EDP só pagou 10 milhões de euros em impostos? Elétrica diz que entregou 481 milhões para IRC

  • ECO
  • 10 Março 2018

A elétrica liderada por António Mexia diz que pagou em 2017 cerca de 481 milhões de euros de IRC em Portugal.

A EDP terminou 2017 com lucros de 1.113 milhões de euros. Um valor avultado, reflexo de ganhos extraordinários, sobre o qual a empresa liderada por António Mexia diz que pagou 481 milhões de euros de IRC, o imposto aplicado às empresas. Reitera este montante, isto quando o Expresso (acesso pago) refere que a “fatia” para impostos será de apenas 10,3 milhões.

"A EDP pagou em 2017 cerca de 481 milhões de euros de IRC em Portugal, o que equivale a cerca de 9,3% do IRC total arrecadado pela Autoridade Tributária.”

Fonte oficial da EDP

O semanário refere, na sua edição deste sábado, que a EDP conseguiu pagar 0,7% dos seus lucros em imposto através de um conjunto de deduções fiscais relacionadas principalmente com operações fora de Portugal. Em causa estão 240 milhões de euros por diferenças temporárias contabilísticas e fiscais relativas aos seus ativos, 50,8 milhões de euros pela diferença nas taxas de impostos nos mercados onde o grupo EDP atua, 24 milhões de euros por créditos fiscais, 14 milhões de euros relativos a dividendos e mais 32 milhões de euros de outros benefícios fiscais.

No final, diz o Expresso, a EDP acabou por pagar 10,3 milhões de euros de impostos. Questionada sobre este valor, a EDP enviou um esclarecimento em que contradiz os valores noticiados. “A EDP pagou em 2017 cerca de 481 milhões de euros de IRC em Portugal, o que equivale a cerca de 9,3% do IRC total arrecadado pela Autoridade Tributária”, refere fonte oficial da empresa ao ECO.

“Na sua edição deste sábado, o Expresso confunde o reporte contabilístico refletido no relatório e contas com os valores efetivamente pagos em sede de IRC pela EDP, em Portugal”, nota. “Os cerca de 10 milhões de euros relativos a 2017 que são referidos dizem respeito ao Grupo EDP, que tem atividade em todo o mundo, e beneficiam de um conjunto de eventos ocorridos fora de Portugal, nomeadamente a reforma fiscal nos EUA (equivalente a cerca de 44 milhões de euros) e a isenção de mais valias por venda de ativos em Espanha (cerca de 200 milhões de euros)”.

“O IRC a ser pago em 2018 em Portugal, respeitante a 2017, em nada será impactado por estes eventos”, explica a elétrica liderada por António Mexia, recordando que os 481 milhões a entregar ao fisco são superiores aos valores pagos nos últimos anos. “Recorde-se que a o IRC pago em 2016, em Portugal, já tinha sido de 333 milhões de euros. E, em 2015, foi de 193 milhões de euros”, conclui.

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EDP pagou 10,3 milhões em impostos, 0,7% dos lucros

  • ECO
  • 10 Março 2018

A elétrica nacional pagou 10,3 milhões de euros em impostos sobre lucros de 1.520 milhões de euros. A taxa efetiva de impostos sobre os lucros foi de 0,7%, a mais baixa entre as cotadas portuguesas.

Em 2017, o grupo EDP foi tributado a um nível efetivo abaixo ao que a maioria das famílias portuguesas paga ao fisco. O Expresso (acesso pago) revela este sábado que a empresa liderada por António Mexia apurou um imposto líquido de 10,3 milhões de euros sobre um resultado de 1.520 milhões de euros. Ou seja, pagou 0,7% de IRC — o imposto aplicado aos lucros das empresas –, o valor mais baixo entre as cotadas do PSI-20. Contactada, a empresa remeteu a reação para um comunicado a emitir ao longo do dia.

Em média, as famílias portuguesas pagam uma taxa de 12% de IRS. Os contribuintes singulares têm direito a benefícios fiscais que deduzam no IRS. A taxa de IRC para empresas como a EDP é, em teoria, 29,5% — à taxa normal de IRC de 21% soma-se a derrama estadual de 7% e a derrama municipal de 1,5%. Mas, tal como os contribuintes, as empresas têm vários benefícios fiscais que reduzem o imposto efetivo a pagar.

Teoricamente, a EDP deveria pagar 448 milhões de euros, um número próximo daquele que Mexia anunciou na apresentação de resultados e que disse representar cerca de 9% de toda a receita de IRC do Estado português. “Vemos o peso [da EDP] no IRC português“, enfatizou o líder da elétrica nacional na conferência de imprensa sobre as contas de 2017, referindo que a empresa tinha pago 481 milhões de euros.

No entanto, segundo o semanário, a EDP conseguiu pagar 0,7% dos seus lucros em imposto através de um conjunto de deduções fiscais relacionadas principalmente com operações fora de Portugal. Em causa estão 240 milhões de euros por diferenças temporárias contabilísticas e fiscais relativas aos seus ativos, 50,8 milhões de euros pela diferença nas taxas de impostos nos mercados onde o grupo EDP atua, 24 milhões de euros por créditos fiscais, 14 milhões de euros relativos a dividendos e mais 32 milhões de euros de outros benefícios fiscais. No final, a EDP acabou por pagar 10,3 milhões de euros de impostos.

Em 2016, a taxa efetiva da EDP tinha sido 6,6%. Segundo o Expresso, entre as empresas que faturam mais de 250 milhões de euros por ano, como é o caso da EDP, a taxa média efetiva é de 25%, o que contrasta com os 0,7% da elétrica nacional. Em 2017, o BCP, por exemplo, pagou uma taxa efetiva de 9,5%, a EDP Renováveis 10% e a Jerónimo Martins 26,9%.

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Eduardo Catroga vai trabalhar para a China Three Gorges

Eduardo Catroga não pode renovar o seu mandato enquanto presidente do Conselho Geral e de Supervisão da EDP. Vai assumir cargo internacional na China Three Gorges.

Eduardo Catroga vai deixar a presidência do Conselho Geral e de Supervisão da EDP em abril para se dedicar à gestão da parte internacional da China Three Gorges de quem é hoje representante na maior elétrica nacional, apurou o ECO.

“Catroga vai ter um cargo internacional ligado ao maior acionista da EDP, a China Three Gorges”, disse ao ECO fonte conhecedora do processo. O chairman da EDP vai “gerir a participação dos chineses da China Three Gorges na Europa”, acrescentou outra fonte. O ECO contactou o antigo ministro das Finanças de Cavaco Silva que classificou de “especulações” todas as informações relativas à sua vida futura. “Ele não quer que se saiba antes da Assembleia geral da EDP“, agendada para 5 de abril, que tem como ponto nove da agenda de trabalhos a eleição dos órgãos sociais do grupo, para o triénio de 2018 a 2020, explicou uma da fontes ouvidas pelo ECO.

É a lei que determina que Eduardo Catroga não pode renovar o seu mandato enquanto presidente do Conselho Geral e de Supervisão da EDP, como representante do maior acionista da elétrica, a China Three Gorges. Luís Amado é o nome proposto para ocupar o cargo que hoje é do antigo conselheiro de Pedro Passos Coelho. A alteração legislativa resulta de uma transposição “ainda mais restritiva do que a Alemanha”, lamenta Eduardo Catroga.

O gestor, já tinha dito ao ECO: “Há mais do que um candidato a ter os meus serviços. São funções que ultrapassam Portugal. No dia 5 de abril irei tomar uma opção”, depois de confrontado com a informação avançada por Luís Marques Mendes no seu espaço de comentário semanal na SIC de que o responsável ia assumir um cargo internacional num grande grupo económico. Eduardo Catroga reiterou agora: “A partir de 6 de abril vou ver, em função das propostas”. E lembrou que tem “tido várias alternativas de projetos nacionais e internacionais”, nomeando a sua posição enquanto chairman da holding que controla o Banco Finantia, a relação histórica com o grupo Cuf o ainda as funções que desempenha junto do Portugal Venture Capital Initiative do Banco Europeu de investimento. “No fundo é substituir a minha atividade principal enquanto chairman da EDP por outra atividade principal”, acrescentou Eduardo Catroga. “Até lá é especulação”, garante.

Eduardo Catroga explicou, ao ECO, que desempenhou quatro mandatos na EDP — dois como vogal e dois como presidente — sendo o último na qualidade de independente no conselho da elétrica, situação que não poderia continuar por mais um mandato. Catroga permaneceu no cargo de presidente do conselho geral e da supervisão da EDP depois de 2015 porque os acionistas assim o quiseram, mas com a nova lei já não pode continuar no cargo, embora segundo apurou o ECO, a China Three Gorges até poderá manter o antigo chairman neste órgão, mas não enquanto presidente.

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Ações da EDP disparam 3% após reforço da linha de crédito

Títulos da EDP estão a disparar na sessão desta quinta-feira. Bom desempenho deve-se à nova linha de crédito da elétrica. Analistas dizem que contrato reforçará liquidez da elétrica portuguesa.

A elétrica liderada por António Mexia está a ter uma boa manhã na bolsa de Lisboa. Os títulos da Energias de Portugal já chegaram a subir 3,04% para 4,74 euros, liderando os ganhos entre as cotadas nacionais. Este bom desempenho fica a dever-se à sua nova linha de crédito de 2,24 milhões de euros, que, de acordo com os analistas da CaixaBank e do BPI, deverá reforçar a posição de forte liquidez da gigante da energia.

A EDP EDP 0,73% anunciou, esta quarta-feira, que assinou um contrato de financiamento no valor de 2,24 mil milhões de euros, que vem substituir uma outra linha de crédito de dois mil milhões de euros, que atingia maturidade em 2020.

O acordo envolveu 17 bancos internacionais e tem a modalidade revolving. A empresa liderada por Mexia passa, assim, a ter disponível uma nova linha de crédito a cinco anos, que pode ainda ser prolongada por mais dois.

“A EDP conseguiu garantir um preço ligeiramente melhor do que aquele alcançado em 2015”, consideraram os analistas referidos. Segundo os mesmos, não se prevê, contudo, um impacto imediato do contrato nos custos de dívida da companhia, nem no seu financiamento. Segundo os analistas, a elétrica reforça, através desta transação, “a sua forte posição de liquidez”.

A EDP alcançou lucros de 1.113 milhões de euros em 2017, um aumento de 16% face ao ano anterior, num desempenho impulsionado pela venda da Naturgas em Espanha.

Ações da EDP brilham no PSI-20

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EDP renova linha de crédito de 2,24 mil milhões de euros

  • ECO
  • 7 Março 2018

A elétrica liderada por António Mexia renovou uma linha de crédito que atingia a maturidade em 2020. Recorreu a 17 bancos internacionais para garantir este financiamento de mais de dois mil milhões.

A EDP assinou um contrato de financiamento no valor de 2,24 mil milhões de euros, contrato esse que vem substituir um outro, de dois mil milhões de euros, que atingia maturidade em 2020. Recorreu a 17 bancos internacionais para obter esta linha de crédito a cinco anos, podendo ser prolongada por mais dois.

Em comunicado enviado à CMVM, a empresa liderada por António Mexia revela que o contrato assinado, na modalidade “revolving”, tem um valor de 2,24 mil milhões, sendo este realizados “pelo prazo de cinco anos, extensível por dois anos adicionais (com consentimento dos bancos), e que permite utilizações em euros e dólares dos EUA”.

A nova linha de crédito substitui uma linha de dois mil milhões de euros contratada pela EDP em 2015 com 16 bancos, que vencia em fevereiro de 2020 e que está utilizada em 1,5 mil milhões, permitindo reforçar as fontes de liquidez do Grupo e aumentar a vida média da sua dívida”, nota a empresa no comunicado enviado ao regulador.

“A transação foi organizada pela própria EDP, contando com a participação de 17 bancos”, sendo que apenas o Santander Totta é português. Do lote fazem parte instituições como o BBVA, o Banco de Sabadell, CaixaBank, Deutsche Bank, Citigroup, JPMorgan e também o Industrial and Commercial Bank of China, conhecido como ICBC.

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EDP leva Estado a tribunal se forem retirados 73 milhões nas contas finais dos CMEC

  • ECO
  • 6 Março 2018

A energética garante que vai avançar para tribunal se o Estado insistir em retirar das contas finais dos CMEC 72,9 milhões de euros, um valor que o Estado diz ter sido pago em excesso à EDP.

A empresa de António Mexia diz-se preparada para ir para tribunal caso o Governo português insista em fazer cortes — estimados pela EDP em 72,9 milhões de euros –, nas contas finais dos contratos Custos para a Manutenção de Equilíbrio Contratual (CMEC). O Estado defende que estes milhões foram pagos em excesso à energética.

Em setembro do ano passado, a Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE) afirmava que a EDP teria a receber uma compensação de 154 milhões de euros até ao final do ano de 2027 pela produção de energia. No entanto, a empresa de António Mexia defendeu que, pelas suas contas, esse valor é bastante superior. Pedia 256 milhões de euros.

No entanto, de acordo com um estudo da consultora Brattle Group, a energética de Mexia terá recebido entre 46,4 e 72,9 milhões de euros em excesso nessas compensações entre 2009 e 2014, escrevia o Público. Posto isto, a EDP foi notificada pela Direção-Geral de Energia e Geologia (DGEG) para proceder à devolução desses 72,9 milhões. Agora, a empresa diz-se preparada para avançar para os tribunais caso o Governo insista nesses pagamentos, escreve o Jornal de Negócios.

Em relatório, a EDP explica que “respondeu à notificação [da DGEG], reiterando a sua convicção de que o relatório de auditoria em questão tem incorreções e limitações graves e apresentando os seus argumentos suportados por um estudo de uma entidade independente”. Sublinha ainda que “o grupo considera que a EDP Produção não beneficiou de qualquer sobrecompensação no mercado de serviços de sistema entre 2009 e 2014, que atuou de acordo com o enquadramento legal em vigor”.

Caso esta intenção de correção do ajustamento final dos CMEC se venha a confirmar, é intenção do grupo EDP iniciar as respetivas ações legais”, lê-se no relatório de contas de 2017.

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Cortar dividendos na EDP? Não, Mexia até admite aumentá-los

António Mexia descartou a possibilidade de a elétrica cortar no futuro o dividendo a distribuir pelos acionistas. Este foi mantido nos 19 cêntimos, com o CEO da EDP a prever mesmo subi-lo.

A EDP vai distribuir um dividendo de 19 cêntimos por ação aos seus acionistas relativamente aos resultados do ano passado. O valor já era conhecido mas, nesta sexta-feira, António Mexia veio afirmar em conversa telefónica com analistas que não está nos objetivos da elétrica uma eventual futura revisão da remuneração a distribuir abaixo desse valor. O presidente da elétrica contrariou assim a expectativa dos analistas que, nos últimos dias, anteviam um possível corte do dividendo, prevendo sim a possibilidade de a remuneração a distribuir pelos acionistas poder aumentar.

A única coisa que não vamos ver é uma redução de [dividendos a] 19 cêntimos. Este é um compromisso base muito forte”, começou por dizer o líder da EDP. “Estamos muito confiantes de que no futuro vamos manter a política de dividendos com uma base de 19 cêntimos, isto não é para ser questionado. E vamos aumentá-lo assim que tal fizer sentido“, acrescentou António Mexia.

O esclarecimento de António Mexia acontece depois de nos últimos dias os analistas terem antecipado que perante a queda dos lucros recorrentes em 8%, para 845 milhões de euros, a elétrica pudesse rever em baixa o compromisso de manter no médio prazo o dividendo em 19 cêntimos.

No que respeita ao que esperar para este ano, António Mexia disse estar confortável com as estimativas do consenso do mercado. “Claramente, estamos confortáveis com os consensos, com base na informação de 19 analistas. Estamos confortáveis com o EBITDA e com o resultado líquido”, disse o CEO da EDP.

O consenso do mercado aponta para um resultado líquido recorrente de 903 milhões em 2018, acima dos 845 milhões registados em 2017. Já o EBITDA ajustado deverá ascender a 3.600 milhões de euros, também acima dos 3.523 milhões verificados em 2017.

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Citi alerta para “desequilíbrios financeiros” da EDP

O banco de investimento decidiu cortar o preço-alvo da elétrica liderada por António Mexia, por considerar que a nova regulação deixa a estrutura financeira "desequilibrada".

O Citigroup está preocupado com a EDP. O banco de investimento deixa alertas quanto à estrutura financeira da elétrica liderada por António Mexia, que considera estar “desequilibrada”. Para o Citi, as recentes mudanças regulatórias levam a que parte do grupo não esteja a conseguir sustentar os custos da dívida, nem a “generosa política de dividendos”. Uma opinião que levou o banco a cortar o preço-alvo da EDP e a reiterar a recomendação de “vender”.

“Após a intervenção regulatória bastante adversa, consideramos que a estrutura da EDP está desequilibrada, pois parte do grupo, excluindo a EDP Renováveis e a EDP – Energias do Brasil, já não suporta autonomamente a grande maioria da dívida (…) e a generosa política de dividendos”, afirma Antonella Bianchessi, analista do Citigroup, numa nota de investimento citada pela Reuters, relembrando que 73% da dívida está alocada à casa-mãe. Em 2016, a dívida líquida era de 15,9 mil milhões de euros.

"Após a intervenção regulatória bastante adversa, consideramos que a estrutura da EDP está desequilibrada, pois parte do grupo, excluindo a EDP Renováveis e a EDP – Energias do Brasil, já não suporta autonomamente a grande maioria da dívida (…) e a generosa política de dividendos.”

Antonella Bianchessi

Analista do Citigroup

Esta perspetiva negativa em torno da elétrica levou o Citigroup a cortar o preço-alvo da EDP para 2,30 euros, reiterando a recomendação de “vender”. As ações seguiam recentemente em baixa de 0,04% para 2,7990 euros. Contactada pelo ECO, a EDP não quis fazer quaisquer comentários.

Ações da EDP seguem no vermelho

O Citi não se limita a cortar a avaliação, prevendo também uma redução do dividendo por ação. Ainda não se conhecem as contas da EDP referentes ao ano passado, quando deverão ser revelados os dividendos da elétrica. Mas, segundo o Citi, o dividendo por ação deve ser reduzido para 14 cêntimos a partir deste ano. Isto depois de ter pago 19 cêntimos por ação em 2017 face a 2016. Ou seja, cerca de 695 milhões do que lucrou (961 milhões).

Esta medida só por si não será suficiente para reequilibrar a estrutura financeira do grupo e, na nossa opinião, serão necessárias mais medidas”, refere Antonella Bianchessi. “Uma fusão com a EDP Renováveis ou a venda de ativos adicionais” poderão ajudar a restabelecer a estrutura financeira da elétrica, aponta.

Desde o início do ano, houve vários bancos a cortarem a perspetiva em torno da EDP. Em janeiro, o CaixaBI alterou a avaliação e estimativas — o preço-alvo caiu para 3,15 euros face aos anteriores 3,50 euros — para ” incluir os últimos dados divulgados, as alterações no portefólio de ativos e o impacto negativo da nova regulação”.

No caso do BPI, houve uma redução de 3,70 para 3,40 euros no início de 2018, mantendo a recomendação de “neutral”. Apesar de não preverem mais alterações regulatórias, os analistas do BPI disseram que alguns assuntos pendentes nesta área deverão continuar a gerar “ruído” nesta área.

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Lucros das empresas da bolsa de Lisboa aceleram 10% à boleia da economia

Vem aí a temporada de resultados em Lisboa. Os lucros das grandes cotadas terão acelerado 10%, à boleia do bom momento económico. O ECO preparou um guia para abordar a earnings season nacional.

EDP terminou ano com lucros de quase 1.200 milhões e lidera ranking de resultados em Lisboa.Fotomontagem/ECO

Os lucros das cotadas da bolsa de Lisboa dispararam no ano passado com grande parte das empresas nacionais a recolher frutos da aceleração da economia portuguesa. São muitos os motivos para sorrir à partida para mais uma temporada de resultados no PSI-20. Desta vez até a banca vai ajudar à festa.

De acordo com as estimativas dos analistas sondados pela Reuters, os lucros das cotadas que compõem o índice de referência nacional terão acelerado 9,7% para superarem os 3.500 milhões de euros (ver tabela em baixo). Se há fatores extraordinários que fazem a diferença em algumas contas, o bom desempenho das grandes empresas em 2017 deveu-se, sobretudo, à melhoria das condições económicas em Portugal e lá fora. O argumento é fácil de perceber: quanto maior atividade económica, mais as empresas conseguem faturar. Foi o que aconteceu.

“A valorização a que assistimos parece estar sincronizada com o desempenho das empresas e as perspetivas de crescimento económico doméstico e da zona euro”, refere João Queiroz, diretor de banca online do Banco Carregosa, ao ECO. “Também a melhoria da perceção de risco continua a beneficiar os ativos nacionais”, acrescenta.

A valorização a que assistimos parece estar sincronizada com o desempenho das empresas e as perspetivas de crescimento económico doméstico e da zona euro. Também a melhoria da perceção de risco continua a beneficiar os ativos nacionais.

João Queiroz

Diretor de banca online do Banco Carregosa

É o BPI quem dá o pontapé de arranque na earnings season portuguesa. É já esta terça-feira e os analistas estimam que o banco detido pelos espanhóis do CaixaBank tenha obtido um lucro de 70,5 milhões. Mas, ao contrário dos últimos anos, desta vez o banco já não figura no principal índice português. Pelo que a temporada de resultados no PSI-20 só acontece efetivamente na próxima semana, através da Navigator.

Fonte: Reuters

Serão vários os pontos de interesse para os investidores ao longo dos próximos dois meses em que as cotadas nacionais vão a exame. Até porque os resultados fornecem um bom retrato das empresas e ajudam a antecipar tendências de dividendos. “Será importante para perceber se o bom momento económico se está a materializar nas empresas”, sublinha Salvador Alves, analista da Orey iTrade.

E, neste capítulo, logo na segunda semana acontece um dos habituais pontos altos da temporada de resultados lisboeta. O BCP presta contas e a expectativa dos analistas aponta um disparo de 585% do lucro para 164 milhões, depois de um ano que foi decisivo para o futuro do banco — concluiu o aumento de capital de 1.300 milhões de euros que trouxe a Fosun para a ribalta e com isso pagou o que devia das ajudas prestadas pelo Estado.

“O setor bancário da Europa tem capitalizado com a possibilidade de alteração, a médio prazo, da política monetária do Banco Central Europeu (BCE). Além disso, o BCP beneficia de uma possível recomposição do corpo acionistas e de uma evolução positiva das imparidades, das receitas e respetivas margens”, destaca João Queiroz.

A seguir ao BCP é a vez da Galp e mais boas notícias: os analistas apontam para uma subida de 15% do lucro para 557 milhões de euros, catapultando a petrolífera liderada por Carlos Gomes da Silva para o segundo lugar dos maiores lucros em Lisboa.

EDP, EDP Renováveis, CTT… é só fazer as contas

2017 foi também o ano da família EDP. O seu líder António Mexia viu-se envolvido em casos judiciais e falou-se da possibilidade de estar de saída da liderança do grupo. A mãe EDP tentou a aquisição (um pouco hostil) da sua filha EDP Renováveis e ainda vendeu a Naturgas (em Espanha, por 2,6 mil milhões) e Portgás (à REN, por 530 milhões). Tudo fatores extraordinários que baralharam as contas finais. Como ficaram?

Habituada a ser o rei dos resultados, a EDP terá visto o lucro subir 23,6% para 1,19 mil milhões de euros — representando um terço dos lucros do PSI-20 –, mas os olhos dos analistas vão estar virados para o impacto das duas alienações na redução da pesada dívida da elétrica. Já o resultado líquido da EDP Renováveis terá disparado 270% para 208,6 milhões de euros.

“As receitas e lucros da EDP não parecem constituir uma incerteza tão relevante como o potencial de serviço da dívida”, salienta Queiroz. É que “o elevado grau de endividamento pode impactar a geração futura de lucros e de cash-flows da EDP”, justifica.

No annus horribilis dos CTT, a queda do negócio postal fez mossa nos lucros da empresa: terão recuado 27% para os 46,2 milhões. Foi por causa disto que a administração liderada por Francisco Lacerda anunciou um plano de reestruturação que passa por saídas de trabalhadores e fecho de lojas como forma de posicionar os correios postais para o futuro.

“Mas ambas as medidas custam dinheiro e acresce a elevada regulação por ser um serviço público”, lembra Salvador Alves, considerando que os investidores vão estar atentos à “habilidade [de Lacerda] para cortar custos e para fomentar as alavancas de crescimento”.

Outros dois destaques da temporada vão recair no setor do retalho, que continua sob pressão por causa da digitalização do consumo. Ao que tudo indica, tanto a Sonae (dona do Continente) como a Jerónimo Martins (Pingo Doce) viram os lucros tombarem na ordem dos dois dígitos. Mais intensa será a queda do resultado da Jerónimo Martins, mas há que contabilizar a venda da Monterrroio à Fundação Francisco Manuel dos Santos que fez disparar os resultados do ano passado.

Os investidores vão agora estar atentos a duas coisas essenciais: a habilidade de cortar custos e de fomentar as alavancas de crescimento. De acordo com o plano de reestruturação divulgado em dezembro, a empresa postal terá de fechar agências e despedir colaboradores, ambos custam dinheiro e acresce ainda a elevada regulação por ser um serviço público.

Salvador Alves

Analista da Orey iTrade

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Galp baixa preços como no mercado regulado. Só a EDP subiu a luz

Enquanto a EDP subiu, Endesa e a Goldenergy não mexeram. A Iberdrola baixou, sendo que a Galp Energia vai fazer o mesmo. A redução está alinhada com a baixa observada no mercado regulado.

A EDP Comercial surpreendeu ao anunciar um aumento dos preços da eletricidade, num ano de queda dos valores no mercado regulado. A líder do mercado foi, no entanto, a única a elevar os valores cobrados aos seus clientes. A Endesa e a Goldenergy não mexeram, já a Iberdrola cortou-os em 2,4%. Agora, a Galp Energia revela que vai baixar as tarifas, seguindo a tendência do que aconteceu no regulado. A redução é de 0,18%.

“Procedemos à atualização anual do nosso tarifário de eletricidade, neste caso para o ano de 2018, com uma diminuição média de 0,18% face aos preços finais praticados em 2017“, refere fonte oficial da Galp Energia. “Esta revisão reflete o efeito conjugado da descida das tarifas de acesso às redes e do aumento do preço médio de aquisição de energia no MIBEL (Mercado Ibérico de Energia Elétrica)”, salienta na carta que está a ser enviada aos clientes.

Esta decida de 0,18% vai entrar em vigor a 28 de janeiro. Entre as grandes operadoras do mercado liberalizado de energia faltava apenas saber o que iria a Galp Energia fazer às suas tarifas, isto depois de tanto a Endesa como a Goldenergy terem decidido manter os valores de comercialização para este ano. A Iberdrola, por seu lado, respondeu à EDP com uma descida nos valores exigidos aos clientes.

“Continuando a consolidar-se como alternativa clara em Portugal, a Endesa Energia não irá proceder ao aumento de preços da sua energia”, revelou a empresa que tem 4,1% de quota de mercado. “Tentamos acomodar as variações do mercado grossista e não passar esses custos para os nossos clientes. Estamos preparados para oferecer condições positivas não subindo os preços no próximo ano”, afirmou Nuno Moreira, da Goldenergy, ao ECO. A empresa tem 1,9% do mercado liberalizado.

"Procedemos à atualização anual do nosso tarifário de eletricidade, neste caso para o ano de 2018, com uma diminuição média de 0,18% face aos preços finais praticados em 2017.”

Galp Energia

Fonte oficial

Ao ECO, fonte oficial da Iberdrola, que tem 2,7% do mercado, revelou que a empresa vai avançar com uma redução dos preços médios que pode traduzir-se numa descida entre os 2,3% e os 2,4% do valor da fatura dos consumidores, assistindo-se, assim, a uma descida praticamente da mesma dimensão daquela em que a EDP Comercial aumentou o valor da eletricidade.

Foi a 28 de dezembro que a EDP revelou que iria aumentar o preço da eletricidade em média 2,5%, este ano. Segundo o presidente da EDP Comercial, Miguel Stilwell, a principal razão para esta subida média de 2,5% das tarifas em 2018 é o “aumento de preços da energia no mercado grossista em 24% no último ano”, em grande parte devido à seca e ao incremento do preço do carvão.

Este aumento de preços por parte da líder de mercado chocou com a descida anunciada para o mercado regulado. A Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE) propôs que os preços baixassem em 0,2% a partir de 1 de janeiro de 2018. “A variação entre 2017 e 2018 das tarifas de venda a clientes finais em Baixa Tensão Normal (BTN) dos comercializadores de último recurso proposta ao Conselho Tarifário é de uma redução de 0,2%“, disse o regulador.

“Nos cálculos para a definição da variação tarifária no mercado regulado foi considerado um aumento da componente energia de 6,4%”, afirmou, à data, a ERSE. Esta variação é explicada com “os preços médios de energia elétrica para 2018 no mercado grossista de eletricidade OMIP”, sendo a perspetiva muito diferente da da EDP. A elétrica estima um aumento de 24% no custo da energia, ou seja, quatro vezes maior do que o do regulador.

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Nuno Alves: Saída da EDP é “decisão bem ponderada e há muito equacionada”

António Mexia vai continuar à frente da elétrica, mas perde o seu braço direito. Nuno Alves, o CFO da EDP, vai sair. A decisão já estava tomada. Vai "dedicar-se a projetos pessoais".

António Mexia vai manter-se na liderança executiva da elétrica portuguesa. Mexia foi o nome proposto pela China Three Gorges, mas Nuno Alves já não vai continuar ao seu lado. O administrador financeiro vai sair da EDP, uma decisão “bem ponderada e há muito equacionada”, refere em declarações escritas ao ECO. Sai ao fim de 12 anos na empresa.

 

“É com extremo orgulho e sensação de dever cumprido que me despeço ao fim de 12 anos do conselho de administração executivo da EDP. Ao longo deste tempo, acredito que atingimos os objetivos que fomos traçando, contribuindo para o crescimento e solidez do grupo”, refere Nuno Alves.

"Esta é uma decisão bem ponderada e há muito equacionada.”

Nuno Alves

CFO da EDP

“Foi um privilégio ter feito parte de uma equipa de enorme profissionalismo e dedicação liderada por António Mexia, a quem deixo uma especial palavra de agradecimento e amizade”, estendendo o cumprimento aos restantes. “Agradeço também a todos os acionistas e colaboradores da EDP, que comigo estiveram ao longo destes anos”, remata.

“Esta é uma decisão bem ponderada e há muito equacionada”, diz Nuno Alves, que deixa o desejo das “maiores felicidades à nova equipa de gestão que vai liderar o Grupo a partir de abril”. “Considero que é o momento certo para me dedicar a projetos pessoais“, remata o ainda administrador financeiro da elétrica.

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Luís Amado e Mexia vão liderar a EDP nos próximos três anos

O principal acionista da EDP, a China Three Gorges, vai propor aos acionistas a renovação do mandato de António Mexia como CEO. Luís Amado vai ser o novo chairman.

É oficial. Luís Amado e António Mexia vão ser os nomes propostos para chairman e para presidente executivo no próximo mandato da EDP, para o período 2018/2020, segundo um comunicado divulgado há minutos na CMVM.

Os acionistas da EDP são convidados a votar uma nova composição dos órgãos sociais na próxima assembleia-geral agendada para 5 de abril pela China Three Gorges, Oppidum Capital, Senfora, Fundo de Pensões do Grupo Millennium BCP e Sonatrach, de acordo com o comunicado publicado esta segunda-feira pela CMVM.

Estas alterações decorrem do facto de o mandato dos atuais membros do conselho de administração executivo da EDP ter terminado a 31 de dezembro e por isso é necessário eleger novos elementos. O conselho conta com nove elementos, sendo que Manso Neto continua a ser proposto para números dois de António Mexia, mas passa a haver uma presença feminina no board: Maria Teresa Isabel Pereira e Vera Pinto Pereira. Esta é uma novidade, tendo em conta que no anterior conselho de administração não havia mulheres, mas a elétrica tenta assim responder às exigências em termos de quotas de género que se impõem às empresas cotadas, ou seja, tem de haver 20% de mulheres.

Mas há mais novidades: o atual administrador financeiro, Nuno Alves, não consta das nomeações para integrar o conselho de administração executivo, no próximo triénio.

Apesar de a continuidade de António Mexia à frente da EDP ter sido posta em causa por este ter sido constituído arguido na investigação do Ministério Público aos contratos entre o Estado e a EDP sobre rendas garantidas (os CMEC, como são conhecidos), a China Three Gorges tem publicamente reiterado a sua “total confiança” no ainda CEO e volta agora a propor a sua continuação num cargo que ocupa há mais de 11 anos. Contudo, houve rumores de que o principal acionista chinês — tem 23,3% do capital — andava à procura de hipóteses para substituir Mexia na liderança da empresa.

Também o Conselho Geral de Supervisão passa a ser constituído, no mínimo, por nove elementos, mas sempre por mais elementos do que o número de administradores e que devem ser, preferencialmente, independentes. O cargo máximo deste órgão passará a ser ocupado pelo ex-ministro dos Negócios Estrangeiros de José Sócrates que vem assim substituir o histórico do PSD, Eduardo Catroga. O antigo ministro social-democrata desaparece assim das listas. Continuam a ser propostos 21 nomes, tal como presentemente. João Carvalho das Neves, Celeste Cardona, Ilídio Pinho, Augusto Mateus ou ainda António Vitorino, que é presidente da Assembleia Geral. O antigo ministra das Finanças do PSD, Braga de Macedo também sai, assim como António Gomes Mota.

Mas as mudanças não se ficam por aqui. De acordo com os vário comunicados publicados na CMVM, os acionistas vão ser chamados a votar a PwC como Revisora Oficial de Contas (ROC), já que a KPMG, por lei tinha de ser substituída, já que é ROC da elétrica há 13 anos. A PwC foi a empresa que terá apresentado a proposta mais competitiva.

A assembleia-geral tem ainda mais uma incumbência, eleger os cinco membros do Conselho de Ambiente e Sustentabilidade para o triénio 2018/20. Nanota enviada à CMVM, o conselho de administração executivo propõe, além de José Manuel Viegas para presidente, António Gomes de Pinho, Joana Pinto Balsemão, Joaquim Poças Martins e Pedro Oliveira para vogais. Nomes de “personalidades de reconhecida competência na área da defesa do Ambiente”, segundo o conselho de administração.

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