Danone diz que vai proteger direitos como acionista de filial na Rússia

  • Lusa
  • 17 Julho 2023

Francesa Danone vai analisar e proteger os seus direitos como acionista perante a decisão russa e assegura que decisão da Rússia não terá impacto nos objetivos financeiros para 2023.

O grupo francês Danone anunciou esta segunda-feira que irá analisar e proteger os seus direitos como acionista perante a decisão da Rússia de assumir o controlo dos ativos daquela multinacional na filial russa.

O Estado russo assumiu o controlo dos ativos da subsidiária da Danone na Rússia, e também do grupo dinamarquês Carlsberg, que tinham anunciado a intenção de abandonar o mercado russo após a ofensiva na Ucrânia.

Em reação a esta medida, a multinacional francesa disse que tenciona garantir a continuidade das operações no país e proteger os interesses dos seus trabalhadores.

Em comunicado, a Danone assegura que a decisão da Rússia não terá impacto nos objetivos financeiros traçados para 2023, ano em que espera um crescimento global de faturação entre 4% e 6%.

De acordo com o decreto assinado por Vladimir Putin e publicado no portal jurídico oficial russo, 98,56% das ações da cervejeira russa Baltika, propriedade da Carlsberg, e dezenas de milhares de ações da Danone foram colocadas “temporariamente” sob o controlo do Estado russo.

Em meados de outubro, o gigante alimentar francês anunciou a sua intenção de se retirar da maior parte das suas atividades na Rússia.

O grupo, que tinha inicialmente assumido a sua presença na Rússia para satisfazer “as necessidades alimentares essenciais das populações civis”, tinha declarado que tencionava ceder o controlo do seu ramo de “produtos lácteos e vegetais”, conservando apenas o da nutrição infantil.

A multinacional francesa declarou que esta retirada poderia “resultar numa redução de valor até mil milhões de euros” nas suas contas.

A Danone comercializa leite e iogurte na Rússia sob as marcas Danone, Danissimo e Prostokvashino.

Em 2010, o grupo comprou 57,5% da segunda maior empresa russa de produtos lácteos, a Unimilk (21% de quota de mercado e 25 fábricas).

Desde o ataque da Rússia à Ucrânia, em 24 de fevereiro, e as primeiras sanções económicas impostas pelo Ocidente, muitas multinacionais abandonaram a Rússia, enquanto outras suspenderam as suas atividades nos setores petrolífero, automóvel e do luxo.

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Pacto dos cereais termina esta segunda-feira sem renovação garantida

  • Lusa
  • 17 Julho 2023

Pacto para a exportação de sementes e cereais russos e ucranianos expira, com alguma perspetiva de vir a ser renovado, embora o chefe da diplomacia da Rússia tenha afirmado que o acordo "está morto".

O pacto para a exportação de sementes e cereais russos e ucranianos expira esta segunda-feira, com algumas perspetivas de vir a ser renovado, embora a Rússia, através do chefe da diplomacia, Sergei Lavrov, tenha afirmado que o acordo “está morto”.

No entanto, na passada sexta-feira, o Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, garantiu que o homólogo russo, Vladimir Putin, concorda com o prolongamento do acordo de cereais do mar Negro, permitindo à Ucrânia exportar a produção, mas não adiantou pormenores.

A atual prorrogação do acordo, assinado no verão de 2022 em Istambul pela Ucrânia e pela Rússia sob a mediação da ONU e da Turquia, termina esta segunda-feira e, a par dos cereais ucranianos, o documento também abrange a exportação de fertilizantes e de produtos alimentares russos.

Embora não tenha sido contundente a esse respeito, a Rússia tem repetidamente sinalizado que não pretende alargar a chamada Iniciativa dos Cereais do Mar Negro, alegando que, por um lado, se tornou um pacto comercial e não humanitário e, por outro lado, o memorando russo continua por cumprir.

Moscovo tem contestado os entraves sobre as suas exportações de fertilizantes e de produtos alimentares, alegando que o seu setor agrícola está a ser prejudicado pelas sanções impostas pelo Ocidente na sequência da invasão da Ucrânia em fevereiro de 2022.

Na contagem decrescente para tentar uma nova renovação do acordo, o secretário-geral da ONU, António Guterres, enviou na semana passada uma carta a Putin com uma proposta para facilitar as exportações russas de alimentos e fertilizantes e de cereais ucranianos.

“Espero que com essa carta asseguremos o prolongamento do acordo de cereais, com os nossos esforços conjuntos e os esforços da Rússia”, disse Erdogan, numa referência à missiva de Guterres.

Putin continua a não anunciar uma decisão e limita-se a indicar publicamente que Moscovo está a analisar a situação.

Com o objetivo de convencer a liderança russa, Guterres pretende suprimir os obstáculos às exportações de fertilizantes russos — outro segmento do acordo de julho de 2022 que Moscovo diz não ter sido respeitado — ao “eliminar os entraves às transações financeiras do Banco Agrícola da Rússia”.

Segundo dados das Nações Unidas, desde que o acordo entrou em vigor, perto de 33 milhões de toneladas de cereais foram escoados a partir dos portos do sul da Ucrânia.

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Têxtil e vestuário português regressa em força à feira de Munique

No total são 18 empresas portuguesas do têxtil e vestuário que vão levar à cidade alemã as últimas novidades de um dos setores mais antigos de Portugal. A sustentabilidade continua a marcar pontos.

A Munich Fabric Start está de volta e são 18 as empresas portuguesas que marcam presença em mais uma edição da feira em Munique, na Alemanha. De 18 a 20 de julho, a comitiva portuguesa vai mostrar o melhor do cluster têxtil nacional e apresentar as tendências da coleção de outono/inverno ao mercado alemão. É uma das “principais feiras têxteis europeias”, sendo esperados cerca de 20 mil visitantes.

Com duas edições anuais, Munich Fabric Start antecipou a feira para o mês de julho, quando habitualmente acontece no início de setembro. “A expectativa das empresas é perceber o que se passa com esta antecipação. As empresas estão com alguma curiosidade até porque é a primeira vez que esta edição se realiza em julho”, diz ao ECO/Local Online, Manuel Serrão, líder da associação Seletiva Moda.

A expectativa das empresas é perceber o que se passa com esta antecipação. As empresas estão com alguma curiosidade até porque é a primeira vez que esta edição se realiza em julho.

Manuel Serrão

Líder da associação Seletiva Moda

 

A SanMartin, que encara as atuais datas como “uma vantagem pois antecipa todo o trabalho criativo e de escolha de materiais”, não podia estar mais otimista. “Partimos sempre com grande expectativa para as feiras internacionais (…) temos oportunidade de apresentar as novidades aos nossos clientes e de angariar novos clientes também”, diz Vera Lúcia, que pertence ao departamento de backoffice. Entre as novidades, a empresa da Maia destaca novos artigos para o desenvolvimento de sublimação, rendas, brocados e a coleção de tecidos sustentáveis.

Além da SanMartin, na confeção aos tecidos, a comitiva portuguesa é ainda composta pela Bloomati, Fitecom, Iberis, Lemar, MMRA, Modelmalhas, TMG Textiles/MGL, Troficolor , Victor Têxteis, Cityiberia, Marjocri, Smsenra, Sourcetextile, Tricothius, Mtvbelts, às quais se juntam as também a Paulo de Oliveira e Somelos.

presença habitual na feira, a Lemar volta a Munique para “consolidar a marca junto dos clientes e renovar a oferta junto do mercado” e apresentar uma grande novidade: “tecidos com fibras produzidas a partir de pneus em fim de vida”, diz José António Ferreira, sales manager, citado em comunicado.

À semelhança da Lemar, a MMRA também vai aproveitar o evento para mostrar o que está a fazer no campo da sustentabilidade. “Vamos apresentar novidades sustentáveis como misturas de algodão orgânico, banana, ananás e ainda urtiga, cupro reciclado, entre outras novidades”, conta Patrícia de Andrade, comercial de mercados externos, citada em comunicado.

A Munich Fabric Start é “uma feira que reúne expositores de qualidade e visitantes de várias origens geográficas, maioritariamente de mercados europeus”, considera Daniel Azevedo, da Troficolor, em comunicado. Quanto à coleção, o exports sales manager destaca o alargamento da oferta “de gangas e tecidos com algodão BCI, algodão orgânico com certificação GOTS / OCS, algodão e polyster reciclados com certificação GRS / RCS”, bem como a nova linha de flanelas, bombazines e acolchoados.

Com o objetivo de conquistar os mercados externos, o setor do têxtil e vestuário é presença assídua em feiras internacionais. Mais de 50 empresas portuguesas marcaram presença na Première Vision em Paris, conhecida como a feira mais importante a nível mundial para o setor, no início do mês de julho. Depois de Paris, treze têxteis portuguesas voaram até Milão para conquistar o mercado italiano em mais uma edição da Milano Unica.

À semelhança da Munich Fabric Start, a Première Vision e a Milano Unica também sofreram alterações no calendário e foram antecipadas meses antes da data habitual, setembro. Para Manuel Serrão, estas antecipações são a “confirmação de uma certa incerteza em relação ao comportamento dos mercados”.

No ano passado, as exportações do têxtil e vestuário ultrapassaram pela primeira vez os seis mil milhões de euros. “Foi o recorde de sempre e é natural que com a inflação, a incerteza dos mercados e o abrandamento dos mercados se verifique algum ajustamento em relação ao recorde do ano passado. As empresas não estão preocupadas, mas estão expectantes”, conclui Manuel Serrão.

Em maio, as exportações do têxtil e vestuário recuaram quase 6% em valor e 9% em volume em maio, confirmando “as preocupações que os empresários do setor têm vindo a manifestar”, considera o líder da associação Seletiva Moda.

A participação das PME portuguesas na Munich Fabric Start é uma iniciativa da Seletiva Moda e da ATP – Associação Têxtil e vestuário de Portugal, que visa promover a internacionalização das empresas portuguesas da área do setor têxtil.

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Portuguesa Inwood constrói balneário do centro de alto rendimento onde CR7 está a treinar

A Inwood, que emprega 32 pessoas e fatura 5 milhões, construiu o edifício de apoio do centro de alto rendimento onde a equipa de CR7 está a treinar. Vai investir 2,5 milhões para aumentar produção.

O Al Nassr, a equipa de Cristiano Ronaldo, escolheu o centro de alto rendimento do Pine Cliff Resort, em Albufeira, para preparar a pré-época desportiva do clube saudita.

A empresa portuguesa Inwood foi a responsável pela construção do edifício de apoio que conta com um balneário, ginásio privado e uma área de armazenamento de material. A empresa, que tem escritório em Lisboa e uma unidade fabril na Tocha, emprega 32 pessoas e fatura cinco milhões de euros.

“É uma espécie de uma casa em madeira e foi a Inwood que fez os revestimentos exteriores e interiores, cobertura, paredes estruturais, a parte dos cacifos e a divisória das casas de banho. O que a Inwood não fez foi meramente as ligações de água e esgotos”, conta ao ECO/Local Online, Paulo Serra, administrador executivo da empresa fundada em 2008.

A empresa tem projetos entre Portugal e Cabo Verde, mais concretamente na Ilha do Sal, e executa em madeira passadiços, pontes pedonais, pérgulas, fachadas, revestimento de coberturas, deck’s, entre outros.

Entre os projetos mais sonantes está a construção da ponte pedonal e ciclável sobre o rio Trancão, o Bikini Beach, em Cabo Verde, que conta com bares exteriores, ponte e passadiço de acesso, a cobertura em madeira da Praça de Touros (Redondo), o resort de luxo em Óbidos WestCliffs, o empreendimento de luxo Verdelago no Algarve e o lote 2 do Passadiço do Mondego.

Inwood vai investir 2,5 milhões na Tocha para quadruplicar capacidade produtiva

Em maio do ano passado, a empresa investiu 2,5 milhões de euros na construção de raiz de uma unidade fabril na Tocha, na zona industrial, com 1.300 metros quadrados de área coberta. O investimento não fica por aqui e a Inwood vai investir mais 2,5 milhões de euros na fábrica para quadruplicar a capacidade produtiva.

“Com este investimento vamos quadruplicar a capacidade de produção”, conta o gestor natural de Oliveira do Hospital, formado em engenharia mecânica na Universidade de Coimbra. O projeto ficará concluído em março do próximo ano.

Na ótica do gestor, que trabalhou 15 anos na Sonae, a madeira é a alternativa ao betão e, como tal, a Inwood está a montar uma linha de painéis estruturais de madeira que irá permitir trocar painéis estruturais de betão por madeira.

“O nosso foco é trocar betão por painéis estruturais de madeira. É mais ecológica, permite construir muito rápido, tem uma melhor qualidade térmica e acústica e tem uma maior eficiência energética”, detalha Paulo Serra de 59 anos, que detém 45% da empresa juntamente com Secundino Nascimento que detém a mesma quota e ocupa o cargo de presidente da administração. Os restantes 10% pertencem a Mário Santos, encarregado geral da empresa.

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O dia em direto nos mercados e na economia – 17 de julho

  • ECO
  • 17 Julho 2023

Ao longo desta segunda-feira, 17 de julho, o ECO traz-lhe as principais notícias com impacto nos mercados e nas economias. Acompanhe aqui em direto.

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Mutares já notificou Autoridade da Concorrência da compra da Efacec

Mutares notificou regulador da compra da Efacec, após assinatura do acordo com o Governo em junho.

A Mutares já notificou a Autoridade da Concorrência (AdC) da compra da Efacec ao Estado. A informação foi tornada pública pelo regulador num anúncio publicado na imprensa esta segunda-feira.

Segundo o anúncio, a AdC recebeu na sexta-feira de 7 de julho uma “notificação de uma operação de concentração” no sentido da aquisição, pela Mutares, do “controlo exclusivo” da Efacec. O Estado detém mais de 70% da empresa.

A notificação surge depois de o fundo alemão ter assinado com o Governo, no dia 23 de junho, um acordo para a compra da empresa portuguesa, esperando fechar a operação no terceiro trimestre. No entanto, como o ECO noticiou, a transação depende de algumas condições, nomeadamente a aprovação da AdC e das autoridades europeias.

Segundo a AdC, a Mutares está presente nos setores da indústria dos componentes em borracha e termoplásticos, sistemas de fecho e dobradiças, caixas de cartão dobráveis e peças plásticas de alto desempenho. Além de minimizar os encargos para o Estado, a proposta dos alemães garante ainda a preservação da força de trabalho, bem como o futuro do projeto, tinha garantido o ministro da Economia, António Costa Silva. No entanto, o Governo ainda não revelou o valor do negócio.

O plano de negócios da Mutares prevê que os obrigacionistas da Efacec aceitem um corte na dívida de 50%, noticiou o Jornal de Negócios, já que estes detêm 58 milhões em obrigações emitidas em 2019. Contudo, a Maxyield, uma associação de investidores, considera que o Governo está a criar novos lesados e assumiu que os associados ficaram “alarmados” com a convocatória para uma assembleia geral de credores para 7 de agosto.

Para os obrigacionistas da Efacec associados da Maxyield, a reestruturação em causa prejudica não só os investidores privados que apoiaram a empresa portuguesa como também o mercado de capitais português, naquilo que consideram uma “estratégia lesiva dos legítimos direitos dos” credores privados.

(Notícia atualizada pela última vez às 8h21)

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Sob investigação, Alexandre Fonseca suspende funções no grupo Altice

Após buscas, o Co-CEO do grupo Altice decidiu suspender funções executivas e não-executivas para "proteger os interesses" da empresa, uma decisão que também abrange o mercado português.

Alexandre Fonseca, atual co-CEO do grupo Altice a nível internacional e ex-CEO da Altice Portugal, decidiu suspender funções executivas e não-executivas na empresa, incluindo no mercado português, na sequência das buscas a altas personalidades da empresa que conduziram à detenção do cofundador Armando Pereira. Segundo a Altice Portugal, do qual o gestor é chairman, a decisão visa “proteger os interesses do grupo”.

“O Grupo Altice vem tornar público que o seu atual co-CEO, Alexandre Fonseca, comunicou ao grupo que acionou a suspensão das suas funções no âmbito das atividades empresariais executivas e não-executivas de gestão do grupo em diversas geografias, incluindo as posições de chairman em diversas filiais”, avançou a Altice Portugal num comunicado ao início da manhã desta segunda-feira.

“De acordo com esta decisão, Alexandre Fonseca pretende de forma inequívoca proteger os interesses do grupo Altice, e todas as suas marcas, num processo que é público onde, aparentemente, são indiciados atos a investigar ocorridos no período em que este exerceu as funções executivas de presidente da Altice Portugal”, acrescenta a mesma nota.

Como noticiou o ECO este domingo, a casa de Alexandre Fonseca também foi alvo de buscas na semana passada, no âmbito da mesma investigação que levou as autoridades à quinta de Armando Pereira, cofundador da Altice. Armando Pereira foi uma das personalidades detidas para interrogatório na semana passada e passou o fim de semana atrás das grades, à espera de ser ouvido por um juiz. Alexandre Fonseca será “seguramente” constituído arguido, disse uma fonte judicial.

Segundo a Altice, “esta postura de Alexandre Fonseca contextualiza-se num ato responsável no caminho para o cabal esclarecimento da verdade”. “Esta é uma decisão que o grupo Altice aceita e valoriza, pois auxilia a salvaguarda da prossecução da sua atividade empresarial e promove a defesa dos princípios da transparência e da inequívoca colaboração no apuramento dos factos”, acrescenta o comunicado.

Esta segunda-feira, o Correio da Manhã noticia alguns dos supostos contornos da chamada “Operação Picoas”, nomeadamente que Alexandre Fonseca terá pagado “preço de saldos” por uma casa de luxo.

De acordo com o jornal, em janeiro de 2019, uma empresa controlada por Hernâni Vaz Antunes, outro dos nomes envolvidos neste processo, adquiriu uma moradia de luxo na linha de Cascais por um milhão de euros e, dois meses depois, vendeu-a a Alexandre Fonseca por 1,05 milhões.

Citando o Ministério Público (MP), o jornal refere, porém, que Alexandre Fonseca terá pagado apenas uma parte deste preço, suspeitando-se que tenha sido uma vantagem alegadamente indevida como contrapartida da suposta colaboração do gestor.

Alexandre Fonseca deixou a presidência executiva da Altice Portugal em abril do passado, passando a ter funções executivas internacionais no grupo, acumulando com o cargo de chairman na subsidiária portuguesa.

De acordo com o Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP) do MP, a operação desencadeada na quinta-feira, que levou a três detenções, contou com cerca de 90 buscas domiciliárias e não domiciliárias, entre as quais instalações de empresas e escritórios de advogados em vários pontos do país.

Em causa está, alegadamente, uma “viciação do processo decisório do grupo Altice, em sede de contratação, com práticas lesivas das próprias empresas daquele grupo e da concorrência”, que apontam para corrupção privada na forma ativa e passiva. As autoridades destacam ainda que a nível fiscal o Estado terá sido defraudado numa verba “superior a 100 milhões de euros”.

A investigação indica também a existência de indícios de “aproveitamento abusivo da taxação reduzida aplicada em sede de IRC na Zona Franca da Madeira” através da domiciliação fiscal fictícia de pessoas e empresas. Entende o Ministério Público que terão também sido usadas sociedades offshore, indiciando os crimes de branqueamento e falsificação.

Nas buscas, o DCIAP revelou que foram apreendidos documentos e objetos, “tais como viaturas de luxo e modelos exclusivos com um valor estimado de cerca de 20 milhões de euros”.

(Notícia atualizada pela última vez às 8h35)

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O que é feito dos imóveis vendidos pelo Estado?

A Estamo vai colaborar em medidas na área da habitação, para arrendamento acessível e no Mais Habitação, bem como receber fundos do PRR. Mas há imóveis que passaram a hotéis ou habitação de luxo.

Hotéis, escritórios, habitação. Os imóveis que a Estamo – imobiliária do Estado – vende vão-se transformando em várias coisas ao longo do tempo, ainda que alguns acabem por permanecer no mesmo estado ou desocupados. Há ainda locais com planos para terem habitação acessível e projetos que ainda não avançaram.

Segundo os dados disponibilizados pela Estamo, em 2022 apenas se realizou uma venda: o Quartel Cabeço da Bola, em Lisboa, que passou para a Fundiestamo. O objetivo é que este antigo quartel do Estado seja transformado em habitação. Com esta transação, em 2022, a margem bruta das vendas foi de 6,1 milhões de euros, mais 2,2 milhões que no ano anterior, segundo o relatório e contas da entidade.

Antigo quartel do Cabeço da Bola, Lisboa

Este é um de três imóveis que já se insere no âmbito das novas políticas públicas de habitação. Nesta, determinou-se “a afetação de três imóveis, dois dos quais com peso relevante na carteira da Sociedade – Antigo Hospital Miguel Bombarda e Quartel do Cabeço da Bola, ambos em Lisboa – ao Fundo Nacional de Reabilitação do Edificado (FNRE) para destinação a programas de ‘renda acessível’ e de um novo acervo de imóveis destinados à venda e/ou ao incremento da área bruta locável de serviços à Bolsa de Habitação criada pelo Decreto-lei n.° 82/2020, de 2 de outubro continuou a influenciar os resultados da Sociedade”, indica a Estamo.

Já em 2021, apenas se contam duas vendas, uma das quais o antigo Hospital do Desterro. O edifício foi vendido por 10,5 milhões de euros aos próprios arrendatários: a Mainside Investments, que pretendiam fazer uma unidade hoteleira e uma zona de restauração.

Esse não foi o único imóvel transformado em hotel, sendo o caso, por exemplo, de o da rua Dom Carlos de Mascarenhas, em Lisboa, atualmente o Zurin Charm Hotel. Já a propriedade na Rua da Restauração, no Porto, é hoje em dia o Torel Avantgarde. Na página de vendas de 2015 encontra-se também um imóvel na Rua Braamcamp, em Lisboa, que aparece vendido à KSHG – Real Estate Investments, mas atualmente é a morada do Pestana Lisboa Vintage.

Além de hotéis, há locais destinados a habitação de luxo. Em 2019, o antigo palacete na Estrada de Benfica, em Lisboa, foi vendido à Splendimension, em conjunto com um edifício de escritórios e serviços, por um total de 22,6 milhões. Na página do fundo de investimento encontra-se ainda este projeto, onde indicam que “a casa pode ser remodelada em habitações de luxo e o espaço envolvente pode ser usado para construir dois edifícios residenciais modernos, podendo incluir um amplo jardim e espaços abertos públicos”.

Os escritórios também comprados por esta imobiliária localizam-se na Avenida José Malhoa, em Lisboa, onde anteriormente se encontrava o Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP).

A Splendimension conta também com outro imóvel que era da Estamo, mas que tinha, no entanto, sido vendido à KSHG – Real Estate Investment em 2015. Trata-se de um “antigo prédio do tribunal” na área das Avenidas Novas “a ser transformado em apartamentos residenciais de luxo”. Há ainda o caso da antiga sede do DIAP, na Gomes Freire, em Lisboa, transformada em casas de luxo.

Existem ainda imóveis cujo objetivo é serem transformados em arrendamento acessível, mas alguns projetos estão ainda parados. É o caso do projeto previsto para o antigo hospital Miguel Bombarda, que pode ainda vir a sofrer novos ajustes. Em março, a Câmara de Lisboa adiantou que iria ser feito um estudo conjunto para “avaliar o estado de conservação e situação estrutural” dos edifícios. Além de habitação acessível, estava igualmente prevista a construção de um hotel no edifício do antigo convento de Rilhafoles.

Antigo hospital Miguel Bombarda, Lisboa

Há outros imóveis aproveitados para organismos do Estado, como, por exemplo, um vendido ao Fundo Especial de Investimento Imobiliário Aberto Imopoupança, em Lisboa, atualmente casa da Inspeção-Geral de Finanças. Este fundo é gerido pela Fundiestamo e foca-se principalmente no arrendamento, na maioria ao Estado ou a outras entidades públicas.

A Estamo vai também receber financiamento do PRR, nomeadamente para converter o antigo estabelecimento prisional de Santarém numa residência de estudantes. “O RESA (Residências Estamo de Santarém) trata-se um projeto onde a TUU tem um papel fundamental com o projeto de arquitetura, uma vez que o antigo estabelecimento prisional é um Monumento Nacional no centro da cidade de Santarém, com uma identidade única que deverá ser mantida, tornando o projeto muito desafiante”, indicou a TUU – Building Design Management em comunicado, no início deste ano.

A imobiliária do Estado vai também colaborar no programa “Arrendar para Subarrendar”, uma medida que faz parte do pacote Mais Habitação e tem como objetivo o arrendamento voluntário em mercado de imóveis a privados. A empresa pública vai “identificar no mercado os imóveis que cumpram os requisitos, trabalhando em permanência com os proprietários, as mediadoras que os possam representar, entidades públicas, municípios e juntas de freguesia, para a negociação, definição de valores de renda, apoio técnico e preparação dos contratos de arrendamento, que submeterá ao IHRU para celebração e execução”, segundo se lê no site.

Já para outros imóveis vendidos é ainda desconhecido o desfecho final, sendo que alguns se encontram sem ocupação à vista. Certo é que a imobiliária do Estado era bastante mais ativa no que diz respeito às vendas antes de 2019, sendo que em 2020 não tem nenhuma transação registada e nos anos seguintes foram apenas três.

Para 2023 ainda não surge nenhuma venda, mas há já uma compra: o Quartel da Cumeada, em Coimbra, que estava ocupado pela GNR e cujo contrato promessa já data de 2009 mas apenas foi efetivado agora.

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Fintechs de pagamento querem vender Certificados de Aforro

Easypay e Eupago adiantaram ao ECO que estão interessadas em comercializar Certificados de Aforro, com a promessa de um serviço mais acessível para as famílias e mais barato para o Estado.

As instituições de pagamento também estão interessadas em comercializar Certificados de Aforro, isto depois de o Governo ter aberto essa porta quando lançou a nova série de certificados no início do mês passado.

A Easypay e a Eupago adiantaram ao ECO que ainda aguardam pelas condições de comercialização, mas acreditam que podem utilizar o seu know-how na tecnologia de pagamentos para tirar partido de uma área que praticamente estagnou em termos de desenvolvimento tecnológico nos últimos anos.

“Queremos entrar num novo mercado. Prestamos apenas serviços às empresas, mas queremos também alargar os nossos serviços aos particulares. Podemos fornecer um serviço que permita ao cliente comprar certificados com maior facilidade e confiança”, explicou o CEO da Easypay, Sebastião Lancastre.

“Com as instituições de pagamento, o Estado ganha mais canais de distribuição”, referiu Sebastião Lancastre, sublinhando que, apesar de ainda não conhecer as condições, “pode ser mais competitivo no preço.” “Em comparação com os CTT, não precisaremos de um balcão e de um funcionário para comercializarmos os certificados”, disse.

Sebastião Lancastre escreveu um artigo de opinião no ECO em que elencou as vantagens que as instituições de pagamento poderão trazer para o consumidor. Por exemplo, vão facilitar o acesso aos certificados “sem abdicar da segurança” e possibilitar que os emigrantes possam usar as suas contas lá fora para aplicarem as suas poupanças nos certificados, segundo o líder da fintech portuguesa.

A perspetiva da Eupago é a mesma. “Com a nossa experiência no desenvolvimento de soluções tecnológicas na área dos pagamentos, podemos automatizar todos os processos nos certificados, desde a subscrição ao resgate”, apontou o responsável pelo desenvolvimento de novos negócios, José Carlos Tomás.

“A nossa equipa é composta por programadores, portanto, para nós é relativamente mais simples montar um processo automatizado do que é para os bancos. Estamos ainda na expectativa”, disse José Carlos Tomás.

Atualmente, a subscrição de Certificados de Aforro pode ser realizada através do site AforroNet, nos balcões dos CTT ou num dos seis Espaços do Cidadão.

O IGCP, instituto público que faz a gestão da dívida pública, tem neste momento em curso “um projeto global de transformação digital” que inclui melhorar a plataforma AforroNet e uma aplicação para telemóveis que não existe atualmente que visa facilitar a subscrição de certificados, como avançou o ECO.

Os Certificados de Aforro tornaram-se num autêntico fenómeno junto das famílias devido à forte subida da sua remuneração no último ano (3,5% acrescidos de um prémios de manutenção) e à diferença face à taxa de juro média praticada pelos depósitos bancários.

O investimento nestes produtos de dívida pública desenhados para o retalho aumentou quase 12 mil milhões entre janeiro e maio, antes de o Governo ter decidido acabar com a Série E e lançar uma nova série com taxas de juro mais baixas já nos primeiros dias de junho.

Quando anunciou a Série F, no dia 2 de junho, o Executivo alargou a possibilidade de distribuição dos Certificados de Aforro aos bancos e às instituições de pagamento que estejam inscritos no Banco de Portugal.

A medida foi recebida com surpresa pelos bancos, que indicaram que analisarão a comercialização dos certificados quando forem conhecidas as condições de venda, isto apesar de serem um concorrente dos depósitos.

Para os CTT, a corrida aos certificados tem sido uma das grandes alavancas do crescimento das receitas, particularmente este ano, graças ao comissionamento que cobra ao Estado por cada título vendido.

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5 coisas que vão marcar o dia

Enquanto o BdP divulga a evolução dos créditos aos consumidores, o Eurostat vai publicar informação sobre as dormidas turísticas. Durante a tarde, o Presidente retoma as audiências com os partidos.

A semana começa com novos dados estatísticos. Enquanto o Banco de Portugal divulga a evolução dos contratos de créditos aos consumidores celebrados em maio, o Eurostat vai publicar informação sobre as dormidas turísticas, bem como sobre rendimentos e pobreza. Durante a tarde, o Presidente da República retoma as audiências com os partidos. Hoje vai ouvir a Iniciativa Liberal, o Chega, o PSD e o PS sobre a situação económica, social e política do país. Em matéria de combustíveis, a gasolina e o gasóleo ficam 1,5 cêntimos mais caros.

Banco de Portugal dá conta da evolução do crédito ao consumo

O Banco de Portugal (BdP) vai divulgar esta segunda-feira a evolução sobre os contratos de créditos aos consumidores celebrados em maio. Segundo os dados anteriores, durante os primeiros quatro meses do ano, os bancos e outras instituições financeiras concederam mais de 2,5 mil milhões de euros em crédito ao consumo, o valor mais elevado desde 2013, quando o Banco de Portugal começou a compilar os dados. Trata-se de um aumento de 2% em relação ao mesmo período do ano passado.

Marcelo retoma audições com partidos

Depois de já ter recebido no Palácio de Belém, em Lisboa, o Livre, o PAN, o Bloco de Esquerda e o PCP, o Presidente da República vai dar continuidade às audiências com os restantes partidos com assento parlamentar sobre a situação económica, social e política do país, bem como sobre o balanço da sessão legislativa. Hoje é a vez de Marcelo Rebelo de Sousa ouvir a Iniciativa Liberal, o Chega, o PSD e o PS.

Eurostat divulga dados sobre dormidas turísticas

O Eurostat vai informar sobre as dormidas em estabelecimentos de alojamento turístico durante o passado mês de abril. Durante o primeiro trimestre do ano, registaram-se 426 milhões de dormidas turísticas na União Europeia, mais 28% relativamente ao período homólogo, revelavam os dados anteriores do gabinete de estatística da UE.

Eurostat partilha informação sobre rendimentos e pobreza

Esta segunda-feira, o Eurostat vai divulgar ainda estimativas rápidas sobre rendimentos e pobreza referentes a 2022. Em 2021, os portugueses que se encontram em situação de risco de pobreza (isto é, abaixo do limiar de 60% da mediana do rendimento disponível equivalente em cada país, na definição europeia) gastavam 30,7% do rendimento disponível em habitação. Portugal encontra-se, contudo, numa melhor posição do que a média da União Europeia, que corresponde a 37,7% dos rendimentos.

Combustíveis voltam a subir

Os preços da gasolina e do gasóleo iniciam a semana com uma nova subida, a segunda consecutiva. E sobem os dois combustíveis na mesma medida: 1,5 cêntimos. Ao abastecer ao longo desta semana deverá pagar 1,7 euros por litro de gasolina simples 95 e 1,536 por litro de gasóleo simples.

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Margem de refinação da Galp afunda para menos de metade no segundo trimestre

No segundo trimestre de 2022, logo após o início da guerra na Ucrânia, a margem da Galp atingiu 20,1 dólares por barril de petróleo. Um ano depois, o indicador afundou 62%, para 7,7 dólares.

A Galp Energia GALP 0,56% produziu menos petróleo no segundo trimestre do ano e a margem de refinação caiu significativamente no mesmo período, fruto do recuo dos preços dos produtos petrolíferos ao longo do último ano.

No segundo trimestre de 2022, logo após o início da invasão da Rússia à Ucrânia, a margem da Galp era de 20,1 dólares por barril de petróleo ou equivalente. Um ano depois, no segundo trimestre de 2023, a Galp registou uma margem de 7,7 dólares, o que constitui uma queda de 62% em termos homólogos e de 46% face ao primeiro trimestre deste ano.

A informação foi divulgada pela empresa esta segunda-feira de manhã no trading update do segundo trimestre, uma súmula de dados operacionais divulgada trimestralmente pela companhia e enviada à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM). A empresa mostra estes dados aos investidores para os preparar para a apresentação de resultados marcada para 31 de julho, antes da abertura das bolsas.

De acordo com o balanço, a produção working interest da Galp no trimestre desceu ligeiramente, menos 2% em termos homólogos, para 117,1 mil barris de petróleo ou equivalente por dia.

A esmagadora maioria da produção centrou-se no Brasil, com uma melhoria de 4% em termos homólogos, mas uma descida de 3% face ao primeiro trimestre de 2023, devido a operações de manutenção realizadas no período, explica a Galp.

(Notícia atualizada pela última vez às 8h00)

Evolução das ações da Galp em Lisboa

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Bastonária diz que ausência de ministra no Congresso foi “um desrespeito”

  • Lusa
  • 16 Julho 2023

A bastonária acrescentou que, o “próprio Ministério da Justiça chegou a sugerir enviar a este IX Congresso um assessor para se fazer representar”.

A bastonária da Ordem dos Advogados (OA) considerou um “desrespeito” a ausência do Ministério da Justiça na sessão de encerramento do congresso, que decorreu durante três dias, em Fátima, no distrito de Santarém.

“Lamentamos muito que não tenha estado aqui presente o Ministério da Justiça, que sempre nos brinda com esta ideia que está dialogante e que quer dialogar com a OA. Uma vez mais, demonstrou que não é o caso e por isso fizemos questão de assinalar com um lugar vazio o convite que foi declinado de uma forma tão desrespeitosa”, afirmou à agência Lusa Fernanda de Almeida Pinheiro, no final da sessão de encerramento do 9.º congresso dos advogados.

A bastonária acrescentou que, o “próprio Ministério da Justiça chegou a sugerir enviar a este congresso um assessor para se fazer representar”.

“A OA não aceita este desrespeito e, como se verifica aqui, estamos todos unidos, em termos nacionais, mas também em termos internacionais”, sublinhou.

A bastonária espera que o “Governo e a senhora Ministra da Justiça estejam, de facto, disponíveis para fazer este trabalho” com os advogados.

“Não é esta a forma de o fazer. Seguramente, está de costas voltadas para a OA. Esta instituição tem 97 anos de existência e merece todo o respeito do país por tudo aquilo que já fez e continua a fazer em prol da democracia, do Estado de direito democrático e da justiça do país”, insistiu.

Tomada de posse da nova bastonária da Ordem dos Advogados, Fernanda de Almeida Pinheiro - 09JAN23
Tomada de posse da nova bastonária da Ordem dos Advogados, Fernanda de Almeida PinheiroHugo Amaral/ECO

 

Fernanda de Almeida Pinheiro referiu ainda que “não foi dada nenhuma justificação” para esta ausência.

“Foi apenas uma questão de falta de agenda. Temos agenda para tudo, menos para cumprir com aquilo que deve ser, que é falar com a advocacia, que é um pilar essencial do Estado de direito democrático”, acrescentou.

No seu discurso de encerramento, a bastonária afirmou que foram convidados a ministra da Justiça e os seus dois secretários de Estado, mas “todos declinaram” o convite, “talvez porque não tenham coragem de enfrentar olhos nos olhos a advocacia e virem explicar por que razão querem retirar aos cidadãos quem lhes confere o trabalho e o serviço da justiça, que é o advogado e advogada deste país”.

Durante três dias, os advogados estiveram reunidos em Fátima a discutir os problemas da classe e da justiça e a “contribuir para que eles se resolvam”, disse a bastonária, adiantando que foram apresentadas 256 propostas, quase todas aprovadas.

Entre as prioridades está “o acesso ao Direito por parte dos cidadãos e os seus direitos fundamentais”.

“Continuaremos a lutar para reverter esta situação absolutamente inadmissível que é a de configurar a hipótese de que estes cidadãos podem ser assistidos por pessoas que não têm a preparação técnica ou jurídica necessária para poderem fazer cumprir os seus direitos constitucionais num verdadeiro acesso à justiça”, destacou.

Fernanda de Almeida Pinheiro disse que o congresso terminou “com a noção de dever cumprido”.

O presidente Conselho Fiscal da OA, Pedro Madeira de Brito, disse que “existem desafios, ameaças, oportunidades e questões muito delicadas, neste momento, que transformaram este congresso, num congresso muito importante para a profissão”.

Pedro Madeira de Brito referiu que o modelo de governança também foi refletido e há “um desafio de modernização” que passa por renovar as instituições.

“Este congresso foi bastante representativo da preocupação com as alterações legislativas”, afirmou, ao considerar que estão em risco quatro pilares: o papel do advogado na Justiça, a “admissibilidade das sociedades multidisciplinares, com sócios, colaboradores, gerentes e administradores não advogados, a alteração dos mecanismos de tutela da profissão e o sistema ou funcionamento do sistema de segurança social dos advogados”.

Pedro Madeira de Brito destacou ainda “um dos grandes desafios” para o futuro, que “é a aplicação das novas tecnologias ao exercício da advocacia”.

“O desenvolvimento exponencial da inteligência artificial é um desafio essencial para a nossa profissão. Devemos estar atentos à possibilidade de substituição dos advogados na prática de atos próprios através desses instrumentos. E isto leva-me a perguntar qual é o papel do advogado neste contexto? Como garantir a justiça nesse contexto e deixar a interrogação se a justiça pode ser feita com base em algoritmos”, afirmou.

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