Altice Portugal lança Meo na Apple TV. Vende box a 219,99 euros

O serviço da Meo vai passar a estar disponível na Apple TV. Para quem não a tem, a empresa está a vender a box 4K da Apple a 219,99 euros.

A Altice Portugal anunciou esta quarta-feira que a televisão da Meo vai passar a estar disponível na Apple TV, integrada com as outras funcionalidades já existentes nesta tecnologia da fabricante do iPhone. A empresa vai também começar a vender a box da Apple TV com capacidade 4K e 64 GB de armazenamento, por 219,99 euros.

De acordo com João Epifânio, administrador da Altice Portugal para a área das vendas, a aplicação da Meo vem integrada na Apple TV para os clientes que adquiram a box na loja da operadora. O serviço inclui não só a televisão linear, em direto, mas também os filmes e séries que já passaram na televisão.

Este lançamento insere-se na estratégia de “diversificação” do portefólio de serviços da Altice Portugal, a tempo da época do natal. Atualmente, a empresa líder na TV em Portugal é a Nos, mas a Altice Portugal considera que este lançamento vai ajudar a Meo a chegar à liderança em breve, disse Alexandre Fonseca, presidente executivo da empresa, à margem do congresso da APDC: “Este é mais um passo para a liderança na TV, que se aproxima a passos largos”.

Aos jornalistas, Alexandre Fonseca disse ainda que estes serviços, como a Apple TV, “não são uma ameaça” para a Altice Portugal e disso resulta a lógica de parceria fechada entre a empresa e a Apple. No evento, não esteve presente qualquer responsável da marca da maçã no evento organizado pela operadora portuguesa.

À margem do congresso, a Altice Portugal demonstrou as potencialidades desta parceria, nomeadamente a possibilidade de recuar e avançar na emissão de forma rápida e simples, bem como uma experiência de zapping igualmente veloz. Desde novembro, a Apple TV em Portugal passou a incluir o serviço de streaming Apple TV+, que custa 4,99 euros por mês.

Correção: Uma versão anterior indicava que a box custaria 299,99 euros. No entanto, a box custa 219,99 euros. Aos leitores e visados, as nossas desculpas.

(Notícia atualizada às 12h52 com mais informações)

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Altice Portugal promete serviços financeiros nos próximos três meses

A Altice Portugal prometeu lançar produtos e serviços fora do "normal âmbito de atividade" do grupo "nos próximos três meses". Um deles poderá ser o Altice Bank.

A Altice Portugal vai apresentar nos “próximos três meses” produtos e serviços que não fazem parte do “normal âmbito de atividade” da empresa, entre os quais deverão estar os serviços financeiros, indicou o presidente executivo da dona da Meo, Alexandre Fonseca. Uma das novidades poderá ser o banco digital Altice Bank.

“Os próximos três meses vão ser férteis em muitas novidades, muitos serviços e muitos produtos, fora do nosso normal âmbito de atividade, fora da componente telco“, disse o gestor, num encontro com jornalistas esta quinta-feira. Questionado sobre se um deles é o Altice Bank, Alexandre Fonseca frisou, sem confirmar ou negar: “Serviços financeiros, sim. Essa é uma área em que estamos a trabalhar, na área ativa de serviços financeiros”.

Mas também indicou: “Quando prometemos, cumprimos. Temo-nos comprometido com os clientes e parceiros com um conjunto de segmentos de mercado”, indicou.

Este sinal surge dois anos depois de se saber que o grupo Altice pretende entrar no negócio dos serviços financeiros, estando a desenvolver um banco digital, o Altice Bank. Atualmente, a empresa já se encontra a trabalhar com dois parceiros na área da banca, o que lhe permitirá maior flexibilidade do ponto de vista regulatório.

Alexandre Fonseca admitiu em outubro de 2018 que a Altice Portugal estava, à data, a “discutir ativamente com dois bancos nacionais” para lançar o projeto. Não se conhecem mais detalhes, mas, em França, a concorrente Orange lançou o Orange Bank em 2017, com contas e crédito bancário.

Porém, no mesmo encontro, o administrador financeiro da Altice Portugal, Alexandre Matos, aconselhou: “Saiam da visão clássica de banco”, disse, sugerindo assim que a Altice Portugal poderá entrar em qualquer uma das áreas dos serviços financeiros, desde o crédito aos meios de pagamento, por exemplo.

Instado a indicar o que é que a empresa vê nos serviços financeiros, Alexandre Fonseca apontou: “Temos de estar atentos. Temos de ter a capacidade de perceber as tendências internacionais. Aquilo que, hoje, o consumidor final procura é comodidade e conveniência”, referiu. Esta semana, foi conhecido que a Google também está a preparar uma espécie de banco digital em 2020, fornecendo contas correntes aos clientes.

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Mais clientes puxam receitas da Altice Portugal para 536 milhões de euros no terceiro trimestre

O desempenho operacional e um "rigoroso" controlo dos custos levou a Altice Portugal, dona da Meo, a registar melhores resultados no terceiro trimestre, revelou a empresa.

Os resultados da Altice Portugal melhoraram no terceiro trimestre, período em que a empresa viu as receitas crescerem tanto em cadeia como quando comparadas com o trimestre homólogo de 2018. Este crescimento, justificado com um melhor desempenho operacional, um “rigoroso” controlo das despesas, a “estabilização” da margem bruta e o programa de pré-reformas, levou a empresa a consolidar a estabilização das contas no acumulado dos nove meses do ano.

Segundo um comunicado divulgado pela empresa, os lucros antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (EBITDA) “estabilizaram” no trimestre face ao ano passado e melhoraram 1,2% em cadeia, fixando-se em 216 milhões de euros. Esta evolução regista-se há sete trimestres consecutivos, refere a Altice Portugal.

Este desempenho é explicado com o crescimento das receitas no trimestre. O montante de 536 milhões de euros representa uma subida de 2,1% em termos homólogos e 2,8% em cadeia. Concretamente, a empresa tem estado focada na fibra ótica e fechou o mês de setembro com 58% da base de clientes nessa tecnologia, mas também ganhou clientes, na ordem das 190 mil adições líquidas no período. O perímetro da fibra também tem sido alargado, com 4,8 milhões de casas passadas com fibra da Altice Portugal.

“Os indicadores operacionais revelam-se, uma vez mais, claramente positivos, impulsionados pelo segmento de retalho, onde a base de clientes únicos cresceu mais 5.000 neste trimestre”, refere a empresa no mesmo comunicado em que revela que as adições líquidas neste negócio totalizaram as 173 mil. No segmento empresarial, a dinâmica foi “positiva” em “todos os principais produtos”, mas a Altice Portugal não discrimina as receitas por segmento de negócio, apenas a evolução percentual, que foi positiva na generalidade dos indicadores.

A ajudar o desempenho operacional no trimestre esteve ainda, no segmento grossista, a sazonalidade do negócio, com a entrada de estrangeiros em Portugal que acabaram por usar a rede móvel da Meo em roaming, mas também o “tráfego doméstico relacionado com os concursos de TV”. Isto numa altura em que a dona da SIC tem reportado um crescimento percentual de dois dígitos das receitas com chamadas de valor acrescentado, como noticiou o ECO. Contudo, as receitas do negócio grossista caíram 5,3% face ao trimestre homólogo, uma vez que estas melhorias “não compensaram os impactos negativos da regulação”, especialmente o corte nos preços da Televisão Digital Terrestre impostos pela Anacom.

“Estes números e conquistas são o resultado da estratégia de liderança encetada pela Altice Portugal, que se consubstancia em investimentos em rede, produtos mais inovadores, comprometimento na melhoria do atendimento ao cliente, crescimento sólido da base de clientes e liderança no crescimento de aquisições de mercado”, conclui, na mesma nota, o grupo liderado em Portugal por Alexandre Fonseca.

Altice Europe cresce e refinancia dívida

Ao nível internacional, a Atice Europe ATC 0,00% registou um EBITDA ajustado de 1,407 mil milhões de euros, mais 8,2% do que no trimestre homólogo, enquanto as receitas totais de 3,666 mil milhões de euros representaram uma melhoria de 6,3% face aos mesmos três meses de 2018.

O grupo conseguiu ainda refinanciar uma parte da sua dívida, num total de 2,5 mil milhões de euros, alargando a maturidade da mesma. Deste valor, uma tranche de 550 milhões de euros foi conseguida a um juro de 2,50%, o mais baixo alguma vez alcançado pela Altice France, que atingirá a maturidade em janeiro de 2025.

Ainda assim, a maior tranche da dívida da Altice Portugal, 12,2 mil milhões de euros, apenas tem de ser paga em 2026. E a empresa garante ter fechado o trimestre com uma liquidez disponível de 3,4 mil milhões de euros.

Numa chamada telefónica com analistas, Patrick Drahi, fundador do grupo Altice, enalteceu os resultados positivos alcançados e não escondeu que surgem depois de um “primeiro trimestre um pouco negativo”. No entanto, o gestor promete que, depois destes resultados no terceiro trimestre, “o quarto vai ser ainda melhor”.

Na mesma chamada, Alain Weill, presidente executivo da Altice Portugal, avançou que o processo de venda da rede de fibra ótica da Meo continua em curso. A administração está a avaliar sete propostas pelo ativo, mas não tem pressa para o vender, uma vez que a rede está a “valorizar” a cada mês, disse o gestor.

(Notícia atualizada às 17h12 com mais informações)

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Altice renova patrocínio ao Altice Arena por mais dez anos

O Altice Arena vai manter o nome por mais dez anos. A dona da Meo renovou o contrato com o consórcio Arena Atlântico, de Luís Montez, mas não revela o montante envolvido.

A Altice renovou com o Arena Atlântico o contrato de patrocínio do nome do pavilhão multiúsos do Parque das Nações, pelo que este vai continuar a chamar-se Altice Arena por mais dez anos. Num evento em Lisboa, a dona da Meo anunciou ainda também a instalação de uma célula 5G no local onde começa esta segunda-feira o Web Summit.

“Celebramos o continuar desta parceria. Vão ser mais dez anos que vamos continuar ao lado desta equipa. Mais dez anos de Altice Arena”, afirmou o presidente executivo da empresa, Alexandre Fonseca. Questionado pelo ECO, o líder da Altice Portugal não quis revelar o montante envolvido na renovação.

O Altice Arena, antigo Pavilhão Atlântico, é a maior sala de espetáculos do país e é controlada pela Arena Atlântico, do consórcio liderado por Luís Montez. O pavilhão serve esta semana de palco principal ao Web Summit, a maior feira de tecnologia, inovação e empreendedorismo da Europa.

A Altice Portugal anunciou também a “cobertura integral” da Altice Arena com 5G, rede móvel de quinta geração. “A partir deste momento, a Altice Arena está servida por uma célula macro 5G, já durante o Web Summit, mas que depois vai permitir a todos os que já têm telemóveis 5G poderem desfrutar desta tecnologia”, afirmou Alexandre Fonseca.

A empresa exemplificou o potencial da tecnologia com uma chamada em tempo real da sede da Altice, em Picoas, para a Altice Arena, no Parque das Nações. No entanto, esta tecnologia é apenas um teste e a empresa ainda não pode comercializar a rede ao público. Assim, neste momento, mesmo quem tenha um smartphone com suporte 5G ainda não pode usar esta rede criada pela Altice Portugal.

A rede 5G da Altice Portugal tem um débito teórico de 2 Gbps, mas depende das condições de propagação. Em Lisboa, a Altice testou o débito desta rede 5G e conseguiu ultrapassar os 400 Mbps, uma velocidade muito superior à das atuais redes 4G.

Esta ação da Altice Portugal coincide com o dia em que também a operadora concorrente Nos anunciou cobertura 5G no Web Summit. “Após a cobertura integral da cidade de Matosinhos com a quinta geração de comunicações móveis, a Nos disponibiliza também 5G em todo o espaço em que se realiza esta edição do Web Summit”, avançou a operadora liderada por Miguel Almeida, em comunicado.

Segundo a Nos, “a FIL e o Pavilhão Atlântico, assim como áreas adjacentes, estão cobertas por uma rede 5G integralmente operacional para pilotos”. Ou seja, ainda não está disponível ao público.

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Altice Portugal pressiona Governo a dissolver administração da Anacom

A Altice Portugal invocou um artigo dos Estatutos da Anacom para pressionar o Governo a dissolver a administração do regulador, liderada por João Cadete de Matos.

A Altice Portugal invocou um artigo dos Estatutos da Anacom para pressionar o Conselho de Ministros a dissolver a administração do regulador, uma decisão que faz subir de tom o diferendo entre as duas entidades. Num comunicado, a dona da Meo considera que “estão verificadas as condições” para afastar o presidente João Cadete de Matos e respetiva equipa do Conselho de Administração da Anacom.

Esta notícia representa um raro passo para uma operadora de telecomunicações, uma vez que a liderança da Anacom, à semelhança do que acontece nos demais reguladores, é considerada inamovível. João Cadete de Matos foi nomeado para o cargo em 2017 e aprovado para um mandato de seis anos. Mas, em linhas gerais, só pode sair por sua própria decisão ou por dissolução justificada do Governo. É este último cenário que a Altice Portugal vem agora exigir, por causa do processo do lançamento do 5G.

“A Altice Portugal considera que, não obstante o estatuto de independência do regulador, estão verificadas as condições previstas nos seus Estatutos (artigo 24.º) que justificam a dissolução do Conselho de Administração da Anacom”, lê-se num comunicado. O ECO contactou a Anacom, mas ainda não foi possível obter uma reação.

O artigo em causa prevê que “o Conselho de Administração só pode ser dissolvido e a destituição de qualquer dos seus membros só pode ocorrer por resolução do Conselho de Ministros fundamentada em motivo justificado”. A lei clarifica que “existe motivo justificado sempre que se verifique falta grave, responsabilidade individual ou coletiva, apurada em inquérito instruído por entidade independente do Governo, e precedendo audição da comissão parlamentar competente”.

Ora, a Altice Portugal acredita existirem motivos para avançar com o processo. Em causa, o calendário para o 5G, que abrange um processo de migração da frequência da Televisão Digital Terrestre (TDT) e um leilão de frequências com início marcado para abril de 2020. Nos últimos meses, a operadora (que é responsável pela TDT) e o regulador têm protagonizado um pingue-pongue de críticas e acusações, o que levou a empresa a dizer basta, partindo agora para uma tentativa de afastar a liderança do regulador.

A Altice Portugal considera que, não obstante o estatuto de independência do regulador, estão verificadas as condições previstas nos seus Estatutos (artigo 24.º) que justificam a dissolução do Conselho de Administração da Anacom.

Altice Portugal

“Sobre as declarações proferidas pelo presidente da Anacom relativas à migração do serviço TDT e consultas relativas ao 5G em Portugal, elas consistem apenas numa tentativa de maquilhar a total incompetência e descontrolo na gestão de todo o processo, refletindo um irrealismo absolutamente assustador. É impensável que alguém com a responsabilidade de regulação neste setor venha a público garantir o que é impossível de garantir, demonstrando um desconhecimento absoluto das áreas em apreço”, critica a Altice no comunicado onde pede a dissolução.

Assim, para a operadora liderada por Alexandre Fonseca, chegou-se “a uma situação incomportável, que já ultrapassa o âmbito do setor e o contexto das telecomunicações, onde todos os limites são ultrapassados e onde impera uma ausência de verdade, com declarações vagas e vazias, que apenas pretendem esconder a realidade que, infelizmente, já muito prejudica o país”. A empresa considera ainda que esta oposição à postura da Anacom “é já merecedora de amplo consenso na esmagadora maioria dos agentes económicos envolvidos, direta ou indiretamente”.

As operadoras têm estado de costas voltadas com João Cadete de Matos. Acusam o presidente da Anacom de assumir uma postura de confronto e oposição aos players do setor.ANTÓNIO COTRIM/LUSA

Esta não é a primeira vez que a Altice Portugal pede a demissão do presidente da Anacom. A empresa já o sugeriu no passado. No entanto, este é o primeiro passo assumido e concreto de embate com a entidade que policia as telecoms, mais concretamente através da pressão que é exercida sobre o Conselho de Ministros, o órgão que pode desencadear o processo para tentar demitir a liderança da Anacom.

Para além dos jornais, a “guerra” entre Altice Portugal e a Anacom tem sido combatida nos tribunais. No episódio mais recente, a dona da Meo avançou para o Tribunal Administrativo para tentar impugnar juridicamente o calendário da Anacom para a migração da TDT. Este processo é importante na medida em que a faixa do espetro que vai ser libertada é necessária ao desenvolvimento do 5G na Europa.

Face às acusações de que tem sido alvo, a Anacom, reiteradamente, tem recusado ser um obstáculo ao desenvolvimento do setor. Pelo contrário, o regulador tem vindo a justificar as medidas com o interesse público e a defesa dos direitos dos consumidores. Por exemplo, numa das propostas mais recentes, a Anacom obrigou as operadoras a fornecerem gratuitamente aos clientes um novo tipo de fatura, onde é indicado, com detalhe, o período de fidelização a que o cliente está sujeito e quanto tem de pagar se quiser quebrar o vínculo.

Além disso, João Cadete de Matos tem vindo a introduzir no debate uma nova medida, chamada roaming nacional, através da qual se prepara para obrigar as operadoras de 5G a partilharem infraestruturas no interior do país, de forma a acelerar o lançamento da tecnologia em localidades mais remotas. Por sua vez, esta medida tem sido duramente criticada pelas empresas de telecomunicações.

(Notícia atualizada pela última vez às 12h59)

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Altice Portugal impugna em tribunal decisão da Anacom para o 5G

A Altice Portugal considera que o prazo definido pela Anacom para começar a libertar a faixa dos 700 MHz, ocupada atualmente pela TDT, é "impossível" de ser cumprido. Decide avançar para tribunal.

A Altice Portugal vai impugnar no Tribunal Administrativo a decisão da Anacom sobre os direitos de utilização da frequência Televisão Digital Terrestre (TDT), uma condição do processo de implementação do 5G em Portugal. Qual é a consequência imediata? Fica em causa o calendário definido pelo regulador das telecomunicações para a libertação da chamada “faixa dos 700 MHz”, que é uma parte do espetro eletromagnético que vai alojar o 5G, mas está atualmente ocupada pela TDT. O regulador queria ter este trabalho concluído até 30 de junho de 2020, mas a dona da Meo considera que a data é “impossível de cumprir”, estimando que o processo se arraste até à terceira semana de julho de 2020. Esta decisão já foi comunicada pela empresa à Anacom, ao Governo e até ao Presidente da República.

Numa decisão final, publicada a 8 de outubro, o regulador apontou o início dos trabalhos entre a terceira semana de janeiro e a primeira de fevereiro. A Altice garante “ter já desencadeado as ordens de encomenda junto dos seus fornecedores para os novos equipamentos, necessários para a migração de frequências”, de forma a libertar a faixa ocupada pela TDT, mas as encomendas vão levar quatro meses a estarem concluídas. Assim, estima que só esteja em condições de iniciar a mudança da TDT na segunda semana de fevereiro.

“A Altice Portugal rejeita veementemente quaisquer responsabilidades por eventuais atrasos no processo”, refere a empresa, apontando algumas condicionantes, como é o caso da “ocorrência de fenómenos meteorológicos adversos”. “A data de 30 de junho de 2020 [para concluir a libertação da faixa do espetro] não é possível de ser atingida”, garante a empresa.

O processo de migração da TDT vai obrigar os portugueses a terem de sintonizar novamente os aparelhos, algo que pode ser feito sem custos, no menu do descodificador ou da própria televisão, no caso dos aparelhos mais modernos. Também não é necessário aderirem a TV paga, nem sequer deslocar a antena. A intenção da Anacom é a de que o processo comece “de sul para norte” e termine nas regiões autónomas dos Açores e da Madeira.

Perante esta decisão de impugnação através dos tribunais, estão lançadas as bases para um atraso no processo de migração e, consequentemente, no lançamento do 5G em Portugal. A Anacom deu à Meo flexibilidade para “estabelecer o calendário e o ritmo dos trabalhos”, mas apenas “dentro dos limites definidos”. Para a operadora, contudo, “apesar de a Anacom afirmar a flexibilidade do calendário por ela decidido, a Altice Portugal considera o mesmo bastante vulnerável face a potenciais atrasos ou imprevistos”.

A Altice Portugal é a responsável pela gestão do serviço de TDT em Portugal. Ainda que se prepare para tentar a impugnação, a mesma não é garantida e está dependente da decisão do Tribunal Administrativo.

Depois da publicação desta notícia, o presidente executivo da Altice Portugal sugeriu na rádio TSF que o presidente da Anacom, João Cadete de Matos, deveria demitir-se. “Algo vai muito mal com a regulação do setor das comunicações em Portugal. Quem tem essas responsabilidades deve ponderar seriamente sobre a sua posição e sobre o mal que está a fazer a este setor em Portugal e daí tirar as suas ilações”, afirmou.

O ECO também contactou a Anacom, no sentido de obter uma reação a estas informações. Encontra-se a aguardar resposta.

O 5G é a próxima geração da rede móvel, proporcionando uma maior quantidade de dispositivos ligados em simultâneo e com velocidades de acesso muito mais elevadas do que as registadas na atual rede 4G (LTE Advanced). Esta tecnologia é vista como crítica para a competitividade do país, uma vez que servirá de base a evoluções como os carros autónomos e o streaming de vídeo em muito alta definição e a 360 graus, por exemplo.

No entanto, as operadoras em todo o mundo têm-se mostrado apreensivas em investir já no 5G, dada a pouca quantidade de terminais (smartphones) capazes de suportar este tipo de conectividade. Além disso, o comprimento de onda do 5G é menor (isto é, a frequência é maior) e este tipo de radiação eletromagnética não penetra tão facilmente em obstáculos, o que obriga a uma rede com maior capilaridade e, consecutivamente, mais investimento por parte das empresas de telecomunicações.

Outro desafio para as operadoras prende-se com o preço das licenças. Alguns países europeus já realizaram leilões de frequências e os preços das licenças têm sido elevados. Em junho, o Estado alemão arrecadou 6,6 mil milhões de euros com a venda de licenças 5G, um investimento que forçou a Vodafone a cortar os dividendos pagos aos acionistas, algo que aconteceu pela primeira vez na história da companhia.

Há muito que a Comissão Europeia definiu o calendário para o 5G. A intenção do executivo de Jean-Claude Juncker é que, em 2020, todos os Estados-membros da União Europeia tenham pelo menos uma cidade com cobertura 5G. Neste sentido, o diferendo entre a Altice e a Anacom não ameaça diretamente a agenda de Bruxelas, mas poderá representar um risco.

Correção: O comprimento de onda no 5G é menor, o que explica o facto de estas ondas não penetrarem tão facilmente em obstáculos. Uma versão anterior indicava que o comprimento de onda seria maior.

(Notícia atualizada às 11h12 com declarações do CEO da Altice Portugal)

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Paga TV mas só quer Netflix. Compensa cortar o cabo?

A maioria dos pacotes de comunicações obriga a ter um serviço de TV que muita gente não usa desde que chegou a moda do streaming. A alternativa é cortar e só ter internet. Mas será que compensa?

Está na altura de cortar o cabo da televisão… ou talvez não.Hugo Amaral/ECO

Os pacotes têm uma coisa boa e uma coisa má. Juntam vários serviços numa só mensalidade, mas obrigam os clientes a pagarem coisas que muitas vezes nem usam. É assim nas telecomunicações. Nem todos tiramos o máximo rendimento dos serviços que contratamos em pacote e não é difícil encontrar alguém que paga telefone mas não usa, paga televisão mas não vê.

Após uma análise atenta aos serviços que usam, muitos consumidores apercebem-se de que as chamadas que fazem é com o telemóvel, ou que só ligam a televisão para ver séries em streaming. E, por estas razões, não precisam mais do que de uma ligação à internet. Após fazerem as contas, percebem que a televisão por cabo é dos serviços mais caros do pacote e que está na altura de cortar no que não é preciso.

Mas será que vale a pena cortar o cabo da box, ficar só com a internet em casa e pagar, antes, uma subscrição da HBO ou da Netflix? Em certos casos, a resposta é um “sim”. Mas cada caso é um caso. Por isso, a resposta mais acertada é um “talvez”. O principal problema é que a maioria das operadoras não vende a internet em separado, ou é demasiado cara para compensar o custo de oportunidade de não ter TV por cabo em casa.

Só internet mais streaming desde 24,99 euros

Vamos testar cenários? Imagine que vive num sítio com fibra da Nos. As ofertas comerciais consultadas pelo ECO mostram que deve conseguir pôr só internet em casa por 26,99 euros por mês, a uma velocidade de 100 Mbps, mais do que suficiente para ver filmes e séries em muito alta definição. Se tiver uma TV moderna, somando o custo do catálogo da HBO de 4,99 euros por mês, pagará um valor mensal total de 31,98 euros.

Tendo em conta esse cenário, não ter TV em casa significa uma poupança de três euros por mês, tendo em conta os 29,99 euros que custam o pacote da Nos com TV, internet e telefone. Ao fim de um ano, são 36 euros de poupança, mais do que uma mensalidade do pacote de telecomunicações com três serviços.

Compensa? Depende do ponto de vista. É que no cenário analisado, pagando mais três euros por mês, teria acesso à 120 canais de televisão linear. É um pequeno preço que poderá compensar o custo de oportunidade. Ou seja, são apenas mais três euros para ter TV em casa que, um dia, até pode dar jeito para ver em casa aquele jogo de futebol da seleção. Se compensa ou não, só o leitor o pode dizer.

 

(carregue para ampliar)

Outro exemplo, desta vez com a Nowo. A antiga Cabovisão permite uma poupança mais significativa se quiser ter só internet em casa e subscrever a HBO ou a Netflix. O problema é que a cobertura da Nowo é muito, muito limitada à escala do país. Mesmo assim, analisemos um cenário em que tem acesso à fibra da Nowo, a 120 Mbps. Pagará 20 euros por mês para ter só internet em casa.

Somando o custo da HBO, pagaria no total 24,99 euros por mês para ter o catálogo na sua smart TV. São menos 6,99 euros do que a opção da Nos (dica: paga uma subscrição do Spotify) e fica com internet ainda mais rápida. Mas, uma vez mais, se tiver cobertura da Nowo, pagaria 22,50 euros por um pacote com a mesma internet e com 90 canais de televisão. Neste caso, o pacote mais o serviço da HBO ficaria a 27,49 euros.

Novamente, ter TV em casa apenas custaria um valor reduzido, na ordem dos 2,5 euros por mês. Um preço que poderá compensar o custo de oportunidade.

 

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O ECO sondou ainda as ofertas da Meo. No caso da operadora da Altice, um primeiro assistente referenciou uma oferta comercial só com internet, a 23,99 euros por mês, mas o ECO não conseguiu confirmar este valor. Isto porque um segundo assistente, contactado, garantiu que a empresa não comercializa acessos à internet a não ser em pacote. Por isso, segundo dados consultados pelo nosso jornal, o mais semelhante seria um pacote com internet e telefone, por 27,99 euros, um euro mais caro do que a oferta da Nos.

Também no caso da Vodafone, a operadora não comercializa apenas internet. A alternativa mais semelhante é, novamente, o pacote com internet e telefone, por 25,90 euros. É mais barato do que a alternativa da NOS, mas a velocidade é apenas de 30 Mbps e obriga a ter telefone em casa. Ainda assim, em ambos os casos, o leitor é que decide o que faz mais sentido em cada caso. Ou casa.

Opções são caras. “Não haverá grande ganho em ter só internet”, reconhece a Deco

A análise do ECO permitiu apurar que só a Nos e a Nowo publicitam ofertas comerciais só com internet fixa. “Custa-me compreender a resistência” das operadoras, comenta o advogado Tito Rodrigues, responsável jurídico da Deco, a associação de defesa do consumidor. Nesta altura do campeonato, seria expectável existirem soluções mais adequadas ao público mais jovem, que “muitas vezes não têm interesse nas soluções integradas”, sublinha.

Lembrando que a Nos e a Nowo têm opções comerciais só de internet, o especialista em telecomunicações da Deco aponta, no entanto, que estas “provavelmente” não respondem à “expectativa de velocidade e preço” dos consumidores. As empresas de telecomunicações “acabam por entregar o 3P [triple play, isto é, um pacote com três serviços, como TV, internet e telefone] que acaba por ser mais vantajoso em termos de preço. No fundo está a retirar valor”, remata.

“As opções só de internet são de facto caras. Tirando a da Nowo, as outras opções [só de internet ou com 2P] são todas com valores superiores. Ficamos muito próximos das opções acima de um 3P. Do ponto de vista de casmurrice de um consumidor que queira apenas internet, não haverá grande ganho em ter só internet”, brinca o responsável da Deco.

Do ponto de vista de casmurrice de um consumidor que queira apenas internet, não haverá grande ganho em ter só internet.

Tito Rodrigues

Responsável jurídico da Deco

Ao nível do mercado, os preços têm-se mantido relativamente semelhantes nas diferentes operadoras e Tito Rodrigues não foge desse facto: “Há harmonização de preços. O mercado foi bastante dinâmico até à maturidade, há cerca de cinco anos”, aponta. A não disponibilização de ofertas só com internet, por exemplo, é também uma forma de estas empresas “defenderem as suas quotas de mercado” e protegerem as receitas numa altura em que se prevê que tenham de fazer investimentos avultados no lançamento do 5G.

Por fim, Tito Rodrigues recorda que a lei da defesa do consumidor “proíbe” as operadoras de fazerem depender a contratação de um determinado serviço à aquisição de outros serviços e produtos. Ou seja, na prática, se reclamar junto da operadora, esta é obrigada a vender a internet sem pacote. Reconhecendo que as operadoras “não publicitam” essa informação, o especialista aponta, contudo, que o valor cobrado pelas operadoras nestes casos “é de tal maneira disparatado” que deixa de fazer sentido “escolher aquele serviço” de um ponto de vista económico.

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Altice lamenta que Anacom desvie atenções dos seus erros e incapacidades no 5G

  • Lusa
  • 11 Setembro 2019

Dona da Meo afirma que a decisão Anacom de atrasar o 5G é "completamente unilateral e grave". Ataca também o “atraso já visível” no processo de migração da TDT.

A Altice Portugal lamenta que o regulador das comunicações desvie as “atenções” dos seus erros e “incapacidades no processo de implementação do 5G” (quinta geração móvel) e reiterou a gravidade do calendário proposto.

“A Altice Portugal reafirma a gravidade do calendário proposto pela Anacom [Autoridade Nacional de Comunicações] e da colocação da Região Autónoma dos Açores e da Madeira em último lugar na migração da faixa dos 700 Mhz [megahertz] da TDT [televisão digital terrestre], face à grande probabilidade de tal calendário não poder ser cumprido, prejudicando a implementação da rede 5G no território”, disse, em comunicado, a dona da Meo.

Neste sentido, a empresa lamentou que o regulador, “para desviar atenções dos seus próprios erros e incapacidades no processo de implementação do 5G, produza afirmações falsas”, notando que não é verdade que a Altice Portugal tenha sido consultada sobre qualquer questão relativa às regiões autónomas.

“Esta decisão é da Anacom e completamente unilateral e grave, porque, para além de discriminatória negativamente para os arquipélagos, prejudica-os no processo de implementação técnica e comercial desta rede”, vincou.

"Para desviar atenções dos seus próprios erros e incapacidades no processo de implementação do 5G, [Altice lamenta que a Anacom] produza afirmações falsas.”

Fonte oficial da Altice

Para a Altice, prova disso é o “atraso já visível” no processo de migração da TDT face ao calendário definido pelo regulador, “acrescido do facto das regiões autónomas terem sido injustificadamente remetidas para o fundo da lista”.

A empresa sublinhou que essa discriminação “é inconcebível”, tendo em conta o combate à insularidade, “praticada pelo Estado e pelas empresas há mais de três décadas”.

A dona da Meo referiu ainda que sempre entendeu “eficiente e dignificante” para os seus projetos iniciar pilotos ou ensaios nos arquipélagos, de que é exemplo o ‘Disaster Recovery’ ao nível dos cabos submarinos nas regiões autónomas.

“É do conhecimento público que a responsabilidade de elaboração do calendário de implementação do projeto, com seis meses de desfasamento entre regiões do continente e os arquipélagos, é exclusivamente da Anacom (…). Os arquipélagos portugueses vão ficar mais atrasados na migração da TDT e na implementação da rede 5G, fator este que os prejudicará economicamente”, lê-se no documento.

A Altice Portugal lembrou ainda que, por diversas vezes, alertou a Anacom sobre o calendário, defendendo que este é impraticável.

“Neste contexto vago e de incertezas, a manutenção da data de 01 de julho para a disponibilização do 5G na faixa dos 700 Mhz está objetivamente em causa, com consequências nefastas para a economia nacional, bem como para a credibilidade das instituições e do próprio país. Lembramos que, no atual momento, países da União Europeia como Espanha, Itália, França, Alemanha e Inglaterra viram já concluídos os seus processos de atribuição de frequências, alguns destes já com ofertas comerciais públicas”, concluiu a empresa.

Também a Anacom esclareceu, face a críticas por parte da Altice, que “o processo necessário ao desenvolvimento do 5G está a decorrer conforme o programado e de acordo com as determinações europeias”.

Em comunicado, o regulador explicou que as declarações da dona da Meo “sobre o desenvolvimento do 5G em Portugal e a libertação da faixa dos 700 MHz atualmente afeta à TDT, bem como a existência de qualquer implicação para as regiões autónomas do calendário previsto para a respetiva migração, proferidas ontem [terça-feira] na Madeira, justificam o presente esclarecimento”.

O regulador veio recordar que antes de avançar com o processo de libertação da faixa de 700 MHz levou a cabo uma consulta pública, no ano passado.

A Anacom disse ainda que “esta pretensão não foi acolhida” por si, sendo que, o organismo “entendeu dar cumprimento à meta definida em termos europeus, tendo consagrado no Roteiro Nacional para a faixa dos 700 MHz, aprovado pelo Governo, por despacho do secretário de Estado das Infraestruturas, o objetivo de assegurar o processo de atribuição deste espectro até 30 de junho de 2020”.

O regulador recordou ainda que, “na sequência das reuniões técnicas com a Altice”, foi aprovado, dia 21 de agosto, o sentido provável de decisão relativo às alterações da rede de TDT, “no contexto da libertação da faixa dos 700 MHz, em consulta pública até ao próximo dia 19 de setembro”.

Quanto ao planeamento da migração, a entidade garantiu que “a Altice manifestou a sua preferência por inverter a ordem de realização dos trabalhos no continente, nomeadamente devido a questões climatéricas”, e que, por isso, os trabalhos começarão no sul e terminam no norte do país. Só depois irão passar às regiões autónomas.

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IP Telecom quer que Altice cumpra contrato até 2020

  • ECO
  • 22 Agosto 2019

Denúncia do contrato para o enterramento de até 1.000 quilómetros de cabos só tem efeitos em dezembro de 2020. IP Telecom vai notificar Altice que até lá terá de cumprir o trabalho acordado.

A Altice anunciou na terça-feira a denúncia do contrato/protocolo celebrado com a IP Telecom para o enterramento de até 1.000 quilómetros de cabos. Mas o Estado, através da IP Telecom, vai notificar a empresa para que até dezembro de 2020 o trabalho acordado seja feito em 265 quilómetros.

A informação é avançada esta quinta-feira pelo Jornal de Negócios (acesso pago), que adianta que o contrato, feito por um período de 20 anos, só pode ser denunciado três anos após a sua celebração, tendo essa denúncia de ser formalizada com a antecedência mínima de 180 dias.

Ou seja, embora a dona da Meo tem feito a denúncia dentro do prazo legal, já que os efeitos do acordo só cessam a 7 de dezembro de 2020, o Estado entende que é até essa data a empresa terá de cumprir o contratado e enterrar, pelo menos, os 265 quilómetros identificados em concelhos considerados de maior risco de incêndio.

E só nessa altura é que o Estado poderá apurar se houve ou não incumprimento da dona da Meo, sendo que nesse caso a resolução de litígios caberá designadamente à Anacom, adianta ainda o jornal.

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Porque é que os cabos não foram enterrados? Os argumentos da Altice e do Governo

A Altice rompeu um protocolo com a IP Telecom que previa que 1.000 quilómetros de cabos fossem enterrados em zonas de incêndios e garante que o Governo já sabia.

O primeiro-ministro, António Costa (à esquerda) e o presidente executivo da Altice Portugal, Alexandre Fonseca (à direita).Montagem ECO

A 21 de outubro de 2017, no rescaldo dos graves incêndios que naquele ano vitimaram mais de uma centena de pessoas, a Altice e a Infraestruturas de Portugal (IP) anunciaram um protocolo para enterrar 1.000 quilómetros de cabos em zonas de elevado risco até 2019. Ano e meio depois, não só apenas foram enterrados 100 quilómetros como o acordo tem a morte anunciada.

Esta terça-feira, ao início da manhã, a dona da Meo comunicou aos jornais que o verniz estalou entre a empresa e a IP Telecom (IPT), a empresa pública do grupo IP dedicada às telecomunicações. Num comunicado, a empresa liderada por Alexandre Fonseca falou em “inação” e nos obstáculos levantados pela IPT e, rasgando o contrato em vigor, anunciou que não quer mais voltar a ter negócios com aquela empresa.

Pouco depois, surgiram as reações do Governo e da própria IP. Fonte oficial do Ministério das Infraestruturas e Habitação disse que “foi com enorme surpresa” que o Governo tomou conhecimento da rutura da Altice e “pelos jornais”. “No passado dia 8 de agosto, no seguimento de uma de várias reuniões que vinham ocorrendo entre Governo, Altice e IP sobre este assunto, foi possível chegar a um acordo entre as partes, tendo sido ultrapassadas as divergências que subsistiam até essa data, relativas a custos e condições de implementação dos termos do protocolo”, sublinhou a mesma fonte.

Do lado da IP, a empresa pública falou em “exigências” colocadas pela Altice Portugal, garantindo que “sempre mostrou disponibilidade para aceder” às mesmas. “Não se compreende a posição agora assumida pela Altice, nem se reconhece fundamento para uma eventual denúncia do contrato, assinado entre as partes a 7 de dezembro de 2017″, comunicou a empresa.

Altice desmente Governo

Neste cenário, a Altice Portugal emitiu um segundo comunicado, onde dá uma versão diferente da que foi veiculada pelo Governo. Segundo o grupo, “quer a IPT, quer o Ministério das Infraestruturas, foram informados pela Altice Portugal sobre a decisão de renúncia do contrato nos dias 5 e 8 de agosto, e ainda hoje [terça-feira], por escrito, à primeira hora da manhã, numa comunicação remetida à IPT com conhecimento” do ministério tutelado por Pedro Nuno Santos.

“A Altice Portugal esclarece que o Governo tem conhecimento da decisão de rescisão do contrato com a IPT desde dia 5 de agosto, dia em que o presidente executivo da empresa [Alexandre Fonseca] reuniu e informou o Secretário de Estado das Comunicações [Alberto Souto de Miranda] dessa intenção, dando-lhe conta, novamente, de todas as dificuldades levantadas e obstáculos criados pela IPT ao longo de um ano e meio”, frisa ainda a segunda nota emitida esta terça-feira pela dona da Meo.

Em relação à reunião de dia 8 de agosto, sobre a qual o Governo refere que permitiu “chegar a um acordo entre as partes”, a Altice Portugal vem agora dar conta de uma expectativa diferente. “Esclarecemos que a reunião de dia 8 de agosto foi o momento que a Altice Portugal encontrou para poder, junto do Secretário de Estado das Infraestruturas [Jorge Delgado], denunciar o comportamento da IPT”, sublinhou a empresa.

A empresa conclui esta segunda nota, mostrando-se irredutível na decisão de romper com a IPT. “A Altice Portugal não admite perpetuar qualquer tipo de relação de parceria com quem não cumpriu minimamente as suas obrigações, sendo estas de interesse público”, conclui a companhia.

Protocolo previa 1.000 quilómetros de cabos enterrados. Ficou a faltar um 0

O ECO recuperou o comunicado de 21 de outubro de 2017, no qual a Altice Portugal e a IP anunciaram o protocolo que não teve sucesso. Nessa nota, as duas empresas admitiam que o acordo era “relevante no combate contra os impactos causados pelos incêndios, constituindo uma solução que permite contribuir e reforçar as medidas e meios de resposta de emergência e de prevenção”.

“Nas últimas semanas”, indicava a Altice na altura, as duas empresas “promoveram a realização de um levantamento exaustivo de todas as infraestruturas aptas a alojar elementos de rede” em áreas de risco de incêndio. Em causa, uma extensão total de 1.000 quilómetros de cabos que poderiam ser enterrados com recurso às condutas da IPT… até 2019.

Um ano e meio depois, a Altice Portugal pôde enterrar apenas 100 quilómetros de cabos de rede e nem os conseguiu ligar à rede geral da Meo, segundo esclareceu hoje a empresa. Ao que o ECO apurou, com a rutura do protocolo, a empresa tenciona também desinstalar a infraestrutura que tinha sido instalada.

De recordar que o primeiro-ministro, António Costa, foi um dos principais promotores da ideia de que o traçado aéreo da infraestrutura de rede deveria ser enterrado em condutas. Por várias vezes, o governante apontou o dedo à Altice pelas falhas de comunicações durante o grande incêndio de Pedrógão Grande (incluindo num debate quinzenal) e, em agosto de 2017, numa entrevista ao Expresso, reiterou responsabilizar a empresa por essas falhas, tendo falado em “substituir os cabos aéreos por cabos subterrâneos nas estradas que já disponham de calhas técnicas para o efeito, mas que estão vazias”.

Leia o comunicado da Altice e IP, de 21 de outubro de 2017, a anunciar o protocolo que não teve sucesso

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Altice desiste de enterrar cabos em zonas de risco de incêndio. Acusa IP Telecom de “inação”

Operadora denunciou contrato assinado em 2017 com a IP Telecom alegando falta de cooperação da empresa pública na concretização de "um desígnio político criado pelo Governo português".

Após um ano e meio de espera, a Altice desistiu de enterrar cerca 1.000 quilómetros de cabos de telecomunicações, usando a infraestruturação da IP Telecom (IPT). O projeto, que a empresa diz ser “um desígnio político criado pelo Governo”, surgiu após os fogos de 2017 e visa proteger a infraestrutura de telecomunicações em zonas de elevado risco de incêndio florestal. Quase dois anos depois da assinatura do contrato com a operadora do grupo Infraestruturas de Portugal e quando estão protegidos apenas cerca de 100 quilómetros de cabos, a empresa liderada por Alexandre Fonseca anuncia formalmente a denuncia do contrato.

De acordo com o comunicado, há mais de um ano e meio que a Altice Portugal espera que estejam reunidas “todas as condições necessárias para a efetiva concretização” do contrato, o que não só não aconteceu, “como, ainda, foi a todo o tempo obstaculizada pela Infraestruturas de Portugal (IP) e pela IPT no processo de enterramento de cabos”. A operação representaria um investimento de seis milhões de euros, segundo estimativas da empresa.

Com 100 quilómetros de cabo enterrados, a Altice diz que nem estes estão a funcionar, já que “nunca conseguiu estabelecer as ligações da sua própria rede aos Canais Técnicos Rodoviários”, devido às barreiras criadas pela IPT. Face a isto, ao que o ECO apurou, com a denúncia do contrato, a empresa prepara-se também para desinstalar os cabos que já tinham sido instalados.

Lembrando que este é “um desígnio político criado pelo Governo português” e que a Altice foi “o único operador que [o] aceitou implementar” — ainda que isso constitua “um investimento na duplicação de 2/3 de partes da sua rede” —, a empresa garante que manteve o Executivo informado da situação e que “todas as mensagens e orientações dadas pelo Governo à IP e IPT têm sido completamente ignoradas por estas entidades, colocando em causa o interesse público nacional”.

Altice recusa novos contratos com IP e IPT

Perante esta situação, a Altice Portugal rejeita a hipótese de voltar a ter contratos com a IP ou com a IPT. Não só a dona da Meo vê uma “total falta de condições” para a manutenção do contrato em causa como repete a intenção para “quaisquer outros que possam vir a surgir com a IP e/ou a IPT”.

“Durante o referido período [mais de um ano e meio], a Altice Portugal solicitou por seis vezes audiências com o Governo português tendo em vista denunciar a atuação e inação da IP e IPT”, sublinha a dona da Meo. Em algumas das quais estiveram presentes o secretário de Estado das Infraestruturas, Guilherme W. d’Oliveira Martins; outras o então ministro das Infraestruturas, Pedro Marques; outras com o secretário de Estado das Comunicações, Alberto Souto de Miranda; e uma última com o secretário de Estado das Infraestruturas, Jorge Delgado, de acordo com a empresa.

No mesmo comunicado, onde dá conta da rutura, a Altice Portugal “afirma que sempre teve a abertura e compreensão dos membros do Governo do Ministério da tutela, atento ao facto de que tanto em reuniões como nas audiências citadas ter ficado sempre provado aos olhos destes a vontade inequívoca da Altice Portugal em cumprir este contrato de parceria, bem como esta ser completamente alheia aos obstáculos criados ao longo do tempo pela IP e IPT”.

“Volvido este tempo, não há outra decisão que a Altice Portugal possa tomar que não a denúncia do contrato com a IPT”, conclui o grupo liderado por Alexandre Fonseca.

O Governo já reagiu a esta notícia, garantindo que teve conhecido da denúncia do contrato “pelos jornais”. A IP, reagindo às acusações, falou em “exigências” da Altice Portugal e disse não compreender a decisão da empresa.

(Notícia atualizada às 12h36 com mais informações)

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Meo substitui a Nos na gestão da rede informática do SNS

A Altice Portugal, através da Meo, venceu um concurso público para ficar a cargo da rede informática do Serviço Nacional de Saúde (SNS).

A Meo, detida pela Altice Portugal, venceu o concurso público para a manutenção da rede que liga as diversas instituições do Serviço Nacional de Saúde (SNS). O contrato terá a duração de dois anos e permitirá à Meo substituir o atual prestador, que é a concorrente Nos.

“A PT Empresas, marca da Altice Portugal para o segmento empresarial, conquista a Rede Informática da Saúde (RIS) 2020, via concurso público”, anunciou a empresa liderada por Alexandre Fonseca, num comunicado. Segundo a empresa, a RIS é “uma componente fulcral do ecossistema de informação da saúde” e opera “24 horas por dia, todos os dias do ano”.

Entre os serviços que vão ter de ser garantidos pela Meo está a manutenção de uma “rede privada e exclusiva” para as entidades ligadas ao Ministério da Saúde e, “especialmente, para as unidades funcionais nos cuidados de saúde primários”. A Altice Portugal garante que a rede tem em conta a cibersegurança, com “melhorias relevantes” face à rede atual.

A Meo terá ainda de proporcionar uma “cobertura de acesso de Wi-Fi à internet para todos os utentes que visitem as entidades do SNS e do Ministério da Saúde, assegurando acesso livre e de qualidade a serviços digitais cedidos na internet nestas entidades de saúde”. Outro aspeto é o fornecimento de “uma gama personalizada de serviços de comunicações de voz fixa e móvel, tanto para as entidades dos cuidados de saúde primários, como para as entidades hospitalares”.

“A nova RIS 2020 revela uma infraestrutura mais resiliente e com capacidades internas que garantem uma mais eficaz monitorização, possibilitando um melhor controlo e análise do tráfego e, esta forma, uma melhor segurança de toda a informação que circula” na rede, conclui a empresa.

A Altice Portugal prepara-se, assim, para ter sob sua responsabilidade mais uma infraestrutura crítica do Estado, um contrato público que é ganho poucas semanas depois de o Estado ter chegado a um acordo para comprar à Altice a totalidade do capital da SIRESP S.A., a empresa que detém a rede de comunicações de emergência do Estado. A Altice e a Motorola, no entanto, vão continuar a ter sob sua alçada a manutenção dessa rede.

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