Famílias na UE gastam 1.035 mil milhões em alimentos e bebidas não alcoólicas. Portugal está em 10.º lugar

Portugal surge na 10.ª posição, acima da média europeia, com um total de 24,8 mil milhões de euros gastos em "alimentos e bebidas não alcoólicas" em 2021.

Em 2021, as famílias na União Europeia (UE) gastaram mais de 1.035 mil milhões de euros (o equivalente a 7,1% do PIB total da UE) em “alimentos e bebidas não alcoólicas”. Os números são do Eurostat, que indica que esta categoria tem um peso de 14,3% nas despesas de uma família. Portugal surge na décima posição, com um total de 24,8 mil milhões de euros. Por sua vez, foram gastos 128 mil milhões de euros em álcool em toda a UE.

Comparando com 2020, a despesa das famílias da UE com “alimentos e bebidas não alcoólicas” representava 14,8% do total das despesas, o que mostra que houve uma descida de 0,5 pontos percentuais desse peso em 2021. No segundo ano de pandemia, as quotas mais elevadas das despesas com “alimentos e bebidas não alcoólicas” foram na Roménia (24,8%), Lituânia (20,4%) e Bulgária (20,1%).

No lado oposto, as percentagens mais baixas foram observadas na Irlanda (8,3%), Luxemburgo (9%) e Áustria (10,9%). Portugal aparece na décima posição, acima da média europeia, com um total de 24,8 mil milhões de euros, o equivalente a uma fatia de 17,9%.

Comparando com 2020, o peso das despesas totais das famílias com alimentação diminuiu em todos os países da UE, exceto na Polónia e na Eslováquia, onde aumentou 0,2% em ambos. As maiores quedas foram na Grécia (-1,7 p.p.), Lituânia (-1,4 p.p.) e Croácia, Estónia e Eslovénia (-1,3 p.p.).

Quase 1% do PIB da UE é gasto em bebidas alcoólicas

Em 2021, as famílias na UE gastaram 128 mil milhões de euros (o equivalente a 0,9% do PIB da UE) em “bebidas alcoólicas”. Isto representa 1,8% de todas as despesas totais de consumo — a mesma percentagem de 2020 –, revela o Eurostat.

Entre os vários Estados-membros, as maiores fatias do consumo de bebidas alcoólicas foram observadas na Letónia (5%), Estónia (4,7%) e Polónia (3,7%), enquanto as mais baixas surgem na Grécia e Itália (ambas 1%), Holanda (1,3%) e Espanha (1,4%). Portugal está quase no fim da tabela, abaixo da média europeia, com 2,05 mil milhões de euros gastos em álcool, o equivalente a um peso de 1,5% na despesa total das famílias.

Em 2021, comparando com 2020, o peso das despesas das famílias com álcool ficou inalterado em dez países da UE (Bélgica, Dinamarca, Alemanha, Grécia, Luxemburgo, Holanda, Áustria, Polónia, Roménia e Eslováquia) e aumentou apenas na Croácia (+0,6 p.p.). Entre os restantes Estados-membros da UE, as maiores quebras registaram-se na Irlanda (-0,5 p.p.), Letónia e Lituânia (ambas -0,4 p.p.), Espanha e Estónia (ambas -0,3 p.p.).

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Restalia intenta ação judicial contra grupo de ex-franqueados

  • Servimedia
  • 1 Fevereiro 2023

A empresa Restalia está a intentar uma ação judicial depois do indeferimento da queixa apresentada por um grupo minoritário de ex-franqueados contra o grupo.

Após o indeferimento da queixa apresentada por um grupo minoritário de ex-franqueados contra o grupo Restalia, a empresa anuncia que “tomará todas as medidas que considerar adequadas contra a campanha intencional de difamação que foi levada a cabo e a reclamar os danos que estas ações causaram”. Esta decisão surge depois de o magistrado do 52º Tribunal de Instrução de Madrid, Jesús de Jesús Sánchez, não ter encontrado provas de um crime, tal como noticiado pela Servimedia.

A Restalia insiste que “sempre defendeu que a informação que foi divulgada sobre os procedimentos legais era seriamente falsa e que o único objetivo era prejudicar a imagem e reputação de uma empresa que está firme e constantemente comprometida com os seus franqueados”.

De acordo com a empresa, o encerramento do processo, “confirma que nem a Restalia nem nenhum dos seus diretores cometeu qualquer infração, tendo sempre agido em total conformidade com a lei“, e insiste que nunca fizeram parte do processo e nunca receberam qualquer notificação.

Toda a situação colocou a empresa numa situação de “absoluta indefensabilidade enquanto se publicavam notícias tendenciosas das partes interessadas, o que causou danos significativos, não só à Restalia, mas também às centenas de franchisados que mantêm os seus negócios abertos“.

Os peritos jurídicos estimam que as ações judiciais podem ser várias, desde a apresentação de uma ação judicial por falsa denúncia, violação do direito à honra, à privacidade e à própria imagem, ou ações de concorrência desleal, uma vez que os queixosos têm interesses em cadeias concorrentes, até à violação do código de ética dos advogados por falhar a presunção de inocência com um objetivo comercial claro e a procura de clientes ou a reclamação de danos causados.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Zurich aumenta salários até 15% e reforça subsídio de alimentação e de trabalho híbrido

A seguradora, com mais de 500 trabalhadores em Portugal, reforçou os apoios aos colaboradores, procurando aumentos, pelo menos, acima da inflação do ano passado.

A Zurich aumentou entre 7% a 15% os salários base dos mais de 500 trabalhadores em Portugal, tendo ainda reforçado em 11,65% o subsídio de refeição e em 10,2% o de apoio ao trabalho híbrido. Estes aumentos foram já refletidos no processamento do salário de janeiro.

“A nossa ambição passa por mantermos o rumo certo, enquanto navegamos num ambiente e condições de mercado que estão em constante evolução e mudança – para isso é necessário garantir um forte alinhamento e compromisso com os colaboradores, sendo um empregador de eleição”, afirma Helene Westerlind, CEO da Zurich em Portugal, citada em comunicado.

Os salários base de todos os colaboradores foram incrementados entre os 7 e os 15%, sendo as percentagens mais elevadas aplicadas aos escalões salariais inferiores, informa a seguradora. Todos os colaboradores tiveram uma atualização salarial, “pelo menos, ao nível da taxa de inflação de 2022” e foram aumentados, “pelo menos, 100 euros/mês”.

As bolsas dos estagiários do Zurich Graduate Program — programa anual de admissão de estagiários –, foram atualizadas para mil euros/mês.

O subsídio de refeição passou de 10,75 euros/dia para 12 euros/dia, uma subida de cerca de 11,65%; tendo o valor do subsídio de trabalho híbrido – implementado na Zurich desde janeiro de 2022 – aumentado de 36 euros/mês para 39,65 euros/mês, uma subida de cerca de 10,2%.

Ao nível dos benefícios, a seguradora alargou o seguro de saúde “Zurich Saúde” ao terceiro membro do agregado familiar, cobrindo 100% do seguro.

“A nossa decisão passa por incrementos com impactos mensais reais que possam capacitar financeiramente os nossos colaboradores face à inflação generalizada. São medidas que primam pela equidade e que visam melhorar o bem-estar das nossas pessoas e suas famílias. A felicidade e o bem-estar dos nossos colaboradores são compromissos que não queremos descurar na Zurich”, refere Nuno Oliveira, diretor de recursos humanos da Zurich em Portugal, citado em comunicado.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Desemprego estabiliza na Europa. Portugal está ligeiramente acima da média europeia

  • Mariana Marques Tiago
  • 1 Fevereiro 2023

Em dezembro de 2022, a taxa de desemprego na Zona Euro estava nos 6,6% e na União Europeia em 6,1%. O desemprego jovem, por sua vez, aumentou. Em Portugal caiu 0,5 pp para 18,5%.

A taxa de desemprego na Zona Euro e na União Europeia (UE) voltou a estabilizar durante o mês de dezembro, de acordo com os dados avançados esta quarta-feira pelo Eurostat. Portugal está ligeiramente acima da média europeia, com uma taxa de 6,7%.

Em dezembro de 2022, a taxa de desemprego na Zona Euro estava nos 6,6%, uma diminuição face ao mesmo período do ano anterior. Por seu lado, na União Europeia a taxa de desemprego fixou-se em 6,1% em dezembro de 2022. O valor caiu face aos 6,4% registados em dezembro de 2021.

O gabinete de estatística da União Europeia estima que no último mês de 2022, 13.148 milhões de pessoas (das quais 11.049 milhões na Zona Euro) não tinham emprego. Face a dezembro do ano anterior, o desemprego diminuiu na UE (518 mil) e na Zona Euro (494 mil) .

Os dados explanam ainda que Portugal está acima da média da UE e Zona Euro, com uma taxa de desemprego de 6,7%. Esta taxa registou um aumento consecutivo nos últimos dois meses. Em outubro era de 6,1% (à semelhança do mês anterior), valor que subiu para 6,5% em novembro e agora para 6,7%.

Na terça-feira, António Costa admitiu que em 2023 será possível manter o nível de emprego elevado e melhorar o rendimento das famílias, afirmação que veio no seguimento dos dados que apontam um crescimento do PIB do país em 2022. Se a previsão do primeiro-ministro se mantiver, poderá registar-se uma estabilização da taxa de desemprego ou uma quebra do seu aumento (alterando-se a tendência).

Comparativamente aos outros países em análise, os números avançam ainda que é na República Checa onde o desemprego tem menor expressividade (2,3%), seguindo-se a Alemanha e a Polónia (ambos com uma taxa de 2,9%). O top três mantém-se inalterado face a novembro, sendo que se registou uma queda dos valores.

Por oposição, o país onde a taxa de desemprego está mais elevada é Espanha (13,1%), seguida pela Grécia (11,6%), realidade que também se manteve inalterada face ao mês anterior.

Desemprego jovem aumentou

O desemprego jovem na União Europeia (pessoas abaixo dos 25 anos) atingia 2.862 milhões de pessoas, das quais 2.311 milhões pertenciam à Zona Euro. A taxa de desemprego jovem em dezembro de 2022 estava nos 15% na UE e 14,8% na Zona Euro. Houve, assim, um aumento do desemprego nesta faixa etária no valor de 30 mil na UE e três mil na Zona Euro. Comparativamente ao período de dezembro de 2021, registou-se, uma vez mais, um aumento (209 mil na UE e 156 mil na Zona Euro).

O desemprego jovem registou os níveis mais baixos em 2022, mas no segundo trimestre do ano, tendo vindo a aumentar desde então. Em Portugal, em dezembro de 2022, 18,5% dos jovens estavam desempregados, um recuo de 0,5 p.p face a novembro, embora o número de jovens desempregos se mantenha inalterado: 69 mil. Em relação a dezembro de 2021, o contingente de jovens desempregados aumenta em 2 mil.

Por sexo, o desemprego das mulheres apresenta uma taxa mais elevada que a dos homens. Em dezembro, 6,4% das mulheres na UE estavam desempregadas. Este valor descia para 5,8% quando falamos dos homens. Ambos os valores se mantiveram estáveis comparado com o mês anterior.

(Notícia atualizada às 20h07 com correção ao valor de desemprego jovem em Portugal)

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Inflação volta a abrandar. Cai para 8,5% na Zona Euro em janeiro

Preços mantiveram trajetória de abrandamento no arranque do ano, com taxa de inflação a cair para 8,5% em janeiro. Recua há três meses, após pico atingido em outubro.

A subida dos preços continua a abrandar na Zona Euro. A taxa de inflação desacelerou para 8,5% em janeiro, abaixo dos 9,2% registados em dezembro, de acordo com a estimativa rápida divulgada esta quarta-feira pelo Eurostat. Recua pelo terceiro mês, após o pico de 10,6% atingido em outubro.

O abrandamento nos preços da energia explica, em grande medida, o novo alívio nas pressões inflacionistas, com esta componente a passar de uma inflação de 25,5% no final do ano passado para 17,2% no arranque de 2023. Temperaturas mais amenas no inverno europeu ajudaram a conter os preços energéticos, incluindo gás natural.

Também a componente dos serviços contribuiu para a desaceleração da inflação em janeiro (caiu para 4,2%).

Já os preços na alimentação contrariam a tendência geral, com a inflação homóloga a subir de 13,8% em dezembro para 14,1% em janeiro. A subida foi ditada pelos alimentos processados, já que nos não processados a taxa desacelerou.

Ainda assim, a inflação subjacente — que exclui os preços da energia e alimentação, por serem mais voláteis – subiu em janeiro para 7%, mais uma décima em relação a dezembro, algo que deverá ser tido em conta na reunião do Banco Central Europeu (BCE) desta quinta-feira e da qual deverá sair uma nova subida das taxas de juro em 50 pontos base. O BCE trabalha com o objetivo de uma inflação de 2%.

Os analistas alertam para o facto de ainda não se ter incorporado informação relativa aos preços na Alemanha, pelo que a estimativa rápida da inflação deve ser lida com cuidado redobrado.

Com uma inflação de 8,6%, Portugal está praticamente alinhado com a média da moeda única, mas a realidade dentro da Zona Euro mostra dinâmicas de preços bastante divergentes. Letónia (21,6%), Estónia (18,8%) e Lituânia (18,4%) registaram as maiores taxas de subidas dos preços, o que se pode explicar pela maior dependência da energia da Rússia. Por seu turno, Espanha e Luxemburgo registaram taxas de inflação de 5,8%, as mais baixas da região.

O conselho de governadores reúne-se amanhã para nova decisão sobre política monetária. Os mercados antecipam que as taxas de juro venham a atingir um pico de 3,5%, a maior taxa em mais de 20 anos, sugerindo subidas adicionais de 100 pontos base depois da decisão que será anunciada esta quinta.

(Notícia atualizada às 10h33)

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Coverflex levanta 15 milhões, expande para Itália e está a recrutar

A ronda vai permitir aumentar durante este ano a equipa de cerca 100 para mais 150 colaboradores.

A Coverflex levantou 15 milhões de euros numa ronda série A, expandindo a sua plataforma de benefícios flexíveis aos colaboradores a Itália. A ronda, liderada pela SCOR Ventures, eleva para 20 milhões o montante de investimento já levantado pela empresa e vai permitir aumentar durante este ano a equipa de cerca 100 para mais 150 colaboradores.

“Na SCOR Ventures, a nossa principal prioridade é a de construir um portefólio diverso de soluções inovadoras que resolvam riscos para indivíduos, negócios e para o planeta. Acreditamos que as empresas têm uma oportunidade para reformular a gestão de benefícios dos colaboradores e de aumentar a satisfação dos colaboradores, ao mesmo tempo que aumentam o cuidado e proteção dos mesmos através de uma nova geração de ferramentas e serviços. A Coverflex empodera empresas e colaboradores para cumprir esta mesma ambição”, explica Will Thorne, head da SCOR Ventures, citado em comunicado.

A ronda contou ainda com os investidores Breega (que liderou a ronda pre-seed da empresa), MS&AD, Armilar, Stableton, BiG Start Ventures e Shilling, assim como business angels como Firmin Zocchetto (CEO da PayFit), Job van der Voort (CEO da Remote – cliente da Coverflex), Humberto Ayres Pereira (CEO da Rows – cliente da Coverflex), Nuno Sebastião (CEO da Feedzai), Alessandro Petazzi (cofundador da Musement), e Davide Dattoli (fundador da Talent Garden), entre outros.

Entrada em Itália com cartão refeição e welfare

Com esta nova injeção de capital, a Coverflex vai expandir a sua plataforma paraa Itália, atuando no mercado de vales de refeições (”buoni pasto”) e benefícios (welfare) prometendo “taxas comerciais baixas e sustentáveis para bares, supermercados e restaurantes.”

“Em Itália, a taxa de cada transação pode chegar aos 20%, o que representa a taxa mais alta da Europa para este tipo de mercado. Os atuais fornecedores cobram comissões elevadas e pagam apenas ao fim de 60-90 dias, o que leva a que os restaurantes e os supermercados acabem por não aderir ao sistema”, diz Chiara Bassi, country manager do mercado italiano na Coverflex. “Menos opções significam uma menor satisfação dos colaboradores, razão pela qual esta é uma enorme oportunidade para revolucionar o mercado”, conclui, citado em comunicado.

A ronda vai ainda permitir à Coverflex aumentar a sua equipa dos atuais cerca de 100 colaboradores, espalhados pela Europa e América Latina, “para mais de 150” até ao final de 2023, principalmente nas equipas de produto, sales e engenharia.

O mercado de employee benefits & well-being onde a Coverflex atua vale, neste momento, 200 mil milhões de euros, com a Europa a representar mais de 40%. Desde o seu lançamento em 2021, a sua solução foi implementada em mais de 3.600 empresas – entre as quais, Santander, Natixis, OysterHR, Bolt, Emma, Revolut e Smartex –, o que levou, só num ano, a um crescimento de mais 400%, segundo informa a empresa.

Ainda de acordo com dados da startup, atualmente, a plataforma conta com 70.000 utilizadores ativos que utilizam Coverflex mais de oito vezes, em média, por mês, tendo a empresa já processado mais de 80 milhões de euros para as carteiras dos colaboradores dos seus clientes.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Mota-Engil tem consórcio português para a alta velocidade

  • ECO
  • 1 Fevereiro 2023

Carlos Mota dos Santos anunciou que já existe um consórcio exclusivamente português para a alta velocidade. À Mota-Engil une-se a Teixeira Duarte, Casais, Gabriel Couto, Alves Ribeiro e Conduril.

A Mota-Engil vai unir-se a cinco outras empresas portuguesas para as concessões da alta velocidade no que toca à construção. É o grupo agora comandado por Carlos Mota dos Santos que lidera o consórcio, sendo que o novo CEO não exclui a possibilidade de “vir a ter parceiros, nomeadamente de vertente financeira”. Unem-se à Mota-Engil a Teixeira Duarte, Casais, Gabriel Couto, Alves Ribeiro e Conduril.

Em entrevista do Jornal de Negócios, o líder da Mota-Engil avança que a calendarização já está definida: “O calendário é, no terceiro para o quarto trimestre deste ano, serem lançados os primeiros concursos para as duas primeiras concessões – Porto-Oiã (Aveiro) e Oiã-Soure (Coimbra). E, passados dois anos, serão lançados mais dois concursos de concessões, de Soure até ao Carregado e, na linha do Porto para a Galiza, entre o aeroporto e Braga.”

O objetivo do consórcio é “provar que o setor em Portugal tem capacidade”. Face a 2008 – em que o consórcio para a alta velocidade contava com o BPI e o BES – Carlos Mota dos Santos clarifica: a concessionária vai ter um contrato de construção com este agrupamento, “mas depois é objetivo ter sócios de índole financeira. Seja fundos nacionais, seja fundos internacionais”. No entanto, não se prevê o envolvimento de qualquer banco, já que “não há apetite da banca por estes projetos, nem no passado houve”, admite.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Receitas trimestrais da Vodafone desaceleram e crescem 5,8%

Operadora conseguiu receitas totais de 315 milhões de euros entre outubro e dezembro, mais 5,8% do que no trimestre homólogo. Receitas com telecomunicações desaceleraram.

A Vodafone Portugal viu as receitas de serviço crescerem 3,7% em termos homólogos no último trimestre do ano passado, que, no calendário da empresa, é considerado o terceiro trimestre fiscal. Foram 280 milhões de euros obtidos com o negócio das telecomunicações, montante que sobe para 315 milhões se tido em conta o total da operação (+5,8%).

Os dados revelados esta quarta-feira mostram que o crescimento da operadora foi desacelerando trimestre após trimestre durante o ano de 2022, que ficou marcado pelo choque da guerra na Ucrânia e pelo aumento acentuado da inflação em grande parte do mundo. A melhoria de 3,7% entre outubro e dezembro ficou 5,6 pontos percentuais abaixo do crescimento que a Vodafone tinha registado em Portugal no mesmo trimestre de 2021.

Segundo a empresa, “o número de clientes do serviço fixo voltou a crescer” no período de outubro a dezembro de 2022, “tendo totalizado os 919 mil no serviço de banda larga fixa, enquanto a base de clientes do serviço TV alcançou os 846 mil”. “Em ambos os casos, o aumento em termos homólogos foi de 6,3%. Por outro lado, o serviço móvel registou uma variação positiva de 0,4%” face ao mesmo trimestre de 2021, “compreendendo 4,7 milhões de clientes em Portugal”, explica a companhia.

Na ótica do presidente executivo da Vodafone Portugal, Mário Vaz, “este período voltou a refletir o atual contexto macroeconómico e geopolítico, marcado pelos desafios resultantes do expressivo aumento de custos, em particular os de energia”.

A operadora insiste ser consumidora intensiva de energia “pela dimensão e complexidade das redes e sistemas que suportam os serviços” que disponibiliza. “Num momento em que estamos a desenvolver planos de modernização da nossa rede (móvel e fixa) e continuamos a implementação do 5G, este contexto acrescenta desafios extra à nossa operação no novo ano de calendário”, assume o gestor.

Nesse sentido, o responsável recorda a decisão, já noticiada pelo ECO, de subir os preços dos serviços de telecomunicações “a partir de 1 de março”, até 7,8%, apesar de se dizer consciente “da importância social e económica” que os serviços da Vodafone “têm para todas as famílias, empresas e instituições”. Como tal, a Vodafone disponibiliza “igualmente um conjunto de soluções/sugestões para clientes que se encontrem numa situação de especial vulnerabilidade económica”.

Atualmente, a Vodafone aguarda uma decisão da Autoridade da Concorrência relativamente à oferta que lançou sobre a concorrente Nowo. O valor da proposta de aquisição não foi revelado.

A entidade tem poder suficiente para chumbar a operação ou impor remédios, sendo este último o desfecho mais provável e aquele que mais satisfaria a Anacom, o regulador das comunicações, que já pediu ao homólogo da Concorrência a imposição de compromissos. A Anacom teme que a fusão Vodafone/Nowo resulte em barreiras à concorrência e aumentos de preços para os clientes de ambas.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Portugal entre os países que menos aumentaram o salário mínimo na última década

O salário mínimo em Portugal tem crescido a um ritmo abaixo do registado pela média dos países a União Europeia. Foi assim no último e ano e é assim há pelo menos 10 anos.

De acordo com dados do gabinete de estatística da União Europeia (Eurostat) divulgados na terça-feira, o salário mínimo nacional expresso em paridades do poder de compra (PPC) aumentou 7,8% nos últimos 12 meses, passando de 916 euros em janeiro de 2022 para 987,5 euros em janeiro de 2023 (considerando já o subsídio de férias e de Natal).

No bolso dos trabalhadores portugueses, quando medido a preços correntes, esta subida corresponde a um aumento também de 7,8%, como resultado do salário mínimo nacional ter passado de 705 euros no ano passado para os atuais 760 euros.

Entre os 21 países da União Europeia que têm a remuneração mínima do trabalho, o salário mínimo nacional subiu 12,7%, cerca de 1,6 vezes mais que em Portugal.

Segundo dados do Eurostat, Portugal foi o sétimo país com o mais baixo aumento do salário mínimo nacional expresso em PPC no último ano, ficando apenas à frente de países como Espanha, Malta, Luxemburgo, França, Grécia e Irlanda. Desde grupo, com exceção da Grécia, todos os países apresentam um salário mínimo nacional acima de Portugal há largos anos.

Salário mínimo nacional em paridades de poder de compra (PPC)

powered by Advanced iFrame free. Get the Pro version on CodeCanyon.

Em termos históricos, pouco mudou no espaço da última década. Desde janeiro de 2013 que o salário mínimo nacional expresso em PPC (que tem em conta o custo de vida) aumentou, em média, 9,6%. No mesmo período, nas duas dezenas de países da União Europeia que têm estabelecido o salário mínimo nacional, o aumento foi de 10,3%.

Se hoje Portugal apresenta o 13.º salário mínimo nacional expresso em PPC mais elevado da União Europeia, há dez anos era o 11.º país com o salário mínimo nacional em PPC mais alto.

Nos últimos cinco anos, esta dinâmica também não melhorou. Pelo contrário, agravou-se: segundo os dados recolhidos pelo Eurostat, o salário mínimo nacional em PPC subiu, em média, 5,2% no último quinquénio, passando de 767 euros em janeiro de 2018 para 987,5 euros em janeiro deste ano. Esta evolução compara com uma subida média anual de 6,1% registada na União Europeia.

Entre os países analisados, Portugal é oitavo país da União Europeia com o mais baixo aumento do salário mínimo em PPC nos últimos cinco anos, ficando apenas à frente de países como Malta, Irlanda, Luxemburgo, Grécia, França, Países Baixos e Bélgica.

No espaço da União Europeia, Portugal ocupa a 10.ª posição no ranking dos países com o salário mínimo nacional a preços correntes mais elevado com um valor de 886,7 euros (quando considerado o subsídio de férias e de Natal).

Portugal fica assim atrás de países como o Chipre, onde o salário mínimo nacional é de 940 euros (6% acima do que em Portugal) e de Espanha, onde na terça-feira o governo de Pedro Sánchez anunciou um aumento de 80 euros do salário mínimo nacional, colocando-o nos 1.260 euros (já considerando também 14 meses), cerca de 42% acima do ordenado mínimo em Portugal.

Salário mínimo nacional a preços correntes

powered by Advanced iFrame free. Get the Pro version on CodeCanyon.

 

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Banco de Fomento fecha contrato do Consolidar com capital de risco ActiveCap

Capital de risco de Pedro Correia da Silva, João Ferreira Marques e Francisco Martins vai receber 47 milhões do Fundo de Capitalização e Resiliência. É o quarto contrato do programa Consolidar.

O Banco Português de Fomento já assinou mais um contrato com uma capital de risco no âmbito do Programa Consolidar, apurou o ECO junto de uma fonte de mercado. A ActiveCap foi a última capital de risco a assinar, concretizando assim o anúncio feito a semana anterior pelo ministro da Economia, no Parlamento, e apesar de estar a decorrer em tribunal a contestação da invocação de interesse público para levantar a suspensão do programa.

A instituição liderada por Celeste Hagatong e Ana Carvalho fechou, assim, o quarto contrato contrato do leque de 14 capitais de risco selecionadas para gerir 500 milhões em fundos do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).

Os primeiros contratos foram assinados no início de janeiro, de acordo com o balanço publicado pelo banco a 8 de janeiro, com a Core Capital e a HCapital Partners. Estas duas capitais de risco gerem 77,5 milhões de euros do Fundo de Capitalização e Resiliência (FdCR) a que se somam 33,95 milhões de euros de capital privado (21,43 milhões de euros no caso da Core Capital e 12,5 milhões no caso da HCapital Partners). Depois, há duas semanas, foi a vez da Growth Partners Capital, que se propõe gerir 50 milhões do FdCR e pretende trazer 21,43 milhões de euros de capital privado.

Mas o ministro da Economia prometeu no Parlamento que haveria mais nos dias seguintes. António Costa Silva anunciou na comissão parlamentar de Economia e Obras Públicas que o Banco de Fomento deveria assinar mais contratos na semana seguinte. “A dotação do Consolidar foi ampliada para 500 milhões de euros e, desses, 127,6 milhões estão já contratos e submetidos ao sistema de garantia mútua”, disse Costa Silva aos deputados. Um valor que já incluía a Growth Partners Capital. “Muito provavelmente na próxima semana chegaremos aos 250 milhões de euros”, disse. “Alguma coisa se move”, acrescentou, numa referência aos desenvolvimentos da atividade do banco.

De facto, confirmou o ECO, a capital de risco de Pedro Correia da Silva, João Ferreira Marques e Francisco Martins, que vai receber 47 milhões de euros do Fundo de Capitalização e Resiliência (FdCR), a que juntará, no mínimo, 20,14 milhões em capital privado, já assinou também com o Banco de Fomento. Esta é a sociedade gestora, das 14 selecionadas no Consolidar, que obteve a melhor pontuação — 2,7 pontos ocupado assim o primeiro lugar deste ranking, tal como o ECO avançou.

As contratualizações no âmbito do Consolidar continuam a avançar apesar de a Menlo ter voltado a recorrer aos tribunais para contestar a opção do Banco de Fomento de responder à sua providência cautelar através de uma resolução fundamentada, na qual alegava o interesse público deste programa, que faz parte das metas definidas no acordo operacional do PRR. O objetivo a Menlo é “travar a unilateralidade da decisão do Banco Português de Fomento de prosseguir com a execução do ato, após o Tribunal ter admitido “liminarmente” o “requerimento cautelar” da Menlo Capital e ordenado, provisoriamente, “a suspensão de eficácia da(s) decisão(ões) de seleção das candidaturas” das 14 capitais de risco.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Hoje nas notícias: Alta velocidade, IMT e Igreja

  • ECO
  • 1 Fevereiro 2023

Dos jornais aos sites, passando pelas rádios e televisões, leia as notícias que vão marcar o dia.

Mota-Engil tem consórcio exclusivamente português para a alta velocidade. Finanças afinam restrições à isenção de IMT e a normas antiabuso. Igreja abdica de um outro altar a propósito da Jornada Mundial da Juventude. Conheça algumas das notícias que marcam a atualidade em Portugal.

Mota-Engil tem consórcio português para a alta velocidade

O novo CEO da Monta-Engil, Carlos Mota dos Santos, admitiu que já foi criado um consórcio exclusivamente de construtoras portuguesas para a alta velocidade. Para os projetos do PRR e do PNI2030, relativamente à mobilidade urbana, “em concreto os metros”, o grupo vai concorrer aos projetos que surgirem. No que toca à alta velocidade, o calendário já está definido: do terceiro para o quarto trimestre deste ano, serão “lançados os primeiros concursos para as duas primeiras concessões. E passados dois anos serão lançados mais dois concursos de concessões. Temos um agrupamento exclusivamente de empresas portuguesas“, avança. Mas ressalva: “Não quer dizer que a nível da concessão não possamos vir a ter parceiros, nomeadamente de vertente financeira”. O consórcio português é composto por Teixeira Duarte, Casais, Gabriel Couto, Alves Ribeiro, Conduril e a Mota-Engil.

Leia a entrevista completa no Jornal de Negócios (acesso pago).

Finanças apertam regras na revenda de imóveis por imobiliárias

Há um ano e meio, após a aprovação do relatório final do inquérito ao Novobanco, da comissão parlamentar saíram 17 recomendações, dirigidas a várias instituições. Uma delas passa pela revisão da legislação do Imposto Municipal sobre Transmissões de Imóveis (IMT). Agora, o Ministério das Finanças avança que o Orçamento do Estado (OE) para 2023 veio “restringir a isenção de IMT nos casos de aquisição de prédios para revenda, impondo um limite mínimo de dois anos de atividade ao comprador de prédios para revenda, bem como normas antiabuso em matéria de permutas de imóveis”.

Leia a notícia completa no Público (acesso condicionado).

Travões à caducidade nos contratos coletivos só valem para o futuro

O PS vai antecipar os travões administrativos à caducidade de convenções coletivas na nova lei laboral para que estejam prontos no momento em que sejam publicadas as mudanças no Código do Trabalho. Com dezenas de convenções denunciadas nos últimos anos, as novas regras valerão para o futuro e não vão proteger os processos em que já houve denúncia.

Leia a notícia completa no Jornal de Negócios (acesso pago).

Igreja abdica de altar no Parque Eduardo VII

A polémica em torno dos custos com as construções relacionadas com a Jornada Mundial da Juventude deverá levar a Igreja a abdicar do altar que estava projetado para o Parque Eduardo VII, em Lisboa. O palco no centro da capital iria custar entre 1,5 milhões e dois milhões de euros. A cerimónia que estava prevista para o altar do Parque Eduardo VII deverá passar para o altar principal, junto ao Rio Trancão.

Leia a notícia completa no Correio da Manhã (acesso pago).

Pedro Nuno Santos só regressa ao Parlamento em julho

O antigo ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos, só deverá regressar ao Parlamento em julho, depois de ter pedido o prolongamento da suspensão do mandato de deputado até ao máximo de seis meses que o Estatuto de Deputados permite. Inicialmente, Pedro Nuno Santos, que se demitiu do Governo na sequência da polémica relacionada com a indemnização na TAP, pediu a suspensão por um mês, “por motivos familiares e pessoais” ao grupo parlamentar do PS.

Leia a notícia completa no Público (acesso condicionado).

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

IGF sugere ao Governo quatro alterações ao Sifide

IGF defende privilegiar PME que invistam mais em I&D e definir um limite de acesso ao financiamento das grandes empresas. Mas o Governo não está inclinado em adotar esta reflexão.

A Inspeção Geral de Finanças (IGF) sugere ao Executivo quatro alterações ao sistema de incentivos fiscais em investigação e desenvolvimento empresarial (Sifide) depois de ter identificado 3,19 milhões de euros de crédito fiscal indevido, tal como o ECO avançou. Para “melhorar o funcionamento do sistema”, a IGF defende que o conceito de empresa dedicada sobretudo a I&D seja alterado, de modo a incluir PME que invistam mais neste domínio e definir um limite de acesso ao financiamento das grandes empresas. Mas o Governo não está inclinado em adotar esta reflexão, sabe o ECO.

“Consideramos que a mitigação dos aspetos de maior risco poderá passar por alterações legislativas” como mudar “o conceito de empresa dedicada sobretudo a I&D”, nas quais a participação no capital e as contribuições para fundos de investimento, públicos ou privados, que realizem investimentos de capital próprio e de quase-capital, em empresas dedicadas sobretudo a investigação e desenvolvimento, reconhecidas pela Agência Nacional de Inovação (ANI) podem ser dedutíveis no IRC, defende a IGF.

Esta mudança visa “incluir as pequenas e médias empresas que apresentem um investimento em I&D equivalente a uma determinada percentagem dos seus gastos operacionais no ano anterior”, apesar de não terem efetuado um investimento em I&D equivalente a pelo menos 7,5% da sua faturação no ano anterior,e a definição de um limite de acesso ao financiamento a empresas cujo volume de negócio ultrapassasse determinado valor”.

Mas o Governo não considera benéfico excluir empresas cujo volume de negócios ultrapasse um determinado valor, porque são as empresas maiores que acabam por realizar mais avanços em termos de I&D, sabe o ECO.

Esta é, aliás, uma posição que divide os fiscalistas ouvidos pelo ECO. “A sugestão parece ser abrir para as PME e reduzir para as grandes empresas”, diz Renato Carreira. “Pode ser uma medida positiva no sentido de alargar significativamente o leque de empresas elegíveis, nomeadamente PME, mas o contraponto de limitar o investimento às grandes empresas, num contexto em que já não há muitas grandes empresas dedicadas maioritariamente a I&D, vai afetar muitas empresas”, sublinha o fiscalista da Deloitte, sublinhando que todas as alterações propostas “são medidas que pretendem torna os fundos muito menos atrativos”.

Francisco Hamilton Pereira lembra que, “no atual artigo do Sifide sobre aplicações relevantes do crédito fiscal, já se encontra previsto que as empresas PME e outras precisem de garantir que tem uma percentagem mínima de gastos em I&D sobre o total de receitas do ano anterior”. “Ora incluir mais uma condição, agora de gastos em I&D sobre total de gastos operacionais para as PME, parece-nos que poderia criar mais uma barreira ao financiamento das PME do setor da tecnologia. A menos que a proposta da IGF fosse mudar este critério para uma base de gastos em vez da atual base de total de receitas”, defende o fiscalista da EY.

Por outro lado, “a introdução de um limite de financiamento a empresas cujo volume de negócio ultrapasse determinado valor terá também como objetivo limitar o acesso ao regime pela redução das possibilidades de investimento dos fundos de investimento”, defende. “Com base na nossa experiência, se o limite for muito reduzido, esta limitação poderá limitar em demasia as possibilidades de aplicação dos montantes investidos nos fundos de investimento, levando-os a investir em empresas de menor dimensão e com maior risco. No limite, os fundos poderão não conseguir encontrar empresas alvo que verifiquem as condições de investimento ao abrigo Sifide, condições essas já bastante seletivas ao abrigo da atual legislação”, diz Francisco Hamilton Pereira corroborando, neste ponto, a posição de Renato Carreira.

Já Ana Castro Gonçalves considera positivas ambas as sugestões da IGF. “Ambas as alterações são, parece-me, positivas. A primeira porque permite, finalmente, o financiamento no contexto do benefício, a PME, que compõem grande parte do tecido empresarial português. Este ponto, aliás, já havia sido suscitado na auditoria da IGF e deve inclusive gerar um aumento do volume dos incentivos, o que vai de encontro ao objetivo extrafiscal de que o Sifide contribua para a meta de 2% do PIB em investimento privado em I&D até 2030″, diz a fiscalista da Caiado Guerreio. “Já a segunda parece assumir um pendor anti-abuso e de tentativa de travar uma certa “mercantilização” do benefício, ligada à sua vertente indireta. Neste caso, é previsível um decréscimo de volume“, acrescenta.

Um dos pontos que a IGF sublinha no seu relatório é precisamente a “tendência sustentada de aumento da despesa fiscal do Sifide” – entre 2017 e 2020 (passou de 137,2 milhões para 396,4 milhões) e estimando “um elevado impacto desta despesa durante o prazo legal de dedução (oito anos), face ao saldo de crédito fiscal transitado em 2020 (448,55 milhões) — por isso sugere “uma maior incidência do controlo tributário e a definição pela AT de metodologias de análise do benefício” e que sejam “assegurados mecanismos de monitorização para uma análise mais detalhada e uma avaliação mais sustentada do impacto do Sifide”.

Governo já contempla na sua proposta muitas das sugestões da IGF

Quanto às outras sugestões de alteração, avançadas pela IGF no relatório entregue na Assembleia da República, a maior parte já está de alguma forma vertida na proposta de alteração ao regime que o Executivo vai apresentar esta quarta-feira no Parlamento e que deverá ser votado na sexta. As alterações do Executivo pretendem tornar mais apertadas as regras de utilização deste incentivo, nomeadamente através do uso indireto.

O Sifide é um incentivo fiscal que permite deduzir no IRC uma percentagem das despesas de Investigação & Desenvolvimento, na parte não comparticipada a fundo perdido pelo Estado ou por fundos europeus. Desde 2011 passou a ser possível deduzir também as contribuições para um Fundo de Capital de Risco.

Em ambos os casos (via direta ou indireta), a dedução era feita através de uma taxa de base de 32,5% das despesas, realizadas no período em causa, e uma taxa incremental de 50% do acréscimo das despesas, realizadas naquele período em relação à média aritmética simples dos dois exercícios anteriores, até ao limite de 1,5 milhões de euros.

Com as alterações propostas pelo Executivo, que tem obrigatoriamente de passar pelo Parlamento dada a natureza fiscal, as empresas passam a ser obrigadas a deter as unidades de participação no fundo durante dez anos e não cinco como até aqui. Aumenta a exigência da percentagem mínima do investimento do fundo em empresas dedicadas a I&D de 80% para 90%, reduz os prazos de investimento pelo fundo nestas empresas de cinco para três anos e o prazo de concretização de projetos pelas empresas passou também de cinco para três anos.

Estas mudanças que tornam o sistema mais restritivo acabam por responder a uma das recomendações da IGF: “Diminuição do período do investimento por parte dos fundos, reduzindo a atual percentagem de realização, sendo também reduzido o período de concretização dos projetos e definida uma percentagem mínima associada a período de concretização dos projetos de I&D”.

A IGF sugere ainda “a exclusão da elegibilidade das despesas realizadas pelas empresas dedicadas a I&D e previamente financiadas pelo capital realizado pelos fundos”. Na proposta do Executivo, as empresas dedicadas sobretudo a I&D não podem beneficiar do Sifide quando estão em causa aplicações relevantes financiadas por fundos de investimento no âmbito do mesmo, uma mudança que pretende assim eliminar as situações de dupla dedução que estiveram na génese do pedido em 2020, do então secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, António Mendonça Mendes à IGF e à Autoridade Tributária e Aduaneira para levarem a cabo um conjunto de auditorias específicas ao funcionamento do Sifide, tal como o ECO avançou.

Por outro lado, a IGF sugere também “a introdução de um valor limite de investimento para os participantes ou a fixação de um valor máximo para o crédito fiscal obtido por via das contribuições para fundos de investimento, designadamente, para sujeitos passivos tributados pelo regime especial de tributação de grupos de sociedades”.

Também neste caso a proposta do Governo vai a encontro da sugestão ao excluir a taxa incremental para o investimento indireto, apesar de manter a taxa base de 32,5%. Esta opção limita o investimento indireto no Sifide, embora não através de tetos ou valores máximos, mas do incentivo económico. Por outro lado, o Executivo sugere que deixem de ser elegíveis os investimentos indiretos para operações entre entidades com relações especiais.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.