Há mais margem para dividendos na Nos. BPI sobe preço-alvo

  • Rita Atalaia
  • 11 Abril 2018

O BPI melhorou a recomendação da Nos para comprar, mas também subiu o preço-alvo para 5,95 euros. Isto para refletir a previsão de que vai dar dividendos com uma rendibilidade de quase 10% até 2021.

O BPI está mais otimista em relação à Nos. Vê a empresa liderada por Miguel Almeida a apresentar uma melhoria do cash flow e, consequentemente, da remuneração aos acionistas. Uma projeção que levou o banco de investimento a rever em alta a avaliação das ações para 5,95 euros. Dá-lhe um potencial de subida expressivo que explica a recomendação de “comprar”, face a à anterior de “neutral”.

“Atualizámos as nossas estimativas, subindo o preço-alvo em 2018 para 5,95 euros (+3%)”, face aos 5,75 euros anteriores, diz o BPI. Esta melhoria da avaliação está a levar os títulos da Nos a subirem 2,45% para 4,926 euros. Isto depois de as ações da operadora já terem alcançado um máximo de 4,94 euros durante a sessão.

Ações da Nos estão a subir mais de 2%

Com menores investimentos, mas também num novo ciclo de crescimento mais moderado, o BPI vê margem para que a empresa apresente maiores fluxos de caixa, que darão suporte aos dividendos. Prevê que a Nos apresente uma remuneração aos acionistas com uma rendibilidade de quase 10% até 2021.

 

A Nos apresentou, no ano passado, um crescimento dos lucros superior ao que era esperado pelos analistas. Os resultados líquidos cresceram 37%, ascendendo a 124 milhões de euros, o que levou a empresa liderada por Miguel Almeida a decidir aumentar em 50% a remuneração a pagar aos investidores. Vai pagar 30 cêntimos por ação, o que representa uma rendibilidade do dividendo de 6,1%.

O BPI queria que a Nos tivesse aumentado ainda mais a remuneração a entregar aos investidores. “A empresa anunciou um aumento do dividendo para 30 cêntimos, o que compara com a nossa estimativa de 37 cêntimos e a de 28 cêntimos do consenso do mercado”, referiram os analistas do BPI, à data. Com esta nova nota de investimento, reforçam a perspetiva de que há margem para a empresa pagar mais dividendos.

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Depois da Vodafone, Nos também vai tentar travar compra da TVI em tribunal

Miguel Almeida vai recorrer à Justiça para tentar travar a compra da Media Capital pela concorrente Altice, tal como a Vodafone. Mas só no "momento certo". Se compra avançar, admite fazer o mesmo.

Miguel Almeida, presidente executivo da Nos NOS 0,66% , considera que a compra da Media Capital pela Altice Portugal foi travada pela ERC por ter existido “maioria de dois terços” na votação. Por isso, vai contestar “em tribunal”, mas só “no momento certo”. As declarações do líder da Nos surgem depois de a Vodafone ter interposto uma providência cautelar para travar a operação, na qual a Nos subscreve “a substância” mas acredita não surgir no “momento certo”. O gestor também não afastou a ideia de que venha a avançar para a compra de um operador de televisão privado caso a operação seja aprovada.

Miguel Almeida esteve esta terça-feira no Parlamento a responder às perguntas dos deputados da comissão de economia, a pedido do BE. Para o gestor, a compra da dona da TVI pela dona da Meo “não pode, sob qualquer circunstância, ser permitida”, pois “acarreta danos significativos para a concorrência”. Danos esses que são “irreversíveis e irreparáveis”, tanto para o setor das telecomunicações como para o setor dos media, defendeu.

A ERC foi chamada no ano passado a deliberar sobre a operação. Mas o facto de estar reduzida a três de cinco membros no conselho regulador ditou que não fosse capaz de reunir consenso para definir um sentido de voto, num parecer que seria vinculativo. Dois dos membros, Arons de Carvalho e Luísa Roseira, votaram para que o negócio não se concretizasse, enquanto Carlos Magno, à altura presidente do regulador dos media, deu um voto favorável à operação.

Esta terça-feira, Miguel Almeida disse que Carlos Magno exerceu um direito que “não existe”, pois “o facto de existir maioria de dois terços” deveria ditar o chumbo automático da compra da Media Capital pela Altice Portugal, garantiu.

O presidente executivo também não deixou de lembrar que era o Parlamento que tinha as “responsabilidades” de nomear um conselho regulador a tempo de quando a entidade foi chamada a deliberar — o mandato dos membros já tinha expirado há vários meses.

“Perante a maior operação da História na comunicação social, o regulador não regula. Não é normal que os serviços técnicos e jurídicos [da ERC] tenham um parecer, que dois dos membros tenham aprovado esse parecer [contra a compra], e que um único cidadão consiga aprovar esta operação”, disse, referindo-se a Carlos Magno, ex-presidente da ERC.

Desta forma, o deferimento tácito da operação, para o gestor, representou a “negação de princípios base da democracia”, pelo que a Nos tem uma interpretação diferente da lei e que ditaria o chumbo da operação nesses termos.

A compra da Media Capital pela Altice encontra-se sob investigação aprofundada da Autoridade da Concorrência (AdC) deste meados de fevereiro. É este regulador que deverá dar luz verde ou chumbar a operação. Também existe a hipótese de a compra avançar mas com “remédios”, isto é, garantias prestadas pelo comprador.

Sobre isso, Miguel Almeida voltou a defender que a aprovação da compra com “remédios” seria “um ato de hipocrisia, porque não é possível definir remédios que sejam eficazes e respondam aos riscos que a própria AdC identificou”.

E se a compra da TVI for aprovada? “Teríamos de fazer o mesmo com outro operador de televisão privado”, diz o líder da Nos

No ano passado, surgiram rumores de que a Nos poderia avançar para a compra do grupo Impresa, que detém a SIC, caso a Altice conseguisse comprar a TVI.

Ora, esta terça-feira, o presidente executivo da Nos não descartou fazer o mesmo que a Altice e avançar também para a compra de um grupo de media, caso a compra da Media Capital seja aprovada. Salientando a sua convicção de que a operação não vai avançar, Miguel Almeida não deixou de colocar em cima da mesa um cenário em que também avança para a compra de um canal privado de televisão.

“Se esta operação fosse aprovada, que não queremos acreditar [que seja], a forma que teríamos [de fazer concorrência] era fazer o mesmo com outro operador de televisão privado. E, obviamente, teria de ser aprovado porque foi aprovada a outra”, disse o gestor, que lidera a segunda maior operadora portuguesa em quota de mercado.

O gestor explicou que a Meo ofereceu-se para pagar quase o dobro do que vale a Media Capital no mercado — propõe pagar 440 milhões de euros, face a um valor da Media Capital que estimou estar entre 220 e 280 milhões de euros. Por isso, na perspetiva de Miguel Almeida, não está aqui em causa a compra de um grupo de grande valor, mas sim de um grupo que poderá valorizar o comprador, ou seja, a Altice. “Estamos a falar de um negócio em crescimento? Não, não estamos. É uma empresa bem gerida. Mas é difícil [perceber] como é que é possível pagar o dobro que a empresa vale”, disse.

Por isso, se a TVI passar a ser da Altice, Miguel Almeida vê um cenário em que o acesso ao canal privado é vedado aos concorrentes. “A partir do momento em que os clientes da Nos, Vodafone e Nowo deixam de ter acesso à TVI, ou mudam para a Meo, ou deixam de ter acesso a conteúdos relevantes”, indicou Miguel Almeida. Desta forma, “o operador que comprasse a [concorrente] SIC, teria acesso aos conteúdos da SIC. Há um risco muito grande de duopólio”, referiu o gestor, garantindo que este “não é um cenário difícil de imaginar se esta operação [da compra da Media Capital] for aprovada”.

Líder da Nos critica “chico-espertice” da Meo

O caso da Fibroglobal, que detém as redes rurais de fibra ótica, também foi puxado para cima da mesa na sessão. A Fibroglobal é uma empresa com alegadas ligações à Altice, da qual a Meo é a única cliente de relevo, mas que foi criada com investimento público. Tem sido acusada de ser um “monopólio” da Meo.

No Parlamento, Miguel Almeida disse não ter dúvidas de que “o problema da Fibroglobal se vai resolver”, mas que, neste momento, a Altice Portugal já soma cinco anos de exploração e uma posição competitiva que é difícil de combater. Nesse mesmo sentido, o gestor da Nos também disse existir um “problema” no que toca às condutas. Garantiu que, quando pede à Meo acesso a condutas, esse acesso é vedado sob o argumento de que “não têm mais espaço”. Para o gestor, é possível contestar junto do regulador — mas, “enquanto o tempo passa, a Altice, se tiver lá rede, vai bater esse mercado”, afirmou.

“São estas pequenas ‘chico-espertices’ que só servem para impedir o acesso dos operadores às infraestruturas”, atirou Miguel Almeida, garantindo que esses problemas poderiam ser mitigados se existirem “reguladores rápidos e assertivos”.

(Notícia atualizada pela última vez às 16h50)

Evolução do preço das ações da Nos na bolsa de Lisboa

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Nos já começou a reforçar cobertura 4G no metro do Porto

Inicialmente previstos para este verão, os trabalhos de reforço da cobertura de rede móvel 4G no metro do Porto arrancaram este mês. Empresa já se encontra a fazer o mesmo no metro de Lisboa.

Depois de anunciar o reforço da cobertura de rede no metro de Lisboa, a Nos NOS 0,66% vai fazer o mesmo em 16 estações do metro do Porto, antecipando assim um trabalho que estava inicialmente “previsto para o verão”. Desta forma, o reforço da cobertura de rede móvel 4G arrancou neste mês de abril, focado em estações do metropolitano que têm “maior tráfego”.

“O projeto inclui o fornecimento de cobertura 4G dedicada nas estações e túneis mais centrais da rede de metropolitano. A rede 4G garante boas velocidades de acesso na zona de convergência das seis linhas de metropolitano que se encontram espalhadas por oito concelhos da área metropolitana (Porto, Maia, Matosinhos, Póvoa do Varzim, Vila do Conde, Vila Nova de Gaia e Gondomar) num total de 67 quilómetros”, lê-se num comunicado enviado pela operadora à comunicação social.

Em meados de fevereiro, a empresa liderada por Miguel Almeida já tinha anunciado que se encontra a instalar novos equipamentos nos túneis do metro de Lisboa, para que as linhas passem a ter cobertura de rede móvel de quarta geração, como noticiou o ECO.

Agora, o reforço estende-se também ao Porto. “Este reforço da cobertura móvel nas estações mais movimentadas da rede vai assegurar, aos 60 milhões de passageiros anuais do metropolitano do porto, um serviço móvel com melhor desempenho no que respeita à banda larga móvel”, referiu esta semana a empresa.

Cotação das ações da Nos na bolsa de Lisboa

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Fibroglobal vendida por 200 mil a aliado da Altice. Negócio vale milhões

  • ECO
  • 30 Março 2018

A Fibroglobal lucrou 1,2 milhões de euros em 2016, ano em que a Visabeira vendeu a empresa a um empresário português - que tem a Altice como sócia num outro negócio - por 200 mil euros.

A Fibroglobal, que está no centro da última polémica entre as operadoras Nos e Altice, foi vendida pela Visabeira por 200 mil euros à sociedade luxemburguesa JMA, do empresário português José Manuel Monteiro e que tem ligações ao grupo francês.

Segundo o Expresso (acesso pago), a empresa foi vendida no verão de 2016, ano em que registou um lucro de 1,2 milhões de euros. Por que razão a Visabeira vendeu por um preço claramente abaixo dos lucros que vinha registando — em 2014, por exemplo, lucrou 1,1 milhões — e quando poucos anos antes havia assinado um acordo com o Estado para um investimento de 46,8 milhões?

A Visabeira não confirma o preço “por uma questão de cortesia com o comprador”. Fonte oficial explicou ao semanário o racional da venda: “Após termos sido um dos construtores das redes rurais de nova geração com a Fibroglobal, optámos por vender essa operação porque acreditamos que era chegado o momento de concentrar a Visabeira noutras atividades. Acresce que este momento coincidiu com a entrada da Altice na Meo, não havendo ainda à época a relação de confiança que se veio a estabelecer”.

Em relação aos factos, a JMO adquiriu 95% da Fibroglobal no dia 8 de julho de 2016. O Expresso conta que se trata de empresa sem funcionários com sede no Luxemburgo, criada quatro meses antes de o negócio se concretizar. É controlada pelo empresário José Manuel Monteiro, um empresário que vive no Luxemburgo e que é sócio de uma outra empresa onde a Altice também é acionista.

Por que é que isto é importante? A Fibroglobal tem estado no epicentro da última polémica que estalou entre Nos e Altice — mais uma de várias, incluindo a compra da Media Capital pelo grupo francês.

Na semana passada, Miguel Almeida acusou a Fibroglobal se “fraude” por ter sido “paga com dinheiros públicos” e estar a “ser usada de forma privada. Mais: esta empresa — que construiu a rede rural de fibra ótica nos Açores e na zona centro do país, onde ainda há ligações por restabelecer após os incêndios do ano passado — causa graves problemas de concorrência porque permite à Altice praticar preços grossistas e impedir que outros operadores rentabilizem eventuais investimentos naquelas zonas, acusou o CEO da Nos, que apontou o dedo também aos reguladores e aos governos, que têm pactuado com “silêncio e inação”.

Em resposta, a Altice recusou-se a comentar o “ataque grave e gratuito feito ao Governo português e ao próprio regulador”.

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Depois dos incêndios, substituição das linhas tirou rede à Vodafone

A Vodafone ainda tem clientes sem comunicações desde os incêndios porque as redes de cobre terão sido substituídas, pela concorrente Altice Portugal, por uma rede de fibra ótica a que não tem acesso.

Mário Vaz, presidente executivo da Vodafone Portugal.Paula Nunes/ECO

A Vodafone Portugal diz que ainda tem 17 clientes à espera da reposição das comunicações interrompidas por causa dos incêndios, devido à substituição de linhas de cobre nas regiões por uma nova rede de fibra ótica a que não tem acesso. Em causa estará a substituição de linhas de cobre por redes de fibra ótica por parte da concorrente Altice Portugal, em nome próprio ou como fornecedora de serviços da Fibroglobal, a polémica empresa que recebeu investimento de dinheiros públicos e da qual a Meo é a única cliente.

Segundo explicou esta quarta-feira o presidente executivo da Vodafone, Mário Vaz, o serviço destes 17 clientes “estava dependente da rede de cobre”. “Essa rede de cobre ardeu e foi substituída por outro tipo de tecnologia”, isto é, por uma rede diferente que não pode ser usada pela Vodafone para prestar o mesmo serviço. No Parlamento, durante uma audição na comissão de economia, o gestor mostrou-se mesmo “agradecido pela forma estoica como esses clientes tem aguardado a reposição do serviço”.

À margem da audição, questionado sobre se a rede em causa pertence à Altice Portugal ou à Fibroglobal, o líder da Vodafone disse: “Eu não faço ideia se a PT que está a repor é a PT PT, se é a PT que é, por sua vez, a entidade que fornece também a rede de comunicações da Fibroglobal”. No entanto, reconheceu que “há coincidência entre concelhos ardidos, cobre que desapareceu nesses concelhos e que são concelhos em que a fibra é das redes rurais da Fibroglobal”.

“No cobre, o cliente tinha alternativa”

Alexandre Fonseca, presidente executivo da Altice Portugal, tem dito em várias intervenções que uma das decisões tomadas pela dona da Meo na sequência dos incêndios foi a de substituir linhas de cobre ardidas por redes de nova geração, com a fibra ótica.

Ora, sobre isso, Mário Vaz, em resposta ao ECO, afirmou: “Para se acabar com o cobre é preciso um pré-aviso e o pré-aviso não é tão pequeno quanto isso: são cinco anos, para terminar com cobre e pôr fibra”. Além disso, para o gestor, a questão é também de concorrência: “No cobre, o cliente tinha alternativa, tinha opção de escolha de operadores e na fibra não tem. Só tem aquele [a Meo]. Isso é que não pode ser ser. E o cliente que queria outro operador está desde outubro à espera.”

Também este sábado, numa entrevista publicada no Expresso, Miguel Almeida, presidente executivo da Nos, acusou a Meo de estar a propor aos clientes afetados pelos fogos um novo serviço assente em fibra ótica com “serviços adicionais”. Falando sobre estes clientes, Miguel Almeida disse: “São essencialmente clientes cujos serviços estavam assentes na rede de cobre do incumbente [Meo]. O que o incumbente faz é propor-lhes a migração para serviços de fibra, com serviços adicionais. Não é já só voz fixa, tentam também vender televisão. Podem dar-se ao luxo de o fazer porque não há concorrência”, explicou o gestor.

Ainda nessa entrevista, o líder da Nos disse que “grande parte destes locais” afetados pelos fogos “é servida pela rede da Fibroglobal, que foi paga com dinheiros públicos e está a ser usada de forma privada, o que constitui uma fraude”. De recordar que a Altice Portugal tem sido acusada de ter interesses na Fibroglobal, por esta ser detida alegadamente por uma empresa ligada ao mesmo grupo.

As declarações mereceram resposta da Altice Portugal no fim de semana. Especificamente “sobre a acusação de fraude na atuação de uma participada”, a Altice disse escusar-se “a comentar o tema”.

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Pingue-pongue de reações: Nos responde à Altice e rejeita que tenha acusado o Governo de fraude

A Nos respondeu à Altice e diz que não acusou o Governo de fraude nem a Anacom. Posto isto, "reafirma" que "a Fibroglobal é uma fraude".

É um pingue-pongue de reações. Depois de, na tarde deste sábado, a Altice Portugal ter reagido à entrevista do presidente executivo da Nos publicada no Expresso, a operadora liderada por Miguel Almeida vem agora reagir à reação da concorrente. “Em momento algum a Nos acusou o Governo de fraude, este ou outro, a Anacom, esta administração ou outra, nem mesmo o seu único concorrente que a utiliza”, diz fonte oficial da empresa numa nota enviada às redações ao final da tarde.

“O que a Nos e outros operadores têm vindo a assistir é a uma completa inação sobre este dossiê que prejudica cerca de 250 mil lares portugueses que deveriam ter direito a poder escolher o seu provedor de serviços e não ficar limitados a apenas uma oferta”, refere a mesma fonte.

Posto isto, a NOS não retira, mas vem reforçar ainda mais as acusações de “fraude” no que à Fibroglobal dizem respeito. “A Nos reafirma que a Fibroglobal é uma fraude, pois foi construída com dinheiros públicos para servir todo o mercado, à semelhança das outras redes rurais no Norte e no Sul do País e que são usadas pelos diversos operadores. Mas o caso da Fibroglobal continua por resolver, havendo apenas um operador que a usa”, refere fonte oficial da empresa.

A Fibroglobal é um tema quente no setor das comunicações. Recebeu dinheiros públicos para criar uma rede de fibra ótica que, atualmente, só tem a Meo como cliente — as restantes operadoras queixam-se de que não é rentável e têm vindo a acusar a Altice Portugal de alegados interesses nessa empresa. O caso está a ser investigado pela Anacom e pela Autoridade da Concorrência.

A Nos reafirma que a Fibroglobal é uma fraude.

Nos

Fonte oficial

A resposta da Nos surge depois de a Altice ter respondido à entrevista que Miguel Almeida deu ao Expresso este sábado. Nela, o líder da Nos refere “grande parte” dos locais afetados pelos incêndios “é servida pela rede da Fibroglobal, que foi paga com dinheiros públicos e está a ser usada de forma privada”. E acrescentou que isso “constitui uma fraude”. Depois, indicou: “É uma fraude com a qual sucessivos governos, não apenas o atual, e sucessivas administrações da Anacom, não apenas a atual, têm pactuado com o seu silêncio e inação”.

Uma entrevista que gerou resposta da parte da Altice Portugal: “Sobre a acusação de fraude na atuação de uma participada a Altice escusa-se a comentar o tema, afirmando, contudo, considerar irresponsável e preocupante o ataque grave e gratuito feito ao Governo português e ao próprio regulador.”

(Notícia atualizada às 19h03 com mais informações)

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Altice acusa Nos de “ataque grave e gratuito ao Governo e ao regulador”

A Altice respondeu à entrevista do presidente da Nos publicada este sábado. Acusa a concorrente de querer "fazer prova de vida" e de receber milhões do Estado por um serviço que só tem dois clientes.

Estalou o verniz entre a Altice Portugal e a Nos. Em entrevista ao Expresso, Miguel Almeida, presidente da Nos, acusa a dona da Meo de aproveitar os incêndios para tentar vender “serviços adicionais” aos clientes sem comunicações. Em resposta, fonte oficial da Altice Portugal acusa o líder da Nos de querer apenas “fazer prova de vida”. “Não conhecendo a nossa empresa é natural que o conteúdo tenha pouca consistência”, lê-se numa nota enviada ao ECO.

São três os temas mais quentes que fizeram desencadear uma resposta por parte do grupo liderado por Alexandre Fonseca: a reposição de comunicações interrompidas na sequência dos incêndios, o polémico dossiê da Fibroglobal e a venda da Media Capital. Ainda assim, a Altice garante que “não irá reagir formalmente ao conteúdo da entrevista”.

1. A compra da TVI

Começando pelo negócio de 440 milhões de euros da compra da dona da TVI pela Altice Portugal, anunciado no ano passado e que se encontra a aguardar parecer final do regulador da concorrência, a dona da Meo “saúda” com ironia a posição de Miguel Almeida expressada numa entrevista ao Expresso (acesso pago), publicada este sábado.

“Sobre a Media Capital, a Altice, tal como sempre disse, confia na decisão do regulador e saúda o facto e a NOS ter recuado na sua posição, dizendo que, havendo remédios, até não é contra a operação.É esta a resposta da dona da Meo a Miguel Almeida, que afirmou na entrevista: “Se [a operação] for aprovada, a nossa expectativa (…) é que terá de ser com os remédios adequados para precaver os riscos identificados”. O gestor também disse: “Quero acreditar que a operação não vai acontecer porque é muito negativa para os consumidores, para os cidadãos, e, no limite, para a democracia”.

Fonte da Altice Portugal garante ainda que a Nos também tem interesses no setor dos media: “Parece ter vergonha de assumir que estão na imprensa há muitos anos, com um diário de referência em Portugal [o Público] e que o seu acionista estrangeiro [Isabel dos Santos] tem forte presença e influência nos media portugueses e angolanos.” Por isso, a mesma fonte atira: “Não aborda os temas com que a Nos se debate, como a estrutura acionista, transparecendo claramente não estar à vontade com o que pode suceder no futuro. Quando der uma entrevista sobre a Nos talvez [Miguel Almeida] possa dizer o que pensa”.

[A Nos] parece ter vergonha de assumir que estão na imprensa há muitos anos, com um diário de referência em Portugal e que o seu acionista estrangeiro tem forte presença e influência nos media portugueses e angolanos.

Altice Portugal

Fonte oficial

2. O caso da Fibroglobal

Na entrevista, Miguel Almeida, presidente da Nos, abordou o caso da Fibroglobal, que está a a ser investigado pela Anacom e pela Autoridade da Concorrência (AdC). Em causa está o facto de se tratar de uma empresa que recebeu investimento de dinheiros públicos, mas que só tem a Meo como cliente — as restantes operadoras queixam-se de incapacidade de rentabilizar um eventual investimento, devido aos preços grossistas praticados, e acusam a Altice Portugal de alegados interesses e envolvimento com a Fibroglobal.

Sobre a acusação de fraude na atuação de uma participada, a Altice escusa-se a comentar o tema, afirmando, contudo, considerar irresponsável e preocupante o ataque grave e gratuito feito ao Governo português e ao próprio regulador”. É a resposta à posição de Miguel Almeida, que disse haver “fraude” na Fibroglobal e que o Governo e a Anacom pactuam com ela “com o seu silêncio e a sua inação”.

3. Os incêndios

O terceiro tema é a reposição dos serviços de comunicações danificados nos incêndios. A Nos é prestadora do serviço universal, mas “nenhum” cliente sem comunicações solicitou o serviço à operadora, explicou Miguel Almeida. Este serviço, como anunciou a Anacom recentemente, só tem dois clientes e foi feita uma recomendação ao Governo para que renegoceie o contrato. Na entrevista, aliás, o presidente da Nos criticou “as instituições com responsabilidade” por não terem tido “uma atitude pedagógica” de explicar à população que podem solicitar este serviço à operadora.

Apesar de tudo, agora, a Altice vem apontar diretamente o dedo à Nos também relativamente a este assunto. “Estranha-se que, recebendo do Estado e, portanto, dos contribuintes, quase dez milhões de euros pelo contrato de serviço universal, apenas tenha responsabilidade por dois ou três clientes”, diz fonte da Altice, apontando o dedo à Nos. O serviço universal fixo é suportado pelo Fundo de Compensação do Serviço Universal, financiado pelas operadoras do setor.

Altice Portugal e Nos endurecem assim o discurso num momento crítico para o setor das telecomunicações, com a possibilidade em cima da mesa de a maior operadora em quota de mercado (Meo) vir a controlar o maior grupo de media em quota de mercado (Media Capital).

(Notícia atualizada às 14h46 com mais informações)

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Presidente da Nos: Altice Portugal tenta vender “serviços adicionais” a clientes afetados pelos fogos

  • ECO
  • 24 Março 2018

O líder da Nos disse que a Meo está a tentar vender mais serviços aos clientes que ficaram sem comunicações nos incêndios. Acusa Fibroglobal de "fraude" e diz que Governo e Anacom pactuam com ela.

O presidente executivo da Nos disse que a Altice Portugal está a propor aos clientes que viram as linhas de cobre arderem nos incêndios, e que ficaram sem comunicações, que migrem para uma rede de fibra ótica “com serviços adicionais”. Miguel Almeida acusou ainda a Fibroglobal de “fraude”, por ter sido “paga com dinheiros públicos” e estar “a ser usada de forma privada”.

Em entrevista ao Expresso (acesso pago), o gestor da Nos afirmou que existem clientes afetados pelos fogos que ainda não viram as comunicações serem repostas porque “grande parte” desses locais “é servida pela rede da Fibroglobal”. Para Miguel Almeida, o facto de esta rede, construída com recursos públicos, só ter como cliente a operadora Meo, “constitui uma fraude”. Este é um dossiê polémico no setor, na medida em que existem suspeitas de que a Fibroglobal seja detida por uma empresa alegadamente ligada à Altice, que pratica preços grossistas que os restantes operadores não querem suportar.

“São essencialmente clientes que estavam assentes na rede de cobre do incumbente [Altice Portugal]. O que o incumbente faz é propor-lhes a migração para serviços de fibra, com serviços adicionais”, indicou Miguel Almeida, apontando o dedo à Meo. “Não é já só voz fixa, tentam também vender televisão. Podem dar-se ao luxo de o fazer porque não há concorrência”, garantiu. A Altice Portugal tem vindo, efetivamente, a substituir linhas de cobre por uma rede de fibra ótica, como tem vindo a dizer o presidente executivo da dona da Meo, Alexandre Fonseca.

Desta feita, Miguel Almeida atirou: na Altice Portugal “usam uma rede que foi paga por dinheiros públicos [cerca de 30 milhões de euros de fundos europeus] em seu benefício próprio, o que é uma fraude com a qual sucessivos governos, não apenas o atual, e sucessivas administrações da Anacom, não apenas a atual, têm pactuado com o seu silêncio e a sua inação”.

Compra da TVI: “Quero acreditar que a operação não vai acontecer”

O líder da segunda maior operadora em termos de quota de mercado falou também do negócio da compra da Media Capital, dona da TVI, pela Altice Portugal. Questionado sobre se a empresa esmoreceu relativamente à operação, o gestor descartou essa hipótese: “Não esmorecemos coisíssima nenhuma”.

Ao Expresso, Miguel Almeida voltou a criticar a falta de deliberação por parte da ERC, que só tinha três dos cinco elementos e precisava de unanimidade para chumbar a operação, o que não aconteceu. “Quero acreditar que a operação não vai acontecer porque é muito negativa para os consumidores, para os cidadãos e, no limite, para a democracia”, garantiu.

Sobre se a Nos vai avançar para uma integração vertical semelhante com o setor dos media, o presidente executivo da Nos disse: “Não quero acreditar nisso porque acho que a operação vai ser alvo de oposição ou de remédios por parte da Autoridade da Concorrência”. E sublinhou: “Não é desejável a detenção de capital dos canais abertos, como a SIC ou a TVI, pelos operadores pela simples razão que a televisão tem um papel fundamental na informação do público. Não devem estar sujeitos a interesses económicos, nomeadamente de um operador de telecomunicações”.

Retorno dado aos acionistas “não nos deixa satisfeitos”

A Nos apresentou em meados deste mês uma subida de 37% nos lucros em relação ao ano passado, num montante superior a 124 milhões de euros. A empresa decidiu aumentar o dividendo em 50%, para 30 cêntimos por ação. Ou seja, a empresa decidiu dar aos acionistas 25% mais do que o lucrou no exercício do ano.

Sobre este facto, Miguel Almeida disse: “O retorno que estamos a dar aos capitais empregues não nos deixa satisfeitos, ainda é bastante limitado, devia ser mais elevado”. E confirmou que os acionistas querem mais: “O que nos é exigido é que seja superior. É mais compatível com um investimento sem risco do que com um investimento numa empresa”.

De recordar que o BPI, que era acionista qualificado da Nos na altura da apresentação de resultados, afirmou, acerca dos dividendos da operadora: “Apesar de ter superado o consenso, acreditamos que poderá haver algum descontentamento no mercado com o dividendo proposto”. Entretanto, o BPI deixou de ser acionista qualificado da Nos.

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Estas cinco empresas dão tudo o que lucraram aos acionistas. Incluindo a Sonae Capital, que teve prejuízos

Classificar estas cotadas de generosas talvez seja pouco: vão dar todos os lucros e mais alguns aos acionistas. Mesmo a Sonae Capital, cujo prejuízo não impede 15 milhões em dividendos.

Novabase, Sonae Capital, Nos, CTT e Jerónimo Martins: não há cotadas como estas.

Define-se payout como a parte dos lucros de uma empresa que vai para os acionistas. Mas quem teve prejuízos e mesmo assim vai distribuir dividendos pelos seus acionistas? Na bolsa de Lisboa, há uma empresa que apesar de ter fechado 2017 com as contas no vermelho vai remunerar os investidores. E também há aquelas vão dar o que lucraram e o que não lucraram para deixar os acionistas mais contentes. Classificar estas cotadas de generosas talvez seja pouco.

A Sonae Capital, empresa de capital de risco do grupo Sonae, registou prejuízos de 6,5 milhões de euros no ano passado. Mas isso não impediu a comissão executiva liderada por Cláudia Azevedo, filha de Belmiro de Azevedo, de manter o dividendo de seis cêntimos por ação. Ou seja, em cima da mesa estão 14,7 milhões de euros em remunerações aos acionistas, tornando mais difícil explicar o conceito por detrás de payout…

Os CTT e a Nos tão pouco ajudam a esclarecer o termo anglo-saxónico que define a parcela dos lucros que a empresa vai distribuir aos acionistas sob a forma de dividendo.

As cotadas mais generosas do PSI-20

Fonte: Reuters e CMVM

Por exemplo, o operador postal vai dar o dobro aos acionistas face ao resultado que obteve no ano passado: lucro 27 milhões de euros mas aos acionistas serão distribuídos 57 milhões de euros. Feitas as contas, o payout dos CTT supera mesmo os 200%, um cenário que não deverá voltar a repetir-se tão cedo, conforme já disse o presidente Francisco Lacerda.

Na Nos, cujo payout de 123,87% nos indica que também vai dar mais dividendos do que os lucros que obteve, o incrível é que nem mesmo assim os analistas pareçam ter ficado convencidos com a remuneração acionista: o BPI queria um dividendo maior do que os 30 cêntimos que a operadora liderada por Miguel Almeida propôs.

Mas por que razão as empresas estabelecem este tipo de políticas de remuneração acionista mais generosas? “Penso que traduz essencialmente a confiança das empresas relativamente ao futuro. Por outro lado, há empresas para as quais há diferenças mais significativas entre resultados e fluxos de caixa, sendo que a capacidade para pagar dividendos depende, em última instância, dos fluxos de caixa e não dos resultados“, explica Albino Oliveira, analista da Patris Investimentos, ao ECO.

Nos casos da retalhista Jerónimo Martins ou da tecnológica Novabase atingem-se pontos de equilíbrio entre lucros e dividendos. Se já compreendeu bem a definição de payout, então saberá que o payout nestas duas cotadas situa-se nos 100% (ou perto disso): tudo o que lucraram no ano passado vai para os bolsos dos investidores.

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NOS anuncia programa de aquisição de ações próprias

  • Lusa
  • 19 Março 2018

O “calendário e ritmo” do programa de aquisição de ações próprias, em vigor até 10 de abril, está dependente de “fatores de mercado” e evitará “perturbar o regular funcionamento do mesmo”.

A NOS anunciou esta segunda-feira um programa de aquisição de ações próprias, no qual poderá adquirir até um máximo de 650.000 ações e que decorre até 10 de abril.

Em comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), a NOS informa que o conselho de administração “aprovou um programa de aquisição das ações próprias, de acordo com os termos e condições aprovados em assembleia-geral sobre aquisição e alienação de ações próprias”.

“A NOS poderá adquirir até um máximo de 650.000 ações (0,1% de participação no capital social) destinadas a cobrir as obrigações da sociedade no âmbito dos planos de atribuição de ações aos trabalhadores, concedidos ao abrigo do plano de remuneração variável de curto e médio prazo da NOS, aprovado em assembleia geral de 23 de abril de 2014”, refere a nota.

A empresa “irá adquirir e deter ações limitadas a um máximo de 25% do volume diário médio de negociação na Euronext Lisbon e até um diferencial de preço máximo de mais ou menos 15% do preço mais baixo registado nas três sessões de mercado regulamentado imediatamente anteriores”, acrescenta.

Segundo a NOS, o “calendário e ritmo” deste programa estarão dependentes de “fatores de mercado” e evitarão “perturbar o regular funcionamento do mesmo”.

As ações não serão adquiridas em períodos considerados sensíveis por natureza, em especial em momentos próximos à divulgação de informação privilegiada e resultados trimestrais ou atualizações do negócio”, refere ainda o comunicado.

A NOS compromete-se ainda a prestar atualizações regulares ao mercado sobre ações adquiridas ao abrigo deste programa e até um máximo de sete sessões após as negociações serem finalizadas.

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BPI deixa de ter participação qualificada na Nos

O banco já só detém 1,88% da operadora e deixou de estar entre os principais acionistas.

O BPI deixou de ter uma participação qualificada na Nos, anunciou o banco esta terça-feira, em comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários. A instituição bancária detém agora apenas 1,88% da operadora de telecomunicações, valor abaixo dos 2% necessários para que uma participação seja considerada qualificada.

O BPI detém agora um total de 9.690.938 ações da Nos, número que corresponde a 1,881% do capital da empresa. Antes desta comunicação, o BPI detinha 2,009% da Nos.

A alienação foi feita pelo fundo de pensões do BPI. No final do primeiro semestre do ano passado, segundo a informação disponibilizada pela Nos, o banco ainda detinha 2,77% do capital da operadora, sendo o segundo maior acionista, atrás da ZOPT, controlada por Isabel dos Santos e pela Sonae.

Agora, o BPI deixa de figurar entre os principais acionistas da Nos. Esses lugares são ocupados pela ZOPT, que detém 52,15% da operadora, pela Blackrock (com 2,24%), MFS Investment Management (2,14%) e Norges Bank (2,11%).

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Nos critica Anacom. Regulador é “sensacionalista”

A Nos não esconde o desconforto que se tem gerado entre as empresas do setor com a nova liderança do regulador. Para o presidente, Miguel Almeida, a Anacom tem comunicado de forma "sensacionalista".

As operadoras não estão contentes com a Anacom, a entidade que regula o setor das telecomunicações em Portugal. E, esta segunda-feira, a voz de Miguel Almeida, presidente executivo da Nos NOS 0,66% , juntou-se ao coro que se tem insurgido contra o regulador, alegando que João Cadete de Matos, líder da Anacom, divulga as decisões primeiro aos jornais e só depois às empresas. Um coro que é composto pelas três principais operadoras portuguesas.

Numa conferência de imprensa, confrontado com a recente decisão da Anacom, que considerou que alguns tarifários em Portugal violam leis europeias, Miguel Almeida não poupou nas palavras. “Fomos surpreendidos por uma conferência de imprensa. Não estávamos habituados a funcionar assim. É estranho que o regulador não trabalhe com os operadores no sentido de melhorar o setor e assim melhorar o contributo do setor para a sociedade. Esta forma de trabalhar é relativamente estranha”, atirou o líder da segunda maior operadora nacional em termos de quota de mercado.

No final de fevereiro, a Anacom anunciou numa conferência de imprensa que vários tarifários não respeitam os princípios do fim do roaming e da neutralidade da internet. A entidade poderá ainda avançar com um ultimato, dando 40 dias às empresas para ajustarem as ofertas em questão. Ainda decorria o encontro com os jornalistas e já as três operadoras — Meo, Nos e Vodafone — divulgavam uma resposta conjunta, questionando a atitude do regulador.

Nessa altura, João Cadete de Matos defendeu-se, explicando: “Nós temos de os ouvir para decidirmos, mas as nossas decisões são totalmente independentes. As notificações foram feitas, foram enviadas ainda ontem. Que isso fique completamente claro.” Ainda assim, é claro e notório o desconforto que a nova Anacom, agora liderada sob a batuta de João Cadete de Matos, está a gerar nas empresas portuguesas do setor.

Sobre este ponto, Miguel Almeida, presidente da Nos, continuou: “Penso que, na história do setor em Portugal, nunca existiu em nenhum momento, em nenhuma decisão da Anacom no passado, uma reação coordenada dos principais operadores. Penso que é inédito e é inaudito”. “A única forma de olhar para isso é perceber que por trás dessa reação conjunta está, de facto, o choque e a perplexidade [das operadoras] por esta maneira de abordar os termos”, sublinhou, reiterando que “há anos” que as operadoras tentam clarificar junto do regulador quais “os impactos” da neutralidade da internet, “sem sucesso”.

“Fomos surpreendidos por esta decisão, comunicada de forma sensacionalista, na nossa opinião. Mas em relação a matéria de facto, aquela que nos vai permitir avaliar quais são as consequências, nós ainda estamos a analisar porque só recebemos a deliberação depois da notícia”, reforçou o gestor. Momentos antes, em resposta a uma pergunta do ECO, Miguel Almeida já evidenciado esse desconforto: “A Anacom teve a amabilidade de dar uma conferência de imprensa para dizer aquilo que não nos disse a nós. Responderemos em sede própria”, referiu o CEO da operadora portuguesa.

A Nos apresentou esta segunda-feira os resultados de 2017. A empresa surpreendeu o mercado ao revelar uma subida de 37% nos lucros para mais de 124 milhões de euros. Segundo o líder da operadora, foi um ano “particularmente desafiante” e de uma “intensidade competitiva bastante anormal”.

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