a governação".

O presidente da Câmara de Lisboa desvaloriza a localização escolhida para instalar o novo aeroporto de Lisboa, afirmando que “o mais importante” é a capital ter essa infraestrutura. Em entrevista ao Expresso (acesso pago), Carlos Moedas acredita que poderá ser feita uma “triangulação de escolhas” entre o Governo, o PSD e a Câmara de Lisboa, mas que essa tem de ser uma “decisão técnica”.

“Continuo a pensar que o mais importante é ter um novo aeroporto”, disse o autarca. “Seja Montijo, seja Alcochete, Lisboa precisa de um novo aeroporto. E isso para mim deveria ser uma escolha técnica e de toda a governação“, acrescentou, afirmando: “Não penso que o primeiro-ministro possa estar a pôr o ónus dessa decisão no partido da oposição, isso é que não”.

“O mais importante (…) ainda não está feito”, diz Carlos Moedas, referindo-se ao estudo ambiental pedido pelo Governo em março do ano passado. “Portanto, só quero um novo aeroporto o mais rapidamente possível”, sublinha, referindo que a situação atual no aeroporto de Lisboa com o SEF “é uma coisa que não deveria acontecer em nenhum país”.

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Nas notícias lá fora: banca, armas e demissões

  • ECO
  • 24 Junho 2022

Os 33 principais bancos dos EUA passaram nos testes de stress, o Senado aprovou um projeto para restringir acesso a armas de fogo e o presidente do Partido Conservador britânico demitiu-se.

Os 33 principais bancos dos EUA têm capital suficiente para suportarem uma contração económica severa, garante a Reserva Federal depois de conduzir os tradicionais testes de stress. E o Senado norte-americano aprovou um projeto de lei bipartidário para restringir o acesso a armas de fogo, nas primeiras reformas em décadas no país, na luta contra a vaga de violência armada. O presidente do Partido Conservador britânico, Oliver Dowden, não resistiu ao desaire eleitoral, nem a Netflix à perda de subscritores, por isso anunciou o despedimento de 316 funcionários em todo o mundo.

Financial Times

Principais bancos americanos passam testes de stress feitos pela Fed

Os 33 principais bancos dos EUA têm capital suficiente para suportarem uma contração económica severa, segundo a Reserva Federal. Nos testes de stress que faz anualmente ao sistema bancário, o banco central dos EUA construiu um cenário no qual a taxa de desemprego mais do que duplicaria para 10% e uma contração severa no mercado bolsista e imobiliário causaria perdas superiores a 600 mil milhões de dólares. Mesmo com estas variáveis, os 33 bancos maiores manteriam um ratio de capital de 9,7%, acima dos 4,5% exigidos legalmente, detalhou a Fed. O rácio de capital é um indicador do setor sobre a resistência das instituições financeiras a perdas inesperadas.

Leia a notícia completa no Financial Times (acesso pago, conteúdo em inglês)

CNN

Senado dos EUA aprova projeto para restringir acesso a armas de fogo

O Senado norte-americano aprovou um projeto de lei bipartidário para restringir o acesso a armas de fogo, nas primeiras reformas em décadas no país, na luta contra a vaga de violência armada. Com 15 senadores republicanos a juntarem-se aos 50 democratas, a proposta foi aprovada, na quinta-feira, na câmara alta do Congresso dos Estados Unidos com 65 votos a favor e 33 contra. O diploma segue agora para a Câmara dos Representantes, dominada pelos democratas, onde a aprovação parece certa, numa votação que prevista para esta sexta-feira. A legislação pretende tornar mais exigentes as verificações de antecedentes para os compradores mais jovens de armas de fogo, exigir que mais vendedores realizem verificações de antecedentes e aumentar as penas para tráfico de armas.

Leia a notícia completa na CNN (acesso livre, conteúdo em inglês)

The Guardian

Presidente do Partido Conservador britânico demite-se

O presidente do Partido Conservador britânico, Oliver Dowden, apresentou a demissão ao primeiro-ministro Boris Johnson, depois de uma série de resultados eleitorais “muito maus”, incluindo as derrotas nas eleições legislativas parciais de quinta-feira. Essas derrotas “são as últimas de uma série de resultados muito maus para o nosso partido”, escreveu Dowden numa carta endereçada ao primeiro-ministro, acrescentando que “alguém tem de assumir a responsabilidade”. Nas legislativas parciais de quinta-feira, vistas como um teste à popularidade de Boris Johnson junto dos eleitores, os Conservadores perderam o círculo eleitoral de Tiverton e Honiton para os liberais democratas e o de Wakefield para o principal grupo da oposição, o Partido Trabalhista.

Leia a notícia completa no The Guardian (acesso livre, conteúdo em inglês)

The Hollywood Reporter

Netflix demite mais de 300 funcionários devido à perda de subscritores

O serviço de streaming Netflix anunciou o despedimento de 316 funcionários em todo o mundo, num movimento para ajustar as contas devido à perda de subscritores que vem verificando desde o início de 2022. A maioria das demissões acontece nos escritórios dos Estados Unidos e Canadá com 216, enquanto há 53 na Europa, 30 na Ásia e 17 na América Latina. É a segunda ronda de demissões da empresa, que em maio demitiu outros 150 trabalhadores depois das suas ações terem caído ao informar aos investidores que o seu crescimento havia estagnado. “Lamentamos não termos visto a nossa desaceleração antes, para que pudéssemos ter garantido um reajuste mais gradual dos negócios”, admitiram os fundadores da Netflix, Reed Hastings e Ted Sarandos, numa carta enviada aos funcionários a que a revista norte-americana The Hollywood Reporter teve acesso.

Leia a notícia completa no The Hollywood Reporter (acesso livre, conteúdo em inglês)

The Verge

Instagram testa inteligência artificial para verificar idade de utilizadores

A rede social Instagram está a testar novas formas de verificar a idade dos seus utilizadores, incluindo uma ferramenta de inteligência artificial de identificação facial, para verificar se as pessoas têm 18 anos ou mais. As ferramentas ainda não vão ser disponibilizadas para tentar manter as crianças fora da plataforma da Meta. A utilização de inteligência artificial de identificação facial, especialmente em adolescentes, fez soar alguns alarmes, face à história conturbada da Meta, quando se trata de proteger a privacidade dos utilizadores. A Meta enfatizou que a tecnologia usada para verificar a idade das pessoas não pode reconhecer a sua identidade – apenas a idade. Assim que a verificação estiver concluída, a Meta, em parceria com a ‘startup’ Yoti, vai excluir a gravação de vídeo da face.

Leia a notícia completa no The Verge (acesso livre, conteúdo em inglês)

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Preço do petróleo sobe ligeiramente apesar dos receios

Mercado está a equilibrar os receios de uma procura mais lenta devido ao arrefecimento da economia norte-americana com a incerteza do lado da oferta de matéria-prima.

Os preços do petróleo estão a subir ligeiramente esta sexta-feira, cotando nos 110 dólares na Europa e 104 dólares nos Estados Unidos, recuperando, assim, das fortes perdas registadas esta semana. O mercado está a equilibrar os receios de uma procura mais lenta devido ao arrefecimento da atividade económica norte-americana com a incerteza do lado da oferta de matéria-prima.

Às 7h30 de Lisboa, o barril de brent, cotado em Londres e que serve de referência às importações nacionais, está a valorizar 0,01% para 110,06 dólares, enquanto o WTI, negociado em Nova Iorque, avança 0,19% para 104,47 dólares. Os preços caíram cerca de 1,5% na sessão anterior.

Este desempenho da matéria-prima acontece depois de os dados de atividade económica dos Estados Unidos, nomeadamente relativos à produção e aos serviços, terem ficado abaixo das expectativas, juntamente com a queda nos dados de produção na Alemanha.

“Com essas condições, os preços mais altos do petróleo bruto vão tornar-se bastante sensíveis a qualquer aumento de oferta“, diz Stephen Innes, managing partner da SPI Asset Management, citado pela Reuters. O especialista acredita que haverá uma pressão sobre a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP+) para aumentar a produção de ouro negro.

A OPEP+ e os seus aliados, incluindo a Rússia, provavelmente seguirão um plano de aumento acelerado de produção em agosto, na esperança de diminuir os preços do petróleo e a inflação, avança a agência de notícias. A organização concordou na última reunião de 2 de junho aumentar a produção em 648 mil barris por dia em julho, equivalente a 7% da procura mundial, e na mesma quantidade em agosto, acima do plano inicial.

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Hoje nas notícias: Fisco, aeroporto e baixas médicas

  • ECO
  • 24 Junho 2022

Dos jornais aos sites, passando pelas rádios e televisões, leia as notícias que vão marcar o dia.

Das manifestações de fortuna à localização do novo aeroporto de Lisboa, passando pelas baixas médicas e até aos efeitos da inflação na vida dos portugueses, conheças as notícias que estão a marcar o dia.

Fisco aperta cerco a manifestações de fortuna

O Fisco vai apertar o controlo sobre as manifestações de fortuna e acréscimos de património não justificados para detetar rendimentos que não tenham sido declarados pelos contribuintes. De acordo com o Plano Nacional de Atividades da Inspeção Tributária e Aduaneira (PNAITA) para 2022, na mira das Finanças vão estar, por exemplo, casas e carros de luxo, mas será também reforçado o controlo da dedução de prejuízos fiscais e dos benefícios fiscais, assim como esquemas de planeamento fiscal abusivo.

Leia a notícia completa no Jornal Económico (acesso pago)

PSD e Governo têm de entender-se sobre aeroporto, diz Moedas

O presidente da Câmara de Lisboa afirma que é importante que a capital tenha um novo aeroporto, independentemente da localização escolhida. “Seja Montijo, seja Alcochete, Lisboa precisa de um novo aeroporto”, diz Carlos Moedas, afirmando que a localização “deveria ser uma escolha técnica e de toda a governação”. O autarca acredita que é possível fazer uma “triangulação de escolhas entre o Governo, o novo líder do PSD e o presidente da câmara”, mas que “a decisão tem de ser técnica”.

Leia a entrevista completa no Expresso (acesso pago)

Número de baixas ultrapassa os dois milhões nos primeiros cinco meses do ano

Foram atribuídos mais de dois milhões de prestações de doença nos primeiros cinco meses do ano, um número que representa um aumento de 82% face ao mesmo período de 2021 (1.104222). Em termos absolutos, são mais 912.626 baixas por doença do que as atribuídas de janeiro a maio do ano passado. Os dados do Gabinete de Estratégia e Planeamento (GEP) do Ministério do Trabalho indicam ainda que o número de baixas médicas em 2022 tem sido sempre superior aos registos de 2021, mas nesta altura do ano já se registaram mais do dobro do que nos mesmos cinco meses de 2021.

Leia a notícia completa no Público (acesso condicionado)

Subida de preços obriga dois terços do portugueses a cortar na alimentação

Uma sondagem da Aximage mostra que quase dois terços dos portugueses foram obrigados a mudar de hábitos por causa da fatura dos combustíveis e que dois terços cortaram mesmo na alimentação, reduzindo ou eliminando certos produtos. É na ida ao supermercado (39%) e nos combustíveis (39%) que o aumento do custo de vida mais se está a fazer sentir. E nestes tempos de crise, 46% dos inquiridos consideram que a resposta que tem sido dada pelo Governo é “má”, enquanto apenas 14% consideram ser “boa”.

Leia a notícia completa no Jornal de Notícias (acesso pago)

“Temos de ser uma potência marítima daqui a dez anos”, diz Tiago Pitta e Cunha

O administrador executivo da Fundação Oceano Azul considera que “o oceano vai ser muito mais importante para a humanidade no século XXI do que foi no século XX” e que, “para Portugal”, isso “são ótimas notícias”. Tiago Pitta e Cunha afirma que o país deve “traçar a ambição” de ser “uma potência marítima daqui a dez anos”, assim como é atualmente a Noruega, “ao abrigo deste novo paradigma do capital natural, de conservação do oceano e da utilização da energia dos transportes e da alimentação como pedras fundamentais no desenvolvimento da economia portuguesa”.

Leia a entrevista completa no Diário de Notícias (acesso pago)

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Sabe onde gasta mais tempo no trabalho? Em 45 anos, 180 dias são passados a corrigir gralhas

Corrigir erros de escrita demora, em média, 180 dias numa carreira de 45 anos. Fazer o loggin em plataformas absorve 145 dias. O mesmo tempo é gasto a olhar para um ecrã à espera que algo aconteça.

Um terço da sua vida é passado a dormir. Quase uma década a olhar para o seu smartphone. E quatro meses a decidir o que ver nos serviços de streaming. E em contexto laboral? Sabe quais as atividades onde gasta a maior parte do seu tempo? A correção de gralhas e erros ortográficos demora, em média, 20 minutos por dia de trabalho. Feitas as contas, este tempo equivale a 180 dias — ou seja, meio ano — ao longo de uma carreira de 45 anos, revela um novo estudo realizado por académicos da Maryland and Delaware Enterprise University Partnership.

Algumas palavras são escritas com tanta frequência que, por si só, podem gastar dias de trabalhado numa carreira. Thnaks” (em vez de “thanks”) é o erro mais comum no mundo anglófono, seguido de “teh” (em vez de “the”), “yuo” (em vez de “you”) e “rember” (em vez de “remember”). “Bets wishes” (que deveria ser “Best wishes”) é, também, uma gralha muito frequente.

Fazer o loggin em ferramentas e plataformas de trabalho é a segunda atividade em que os profissionais gastam mais tempo: 145 dias ao longo de uma carreira, mais precisamente. Porquê? “Preocupações com a segurança justificam que algum tempo seja absorvido desta forma. Mas são desperdiçados meses a tentar lembrar senhas, a introduzi-las erradamente ou a atualizá-las”, explica o The Economist. (conteúdo em inglês com acesso reservado) O mesmo tempo é gasto apenas a olhar para um ecrã, à espera que algo aconteça.

Apesar de a tecnologia acelerar e tornar mais eficientes uma quantidade significativa de tarefas, o estudo mostra, também, que está no centro da maioria do tempo desperdiçado em atividades laborais.

Também ao encerrar os sistemas e aparelhos se desperdiça um tempo similar, nomeadamente a eliminar janelas de ajuda, a rejeitar pedidos repetidos para agendar atualizações ao sistema operativo e a fechar anúncios pop-up. Tentar pausar a reprodução automática de um vídeo também absorve o tempo que poderia ter sido usado a aprender a tricotar ou mesmo a visitar o Machu Picchu (Peru), compara o estudo da Maryland and Delaware Enterprise University Partnership.

Um conjunto de atividades de arrumação e organização da zona digital de trabalho absorvem, em média, mais de quatro meses da vida de um trabalhador. Já a eliminação de emails ocupa cerca de seis semanas da sua vida. E clicar em apps como o Slack para ler mensagens que não lhe são dirigidas ou mesmo a apagar links que nunca irá abrir ocupam também vários dias.

As tentativas de formatação de documentos também constituem outra grande “perda” de tempo. Pense nas tentativas de alterar as margens de um documento Word ou nas horas que já gastou a tentar resolver problemas com fórmulas numa folha de cálculo. Segundo o estudo realizado por académicos, William Shakespeare precisou de exatamente o mesmo período temporal que um trabalhador passa a mudar o tamanho e a fonte da letra para escrever “Rei Lear”.

Mas há mais, e muitas destas atividades exigem agora de mais tempo e tornaram-se mais rotineiras com o trabalho remoto. Agendamento de reuniões que, mais tarde, são canceladas: mais de um mês. Esperar que as pessoas se apercebam que estão em mute numa videochamada e repitam a frase: uma quinzena. Elaborar um email para, depois, deixá-lo na pasta de rascunhos: dois dias.

Apesar de a tecnologia acelerar e tornar mais eficientes uma quantidade significativa de tarefas, o estudo mostra, também, que está no centro da maioria do tempo desperdiçado em atividades laborais.

O estudo, realizado por académicos da Maryland and Delaware Enterprise University Partnership, envolveu um inquérito sobre o uso do tempo a mais de 5.000 trabalhadores nos Estados Unidos e Grã-Bretanha.

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De que forma o processo disciplinar contra Ivo Rosa afetará o caso BES?

O que poderá acontecer ao BES, o maior processo da justiça portuguesa - que está na fase de instrução - caso o juiz Ivo Rosa venha mesmo a ser suspenso de funções?

Caso o juiz de instrução Ivo Rosa venha mesmo a ser suspenso, o que acontece ao maior processo da Justiça portuguesa, o caso BES, que atualmente se encontra em fase de instrução, liderada por este mesmo magistrado?

A resposta é simples e aqui a doutrina não diverge. Ivo Rosa fica sem poder exercer durante algum tempo a função de juiz e terá de se designar um novo juiz de instrução que poderá vir a pôr de lado todo o trabalho feito desde abril, data em que Ivo Rosa pegou neste processo para dar andamento à fase de instrução que decidirá se Ricardo Salgado vai ou não a julgamento.

Explicando melhor: o Conselho Superior da Magistratura, em março, abriu um processo disciplinar contra o juiz do Ticão, Ivo Rosa, por alegadamente ter violado o Estatuto dos Magistrados Judiciais (EMJ), com factos que poderão configurar “infração do dever de obediência à Constituição e à lei” e “interferência ilegítima na atividade jurisdicional de outro magistrado”, notificando então o juiz de instrução quando este estava de baixa médica.

Em causa está um acórdão da Relação de Lisboa que revogou e criticou decisões tomadas por Ivo Rosa que interferiam e anulavam decisões de outros magistrados, designadamente Carlos Alexandre, outro dos juízes do Ticão. O mesmo CSM que, a 1 de junho, estabeleceu o prazo de oito meses para concluir a instrução (ver abaixo).

Na terça-feira, Ivo Rosa foi notificado pelo CSM da conclusão deste processo disciplinar. Que, segundo avançou o Observador, poderá passar por uma suspensão e funções. Porém, esta sanção disciplinar ainda não foi confirmada pelos juízes do CSM e está ainda dependente da votação em plenário deste órgão colegial.

Caso a proposta do inspetor judicial — responsável por este averiguação –seja validada pelo plenário do CSM, o caso BES deixa de ter este mesmo juiz de instrução e passará a ter que ser sorteado outro dos oito juízes do Ticão, entre eles Carlos Alexandre.

“Um juiz suspenso não pode trabalhar, é verdade”, constatou José Sousa Lameira, vice-presidente do CSM. “Se a suspensão se confirmar será nomeado novo juiz que decidirá”, acrescentou Henrique Araújo, presidente do Supremo Tribunal de Justiça.

Ivo Rosa — que está desde dezembro em exclusividade com este processo — já foi notificado da proposta de sanção e ainda está no prazo de 20 dias para responder. Pode sugerir diligências, indicar testemunhas e apresentar provas. O que terá de acontecer até final deste mês de junho.

Certo e confirmado pelos mesmos está o facto da promoção do magistrado, que em setembro deveria ser colocado no Tribunal da Relação de Lisboa, estar suspensa.

Prazo de oito meses para conclusão da instrução BES

No dia 1 de junho, o CSM deu ao juiz Ivo Rosa um prazo de oito meses para terminar a fase de instrução do processo BES.

Na resposta, a mesma fonte afirma que “o pedido de aceleração processual do processo [BES/GES] foi parcialmente deferido, tendo o CSM fixado um prazo de oito meses a partir da notificação da deliberação para que seja terminada a fase de instrução”.

Em resposta à Advocatus/ECO, o CSM garantiu ainda que este prazo “é adequado atenta a complexidade e dimensão do processo, considerando também que o prazo legal de quatro meses é manifestamente insuficiente”. Mais: que, “sendo esta uma das competências do CSM, considera-se que a fixação do prazo em nada belisca a independência dos Juízes”.

Na semana passada, um grupo de 27 advogados — todos eles de arguidos ou assistentes no caso BES — tomaram uma posição pública face a este prazo. O grupo de advogados — onde se incluem nomes sonantes como Paulo Saragoça da Matta, Raul Soares da Veiga, João Medeiros, Francisco Proença de Carvalho, Tiago Rodrigues Bastos e Rui Patrício, entre outros — “a decisão do CSM que está em causa, isto é, a fixação de um prazo para a instrução, é ilegal, e é-o por várias razões, sendo certo que acarreta uma interferência inadmissível por parte do CSM na função jurisdicional – por definição, soberana e independente – dos Juízes”, pode ler-se na carta, a que o ECO teve acesso e que terá sido enviada para o mesmo CSM.

O processo BES/GES conta com 30 arguidos (23 pessoas e sete empresas), num total de 361 crimes. Considerado um dos maiores processos da história da justiça portuguesa, este caso agrega no processo principal 242 inquéritos, que foram sendo apensados, e queixas de mais de 300 pessoas, singulares e coletivas, residentes em Portugal e no estrangeiro. Segundo o Ministério Público (MP), cuja acusação contabilizou cerca de quatro mil páginas, a derrocada do Grupo Espírito Santo (GES), em 2014, terá causado prejuízos superiores a 11,8 mil milhões de euros.

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Há 17 mil contribuintes na “lista negra” do Fisco. Devem 3,2 mil milhões

Apesar de em quase três anos terem desaparecido cerca de 20 mil contribuintes da lista de faltosos, o valor em dívida é muito semelhante.

São mais de 17 mil os contribuintes que têm dívidas ao Fisco e que já integram a lista de devedores. Em causa está uma dívida que totaliza 3,2 mil milhões de euros, revelou ao ECO fonte oficial da Autoridade Tributária (AT). A lista continua a revelar a tendência decrescente que se tem vindo a verificar, pelo menos, desde 2016, mas não existem dados referentes ao período de pandemia. Contudo, apesar de em quase três anos terem desaparecido cerca de 20 mil contribuintes da lista de faltosos, o valor em dívida é muito semelhante.

A lista de devedores apresenta todos os contribuintes, pessoas ou empresas, que não têm a sua situação tributária regularizada porque deixaram passar o prazo de pagamento voluntário “sem terem cumprido as suas obrigações” e sem apresentar garantia ou pedir dispensa. A lista foi criada em 2006 pelo então ministro Fernando Teixeira dos Santos e é atualizada diariamente para retirar os contribuintes que, entretanto, cumprem as suas obrigações fiscais. A entrada de contribuintes faltosos é feita mensalmente.

Os dados que a AT avançou ao ECO, referentes a 31 de maio, revelam que há 17.814 contribuintes a integrar a lista de devedores ao Fisco (há uma outra com os devedores à Segurança Social), sendo que 10.496 são pessoas singulares e 7.318 são empresas. O valor global em dívida é maior ao nível dos contribuintes singulares (1,73 mil milhões de euros), mas a diferença face às empresas não é muito significativa (mais 266 milhões de euros).

Os contribuintes, sejam singulares ou coletivos, estão agrupados em seis escalões. A maior parte dos contribuintes singulares têm dívidas entre 7.500 e 25 mil euros — são 2.946 contribuintes –, mas a fatia mais importante é da responsabilidade de 339 pessoas que devem 698,4 milhões de euros, ou seja, 15% do total da lista e 29% das dívidas dos contribuintes singulares.

Este último escalão, que agrega os contribuintes com dívidas superiores a um milhão de euros, tem uma particularidade: dezenas de nomes estrangeiros e um grande dinamismo. Esta quinta-feira o número de contribuintes neste escalão tinha caído para 161.

Por outro lado, ao nível das empresas, o maior número de devedores está concentrado também no primeiro escalão, ou seja, com dívidas entre dez e 15 mil euros (2.805 contribuintes coletivos), mas o nível de incumprimento mais elevado — 426 milhões de euros — é da responsabilidade de 2.223 empresas com dívidas entre 100 mil e 500 mil euros. Muito perto andam as 231 empresas que devem entre um milhão e cinco milhões de euros e que respondem por uma dívida total de 407,7 milhões de euros. A dever mais de cinco milhões de euros só há 21 empresas, responsáveis por 205,21 milhões de euros em incumprimento.

Mais uma vez, num sinal de dinamismo da lista, esta quinta-feira estavam apenas dez empresas neste último escalão: Euroamer, Lin Lines Incorporation, Sociedade de Investimentos Colinas Darge e Yonash. Quatro nomes que já integram a lista pelo menos desde 2019, aos quais se juntam a Círculos & Rotundas Unipessoal, Imócompletissimo – Consultora de Imóveis, Manuel Joaquim Silva Barbosa Sucessores, Manuel Silva Ribeiro e Silva, Proeza de Luxo e Surprisemermaid. Não é possível saber quais os montantes em dívida a título individual.

Para sair da lista é necessário regularizar a situação tributária, seja através do pagamento da dívida em questão ou prestação de garantia. “A eliminação depende, no entanto, da confirmação do pagamento ou da idoneidade da garantia pelos serviços competentes a efetuar em prazo não superior, em média, a uma semana”, explica a AT na página de publicitação da lista. “A invalidade ou insuficiência do meio de pagamento ou da garantia que tiverem sido apresentados implicam a reposição do devedor na respetiva lista até à sua situação tributária ser definitivamente regularizada”, acrescenta a AT.

Apesar de questionada pelo ECO desde maio de 2020 sobre os detalhes da lista de devedores, para avaliar o impacto da pandemia nos níveis de incumprimento, a AT nunca avançou dados e agora diz não ser possível fazê-lo, porque “não guarda imagens da lista, uma vez que a informação divulgada”, feita de acordo com as regras definidas pela Comissão Nacional de Proteção de Dados, “se destina exclusivamente aos fins que determinaram a publicitação, não devendo ser reproduzida ou utilizada para fins diferentes dos previstos nessas normas legais, designadamente para a organização de ficheiros informáticos, incluindo devedores de outro tipo de obrigações”.

Assim, apenas é possível perceber que genericamente o número de devedores tem vindo a cair desde 2016, usando dados compilados a partir da comunicação social, citando as Finanças. Por exemplo, em julho de 2016 havia 38.999 contribuintes, quando em abril de 2018 já eram 30.497 e a 13 de setembro de 2019 eram 28 mil, mas com um nível de dívida muito idêntico ao atual (3,31 mil milhões de euros, tal como o ECO avançou).

Esta descida é, em grande parte, explicada pelo Programa Especial de Redução do Endividamento ao Estado (PERES), uma espécie de perdão fiscal, uma vez que houve um perdão de juros e custas, mas não do valor de imposto por pagar. Esta operação foi fundamental para Portugal cumprir os objetivos do défice em 2016 e sair do Procedimento dos Défices Excessivos. Mas também pela suspensão dos processos de execução fiscal com residência fiscal nos concelhos afetados pelos fogos, como noticiou o Observador.

E apesar de ser expectável que os níveis de incumprimento tivessem disparado durante a pandemia, o Executivo adotou várias medidas que impediram que empresas e contribuintes singulares, mesmo com dívidas, viessem a ser inseridos na lista de devedores. Como, por exemplo, o Executivo ter por diversas vezes prorrogado o diferimento de obrigações fiscais – voltou a fazê-lo no Conselho de Ministros de quinta-feira -, e tacitamente decidir que os impostos em dívida podem ser pagos a prestações, sem terem de ser os contribuintes a pedir a adesão a planos de pagamento, aderindo a partir do momento em que é paga a primeira prestação. Ora quem tem dívidas ao Fisco mas está a pagá-las a prestações não faz parte da lista de devedores. Por outro lado, o prazo para o pagamento de dívidas em processos de execução fiscal passou de três para cinco anos.

Por outro lado, a pandemia também poderá ter condicionado os recursos da AT e, como um devedor só vê o seu nome publicitado na lista depois de notificado e de lhe ser dada oportunidade de contestar (resposta que tem de ser analisada pelos funcionários do Fisco), isso pode ter atrasado a introdução de alguns nomes.

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5 coisas que vão marcar o dia

No último dia da cimeira que discute a aprovação do estatuto de candidato à União Europeia da Ucrânia, o Banco de Portugal apresenta o relatório de estabilidade financeira e há greve na Ryanair.

A semana termina com o último dia da cimeira europeia de chefes de Estado e do Governo para discutir o pedido de adesão da Ucrânia à União Europeia, a divulgação do relatório financeira do Banco de Portugal e uma greve de tripulantes na Ryanair. Nesta sexta-feira é feriado (de São João) em mais de três dezenas de municípios.

Termina Conselho Europeu

É o segundo e último dia da reunião de chefes de Estado e de Governo dos Estados-membros da União Europeia (UE). Os líderes discutem a Europa em geral, a Ucrânia, os pedidos de adesão à UE da Ucrânia, da Moldova e da Geórgia, questões económicas, a Conferência sobre o Futuro da Europa e as relações externas.

Feriado de São João

24 de junho é dia de São João e feriado municipal em mais de três dezenas de municípios portugueses. Além do Porto, observa-se o feriado municipal nos concelhos de Alcácer do Sal, Alcochete, Almada, Almodôvar, Angra do Heroísmo, Armamar, Arronches, Braga, Calheta, Castro de Paiva, Castro Marim, Cinfães, Figueira da Foz, Figueiró dos Vinhos, Guimarães, Horta, Lourinhã, Lousã, Mértola, Moimenta da Beira, Moura, Nelas, Porto Santo, Santa Cruz das Flores, São João da Pesqueira, Sertã, Tabuaço, Valongo, Vila do Conde, Vila do Porto, Vila Franca do Campo e Vila Nova de Gaia.

Primeiro trimestre com excedente?

O Instituto Nacional de Estatística (INE) publica hoje o saldo orçamental do primeiro trimestre. Economistas sondados pela Lusa na quinta-feira antecipavam um ligeiro excedente orçamental, reflexo de uma melhoria da atividade económica e uma diminuição da despesa com a pandemia. Em 2021, Portugal registou um défice de 2,8% do Produto Interno Bruto (PIB) e o Governo prevê um défice de 1,9% para a totalidade deste ano.

Greve de tripulantes da Ryanair

Arranca hoje a greve de tripulantes de cabine da Ryanair. A paralisação vai decorrer até domingo, 26, e deve-se no fracasso das negociações do acordo de empresa entre a companhia aérea irlandesa e o Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil. Não estão previstos serviços mínimos.

Relatório de estabilidade financeira

O Governador do Banco de Portugal, Mário Centeno, apresenta, pelas 10h30, o Relatório de Estabilidade Financeira. O documento analisa os principais riscos para a estabilidade financeira em Portugal e as suas vulnerabilidades. Inclui ainda uma análise ao sistema bancário português.

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Pandemia teve impacto significativo nos lares apesar dos apoios, conclui Tribunal de Contas

Para futuras respostas a situações de emergência, o Tribunal de Contas recomenda que se pondere a criação de apoios mais adaptáveis, bem como de monitorização mais robusta.

Os lares foram um dos pontos de foco na pandemia devido à vulnerabilidade dos idosos à Covid-19. Agora, uma auditoria do Tribunal de Contas (TdC) conclui que, apesar de as IPSS com estas estruturas terem beneficiado de uma “multiplicidade de apoios”, a dimensão do impacto adverso da pandemia em 2020, mesmo assim, “foi significativa”. Neste relatório, o organismo recomenda também, para o futuro, apoios mais adaptáveis e melhores mecanismos de monitorização e deteção de irregularidades.

“As IPSS [Instituições Particulares de Solidariedade Social] beneficiaram de uma multiplicidade de apoios operacionalizados por diversas entidades públicas, públicas, como o Instituto da Segurança Social, o Instituto de Gestão Financeira da Segurança Social, o Instituto de Emprego e Formação Profissional e o Banco Português de Fomento“, lê-se no relatório “Auditoria Covid-19 – Apoios do Estado às IPSS com Estruturas Residenciais para Pessoas Idosas”.

O TdC salienta vários apoios que foram dados: “Para mitigar os impactos da pandemia nas IPSS com os custos acrescidos de funcionamento (52,9 milhões de euros), para reforçar o número e a capacitação dos recursos humanos (25,5 milhões) e através das medidas de proteção e apoio à tesouraria e liquidez foram concedidos 79,6 milhões de euros em empréstimos e diferido o reembolso de 1,4 milhões de euros de prestações de empréstimos.”

A entidade reconhece ainda assim que, “apesar dos apoios, a dimensão do impacto adverso da pandemia nas ERPI [Estruturas Residenciais para Pessoas Idosas], em 2020, foi significativa“. “Nesse ano, cerca de 46,9% (1.189) das ERPI tiveram casos confirmados da Covid-19, em particular em abril e depois em novembro e dezembro”, recorda.

Tendo em conta a análise feita, o TdC deixa algumas recomendações, nomeadamente para o desenho e fiscalização das medidas. “Ao Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social recomenda o desenvolvimento de uma estratégia nacional de medidas ativas de emprego para a área do apoio a pessoas idosas e que em futuras respostas a situações de emergência se pondere a criação de apoios mais adaptáveis, que consolidem a multiplicidade de apoios existentes, e que também permitam diferenciar as instituições em função das respostas sociais desenvolvidas”, indica o documento.

Já ao Instituto da Segurança Social, ao Instituto do Emprego e Formação Profissional e ao Banco Português de Fomento “é recomendado que, em futuras respostas a situações de emergência, instituam procedimentos de monitorização e controlo sistemáticos mais robustos, bem como mecanismos de deteção e correção de irregularidades, por forma a minimizar o risco de atribuição indevida de apoios”.

O TdC deixa ainda uma nota específica apenas para o Instituto da Segurança Social, para que “simplifique os processos de candidatura a programas ou apoios, para reduzir o número de candidaturas excluídas por falhas de instrução ou falta de elementos não essenciais ou que o Instituto já disponha”.

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Turismo de Lisboa investe 6,1 milhões de euros em 2022 na promoção da região

  • Lusa
  • 23 Junho 2022

Investimento de 6,1 milhões de euros será financiado por empresas em 1,8 milhões, em 2,5 milhões pela taxa turística de Lisboa, em 1 milhão pela ERT-RL, e em 810 mil euros pelo Turismo de Portugal.

A Associação de Turismo de Lisboa (ATL), em parceria com as empresas do setor, vai investir este ano 6,1 milhões de euros na promoção turística da região, num contexto de retoma pós-pandemia de Covid-19, foi esta quinta-feira divulgado.

O anúncio foi feito esta tarde numa sessão pública que contou com a participação do presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Carlos Moedas, do presidente adjunto da ATL, José Luis Arnaut, e do presidente da Entidade Regional do Turismo da Região de Lisboa (ERT-RL), Vítor Costa.

Segundo referiu Vítor Costa, a maior parte do investimento previsto está a ser direcionado para planos de comercialização e vendas das empresas nos mercados externos (três milhões de euros), incluindo a participação em eventos internacionais, campanhas ‘online’ e ações de promoção e venda junto de operadores ou outros canais.

Neste âmbito, foram aprovadas 46 candidaturas, com a participação de 101 empresas.

Já o plano de comercialização e vendas no mercado interno contempla um valor de 392 mil euros e “está direcionado para os polos turísticos a potenciar ou em desenvolvimento definidos no plano estratégico” (Tejo, Costa da Caparica, Arrábida e Mafra), bem como para “os produtos transversais, como ‘surf’, sol e mar, golfe e natureza”.

“Aqui pretendemos dar um impulso em zonas menos desenvolvidas da região de Lisboa”, justificou Vítor Costa, adiantando que foram aprovadas 14 candidaturas, com a participação de 18 empresas, e que o programa ainda “está em aberto”.

Está também previsto um apoio à captação de congressos, eventos corporativos e associativos, estando alocado para este efeito uma verba de cerca de 510 mil euros. Nesse âmbito, até ao momento, foram aprovadas 78 candidaturas.

No que diz respeito ao programa de internacionalização de festivais e outros eventos culturais, está disponível uma verba de 250 mil euros, destinada a cofinanciar planos de publicidade no estrangeiro “suscetíveis de captar público internacional adicional, tendo já sido aprovadas candidaturas para eventos como o “Rock in Rio”, “NOS Alive”, “Kalorama” e “Jazz em Agosto”.

Os restantes quase dois milhões de euros são destinados a financiar ações organizadas diretamente pela ATL, com a participação dos seus associados, nomeadamente feiras internacionais, ‘workshops e webinares’ internacionais, materiais promocionais, entre outros eventos.

Até ao momento, os programas de promoção conjunta entre a ATL e as empresas contam com a participação de 367 entidades.

O investimento de 6,1 milhões de euros previstos será financiado em 1,8 milhões pelas empresas, em 2,5 milhões de euros pelo Fundo de Desenvolvimento Turístico de Lisboa (taxa turística), um milhão de euros pela ERT-RL e os restantes 810 mil euros pelo Turismo de Portugal.

“O turismo é central e é uma prioridade para a Câmara de Lisboa”, afirmou no seu discurso o presidente do município, Carlos Moedas, ressalvando, contudo, que “tem de trazer alguma coisa para os lisboetas”, para “não criar fricções”.

O autarca social-democrata, que preside à ATL, elogiou o esforço dos privados na promoção turística, defendendo que esta “deve ser contínua”.

“A promoção deve ser consistente e sólida. Lisboa está cada vez na moda e não podemos desaproveitar”, apontou, lamentando, porém, as “filas longas” registadas à chegada ao Aeroporto de Lisboa que, segundo Carlos Moedas, “dá uma má imagem” do país.

Em 12 de junho, a ANA Aeroportos indicou que os tempos de espera na área das chegadas do aeroporto de Lisboa ultrapassaram as três horas nesse dia, devido à “insuficiência de recursos e de postos de controlo de fronteira SEF [Serviço de Estrangeiros e Fronteiras] em funcionamento”.

Já no domingo, o Ministério da Administração Interna assegurou que, durante o fim de semana, o processo de entrada e saída de passageiros no aeroporto de Lisboa tinha decorrido com “normalização”, com um tempo de espera médio de 35 minutos no sábado.

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Pilotos da TAP cancelam plenário de sexta-feira. Greve será avaliada em assembleia geral

Os pilotos da TAP anunciaram o cancelamento do plenário previsto para sexta-feira e rejeitado pela companhia, após uma reunião com o ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos.

Depois de a administração da TAP ter rejeitado a realização de um plenário convocado pelo Sindicato dos Pilotos da Aviação Civil (SPAC) para sexta-feira de manhã, o presidente da estrutura sindical confirmou ao início da noite que a reunião que previa juntar mais de 400 profissionais foi cancelada. Possibilidade de greve será discutida em assembleia geral.

“O plenário foi cancelado e será resolvido na justiça”, afirmou Tiago Faria Lopes, presidente do SPAC, após uma reunião com o Ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos, após a escalada de tensão com a administração da companhia aérea nos últimos dias.

“A TAP simplesmente não autorizou. Não fazia sentido mantermos o plenário”, acrescentou o dirigente sindical em breves declarações transmitidas pelas televisões, voltando a salientar que a redução de 10% no corte salarial foi decidida pela comissão executiva da transportadora “de uma forma unilateral”. Questionado sobre a possibilidade de uma greve, respondeu que o tema será “discutido em assembleia geral”.

O SPAC enviou na quarta-feira uma convocatória para uma reunião de pilotos da TAP para o próximo dia 24 de junho, com início às 7h30 e fim previsto para as 10h30, a ter lugar no interior do refeitório da companhia aérea. “Estima-se que estejam presentes em tal reunião cerca de 400 pilotos”, dizia a mensagem a que o ECO teve acesso.

Uma pretensão negada pela administração da transportadora aérea, que argumentou que “a realização de uma assembleia plenária de pilotos nos termos pretendidos pela Comissão Sindical do SPAC seria apta a causar um dano insuportável na empresa”, podendo afetar até 120 voos e 20 mil passageiros.

A TAP alegou ainda que não foi apresentada uma proposta que vise assegurar o funcionamento dos serviços de natureza urgente e essencial da empresa, “um requisito reforçado em empresas que operam em setores vocacionados à satisfação de necessidades sociais impreteríveis”, como é o caso da transportadora aérea.

No mesmo dia, o SPAC enviou um comunicado onde afirma que cumpriu todos os preceitos legais e necessários para a realização da reunião de trabalhadores nas instalações da TAP, negando com veemência os números avançados pela transportadora, relativamente a eventuais prejuízos resultantes da pausa na operação”.

A administração da TAP anunciou no domingo uma redução de 45% para 35% do corte salarial aplicado aos pilotos, inferior ao por eles pretendido. Repôs também o subsídio de aterragem, com retroativos a março de 2021. A companhia decidiu ainda atualizar o salário mínimo garantido (valor que não pode ser sujeito a cortes) de todos os trabalhadores para 1.410 euros, com retroativos a janeiro.

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Trabalhadores do INE pedem valorização em carta a António Costa

  • Lusa
  • 23 Junho 2022

Trabalhadores do INE pedem valorização profissional em carta aberta a António Costa, acompanhada de petição com mais de 550 assinaturas, e sublinham a informação adicional exigida pela Covid-19.

A Comissão de Trabalhadores (CT) do Instituto Nacional de Estatística (INE) aproveitou esta quinta-feira o Dia das Nações Unidas para o Serviço Público para enviar uma Carta Aberta ao primeiro-ministro, António Costa, a defender a valorização dos trabalhadores do INE.

O envio da carta aberta, de que foi dado conhecimento ao Presidente da República e aos grupos parlamentares, foi acompanhado de uma petição com mais de 550 assinaturas em defesa da valorização das estatísticas oficiais e dos trabalhadores do INE.

“Apesar dos inúmeros apelos que a CT do INE vem dirigindo aos vários interlocutores com poder de decisão, desde 2018, entre os quais se incluem a tutela e a direção do INE (Conselho Diretivo), permanecem sem (re)solução à vista os principais problemas com que estão confrontados os trabalhadores da autoridade estatística nacional”, afirmou a CT no documento, lembrando que o INE é responsável pela produção de estatísticas oficiais, assegurando a independência técnica, a credibilidade e fiabilidade da informação divulgada, que deve respeitar os padrões nacionais e internacionais de qualidade estatística.

Segundo a CT do INE, apesar do interesse e relevância dos “grandes números”, os trabalhadores do INE “mantêm-se quase totalmente invisíveis e claramente secundarizados, no quadro das opções governativas”.

A carta lembra que nos últimos dois anos, durante o contexto pandémico, o INE não só continuou a assegurar o desenvolvimento (quase) integral das suas atividades anualmente programadas, como encetou um esforço para prestar informação estatística adicional e atempada sobre vários indicadores (económicos, financeiros e sociodemográficos) que evidenciaram o impacto da pandemia COVID-19 no território nacional.

Segundo o documento, o INE publicou mais 92 Destaques em 2020 do que no ano anterior e, em 2021 divulgou mais 25 Destaques do que em 2020.

“A trajetória crescente de divulgação de informação estatística contrasta com o decréscimo do total de recursos humanos disponíveis: em 2020, o INE dispunha de menos 74 trabalhadores do que no ano anterior e, em 2021, contou com menos 11 trabalhadores do que em 2020, registando, aliás, um mínimo histórico de trabalhadores (591) desde, pelo menos, 2001. Com efeito, entre 2001 e 2021, o total de efetivos do INE diminuiu 39,6%”, salienta.

A carta lembra ainda que, em 2021, “o esforço de todos os trabalhadores permitiu manter a realização da maior operação estatística nacional – os Recenseamentos à População e à Habituação, usualmente referidos como Censos – antecipando a divulgação dos resultados preliminares e provisórios, face aos calendários observados em edições anteriores”.

“Estes trabalhadores que tentam diariamente dar resposta às mais variadas necessidades de informação nacionais e europeias estão confrontados com uma situação de absoluto estrangulamento profissional, decorrente da desastrosa transição de carreiras operacionalizada em 2015”, apontam.

Segundo a CT, a situação dos trabalhadores do INE “é radicalmente distinta daquela que se observa nos demais serviços da Administração Pública (AP)” nomeadamente em relação ao descongelamento de carreiras, que em quatro anos apenas abrangeu cerca de 40% do total de trabalhadores do INE.

A carta salienta ainda que alguns trabalhadores do INE “não têm qualquer alteração de posição remuneratória há mais de 20 anos”.

O documento lembra que nos próximos 15 anos o INE corre o risco de ver sair para a aposentação cerca de 68% do total de trabalhadores de que dispunha em 2021.

Destes, cerca de 35,1% têm entre 55 e 59 anos, sendo expectável que se reformem todos durante os próximos cinco a 10 anos.

“Estamos em crer que, se não forem tomadas novas medidas, o INE corre o risco de chegar a 2033 com menos de 350 trabalhadores. Será totalmente impossível continuar a assegurar o número crescente de projetos e operações estatísticas em que o Instituto se encontra envolvido, com uma complexidade técnica cada vez mais sofisticada e exigente, o que poderá não só comprometer a qualidade da informação estatística produzida, como também inviabilizar a própria produção nos prazos que são definidos pelos regulamentos comunitários e pela autoridade estatística europeia”, diz a carta.

A Ct queixa-se ainda de que os trabalhadores do INE ganham menos que outros trabalhadores integrados em carreiras de entidades reguladoras e/ou em carreiras especiais de outros serviços da função pública.

“Constatamos que os incrementos de produtividade, eficácia e eficiência da organização, alcançados com o esforço e dedicação de todos os profissionais, não têm sido devidamente valorizados pelas entidades que gerem e tutelam o INE, nem foram acompanhados de qualquer valorização dos seus trabalhadores”, diz a CT, apelando para que o Governo altere esta situação no orçamento do Estado de 2023.

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