Seis anos depois, ERSE volta a inspecionar contadores da luz

  • ECO
  • 8 Janeiro 2018

O regulador quer "garantir a supervisão adequada ao bom funcionamento dos contadores", depois de ter detetado anomalias em vários contadores da EDP Distribuição na última inspeção, há seis anos.

A Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE) vai voltar a inspecionar os contadores da eletricidade dos consumidores seis anos depois da última auditoria. O regulador diz querer garantir a “supervisão adequada ao bom funcionamento dos contadores”. Isto depois de na última inspeção ter detetado anomalias em vários aparelhos da EDP Distribuição.

“A ERSE prevê para breve a realização de novas auditorias aos contadores”, refere fonte oficial do regulador ao Jornal de Negócios, mas sem indicar uma data para esta inspeção. É a EDP Distribuição que detém quase todos os contadores de luz em Portugal continental: cerca de seis milhões de contadores. Já nas regiões autónomas, os contadores são detidos pela Empresa de Electricidade da Madeira (EEM) e à Electricidade dos Açores (EDA).

"A ERSE prevê para breve a realização de novas auditorias aos contadores.”

Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos

Com esta nova auditoria, o regulador explica que quer “garantir a supervisão adequada ao bom funcionamento dos contadores, das leituras efetuadas, da correção de anomalias, do cumprimento dos procedimentos de reporte e registo interno de todas as situações relacionadas com anomalias de contagem e de medição e sua correção”.

A última inspeção decorreu entre 2011 e 2012. Nessa altura, a ERSE detetou anomalias em vários aparelhos da EDP Distribuição, o que levou o regulador a determinar que a empresa teria de devolver 11 milhões de euros aos consumidores. Desse montante, a EDP Distribuição acabou por devolver quatro milhões, contestando os restantes sete milhões em tribunal.

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Primeiro-ministro lamenta “atitude hostil” da EDP para com o atual Governo

  • Lusa
  • 6 Janeiro 2018

António Costa afirmou este sábado que a EDP tem uma "atitude hostil" com o Executivo em funções, considerando, aliás, que isso configura "uma alteração da política que tinha com o anterior Governo".

O primeiro-ministro considerou hoje que a EDP tem mantido uma “atitude hostil” em relação ao atual Governo, o que lamentou, afirmando que representa “uma alteração da política” que tinha com o anterior executivo PSD/CDS-PP.

António Costa assumiu esta posição no final de uma visita ao Hospital de Santa Maria, em Lisboa, em declarações aos jornalistas, que o questionaram sobre a notícia de que a EDP se vai juntar à Galp e deixar de pagar a contribuição extraordinária sobre o setor energético.

“Eu não vou comentar. Só lamento a atitude hostil que a EDP tem mantido e que representa, aliás, uma alteração da política que tinha com o anterior Governo”, respondeu o primeiro-ministro.

A notícia de que EDP decidiu deixar de pagar a contribuição extraordinária sobre o setor energético foi avançada na sexta-feira pelo jornal ‘online’ Observador.

Segundo o Observador, em causa “cerca de 69 milhões de euros devidos em 2017 que assim se somam aos valores que já estavam por cobrar desta contribuição sobre as grandes empresas de energia”.

“Galp, EDP e REN têm contestado cobrança nos tribunais, pondo em causa a sua legalidade”, refere o jornal.

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Luz mais cara? ERSE alerta que subida depende do fornecedor

  • Lusa
  • 28 Dezembro 2017

Quem está no mercado regulado vai ter uma descida dos preços, mas quem está no liberalizado está a ser confrontado com uma subida. A ERSE alerta que estas alterações dependem apenas dos fornecedores.

A Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE) alertou hoje para a “má prática”, que confunde o consumidor quando os comercializadores dizem que a eletricidade vai ser atualizada na sequência das novas tarifas de acesso às redes definidas pelo regulador. Alterações que, segundo o regulador, dependem apenas dos fornecedores. Isto no dia em que a EDP Comercial anunciou que os preços da eletricidade vão aumentar, em média, 2,5% no próximo ano.

“Nota [o consumidor] um aumento e fica confuso, pois a ERSE anunciou uma redução tarifária em Baixa Tensão Normal (consumidores domésticos e pequenos negócios) para 2018”, defende o regulador do setor energético em comunicado.

Neste contexto, a ERSE aconselha os consumidores a consultarem e compararem os preços praticados no mercado de eletricidade, usando os simuladores disponíveis (ERSE, DECO, POUPA ENERGIA e outros) e a mudar para a oferta com condições de preço mais adequadas ao seu consumo.

“Nota [o consumidor] um aumento e fica confuso, pois a ERSE anunciou uma redução tarifária em Baixa Tensão Normal (consumidores domésticos e pequenos negócios) para 2018.

Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos

A ERSE esclarece que apenas fixa as tarifas para o mercado regulado, que vão ter uma redução de 0,2% em 2018, e que no mercado livre, “os comercializadores só incorporam no preço as Tarifas de Acesso às Redes fixadas pela ERSE que, em 2018, se reduziram em -4,4%”.

Assim, “as restantes componentes do preço (energia e comercialização), refletem os custos do próprio comercializador e o preço a que compram a energia no mercado grossista. A decisão de redução ou aumento é uma estratégia comercial do seu fornecedor”.

O Governo solicitou esta quinta-feira de manhã à ERSE informação e análise sobre a existência de empresas em mercado livre a aumentar preços da eletricidade “em outras componentes que não a do custo unitário de energia”.

Na sequência de uma notícia da SIC, que dá conta do aumento do preço da eletricidade pela EDP Comercial, empresa que opera no mercado liberalizado, em contraciclo com a descida de 0,2% nas tarifas reguladas no próximo ano, o gabinete do secretário de Estado da Energia enviou uma carta à presidente da ERSE, em que solicita também “análise e eventual proposta de atuação no caso de a situação referida corresponder a alguma ação concertada”.

Na carta enviada esta manhã à ERSE, a que a Lusa teve acesso, Jorge Seguro Sanches admite a possibilidade de ser necessário “proceder à revisão de quaisquer normas legais ou regulamentares no sentido de os consumidores possam efetivamente beneficiar da descida das tarifas aprovadas para 2018”.

O Governo informa ainda que determinou à Adene – Agência para a Energia que desenvolva, com urgência, uma campanha de informação, pedindo ao regulador que transmita “quais os aspetos mais relevantes que devem ser comunicados, por essa campanha de informação, aos consumidores e para que tenham acesso sempre às tarifas mais baixas do mercado”.

Confrontado com esta carta, o presidente da EDP Comercial, Miguel Stilwell, disse desconhecer o conteúdo da missiva realçando apenas que a empresa que lidera opera em mercado livre.

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EDP informa clientes de novos preços, mas não diz quanto sobem

  • ECO
  • 28 Dezembro 2017

"Os preços da eletricidade vão ser atualizados", diz a carta enviada pela EDP aos clientes do mercado liberalizado. Não diz se sobe ou desce. Vão subir, mas os clientes não sabem que o aumento é 2,5%.

A EDP vai aumentar os preços da energia dos clientes do mercado liberalizado. E está a informá-lo por carta, ou por email, dessa revisão das tarifas que terá efeitos a partir de 18 de janeiro. Contudo, em momento algum a empresa liderada por António Mexia faz referência ao agravamento de 2,5%. Fala apenas numa “atualização”.

“Os preços da eletricidade vão ser atualizados e continua a beneficiar do mesmo desconto”, refere a carta enviada pela elétrica liderada por António Mexia, a mesma que Miguel Stilwell de Andrade, administrador da EDP, apresentou como ferramenta para comunicar aos clientes a revisão em alta dos preços para os clientes do mercado liberalizado.

"Os preços da eletricidade vão ser atualizados e continua a beneficiar do mesmo desconto.”

EDP

Carta enviada aos clientes

“Com a publicação das novas Tarifas de Acesso às Redes pela Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos e a atualização dos custos de energia, os preços da eletricidade serão atualizados, mas o seu desconto mantém-se inalterado”, refere ainda esta carta. E conclui: “Pode consultar os novos preços e a data em que serão aplicados no fim desta carta”.

No final dessa mesma carta, além da identificação do código do cliente, surge a indicação do valor do kw/h e do custo da componente fixa da fatura, que representa a potência contratada, com um valor diário. No exemplo apresentado em baixo, apenas surge a indicação de que o kw/h será de 0,1569 euros, passando a potência a ter um custo diário de 0,2182 euros. Em momento algum existe a indicação de que os valores sobem 2,5%.

Para conseguir descobrir o aumento de 2,5%, anunciado pela elétrica num encontro com jornalistas, é necessário que os clientes da EDP do mercado liberalizado recorram às faturas que recebem para compararem os valores que são cobrados com os que vão ser atualizados no próximo ano.

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Afinal a eletricidade não desce. EDP vai aumentar os preços em 2,5% no próximo ano

A elétrica vai avançar com este aumento já a partir do dia 18 de janeiro. A alteração, que deve traduzir-se numa subida média de um euro, já está a ser comunicada aos clientes do mercado liberalizado.

A EDP Comercial vai avançar com um aumento médio de 2,5% das tarifas de eletricidade. Esta alteração vai entrar em vigor a partir de 18 de janeiro e já está a ser comunicada aos clientes por carta, refere Miguel Stilwell de Andrade, administrador da EDP, num encontro com jornalistas. Na prática, isto vai significar uma subida média de um euro na fatura mensal das famílias portuguesas.

Os quatro milhões de clientes de eletricidade da EDP que estão no mercado liberalizado vão sentir esta alteração já a partir do próximo ano, isto quando os preços no mercado regulado se preparam para a primeira descida em 18 anos (a ERSE determinou uma redução de 0,2% no valor das tarifas em 2018, que se traduz numa poupança de nove cêntimos numa fatura média). Numa fatura média mensal de 43,10 euros, haverá um aumento para os 44,10 euros.

Miguel Stilwell de Andrade justifica esta medida com o “aumento de preços da energia em 24% no último ano” devido à seca na região. Isto depois de o presidente executivo da EDP ter recusado, em novembro, que a seca levaria a um aumento dos preços da luz no país.

Já face ao mercado regulado, os preços da EDP vão subir, em média, 80 cêntimos. Mas a elétrica garante que mantém “os preços competitivos em relação ao mercado regulado”, exceto no bi-horário. E dá exemplos: no caso de um casal sem filhos, os preços mantêm-se 0,4% abaixo do mercado regulado. Já no caso de um casal com dois filhos, os preços ficam 0,7% abaixo. Com quatro filhos, pagam menos 1,3%.

Esta mudança já está a ser comunicada pela EDP aos clientes por email, onde explica que “com a publicação das novas Tarifas de Acesso às Redes pela Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos e a atualização dos custos de energia, os preços da eletricidade serão atualizados”, tendo 14 dias para rescindir o contrato e mudar de operador, caso o queiram.

Família numerosas poupadas

O administrador da EDP nota ainda que a operadora quer beneficiar as famílias que mais consomem. “Fizemos o esforço de tentar controlar o aumento das tarifas em 2,5% e de tentar privilegiar as famílias mais numerosas e com maiores consumos”. Mas como? A EDP Comercial vai transferir este custo para a componente fixa da fatura da luz. Ou seja, para a potência contratada. Como a componente variável representa 79% do total, se este custo fosse aplicado nesta componente seria superior, explica o administrador da EDP.

"Fizemos o esforço de tentar controlar o aumento das tarifas em 2,5% e de tentar privilegiar as famílias mais numerosas e com maiores consumos.”

Miguel Stilwell de Andrade

Administrador da EDP

(Notícia atualizada às 13h23 com mais informação)

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Governo baixa taxa de juro a pagar à EDP pela dívida tarifária para 1,49%

  • Lusa
  • 14 Dezembro 2017

De acordo com Jorge Seguro Sanches, a taxa dos juros cobrada nas tarifas elétricas para remunerar a dívida à EDP vai baixar para 1,49% em 2018.

O Governo fixou a taxa de juro paga pela pela dívida tarifária gerada em 2018 em 1,49%, abaixo dos 1,88% a que está a ser remunerada este ano, disse à Lusa o secretário de Estado da Energia.

De acordo com Jorge Seguro Sanches, a taxa dos juros cobrada nas tarifas elétricas para remunerar a dívida à EDP vai baixar para 1,49% em 2018, ano em que a dívida tarifária deve descer para os 3.653 milhões de euros.

Os juros do défice tarifário – que resulta do adiamento do pagamento do sobrecusto da produção de energia em regime especial – são suportados pelas famílias e empresas nas faturas da eletricidade.

Em 2016, os encargos com juros foram de cerca de 188 milhões de euros, tendo, em 2017, baixado para 143 milhões de euros.

No final do próximo ano, a dívida tarifária deverá ser de 3.653 milhões de euros, menos 744 milhões de euros do que no final de 2017, de acordo com os últimos dados divulgados pela Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE) na proposta tarifária para 2018.

“A proposta tarifária consolida o movimento iniciado nas tarifas de 2016 de diminuição da dívida tarifária, sendo que esta diminuição é de cerca de 744 milhões de euros, superior à soma das diminuições verificadas em 2016 e em 2017, que totalizaram 693 milhões de euros”, acrescenta o regulador do setor energético.

Na sexta-feira, a ERSE divulga as tarifas da eletricidade para 2018, mas a proposta inicial, apresentada em 13 de outubro, previa uma descida de 0,2% em mercado regulado a partir de 1 de janeiro.

Atualmente, é a EDP Serviço Universal, comercializadora de último recurso do mercado português, que compra a produção em regime especial (PRE), com sobrecusto por ser subsidiada, e financia o sistema após sucessivos diferimentos destes sobrecustos nas tarifas da eletricidade.

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Eduardo Catroga sai da EDP. Luís Amado ou Lacerda Machado são candidatos

Em final de mandato, já é certo que Eduardo Catroga não vai continuar como chairman, mas o futuro de António Mexia é ainda incerto. Luís Amado e Lacerda Machado são candidatos a substituir Catroga.

O mandato dos órgãos sociais da EDP termina no final deste ano e uma coisa já é certa: Eduardo Catroga não vai ser o próximo chairman da elétrica, apurou o ECO junto de fontes próximas dos acionistas. A transposição de uma diretiva comunitária em 2015 obriga a um presidente independente dos acionistas em empresas com um modelo de governação dualista, isto é, com um conselho geral e um conselho de administração executiva. Catroga, por acumular já quatro mandatos seguidos, dois dos quais como presidente, perdeu esse estatuto de independente e não poderá continuar como chairman.

A decisão parece simples, mas o ECO sabe que Catroga pediu um parecer a uma sociedade de advogados para saber se não poderia mesmo continuar como chairman. Porquê? No caso dos modelos de governação monistas, com um conselho de administração e uma comissão executiva, é à comissão de auditoria que cabe a fiscalização da gestão, e é o presidente desse órgão que tem de ser independente. À luz da lei, responsabilidade da CMVM, no caso dos regimes de governação dualista, a comissão de auditoria integra o conselho geral e de supervisão, e tem funções delegadas, por isso a exigência de independência recai sobre o presidente do conselho, neste caso, Eduardo Catroga.

Se já é claro que Catroga não continua como presidente do conselho, há quem admita que possa manter-se como membro, em representação dos chineses. É que, neste momento, o gestor e ex-ministro é presidente em nome da China Three Gorges, e se não pode continuar como presidente, pode manter-se como membro.

O seu sucessor como chairman está ainda por escolher. E há pelo menos um fator de atração: em 2016, Catroga ganhou 550 mil euros brutos em salário fixo, segundo o relatório e contas da EDP. De acordo com várias fontes, há dois candidatos fortes ao lugar: Luís Amado, ex-ministro, atual vice-presidente do Conselho Geral e de Supervisão e um homem do bloco central, e Diogo Lacerda Machado, advogado, antigo membro deste conselho geral da EDP, um homem muito próximo dos chineses e, como se sabe, o melhor amigo do primeiro-ministro, António Costa.

Os que defendem a promoção de Luís Amado — e que também apoiam a renovação do mandato de António Mexia como presidente executivo — querem uma linha de continuidade na gestão da EDP e justificam a escolha do ex-ministro socialista por ser o número 2 do conselho geral e de supervisão. A corrente que defende a nomeação de Lacerda Machado, pelo contrário, quer a abertura de um novo ciclo, com a mudança de chairman e também do CEO. Além disso, argumenta que o advogado conhece por dentro a EDP, já foi membro do conselho geral durante dois mandatos anteriores ao atual, e é muito próximo dos chineses e do próprio governo.

A renovação do mandato de António Mexia, esse, está por decidir, mas também está ligada à escolha para chairman. Há umas semanas, na sequência do processo judicial que recai sobre António Mexia e Manso Neto por causa dos contratos com o Estado e as chamadas ‘rendas excessivas’ (CMEC), e sobretudo dos contactos com a Gas Natural para uma eventual fusão, cenário que Mexia aprovava, a CTG — o maior acionista da EDP com 23,3% do capital — deu sinais privados de desconforto com a gestão. E passou essa mensagem nos círculos políticos, junto de António Costa e Marcelo Rebelo de Sousa, com reuniões em São Bento e Belém. Rejeitava a ideia de uma fusão ibérica e temia a pressão do Governo. Costa chegou a dizer que a EDP usava ‘manhas’ para enganar o Estado e era hostil ao Governo. Uma fonte próxima do Governo afirmou ao ECO que “até os chineses perderam a paciência para Mexia”.

Ainda assim, depois dessa fase, mais tensa, realizou-se uma reunião do conselho geral e de supervisão da EDP em Pequim que terá decorrido num “espírito positivo”, confidenciou ao ECO um membro do conselho que participou no encontro. Mas acrescentou: “Os chineses não revelam as cartas antes de jogarem, e ninguém perceberá o que querem fazer antes de o fazerem”. Publicamente, de qualquer forma, ainda antes desta reunião, emitiram um comunicado, em Pequim, no qual elogiam a gestão da EDP, mas sem nunca referir explicitamente que vão manter o gestor no próximo mandato. O desenvolvimento e desfecho do processo judicial que impende sobre Mexia acabará também por ser determinante para uma decisão dos acionistas da empresa. Nos corredores da companhia, a continuidade de Mexia é, ainda assim, um cenário com mais de 50% de probabilidade.

O ECO contactou os visados na notícia, mas não foi possível obter quaisquer comentários a estas informações.

A Assembleia Geral da EDP ainda não está marcada, mas, por lei, a lista para o próximo mandato ter de ser apresentada pelo menos 20 dias antes dessa data, previsivelmente entre abril/maio. De qualquer forma, diversas fontes contactadas pelo ECO acreditam que os principais acionistas — a CTG e também os americanos do Capital Group — chegarão a um entendimento nas próximas semanas.

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Subida da derrama custa 45 milhões às cotadas do PSI-20

Parlamento aprovou subida da derrama em dois pontos. A medida apresentada pelo PCP vai ficar com boas parte dos lucros das cotadas da bolsa de Lisboa. Haitong estima impacto em 45 milhões de euros.

Impostos vão subir para as maiores empresas nacionais.

A subida da derrama estadual para as empresas com maiores lucros poderá retirar 45 milhões de euros aos resultados das cotadas da bolsa portuguesa no próximo ano, de acordo com as estimativas do banco de investimento Haitong. Há, ainda assim, fatores como a atividade internacional ou medidas de otimização fiscal que baralham os cálculos.

O Parlamento aprovou um aumento da derrama dos 7% para os 9% para as empresas que obtenham lucros superiores a 35 milhões de euros, medida que vai entrar em vigor no próximo ano com o Orçamento do Estado. Para o PCP, que apresentou a proposta e viu o PS dar o seu consentimento, ficará assim corrigida uma “injustiça fiscal” num regime que dava vantagem às grandes empresas.

No PSI-20, onde moram algumas das principais empresas nacionais, essa medida vai pesar numa parte dos lucros esperados em 2018. As contas do Haitong (ex-BESI) apontam para uma fatura na ordem dos 45 milhões de euros.

“Os impactos mais significativos serão sentidos nas empresas com um elevado degrau de exposição a Portugal como a REN ou a Sonae e ainda nas empresas com algum degrau de alavancagem”, referem os analistas daquele banco.

No caso da gestora da rede elétrica nacional, o Haitong antecipa um lucro de 106,8 milhões de euros, dos quais três milhões vão ser então absorvidos pela revisão da taxa de IRC. Em relação à Sonae, o custo será de 3,6 milhões face a uma estimativa de lucro de 180 milhões de euros no próximo ano.

Os analistas do Haitong consideram que “para as outras empresas, os impactos não são muito significativos (abaixo de 2%)”. Por exemplo, são esperados impactos de cerca de um milhão de euros em cotadas como a Corticeira Amorim, Altri ou Semapa.

Lembram, porém, que os cálculos não incluem “medidas de otimização fiscal que as empresas poderão tomar para absorver o impacto desta mudança no regime fiscal”.

"Os impactos mais significativos serão sentidos nas empresas com um elevado degrau de exposição a Portugal como a REN ou a Sonae e ainda nas empresas com algum degrau de alavancagem.”

Haitong

Nota de research

Um desses casos é a Nos, que deverá registar um impacto negativo de 3,3 milhões de euros nos próximos lucros anuais, segundo o Haitong. Mas o CaixaBank/BPI diz que a operadora “detém ativos fiscais que irão provavelmente mitigar o impacto” da subida da derrama estadual.

Atividade internacional baralha cálculos

Por outro lado, o Haitong salienta que “nem todas as empresas geram os seus resultados em Portugal”, tornando mais difícil quantificar o impacto deste agravamento fiscal em cotadas com intensa atividade internacional. Esse é o caso de empresas como a EDP, a EDP Renováveis ou a Galp.

Por exemplo, na EDP, enquanto os cálculos do Haitong apontam para um impacto de 11 milhões de euros nos lucros do próximo ano, o CaixaBank/BPI Research lembra que a elétrica nacional tem 51% da atividade em Portugal e, por essa razão, estima um impacto de 0,3% do lucro de 2018: cerca de 2,6 milhões de euros. Quanto à EDP Renováveis, Haitong e BPI são mais consensuais com um impacto de cerca de um milhão de euros.

Na Galp, o CaixaBank/BPI refere que a subida da derrama vai aumentar a fatura fiscal da petrolífera em sete milhões de euros — devido às atividades de Gás & Power e de downstream, ambas localizadas em Portugal.

Na Mota-Engil, cuja carteira de negócios está sobretudo lá fora, o impacto da medida aprovada será marginal nos resultados da construtora nacional, dizem tanto os analistas do Haitong como os do CaixaBank/BPI.

As contas do Haitong excluem o BCP, que mantém um negócio importante na Polónia. Mas os analistas do CaixaBank/BPI calculam que a medida terá um impacto de 1% no lucro estimado de 364 milhões de euros que o banco liderado por Nuno Amado deverá ter em 2018. Ou seja, subida do IRC para as maiores empresas vai levar 3,6 milhões dos lucros do banco no próximo ano.

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EDP encaixa quase 600 milhões com o défice tarifário

  • ECO
  • 22 Novembro 2017

A EDP voltou ao mercado para se financiar, desta vez através da venda de mais uma "fatia" do défice tarifário. Colocou quase 600 milhões de euros.

A EDP vendeu mais uma “fatia” do défice tarifário. A Tagus comprou à elétrica liderada por António Mexia dívida no valor de quase 600 milhões de euros, sendo que para adquirir estes títulos irá realizar uma emissão que pagará um cupão de 0,85%.

“A EDP Serviço Universal acordou ceder, de forma plena e sem recurso à Tagus – Sociedade de Titularização de Créditos, S.A. (“Tagus”), uma parcela do Défice Tarifário de 2017, no montante de 584 milhões de euros, e respetivos juros“, refere a EDP em comunicado enviado à CMVM.

“O défice tarifário de 2017 resultou do diferimento por cinco anos da recuperação do sobrecusto de 2017 (incluindo ajustamentos de 2015 e 2016) relacionado com a aquisição de energia aos produtores em regime especial”, explica a empresa.

A Tagus financiará a aquisição desta parcela do défice tarifário através da emissão de 600 milhões de euros de instrumentos de dívida sénior, dos quais 5% serão retidos pela EDP SU, com uma yield de 0,854%, cupão de 0,850%, e rating esperado de A1/BBB, atribuído pela Moody’s e Fitch, respetivamente”.

A StormHarbour Securities LLP atuou como sole arranger e o Banco Santander Totta, S.A. e StormHarbour Securities LLP actuaram como joint lead managers da transação.

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EDP paga 1,6% por 500 milhões de dívida a dez anos

  • Juliana Nogueira Santos
  • 14 Novembro 2017

A elétrica nacional foi ao mercado financiar-se em 500 milhões de euros a dez anos. Houve um grande apetite por parte dos investidores. A taxa de juro final é de 1,6%.

A EDP EDP 0,84% emitiu 500 milhões de euros em obrigações a dez anos, com a taxa de juro a fixar-se nos 1,6%. Esta oferta atraiu muito interesse dos investidores, sendo que os termos finais, divulgados pela Bloomberg, apontam para uma procura de 1.600 milhões em obrigações, 3,2 vezes mais o que a elétrica nacional contava emitir.

No arranque da operação, o spread estava entre 90 e 95 pontos, mas com o aumento da procura este baixou para um intervalo entre 75 e 80 pontos. Acabou por ficar no 73 pontos. Com a taxa mid swap a dez anos nos 0,887%, de acordo com dados da Bloomberg, a EDP irá pagar 1,6%, abaixo do juro pago por Portugal na última emissão ao mesmo prazo. Esta emissão conta com um rating “BBB-“, o mesmo que é atribuído à dívida soberana portuguesa pela Standard & Poors, classificando-a como um investimento de qualidade.

A operação foi realizada por intermédio da EDP Finance, o braço financeiro da elétrica nacional, e contou com a ajuda de vários bancos internacionais como o Barclays, o BNP Paribas, o CaixaBank, o CaixaBI, o Citi, o ING, o Mediobanca, o MUFG e o UniCredit.

Nuno Alves, administrador financeiro da EDP, já tinha adiantado ao ECO que a empresa poderia voltar ao mercado de dívida este ano, para se antecipar a uma eventual política monetária mais restritiva do Banco Central Europeu. “Uma nova emissão de dívida não está planeada, mas também não está excluída. Ainda não decidimos”, afirmou o responsável. “[Vamos] antecipar a emissão se acharmos que daqui a um mês o BCE começa a subir as taxas.”

A última emissão de dívida foi feita em junho deste ano, quando a EDP se financiou em 1.000 milhões de dólares em dívida a sete anos. Na altura, Nuno Alves explicou que o montante levantado iria permitir à EDP financiar dívida anterior e alongar as maturidades da sua responsabilidade.

A EDP divulgará os resultados desta operação de financiamento aos mercados após o fecho da praça lisboeta.

(Notícia atualizada às 13h30 com a informação dos termos finais)

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EDP avança para o Peru e analisa Colômbia

  • ECO
  • 14 Novembro 2017

A EDP contabiliza mais um mercado na América Latina, através da construção e concessão de uma barragem hídrica. Para Mexia, a expansão pode chegar à Colômbia.

A EDP ganhou a concessão para a construção e exploração de uma barragem hídrica no Peru, através da Hydro Global, uma parceria 50/50 com a China Three Gorges (CTG). A elétrica nacional avança assim para um novo mercado na América Latina. Mas poderá não fica por aqui.

O negócio é avançado esta terça-feira pelo Jornal de Negócios e totaliza 500 milhões de dólares de investimento. A barragem vai ser construída de raiz no rio San Gaban, na região de Puno e terá uma capacidade de 206 MW, o suficiente para fornecer cerca de 400 mil casas. A construção vai ficar a cargo da CWE, uma empresa do grupo chinês, com o contrato de concessão a durar 30 anos.

Para António Mexia, entrevistado pelo mesmo jornal, “o mercado peruano apresenta características que respeitam os critérios de investimento da EDP em termos de crescimento de mercado, estabilidade regulatória, contratos de longo prazo e mitigação do risco cambial.” Para além do Peru e do Brasil, país onde a EDP está já bem consolidada, o presidente executivo da elétrica aponta a Colômbia como “um exemplo” de país que está no radar.

“A EDP continuará a analisar oportunidades noutros mercados na América Latina que apresentem os critérios de investimento exigidos pelo grupo”, avança Mexia.” A Colômbia poderá ser um exemplo.”

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EDP já tem centrais paradas por causa da seca

Há duas centrais hidroelétricas da EDP paradas por causa da seca. Mais quatro estão sob "gestão prudente". Níveis de água das albufeiras estão perigosamente baixos e o consumo humano é a prioridade.

Portugal tem todo o território em seca extrema e o Governo já faz campanhas de apelo à poupança de água dirigidas aos cidadãos. A produção hídrica da EDP sofreu uma quebra de 40% face ao ano passado, mas este valor vai aumentar porque a elétrica nacional tem seis albufeiras sob gestão “prudente”, sendo que duas delas estão mesmo paradas, por causa da seca, avançou ao ECO fonte oficial da EDP.

A central de Vila-Tabuaço, no rio Távora, e a central de Santa Luzia pararam a produção de eletricidade, porque a água existente nas respetivas albufeiras se destina agora apenas ao consumo público, porque as regras definidas nos contratos de concessão determinam que “o consumo humano é sempre considerado prioritário”.

“Dado o reduzido armazenamento e a existência de uma captação de água para consumo humano, a EDP decidiu deixar de explorar esta albufeira enquanto se mantiverem as atuais condições”, disse fonte oficial da EDP ao ECO.Wikimedia Commons

A gestão das albufeiras da EDP é feita em articulação com a Agência Portuguesa do Ambiente (APA) e rege-se pelos contratos de concessão. “Os limites (máximos e mínimos) de exploração das diversas albufeiras, bem como eventuais condicionantes, são definidos nos contratos de concessão. Na exploração das suas albufeiras, a EDP considera todas estas limitações contratuais, bem como eventuais pedidos e/ou necessidades de outras partes interessadas, como, por exemplo, Câmaras Municipais, empresas de abastecimento de água e Proteção Civil“, explicou ao ECO, fonte oficial da empresa. “Todas estas decisões são tomadas em articulação permanente com a APA, que recebe informação das albufeiras da EDP em tempo real“, acrescenta a mesma fonte.

A situação particular de seca que o país tem atravessado obrigaram a EDP a começar mais cedo, “ainda no final da primavera”, uma “gestão mais prudente das albufeiras, limitando a sua exploração de modo a manter reservas de água para outros usos”. Para a elétrica liderada por António Mexia, este tipo de gestão no período do verão é normal para acautelar o consumo humano e o regadio, mas a maior seca que o país vive nos 100 anos obriga a medidas adicionais.

Assim, além das duas centrais que já pararam a produção, a EDP foi obrigada a condicionar a produção em Guilhofrei, Carrapatelo, Aguieira/Raiva e Belver. No caso da barragem do Carrapatelo “a EDP acedeu a um pedido da Águas do Norte para manter a cota da albufeira acima do que seria normal”, para permitir que esta empresa de abastecimento “efetue uma captação na capacidade máxima e consiga abastecer a Régua”, avançou fonte oficial. Por outro lado, na Aguieira não só é necessário preservar as reservas necessárias para o consumo humano, mas também acautelar as necessidades do regadio no Baixo Mondego. Finalmente, em Belver, “foi acordado com a APA um modelo de exploração, implementado desde junho, com o objetivo de minimizar a situação de baixos caudais no rio Tejo e de permitir satisfazer as necessidades de regadio”, acrescentou a mesma fonte.

De acordo com os dados do Boletim de Armazenamento nas Albufeiras de Portugal Continental do Sistema Nacional de Informação de Recursos Hídricos (SNIRH) quase metade das 60 albufeiras do país têm disponibilidades hídricas inferiores a 40% do volume total e existe uma descida da água armazenada em dez bacias hidrográficas. Resultados do longo período de seca e do facto de o mês de outubro ser o mais seco dos últimos 20 anos e 75,2% do território estar em seca extrema (quase 25% está em seca severa).

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