Ajuda pública à mutualista Montepio? “A questão não faz sentido”, diz presidente

Virgílio Lima diz que não faz sentido colocar a questão de um eventual apoio público à Associação Mutualista. Defendeu que valor de uso do banco é superior aos 1.500 milhões.

O presidente da Associação Mutualista Montepio Geral (AMMG) considera que a questão de um eventual apoio público “não faz sentido”. Virgílio Lima argumenta que a instituição com mais de 600 mil associados apresenta uma situação de cobertura das responsabilidades de 125% e tem potencial para a “realização de valores” com outros ativos.

“A situação é de cobertura de responsabilidades, há potencial de realização de valores (…). Se a pergunta é para associação, não é uma situação de capital. Não compreendemos porque é que a questão surge. Nessa medida, não é uma questão de descartar, é uma questão que não faz sentido na nossa leitura“, referiu Virgílio Lima durante uma conferência com os jornalistas para explicar os resultados da AMMG de 2019.

A mutualista apresentou um prejuízo histórico de 409 milhões de euros, devido sobretudo à desvalorização do Banco Montepio, que implicou uma imparidade de cerca de 370 milhões. As contas foram aprovadas por larga maioria na assembleia geral de associados realizada esta terça-feira.

A questão da desvalorização do Banco Montepio por parte da PwC voltou a ser contestada por Virgílio Lima, que defendeu que o seu valor de uso para a AMMG é superior aos 1.500 milhões de euros registados atualmente no balanço da mutualista.

“O valor do banco foi assumido pelo conselho de administração da AMMG. Assumimos isso. Mas esse valor deverá ser ponderado pelo seguinte: pelo conceito de justo valor ou valor de mercado ou valor de uso. A utilidade do banco está para além do valor imediato (…). A norma diz que deve ser escolhido o maior de dois valores”, explicou Virgílio Lima.

Entre os vários argumentos apresentados para o valor de uso do banco está o facto de tanto a mutualista como o banco terem vivido “geminados” durante 175 anos e o facto de os associados serem também clientes do banco e aqueles que dão maior rendimento. Por outro lado, o banco não está à venda, ou seja, é um ativo da AMMG não transacionável.

Apresentação de resultados da Associação Mutualista Montepio - 01JUL20

Virgília Lima afirmou poderão ser revertidas as imparidades com o banco, assim como com outras participadas da mutualista, que superam os 1.000 milhões de euros. Ou seja, “há um potencial de realização de valor”, defendeu, além de outros projetos da AMMG que serão fontes de valor no futuro, nomeadamente um conjunto de ativos imobiliários com valor superior a 100 milhões de euros.

Sobre o banco, o gestor sublinhou ainda que gostaria que fosse acelerada a limpeza do balanço, que conta atualmente com cerca de 2.000 milhões de euros em ativos não produtivos (1.400 milhões em crédito malparado e 500 milhões em imóveis). Isto porque o elevado nível de ativos problemáticos “consome capital” e também porque a sua alienação poderão representar mais-valias para o banco, logo reforçando os rácios. “Nesses 2.000 milhões há margem para escolher os ativos” que possam dar ganhos, frisou o presidente da mutualista.

Outra questão que mereceu a contestação de Virgílio Lima: os ativos por impostos diferidos, avaliados em 833 milhões de euros, que a PwC considerou “sobreavaliados” na reserva por desacordo que colocou às contas da mutualista. Segundo o líder da AMMG, que assumiu o cargo em dezembro com a saída de Tomás Correia, esta divergência resulta de diferentes interpretações das normas contabilísticas, argumentando em seu favor que outras duas auditoras (a KPMG e a BDO) consideraram o nível de DTA adequado.

Virgílio Lima adiantou ainda que os novos estatutos já terão sido aprovados pela Direção-geral da Segurança Social, pois vão ser registados de forma provisória. Segundo explicou, há alterações a fazer no que diz respeito a aspetos do regulamento de benefícios que a tutela quer ver nos estatutos. Até final do ano haverá eleições para o novo órgão a ser criado, a Assembleia de Representantes, que substituirá o conselho geral. E eleições gerais? “Estamos a meio do mandato”, rematou Virgílio Lima, não prevendo antecipar o ato eleitoral que deverá ocorrer só no final do próximo ano.

(notícia atualizada às 12h49)

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Fitch corta rating do Banco Montepio. Cai para “B-“

Agência justica redução do rating do Banco Montepio com deterioração do rácio de capital e das perpetivas de lucro. Fitch considera que reestruturação poderá ir além do anunciado fecho dos 31 balcões.

A agência de notação financeira Fitch cortou o rating do Banco Montepio em dois níveis, de “B+” para “B-“, devido à deterioração dos rácios de capital e das perspetivas de lucro do banco.

Em comunicado divulgado esta terça-feira, a agência anunciou a redução do rating de longo prazo (IDR) de “B+” para “B-“, com perspetiva negativa, e o rating de viabilidade (Viability Rating) de “b+” para “b-” do Banco Montepio, justificando essa decisão com a “deterioração acentuada da capitalização do banco no primeiro trimestre de 2020 e das perspetivas de rentabilidade operacional”, bem como com a expectativa “de que o perfil financeiro se deteriore ainda mais nos próximos trimestres”.

O Banco Montepio chegou ao final de março com um rácio de capital total de 13,2% (proforma de 13,7% de uma emissão de títulos Tier 2 colocada recentemente na Associação Mutualista Montepio Geral), abaixo dos requisitos 13,9% do processo de análise e avaliação para fins de supervisão (SREP, na sigla em inglês).

A Fitch diz esperar maior pressão nos rácios ao longo deste ano, tendo em conta que a crise provocada pela pandemia está ainda numa fase inicial. “Atualmente, o Banco Montepio está implementando ações de remediação de capital, que acreditamos que poderão ajudar a estabilizar ou melhorar as métricas de solvência até o final do ano”, frisam os analistas.

Por outro lado, a agência alerta para o elevado nível de crédito malparado em comparação com os pares portugueses e internacionais e para a rentabilidade baixa do banco liderado por Pedro Leitão.

O rácio de NPL atingiu os 12,1% no final de março, ligeiramente abaixo do final de 2019. A Fitch estima um rácio de ativos problemáticos de cerca de 18% se incluir ativos imobiliários. “Prevemos que a qualidade dos ativos se deteriore em 2020-2021, após uma severa contração económica em 2020 e um aumento significativo na taxa de desemprego em Portugal”, frisa a agência.

Quanto à rentabilidade, o banco reportou lucros de cerca de cinco milhões de euros no primeiro trimestre de 2020, “suportado por ganhos pontuais com a venda de títulos, que compensaram as provisões para perdas com crédito esperadas relacionadas à crise do coronavírus”. “Excluindo esses ganhos pontuais, o banco teria reportado uma perda operacional”, refere a Fitch, que antecipa um ano de prejuízos.

Face ao mau desempenho no arranque do trimestre, o Banco Montepio decidiu acelerar sua transição digital com o fecho de 31 agências (cerca de 10% da rede total de agências domésticas) através de processos de fusão. A reestruturação pode não ficar por aqui, diz a Fitch: “Esforços adicionais de reestruturação podem ser seguidos para aumentar a economia de custos a médio prazo, o que deve, em última análise, apoiar a rentabilidade operacional”.

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Banco Montepio fecha 31 balcões. Gestão justifica encerramentos com “novo ciclo”

Banco liderado por Pedro Leitão vai ajustar rede de distribuição com a fusão de 31 balcões redundantes geograficamente para responder aos desafios do novo contexto e acelerar a digitalização.

Banco Montepio é liderado por Pedro Leitão.DR

O Banco Montepio vai reduzir a sua rede de agências naquilo que considera ser um “ajustamento a um novo ciclo”. Já foi mesmo anunciado aos trabalhadores que vai avançar com a fusão de 31 balcões “redundantes” geograficamente. Com esta medida, o banco liderado por Pedro Leitão pretende responder aos desafios do novo contexto, impactado pela pandemia, tendo como objetivo de acelerar a digitalização e de aumentar a eficiência da instituição. Trabalhadores foram apanhados de surpresa com a decisão.

O banco já confirmou ao ECO essa medida, mas sem adiantar quais as agências em causa nem o número de trabalhadores que poderão ser afetados com a redução de balcões.

“A dinâmica competitiva na banca alterou-se de forma substancial nos últimos anos”, começa por justificar a instituição financeira depois de questionada pelo ECO. “Além da constante produção regulamentar, ou das taxas de juro historicamente baixas, servir bem os clientes constitui o maior desafio para os bancos. A dinâmica da relação e as expectativas dos clientes sobre o serviço prestado evoluíram de forma acelerada, marcadas pela evolução tecnológica e pelo espaço ocupado pelo digital, onde os bancos têm sido followers”, acrescenta.

Neste cenário, o Banco Montepio diz que pretende “acelerar o passo rumo a um novo paradigma de relação, ao mesmo tempo que se ajusta aos desafios de um novo contexto, tendo como objetivos acelerar a transição digital, ajustar o modelo de serviço e aumentar a eficiência”. E isto “a bem da sustentabilidade da operação“.

O banco chegou a março deste ano com 328 balcões, pelo que com esta medida irá reduzir em cerca de 10% a sua rede. Do ponto de vista operacional, já vinha enfrentando um contexto desafiante que se tornou ainda mais evidente com a pandemia de Covid-19. Viu os lucros caírem 17% no primeiro trimestre para 5,4 milhões de euros, com as imparidades para fazer face à crise a ascenderem a mais de 15 milhões.

Além do ajustamento da rede de balcões, com a fusão de 31 agências redundantes “devido à sua proximidade geográfica”, o Banco Montepio anunciou esta manhã aos trabalhadores, através de uma comunicação interna com o título “Ajustamento a um novo ciclo”, que vai avançar com mais ações no mesmo sentido:

  • Robustecer o modelo de negócio, reforçando a aposta em produtos com maior valor acrescentado para o cliente;
  • Acelerar a transição digital, tanto nos processos internos, como nas plataformas de relação com clientes;
  • Aumentar a eficiência, nomeadamente através da revisão dos processos e dos normativos internos;
  • Implementar novos conceitos e novas formas de trabalhar, que valorizem a colaboração e a flexibilidade, promovendo um maior equilíbrio entre a vida pessoal e profissional.

“Quando a incerteza é o traço dominante do novo normal, a única certeza é a de que não vamos baixar os braços”, refere a comissão executiva liderada por Pedro Leitão, recém-chegado ao banco, no comunicado enviado aos trabalhadores.

Reforça ainda que está trabalhar no sentido de construir um “Banco Montepio mais forte e mais sustentável, capaz de enfrentar o futuro”.

Ao ECO, o banco frisa que a transição digital que agora quer acelerar é um processo que já foi iniciado, “com impactos bastante positivos na vida financeira dos seus clientes”, destacando-se a abertura de contas online para as empresas, a plataforma para pedidos de moratórias 100% digital e ainda a assistente virtual M.A.R.I.A..

Trabalhadores surpreendidos e perplexos

A notícia da redução de balcões apanhou a comissão de trabalhadores e o sindicato de surpresa. “Não deixamos de revelar a nossa perplexidade porquanto estas propostas não foram previamente enviadas à comissão de trabalhadores para análise ponderada, com tudo o que esta estrutura de trabalhadores pode contribuir para a construção e análise destas ou de outras propostas que possam constituir um incentivo em inovação, mas nunca em prejuízo dos trabalhadores”, refere a comissão de trabalhadores em comunicado a que o ECO teve acesso.

Esta estrutura de trabalhadores questiona se não existirão “outros planos” de ajustamento no banco que desconhece, perguntando ainda se já se pode antecipar qual o desfecho da assembleia geral no ponto sobre a “política de implantação geográfica”.

O Sindicato Nacional dos Quadros e Técnicos Bancários (SNQTB) adianta que tomou conhecimento da reestruturação do banco através da comunicação social, “facto e prática que, obviamente, não podemos deixar de repudiar”.

“Num momento em que os bancários estiveram e estão sempre na linha da frente, ao longo de todo o estado de emergência e da atual situação de calamidade, não podemos deixar de salientar que é particularmente injustificável que, neste grave período da história do nosso país, os trabalhadores sejam alvo de tentativas palacianas que pretendem fazer tábua rasa da dedicação, empenho e profissionalismo dos bancários”, refere o sindicato em comunicado.

“Desenganem-se todos os que pensam aproveitar a pandemia para, no recato dos seus gabinetes de administração, ignorarem ou menosprezarem os legítimos interesses dos trabalhadores (…) desenhando reestruturações que transferem de forma assimétrica os custos para os outros“, sublinhou o sindicato liderado por Paulo Gonçalves Marcos.

(Notícia atualizada às 17h20 com reação da comissão de trabalhadores e do SNQTB)

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Associação Mutualista Montepio contrata Paulo Pedroso

Paulo Pedroso foi contratado em abril pela Associação Mutualista para realizar estudos na área do mutualismo e da economia social. Há quem destaque aumento da influência do PS na instituição.

A Associação Mutualista Montepio Geral (AMMG) contratou Paulo Pedroso. O antigo dirigente do PS iniciou a sua colaboração em abril com o objetivo de realizar estudos na área do mutualismo e da economia social para a instituição. A contratação do antigo ministro do Trabalho de António Guterres para assessor da administração da mutualista vem acentuar a influência socialista numa altura de maior aperto na AMMG.

Paulo Pedroso é um especialista em matéria de mutualismo e do chamado terceiro setor da economia. Foi esse conhecimento que levou a AMMG a escolher o seu nome para a elaboração de “estudos concretos de âmbito mutualista e de economia social que a Associação Mutualista pretende realizar, tendo presente o novo enquadramento” em que se vive, frisou fonte oficial da instituição liderada por Virgílio Lima quando questionada pelo ECO sobre esta contratação.

Mas dentro da instituição há quem associe a colaboração com o antigo dirigente do PS — anunciou a saída do partido em janeiro — ao acentuar da influência socialista na mutualista. É fácil de perceber os pontos de ligação entre Paulo Pedroso e o PS: o antigo ministro do Governo de António Guterres é marido de Ana Catarina Mendes, presidente do grupo parlamentar socialista e um dos nomes mais próximos do primeiro-ministro António Costa. Há vários socialistas entre os dirigentes da AMMG, desde Maria de Belém a Luís Patrão.

A associação mutualista, com mais de 600 mil associados, rejeita que a experiência política e rede de contactos de Paulo Pedroso tenham influenciado na sua contratação. “A escolha resulta, estritamente, da identificação de competências em sociologia do trabalho e no domínio da economia social”, adiantou a AMMG.

Refere também que “a colaboração não visa quaisquer outros objetivos” que não a elaboração de estudos. “A manutenção da relação verificar-se-á até à conclusão dos estudos em causa”, disse ainda.

Contactado pelo ECO, Paulo Pedroso confirmou que está a colaborar com a AMMG, mas não fez mais nenhum comentário.

Não é novo o interesse do Montepio em Paulo Pedroso. Em dezembro, o nome do antigo ministro de António Guterres havia sido proposto por Tomás Correia (antigo presidente da AMMG) para administrador não executivo do Banco Montepio. No entanto, acabou por rejeitar o convite com Paulo Pedroso a manifestar indisponibilidade para o cargo.

Quatro meses depois foi contratado pela dona do banco, a AMMG, numa altura em que atravessa um momento sensível do ponto de vista financeiro. As dificuldades vêm de trás, do tempo de Tomás Correia: a instituição apresenta uma situação patrimonial delicada, insuflada por mais de 800 milhões de euros em ativos por impostos diferidos. Agora, prepara-se para um rombo na avaliação atribuída ao seu principal ativo, o Banco Montepio.

O ECO avançou no mês passado que a auditora PwC e o conselho de administração da AMMG tinham chegado a um entendimento no sentido de valorizar o banco de acordo com os capitais próprios, o que iria implicar uma imparidade de 400 milhões.

As contas publicadas na semana passada pelo Banco Montepio confirmaram esse valor: a instituição liderada por Pedro Leitão fechou 2019 com capitais próprios atribuíveis ao acionista na ordem dos 1.450 milhões de euros, cerca de 400 milhões abaixo da avaliação de 1.870 milhões atribuída pela mutualista nas contas de 2018.

Ainda assim, apesar deste corte, a AMMG assegurou ao ECO que manterá uma situação patrimonial positiva nas contas do ano passado, tanto em termos individuais como em base consolidada.

A AMMG ainda não apresentou as contas de 2019. Vão ser apresentadas até final de junho, depois de apresentadas ao conselho geral e submetidas para aprovação na assembleia geral de associados a realizar até lá, se a evolução da pandemia assim o permitir.

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Banco Montepio enfrenta coimas de 30 milhões do Banco de Portugal

Banco Montepio é visado em vários processos de contraordenação do Banco de Portugal por alegadas infrações. Multas poderão ascender a 30 milhões, mas o banco antecipa que o valor será inferior.

O Banco Montepio reconhece que é visado pelo Banco de Portugal em “diversos processos de contraordenação” por alegadas infrações e cujas coimas poderão ascender ao máximo de 30 milhões de euros.

“A 31 de dezembro de 2019, o banco encontra-se demandado em diversos processos de contraordenação instaurados pelo Banco de Portugal, por alegadas práticas e infrações em matérias de regulação que são aplicáveis ao banco, num montante global máximo de possíveis coimas que ascende a aproximadamente 30 milhões de euros”, adianta a instituição no relatório e contas publicado esta terça-feira.

O banco adianta, porém, que as multas poderão ser inferiores, admitindo a possibilidade de “vir a ter sucesso, total ou parcial, em relação a muitas das infrações que lhe são imputadas”.

Além disso, acrescenta, para alguns dos processos em causa, “o Banco de Portugal proferiu decisões em processo sumaríssimo, mediante as quais propôs uma coima única de valor substancialmente inferior ao montante de potencial coima máxima”.

Noutros processos, uma vez que se encontram ainda numa fase preliminar, “não tendo ainda sido produzida a prova requerida pelos arguidos”, isso limita de forma relevante a análise de risco. Ainda assim, nestes casos, o banco assegura ter linhas de “defesa sérias e razoáveis, quer em termos de suporte factual, quer em termos de enquadramento jurídico, no que diz respeito à generalidade das infrações que lhe são imputadas”.

O Banco Montepio ressalva que continua “a existir o respetivo risco de condenação”, mas frisa que em relação a algumas das infrações as potenciais multas já estão cobertas pelas provisões.

Mais recentemente, em março deste ano, o banco foi alvo de novo processo do supervisor, num caso que foi aberto em 2017 e no qual arrisca uma coima que pode ir até aos 10 milhões de euros (somando-se aos 30 milhões no final de 2019). Em causa está o procedimento administrativo relacionado com 11 alegadas violações das regras de cálculo dos fundos próprios e da prestação de informação periódica.

Para todos os casos, a instituição assegura que se faz um acompanhamento regular pelo conselho de administração, com intervenção técnico-jurídica a cargo da sua direção de contencioso e, em certos processos, por sociedades de advogados.

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Banco de Portugal volta a acusar Montepio de irregularidades

  • ECO
  • 21 Abril 2020

O supervisor bancário liderado por Carlos Costa considera que o banco Montepio violou as regras de cálculo dos rácios de capitais e o dever de prestação de informação ao regulador.

O Banco de Portugal (BdP) lançou uma nova acusação contra o banco Montepio em março. A entidade liderada por Carlos Costa considera que a instituição prestou falsas informações acerca dos rácios de capital na altura em que era liderada por Tomás Correia e, depois, por José Félix Morgado. A notícia é avançada pelo Jornal de Negócios (acesso condicionado).

“Em março de 2020, o Banco Montepio foi notificado pelo BdP de um procedimento administrativo relacionado com 11 alegadas violações das regras de cálculo dos fundos próprios e da prestação de informação periódica”, segundo um prospeto do banco citado pelo mesmo jornal.

O processo foi aberto em 2017 e o Montepio arrisca agora uma coima que pode ir até aos 10 milhões de euros. O Montepio já afirmou que “pretende defender-se conta estas alegações” num processo que se junta a outros em que o banco é acusado pelo regulador do setor financeiro.

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Banco Montepio tem novo administrador não executivo

Banco de Portugal deu luz verde a José Nunes Pereira, antigo presidente da CMVM, para o cargo de administrador não executivo do Banco Montepio.

José Nunes Pereira, antigo presidente da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), obteve autorização do Banco de Portugal para o cargo de administrador não executivo do Banco Montepio. E já iniciou funções esta quarta-feira, indicou o banco liderado por Pedro Leitão.

“O Banco Montepio informa sobre o início do exercício de funções de José da Cunha Nunes Pereira como administrador não executivo do conselho de administração do Banco Montepio, com efeitos a partir do dia 1 de abril de 2020, em conformidade com a deliberação tomada na assembleia universal de acionistas realizada em 5 de dezembro de 2019 e na sequência da autorização concedida pelo Banco de Portugal”, informou a instituição financeira em comunicado enviado à CMVM.

Há ainda um nome em fila de espera para o conselho de administração que tem como chairman Carlos Tavares: António Egídio Reis foi outro nome aprovados para vogal não executivo na assembleia realizada em dezembro, mas ainda não não se conhece qualquer decisão do supervisor.

O ECO tentou contactar o banco sobre o estado do processo do diretor da divisão de supervisão da ASF, o supervisor dos seguros e fundos de pensões, mas não obteve uma resposta.

O banco é liderado por Pedro Leitão desde janeiro deste ano. Os atuais órgãos sociais do banco têm mandato até 2021.

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Banco Montepio põe à venda participação em grupo brasileiro que herdou do GES

O Banco Montepio herdou 10% do grupo Monteiro Aranha que pertencia ao GES. Posição, que tinha sido dada como colateral de um financiamento de 50 milhões, vale cerca de 40 milhões.

O Banco Montepio está no mercado a vender uma participação que detém no grupo brasileiro Monteiro Aranha, apurou o ECO. Trata-se de um bloco de cerca de 1,2 milhões de ações avaliadas em 40 milhões de euros. Os títulos foram herdados pelo banco português na sequência do colapso do Grupo Espírito Santo, em 2014.

A participação no grupo Monteiro Aranha, uma holding centenária com investimentos na Klabin (Papel e Celulose), na Ultra (GLP e Derivados do Petróleo) e no imobiliário, tinha sido dada pelo GES como colateral de um financiamento de 50 milhões de euros à Rioforte, de acordo com informação recolhida pelo ECO. A Rioforte era o braço industrial do GES, que foi à falência há seis anos.

Atualmente, cada ação daquela holding brasileira está a negociar nos 160 reais na bolsa brasileira. Isto significa que a posição de 10,31% detida pelo Banco Montepio no grupo brasileiro vale, a preços de mercado, cerca 40 milhões de euros.

Contactada, fonte oficial do banco, que se prepara para apresentar as contas de 2019, recusou fazer qualquer comentário.

Em setembro, a imprensa brasileira tinha noticiado que um bloco de ações avaliado em 200 milhões de reais (cerca de 40 milhões de euros) estava no mercado, dando conta de rumores de que seria o Banco Montepio quem estaria a vender a sua posição no grupo brasileiro.

O Banco Montepio é um dos maiores acionistas da Monteiro Aranha. A Bradesco Seguros detém 12,75% daquela holding, enquanto o restante capital está nas mãos de acionistas individuais de várias famílias que controlam a holding. O capital disperso em bolsa é reduzido, pouco mais de 2%, pelo que se trata de um título com pouca liquidez na bolsa.

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Nova baixa na administração do banco Montepio. Carlos Leiria Pinto sai no fim do mês

O vogal executivo da administração do Montepio está a caminho de novas funções noutra empresa, escreve o banco num comunicado enviado à CMVM.

Nova baixa no Conselho de Administração do Montepio. Numa nota enviada à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), o banco anuncia que o administrador Carlos Leiria Pinto renunciou “ao cargo de vogal executivo”, com efeito a partir de 31 de março.

Segundo a nota, Carlos Leiria Pinto estará a caminho de funções numa nova empresa. Tinha entrado no Montepio no início de 2018, vindo do Banco Mundial.

“O Conselho de Administração agradece o trabalho desenvolvido […] no cumprimento das funções exercidas nesta instituição e formula os votos das maiores felicidades no novo desafio profissional que comunicou ir abraçar em breve”, acrescenta a Caixa Económica.

Esta é a segunda baixa no board do Montepio em poucos meses. Luís Guimarães tinha saído no início de setembro, alegadamente em rota de colisão com Carlos Tavares, então presidente e atual chairman, revelou o jornal Público.

A renúncia de Carlos Leiria Pinto acontece no mês em que a associação mutualista que detém o banco deve apresentar as contas referentes a 2019. Ora, como noticiou o ECO, a associação está sob pressão do auditor para rever em baixa o valor do Banco Montepio, de 1.880 milhões para 1.000 milhões de euros.

(Notícia atualizada às 16h19 com mais informações)

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Banco Montepio lança assistente virtual. É a Maria quem vai atender clientes

IBM ajuda Montepio a acelerar a transformação digital do banco. Projeto assente em inteligência artificial e machine learning visa melhorar experiência dos clientes e ajudar tarefas dos colaboradores.

A partir de meados de abril será a M.A.R.I.A. quem o vai atender do outro lado da linha telefónica do Banco Montepio nas tarefas mais simples como ativar uma conta ou um cartão de crédito ou realizar transferências e pagamentos. Trata-se da nova assistente virtual que o banco se prepara para lançar no âmbito da nova parceria com a tecnológica IBM anunciada esta terça-feira e que vai acelerar a transformação digital da instituição financeira.

Com a M.A.R.I.A. (o nome do robot vem de Montepio’s Automoted Real-time Interaction Assistant), o banco pretende melhorar a experiência dos clientes, nomeadamente na redução dos tempos de espera quando se liga para o contact center para resolver os mais variados problemas.

A nova assistente virtual está treinada para responder às perguntas mais frequentes com a maior rapidez, sendo possível criar conversas virtuais que atendam aos requisitos dos clientes sem precisar de recorrer a um operador humano, melhorando a resolução no primeiro contacto. Por exemplo, a M.A.R.I.A. está a aprender os diferentes sotaques para estabelecer um diálogo o mais natural possível.

“Ao disponibilizar um agente virtual como a M.A.R.I.A., o Banco Montepio ambiciona uma melhor execução do contacto, permitindo ao cliente uma experiência mais empática, personalizada e de construção gradual de confiança”, refere o banco, salientando que a experiência com o robot vai melhorando à medida que vai aprendendo com as interações com os clientes.

Apresentação da MARIA, assistente virtual do banco Montepio - 03MAR20
Leandro Silva (administrador do Banco Montepio) e José Manuel Paraíso (presidente da IBM Portugal) na apresentação da M.A.R.I.A..Hugo Amaral/ECO

Numa primeira fase, a assistente virtual irá responder às intenções mais frequentemente procuradas, como ativação de uma conta ou de um cartão de crédito, ou a realização de transferências ou pagamentos. Mas “estas capacidades podem ser aprofundadas, designadamente na comercialização de produtos e serviços mais complexos que requerem aconselhamento antes de serem adquiridos”, garante o banco.

Além da melhoria da experiência do cliente, a M.A.R.I.A. também trará mais-valias a nível interno, designadamente através da automatização de alguns processos. Vai ajudar os trabalhadores do banco na execução de tarefas sistemáticas e repetitivas, como agendamentos, pesquisas de tarefas, preenchimento de formulários, e outras funções mais complexas mas que também podem ser automatizadas, como um processo de crédito.

“Isto permite aos colaboradores do Banco Montepio concentrarem-se na realização de atividades mais complexas, reduzindo o erro humano e otimizando o desempenho e satisfação das suas pessoas”, refere o banco.

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Dois ex-gestores da equipa de Tomás Correia arriscam multas de 12,5 milhões do Banco de Portugal

Tomás Correia é visado num novo processo do Banco de Portugal, mas não é o único. Há outros dois ex-gestores que arriscam a inibição de funções na banca, além de coimas totais de 12,5 milhões.

Em março de 2014, a Caixa Económica Montepio Geral (hoje Banco Montepio) decidiu investir 75 milhões de euros em produtos complexos da PT Internacional: investiu 50 milhões de euros no dia 13, através do Crédit Agricole; e outros 25 milhões no dia 26, através do Morgan Stanley. Fê-lo ultrapassando os limites previstos internamente para o investimento em produtos de risco (70 milhões de euros globalmente e 35 milhões em swaps de risco de incumprimento) e alegadamente sem ter comunicado corretamente as operações nos reportes regulares para o Banco de Portugal. Com isto, o banco terá subavaliado as necessidades de fundos próprios em seis milhões, meio ponto base (0,005 pontos).

Também em 2014, o banco gerou uma mais-valia indevida por alteração dos critérios contabilísticos numa carteira de dívida pública no valor superior a 1.000 milhões de euros. Isto é, não foi consistente na adoção das regras da contabilidade, o que terá permitido insuflar os resultados. Terá ganho um milhão com isto. Posteriormente, o efeito contabilístico foi corrigido.

São algumas das acusações que estão no processo de contraordenação que o Banco de Portugal publicitou na semana passada através de um anúncio no Público que serviu para notificar Tomás Correia. Mas o antigo presidente do Montepio, que já veio acusou o supervisor de perseguição, não é o único visado neste processo. Há outros dois ex-gestores que foram da sua equipa em 2014 e que também estão implicados.

São eles Jorge Barros Luís e João Neves, ex-responsáveis pelo risco e pela parte financeira e de contabilidade do banco, respetivamente, e que arriscam coimas que poderão ascender, no máximo, a 12,5 milhões de euros, de acordo com as informações recolhidas pelo ECO. Valor que soma às multas de 7,5 milhões que Tomás Correia pode incorrer por causa das seis infrações que surgem na notificação de acusação publicada no jornal.

Além do valor monetário das coimas, os três poderão ser condenados em alguma das sanções acessórias previstas no regime geral das instituições de crédito e sociedades financeiras, que inclui a inibição de funções em bancos por um período que pode ir até dez anos. O processo seguirá agora o seu curso, com a defesa dos acusados e a decisão final do Banco de Portugal se avança para a condenação ou não.

Duas das seis infrações valem para os três visados, incluindo a mais grave: “incumprimento do dever de informação sobre requisitos de fundos próprios do risco de posição em derivados de crédito, de forma exata, no relatório de disciplina de mercado”. A coima vai de 4.000 euros a cinco milhões.

A outra é esta: “incumprimento do dever de destaque e registo contabilístico separado dos contratos de swap de risco de incumprimento, enquanto derivados embutidos em instrumentos financeiros e incumprimento do dever de registo global do instrumento financeiro em ativos financeiros, ao justo valor, em resultados, bem como do dever de registo das variações negativas do justo valor em resultados”. Nesta infração, as coimas vão desde 1.000 euros a 500 mil euros. Em causa está o facto de os credit linked notes da PT Internacional terem sido registados apenas como títulos e não também como swaps nas contas.

No caso de Barros Luís, cujas acusações do Banco de Portugal dizem respeito às questões relacionadas com o investimento em swaps da PT Internacional, que pertencia à telecom liderada por Zeinal Bava, há mais duas infrações: “incumprimento do dever de manter um sistema de controlo interno adequado”; e “incumprimento do dever de implementar e assegurar um sistema de controlo interno adequado de acompanhamento de riscos”.

Ao ECO, Jorge Barros Luís disse: “Desenvolverei todas as medidas ao meu alcance para apurar responsabilidades por quebras do dever de segredo e por difamações. Não tive nada a ver com temas da direção financeira e muito menos com questões de natureza contabilística, onde nunca tive também qualquer responsabilidade ao contrário do que já vi noticiado“. E acrescentou: “Ajudarei o banco e o Banco de Portugal a apurar todos os factos. Desconheço a existência de quaisquer alegadas irregularidades no banco”.

Já João Neves é acusado de mais uma infração: “incumprimento do dever consistência de políticas contabilísticas na contabilização de resultados por operações financeiras, por causa do tema relacionado com dívida pública.

“Pese embora o que se tem escrito, não posso, nem devo, comentar quaisquer situações que se encontram protegidas por dever de segredo”, disse João Neves ao ECO. “Não obstante, os profissionais do setor dedicam particular atenção a esclarecer o supervisor sobre todas as matérias que este tenha por conveniente. Em respeito a este princípio e em benefício do amplo esclarecimento das matérias em apreço, o Banco de Portugal contará com todo o meu empenho“, referiu.

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Paulo Pedroso recusa proposta de Tomás Correia para o Banco Montepio

Numa das últimas ações na mutualista, Tomás Correia propôs o nome de Paulo Pedroso para administrador não executivo do Banco Montepio. Mas ex-ministro socialista mostrou-se indisponível para o cargo.

Tomás Correia propôs em dezembro o nome de Paulo Pedroso para administrador não executivo do Banco Montepio, mas aquela que foi umas das últimas propostas do antigo presidente da Associação Mutualista Montepio Geral (AMMG) acabou por ser recusada pelo ex-ministro socialista, que se mostrou indisponível para o cargo.

Depois de Pedro Leitão ter assumido a posição de CEO na semana passada, a administração do Banco Montepio ficará fechada, ao que tudo indica, com a chegada de José Nunes Pereira (ex-Banco de Portugal) e António Egídio Reis (ex-ASF), também para funções não executivas. Ambos os nomes encontram-se ainda em processo de avaliação junto Banco de Portugal e aguardam “luz verde” do supervisor bancário para assumirem os cargos, sabe o ECO.

Entretanto, em relação ao nome de Paulo Pedroso, é carta fora do baralho. Foi o próprio ex-ministro socialista que confirmou ao ECO que se mostrou indisponível para o cargo, sem dar explicações para a decisão.

O ex-ministro socialista acabou por recusar um convite que tinha sido feito por Tomás Correia, que há cerca de um mês, numa assembleia geral extraordinária do banco, convocada quando já cumpria os últimos dias como líder da mutualista, acionista principal do Banco Montepio, propôs o nome do ex-dirigente do PS para a administração, mas como independente.

Tomás Correia, que foi o principal visado nas buscas levadas a cabo esta quinta-feira pela Polícia Judiciária ao Montepio e ao BNI Europa, abandonou a presidência da AMMG no dia 15 de dezembro, após o regulador dos seguros ter sinalizado que ia chumbar o seu nome. Mas poucos dias antes de sair convocou uma assembleia geral do banco para que o nome de Pedro Leitão para presidente executivo fosse aprovado pelos acionistas. Nessa altura, também indicou Paulo Pedroso.

Oficialmente, o banco diz que não comenta nem deve comentar assuntos da vida interna.

Atualmente, o conselho de administração é composto por 15 membros: sete não executivos, com Carlos Tavares como chairman, e oito executivos, com Pedro Leitão como CEO e Dulce Mota como vice-CEO.

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