Alexandre Fonseca ataca estudo do SIRESP. “Demonstra profunda ignorância”, diz presidente da Altice Portugal

O presidente da Altice Portugal foi duro com o estudo pedido pelo Governo à rede SIRESP. "É um ato de auto-estimulação intelectual de um conjunto de teóricos", atirou.

Alexandre Fonseca, presidente da Altice Portugal, tece duras críticas ao estudo da rede SIRESP pedido pelo Governo ao Instituto de Telecomunicações, que concluiu que melhorar e modernizar a rede pública de comunicações de emergência pode custar até 25 milhões de euros. “É um estudo que demonstra profunda ignorância e desconhecimento”, disse o responsável da empresa que está responsável pela manutenção da rede até meados de 2021.

Salientando que teve conhecimento das conclusões através da imprensa, Alexandre Fonseca foi demolidor. “Daquilo que li, fico preocupado. Parece que este estudo é um ato de auto-estimulação intelectual de um conjunto de teóricos, de nível académico”, disse o gestor à margem de uma iniciativa da empresa no sul do país, criticando o trabalho por ter “falta de aderência à realidade”. “Não conhecem a realidade do nosso país, não conhecem a geografia”, atirou o líder da dona da Meo.

Alexandre Fonseca explicou que o estudo segue “um conjunto de ideias que são de quem não conhece a realidade”. “Falarmos de construir uma rede nova enterrando cabos e gastar 25 milhões de euros é não ter a mínima noção do que se está a falar: construir um quilómetro de rede enterrada em terreno aberto custa só 25.000 euros; construir em calçada urbana custa 40.000 euros por quilómetro; construir numa estrada que esteja asfaltada por cima custa 70.000 euros por quilómetro”, disse.

Sobre a recomendação de assentar o SIRESP numa rede baseada em estruturas públicas, o líder da Altice Portugal questionou: “quais?”. “Qual é o número de torres que o IP Telecom tem em Portugal? Eu respondo: zero. Qual é a extensão do canal técnico rodoviário que a IP tem para que se possa enterrar cabos? Menos de 10.000 quilómetros. A extensão só da rede da Altice — só da rede da Altice — são mais de 70.000 quilómetros de traçados aéreos por todo o país”, contra-argumentou.

Em meados deste mês, o Governo chegou a um acordo com a Motorola e a Altice Portugal para comprar a totalidade do capital da SIRESP S.A., a empresa que gere a rede pública de comunicações de emergência, que tem sido desenvolvida pela Altice. Ao abrigo do contrato de prestação de serviços em vigor, a dona da Meo continuará responsável pela rede até ao fim do contrato, em meados de 2021.

Esta quinta-feira, o Público noticiou que o grupo de trabalho que analisou o SIRESP a pedido do Governo concluiu que a rede não é segura e que necessita de investimentos entre 20 milhões e 25 milhões de euros. Entre as várias recomendações, o relatório sugere que o Governo pense já numa alteração da estrutura da rede, criando uma rede de cabos de fibra ótica enterrados ou com ligações por feixes hertzianos, com redundância, a instalar “em cerca de dois anos”.

A ideia é a de aproveitar infraestruturas públicas ara esse efeito, de acordo com o documento, consultado pelo jornal. Ou seja, deixando de usar as infraestruturas detidas pela Altice Portugal, usando, em seu lugar, as da empresa pública IP Telecom. “A utilização de infraestruturas de telecomunicações de empresas públicas, como a IP Telecom, possibilita o uso mais eficiente de bens públicos e reduzir a dependência do Estado de interesses de privados, cujo princípio de orientação para o lucro se poderá encontrar desalinhado com o interesse público”, aponta o relatório, que é rebatido pelo presidente executivo da Altice Portugal.

(Notícia atualizada às 12h29 com mais informações)

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Governo promete acordo com a Altice sobre o SIRESP ainda hoje. Estado vai pagar “o valor justo”

  • ECO
  • 13 Junho 2019

O ministro da Economia diz que o acordo com a Altice para que o Estado passe a controlar o SIRESP deverá ser fechado esta quinta-feira.

Pedro Siza Vieira garantiu que o acordo com a Altice para a passagem do SIRESP para o controlo do Estado vai ser fechado esta quinta-feira, prometendo que o Governo pagará “o justo valor que resulta dos livros da empresa”.

Em entrevista à SIC Notícias, confrontado com o prazo de 13 de junho dado pelo primeiro-ministro para a celebração do acordo, Pedro Siza Vieira assumiu “ter indicadores” que apontam para que um acordo fique fechado ainda durante esta quinta-feira.

“Faz sentido que o Estado adquira o capital da empresa, que o sistema passe a ser um sistema de titularidade pública e isso estará muito brevemente resolvido”, reforçou o ministro Adjunto e da Economia.

Recusando revelar o preço que o Estado vai pagar por uma posição que lhe permita o controlo da maioria do capital, Pedro Siza Vieira referiu apenas que “o Estado vai pagar o justo valor que resulta dos livros da empresa” — e “não mais do que isso”, disse.

Como anunciou o Governo na semana passada, já estará fechado um “acordo de princípio” para a operação, cujo teor ainda não é conhecido.

A SIRESP S.A., que detém a infraestrutura na base da rede de comunicações de emergência do Estado, é detida atualmente em 52,1% por uma subsidiária da Altice Portugal, dona da operadora de telecomunicações Meo; 33% pela Parvalorem, empresa do Estado; e 14,9% pela Motorola.

O reforço da posição do Estado no capital da empresa foi uma necessidade assumida pelo Governo após as falhas registadas no sistema de comunicações no combate ao grande incêndio de Pedrógão Grande, em 2017.

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Investidores baixam avaliação da fibra da Meo. Altice afunda 4%

  • ECO
  • 5 Junho 2019

As empresas que estão na corrida à fibra da Altice atribuem avaliações entre 3-4 mil milhões de euros. A Altice Europe quer pelo menos 5 mil milhões.

Pelo menos 1.000 milhões de euros é a diferença entre a avaliação dos interessados na rede de fibra ótica da Altice ATC 0,00% em Portugal e o valor pedido pela empresa, revelou a Bloomberg esta terça-feira. Uma notícia que está a penalizar as ações do grupo cotadas em Amesterdão, que tombam em torno de 4%. Chegaram a cair 7%, pouco depois de conhecida a informação.

Numa altura em que se espera que o dossiê da venda da rede de fibra da Meo entre na reta final, a Bloomberg noticiou que os investidores estão a avaliar o ativo entre 3.000 milhões e 4.000 milhões de euros, enquanto a Altice Europe quer, no mínimo, 5.000 milhões de euros pela infraestrutura.

A divergência nas expectativas dos investidores e da dona da Meo terá levado a que alguns interessados decidissem não apresentar propostas finais e vinculativas, sublinha a agência. A empresa fundada por Patrick Drahi encontra-se agora a decidir se vende por um montante inferior ao pretendido ou se desiste da venda e mantém o ativo no portefólio.

Evolução das ações da Altice em Amesterdão

Os responsáveis da Altice em Portugal e França têm atirado para o fim do semestre o anúncio de uma decisão em torno da venda. Não se sabe se a Altice Europe já decidiu de que forma poderá realizar a venda, caso aconteça: a venda da totalidade do ativo, a alienação de uma posição maioritária no negócio ou até a venda de uma posição minoritária, mantendo o controlo. A decisão deverá variar consoante a oferta.

Os investidores interessados tinham de submeter propostas vinculativas até ao fim de maio. Segundo a Bloomberg, o fundo privado Antin Infrastructure apresentou uma proposta final. Os espanhóis da Cellnex Telecom, que estava entre os primeiros interessados, terão desistido de apresentar uma oferta, assim como a Brookfield Asset Management.

(Notícia atualizada às 10h51 com mais informações)

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Governo ainda longe de um acordo no SIRESP

  • ECO
  • 24 Maio 2019

TSF diz que Altice espera resposta das Finanças sobre proposta de pré-acordo enviada há oito dias. ECO noticiou há semana e meia que memorando de entendimento deve surgir até final do mês.

Há meses que o Governo negoceia com a Altice e a Motorola a aquisição do controlo do Siresp, a empresa responsável pela rede de comunicações de emergência do Estado português. Mas apesar de o primeiro-ministro ter dito há mais de uma semana que o acordo estava “por horas”, as conversações parecem ter estagnado.

A Altice terá enviado para o Ministério das Finanças uma proposta de pré-acordo na quinta-feira da semana passada, mas o Governo ainda não terá respondido, avança a TSF.

Segundo relata a rádio, Mário Centeno convocou a administração da Altice no início de maio para uma reunião no Ministério das Finanças. O Governo queria saber se a empresa de telecomunicações estaria interessada em vender a participação que detinha no Siresp, avançando-se com um valor global para os 52% detidos pela Altice e os 15% da Motorola de cerca de dez milhões de euros.

Esta sexta-feira, o ministro da Finanças, quando questionado sobre estas negociações disse que “estão no quadro que o senhor primeiro-ministro definiu na Assembleia da República”. “Três vetores: são urgentes, e por isso estão a decorrer; são negociações e por isso não se comentam à frente de microfones; e têm um objetivo, que é garantir a permanência da segurança que o SIRESP traz ao sistema nacional de proteção civil, e garantir que, nesse contexto, o Estado possa passar a deter todas as participações na empresa”, disse Mário Centeno aos jornalistas à margem de uma conferência em Lisboa.

São negociações e por isso não se comentam à frente de microfones; e têm um objetivo, que é garantir a permanência da segurança que o SIRESP traz ao sistema nacional de proteção civil.

Mário Centeno

Ministro das Finanças

Já a 13 de maio, quando António Costa anunciou ao Parlamento que uma solução para as negociações entre o Governo e os acionistas do Siresp “estava por horas”, o presidente da Altice foi chamado ao Ministério das Finanças para uma reunião tardia, tendo então ficado decidido que Alexandre Fonseca prepararia uma proposta de pré-acordo para ceder 52% da empresa ao Estado. Esta proposta foi enviada a 16 de maio e até ao momento não surgiu qualquer resposta da tutela.

O Siresp é uma empresa à beira da insolvência e que atualmente reclama 11 milhões de euros ao Estado por ter investido na redundância da rede de comunicações de emergência que falhou nos incêndios trágicos de 2017. Contudo, este é um valor que não recebeu qualquer visto do Tribunal de Contas, pelo que exige uma solução alternativa para ser de alguma forma restituído.

(Notícia atualizada às 11h14 com as declarações de Mário Centeno)

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Altice Portugal está “a entrar numa fase de saúde e recuperação”

O administrador financeiro da Altice Portugal considera "evidente" que a dona da Meo está "a entrar numa fase de recuperação". Receitas da empresa estabilizaram.

O administrador financeiro da Altice Portugal considera “evidente” que a empresa está “a entrar numa fase de saúde e de recuperação”. Concretamente, Alexandre Matos referia-se à melhoria de 1,3% do cash flow da empresa no primeiro trimestre, em termos homólogos, que considerou ser o “indicador que os acionistas mais olham”.

Num encontro com jornalistas esta sexta-feira, na sede da empresa, o administrador financeiro leu os resultados divulgados no dia anterior e recordou que “a empresa vinha numa senda de queda de receita” há vários trimestres, estando agora “a viver um momento de inversão”.

A Altice Portugal obteve uma receita total de 509 milhões de euros no primeiro trimestre, uma subida ligeira, de 0,4%, face ao mesmo período do ano passado. Já o EBITDA (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) ajustado recuou 1,4% em termos homólogos, para 206 milhões de euros, uma evolução justificada com “investimento em marketing” e outros custos.

No mesmo encontro, a empresa revelou que cada cliente fixo, no segmento de consumo, gera uma receita mensal de 32 euros. Este indicador, chamado de ARPU (average revenue per user), tem vindo a cair há vários anos, mas apresenta uma tendência de evolução positiva à medida que a empresa vai convertendo clientes de ADSL e satélite em clientes de fibra. A estratégia é aumentar a receita média por utilizador não com um aumento direto dos preços, mas com uma subida do valor prestado ao cliente.

Em Portugal, um cliente de fibra tem mais serviços à sua disposição. Neste sentido, acaba por ser “um cliente com um grau de lealdade maior”, explicou Alexandre Matos. A empresa tem cerca de 1,1 milhões de clientes de fibra e quase 4,59 milhões de casas passadas. “Para nós, é prioritário fazer migrações com a tecnologia fibra”, assumiu o gestor.

Apesar da intenção, não foi o segmento de consumo a beneficiar as contas da Altice Portugal, até porque as receitas praticamente estabilizaram, caindo apenas 0,2%, mas crescendo o número de clientes únicos. Foi, sim, o segmento empresarial, cujas receitas subiram 1,2%, impulsionadas por “novas linhas de receita”, como as “soluções de integração de sistemas” e os “serviços de IoT”, por exemplo.

É evidente que estamos a entrar numa fase de saúde e de recuperação.

Alexandre Matos

Administrador financeiro da Altice Portugal

Venda da fibra decidida em breve

A Altice Portugal vai divulgar a decisão do processo de venda da rede de fibra ótica ainda neste semestre. A garantia foi reiterada por Alexandre Matos, que lembrou que ainda existe “uma quantidade razoável de propostas em discussão e análise”. No entanto, essa fase “não é feita aqui”, mas sim pela sede da Altice Europe ATC 0,00% , em França.

Questionado pelo ECO sobre se existem investidores portugueses envolvidos no negócio, o gestor disse não ter conhecimento de propostas portuguesas e que as existentes foram apresentadas por “consórcios internacionais”.

Para além do comprador, falta saber em que modelo é que o negócio se vai concretizar. A empresa já alocou o ativo a uma nova subsidiária e poderá vender a totalidade do capital, manter uma posição maioritária ou até manter uma posição minoritária. De qualquer das formas, Alexandre Matos indicou que nada está decidido.

Evolução das ações da Altice em Amesterdão

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Plano de pagamentos da Nowo à Altice “está a ser cumprido”

O grupo Nowo está a respeitar o plano de pagamentos fechado com a Altice Portugal em novembro. Acordo evitou pedido de insolvência da empresa no final do ano passado.

O grupo Oni/Nowo está a respeitar o plano de pagamentos fechado com a dona da Meo para regularizar a dívida que tinha perante a empresa. A informação foi avançada pelo administrador financeiro da Altice Portugal, Alexandre Matos, numa altura em que a Nowo já terá sido alvo de uma injeção de capital por parte do fundo KKR.

“Está a ser cumprido”, garantiu o administrador da Altice Portugal, quando questionado sobre o desfecho do processo, que envolveu o pedido de insolvência da Oni interposto pela dona da Meo em setembro — e, entretanto, retirado.

Em novembro, a Oni fechou com a Altice Portugal um plano de pagamentos do montante que rondaria os oito milhões de euros. Mais de metade do valor já terá sido pago, uma vez que essa era uma das condições do acordo (a outra era a extinção do pedido de insolvência, condição que se verificou ainda em 2018). É esse plano que, agora, a dona da Meo confirma que está a ser cumprido, referindo-se ao valor remanescente.

Sem falar em valores, Alexandre Matos disse apenas tratar-se de uma “conta a receber razoavelmente alta” para justificar as medidas tomadas no final do ano passado. “Resolveu-se”, comentou, num encontro com jornalistas que decorreu esta sexta-feira, na sede da empresa, em Lisboa.

A Oni e a Nowo (antiga Cabovisão), agrupados na Cabolink, foram ativos vendidos pela Altice aos franceses da Apax em 2015, condição essencial para que as autoridades portuguesas autorizassem a compra da PT Portugal, agora Meo. No entanto, a Oni/Nowo estará agora sob o controlo do fundo KKR, em virtude de dívidas da Apax, avançou o Público (acesso pago) em dezembro.

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Lucro antes de impostos da Altice Portugal caiu 1,4% no primeiro trimestre. Receitas estabilizam

O lucro antes de impostos da Altice Portugal caiu 1,4% no primeiro trimestre em termos homólogos. Mas as receitas estabilizaram e registaram uma subida marginal.

A Altice Portugal reportou que o lucro antes de impostos caiu 1,4% no primeiro trimestre, para 206 milhões de euros, comparativamente com o mesmo período do ano passado. Ainda assim, os resultados divulgados esta quinta-feira evidenciam uma estabilização das contas da operadora. Apesar da queda do EBITDA (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações), a dona da Meo obteve receitas de 509 milhões de euros no primeiro trimestre, uma subida marginal de 0,4% face ao trimestre homólogo.

Os serviços prestados às empresas impulsionaram ligeiramente as receitas da Altice Portugal, com a empresa a registar um crescimento de 1,2% das receitas com este negócio. No entanto, as receitas com o segmento de consumo caíram 0,2% em termos homólogos, devido às “medidas regulatórias desfavoráveis, como é o caso do decréscimo das tarifas de terminação”, justifica a dona da Meo num comunicado.

“A evolução homóloga da receita do Segmento Consumo encontra-se praticamente estabilizada, com -0,2% sobretudo pelo contínuo crescimento da Base de Clientes Únicos nos últimos seis trimestres, traduzindo-se em 26 mil clientes nos últimos 12 meses e 36 mil nos últimos 18 meses”, refere a companhia liderada por Alexandre Fonseca.

Um desempenho que assenta na “estratégia de construção de fibra ótica”. Neste período, a Meo registou 41 mil adições líquidas à base de clientes de fibra e, no total, são já 4,59 milhões de casas passadas. Além disso registou “14 mil adesões líquidas no Parque de Serviços TV” e de 33 mil no negócio mobile, onde a empresa já conta com “quase três milhões” de clientes.

Para expandir a infraestrutura, concretamente a rede de 4G, a empresa liderada por Alexandre Fonseca investiu 100 milhões de euros no trimestre, menos cinco milhões de euros do que no mesmo período do ano passado.

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Altice paga taxa de mais de 10% para se financiar no mercado

  • ECO
  • 7 Maio 2019

Dona da Meo financiou-se em quase três mil milhões de euros, mas acabou por pagar uma taxa de juro mais elevada do que em anteriores emissões.

A Altice foi obrigada a pagar uma taxa de juro elevada para se financiar nos mercados. De acordo com o Financial Times (acesso condicionado, conteúdo em inglês), a dona da Meo acabou por conseguir quase três mil milhões de euros, mas com juros que chegaram a superar os 10%.

A Altice financiou-se com obrigações que têm uma maturidade de oito anos, mas em duas tranches. Numa delas, obteve 1,4 mil milhões de euros com uma taxa de 8%, mas na outra os 1,6 mil milhões de dólares obtidos obrigaram a empresa liderada por Patrick Drahi a pagar um juro de 10,5%.

Estes 10,5% pela dívida em dólares representaram, de acordo com o FT, um custo bem mais avultado que o registado pela Altice em anteriores operações de financiamento. Uma vez que a taxa de juro de referência em dólares é mais elevada, é normal que a yield exigida pelos investidores tenha sido mais elevada, tendo a Altice intenção de trocar os títulos para euros, o que acabará por ditar uma descida dos juros.

A CreditSights salienta o facto de o custo suportado pela Altice ter sido “materialmente” mais elevado do que aquela que é a taxa implícita na dívida da empresa já no mercado. Uma emissão de 750 milhões de euros com maturidade em 2025 está a transacionar com uma taxa abaixo de 7% no mercado secundário.

Nesta operação, os investidores norte-americanos demonstraram menos confiança no grupo de telecomunicações que os europeus. Os 50 mil milhões de euros em dívida, fruto de várias aquisições ao longo dos anos, entre elas a da Meo, mantêm muitos investidores em alerta, receando a capacidade de a empresa cumprir com o pagamento dessa mesma dívida.

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Nasceu uma nova empresa: Meo Serviços Técnicos. Sindicato pede reunião urgente a Alexandre Fonseca

  • Lusa
  • 18 Abril 2019

A Frente Sindical pediu uma reunião urgente ao presidente executivo da Altice Portugal por causa da criação de uma nova empresa no grupo, a Meo Serviços Técnicos.

A Frente Sindical que representa trabalhadores da operadora Altice disse que os trabalhadores foram “totalmente surpreendidos” com o anúncio da criação da nova empresa Meo Serviços Técnicos e solicitaram uma reunião urgente ao presidente executivo da empresa.

Em comunicado, os sindicatos da Frente Sindical sublinham que os trabalhadores reagiram “de forma muito negativa ao que foi anunciado”, pelo que a Frente Sindical solicita uma “reunião urgente com o CEO [presidente executivo]” para esclarecer as dúvidas sobre o processo.

Os sindicatos decidiram ainda realizar reuniões conjuntas nos locais de trabalho a partir do dia 1 de maio “para partilhar informações, ouvir os trabalhadores e tomar decisões coletivas” sobre o assunto, anunciam em comunicado.

A decisão de criar uma nova empresa designada por Meo Serviços Técnicos, que irá englobar toda a estrutura da atual Direção de Field Operations (DOI), foi comunicada aos sindicatos da Frente Sindical no dia 15. Os sindicatos consideram que os objetivos que foram comunicados pela empresa “não são essenciais” porque para “reforçar o nível de autonomia e agilidade da qualidade de serviço, não seria necessário criar uma nova empresa”.

“É evidente aos olhos de todos que a DOI deixou de ter uma liderança eficaz, mas esse problema, cuja responsabilidade é da gestão da Meo/Altice, não se resolve com uma nova empresa”, considera a Frente Sindical. Para os sindicatos, “reduzir os efetivos da Meo/Altice faz parte da agenda estratégica da Altice e para atingir esses objetivos, encontraram agora um novo figurino que são os contratos de cedência ocasional”.

Na segunda-feira, 15 de abril, a Altice Portugal anunciou aos trabalhadores a criação da Meo Serviços Técnicos, focada nos serviços de rede do grupo, detida a 100% pela empresa e que terá os mesmos órgãos sociais que a dona da Meo.

A Meo Serviços Técnicos terá a mesma Comissão Executiva da Altice Portugal, sendo liderada por Alexandre Fonseca, vai cobrir os serviços de rede de fibra ótica, cobre, móvel e toda a componente de infraestrutura civil, onde se incluem os postos, condutas, componentes de eletricidade, entre outros.

A nova empresa vai incorporar os cerca de 2.000 colaboradores da Altice Portugal que operam nesta área mediante o “mecanismo de cedência ocasional” que está previsto no Acordo Coletivo de Trabalho (ACT), disse Alexandre Fonseca à Lusa. O gestor salientou que este mecanismo “é de caráter voluntário”.

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Sem combustível, Meo admite limitar intervenções técnicas

A Altice Portugal ativou um plano de contingência para responder aos efeitos da greve no setor da distribuição de combustível. Admite intervenções técnicas só em casos urgentes.

A Altice Portugal já ativou um plano de contingência para responder aos efeitos da greve dos trabalhadores que transportam matérias perigosas. Numa altura em que já secaram alguns postos de combustível um pouco por todo o país, em que a paralisação não tem fim evidente à vista, a dona da Meo já tem um Gabinete de Crise em funcionamento. E admite vir a limitar as intervenções das equipas operacionais caso o problema persista.

“Na sequência da declaração de reconhecimento de crise energética por parte do Governo, a Altice Portugal acionou de imediato o Gabinete de Crise com um plano preventivo de contingência robusto, de forma a garantir a normalidade das telecomunicações e serviços críticos de interesse público como a TDT, Siresp e 112, identificando ainda como edifícios com atividade fulcral os localizados em Monsanto, Picoas, Linda-a-Velha, Data Center da Covilhã, Estação Satélite de Alfouvar, Tenente Valadim e Estações de amarração de Cabos Submarinos”, lê-se num comunicado.

Caso se verifique um agravamento da situação, havendo escassez total de combustíveis, a Altice Portugal irá limitar a intervenção das suas equipas operacionais apenas a situações de emergência.

Fonte oficial da Altice Portugal

Para responder à crise do acesso aos combustíveis, “foram identificadas medidas de exceção que irão garantir o funcionamento dos Geradores de Socorro”. Caso o problema continue sem solução, a operadora admite mesmo vir a “limitar a intervenção das suas equipas operacionais apenas a situações de emergência”.

Além destas duas medidas em cima da mesa, a empresa tem um plano para garantir “a deslocação das equipas operacionais que irão ter disponíveis uma bolsa de técnicos e viaturas por região”.

“A administração da Altice Portugal, assim como o seu Gabinete de Crise, estão em estreito e permanente contacto com a Autoridade Nacional de Proteção Civil, estando presente em todos os briefings, no sentido de apoiar as operações e garantir um contexto de total normalidade”, conclui a empresa na mesma nota.

A greve dos trabalhadores que transportam matérias perigosas está a provocar uma corrida aos postos de combustível em todo o país e ameaça as operações dos aeroportos de Lisboa e Faro.

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Há “mais de uma dezena” de interessados na fibra da Meo

A venda da rede de fibra ótica da Meo em Portugal está a gerar interesse no mercado, garante a administração da Altice Portugal. Há "mais de uma dezena" de investidores interessados.

Há muito que deixou de ser segredo que a Altice ATC 0,00% quer vender a rede de fibra ótica da Meo em Portugal. E os últimos sinais do comité executivo liderado por Alexandre Fonseca apontam para um negócio que está a gerar interesse no mercado.

“Há mais de uma dezena de candidatos” à operação e flexibilidade do lado da Altice em torno das condições em que a venda pode ocorrer, comentou o líder da empresa, num encontro com jornalistas, esta sexta-feira. Mas este ainda é “um processo em fase de análise” e as “ações subsequentes” vão ser decididas até ao fim do semestre, como já tinha sido noticiado pelo ECO.

Recentemente, a Reuters revelou que os investidores interessados avaliam o ativo entre os 5.000 milhões e 7.000 milhões de euros. Alexandre Fonseca assumiu conhecer estas estimativas, mas explicou que existem “várias” formas de calcular o valor do ativo — depende de se quem o está a avaliar é um hedge fund ou uma empresa de telecomunicações, por exemplo.

A ideia da Altice é tentar obter o máximo de retorno com a venda da rede de fibra. Até porque é uma infraestrutura que resulta de largos anos de investimentos milionários por parte da empresa e que cobre, atualmente, 4,49 milhões de lares em Portugal. A meta é de 5,3 milhões de casas passadas, com ou sem negócio.

“Estamos a falar de uma rede de fibra ótica construída numa lógica de wholesale, disse Alexandre Fonseca, recordando que, depois de a Anacom, em 2015, ter decidido não regular a rede de fibra da Meo, a operadora apresentou “voluntariamente uma oferta comercial” para que a Nos, a Vodafone e a Nowo pudessem, se quisessem, usar também esta rede.

“Desde o início, 30% da capacidade de cada cabo [de fibra] foi destinada a não ser usada por nós. Desde o início que queríamos usar esta rede numa lógica wholesale [grossista]”, frisou o presidente executivo da Altice Portugal. Mas há anos que as operadoras concorrentes se queixam de que os valores são demasiado elevados e não permitem rentabilizar uma eventual utilização.

“Estamos bem-dispostos. E isso é um bom sinal. Significa que há, ali, valor para extrair.

Alexandre Matos

Administrador financeiro da Altice Portugal

No mesmo encontro, Alexandre Matos, administrador financeiro, admitiu que a Altice tem flexibilidade para aceitar o modelo de negócio da operação de venda da fibra que permita gerar mais retorno para a empresa. “Estamos disponíveis para vários modelos. Estamos bem-dispostos. E isso é um bom sinal. Significa que há, ali, valor para extrair”, assumiu o CFO.

Segundo a Reuters, entre os interessados pela fibra ótica da Meo está a Brookfield Asset Management, o Canada Pension Plan Investment Board, o fundo KKR, a Macquarie Group, o grupo Blackstone e os espanhóis da Cellnex Telecom, assim como o fundo de investimento do Morgan Stanley, que comprou o portefólio de torres de telecomunicações da Altice Portugal no ano passado, em conjunto com um consórcio de Pires de Lima e Sérgio Monteiro.

A venda da fibra ótica da Meo em Portugal deverá permitir à operadora um maior foco nas operações core da empresa, ou seja, o negócio das telecomunicações para consumidores e empresas.

Em França, o grupo Altice vendeu 49,99% da rede de fibra ótica da SFR. O negócio foi fechado esta semana e permitiu à Altice France encaixar 1,8 mil milhões de euros, capital que será usado para reduzir a dívida. A infraestrutura foi adquirida por um consórcio da Allianz e da Axa.

Cotação da Altice na bolsa de Amesterdão

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Altice dispara 27%. Resultados convencem os investidores

Os resultados da Altice em 2018 estão a agradar aos investidores. As ações dispararam 27%, com a confiança de que a companhia vai ser capaz de gerar valor acrescentado durante este ano de 2019.

Os últimos resultados do grupo Altice ATC 0,00% convenceram os investidores de que a empresa está em recuperação e tem capacidade para gerar valor. As ações da companhia fundada por Patrick Drahi dispararam mais de 27% esta sexta-feira, depois de seis sessões consecutivas de perdas.

A sessão desta sexta-feira bastou para eliminar todas as perdas acumuladas desde 21 de março, que levaram os títulos da Altice a um recuo de mais de 9%. Mas os resultados agora conhecidos do ano de 2018 puxaram pelas ações da multinacional. Cotada na bolsa de Amesterdão, a Altice está agora a subir 22,98%, para 2,28 euros.

Cotação do grupo Altice na bolsa de Amesterdão

A Altice Europe, que detém a Altice Portugal e a marca Meo, anunciou esta quinta-feira que fechou o ano de 2018 com um EBITDA (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) ajustado de 5,1 mil milhões de euros, uma queda de 10,6% face a 2017. Já as receitas da empresa, de 14,1 mil milhões de euros, caíram 3,6% face ao ano anterior.

Apesar das quedas, os números mostraram que a empresa manteve uma trajetória de recuperação em 2018 desde o atribulado último trimestre de 2017, em que a empresa se viu obrigada a decretar o fim das compras e a vender ativos.

Esta quinta-feira, em conferência telefónica com analistas, os líderes da Altice Europe reiteraram a estratégia de “desalavancagem” e uma aposta na adição líquida de clientes que gerem mais receita por unidade (melhor ARPU, ou average revenue per user).

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