Pandemia deixa industriais em alerta com falta de mão-de-obra. Situação é insustentável

"O acompanhamento que estamos a fazer no terreno revela uma situação preocupante e, de certa forma, nova", diz ao ECO António Saraiva. Terá "um efeito sistémico que deixará marcas", alerta.

A dois dias das eleições legislativas há 1.173.752 pessoas em isolamento. Mais de um milhão de pessoas que só deve sair de casa para fazer testes ou ir votar entre as 18h00 e as 19h00 de domingo. A falta de mão-de-obra está a deixar os empresários em estado de alerta.

“O confinamento de um número tão elevado de pessoas está a provocar interrupções e paralisações, designadamente nas empresas industriais e nas que precisam da presença das pessoas. Os gestores estão a pagar horas extraordinárias e a fazer o possível para evitar as perturbações que impactem seriamente na produção”, diz ao ECO o presidente da Confederação Empresarial de Portugal (CIP).

A indústria têxtil é apenas um exemplo. “A falta de mão-de-obra é um desastre com implicações gigantescas no funcionamento das empresas, porque são obrigadas a parar, não conseguindo cumprir os prazos das encomendas”, relata o presidente da Associação Têxtil e Vestuário de Portugal (ATP). “Chegam à associação imensas queixas de empresas que não conseguem cumprir as encomendas porque não têm pessoas”, revela Mário Jorge Machado.

Os industriais pedem aos trabalhadores no ativo que façam horas extra e têm tentado negociar com cliente novos prazos para a entrega das encomendas, explica o presidente da ATP. “Há empresas que resolveram parar alguns dias para ver se a situação melhorava, mas os que estavam em casa voltaram e foram outros”, ironiza Mário Jorge Machado, lembrando que estas paragens vão “ter implicações no volume de negócios de janeiro”.

António Saraiva diz que ainda não é possível dar números concretos, mas o acompanhamento que estão a fazer no terreno “revela uma situação preocupante e, de certa forma, nova”. “Durante as fases anteriores da pandemia, havia menos pessoas infetadas e o confinamento excluía certas categorias profissionais”, explica o patrão dos patrões. “Hoje não é assim: há um efeito sistémico que deixará marcas”, assegura, deixando, contudo, uma nota positiva: “Para já, os danos estão a ser compensados”.

E essas marcas vão fazer-se sentir na produtividade, inflação e até nas contas públicas, detalha o presidente da Associação Empresarial de Portugal (AEP). “Em Portugal 96% das empresas têm até dez trabalhadores e com níveis de absentismo de 30 a 50%, muitas estão quase paradas”, diz ao ECO Luís Miguel Ribeiro. “Isto cria enormes dificuldades no cumprimento de prazos, afetando o lado da oferta e consequentemente aumentando preços” e contribuindo para o agravamento da inflação, sublinha.

Por outro lado, “o absentismo vai reduzir a produtividade o que pode comprometer o crescimento económico do país”. E “há ainda a ter em conta o impacto na despesa pública porque é necessário compensar as pessoas que ficam em casa e que não podem exercer a sua atividade em teletrabalho, mas simultaneamente há uma redução da receita porque as empresas vão pagar menos impostos uma vez que têm menos atividade”.

Para tentar ultrapassar este constrangimento, a Associação de Fabricantes para a Indústria Automóvel (AFIA) pede que o período de isolamento seja reduzido, à semelhança do que já acontece noutros países. “As pessoas que estão infetadas têm de ficar em casa, mas quem esteve em contacto com um caso positivo e o teste deu negativo deveria poder ir trabalhar”, defende, em declarações ao ECO Adão Ferreira, secretário-geral da associação.

Mário Jorge Machado corrobora e vai mais longe sugerido que o país adote a mesma política seguida pela Dinamarca: quem está doente fica em casa, quem está bem de saúde pode ter uma vida normal. O empresário conta um caso limite da sua empresa em que um colaborador ficou três semanas em casa, primeiro por contacto com o filho infetado, depois porque a esposa acabou por ficar positiva e finalmente porque o próprio contraiu o vírus.

Adão Ferreira diz que “não está a ser fácil gerir os constrangimentos da atividade”. No seu setor em particular, para além de lidar com a falta de mão-de-obra, decorrente do elevado número de pessoas em isolamento, as empresas continuam a ser confrontadas com a escassez de matérias-primas, não só devido à Covid mas também à falta de componentes eletrónicos e semicondutores, “que se vai continuar a fazer sentir até final deste ano”.

Preocupado com a “incerteza em torno da indústria automóvel”, Adão Ferreira lembra que as empresas de componente são “resilientes” e têm “apostado ao máximo na flexibilidade seja ao nível de horas extra, ou outras soluções, para se tentam adaptar às circunstâncias”. “Como o mercado da indústria automóvel está em baixa torna a situação mais gerível, mas não se pode prolongar”, alerta. “Qualquer dia a corda rebenta”, avisa.

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Investigação da Comissão Europeia à SATA ainda “está em andamento”

  • Lusa
  • 28 Janeiro 2022

A Comissão Europeia tem “dúvidas de que o auxílio à reestruturação previsto para a empresa esteja em conformidade" com regras europeias e, por isso, a investigação está "andamento".

A investigação da Comissão Europeia aos apoios públicos à companhia aérea açoriana SATA “está em andamento”, não se podendo “prever o momento” ou o “resultado da investigação”, disse esta sexta-feira à Lusa fonte do executivo comunitário.

Questionada pela Lusa, a fonte da Comissão Europeia diz que aquela entidade tem “dúvidas de que o auxílio à reestruturação previsto para a empresa esteja em conformidade com estas regras [da União Europeia, em matéria de auxílios estatais a empresas em dificuldade]”, sendo que “a investigação está em andamento”.

A mesma fonte refere que “está em curso a investigação da Comissão sobre determinadas medidas de apoio público a favor da SATA”. “Não podemos prever o momento ou o resultado da investigação. De acordo com a prática normal, a Comissão está em contacto com Portugal e com outras partes interessadas no contexto da sua investigação em curso”, salvaguarda.

A investigação diz respeito a mais de 70 milhões de euros de aumentos de capital feitos pela Região Autónoma na transportadora pública, para colmatar carências de liquidez, considerados ilegais pela Comissão Europeia em dezembro de 2020, segundo foi divulgado na ocasião.

As dificuldades financeiras da SATA perduram desde, pelo menos, 2014, altura em que a companhia aérea detida na totalidade pelo Governo Regional dos Açores começou a registar prejuízos, entretanto agravados pela pandemia de covid-19.

Na resposta enviada à Lusa, a Comissão Europeia lembra que, a 18 de agosto de 2020, o executivo comunitário tomou a decisão “de abrir uma investigação aprofundada para avaliar se determinadas medidas anteriores de apoio público de Portugal a favor da SATA estavam em conformidade com as regras da União Europeia em matéria de auxílios estatais a empresas em dificuldade”.

Em 30 de abril de 2021, o executivo comunitário “alargou a investigação aprofundada em curso”, acrescenta. Também a 30 de abril de 2021, a Comissão aprovou um “apoio adicional” de 122,5 milhões de euros à SATA.

Tal previa “dotar as companhias aéreas de recursos suficientes para fazer face às suas necessidades urgentes e imediatas de liquidez até ao final de 21 de novembro de 2021, ou até que a Comissão tome uma decisão final sobre as investigações em curso”, segundo o esclarecimento da Comissão Europeia.

Aquela entidade recorda ainda que, a 18 de agosto de 2020, foi aprovado, ao abrigo das regras da UE em matéria de auxílios estatais, 133 milhões de euros em apoio de liquidez às companhias aéreas SATA, totalizando 255,5 milhões de euros de apoio à liquidez, “sob a forma de empréstimos garantidos publicamente”.

A Comissão Europeia, face às “necessidades urgentes de liquidez da SATA na pendência da investigação formal e para assegurar a ligação territorial de uma região ultraperiférica da União Europeia”, aprovou em 5 de novembro de 2021 uma alteração e extensão da medida de liquidez de 255,5 milhões de euros.

A alteração permite o prolongamento das garantias já concedidas em empréstimos, ou a substituição desses empréstimos por empréstimos acionistas concedidos diretamente à SATA Azores Airlines, refere a Comissão na resposta à Lusa.

Também em 30 de abril de 2021, o executivo de Bruxelas aprovou uma medida de auxílio de 12 milhões de euros para compensar as duas companhias aéreas pelos “danos sofridos entre 19 de março de 2020 e 30 de junho de 2020 devido às restrições de viagem que o Governo Regional dos Açores, Portugal e as autoridades de outros países de destino tiveram que impor para limitar a propagação do coronavírus”.

O Governo Regional açoriano revelou em maio de 2021 que a transportadora aérea SATA tinha devolvido 76 milhões de euros aos Açores, na sequência das investigações realizadas pela Comissão Europeia sobre as injeções de capital público realizadas entre 2017 e 2020.

Em comunicado, o executivo açoriano adiantou, então, que o plano de reestruturação da SATA começou a ser discutido com a Comissão Europeia, no âmbito dos auxílios de emergência de 133 e 122,5 milhões de euros.

Segundo o Governo dos Açores, a SATA devolveu à região 76,6 milhões de euros em três tranches: 24 milhões de euros pagos em 16 de março, 27 milhões transferidos no dia seguinte e 21,6 milhões pagos esta sexta.

A 25 de novembro de 2021, o secretário regional das Finanças dos Açores revelou que está a ser elaborada uma terceira versão do plano de reestruturação da SATA que prevê uma alteração societária e a substituição de injeções de capital por absorção de dívida.

“Vamos formular uma terceira versão do plano de reestruturação, para concretizar no mais curto espaço de tempo. Logo que haja essa versão, o presidente [do Governo Regional] a terá e distribuirá pelos deputados”, explicou Joaquim Bastos e Silva no parlamento açoriano.

A SATA Air Açores é a responsável pelas ligações aéreas entre as várias ilhas do arquipélago e a Azores Airlines liga a região autónoma com o exterior.

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Building the Future. 300 entrevistas no Job Pitch Challenge e 21 mil participantes

Durante três dias a comunidade tech e empresas reuniram no Capitólio, em Lisboa, para discutir a transformação digital.

Um total de 21 mil participantes online em 66 países, 650 reuniões em speed networking e 300 entrevistas no Job Pitch Challenge são alguns dos números de três dias de Building The Future, evento, organizado pela Microsoft, que reuniu a comunidade tech e empresas para discutir a transformação digital.

“Portugal é um país de empreendedores e de inovadores. Ao longo destes três dias, aprofundámos a necessidade de acelerar os processos de Transformação Digital e de desenvolvimento de competências, em torno de pilares como “Pessoas”, “Planeta”, “Educação” e “Skilling”. Refletimos sobre temas basilares da nossa economia digital e tivemos momentos efetivos de hacking para a área da Sustentabilidade, de desenvolvimento de soluções inovadoras com startups para as áreas de cibersegurança, deep tech e 5G e uma caça ao talento com oportunidades reais”, refere Andrés Ortolá, desde janeiro o general manager da Microsoft Portugal, citado em nota de imprensa.

Produziram-se mais de 65 horas de conteúdo, que serão acessíveis a todos os portugueses. Assistimos ao que de melhor se faz no país e testemunhámos como a transformação digital é o motor do futuro. Estive envolvido pela primeira vez naquela que foi a 4ª edição do Building The Future, evento em que ficou demonstrado que temos as pessoas, os parceiros e a tecnologia certas para continuar a Ativar Portugal, tornando-nos um país mais competitivo, inovador e sustentável. É com este mindset que vamos continuar a construir o futuro”, conclui.

Um total de 21 mil participantes, em 66 países, assistiram, entre 26 a 28 de janeiro, à transmissão live streaming, a partir do Capitólio, em Lisboa, ao evento, cuja 4.ª edição contou com uma equipa de cerca de 170 pessoas na sua organização, 150 mil unique viewers, 365 oradores em 180 sessões, com 48 sponsors, 60 startups ao longo de mais de 65 horas de transmissão online.

Ao todo foram realizadas 1.700 reuniões, mais de 20 mil interações nos chats, 650 reuniões em speed networking, 300 entrevistas do Job Pitch Challenge, com um dia inteiramente dedicado à transformação digital na Educação e Skilling, que envolveu mais de mil escolas.

“Pelo 2º ano consecutivo em contexto pandémico, não baixámos os braços e voltámos a fazer um evento extremamente inovador, recorrendo, inclusivamente, pela primeira vez em Portugal, a um sistema de realidade aumentada orgânica. Além destas novas tecnologias, que fazem a diferença, tivemos, também, através do digital, a oportunidade de ter uma série de speakers nacionais e internacionais a partilhar histórias e testemunhos que acreditamos serem vitais para inspirar e desafiar a sociedade e economia portuguesas”, reforçou Teresa Virgínia, CMO & PR Lead da Microsoft Portugal.

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Fisco faz novo alerta de segurança. É terceiro desde o início do ano

  • Lusa
  • 28 Janeiro 2022

“Está também em curso uma campanha de ‘phishing’ que recorre a mensagens de texto (SMS) fraudulentas”, adverte ainda a Autoridade Tributária.

A Autoridade Tributária e Aduaneira emitiu esta sexta-feira um novo alerta de segurança sobre mails e mensagens de texto (SMS) fraudulentos que estão a ser enviados a contribuintes, sendo este o terceiro desde o início do ano.

No caso dos emails é dito ao contribuinte que tem direito a um reembolso de imposto, sendo-lhe indicado que carregue num determinado link para receber o valor, o que, avisa a AT, não deve ser feito em nenhuma circunstância.

Na mensagem de texto (SMS), o contribuinte é confrontado com a existência de uma dívida em processo de execução fiscal sendo-lhe inclusivamente fornecida a referência e número de entidade para ‘pagamento’.

“Está também em curso uma campanha de ‘phishing’ que recorre a mensagens de texto (SMS) fraudulentas”, refere a AT no alerta publicado no seu site, especificando que os destinatários destes SMS “são induzidos maliciosamente a efetuar um pagamento para alegadamente regularizar a sua situação tributária”.

Trata-se em ambos os casos de mensagens “falsas” que “devem ser ignoradas” já que, precisa a mesma informação, “o seu objetivo é convencer o destinatário a aceder a páginas maliciosas carregando nos links sugeridos ou a efetuar pagamentos indevidos”.

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Da Dinamarca à Grécia, os países europeus começam a retirar as restrições Covid

  • Joana Abrantes Gomes
  • 28 Janeiro 2022

Desde a Dinamarca, que vai eliminar todas as restrições de uma vez, à Grécia, que alargou o horário dos bares e restaurantes, os países europeus começam a relaxar as medidas de combate à Covid-19.

Numa altura em que o diretor da Organização Mundial de Saúde (OMS) na Europa, Hans Kluge, disse que a variante Ómicron, que pode infetar 60% dos europeus até março, terá iniciado uma nova fase da pandemia de Covid-19 na Europa que a pode aproximar do seu fim, têm sido vários os países a anunciar um relaxamento de restrições. Mesmo registando números de infeções recorde ou muito elevados, há governos que puseram fim à obrigatoriedade do uso de máscara em espaços fechados e à apresentação do certificado Covid no acesso a determinados estabelecimentos e eventos, entendendo até que é necessário aprender a viver com o vírus.

Dinamarca deixa de considerar Covid-19 como doença “crítica” e elimina restrições

A partir de 1 de fevereiro, a Dinamarca vai eliminar todas as restrições impostas na quarta vaga da pandemia de Covid-19. Apesar do número recorde de contágios, o menor risco da variante Ómicron e o elevado número de imunizados foram fatores decisivos para o Governo do país escandinavo.

Simultaneamente, o país vai deixar de considerar a Covid-19 uma doença “crítica”, pelo que deixarão de ser usadas máscaras em espaços fechados e desaparecerão as restrições nos restaurantes, na vida cultural e social, e as discotecas serão reabertas.

Certificado Covid deixa de ser obrigatório para entrar em bares e restaurantes na Catalunha

O Governo catalão anunciou que a partir de 28 de janeiro vai deixar de ser obrigatório apresentar o certificado digital Covid para entrar em bares, restaurantes, ginásios e lares. A elevada transmissibilidade da variante Ómicron, que pode infetar parte significativa da população “independentemente do seu estado vacinal” ou de terem estado infetadas, a par com a sua menor severidade, justificam a decisão.

Serão ainda levantadas a imposição de um limite máximo de 10 pessoas em encontros sociais e as limitações à capacidade e aos horários de abertura nos setores da restauração, cultura e desporto da região autónoma espanhola.

Alívio gradual de restrições na Finlândia começa a 1 de fevereiro

A Finlândia vai começar a aliviar gradualmente as restrições à Covid-19 a partir de 1 de fevereiro, em vez de meados do mesmo mês, como inicialmente tinha previsto pelo Governo do país, revela a Reuters (acesso livre, conteúdo em inglês).

No dia 18 de janeiro, a primeira-ministra finlandesa, Sanna Marin, disse que as restrições seriam gradualmente reduzidas a partir de meados de fevereiro, mas que, caso houvesse sinais de estabilização na taxa de infeção causada pela variante Ómicron, o plano seria antecipado.

O Governo decidiu iniciar uma flexibilização cautelosa, relaxando as restrições ao horário de funcionamento dos restaurantes, que passarão a poder permanecer abertos até às 21 horas, face ao encerramento obrigatório em vigor às 18 horas. Ao mesmo tempo, recomendou às autoridades locais a reabertura de locais culturais e desportivos nesta fase inicial, tais como ginásios, piscinas e teatros.

Áustria levanta confinamento para não vacinados

O confinamento obrigatório para não vacinados contra a Covid-19 na Áustria vai terminar a partir de 31 de janeiro. A decisão do Governo austríaco teve por base o alívio da pressão sobre os hospitais do país nas últimas semanas, ainda que continue a registar máximos de infeções.

Contudo, os não vacinados ainda ficam impossibilitados de realizarem várias atividades, desde ir a restaurantes ou comprar itens não essenciais. Além disso, a Áustria tornou a vacina contra a Covid-19 obrigatória e têm sido reforçados os incentivos para convencer os não vacinados, como o lançamento de uma lotaria.

Reino Unido elimina testes para viajantes vacinados

A partir de 11 de fevereiro, as pessoas vacinadas contra a Covid-19 já não terão de ser testadas nas primeiras 48 horas após a chegada a Inglaterra. O Governo britânico decidiu também que os não vacinados deixarão de estar obrigados a cumprir um isolamento de 10 dias ou a realizar um segundo teste PCR no oitavo dia após a chegada.

A única formalidade que permanece para viajantes vacinados é o preenchimento de um formulário de passageiro simplificado com os seus dados pessoais e médicos, enquanto aos não vacinados continua a ser exigido um teste pré-embarque e um PCR nas primeiras 48 horas após a chegada.

Apesar dos casos de infeção permanecerem muito elevados no Reino Unido, a única restrição atualmente em vigor é o isolamento para pessoas infetadas. Ou seja, inclusive o uso obrigatório de máscara em espaços fechados foi levantado pelo Governo britânico.

Bélgica reabre espaços de lazer e aumenta capacidade de espaços culturais

Por considerar que a propagação da Covid-19 está controlada, o Governo belga pôs fim a várias medidas de restrição impostas para combater a pandemia. Serão reabertos espaços de lazer como parques de diversões, jardins zoológicos, pistas de bowling e salões de jogos, e espaços culturais com capacidade para 200 pessoas. Além disso, voltou a ser permitido ao público assistir a jogos de futebol nos estádios desde 28 de janeiro, com um máximo de 70% da capacidade.

Ao mesmo tempo, entrou em vigor no país, a 28 de janeiro, um projeto batizado como “Barómetro Covid”, que pretende servir de base para a gestão da crise sanitária a longo prazo, sendo instalado em três setores: as atividades em público, a organização de atividades em grupo, como os movimentos da juventude, e o setor da hotelaria e restauração. Os restaurantes passarão a estar abertos até às 00h00, em vez das atuais 23h.

Por outro lado, o teletrabalho continuará a ser obrigatório quatro dias por semana e mantêm-se as restrições aplicadas aos estabelecimentos comerciais.

Irlanda deixa cair quase todas as restrições à Covid-19

O levantamento de quase todas as restrições impostas devido à Covid-19 na Irlanda teve início no passado dia 22 de janeiro. Ao anunciar o relaxamento de medidas, o chefe de Governo do país, Micheál Martin, afirmou: “Está na altura de sermos nós próprios outra vez”.

Entre as medidas retiradas estão as visitas a lares, que passaram a ser permitidas sem restrições, e o fim do horário de encerramento antecipado para alojamentos e eventos. Foram também levantadas as restrições de capacidade para eventos ao ar livre e eventos no interior, incluindo casamentos, enquanto as discotecas voltaram a abrir.

Além disso, as regras que ditavam o distanciamento físico, mesas no interior apenas com lugares sentados, grupos de seis para atividades, a necessidade de apresentar certificado Covid para todos os locais e atividades e o requisito de dar os detalhes de contacto também chegaram ao fim na Irlanda.

Grécia alarga horário de funcionamento de restaurantes e bares

A Grécia vai permitir novamente música em restaurantes e bares e vai prolongar o horário de funcionamento destes estabelecimentos, numa altura em que as infeções por Covid-19 e a pressão sobre os hospitais estão a diminuir. Desde dezembro que os bares, discotecas e restaurantes estavam obrigados a encerrar à meia-noite, sem clientes de pé e música, após uma onda de contágios na época natalícia devido à variante Ómicron.

“Decidimos reduzir as restrições, tendo em consideração o curso da pandemia em termos de casos, que têm vindo a diminuir nas últimas semanas”, disse o ministro da Saúde, Thanos Plevris. Ainda assim, permanecem em vigor as limitações à capacidade para eventos desportivos e o uso obrigatório de dupla máscara nos supermercados e transportes públicos.

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Candidaturas ao pedido único de ajudas agrícolas abrem dia 1 de fevereiro

  • Lusa
  • 28 Janeiro 2022

Estas ajudas abrangem os regimes de apoio aos pagamentos diretos, como o regime de pequena agricultura, o pagamento específico ao algodão e apoios associados voluntários.

As candidaturas ao Pedido Único (PU) das ajudas, sem penalizações, estão abertas a partir de 1 de fevereiro e até 30 de abril, anunciou o Instituto de Financiamento da Agricultura e Pescas (IFAP). “O período de candidaturas ao pedido único das ajudas 2022 terá início já no dia 1 de fevereiro”, lê-se num aviso publicado no site do IFAP.

Em causa está um pedido de pagamento das ajudas que abrangem os regimes sujeitos ao Sistema Integrado de Gestão e de Controlo (SIGC). O PU abrange os regimes de apoio aos pagamentos diretos, como o regime de pequena agricultura, o pagamento específico ao algodão e apoios associados voluntários, as medidas de apoio dos programas de desenvolvimento rural do continente (PDR) e da Madeira (PRODERAM) e o pagamento do prémio anual para compensar as quebras de rendimento decorrente da florestação.

Este pedido pode ainda ser submetido, com penalizações, entre 1 e 25 de maio. A penalização regulamentar é de 1% por cada dia útil, acrescida, “no caso do pedido de atribuição de direitos à reserva para pagamento RPB” (Regime de Pagamento Base), de 3% por cada dia útil.

Já os pedidos de alterações podem ser enviados entre 1 e 15 de maio. A candidatura ao PU pode ser submetida através do portal do IFAP.

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Daimler AG passa a chamar-se Mercedes-Benz no início de fevereiro

A Daimler AG vai mudar de nome para Mercedes-Benz Group AG a partir da próxima terça-feira, 1 de fevereiro. CEO admite que é uma oportunidade para aumentar o valor da fabricante automóvel.

A fabricante automóvel Daimler AG vai mudar o seu nome para Mercedes-Benz Group AG a partir de dia 1 de fevereiro, avançou esta sexta-feira a Reuters (acesso condicionado / conteúdo em inglês).

A mais recente medida, parte de uma série de reestruturações, tem como objetivo valorizar a empresa junto dos seus acionistas, e chega quase um ano depois da separação do negócio de camiões e autocarros junto da marca. Em 2021, a marca foi ultrapassada pela BMW enquanto a fabricante com maior número de vendas depois de liderar o ranking durante cinco anos.

As ações da Mercedes-Benz, atualmente nos seus valores mais elevados desde 2015, atingiram os 74,25 euros no dia em que se separou das referidas divisões de camiões e autocarros. Contudo, esta tendência reduziu ligeiramente desde os 71,15 euros. Já as ações da Daimler Truck AG, divisão de camiões da Mercedes-Benz, valorizaram para os 32,23 euros esta sexta-feira, sendo que a empresa deu entrada no mercado em dezembro de 2021.

O CEO da Mercedes-Benz, Ola Kaellenius, referiu ver a medida como uma oportunidade para “realmente” aumentar o valor da empresa, embora não tenha especificado a valorização-alvo da empresa atualmente avaliada em 77 mil milhões de euros.

A Daimler AG adotou a marca Mercedes em 1902, em homenagem ao nome da filha de um empresário automóvel, sendo que em 1926 a fabricante automóvel mudou o nome para Daimler-Benz AG.

 

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Angola mantém privatização da Sonangol, Endiama e TAAG para este ano

  • Lusa
  • 28 Janeiro 2022

Em 2021 foram privatizados ou alienados um total de 35 ativos, no valor de 740 milhões de euros. Para este ano, o país prevê privatizar mais 63 ativos.

O Presidente do Conselho de Administração do Instituto de Gestão de Ativos e Participações do Estado (IGAPE) informou esta sexta-feira que o Estado angolano mantém para este ano a Sonangol, Endiama e a TAAG no processo de alienação.

Patrício Vilar falava em conferência de imprensa para o balanço geral do Programa de Privatizações Integral e Parcial de Empresas Públicas (Propriv) em 2021 e a programação para este ano. Segundo Patrício Vilar, estas grandes companhias não tinham ainda criadas condições prévias para se avançar para uma operação de alienação.

E essas condições prévias passam pela reestruturação não apenas das empresas, mas dos setores onde elas estão envolvidas e como sabemos essas reestruturações, muitas delas, estão no seu início”, disse o responsável em declarações emitidas pela rádio pública angolana.

O presidente do IGAPE salientou que, no total, 74% das empresas e ativos alienados foram adjudicados a empresas de direito angolano. Por sua vez, o secretário de Estado para as Finanças e Tesouro, Ottoniel dos Santos, disse que em 2021 foram privatizados ou alienados um total de 35 ativos, com valores de contrato total de 443 mil milhões de kwanzas (742,3 milhões de euros).

“A programação do Propriv 2019-2022 prevê ainda concluir, no primeiro semestre deste ano, um total de 63 processos, destacamos a privatização da Ensa [empresa de seguros estatal], a alienação de ativos do Banco Caixa Geral Angola e também a alienação de ativos do banco BAI e outros mais”, disse.

Na semana passada, Ottoniel dos Santos informou que o país encaixou nos últimos dois anos 850 mil milhões de kwanzas (1,3 mil milhões de euros), com a alienação de 64 ativos

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Diário de campanha. Ventura tentou nova aproximação ao PSD, mas Rio rejeitou o “anel”

  • Tiago Lopes
  • 28 Janeiro 2022

No último dia de campanha André Ventura tentou nova aproximação a Rui Rio. No entanto, o líder do PSD não foi na cantiga. “O Chega está fora da equação”, disse o líder do PSD.

Com o avançar da pandemia de Covid19, os partidos foram obrigados a fazer algumas alterações nas suas campanhas. É, por isso, esperado que muitas das suas ações passem por uma comunicação mais presente nas redes sociais. O ECO vai resumir diariamente até ao dia 30 de janeiro tudo o que de mais importante foi dito pelos principais intervenientes na corrida às legislativas de 2022.

O último dia de campanha das eleições legislativas de 2022 fica marcado por mais um momento insólito. Desta vez o protagonista foi André Ventura que num jantar em Vila Viçosa, no distrito de Évora, arriscou-se no palco e dedicou uma canção a Rui Rio. “Anel de Rubi”, de Rui Veloso, foi a música escolhida para tentar mais uma aproximação ao líder do PSD.

Já esta sexta-feira, o social-democrata respondeu ao pedido do líder do Chega, adiantando que dispensava bem o anel do líder do Chega e a “voz de cana rachada”. “O Chega está fora da equação”, disse Rui Rio.

Mariana Mortágua disse que “se o Elon Musk vos diz que vocês são iguais a ele é porque quer pagar pela sua fortuna o mesmo que vocês pagam pelo salário que vos custa tanto a ganhar.” Carlos Guimarães Pinto, candidato pelo Porto da Iniciativa Liberal, pegou nas palavras da deputada do Bloco de Esquerda e escreveu no Twitter que se Elon Musk “fosse residente fiscal em Portugal só com os impostos que pagou em 2021 teria coberto 90% das despesas do SNS.”

Já João Cotrim de Figueiredo considera “inacreditável” que Rui Rio admita um “acordo de cavalheiros” sugerido pelo PS. “Um voto em Rio pode ir mesmo dar a Costa”, escreve o dirigente da Iniciativa Liberal.

O Bloco de Esquerda diz que “é tempo de apoiar a cultura.” “Durante a pandemia, foi a Cultura que nos trouxe conforto. Enquanto isso, a maioria dos trabalhadores da área não tinham direito a subsídios, não houve lay-off que lhes valesse e os apoios do Estado foram insuficientes”, lê-se na publicação.

O “Diário de campanha nas redes” é uma rubrica diária sobre os acontecimentos que marcaram a campanha eleitoral nas redes sociais.

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Estado gasta 71,1 milhões de euros com testes à Covid só em dezembro

A despesa pública com testes de diagnóstico à Covid-19 disparou no final do ano com o reforço da estratégia de testagem. Foram gastos 318,2 milhões de euros em testes em 2021.

Com 5,4 milhões de testes de diagnóstico à Covid-19 realizados em dezembro, os gastos do Estado com a estratégia de testagem para controlar a pandemia dispararam na reta final de 2021. Só nesse mês foram gastos 71,1 milhões de euros, o que não tem paralelo no histórico mensal desde o início da pandemia. No total, Portugal gastou 318,2 milhões de euros em testes em 2021, de acordo com a síntese de execução orçamental da Direção-Geral de Orçamento (DGO) divulgada esta quinta-feira.

A aceleração da despesa pública com testes reflete a maior adesão dos portugueses à testagem, também por causa das medidas implementadas pelo Governo que obrigavam à realização de testes para acesso a determinados locais. Se até outubro a média mensal de gastos com testes de diagnóstico Covid-19 era de 20 milhões de euros, em novembro deu um salto para 40 milhões de euros e agora, em dezembro, para 71,1 milhões de euros, dado que se registaram recordes diários de testagem.

A maioria da verba anual para testes saiu da administração central (277,8 milhões de euros) com o Estado a financiar até seis testes gratuitos em dezembro e quatro testes gratuitos novamente a partir de janeiro. Os restantes 33,8 milhões de euros foram gastos pela administração regional e 6,6 milhões de euros pelas autarquias, nomeadamente Lisboa que também tem um programa de testagem gratuita.

Foi em novembro que os testes antigénio voltaram a ser comparticipados pelo Estado, a partir do dia 18, nas farmácias e laboratórios aderentes ao regime excecional de comparticipação, dado o agravamento da situação epidemiológica. A realização de teste passou gradualmente a ser requerida em mais ocasiões a partir do Conselho de Ministros de 25 de novembro, o que levou a um aumento da testagem.

Atualmente os requisitos de testagem diminuíram, mas continua a ser necessário para, entre os que não têm dose de reforço há mais de 14 dias ou que não tenham tido Covid-19 recentemente, visitas a lares, visitas a pacientes internados em estabelecimentos de saúde, grandes eventos e eventos sem lugares marcados ou em recintos improvisados e recintos desportivos (salvo decisão da DGS). O acesso a bares e discotecas também obriga à realização de teste, assim como a entrada de passageiros que cheguem a Portugal por via aérea.

Em janeiro, a despesa com testes deve manter-se historicamente elevada dado que só na primeira quinzena foram realizados 3,3 milhões de testes e no total do mês já supera os seis milhões, de acordo com o Instituto Ricardo Jorge. Estes números de testagem não incluem, obviamente, os autotestes que os portugueses possam ter realizado em privado, a seu custo. A esmagadora maioria dos testes é feito por privados, sejam laboratórios (PCR) ou farmácias (testes antigénio).

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Putin disse “claramente” a Macron que não procura um confronto

  • Lusa
  • 28 Janeiro 2022

Em conversa telefónica, que durou mais de uma hora, Putin disse ao presidente francês que não tem qualquer "intenção ofensiva", nem procura um confronto.

O Presidente russo disse esta sexta-feira “muito claramente” ao seu homólogo francês que não procura uma confrontação na Ucrânia, anunciou a presidência francesa, segundo a qual os dois líderes concordaram na necessidade de desanuviar tensões e continuar a dialogar.

O Presidente [Vladimir] Putin não expressou qualquer intenção ofensiva (…). Ele disse muito claramente que não estava à procura de confrontação”, disse o gabinete de Emmanuel Macron, citado pela agência noticiosa France-Presse.

A conversa telefónica, que durou mais de uma hora, permitiu aos dois chefes de Estado “chegar a acordo sobre a necessidade de uma desescalada” na tensão sobre a Ucrânia, disse o Eliseu (Presidência).

Sobre a segurança estratégica na Europa, Macron e Putin concordaram na “continuação do diálogo, que exigirá que os europeus (…) façam parte deste diálogo”, o qual envolve principalmente os Estados Unidos e a Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO).

Relativamente ao conflito no Leste da Ucrânia, onde separatistas pró-russos combatem as forças ucranianas desde 2014, Putin insistiu nas conversações no chamado Formato Normandia (Rússia, Ucrânia, Alemanha e França), que visa implementar os acordos de paz de Minsk de 2015, segundo a presidência russa.

“Também deseja continuar com o Presidente [Macron] a discussão que começou hoje”, acrescentou o Eliseu. Emmanuel Macron deverá também falar com o seu homólogo ucraniano, Volodymyr Zelensky, no final da tarde desta sexta.

“Irá falar-lhe do nosso empenho na soberania da Ucrânia, da nossa solidariedade neste período de tensão e do nosso empenho em continuar as negociações para encontrar uma forma de implementar os acordos de Minsk”, acrescentou a presidência francesa. A França exerce atualmente a presidência rotativa do Conselho da União Europeia.

Antes da declaração francesa, a presidência russa (Kremlin) tinha informado que Putin disse a Macron que as respostas do Ocidente às suas exigências ignoraram as “preocupações fundamentais” da Rússia.

Entre as preocupações que ficaram sem resposta, Putin mencionou a recusa categórica da Rússia ao alargamento da NATO para o Leste europeu, aludindo claramente à Ucrânia e também à Geórgia, e o destacamento de armamento ofensivo para perto das fronteiras russas.

Também referiu a retirada das infraestruturas militares aliadas para as posições que ocupava em 1997, antes da expansão para a Europa Oriental e o espaço pós-soviético (1999 e 2004), segundo a agência espanhola EFE. Segundo o Kremlin, a Rússia “determinará a sua reação futura” depois de estudar em pormenor as respostas dos Estados Unidos e da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO).

A conversa entre Putin e Macron realizou-se no quadro da crescente tensão entre Moscovo e o Ocidente, que receia uma nova invasão da Ucrânia pela Rússia na sequência do envio de pelo menos 100.000 tropas russas para a fronteira com o país vizinho.

A Rússia negou essa intenção, mas disse sentir-se ameaçada pela expansão de 20 anos da NATO ao Leste europeu e pelo apoio ocidental à Ucrânia. Moscovo exigiu o fim da política de expansão da NATO, incluindo para a Ucrânia e a Geórgia, a cessação de toda a cooperação militar ocidental com as antigas repúblicas soviéticas e a retirada das tropas e armamento dos aliados para as posições anteriores a 1997.

Os Estados Unidos e a NATO rejeitaram formalmente, na quarta-feira, as principais exigências de Moscovo, mas propuseram a via da diplomacia para lidar com a crise. Em particular, abriram a porta a negociações sobre os limites recíprocos da instalação dos mísseis de curto e médio alcance das duas potências nucleares rivais na Europa, e sobre exercícios militares nas proximidades das fronteiras do campo adversário.

Embora o conteúdo da resposta dos aliados seja desconhecido, o Kremlin admitiu que “há poucos motivos para otimismo”, uma vez que a NATO considera a sua política de porta aberta não negociável, embora não tenha excluído novas rondas de negociações com o Ocidente.

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Energia pressiona PSI-20 em dia de quedas na Europa

O índice de referência nacional terminou a semana em terreno negativo, numa sessão marcada pelo pessimismo nas bolsas europeias.

A bolsa de Lisboa voltou às quedas na última sessão da semana, seguindo a tendência negativa vivida nas principais congéneres do Velho Continente. Os “pesos pesados” da praça lisboeta pesaram no desempenho do índice de referência esta sexta-feira, nomeadamente a EDP Renováveis e a Galp Energia.

O principal índice de referência nacional, o PSI-20, caiu 0,72% para os 5.521,86 pontos, numa sessão em que apenas seis das 19 cotadas registaram valorizações.

A liderar as perdas ficou a EDP Renováveis. A subsidiária da EDP caiu 2,20% para os 18,22 euros, no dia em que foi anunciada a conclusão da venda de parques eólicos em Portugal por 534 milhões. Já a casa-mãe EDP recuou 0,36% para os 4,46 euros.

EDP Renováveis cai mais de 2%

Nota também para a Sonae, que perdeu 2,14% para os 1,007 euros, e para o BCP, que cedeu 1,90% para 0,1500 euros, após o seu banco na Polónia anunciar que registou mais provisões por causa dos créditos em moeda estrangeira e que isso levará a prejuízos no quarto trimestre.

Destaque ainda para a Galp Energia, que desvalorizou 1,23% para os 9,96 euros, num dia em que os preços de petróleo estão em alta. O barril de Brent, referência europeia, sobe 1,05% para os 89,10 dólares.

Já nos ganhos, encontram-se os CTT, que avançaram 0,12% para os 4,14 euros. Isto depois de ser revelado esta sexta-feira que está em cima da mesa a diluição da sua participação no Banco CTT a favor de um novo acionista minoritário. Além disso, a Jerónimo Martins subiu 0,66% para os 21,38 euros e a Semapa ganhou 2,06% para os 11,88 euros.

Pela Europa, o dia foi negativo, numa altura em que as tensões geopolíticas entre a Ucrânia e a Rússia, bem como o aumento de juros sinalizado pela Fed, pesam no sentimento. O índice pan-europeu Stoxx 600 caiu 1,0%, enquanto o alemão DAX e o espanhol Ibex 35 recuaram 1,3%. Já o britânico FTSE 100 perdeu 1,1% e o francês CAC 40 desvalorizou 0,90%.

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