Nos vê massificação do 5G a partir de 2025

A operadora liderada por Miguel Almeida acredita que o 5G só "terá maior utilização" a partir da segunda metade da próxima década. Mas já se está a preparar para isso.

A Nos acredita que o 5G só “terá maior utilização” a partir de 2025, mas a empresa já está a pavimentar caminho em direção à quinta geração de rede móvel. À semelhança das concorrentes Altice e Vodafone, a operadora também promoveu um evento na sua sede na manhã desta quarta-feira. E aproveitou a ocasião para mostrar algumas das aplicações e o potencial da tecnologia.

Manuel Ramalho Eanes, administrador da operadora, sublinhou que “a Nos está a acompanhar de perto” o desenvolvimento do 5G, que trará “baixas latências” e “velocidades de 10 Gbps”, muito superiores às atuais. Contudo, é algo que não é para já. “Acreditamos que o 5G terá maior utilização a partir de 2025”, afirmou o gestor.

Na sede da Nos NOS 0,26% esteve a Nokia, parceira da operadora portuguesa. As soluções apresentadas mostraram como a redução da latência entre os aparelhos e a rede pode criar margem para um novo leque de possibilidades. Carros autónomos serão capazes de comunicar entre si e travar quase instantaneamente perante um obstáculo, evitando acidentes. Robôs vão ser capazes de colaborar. Haverá largura de banda para transmitir vídeo em direto, em 360 graus e alta qualidade de imagem, para quem tenha óculos de realidade virtual em casa. Óculos esses que não vão mais precisar de fios.

“Esta evolução é absolutamente inevitável”, afirmou por sua vez Jorge Graça, administrador da Nos. O gestor apontou para uma lista de três is: imersão, imensidão e instantaneidade. O 5G vai proporcionar experiências mais imersivas, num cenário de maior imensidão de informação e em que a comunicação se quer instantânea. A latência pode chegar aos 5 ms (milissegundos), contra os 20-50 ms numa rede 4G. “A velocidade da luz já nem chega para aquilo que queremos fazer”, garantiu.

Questionado pelos jornalistas sobre o investimento que a Nos antecipa fazer no 5G, Jorge Graça não quis avançar um valor. “É difícil pôr um número naquilo que será o investimento do 5G”, disse.

Uma questão geopolítica

Segundo Jorge Graça, a transição para o 5G na Europa é também uma questão “geopolítica”. O 5G é visto como um enabler que vai aumentar a autonomia nas várias indústrias e reduzir significativamente os custos. E é algo em que os Estados Unidos e a China estão a apostar. Por isso, a União Europeia não pode ficar para trás.

“É um tema quase de geopolítica e equilíbrio. Os Estados Unidos vão fazer isto. Este enabler vai ser posto à disposição do mercado norte-americano e na China também”, notou o administrador da Nos. “O que vamos ter pela frente são duas bases tecnológicas com este enabler disponível, a fazer a sua evolução por cima dessa base”, disse.

[O 5G] é um tema quase de geopolítica e equilíbrio. Os Estados Unidos vão fazer isto. Este enabler vai ser posto à disposição do mercado norte-americano e na China também.

Jorge Graça

Administrador executivo da Nos

Tudo isto é uma forma de dizer que as empresas europeias vão precisar desta nova infraestrutura de rede para continuarem competitivas. No evento, a Nos mostrou como um operador de uma fábrica pode operar um robô à distância com um comando em cada mão e uns óculos de realidade virtual na cabeça. O caso de estudo foi desenvolvido pela Nokia, em conjunto com a Mercedes.

A apresentação da Nos acontece um dia depois de a Anacom anunciar o plano para a libertação da faixa do espetro que corresponde aos 700 MHz. Esta será a banda na qual funcionará a rede, segundo os padrões internacionais que ainda estão a ser definidos. Atualmente, em Portugal, essa frequência encontra-se ocupada pela Televisão Digital Terrestre (TDT), pelo que irá arrancar, no último trimestre de 2019, um processo de transição desse serviço para outra faixa.

Como o ECO explicou esta terça-feira, a transição da TDT para outra faixa do espetro eletromagnético vai implicar uma nova sintonização dos equipamentos recetores nas casas de todos os utilizadores portugueses.

Cotação das ações da Nos na bolsa de Lisboa

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Meo, Nos e Vodafone namoram 5G com três eventos no mesmo dia… e à mesma hora

As três principais operadoras portuguesas agendaram eventos para esta quarta-feira de manhã, direta ou indiretamente relacionados com o 5G. E um dia depois de a Anacom dar um passo neste dossiê.

Meo, Nos e Vodafone querem que saiba que estão empenhadas em disponibilizar o 5G aos consumidores portugueses. Há três eventos no mesmo dia… à mesma hora.Pixabay

As três maiores operadoras portuguesas querem mostrar que estão a dar tudo no campo do 5G. E tanto a Meo como a Nos e a Vodafone promovem eventos nas suas sedes em Lisboa esta quarta-feira de manhã.

Enquanto a Meo e a Nos vão demonstrar o potencial e as aplicações da quinta geração de rede móvel, a Vodafone (que já tinha feito esta primeira abordagem num evento no mês passado), dá o passo em frente e apresenta uma nova gama de dispositivos conectados para o segmento de consumo. A somar a isto, as apresentações das três empresas acontecem um dia depois de a Anacom anunciar o roteiro para a libertação da faixa do espetro eletromagnético onde vai funcionar a próxima geração da rede. Coincidência?

Às 10h30, a Vodafone Portugal vai apresentar uma “nova gama de soluções IoT para o segmento de consumo”. IoT significa internet ofthings, ou “internet das coisas”, que é uma tendência tecnológica que só vai ser acelerada pelo 5G.

Basicamente, são todos aqueles aparelhos comuns, mas que vão passar a estar ligados à internet — como os sensores nas casas e outros dispositivos que permitem controlar coisas à distância. A empresa garante ser a primeira a “abrir o leque de soluções” deste género ao consumidor final. Tem como objetivo “transformar a vida dos portugueses”, tornando-lhes o dia-a-dia mais inteligente e mais simples.

Também às 10h30, a Meo, detida pela Altice Portugal, terá um evento relacionado com o 5G na sua sede em Picoas, Lisboa. Chama-lhe uma “demonstração do 5G” em “primeira mão”, “fora do laboratório”.

“Alinhada com a agenda estratégica da União Europeia definida para o 5G, a Altice Portugal reitera a sua posição de liderança do 5G roadmap em Portugal já iniciada há mais de um ano”, aponta a empresa no convite enviado aos jornalistas. Diz que se prepara agora para “uma demonstração em ambiente de rede comercial e com terminal pré-comercial 5G da Huawei, a funcionar na banda dos 3,6 GHz, que alcançará velocidades na ordem dos 1,5 Gbps”. Ou seja, muito superior ao que a tecnologia atual permite.

Para as 11h00 está agendado um evento na sede da Nos, onde a empresa promete anunciar algumas das aplicações e potencialidades do 5G. Pouco se sabe em concreto sobre o que a empresa liderada por Miguel Almeida tem na manga, mas o evento chama-se “5G TEK Day – Download the Future”, o que deixa uma ideia geral do que aí vem.

Neste evento da Nos, estará presente a secretária de Estado da Indústria, Ana Teresa Lehmann. O ECO sabe que a empresa irá apresentar aqui o seu próprio roadmap para o desenvolvimento do 5G.

Estes três encontros em Lisboa, com maior ou menor grau de ligação ao 5G, acontecem um dia depois de também a Anacom dar mais um passo neste processo. Uma vez que as frequências acordadas ao nível comunitário para o 5G — a faixa dos 700 MHz — se encontram ocupadas em Portugal pela Televisão Digital Terrestre (TDT), terá de ser feita a deslocação desse serviço para outra frequência.

Isso, anunciou o regulador, começará a acontecer a partir do último trimestre de 2019 e até ao final de junho de 2020. E a transição vai implicar que todos os utilizadores de TDT tenham de sintonizar novamente os seus equipamentos, como explicou o ECO em detalhe esta terça-feira.

Ainda em relação ao 5G, a esmagadora maioria das operadoras de telecomunicações em todo o mundo está a preparar-se para esta nova realidade, que a Comissão Europeia tenciona que arranque já no início da próxima década. A transição deverá ser gradual, na medida em que as próprias gamas de equipamentos eletrónicos terão de ser atualizadas para passar a suportar esta tecnologia. É o caso dos smartphones e dos computadores, mas também de outros aparelhos da “internet das coisas” e até dos carros autónomos e inteligentes.

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Nos reage ao fim do negócio da TVI: era o “único cenário possível”

A empresa liderada por Miguel Almeida reagiu ao insucesso da concorrente Meo na aquisição da Media Capital. "Iria ser muito prejudicial", aponta a Nos.

A Nos considera que o falhanço na compra da TVI pela concorrente Altice “era um cenário antecipado e o único possível”. A empresa liderada por Miguel Almeida, que foi uma das principais vozes contra a realização da operação, mostra-se, assim, claramente satisfeita com o desfecho deste processo.

A empresa “congratula-se por ver chegar ao fim um negócio que, pelo impacto negativo e risco sérios para o pluralismo, a diversidade de opinião e concorrência, iria ser muito prejudicial para os interesses dos cidadãos e do país”.

"Este era um cenário antecipado e o único possível. A NOS congratula-se por ver chegar ao fim um negócio que, pelo impacto negativo e risco sérios para o pluralismo, a diversidade de opinião e concorrência, iria ser muito prejudicial para os interesses dos cidadãos e do país.”

Nos

Fonte oficial

Ao longo do processo, a Nos, que é a segunda maior operadora de telecomunicações em Portugal em quota de mercado, alertou para eventuais riscos de uma operação deste género, elencando, entre eles, a distorção da concorrência nos setores de media e telecomunicações.

Ainda assim, previa-se que, se a operação da compra da Media Capital pela Altice recebesse luz verde da Autoridade da Concorrência (AdC), outra operação de consolidação do mesmo género surgisse no mercado português. A hipótese mais provável era a da compra da Impresa pela Nos, uma cenário amplamente antecipado por alguns analistas. Aliás, no Parlamento, Miguel Almeida chegou mesmo a admitir a hipótese de comprar um grupo de media em Portugal se as autoridades admitissem a compra da TVI pela Meo.

A Altice e a dona da Media Capital, a Prisa, decidiram terminar o negócio, depois de 11 meses à espera de decisão final dos reguladores portugueses. A Altice acusa a AdC de deixar arrastar um processo com “consequências” para os investidores nacionais e estrangeiros.

(Notícia atualizada às 10h52 com mais informações)

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Jerónimo Martins e Nos entram para a lista de ações preferidas do BPI

A retalhista e a telecom foram incluídas na lista de títulos preferidos do BPI na Península Ibérica. Juntam-se à Sonae e à Sonae Capital no top 10 das ações ibéricas de eleição do banco.

O CaixaBank BPI colocou duas novas empresas portuguesas na lista de ações ibéricas preferidas. A Jerónimo Martins e a Nos são as novas representantes nacionais na core list do banco de investimento, juntando-se à Sonae e à Sonae Capital que já integravam o ranking dos dez títulos eleitos para a Península Ibérica. As cotadas nacionais ganham assim espaço entre as preferidas da instituição financeira na região.

Nesta quinta-feira, o CaixaBank BPI divulgou o Iberian Book com o tema “Sailing through stormy politics” (navegando entre políticas tempestuosas). Mas no meio da tempestade, há cotadas nacionais que não só conseguem sobreviver como sobressair, com os ventos a soprarem a favor da praça bolsista lisboeta que deixa de ser representada por duas cotadas na lista de dez convicções ibéricas para passar a ter quatro representantes: Sonae, Sonae Capital, Jerónimo Martins e Nos.

A retalhista e a telecom entraram para a lista, a par da espanhola Ferrovial, para substituírem as também espanholas Cellnex, Logista e o Grupo NH Hotel. Qualquer das quatro cotadas nacionais beneficiou de subida dos respetivos preço-alvos por parte do CaixaBank BPI.

Avaliações atrativas na Jerónimo Martins e na Nos

A Jerónimo Martins beneficiou ainda de uma melhoria de recomendação. A dona do Pingo doce viu a sua recomendação ser melhorada de “neutral” para “comprar”, com o respetivo preço-alvo a subir 3%, dos 17,2 para os 17,7 euros. O novo target representa ainda um potencial de valorização de 32% face aos 13,38 euros a que as ações encerraram a última sessão.

“Pensamos que a atual avaliação é atrativa após a recente queda do preço das ações”, diz o banco a propósito da Jerónimo Martins, apesar de salientar aspetos negativos relacionados com a empresa. Nomeadamente, o esperado abrandamento das vendas no segundo trimestre, devido ao facto de a Páscoa ter sido no primeiro trimestre, mas também o impacto negativo do encerramento das lojas ao domingo na Polónia. Pesando todos esses fatores, o CaixaBank BPI considera que “o prémio de risco parece agora bem equilibrado“. Destaca ainda o eventual impacto positivo que possa resultar dos movimentos de fusões e aquisições na Polónia.

A core list do CaixaBank BPI

Relativamente às ações da Nos, o Caixabank BPI optou por subir em 5% o respetivo preço-alvo, com este a passar dos 5,95 para os 6,25 euros. O novo target corresponde a um potencial de subida de 33% face aos 4,714 euros a que as ações da telecom terminaram a última sessão. A recomendação de “comprar” foi reiterada.

“A atual avaliação parece atrativa à medida que se torna claro que a empresa caminha rumo a um free cash flow e a um dividend yield de um dígito mais elevado“, diz o banco para suportar a melhoria de avaliação da Nos. A essa esperada melhoria atribui a expansão do negócio das telecomunicações, salientando neste campo com o “crescente foco na eficiência” num novo ciclo “com menor crescimento e mais sinergias já implementadas”.

Na core list do CaixaBank mantêm-se a Sonae e a Sonae Capital. Relativamente à holding, o banco subiu em 3% o preço-alvo das ações, com este a passar dos 1,45 para os 1,5 euros, com uma recomendação de “comprar”. Por sua vez a Sonae Capital, continua a ter uma recomendação de “comprar”, mas o preço-alvo foi elevado em 4%. Passou dos 1,3 para os 1,35 euros.

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Nos diz que os compromissos da Altice para comprar a TVI são “uma ilusão”. Conheça os argumentos

A Nos enviou um documento ao Parlamento onde tenta desmontar os compromissos que a Altice propôs para desbloquear a compra da TVI. Altice acusa Miguel Almeida de divulgar informação confidencial.

Miguel Almeida, presidente executivo da Nos.Paula Nunes/ECO

Os oito compromissos da Altice para que a compra da Media Capital seja aprovada são “superficiais”, “genéricos” e “incompletos”. Criam também uma “ilusão” de que os riscos identificados pelas autoridades estão mesmo a ser mitigados, defende a operadora concorrente Nos, num documento a que o ECO teve acesso. Mais: para a empresa liderada por Miguel Almeida, muitas das preocupações evidenciadas pelo regulador da concorrência nem sequer são encaradas por esses compromissos.

Além disso, a Nos garante que um dos compromissos propostos pela Altice vai efetivamente permitir o bloqueio do acesso da concorrência à distribuição da TVI, aumentando “exponencialmente” o preço que as operadoras vão ter de pagar para garantir a sua distribuição e, desta forma, “tornando impossível o acesso ao mesmo”.

A Altice e a Nos têm estado num autêntico braço de ferro, com troca de acusações de parte a parte, numa altura em que a Autoridade da Concorrência (AdC) se encontra a efetuar diligências para decidir se dá luz verde à compra da dona da TVI pela dona da Meo. Já se sabia que a Nos está contra a realização do negócio, com o argumento de que esta fusão vai desvirtuar a concorrência nos setores das telecomunicações e media e com potencial impacto negativo na sociedade, na economia e “no bem-estar dos portugueses”.

O documento a que o ECO teve acesso é uma carta enviada aos deputados da Comissão de Economia, Inovação e Obras Públicas, no qual a Nos argumenta contra cada um dos oito remédios propostos pela Altice, de forma detalhada. É o mesmo documento que o presidente executivo da Altice Portugal, Alexandre Fonseca, criticou na audição parlamentar desta quarta-feira, quando acusou a Nos de ter vertido para o domínio público “um conjunto de informação que foi disponibilizada em sede própria fechada pela Altice à AdC”.

Contudo, a leitura da carta enviada aos deputados, assinada pelo gestor Miguel Almeida, lança mais alguma luz sobre o porquê de a Nos estar contra a aprovação do negócio da Altice e da Media Capital, mesmo com a imposição de garantias que permitam mitigar os tais riscos. É que, além de estar contra isso, Miguel Almeida vai um pouco mais além: assume, uma vez mais, que se a fusão das duas empresas avançar com a imposição de remédios, estes não só são ineficazes como agravam ainda mais os problemas já identificados.

Porque é que a Nos defende que os compromissos da Altice são ineficazes, ponto por ponto:

Estes são, em linhas gerais, os argumentos da Nos para recusar veemente uma aprovação do negócio com compromissos da dona da Meo.

  1. Compromisso de autonomizar os negócios de distribuição de canais e conteúdos, de publicidade e de TDT. É o primeiro compromisso da Altice, que a Nos considera ser “totalmente vazio de efeito prático”. Isto porque, segundo a Nos, não engloba o negócio da Plural nem dos portais Sapo e IOL. A Nos recorda que, em 2007, antes do spin off da PT Multimédia do grupo PT, havia um “alinhamento de interesses” entre a PT Multimédia e a PT Comunicações, “patente na ausência de concorrência entre si”. “Até então”, continua, eram “empresas autónomas em termos contabilísticos e funcionais, mas tinham uma gestão alinhada”, “não competiam entre si” e partilhavam a mesma estrutura acionista.
  2. Implementar a oferta regulada de acesso no que concerne ao canal aberto da TVI. Segundo a Nos, é um “compromisso incompleto”, desde logo porque deixa de fora os “demais canais atuais ou futuros”, nomeadamente a TVI24. Mas há mais: a Nos alerta que este remédio “introduz um conceito de custo do canal que faz aumentar exponencialmente o preço pago atualmente” pelas operadoras aos canais pela sua distribuição, “tornando impossível o acesso ao mesmo”.
  3. Não exclusividade dos canais e novos canais nas plataformas da Altice. “Este compromisso não sobrevive sequer à primeira leitura”, começa por dizer a Nos. Segundo a operadora liderada por Miguel Almeida, através dele “a Altice é livre de apresentar as condições que quiser e por essa via não fechar quaisquer contratos com as plataformas da Nos, Vodafone e Nowo”, pois não são estabelecidas quaisquer “regras sobre a disponibilização dos canais em condições não discriminatórias entre operadoras e face à própria Meo”.
  4. Não limitação dos serviços OTT. Para a Nos, este é um remédio “particularmente confuso” e “cuja redação assenta em conceitos indeterminados”. Em causa, o uso, pela Altice, de termos como “condições justas”, ou “razoáveis”, sem especificar que critérios definem o que é justo ou razoável. Serviços OTT são os chamados serviços over-the-top, isto é, funcionam de forma independente e online, mas assente nas redes das operadoras de telecomunicações. (A título de exemplo, o WhatsApp usa a internet fornecida pelas operadoras mas presta um serviço semelhante, que é o de permitir trocar mensagens entre pessoas).
  5. Acesso à plataforma de televisão por subscrição da Altice. O que está aqui em causa não é o bloqueio da TVI às plataformas concorrentes da Meo, mas sim o oposto: o eventual bloqueio do acesso de canais concorrentes da Media Capital (como a SIC) à plataforma da Meo. De acordo com a Nos, é um “compromisso incompleto, equívoco e opaco”, pois só engloba seis canais das “centenas de canais que são atualmente distribuídos, além de ignorar eventuais canais novos que possam vir a ser criados. A proposta da Altice vai também congelar “qualquer evolução contratual que possa ser necessária”, pois remete diretamente para as atuais condições. A Nos acusa esta proposta de “desfaçatez”.
  6. Disponibilização do espaço publicitário da Media Capital numa base não discriminatória. Esta é outra das grandes preocupações das operadoras concorrentes da Meo. Temem que a Altice, uma vez dona da Media Capital, crie entraves na promoção de campanhas dos concorrentes na televisão ou na rádio. Novamente, o problema para a Nos é o uso de termos como “condições justas e razoáveis”, algo subjetivo que, numa negociação, “raramente” ou “nunca” têm um significado “idêntico”. Outro problema é a Altice remeter para as condições comerciais standard quando este mercado costuma oferecer “elevados descontos que dependem de diferentes variáveis”.
  7. Evitar quaisquer risco de troca de informação concorrencialmente sensível. A Nos teme eventuais fluxos de informação confidencial e sensível que possam existir entre a Media Capital e a Meo, como é o caso de eventuais informações de campanhas publicitárias de concorrentes da Altice que possam estar na calha da TVI. Para a Nos, não há como controlar esses fluxos, pois “é impossível monitorar o contacto pessoal quer em ambiente profissional, quer particular, dos colaboradores das empresas e da troca de informação”.
  8. Acesso à TDT em condições de transparência de preços e numa base não discriminatória. Para a empresa de Miguel Almeida, é um remédio que “não acrescenta nada de verdadeiramente novo”, pois é algo que “já está previsto na legislação em vigor”. Além disso, não resolve o verdadeiro problema, na opinião da Nos, nomeadamente o risco de ser colocado um “travão” ao desenvolvimento da TDT, ou da introdução de condições de acesso menos transparentes.
  • A Nos também aponta uma série de outros riscos que diz não terem sido, sequer, encarados pela Altice nas propostas enviadas à AdC. Entre eles está o risco de “aumento de uniformidade dos conteúdos disponíveis em Portugal”, a “lesão da autonomia e independência editorial” dos órgãos de comunicação social da Media Capital (a Nos acha mesmo que há risco de a Altice “instrumentalizar” meios de comunicação social como a TVI ou a rádio Comercial), ou mesmo o “enfraquecimento” dos restantes meios de comunicação através da redução das receitas resultante desta operação de concentração.

A resposta da Altice à posição da Nos: documento é “vazio” e não tem “fundamentação”

Alexandre Fonseca, presidente executivo da Altice Portugal.Paula Nunes/ECO 23 Maio, 2018

O presidente executivo da Altice Portugal, Alexandre Fonseca, encarou este documento na Assembleia da República (AR), numa sessão conjunta das comissões de economia e cultura, que decorreu esta quarta-feira de manhã. Sem mencionar o nome da Nos ou de Miguel Almeida, Alexandre Fonseca lamentou que a concorrência tenha trazido “a público informação que é de caráter confidencial”.

O gestor da Altice foi ainda mais longe, acusando indiretamente a Nos de “falta de cortesia e de ética”. Sobre a análise da Nos aos compromissos propostos ao regulador da concorrência, Alexandre Fonseca disse tratar-se de uma “análise tendenciosa” e “disponibilizada de forma ilegítima”. “É um documento que é vazio e que não tem qualquer tipo de fundamentação”, afirmou o gestor. “Parece-me, no mínimo, lamentável”, concluiu.

A Altice tem evitado entrar em detalhes acerca desta operação, recordando que este é um dossiê que deve ser tratado sempre no âmbito do processo que está a ser levado a cabo pela AdC. No próximo dia 14 de julho assinala-se um ano desde que a empresa anunciou o acordo com os espanhóis da Prisa para a compra da Media Capital por 440 milhões de euros. E, apesar de Alexandre Fonseca ter a “máxima convicção” de que o regulador vai aprovar a compra entretanto, o gestor admitiu que há o “limite da razoabilidade”.

Ou seja, este pode ser o prazo psicológico para que a empresa decida desistir da compra. Outro fator que pode fazer cair a operação poderá ser a imposição de remédios demasiado limitativos e que impeçam a Altice de levar a cabo a estratégia que motiva esta compra. Não esquecer ainda que a Vodafone já interpôs uma providência cautelar para tentar travar a operação, um processo que poderá criar atritos nas engrenagens deste dossiê.

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Anacom quer pôr os clientes a avaliarem as operadoras

O líder da Anacom, João Cadete de Matos, disse que quer investir no desenvolvimento de ferramentas de inteligência artificial para que os clientes possam avaliar as operadoras de telecomunicações.

A Autoridade Nacional de Comunicações (Anacom) disse esta quinta-feira que pretende investir em soluções de inteligência artificial para que os clientes possam avaliar as operadoras, medida que considera “potenciar a concorrência”.

“A Anacom já trabalha na área da medição de serviço, mas queremos investir nessa dimensão, para que os consumidores possam fazer uma avaliação da qualidade do serviço que é prestado pelos vários operadores”, disse o presidente da entidade, João Cadete de Matos, que falava na Federação Portuguesa das Comunicações, em Lisboa, num debate com empresas do setor sobre “a utilização da Inteligência Artificial para o bem comum”, no âmbito do Dia Mundial das Telecomunicações. O responsável da Anacom acrescentou que essa avaliação do serviço iria “potenciar a concorrência”.

De acordo com João Cadete de Matos, a Anacom também pretende “usar a inteligência artificial para conseguir prestar um serviço mais eficiente”, o que passa desde logo por “resolver o problema das reclamações”. “A inteligência artificial pode ajudar-nos a todos a sermos mais eficientes sobretudo nos tempos de resposta, que é uma das queixas que os utilizadores mais apresentam, quanto ao tempo que demoram em ver a sua queixa respondida, já não digo resolvida”, notou o presidente da Anacom.

Operadoras lembram que já usam inteligência artificial

Presentes na ocasião, responsáveis da Nowo, Nos, Altice e Vodafone explicaram que estas companhias já recorrem à inteligência artificial para determinadas áreas.

Segundo o presidente da Nowo, Miguel Venâncio, a operadora usa este tipo de tecnologia para “ter mecanismos de diagnóstico da internet” que possibilitam uma “manutenção antecipada”, bem como na “computorização” de determinadas tarefas, que estão agora a ser desempenhadas em “muito menos tempo e com muito maior produtividade” do que eram por colaboradores, entretanto transferidos para outras áreas. Além disso, a Nowo quer levar inteligência artificial aos serviços de apoio ao cliente. “Estamos a trabalhar numa área que é no call center, para que quando o nosso cliente nos liga consigamos perceber qual é o seu estado de espírito e, com base nisso, adaptar o modo de o colaborador fala”, apontou Miguel Venâncio.

Por seu lado, a administradora da Nos Ana Paula Marques assinalou que esta operadora tem apostado em “grandes áreas ao nível da inteligência artificial”, como na “melhoria da experiência ao cliente”, na forma como disponibiliza os produtos e na vertente operacional.

O administrador da Altice Labs Alcino Lavrador indicou que a dona da Meo aplicou inteligência artificial às boxes das televisões, à criação de “ferramentas para detetar falhas e avarias” da rede e às campanhas para os seus clientes, “promovendo a oferta mais adequada”.

Já o administrador da Vodafone João Nascimento falou na introdução desta tecnologia em “processos de supervisão de rede”, o que permite uma “capacidade de análise e de gestão muito maior”. Intervindo na sessão, João Nascimento apontou ainda na necessidade de se apostar no ensino desta tecnologia nas universidades, o que permitira “uma nova força de trabalho” e “pessoas mais capacitadas do ponto de vista digital”.

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Nos e Vodafone dizem que corte de 66% nos preços da Fibroglobal é “insuficiente”

A Nos e a Vodafone assumem que continuarão impossibilitadas de usar a rede de fibra ótica da Fibroglobal, mesmo que os preços desçam 66%, como foi proposto. A Nos acusa a Meo de "monopólio".

A Nos e a Vodafone consideram que, mesmo que os preços cobrados pelo acesso à rede da Fibroglobal baixem 66%, tal como propôs a Anacom, o investimento na rede daquela empresa continua a não ser viável. Foi o que disseram ao ECO fontes das duas empresas esta sexta-feira.

A Fibroglobal construiu uma rede de fibra ótica no interior do país, com o apoio milionário de fundos comunitários. No entanto, a Meo é a principal utilizadora. E têm sido sucessivas as queixas das operadoras concorrentes em relação a esse aspeto, apontando para indícios de que a Fibroglobal tenha ligações à Meo.

É o caso da Nos. Ao ECO, fonte oficial da empresa liderada por Miguel Almeida afirmou que o corte nos preços é “insuficiente”, uma vez que “não assegura a concorrência e o fim do monopólio da Meo”. Já Mário Vaz, presidente da Vodafone, reiterou esta mesma insuficiência e tem uma posição semelhante.

Indicando que a intervenção do regulador é “um sinal positivo para a resolução de um grave problema que há muito afeta o mercado”, a Nos afirmou que continuam a não ser asseguradas as condições necessárias ao lançamento de ofertas nestas áreas. “A estrutura de custos apresentada é incompatível com os preços de retalho praticados no mercado, e não permite replicar as ofertas praticadas pela Meo nessas zonas”, disse fonte oficial ao ECO.

“Assim, o monopólio [da Meo] dever-se-á manter”, indicou fonte oficial da Nos. Pelo menos “até que seja garantida a redução adicional dos preços do acesso local, existir a possibilidade de lançamento de ofertas até 1 Gbps e for garantida a adoção de protocolos de transmissão de vídeo eficientes”, garantiu. A expectativa da empresa é a de que o Governo “interfira neste processo e reveja, com urgência, a proposta da Anacom”.

Já para o presidente da Vodafone, “o preço único proposto pela Anacom pelo acesso à rede da Fibroglobal continua elevado, com condicionalismos técnicos relevantes, e é aproximadamente o mesmo que aplica atualmente ao seu único cliente e acionista, e que levou ao reconhecimento da existência de sobrefinanciamento.”

A Vodafone assumiu ainda que poderá existir “uma leitura mais aprofundada” da recomendação da Anacom, que poderá ser complementada com “pedidos de esclarecimento adicionais ao regulador”. De qualquer forma, “a esta data, a Vodafone não encontra, nesta decisão, suporte para iniciar a disponibilização da sua oferta aos clientes destas zonas, que continuarão a não ter acesso aos benefícios de um mercado concorrencial e da liberdade de escolha que lhes é devida”.

Desta feita, também a Vodafone espera que “o Governo não deixe de olhar para esta situação como crítica, reformulando a proposta da Anacom”. “Igualmente essencial é que a Autoridade da Concorrência (AdC) esclareça os exatos contornos da estrutura acionista da Fibroglobal”, sublinhou ao ECO o gestor da operadora, Mário Vaz.

O ECO tentou obter reações junto da Meo e da própria Fibroglobal, mas ainda não foi possível. Contactada, fonte oficial da Anacom não quis fazer comentários.

O que é que isto significa?

  • A Fibroglobal foi uma das empresas criadas com o apoio de fundos comunitários para dotar o interior do país de cobertura de fibra ótica.
  • No entanto, a Meo é a principal utilizadora dessa rede, o que significa que é quem presta o serviço em maior escala nessas zonas do país.
  • A Nos e a Vodafone, concorrentes da Meo, dizem que os preços que a Fibroglobal lhes cobra para usar a rede não viabilizam o investimento.
  • Especificamente, a Nos acusa a Fibroglobal de ter ligações à Altice, o grupo que é dono da Meo. A Meo tem afastado essa ideia.
  • É uma acusação relevante, tendo em conta que a Fibroglobal recebeu financiamento de dinheiros públicos. E o regulador da concorrência já está a investigar.
  • A Anacom, que regula o setor das comunicações, foi mandatada pelo Governo para analisar os preços praticados pela Fibroglobal face às outras empresas do género, como é o caso da DST.
  • Recentemente, a Anacom, na sequência desse processo, recomendou ao Governo que obrigue a Fibroglobal a baixar os preços em até 66%. E vai obrigar a empresa a devolver 3,1 milhões de euros de dinheiros comunitários.
  • O desenvolvimento desta sexta-feira é que a Nos e a Vodafone dizem que o corte nos preços proposto pela Anacom não é suficiente.
  • As operadoras concorrentes da Meo indicam que a descida terá de ser maior para que possam investir na rede.
  • Por isso, recomendam agora ao Governo que reveja a proposta da Anacom.

(Notícia atualizada pela última vez às 12h05)

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Lucro da Nos sobe para 33,8 milhões. Receitas crescem 0,7%

Os resultados da Nos no primeiro trimestre deste ano mantiveram-se em linha com os do mesmo período do ano passado. A empresa justifica o menor crescimento com a desvalorização cambial em Angola.

A Nos registou um lucro de 33,8 milhões de euros entre janeiro e março. É um crescimento bem mais modesto que o registado no mesmo período do ano passado explicado pela empresa com a desvalorização do kuanza, que impactou negativamente o negócio da participada Zap em Angola.

A empresa revelou um crescimento de 3% nos resultados líquidos face aos 31,4 milhões que tinha obtido nos mesmos três meses do ano passado. Nessa altura, os lucros dispararam, em termos homólogos, crescendo 28,7%. Apresentou também um crescimento homólogo de 3% no EBITDA (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações), que se cifrou em 146,7 milhões de euros.

O lucro acabou por ser penalizado pelas empresas associadas. Em causa esteve uma “desvalorização cambial de quase 30%” do kuanza angolano, que afetou de forma negativa o desempenho da angolana Zap, participada da Nos.

Ainda assim, num comunicado enviado à CMVM, a Nos destaca o “desempenho operacional sólido” neste trimestre, depois de registar uma subida no número de clientes na ordem dos 3,3%, contando com 9,454 milhões de subscritores dos seus serviços. Dentro das telecomunicações, os segmentos que mais cresceram foi o móvel e a banda larga fixa, suportados nas ofertas convergentes — isto é, nos pacotes de serviços.

Já as receitas de exploração da empresa liderada por Miguel Almeida mantiveram-se em linha com as registadas no primeiro trimestre de 2017. Aumentaram apenas 0,7%, para 383 milhões de euros. A empresa explica com o facto de não ter aumentado os preços no arranque deste ano, o que levou as receitas a ressentirem-se, subindo menos de 1%.

Concretamente, a Nos justifica o “ritmo de crescimento menor” dos resultados com o facto de não ter implementado um “aumento de preços” no início deste ano, “ao invés do que se verificou em 2017”. Isto surge depois de a Anacom ter considerado que as operadoras, incluindo a Nos, realizaram um aumento de preços no final de 2016 que não foi devidamente comunicado aos clientes.

Com o negócio das telecomunicações, que é o principal negócio da Nos, o crescimento foi de 0,9%. A empresa gerou 365,7 milhões de euros nestes três meses, só com a prestação de serviços de telecomunicações. O cinema é outro do negócio da companhia. Entre janeiro e março de 2018, a empresa vendeu quase 2,2 milhões de bilhetes, uma queda trimestral de 4,9%.

No mesmo dia em que apresentou as contas trimestrais, a Nos revelou a data de pagamento da remuneração acionista referente às contas do ano passado. A empresa vai pagar um dividendo de 30 cêntimos por ação no próximo dia 25 de maio. Este dividendo, que cresceu 50% face ao pago em função dos resultados de 2016, representa um payout de 125%, o que significa que a empresa vai dar 25% mais do que tudo o que lucrou.

(Notícia atualizada pela última vez às 18h44)

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Meo tem novo tarifário modular, uma tendência no setor. Tem vantagens?

A operadora da Altice lançou um tarifário modular, à semelhança do que a Nowo fez em 2016. Quanto custa? E que vantagens e detalhes têm estas ofertas?

Os tarifários modulares são mais personalizáveis e permitem aos clientes desenhar a oferta que mais se alinha com as suas necessidades.Pixabay

A Meo tem um novo tarifário modular, o MEO by, que permite aos clientes escolherem exatamente o tipo de serviços que pretendem incluir no pacote. O anúncio foi feito no Porto e a solução foi considerada pelo presidente executivo, Alexandre Fonseca, “mais um passo para transformar o setor de telecomunicações” em Portugal. Que novidades traz este tarifário introduzido pela operadora da Altice? E vale mesmo a pena face às alternativas que já existem?

Numa nota de apresentação enviada à imprensa, a Altice Portugal indica que o MEO by é “a primeira oferta de telecomunicações totalmente digital, modular e sem fidelização”. Em causa, “mais de 16.000 combinações” de serviços para que o pacote subscrito pelo cliente seja o mais personalizado possível. A grande novidade é o cliente poder alterar os serviços que subscreve a cada 30 dias, diretamente na área de cliente e sem penalizações.

A personalização de ofertas é uma tendência cada vez maior no setor em Portugal, como escreveu o ECO em meados de fevereiro. O tiro de partida foi dado quando a Cabovisão apresentou o rebranding e passou a chama-se Nowo. Na altura, em setembro de 2016, lançou o Meu Nowo, uma espécie de simulador que permite aos clientes desenharem o seu próprio pacote de telecomunicações, com algum detalhe.

Instalação “sem fidelização” custa 100 euros

No caso do Meo by, o funcionamento do simulador é semelhante. Mas será que é realmente “sem fidelização”? Depende da modalidade escolhida pelo cliente e de quanto está disposto a desembolsar pela instalação do serviço.

A subscrição do Meo by sem qualquer período vinculativo para o cliente custa 100 euros de instalação, mais a mensalidade que começa nos 24,99 euros. O custo da instalação cai para 75 euros com uma fidelização de seis meses e 50 euros com uma fidelização de um ano. Caso o cliente opte pela fidelização de dois anos, não só a instalação é totalmente gratuita como o preço da mensalidade base cai para 19,99 euros.

Ainda assim, é menos do que na concorrência. Olhando para a oferta modular da Nowo, a instalação de um serviço sem fidelização pode chegar aos 150 euros. Na Vodafone, a instalação de um serviço deste género, com televisão, internet e voz, é de 120 euros — pode chegar aos 240 euros no caso dos pacotes 5P — isto é, com todos os serviços, do telefone à internet, da televisão ao telemóvel, contando ainda com um ponto de acesso portátil. No caso da Nos, um período de fidelização de 24 meses pressupõe a oferta da instalação, “no valor total de 400 euros”.

Pacote mais básico por cerca de 40 euros

O ECO fez algumas simulações com o MEO by e concluiu que um pacote mais básico com internet, televisão, telemóvel e telefone, com vínculo de dois anos e oferta da instalação, poderá ficar a 38,49 euros. O pacote inclui internet até 3 Mbps, televisão sem box com 120 canais, telefone com chamadas para a rede fixa à noite e ao fim de semana e telefone com 200 minutos de chamadas e 200 SMS gratuitas, mas sem internet móvel. Somar 200 MB de tráfego custa três euros por mês, puxando o preço para os 42,48 euros.

Comparando o MEO by com a oferta da Nowo, que são pacotes modulares com características relativamente semelhantes, o mais básico com estes quatro serviços fica a 30,99 euros no Meu Nowo, sendo ainda oferecidas as duas primeiras mensalidades. A fidelização é de 24 meses.

Por este valor, a internet tem uma velocidade superior (100 Mbps é o mínimo garantido pela operadora), telemóvel com 500 minutos de chamadas ou SMS e 250 MB de dados móveis, televisão com 90 canais e telefone fixo com 9.000 minutos para a rede fixa, mais 1.000 minutos para 50 destinos internacionais, indica a empresa. Contudo, há que ter em conta que a cobertura da Nowo em Portugal é significativamente inferior.

A Nos, no pacote UMA com os quatro serviços, oferece duas mensalidades e a instalação por 56,99 euros por mês. No entanto, o pacote inclui uma série de benefícios, como a box Ultra HD 4k, 500 horas de gravação e 177 canais, aplicação para o telemóvel e 170 euros em canais premium e conteúdos. A internet também é superior em velocidade ao pacote base da Meo (são 100 Mbps), pelo que, apesar das contas, não é uma oferta diretamente comparável com as anteriores. Além disso, o serviço móvel conta com 500 MB de dados. Estes fatores podem explicar o preço superior.

A mesma premissa aplica-se aos pacotes da Vodafone com quatro serviços, que também não permitem aproximar a oferta mínima à oferta base dos tarifários modulares da Meo e da Nowo (por exemplo, o tráfego de dados móveis começa nos 500 MB). A mensalidade base é de 56,90 euros com fidelização de dois anos, com oferta de um vale de 25 euros para gastar no videoclube.

Tanto os preços da Nos como os da Vodafone estão relativamente em linha com os preços praticados pela Meo neste tipo de pacotes já definidos. O M4O, por exemplo, começa nos 56,99 euros por mês, variando igualmente nas características dos serviços e nas ofertas feiras aos clientes.

Conclusões?

As ofertas modulares trazem alguma novidade ao setor das telecomunicações, até por permitirem subscrever apenas os serviços que se quer, com as características que se quer. Concretamente, a da Meo tem o detalhe de permitir alterações a cada 30 dias, sem penalizações. Mas são diferentes dos pacotes tradicionais, quer no funcionamento, quer na substância. No MEO by e no Meu Nowo, é possível desenhar algumas ofertas que não são contempladas pelos tarifários base já definidos. A Vodafone tem ainda um tarifário móvel deste género, que é o Vodafone You.

Contudo, os pacotes “sem fidelização”, que surgiram depois das recentes alterações à lei das comunicações eletrónicas, continuam a ter custos de instalação que poderão afastar alguns clientes. O tema é relevante e regressou recentemente à agenda política, pois existem propostas na calha da comissão de economia para serem discutidas e que pretendem “obrigar” as operadoras a terem pacotes sem fidelização e sem custos mais avultados para os clientes.

Por seu lado, as empresas do setor argumentam que a fidelização permite diluir no tempo os custos que têm com o equipamento, o serviço de instalação ou a aquisição de conteúdos a preços internacionais, por exemplo.

Posto isto, é o cliente quem tem mesmo de pesquisar qual a operadora e o serviço que lhe é mais vantajoso ao nível dos custos, pois a oferta é cada vez maior e mais detalhada. Talvez, a melhor hipótese ainda será usar um comparador de preços, como é o caso da plataforma ComparaJá.

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Nos emitiu 300 milhões. Forte procura afundou a taxa de juro para 1,125%

  • ECO
  • 23 Abril 2018

A operadora registou uma forte procura pela sua dívida, o que permitiu baixar a taxa da emissão para 1,125%. Os investidores colocaram ordens para mais de 1.200 milhões de euros em obrigações da Nos.

A Nos foi ao mercado com o objetivo de conseguir emitir 300 milhões de euros em títulos de dívida a cinco anos. As indicações iniciais de procura colocavam a taxa de juro abaixo de 1,4%, mas o resultado final foi ainda mais vantajoso. A empresa liderada por Miguel Almeida conseguiu uma taxa de 1,125%.

O initial pricing talks (IPT) arrancou nos 95 pontos base acima da taxa mid swap do euro a cinco anos, o que apontava para um juro de 1,38%, mas no final da operação a empresa revelou um resultado mais vantajoso.

A operadora anunciou que emitiu, com sucesso, 300 milhões de euro em dívida, “com um prazo de vencimento a cinco anos e com uma taxa de cupão fixa anual de 1,125%”. É um juro baixo que vai contribuir para uma “redução adicional do custo médio da dívida” da Nos, refere a empresa em comunicado enviado à CMVM.

Segundo a empresa, assistiu-se a uma “elevada procura nesta emissão, de cerca de 1.200 milhões de euros”. A Nos destacou ainda a “qualidade dos investidores institucionais que participaram” numa operação que se destina a “refinanciar divida existente e financiamento global da atividade”.

Esta emissão aconteceu poucos dias depois de a operadora liderada por Miguel Almeida ter contratado cinco bancos de investimento –Caixabank/BPI, o CaixaBI, o ING, o Santander e o SG CIB — para realizar um roadshow, com o objetivo de encontrar investidores na Europa interessados em participar nessa emissão, em reuniões que começaram a 16 de abril.

Recentemente, a operadora conseguiu a classificação de investimento por parte da Standard & Poor’s e da Fitch. A S&P atribuiu uma classificação de BBB- à dívida da empresa liderada por Miguel Almeida, enquanto a Fitch colocou a avaliação da dívida em BBB.

(Notícia atualizada às 17h05 com a taxa de juro final e os comentários da empresa)

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Altice aumenta pressão para comprar a TVI. Prazo na Concorrência está suspenso

A Altice podia desistir hoje da compra da Media Capital. Não vai fazê-lo, mas deverá subir a pressão para uma decisão do regulador. O prazo da AdC está suspenso, à espera de respostas da Altice.

A partir desta sexta-feira, a Altice Portugal pode cancelar a oferta de compra da Media Capital, ao abrigo de uma cláusula do acordo assinado em julho de 2017 com a Prisa. A realização do negócio depende da aprovação do regulador da concorrência e o ECO sabe que a dona da Meo não está satisfeita com o tardar da decisão. De qualquer forma, esta data não tem impacto nos prazos que o regulador tem de cumprir. Até porque, atualmente, esse prazo está suspenso, apurou o ECO.

A Autoridade da Concorrência (AdC) tem prazos legais a cumprir. E ganhou mais tempo quando decidiu passar o dossiê para “investigação aprofundada”, como anunciou a entidade em meados de fevereiro. Mas não é possível definir uma data limite, tendo em conta que o prazo final para que o regulador emita um parecer é suspenso sempre que são pedidas informações adicionais a qualquer um dos intervenientes ou interessados. É o que se verifica atualmente: o ECO sabe que a AdC pediu novos elementos à Altice Portugal no início desta semana, que ainda não chegaram ao regulador. E, por isso, o prazo está suspenso.

Questionada sobre o que significa o prazo estipulado no acordo entre a Altice e a Prisa para a realização do negócio, que termina esta sexta-feira, fonte oficial da AdC disse ao ECO: “Esse é um prazo firmado entre as empresas que não vincula a AdC. A AdC está apenas obrigada a cumprir os prazos previstos na Lei da Concorrência e esses têm sido cumpridos. A análise à operação de concentração ainda não está concluída, mas da parte da AdC tem sido um processo muito dinâmico.”

Acontece que também a Altice Portugal tem um calendário interno e não estava à espera que a avaliação da AdC viesse a estender-se para lá de 13 de abril — como, aliás, ficou claro na carta enviada ao regulador pela Uría Menéndez, a sociedade de advogados que está a assessorar a dona da Meo neste negócio: “É imperativa a emissão de uma decisão por parte da AdC, até 13 de abril de 2018, sob pena de a realização do negócio ser injustificadamente impedida”, lia-se na missiva, como noticiou o Expresso no início de março.

Por agora, fonte próxima da empresa garantiu ao ECO que o interesse na Media Capital mantém-se, pelo que não é provável que a Altice denuncie o acordo nos próximos dias. Ainda assim, a Altice não quer esperar muito mais tempo. E, ao que o ECO apurou, o novo prazo interno para que o negócio avance ou morra terminará daqui a um mês. Mas também não é o caso de que a data desta sexta-feira, 13 de abril, não mude nada neste dossiê: a Altice deverá emitir um comunicado em breve a explicar oficialmente a sua posição em relação ao negócio da compra do maior grupo de media em Portugal.

O ECO contactou a Altice Portugal, que não quis fazer comentários sobre este assunto.

Compromissos podem acelerar o processo

O dossiê da compra Media Capital deverá conhecer um desfecho (imprevisível) em breve e não é provável que se estenda por muito mais tempo. Mas o ECO também sabe que há uma coisa que poderia acelerar a emissão de um parecer por parte do regulador da concorrência: a aceitação de compromissos por parte da Altice Portugal.

Ao que o ECO apurou, o regulador tem margem para que a Altice Portugal assuma compromissos e preste garantias como forma de afastar alguns dos receios já identificados pela AdC. O entendimento do regulador é o de que a dona da Meo ainda não formalizou esses mesmos compromissos.

Quando anunciou a passagem da compra da dona da TVI para “investigação aprofundada”, a autoridade liderada por Margarida Matos Rosa reconheceu a existência de “fortes indícios de que a aquisição do grupo Media Capital pela Altice poderá resultar em entraves significativos à concorrência efetiva em diversos mercados”. A entidade escreveu ainda que a transação “poderá resultar em impactos, potencialmente negativos, no desenvolvimento de novos conteúdos e modelos de negócio que envolvam, designadamente, a transmissão e o acesso a conteúdos audiovisuais através da internet”. A formalização de compromissos que respondessem a estes receios, por parte da Altice, poderia acelerar o processo de decisão da AdC, sabe o ECO.

A aprovação do negócio com esses compromissos — os chamados “remédios” –, é um desfecho que não é bem visto pelas operadoras concorrentes. Esta semana, no Parlamento, Miguel Almeida, presidente executivo da Nos NOS 0,26% , disse que esse seria “um ato de hipocrisia, porque não é possível definir remédios que sejam eficazes e respondam aos riscos que a própria AdC identificou”. Mário Vaz, líder da Vodafone, também já tinha defendido que não existem compromissos capazes de viabilizar a operação sem riscos para os setores das telecomunicações e media.

Vodafone e Nos tentam travar o negócio

Posto isto, também importa não esquecer que está a ser avaliada na Justiça uma providência cautelar, interposta pela Vodafone, para suspender o efeito da decisão da AdC no âmbito do processo da compra da Media Capital pela dona da Meo. A providência cautelar deverá merecer contestação do regulador e ainda não é certo que vá surtir algum tipo de efeito. Mas pode atrapalhar a compra.

De igual forma, está em cima da mesa a Nos avançar também para os tribunais no sentido de tentar travar a aquisição da dona da TVI pela Altice. E, se mesmo assim o negócio avançar, não está afastada a hipótese de a Nos avançar para a compra de um grupo concorrente da Media Capital: a Impresa. Em linhas gerais, foi isso que afirmou o presidente executivo da Nos no Parlamento esta semana: lembrando sempre a sua convicção de que o negócio não se realize, afirmou que, se a operação fosse aprovada, a Nos teria de “fazer o mesmo com outro operador de televisão privado”.

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Nos procura investidores para se financiar em 300 milhões de euros

A empresa de Miguel Almeida contratou cinco bancos de investimento para um roadshow no qual pretende encontrar investidores para colocar 300 milhões de euros em obrigações.

A Nos prepara-se para fazer uma emissão de dívida, depois de ter obtido ratings de investimento por parte de duas das três maiores agências de notação financeira mundiais. Contratou cinco bancos de investimento para um roadshow no qual pretende encontrar investidores para colocar 300 milhões de euros em obrigações a cinco e sete anos.

A operadora de telecomunicações contratou o Caixabank/BPI, o CaixaBI, o ING, o Santander e o SG CIB. Estes bancos de investimento ficam, agora, com a responsabilidade de encontrar investidores para a emissão. As reuniões com os potenciais investidores vão arrancar a 16 de abril, na próxima semana, de acordo com a Bloomberg.

O objetivo da empresa é financiar-se no montante de 300 milhões de euros, através da emissão de títulos de dívida com maturidade entre cinco e sete anos, de acordo com a Bloomberg.

Recorde-se que a Nos obteve, recentemente, classificação de investimento por parte da Standard & Poor’s e da Fitch. A S&P atribuiu uma classificação de BBB- à dívida da empresa liderada por Miguel Almeida, enquanto a Fitch colocou a avaliação da dívida em BBB.

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