Fotogaleria: Acionistas da EDP aprovam contas e nova gestão

Os acionistas da elétrica estão reunidos esta quinta-feira em assembleia geral. António Mexia prepara-se para um novo mandato.

A assembleia-geral da EDP, na qual será oficializado o quinto mandato de António Mexia à frente da elétrica, está a decorrer esta tarde na sede da empresa. O evento reúne os membros do Conselho Executivo com os grandes acionistas, como a China Three Gorges. Para além da aprovação dos órgãos de gestão, vão ser discutidas as contas de 2017 e o destino que vão ter os recursos da elétrica.

No centro da mesa vão estar as contas individuais e consolidadas de 2017, acompanhadas do parecer do Conselho Geral de Supervisão. Segue-se a deliberação sobre a “aplicação de resultados do exercício de 2017”, lê-se na convocatória.

Gestores e acionistas da EDP à entrada da AG

Para o final do encontro fica a aprovação dos líderes que estarão à frente da elétrica nos próximos três anos. Uma das novidades é Luís Amado, ex-ministro socialista, que será o novo presidente do Conselho Geral de Supervisão, em substituição de Eduardo Catroga, ex-ministro social-democrata. Também está presente a única “aquisição” que chega de fora do universo EDP. É Vera Pinto Pereira, que deixou o cargo de managing diretor da Fox na Península Ibérica.

António Mexia mantém-se na posição de CEO, pelo quinto mandato consecutivo, apesar de no último ano se ter deparado com eventos com potencial para abalar a sua liderança. Foi constituído arguido no âmbito do caso dos CMEC, enfrentando acusações de corrupção, e a ERSE anunciou que quer cortar as rendas decorrentes destes contratos em 167,1 milhões de euros nos próximos dez anos. O alegado apoio à intenção de fusão da espanhola Gas Natural com a EDP também terá desagradado aos acionistas chineses.

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EDP: Um presidente, duas fações, uma OPA

António Mexia é hoje reconduzido para um quinto mandato após sobreviver a uma guerra de bastidores que meteu o governo. A contagem de espingardas foi adiada por agora, à espera da China Three Gorges.

  1. Quais são os factos que jogam a favor de Mexia?
  2. O que diz “o melhor amigo de Costa”?
  3. Uma OPA chinesa a caminho?
  4. Fusões na Europa tornam a EDP atrativa

António Mexia é reconduzido esta quinta-feira em assembleia-geral para mais um mandato à frente da EDP, o quinto, depois de meses de negociações de bastidores entre os principais acionistas e que envolveu, indiretamente, o próprio primeiro-ministro, adversário público e notório do gestor. E deverá obter uma votação ‘à chinesa’, mas a estabilidade acionista e de gestão, essa, é mais formal do que substantiva. Há uma espécie de “calma de morte” na elétrica, afirma ao ECO um membro do Conselho Geral e de Supervisão da elétrica. Há um acordo de conveniência, sim, mas uma divisão entre a China Three Gorges (CTG), de um lado, e um grupo de outros acionistas, no qual se incluem o Capital Group, os espanhóis da Oppiddum Capital e a Mubadala Investiments (de Abu Dabhi). Dois grupos unidos — ainda — em torno dos lucros e dividendos que Mexia lhes ‘dá’. Uma saída? Pode ser uma OPA chinesa a caminho, cenário discutido nos corredores e que ninguém afasta.

Há meses, poucos acreditavam na recondução de António Mexia, desde logo por decisão da própria CTG, o maior acionista com uma posição direta e indireta (via Estado chinês) de 30% do capital. A convivência entre o acionista chinês e o gestor tem sido tudo menos fácil, e atingiu um ponto de quase rutura quando a Gas Natural ensaiou uma operação de ‘take over’ hostil, contra a vontade dos chineses, mas com o apoio de Mexia. António Costa vetou a operação, e o próprio Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, apoiou o governo e os chineses contra esta operação espanhola. Isidro Fainé, presidente da empresa espanhola, contactou o maior acionista da EDP, a CTG, numa viagem à China, numa tentativa de perceber que opções tem em cima da mesa, e encontrou-se em Lisboa com Costa e Marcelo, como o ECO revelou em primeira mão. Mas para acabar com os rumores, e ainda antes do anúncio das listas para o próximo triénio, a CTG emitiu um comunicado, em Macau, no qual garantia estar “satisfeita” com a gestão. E mais: “A CTG não está envolvida em qualquer tipo de discussão, com nenhuma parte, sobre potenciais alterações nos órgãos sociais relevantes da EDP para o próximo mandato”, escreveu, então, a companhia estatal chinesa que ‘nasceu’ para construir uma grande barragem e que hoje tem meia dúzia de grandes operações no país.

1. Quais são os factos que jogam a favor de Mexia?

A favor de António Mexia, um gestor de amores e ódios, jogaram dois fatores: Em primeiro lugar, os lucros sucessivos da EDP, na linha dos mil milhões de euros por ano, e os dividendos distribuídos aos acionistas são a melhor defesa das competências do gestor, que ‘entregou’ o que prometeu. Só a CTG, que entrou na elétrica portuguesa em 2012, já recebeu mais de 810 milhões de euros de dividendos. Depois, os chineses não são, por natureza, um acionista de confronto, preferem os compromissos de curto prazo, mesmo que não sejam totalmente alinhados com o que defendem, para garantir a estabilidade e os objetivos no longo prazo.

Aliás, uma fonte que acompanhou as negociações para a formação da lista para os órgãos sociais da EDP — que tem Luís Amado como presidente do Conselho Geral e de Supervisão, sucedendo a Eduardo Catroga, e António Mexia como presidente executivo, sucedendo… a si próprio — garantiu ao ECO que os chineses foram confrontados com uma lista única que já tinha o apoio dos outros principais acionistas. E perante um facto consumado, tinham duas soluções: apoiarem a lista ou apresentarem uma lista alternativa, com outros nomes, o que abriria um confronto e uma ‘contagem de votos’ entre acionistas de consequências imprevisíveis. Seguiram o primeiro caminho, mas as brechas ficaram.

Na verdade, a lista para os órgãos sociais surgiu muito mais cedo do que é regra, logo em janeiro, também para pôr fim à pressão que já se verificava a partir do segundo semestre, também alimentada pelo processo judicial dos CMEC e das chamadas ‘rendas excessivas”, no qual Mexia é arguido. As críticas públicas do próprio primeiro-ministro à EDP, no Parlamento, contribuíram também para essa pressão. “Só lamento a atitude hostil que a EDP tem mantido e que representa, aliás, uma alteração da política que tinha com o anterior Governo”, afirmou António Costa, 6 de janeiro de 2018.

Uma fonte que acompanhou este processo das listas revelou ao ECO que chegou a ser discutida, entre os principais acionistas, a marcação de uma assembleia geral extraordinária para dezembro ou janeiro, precisamente para clarificar o futuro da liderança da empresa e para acabar com uma instabilidade e incerteza na maior empresa portuguesa. Não chegou a haver essa contagem de espingardas e, depois, apareceu a dita “lista de consenso”.

2. O que diz “o melhor amigo de Costa”?

Não por acaso, “o melhor amigo do primeiro-ministro” e antigo membro do Conselho Geral e Supervisão da EDP, Diogo Lacerda Machado, afirmou em entrevista ao ECO24 no dia 18 de janeiro, já depois de conhecida a proposta de renovação de mandato de Mexia, que os chineses não mandavam na EDP. “A China Three Gorges é um acionista, é o maior de todos, mas não manda na EDP (…) Se reparar, a gestão da EDP é basicamente a mesma que lá estava em 2006, quando eu entrei no conselho geral e de supervisão da companhia. Não foi mudada sequer… (…) Não há uma hegemonia. Não manda, não controla e, desse ponto de vista, dir-se-ia justamente que tem um comportamento apropriado para quem tem uma participação muito relevante, mas não manda na gestão, não dá ordens, tanto quanto sei, à gestão”. Direta e indiretamente, estava tudo dito. Aliás, Lacerda Machado era um dos nomes possíveis, e discutidos, para chairman da empresa, mas só no caso de substituição de Mexia. Uma opção que ficou pelo caminho.

A China Three Gorges é um acionista, é o maior de todos, mas não manda na EDP.

Diogo Lacerda Machado

Oficialmente, nenhum acionista faz comentários. “Este é um momento dos acionistas na Assembleia Geral, de aprovação de contas e de eleição da nova equipa de gestão”, diz uma fonte ao ECO. E acrescenta: “O último ano foi de grande tensão entre o governo e a EDP, houve uma pressão e um conjunto de medidas que tornam mais difícil os objetivos de rentabilidade da empresa”.

3. Uma OPA chinesa a caminho?

Dito de outra forma, ainda não chegou o momento de pôr as cartas em cima da mesa, mas outras fontes de mercado garantem que a possibilidade de os chineses da CTG lançarem uma Oferta Pública de Aquisição (OPA) é real e efetiva. “Os chineses não gostam de iniciativas que podem ser consideradas hostis, mas percebem que as sucessivas afrontas que sofreram nos últimos meses, e que os levou a São Bento para recordar ao Governo o acordo que assinaram com o Estado português, ainda com Passos Coelho, têm de ter uma solução”, refere uma fonte que conhece a posição da China Three Gorges. Já agora, tome nota: a EDP está cotada a 3,1 euros por ação e vale mais de 11,3 mil milhões de euros (fecho do mercado nesta quarta-feira).

A CTG, ainda assim, preferirá outro caminho: “É preciso explicar a alguns dos acionistas que estão no bloco que apoia António Mexia de forma explícita o que está em causa”, adianta a mesma fonte. No curto prazo, assim, os chineses parecem apostados em conquistar novos aliados neste conflito latente, que, admite, poderá mesmo levar à saída do gestor nos próximos meses. Há, mesmo, quem garanta que haverá um acordo para uma saída de Mexia a meio do mandato, mas também aqui o silêncio é regra. E entre os acionistas mais disponíveis para mudar de posição poderão estar os espanhóis, da Família Masaveu Herrero, e o fundo de Abu Dhabi, que tem também interesses cruzados com a China noutros negócios. Neste caso, estão em causa mais de 11% do capital. Mais difícil será convencer os americanos do Capital Group, que tem 12% da empresa. A Sonatrach, com problemas próprios na Argélia, estará em stand by.

Há um acionista particularmente relevante neste puzzle: o Millennium BCP, que tem ‘apenas’ 2,5% do capital da EDP, através do seu fundo de pensões. Porquê que é importante? É o único acionista ‘português’, leia-se, com gestão portuguesa, agora com Nuno Amado e a partir do próximo mês com Miguel Maya, mas controlado também por um acionista chinês, a Fosun. Para a China Three Gorges, os contactos com o BCP permitem perceber a sensibilidade dos portugueses a qualquer tipo de iniciativa.

Outro momento de tensão em 2017 entre a China Three Gorges e António Mexia foi a venda da Naturgas. A EDP anunciou a venda da Naturgas, a rede de gás natural que operava em Espanha, a 27 de março do ano passado, por 2,591 mil milhões de euros, valor que representou uma mais-valia líquida de cerca de 700 milhões de euros. “Por princípio, os chineses não querem vender ativos”, afirmou uma fonte do conselho geral e de supervisão ao ECO. “Insistem que, se o objetivo é crescer, estão disponíveis para aumentar o capital, e por isso essa operação não lhes agradou”, reconhece a mesma fonte. À data, António Mexia afirmou em entrevista à TSF e Dinheiro Vivo: “Soubemos fazer aquilo que era necessário no momento certo (…) Foi o que fizemos agora com a Naturgas, numa operação que é considerada talvez a mais interessante de toda a Europa neste momento, ou seja, em termos de múltiplos — de quantas vezes conseguimos vender os resultados anuais –, e vamos dedicar 800 milhões à redução da dívida”, acrescentou. A dívida, por sinal, é uma das críticas apontadas à gestão de Mexia por parte dos analistas.

4. Fusões na Europa tornam a EDP atrativa

A EDP continuará a ser um dos ativos mais procurados na Europa, particularmente com uma posição relevante na área das energias renováveis, num momento em que a consolidação no setor de energia está a andar. Começou na Alemanha com a anunciada fusão entre a E.On e a RWE. Outra fonte de mercado avançou ao ECO que, já depois das investidas da Gas Natural, também a Enel/Endesa sinalizou o interesse em comprar a operação da EDP em Portugal, para uma fusão ibérica. A operação internacional, essa, ficaria nas mãos dos chineses. “Seria uma solução pior do que a que sucedeu com a Cimpor, a EDP seria destruída”, atirou outra fonte, sem desmentir, ainda assim, estas discussões. Mas também a francesa Engie andou a perceber se a EDP poderia ser um alvo a comprar.

O que vai acontecer, então? Hoje é aprovada a nova equipa de gestão, Luís Amado como chairman e António Mexia como presidente executivo, e as contas de 2017. A contagem de espingardas entre os acionistas, essa, vai continuar, e pode demorar meses tendo em conta a “paciência de chinês” da China Three Gorges. “Já ‘enterraram’ António Mexia várias vezes nos últimos meses, mas ele continuará a ser o líder da empresa”, sintetiza, em declarações ao ECO, um dos seus apoiantes. Um gestor a entrar no quinto mandato, e com sete vidas.

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Regulador espanhol obriga EDP a diferenciar marcas

Regulador espanhol está a avançar com um processo semelhante ao levado a cabo pela ERSE, que obrigou à diferenciação das imagens de marcas da EDP Distribuição, EDP Serviço Universal e EDP Comercial.

Para evitar que se crie confusão aos consumidores espanhóis, a Comissão Nacional de Mercados e Concorrência (CNMC) está a propor que os distribuidores e comercializadores de energia de referência do mercado regulado, que integrem grupos empresariais dos quais façam parte também comercializadores do mercado livre, tornem clara a sua diferenciação em relação a esses aglomerados. Em causa está uma mudança de nome e imagem, que já foi implementada no mercado português pela Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE).

De acordo com o Cinco Dias, o objetivo desta medida do regulador é impedir que os consumidores confundam os distribuidores e os comercializadores de energia com o grupo de negócios do qual fazem parte. Segundo a análise da CNMC, é recorrente o uso de marcas, logótipos e cores semelhantes entre empresas de um mesmo aglomerado, o que pode gerar uma “vantagem ilícita”.

Os diversos ramos da Endesa, Iberdrola, Gás Natural Fenosa, EDP Espanha e Viesgo serão, deste modo, obrigados a mudar não apenas os seus “sobrenomes”, mas também as suas imagens de marca e nomes completos.

As empresas e os consumidores têm agora até ao final da semana para apresentarem as suas posições junto do regulador. Se a medida avançar, o mercado elétrico e do gás espanhol pode “mudar radicalmente”.

A Endesa e a Iberdrola já se mostraram contra a proposta, alegando que a Lei do Setor Elétrico apenas exige a separação das atividades.

Já a EDP Espanha apoia a medida: a empresa quer mesmo que se crie uma marca branca única para todas as comercializadoras reguladas, independentemente do seu proprietário. “A EDP Espanha defende que todas as comercializadoras do mercado regulado espanhol (comercializadora de último recurso) devem operar debaixo de uma mesma marca (marca branca), de forma a deixarem de estar ligadas ao nome e ao logótipo do grupo energético a que pertencem“, explicou ao ECO fonte oficial da gigante.

Em Portugal, a medida implementada pela ERSE levou a empresa liderada por António Mexia a registar quatro marcas distintas no Instituto Nacional da Propriedade Intelectual (INPI) para identificar a atividade da EDP Distribuição, EDP Serviço Universal e EDP Comercial. As propostas devem ser conhecidas em breve.

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Ativistas na gestão põem EDP Renováveis perto do preço da OPV

A EDP Renováveis está brilhar em bolsa. As ações disparam com os investidores de olho na entrada de um grupo de fundos de investimento na administração. Um desses fundos lutou contra a OPA da EDP.

A EDP Renováveis está cada vez mais perto dos 8,00 euros a que foi colocada em bolsa. A subsidiária da EDP para as energias renováveis está a disparar com os investidores atentos à potencial entrada de um conjunto de fundos de investimento na administração. Entre eles está o MSF, que foi contra o preço oferecido por António Mexia na OPA.

As ações da empresa liderada por Manso Neto estão a ganhar 3,97% para os 7,985 euros, tendo chegado a cotar nos 7,99 euros, ficando assim a um escasso cêntimo de chegar ao patamar dos 8,00 euros, valor a que os títulos foram vendidos na oferta pública inicial (IPO, na sigla inglesa) realizada em 2008, ou seja, há dez anos. Tendo em conta esta subida, o ganho acumulado este ano vai já em 10%.

EDP Renováveis brilha em bolsa

A Axxion, Moneta Asset Management e Masachusetts Financial Services Company (MFS) anunciaram que querem passar a estar representados no conselho de administração da EDP Renováveis. “As entidades mencionadas manifestam ser gestores de fundos titulares de 52.381.868 ações, representando 6,0039% do capital social da EDP Renováveis”, daí o pedido para que passem a ter uma palavra a dizer na gestão.

“O referido conjunto de acionistas tem a intenção de exercer o direito à nomeação proporcional de um membro do Conselho de Administração da EDP Renováveis na próxima assembleia geral (AG) ordinária convocada para o próximo dia 3 de abril de 2018, ou em outras subsequentes, caso na referida Assembleia por qualquer motivo não se proceda à nomeação da representação proporcional”, nota o mesmo comunicado.

Tendo em conta que o mandato da atual administração só termina a 19 de abril, só numa AG posterior, a ser agendada na da EDP, a entrada dos fundos na gestão poderá acontecer. E é perante a expectativa de que isso aconteça que as ações estão a disparar. É que entre os fundos está o MSF, conhecido pela sua oposição à avaliação feita por Mexia na OPA.

A MFS estimava que, ponderando os ativos da empresa, as ações da EDP Renováveis deveriam ser negociadas em bolsa a mais do dobro dos 6,75 euros por ação oferecidos pela EDP — desde o fim da OPA, as ações sobem 17,5%. E que considerando apenas os fluxos de caixa, a EDP Renováveis valia pelo menos 35% mais do que a contrapartida que a EDP oferecia na OPA em que a elétrica liderada por António Mexia acabou por comprar apenas 5%.

Mexia não conseguiu ter um nível de sucesso na OPA que lhe permitisse retirar a empresa de bolsa, mas a intenção mantém-se. A pretensão da EDP foi admitida pelo seu diretor financeiro, Nuno Alves, numa entrevista concedida à Bloomberg. “Tornou-se um negócio tão importante que queremos ter a maioria, se não mesmo 100%, dessas empresas”, afirmou. “É um negócio tão importante no universo das utilities que as empresas querem-no todo”.

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EDP Brasil lança oferta para comprar até 33,6% da Celesc

  • Lusa
  • 27 Março 2018

A EDP Brasil afirma que, caso a oferta atinja “todo o seu potencial”, passará a deter uma participação de 33,6% do capital da CELESC, “reforçando o seu foco nas redes reguladas”.

A EDP Brasil, detida em 51% pela EDP, lançou uma Oferta Pública de Aquisição (OPA) até 32% da Centrais Elétricas de Santa Catarina (CELESC), segundo foi comunicado esta terça-feira ao mercado.

“A EDP – Energias do Brasil (EDPB) anunciou hoje ao mercado que […] publicou na presente data o edital com os termos e condições da oferta pública voluntária para aquisição até 32% das ações preferenciais da CELESC, […] correspondendo a oferta a um montante total potencial de 199 milhões de reais [mais de 48 milhões de euros]”, disse a energética, num comunicado enviado à Comissão do Mercado dos Valores Mobiliários (CMVM).

A EDPB adianta ainda que, caso a oferta atinja “todo o seu potencial”, passará a deter uma participação de 33,6% do capital da CELESC, “reforçando o seu foco nas redes reguladas”, nos segmentos de distribuição e transmissão.

A CELESC tem atividade nas áreas de distribuição, geração e transmissão de energia elétrica, sendo a principal empresa do setor elétrico no Estado de Santa Catarina, além de operar no setor de distribuição de gás natural.

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EDP questiona contas do regulador. Diz que está a perder dinheiro com os CMEC

A elétrica argumenta que a ERSE recorreu a "cenários fictícios" para calcular as rendas a pagar na próxima década. E garante que os consumidores pagariam mais 240 milhões de euros no anterior regime.

A EDP já teve acesso ao estudo da Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE) que concluiu que, na última década, a energética ganhou indevidamente 510 milhões de euros com os Custos de Manutenção do Equilíbrio Contratual (CMEC). A empresa liderada por António Mexia já fez a sua própria análise deste estudo e não só questiona as contas feitas pelo regulador, como argumenta que até está a perder dinheiro com os CMEC. Mais concretamente, 240 milhões de euros.

O estudo da ERSE, conhecido em setembro do ano passado, apresenta duas conclusões essenciais relativamente à transição dos Contratos de Aquisição Energética (CAE) para os CMEC. Essa transição, decidida em 2004, foi a solução encontrada para compensar as produtoras de energia elétrica com quem o Estado cessou antecipada estes contratos, na sequência da liberalização do mercado em Portugal.

Primeiro, o regulador considera que “a introdução do regime dos CMEC possibilitou a passagem para um quadro menos exigente para os detentores dos centros eletroprodutores do que o regime dos CAE, com um acréscimo de custo acumulado que se estima em cerca de 510 milhões de euros“.

Segundo, a ERSE propõe que o valor a pagar à EDP ao longo dos próximos dez anos seja de 829 milhões de euros (entre uma componente fixa de 675 milhões e outra variável de 154 milhões), o que equivale a 82,9 milhões de euros por ano. Esse montante é inferior em 167,1 milhões de euros, por ano, relativamente às rendas de 250 milhões que a EDP recebeu anualmente na última década. O cálculo inicial dos CMEC já previa que, na década de 2017 a 2027, a EDP viesse a receber menos rendas do que recebeu até ao ano passado, uma vez que alguns contratos CMEC já terminaram. É o caso, por exemplo, da central de Sines, cujo contrato terminou em 2017.

Numa análise enviada ao Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP), que está a investigar o processo dos CMEC, no âmbito do qual António Mexia foi constituído arguido, a EDP desmonta estas conclusões.

“Ao consolidar num mesmo estudo uma apreciação crítica do regime dos CMEC e o apuramento do valor do ajustamento final, a ERSE parece promover deliberadamente a confusão” entre o “resultado objetivo e técnico do cumprimento estrito do regime legal” em vigor e “o que são cenarizações teóricas e hipotéticas, opiniões próprias, desprovidas de suporte técnico e legal”, pode ler-se no documento consultado pelo ECO. Resumindo, a EDP considera que o regulador confunde a lei com “cenários fictícios” que colocam em causa o princípio da neutralidade económica que levou a energética a aceitar passar dos CAE para os CMEC.

A ERSE parece promover deliberadamente a confusão entre o resultado objetivo e técnico do cumprimento estrito do regime legal em vigor e “o que são cenarizações teóricas e hipotéticas, opiniões próprias, desprovidas de suporte técnico e legal.

EDP

Há duas grandes razões para isso. Primeiro, argumenta a EDP, o regulador calculou a média dos preços energéticos dos últimos dez anos ajustando esses preços à inflação, pelo que os valores calculados são superiores aos que a EDP efetivamente recebeu pela energia que produziu. Nesse cenário, a diferença entre o que a EDP receberia com os CAE e o que recebe com os CMEC é menor, pelo que o ajustamento final também é menor. O decreto-lei nº 240/2004, que estabeleceu o regime dos CMEC, diz apenas que devem ser considerados os preços médios, sem referência à inflação.

É esta a grande diferença entre os cálculos do regulador e os da empresa, que levam a que o primeiro estime em 154 milhões de euros a componente variável a receber pela EDP nos próximos dez anos, e a que a segunda calcule essa componente em 256 milhões de euros. Estes 256 milhões foram calculados pelo grupo de trabalho EDP/REN, que esteve envolvido desde o início do cálculo dos CMEC.

Ao mesmo tempo, a EDP critica a sugestão feita pela ERSE de que as taxas de anuidade cobradas ao Estado pela empresa sejam novamente revistas em baixa. No estudo apresentado no ano passado, a ERSE argumenta: “não se encontra fundamento para a escolha de uma taxa utilizada para descontar os cash flows dos CMEC no cálculo do valor inicial (4,85%) significativamente inferior à taxa utilizada para o cálculo das rendas anuais (7,55%) aplicadas a esses mesmos cash flows no mesmo momento. Tal prática não garante a manutenção do equilíbrio económico do regime dos CMEC face aos CAE”. A ERSE propõe, então, reduzir a taxa de anuidade associada à componente fixa paga à EDP para 2,04%.

Essa, defende a EDP, é uma “opinião em frontal contradição com o que está legalmente definido de forma muito clara e validado pela Comissão Europeia em vários momentos“. O principal erro de argumentação da ERSE, aponta ainda a empresa, “consiste não tanto em recorrer a taxas de atualização desfavoráveis à EDP pela sua magnitude, mas em não diferenciar as taxas aplicáveis à atualização dos fluxos financeiros relativos às receitas expectáveis de mercado em função dos perfis de riscos próprios dos períodos em que as mesmas se aplicam. A ERSE pretende aplicar uma taxa única a fluxos financeiros com perfis de riscos diferentes”.

EDP diz que perde 240 milhões com os CMEC

Para além de questionar as contas feitas pelo regulador, a EDP ainda argumenta que está a perder dinheiro com os CMEC, em relação ao que ganhava com os CAE. “A EDP dispõe de estudos elaborados por entidades independentes que demonstram que o regime dos CMEC se traduziu numa redução material dos custos a suportar pelos consumidores, face ao que suportariam em regime CAE, num montante total acumulado de cerca de 240 milhões de euros”. Dito de outra forma “tivesse a EDP mantido os seus centros eletroprodutores a operar em regime de CAE, os consumidores teriam suportado um custo adicional de 240 milhões”.

Tivesse a EDP mantido os seus centros eletroprodutores a operar em regime de CAE, os consumidores teriam suportado um custo adicional de 240 milhões.

EDP

A empresa não identifica esses consultores e também não explica detalhadamente de que forma está a perder esse dinheiro. Mas a principal parcela diz respeito a uma decisão do Governo de Pedro Passos Coelho que já reviu em baixa as taxas de anuidade pagas à EDP, reduzindo em 120 milhões de euros as rendas pagas à empresa. “A taxa nominal proposta e aqui aprovada deverá permitir alcançar uma redução da parcela fixa dos CMEC referentes ao proponente num valor atualizado líquido total de 120 milhões de euros, reportado à data de 1 de julho de 2012, com efeito no período compreendido entre 1 de janeiro de 2013 e 31 de dezembro de 2027”, pode ler-se na portaria em causa, que entrou em vigor em 2013.

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EDP é líder no mercado livre, mas perde clientes para a Endesa

A EDP mantém-se a escolha da maioria dos clientes que aderem ao mercado liberalizado de energia, mas em janeiro, registou quebras em todos os segmentos. Já a Endesa aproveitou.

A EDP manteve-se o líder do mercado liberalizado no arranque deste ano, mas a fatia de clientes ficou mais magra desde dezembro, nota a Entidade Reguladora. Os clientes que a elétrica liderada por António Mexia perdeu trocaram a EDP pela Endesa, mas também pela Iberdrola.

A EDP Comercial faz a energia chegar às casas de 83% dos clientes que escolheram o mercado livre. Contudo, esta quota era mais elevada em dezembro de 2017: desde então, o número de clientes da EDP diminuiu 0,4 pontos percentuais (p.p.), tendo a empresa registado uma quebra em todos os segmentos.

Os clientes migraram para as concorrentes: a Endesa subiu 0,3 p.p. e a Iberdrola o restante 0,1, fixando as respetivas quotas em 4,5% e 3%. “Todas as demais comercializadoras mantiveram sensivelmente as suas quotas“, informa a ERSE.

Fonte: ERSE

 

A transferência de clientes refletiu-se no consumo registado pela empresa de António Mexia, que cedeu 0,6 pontos percentuais, enquanto a Iberdrola, Galp e GN Fenosa avançaram. Nas quotas de consumo, também a Endesa ficou para trás.

Endesa perde entre os grandes consumidores

O “sobe e desce” do consumo no mercado livre está em linha com o número de grandes consumidores que estas empresas conseguiram conquistar — ou perder. “A Iberdrola, líder do segmento de grandes consumidores, registou um aumento de 2,8 p.p. na sua quota”, que se situa os 28%, relata a ERSE. “Inversamente, a Endesa registou uma diminuição de 6,4 p.p. na sua quota [de 18%] e a quota da EDP recuou 1,4 p.p [de 22%]”, explica a reguladora.

Já no segmento dos clientes industriais, é a Endesa a levar a medalha, conquistando 29% do mercado, e a EDP mantém-se a preferida dos clientes domésticos, apesar do recuo de 0,2 p.p.. “Os clientes domésticos e os clientes industriais representaram a maior parte do consumo do mercado liberalizado (35% cada), sendo seguidos de perto pelos e grandes consumidores (22%)”, nota a ERSE.

Continuam a chegar clientes ao mercado livre

Só em janeiro de 2018, o mercado liberalizado de energia ganhou 26.276 clientes: 9.376 vieram do mercado regulado e 16.900 entraram diretamente para as carteiras de comercializadores em regime de mercado liberalizado, conta a ERSE. Em comparação com o mesmo mês do ano anterior, este mercado cresceu 4,4%. Quase a totalidade são clientes domésticos — 98,8% em janeiro.

Também se notam desistências: cessaram contrato 13.248 clientes, dos quais pouco mais de 2.000 voltaram ao mercado regulado. No final, o mercado livre acaba com um saldo positivo de 10.970 clientes em janeiro, nota a ERSE, acrescentando que só em janeiro, os movimentos entre os diferentes comercializadores do mercado livre ascenderam a 47.464.

 

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Negligência da EDP terá provocado um dos maiores incêndios do ano

  • Lusa
  • 21 Março 2018

Incêndio de grandes dimensões na Lousã, que lavrou em outubro do ano passado, terá sido provocado por negligência da EDP, que não terá respeitado o regulamento de segurança das linhas elétricas.

O fogo da Lousã em outubro de 2017, um dos maiores do ano, teve causa negligente e a origem pode resultar do não cumprimento pela EDP do regulamento de segurança das linhas elétricas, refere o relatório técnico entregue na terça-feira no parlamento. Segundo um documento que surge no relatório da Comissão Técnica Independente, que tem como fonte o Sistema de Gestão de Informação de Incêndios Florestais do Instituto da Conservação da Natureza e Florestas (ICNF), a causa do fogo que começou a 15 de outubro na Lousã e se espalhou a nove concelhos é negligente e tem como ponto de origem as linhas elétricas.

“A ignição com origem nas linhas elétricas, neste caso particular em que terá sido provocada por queda de árvore sobre uma linha de média tensão, pode resultar do não cumprimento do regulamento de segurança das linhas elétricas pela entidade gestora, a EDP”, refere o relatório da Comissão Técnica Independente entregue na terça-feira no parlamento. Os técnicos da comissão dizem que em causa está “a distância mínima de segurança dos condutores [linhas elétricas] às árvores”, que não deverá ter sido cumprida. “Trata-se, neste caso, de situações devidamente regulamentadas e cujo cumprimento pode só por si evitar situações deste tipo e todas as suas consequências”, acrescentam.

Esta é a segunda vez que a EDP EDP 0,00% é apontada nos relatórios de análise dos incêndios, sendo que no primeiro caso foi no documento elaborado pelo especialista Xavier Viegas para analisar os incêndios de junho, especificamente o de Pedrógão Grande. Na altura, o relatório do Centro de Estudos sobre Incêndios Florestais concluiu que o fogo de Pedrógão Grande foi causado por “contactos entre a vegetação e uma linha elétrica de média tensão” da EDP, que “não se encontrava devidamente cuidada”.

“O incêndio mais grave resultou das ignições de Escalos Fundeiros e de Regadas, que, em nosso parecer, terão sido causados por contactos entre a vegetação e uma linha elétrica de média tensão. Esta situação configura, em nossa opinião, uma deficiente gestão de combustíveis na faixa de proteção da linha, por parte da entidade gestora”, refere. O documento sustenta que “com a diferença de cerca de uma hora e meia, esta linha terá produzido descargas e causado as ignições que deram origem aos dois incêndios”. Sublinha ainda que “as faixas de proteção da rede elétrica de média tensão gerida pela EDP não se encontram devidamente cuidadas”.

Na altura, a EDP refutou as acusações, dizendo que a linha elétrica estava com a proteção “bem constituída” e o presidente do concelho de administração da empresa mostrou-se surpreendido com os resultados do relatório da equipa de Xavier Viegas. Os incêndios do ano passado provocaram mais de 100 mortos e mais de 250 feridos.

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Gomes da Silva é o melhor CEO na relação com investidores. Galp Energia é a melhor empresa

A Galp Energia é a empresa, Carlos Gomes da Silva o CEO, com melhor resultado nas relações com os investidores para a revista Institutional Investor. Mas há mais premiados em Lisboa.

Carlos Gomes da Silva continua em destaque na relação com os investidores. O CEO da Galp Energia voltou a conquistar o galardão da revista Institutional Investor, sendo o melhor presidente executivo entre as cotadas nacionais. A empresa que lidera também venceu, assim como a equipa de investor relations (IR), mas os prémios de melhor profissional de IR e CFO foram para a elétrica liderada por António Mexia.

“O CEO da Galp Energia foi considerado o melhor de todas as empresas do Euronext Lisbon e o CFO obteve o segundo lugar entre os seus pares”, refere a petrolífera em comunicado. “A equipa de gestão foi também distinguida na sua relação com o mercado de capitais, tendo o CEO Carlos Gomes da Silva classificado no Top 3 e o CFO Filipe Silva no Top 5 no setor europeu”, acrescenta.

Gomes da Silva ficou à frente de António Mexia, da EDP, e de Pedro Soares dos Santos, da Jerónimo Martins, que completaram o pódio dos CEO em Portugal. Da lista fazem parte ainda, por ordem, Francisco Lacerda (CTT), Diogo da Silveira (Navigator), Miguel Almeida (Nos), Paulo Fernandes e João Borges de Oliveira (Altri), Nuno Amado (BCP) e Gonçalo Moura Martins (Mota-Engil).

Se nos CEO a Galp Energia brilha, nos CFO, os administradores financeiros, o destaque vai para a EDP, com Nuno Alves a ficar à frente de Filipe Crisóstomo da Silva (Galp Energia) e João Pereira da Costa (Nos). A EDP também ganha no profissional das relações com os investidores, com Miguel Viana, que bateu Cláudia Falcão (Jerónimo Martins) e Otelo Ruivo (Galp Energia). Otelo Ruivo foi distinguido como o segundo melhor responsável pelas relações com investidores no setor do petróleo e gás.

Em termos de equipas de investor relations, o lugar cimeiro do pódio voltou a pertencer à Galp Energia, com a EDP e Jerónimo Martins a ficarem na segunda e terceiras posições, respetivamente. Estas mesmas posições são obtidas na classificação global entre as cotadas em Portugal neste ranking conduzido anualmente pela revista Institutional Investor com base nas votações dos profissionais mais influentes do mercado de capitais, a nível mundial.

Em 2018, o estudo compreendeu um universo de 1.496 analistas do buy side (gestores de fundos de investimentos e de pensões), em representação de 693 fundos de investimento, e 940 analistas do sell side (corretoras e bancos), que representam 123 dos mais reconhecidos bancos de investimento a nível mundial.

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Oito sessões de ganhos põem EDP acima dos 3 euros

A elétrica liderada por António Mexia não para de valorizar. Desde que apresentou os resultados de 2017, os títulos da EDP já somam 12%. Estão em máximos de novembro.

A EDP soma e segue. Está a valorizar pela oitava sessão consecutiva, negociando já acima a da fasquia dos 3 euros por ação, um máximo desde novembro. Não para de subir em bolsa desde que apresentou os resultados referentes ao último exercício, num movimento para o qual estão a contribuir também as fusões e aquisições no setor europeu.

A elétrica liderada por António Mexia segue a valorizar 1,23% para os 3,047 euros, tendo chegado a somar um máximo de 1,63% para tocar nos 3,059 euros, o valor mais elevado desde 2 de novembro, mais de quatro meses. Com base nesta cotação, o valor de mercado da elétrica voltou a superar os 11 mil milhões de euros.

É a oitava sessão consecutiva de ganhos da EDP, período durante o qual a elétrica nacional acumulou uma valorização de mais de 12%. Com esta forte subida, os títulos voltaram para terreno positivo no acumulado do ano, apresentando um ganho de 4,33%.

Ações da EDP tocam máximos

O início da recuperação dos títulos coincide com a apresentação das contas referentes ao ano passado. A EDP revelou a 1 de março que os lucros cresceram 16% para 1.113 milhões de euros em 2017 face aos 961 milhões registados em 2016. A venda da Naturgas deu um forte impulso às contas da empresa.

Além dos resultados, também o compromisso de Mexia com o dividendo de 19 cêntimos por ação — que até poderá ser revisto em alta nos próximos anos — tem puxado pelos títulos numa altura em que os investidores estão muito atentos ao que se passa no setor energético a nível europeu.

Na Alemanha, a E.On vai comprar a Innogy, empresa de energia renovável participada pela RWE. No âmbito deste acordo, avaliado em 43 mil milhões de euros, a E.On vai ficar com as unidades de retalho e de transporte de energia das duas empresas. A RWE, por seu lado, ficará com as renováveis e uma posição na elétrica alemã.

(Notícia atualizada às 9h48 com mais informação)

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Edifício arrendado à EDP vendido a investidor estrangeiro

A gestora Square AM vendeu um edifício de escritórios na zona da Praça de Espanha, em Lisboa, onde o principal inquilino é o grupo EDP. O imóvel foi adquirido por um investidor estrangeiro.

As transações no mercado imobiliário nacional não param. Lisboa continua a dar cartas no que toca à venda de imóveis e nem os escritórios escapam a esta febre. A mais recente transação coube à gestora Square Asset Management, que vendeu um edifício de escritórios no centro da cidade a um investidor internacional. A particularidade deste imóvel com mais de 8.000 metros quadrados é que o principal inquilino é a EDP.

O Malhoa 25, localizado na zona da Praça de Espanha, contempla uma área de 8.081 metros quadrados, e acaba de ser adquirido por um investidor institucional internacional, representado em Portugal pela FS Capital. Sem serem adiantados mais dados sobre a transação, sabe-se apenas que a EDP é o principal inquilino do edifício mas, por enquanto, continuará lá.

Fonte oficial da elétrica confirmou ao ECO que o contrato de arrendamento foi celebrado em 2015, quando a EDP vendeu o edifício nessa data à Square Asset Management, passando à condição de arrendatária. Apesar desta nova troca de mãos, a EDP vai manter-se no edifício, uma vez que “o contrato de arrendamento não teve alteração”.

Edifício Malhoa 25, Praça de Espanha

“Com esta transação, o mercado imobiliário comercial português volta a demonstrar toda a sua versatilidade e abrangência. Hoje, a atividade não se limita apenas às zonas do Central Business District (CBD) de Lisboa e assiste-se também à procura em zonas anteriormente consideradas menos prime quando aí se disponibiliza novo produto para investir”, diz Fernando Ferreira, da JLL Portugal, consultora responsável pela transação, no comunicado onde divulga a operação.

“A participação de duas entidades portuguesas bem conhecidas no nosso mercado, demonstra também que o conhecimento local dos investidores nacionais é crucial para o capital internacional entrar no nosso país“, reitera.

Esta não é a primeira transação imobiliária a envolver grandes empresas. Recentemente, a EDP vendeu um palácio no Porto por um total de seis milhões de euros, novamente a um investidor internacional. Também o BPI está a tentar tirar proveito deste bom momento do mercado e colocou à venda, no passado mês de fevereiro, um quarteirão de luxo na Baixa, edifício delimitado pelas ruas mais históricas da cidade e que inclui a sede principal do banco. Ainda no mesmo mês, foi a vez da Caixa Banco de Investimento (CaixaBI): vendeu a sua antiga sede em Lisboa à seguradora Zurich.

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PS desafia Governo a esclarecer se EDP só pagou 0,7% de IRC

  • Lusa
  • 11 Março 2018

Carlos César, líder parlamentar socialista, pediu ao Governo para esclarecer se a taxa efetiva de tributação sobre os lucros da EDP em 2017 foi de 0,7%.

O líder parlamentar socialista pediu ao Governo para esclarecer se a taxa efetiva de tributação sobre os lucros da EDP em 2017 foi de 0,7% e, em caso afirmativo, se estão previstas medidas para uma maior justiça fiscal.

Num requerimento enviado ao Ministério das Finanças cujo primeiro subscritor é o líder da bancada do PS, Carlos César, a que a Lusa teve acesso, os deputados socialistas perguntam se o executivo confirma a notícia veiculada pelo Expresso segundo a qual a EDP pagou apenas 0,7% de IRC (Imposto sobre o Rendimento de Pessoas Coletivas) em 2017, o que representa a taxa mais baixa entre as empresas cotadas na bolsa portuguesa.

“O Ministério das Finanças confirma estes resultados e esta taxa efetiva de tributação apresentada pela imprensa”, questionam os deputados.

Caso se confirmem os resultados, está prevista “a introdução de novas medidas, no quadro fiscal, que assegure mais justiça na tributação dos agentes económicos, designadamente aqueles que têm melhores condições para contribuir para as receitas do Estado”, perguntam os deputados Carlos César, Carlos Pereira, Luís Moreira Testa, Hugo Costa e Hugo Pires.

No texto, o Grupo Parlamentar do PS “considera ser importante uma clarificação sobre esta matéria, tendo em conta que os portugueses não compreendem porque razão um agente económico como a EDP, que gerou o ano passado um resultado de 1,52 mil milhões de euros, pague impostos a taxas abaixo de grande parte dos portugueses, no quadro dos seus rendimentos do trabalho”.

Já depois da publicação da notícia do Expresso, a elétrica liderada por António Mexia esclareceu que o semanário “confunde o reporte contabilístico refletido no relatório e contas com os valores efetivamente pagos em sede de IRC pela EDP, em Portugal”.

“Os cerca de 10 milhões de euros relativos a 2017 que são referidos dizem respeito ao Grupo EDP, que tem atividade em todo o mundo, e beneficiam de um conjunto de eventos ocorridos fora de Portugal, nomeadamente a reforma fiscal nos EUA – equivalente a cerca de 44 milhões de euros – e a isenção de mais valias por venda de ativos em Espanha (cerca de 200 milhões de euros)”, refere a elétrica.

Assim, adianta, “o IRC a ser pago em 2018 em Portugal, respeitante a 2017, em nada será impactado por estes eventos”. “O IRC pago em 2016, em Portugal, tinha sido de 333 milhões de euros e, em 2015, foi de 193 milhões de euros”, acrescenta.

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