Rei dólar está a tirar brilho ao ouro, prata entra em “bear market”

Metal amarelo cai para mínimo de nove meses com a forte apreciação da moeda norte-americana perante a certeza quase absoluta de que Fed vai subir juros já em dezembro. Prata atacada pelo urso.

Dólar forte. Subida mais do que esperada da taxa de juro da Reserva Federal norte-americana. Apetite por risco nos mercados. Há um cocktail de razões que está a atirar o ouro para mínimos de fevereiro. Também a prata seguia sob pressão. Já entrou em bear market.

O preço do metal amarelo recuava cerca de 1% para os 1.171,18 dólares por onça, o valor mais baixo dos últimos nove meses. E agrava as perdas para 7,6% ao longo deste mês em que a maior economia do mundo decidiu colocar Donald Trump na Casa Branca. Desde a surpreendente eleição do republicano tudo mudou nos mercados.

A promessa de Trump de colocar a economia norte-americana em rápida aceleração veio colocar as perspetivas para a inflação acima do objetivo da Fed. Por essa razão, os responsáveis do banco central dos EUA já deixaram a indicação de que vão subir os juros para evitar o descontrolo dos preços. Se, numa primeira reação, os investidores preferiam a manutenção dos estímulos, agora a convicção é de que a atividade económica está suficientemente robusta para absorver o impacto da subida dos juros. Consequências? O dólar ganha valor face às principais divisas mundiais e há maior apetite do mercado por ativos mais arriscados em detrimento dos ativos seguros. Quem perde? O ouro, uma matéria-prima cotada na nota verde e que os investidores gostam de ter em carteira em momentos de maior incerteza.

“Depois da vitória de Trump ter vencido as eleições presidenciais, o sentimento de mercado mudou dramaticamente”, referiu Tetsu Emori, da Emori Capital Management, à Bloomberg. “O ouro está a ser empurrado para baixo pelo dólar forte e pela subida da taxa de juro. Os investidores querem comprar ativos mais arriscados do que comprar ativos seguros como o ouro”, acrescentou.

Além do metal amarelo, também a prata se mantinha sob pressão. A onça deste metal recuou para 16,1745 dólares esta sexta-feira, o nível mais baixo desde junho. E desde que atingiu um máximo em agosto, a prata já perdeu mais de 20% do seu valor, cumprindo o requisito mais comum daquilo a que os investidores chamam de bear market.

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Mais de metade dos portugueses não paga contas a tempo por falta de dinheiro

  • Lusa
  • 25 Novembro 2016

Cerca de metade dos portugueses inquiridos num estudo da Intrum Justitia diz que não pagou algumas das contas a tempo no último ano.

Mais de metade dos consumidores portugueses (51%) diz que não paga as faturas dentro do prazo por falta de dinheiro, segundo um estudo divulgado esta quinta-feira pela Intrum Justitia, consultora europeia de serviços de gestão de crédito e cobranças.

O Relatório de Pagamentos Europeu do Consumidor foi feito a partir de dados recolhidos numa pesquisa realizada em simultâneo a 21.317 cidadãos europeus de 21 países e que contou com a participação de 1.010 portugueses. O objetivo era conhecer a situação e saúde financeira das famílias face ao atraso nos pagamentos. E concluiu-se que, apesar de a quase totalidade (94%) dos inquiridos considerar que “é importante pagar sempre” as contas dentro do prazo, 29% afirma que, neste momento, “não tem dinheiro suficiente para ter uma vida digna”.

Segundo o estudo, mais de metade dos consumidores portugueses (51%) diz que não paga as faturas dentro do prazo “por falta de liquidez”, ao passo que os restantes 49% referem que não pagam atempadamente por outros motivos, tais como “esquecimento ou vontade”. Cerca de metade dos consumidores portugueses entrevistados referiu ainda que não pagou algumas das suas contas a tempo nos últimos doze meses, uma percentagem idêntica à média europeia (48%).

Dos portugueses inquiridos, 58% afirma ainda que não conseguem poupar dinheiro todos os meses. Entre os 42% que economizam dinheiro mensalmente, afirmam fazê-lo para fazer face a despesas imprevistas, para viajar e para o caso de perderem o emprego.

No entanto, 35% afirma que poupam algum dinheiro a pensar na reforma e, neste âmbito, 63% investem as suas economias em contas poupança, um valor bastante elevado, quando comparado com o investimento em ações e participações (10%) ou a subscrição de títulos do Tesouro (15%), apesar da atual tendência em baixa das taxas de juro.

O trabalho conclui também que 17% dos inquiridos pediu dinheiro emprestado nos últimos seis meses, um ligeiro aumento face ao ano anterior (15%). E mais de metade das pessoas que pediram dinheiro emprestado (65%) escolheu a família como principal fonte de financiamento, seguindo-se os amigos (23%), enquanto 14% pediu um empréstimo ao banco.

Apesar de cumprirem a obrigação de pagar as suas contas, 59% afirma que depois de as pagar, “fica preocupado por recear não ter dinheiro suficiente”.

Relativamente ao âmbito familiar, 46% dos entrevistados portugueses acreditam que vão precisar de ajudar financeiramente os seus filhos, mesmo quando estes saírem de casa, 29% confessam que por razões financeiras os seus filhos não podem sair de casa tão cedo como desejariam e 27% defendem que os filhos vão ter maiores dificuldades financeiras do que eles.

As finanças também afetam a situação dos casais, pelo que 20% dos inquiridos em Portugal afirmam que as razões económicas são um dos motivos para manterem ou prolongarem o seu relacionamento, um valor ligeiramente menor do que o verificado no ano passado (24%).

Segundo o estudo, 58% dos inquiridos tem cartão de crédito, 26% gasta dinheiro regularmente em compras pela Internet, 33% fez este ano mais compras na Internet e 50% prefere receber as suas contas em formato digital.

No que respeita à emigração verificou-se, este ano, uma diminuição do número de pessoas que pondera sair do país (17%), face aos 40% no ano passado.

No caso de virem a optar por sair de Portugal, a maioria escolhe o Reino Unido (24%), a França (10%) e a Suíça (9%) como países de acolhimento.

Portugal está contemplado nas opções como destino de emigração de 11% dos franceses e de 5% dos suíços, o que se apresenta como novidade nas conclusões deste trabalho.

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Trump ainda não está a salvo. Pode haver recontagem de votos

  • Juliana Nogueira Santos
  • 25 Novembro 2016

Jill Stein está angariar fundos para começar o processo de recontagem de votos em três estados chave. Na origem estão suspeitas de manipulação ou ataque informático.

Já passaram duas semanas desde as eleições dos Estados Unidos da América e o presidente eleito, já em período de transição, tem estado a montar a sua equipa para tomar posse no dia 20 de janeiro. Ainda assim, os seus oponentes ainda não baixaram os braços. Jill Stein, do Partido Verde, lançou uma campanha de angariação de fundos para que os votos em três estados chave sejam recontados.

Com o mote #recount2016, Stein pede a ajuda de todos para começar o processo de recontagem no Wisconsin, onde Trump ganhou com uma margem de 1%, na Pensilvânia, que registou uma margem de 1,2% para Trump, e no Michigan, que ainda se encontra em contagem de votos e a situação se mantém “too close to call”, com Trump a liderar por 0,3%.

Jill Stein - Resist Recount
Fotografia oficial da campanha onde se pode ler “Não faça luto, organize-se”.

Serão necessários 2,2 milhões de dólares para o pagamento das taxas de recontagem, acrescentando a isto as comissões dos advogados indispensáveis neste processo, que podem chegar aos 3 milhões de dólares, e das pessoas que precisam de estar a vigiar a recontagem — isto perfaz um total de cerca de 7 milhões de dólares.

Em poucos dias, a campanha já conseguiu angariar 2,6 milhões de dólares, valor suficiente para desencadear o processo no Wisconsin. Ainda assim, o movimento tem de se despachar porque existem prazos a cumprir, prazos esses que se estão a aproximar — no Wisconsin o pedido pode ser feito até esta sexta-feira, na Pensilvânia até segunda-feira e no Michigan até quarta. Além dos fundos, a equipa de Stein pede também voluntários para o acompanhamento do processo.

Uma questão de democracia

O assunto foi levantado por um grupo de especialistas que incluía não só advogados do ramo eleitoral, mas também engenheiros de computadores. Estes afirmam que existem anomalias estatísticas que mostram que os resultados podem ter sido alvo de manipulação ou ataque informático. Embora tenha sido provado que é muito difícil hackear o sistema eleitoral, a única forma que provar que não houve nenhum engano é contar manualmente os resultados.

Um destes especialistas, J. Alex Halderman, publicou um artigo de opinião na plataforma Medium onde explica a possibilidade de ciberataque e a necessidade de que levar este assunto a sério: “Examinar as provas físicas nestes estados vai ajudar a dispersar as dúvidas e a dar uma confiança justificada aos eleitores de que os resultados são precisos. Também vai estabelecer um precedente para exames rotineiros das urnas e um importante dissuasor de ciberataques em eleições futuras“. Também Jill Stein afirma a importância desta recontagem:

Isto vai para além dos resultados desta eleição. É proteger a nossa democracia e garantir que “Nós, as Pessoas” podemos confiar nos resultados reportados.

Jill Stein

Candidata presidencial pelo Partido Verde

Os pedidos de recontagem vêm numa altura em que Clinton continua a liderar o voto popular por mais de 1,8 milhões de votos e que há notícias de cerca de 6 membros do colégio eleitoral que se negam a votar em Donald Trump, mesmo que este tenha vencido no estado que estes representam. A equipa da candidata democrata ainda não prestou declarações acerca deste assunto, mas por toda a internet, são os seus apoiantes a exigirem a recontagem — entre eles a irmã da assistente pessoal de Hillary.

 

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Frutos da retoma económica não foram partilhados equitativamente

  • Lusa
  • 25 Novembro 2016

A OCDE diz que as desigualdades de rendimento mantém-se em níveis históricos em muitos países apesar da recuperação das economias.

A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico considerou que os frutos da retoma não foram partilhados equitativamente, pois as desigualdades de rendimento mantém-se em níveis históricos em muitos países, apesar dos sinais de melhoria das economias.

De acordo com um relatório da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) sobre as desigualdades de rendimento, publicado hoje na sua página na Internet, entre 2007 e 2014 as desigualdades de rendimento atingiram níveis históricos, que não eram atingidos desde meados dos anos 80.

As desigualdades de rendimento mantêm-se em níveis recorde em numerosos países, apesar da redução das taxas de desemprego e do crescimento das taxas de emprego”, salienta o estudo, que acrescenta que “os frutos da retoma económica não foram partilhados equitativamente”.

Para a OCDE, a retoma económica, mesmo que fraca, a descida do desemprego e a subida do emprego, são suscetíveis de reduzir as desigualdades de rendimentos.

Mas, segundo o mesmo documento, os rendimentos disponíveis das famílias continuam abaixo dos níveis que estas tinham antes da crise, sobretudo no caso das famílias menos favorecidas.

A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico refere que entre 2007 e 2010, o rendimento real médio recuou, em média, 2,1% e, após 2010, com o inicio da retoma, verificou-se uma melhoria de 2,3% dos rendimentos médios dos estratos mais elevados e de 1,1% dos rendimentos mais fracos, o que contribuiu para o agravamento das desigualdades.

“Em 2013/2014, os rendimentos mais baixos continuam abaixo dos níveis de antes da crise, enquanto os rendimentos mais altos e medianos conseguiram recuperar o essencial do que tinham perdido durante a crise”, é afirmado no relatório.

A OCDE lembra que os rendimentos do trabalho baixaram consideravelmente a partir de 2007 nos países europeus mais afetados pela crise e, consequentemente, pelo desemprego, nomeadamente na Grécia, cujo salário mínimo baixou 20%, e em Portugal, onde o salário mínimo esteve congelado quatro anos.

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Também há Black Friday na bolsa de Lisboa?

Saldos, promoções e mega descontões. A Black Friday não chegou à bolsa. Mas há "pechinchas" no PSI-20 que pode aproveitar neste dia de grande apetite consumidor. Vamos caçar os melhores negócios?

Descontos, descontos e mais descontos. Estamos na Black Friday. O dia é de consumo por tradição para aproveitar as borlas dadas pelas superfícies comerciais. Mas em vez de gastar, prefere aproveitar o dinheiro extra para investir? Na praça lisboeta há alguns negócios que podem ser interessantes para a sua carteira.

“Nem sempre os descontos são boas oportunidades de compra”, diz Pedro Lino. “Há que olhar além do preço. É preciso ver a qualidade e sustentabilidade dos resultados“, diz o CEO da Dif Broker. E foi isso que o ECO foi fazer. Olhando para o PSI-20, procurámos os negócios mais atrativos em função das recomendações dos analistas.

Lisboa não tem um grande número de empresas — o índice de referência deveria ter 20 mas está reduzido a 18 títulos –, mas ainda oferece oportunidades. Damos-lhe a conhecer três cotadas que podem revelar-se uma “pechincha”. Vamos aos saldos?

Papel, qual papel? O da Navigator

precos-06-08Se há setor que está a ganhar com a valorização expressiva do dólar, esse setor é o do papel. O Haitong já reviu em alta a avaliação que faz das produtoras de pasta de papel. “Melhoramos o setor para uma recomendação de ‘compra’. (…) Mas, no setor ibérico, preferimos a Navigator devido ao seu balanço forte”, além do “elevado dividendo”, diz o analista Nuno Estácio.

A cotada liderada por Diogo da Silveira surge com um “desconto” de 20%, isto é, há um potencial de valorização até aos 3,40 euros, em média, atribuído pelos analistas face ao preço atual da ação. Dos oito analistas que acompanham a papeleira, apenas um se apresenta com uma recomendação “neutral” para os títulos. Os restantes apostam na sua “compra” ou “manutenção”.

Para a equipa de research BiG, trata-se de um “título que tem potencial significativo” — a ação negoceia com um rácio entre a cotação e os lucros de 10,9 vezes, um dos mais atrativos em Lisboa.

A “expansão para novos segmentos associada ao dividendo atrativo” que o BiG espera que a Navigator pague no próximo ano, ajudam à construção de uma boa história em torno da papeleira. “A empresa está a conseguir ter um equilíbrio muito saudável entre investimento em crescimento e remuneração ao acionista. Vemos isso com muito bons olhos”, reforça o banco.

“A cotação não incorporou a recente subida do dólar, mas a elevada geração de fluxos de caixa e a diminuição da dívida deverá ser um catalisador para uma recuperação no futuro”, acrescenta Pedro Lino.

Mota a desconto sem contas

precos-06-07A construtora nacional pode estar a braços com “problemas de visibilidade” depois de ter anunciado que não vai apresentar as contas do último trimestre. Mas é a cotada do PSI-20 que apresenta o maior potencial de valorização tendo em conta o atual preço da ação e a média da avaliação dos analistas: 55%. Três dos seis especialistas que acompanham a Mota-Engil recomendam “comprar” este título que, em média, poderá chegar aos 2,45 euros.

Adicionalmente, a Mota-Engil negoceia com o rácio entre a cotação e os lucros mais baixo da praça lisboeta, negociando a 4,6 vezes face ao valor estimado dos resultados líquidos, um rácio que o coloca bem posicionada em relação ao setor da construção europeu — apresenta um rácio de 16,3 vezes.

A equipa do BiG destaca “os múltiplos fundamentais atrativos“, pese embora a “tendência deprimida” que a Mota-Engil tem apresentado, “extremada após comunicar que não iria divulgar as contas relativas aos primeiros nove meses do ano”. “Ainda para mais considerando a exposição geográfica das suas receitas”, destacam os analistas do BiG.

Com os investidores à espera da concretização do plano de desinvestimento, “a recente política de não divulgar as contas trimestrais contribuiu para uma menor visibilidade em termos económicos por parte de analistas”, diz Pedro Lino. Contudo, a “venda de ativos com o objetivo de redução da dívida” associada à estratégia de “internacionalização” são pontos a favor da Mota-Engil.

Não invente, vá ao Continente

precos-06-06Habituada aos descontos nos seus hipermercados, os Continente, a Sonae também se apresenta com uma “grande promoção” no PSI-20. Em média, os analistas acreditam que a cotada liderada por Paulo Azevedo e Ângelo Paupério pode valorizar 43%. Seis dos oitos analistas que seguem a retalhista recomendam “comprar” os títulos.

A Sonae tem sido uma das mais castigadas na bolsa portuguesa em 2016. Desde o início do ano já perdeu 25% do seu valor, mas as contas que a holding tem vindo a apresentar podem abrir a porta a uma valorização no sentido da média dos preços-alvo de 1,115 euros. As ações estão a cotar a 7,3 vezes os lucros, o que compara com as 19,1 vezes do setor do retalho na Europa.

“Na última divulgação de resultados, a empresa apresentou bons números nos segmentos de retalho (alimentar e especializado) e resiliência nos restantes segmentos de negócio”, dizem os analistas do BiG. “Este desempenho operacional desencadeou uma tendência positiva para o título que beneficiou igualmente do desconto fundamental, das novas oportunidades de internacionalização e forte estrutura do balanço”, reforçaram.

Pedro Lino alerta para o esforço promocional que a Sonae tem praticado nos seus hipermercados. “Um dos problemas da Sonae é que tem vindo a sacrificar EBITDA, para aumentar as vendas. Este facto é constatado pela diminuição do ‘underlying EBITDA'”, diz Pedro Lino. Mas “quando se assistir a uma inversão deste indicador a cotação tenderá a subir”, acrescentou o gestor.

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5 coisas que tem de saber antes de abrirem os mercados

  • Marta Santos Silva
  • 25 Novembro 2016

Wall Street reabre após o dia de Ação de Graças, mas só por metade do dia. Entretanto, o Japão dá a conhecer a sua inflação e o Reino Unido mostra como está a evoluir o PIB.

É Black Friday — o que vai encerrar os mercados norte-americanos mais cedo — mas há muito a que estar atento. Nos Estados Unidos, os dados pormenorizados das exportações devem deixar perceber se o aumento deste trimestre foi só uma exceção. Já na Europa, os valores atualizados do PIB do Reino Unido devem dar novas pistas para a forma como a economia britânica está a funcionar após o referendo do Brexit.

Na Ásia, mais propriamente no Japão, o banco central desvenda se está mais perto de atingir a sua meta de inflação à custa do programa de compra de ativos semelhante ao que tem em vigor o Banco Central Europeu, permitindo manter os juros da dívida soberana em níveis baixos. Por Portugal, termina o período de subscrição das obrigações para o retalho que dão um juro de 2% aos pequenos investidores.

Acaba o prazo para comprar OTRV

Acaba esta sexta-feira o período de subscrição das Obrigações do Tesouro de Rendimento Variável (OTRV) emitidas pelo Estado. O secretário de Estado adjunto do Tesouro e das Finanças, Mourinho Félix, disse esta semana que esta terceira emissão, que foi aumentada dos 500 milhões de euros iniciais para 1500 milhões, após grande adesão dos investidores, já estaria novamente esgotada, com a procura a exceder “largamente” a oferta. Mas ainda pode subscrever.

Para que lado se inclina a balança comercial dos EUA?

Os dados detalhados do inventário das vendas grossistas nos Estados Unidos em outubro — que pormenorizam as exportações e importações do país — vão permitir perceber melhor o aumento súbito das exportações norte-americanas no terceiro trimestre de 2016. Os economistas consultados pela Bloomberg acreditam que o salto teve a sua origem num volume excecional de exportação de soja, que não se repetirá. Os números vão permitir tirar as teimas.

Previsões cortadas para 2017, como está o PIB britânico?

O Reino Unido divulga hoje o seu Produto Interno Bruto do terceiro trimestre de 2016, assim como uma série de outros indicadores, como o índice de preços da habitação, o do investimento total em negócios e o do comércio a retalho. São números que vão permitir tirar o pulso à economia britânica após o “sim” no referendo para a saída da União Europeia, na mesma semana em que o ministro das Finanças Philip Hammond reviu em baixa as previsões para 2017.

Inflação no Japão está no bom caminho?

O banco central japonês está a tentar atingir o seu alvo de 2% de inflação em 2018. Com a divulgação do Índice de Preços ao Consumidor, o Banco do Japão (BoJ) deixa perceber se está no bom caminho para chegar a essa meta, ou se será preciso fazer mais ajustes no seu programa de compra de ativos.

É Black Friday — o que significa para os mercados?

Desde logo, Wall Street fecha mais cedo — às 13h00, ou 18h00 em Lisboa (em vez das 21h00). Mas se para os bancos de investimento é sinal de menos negócios nos mercados, para os retalhistas, trata-se do dia mais movimentado do ano. O dia que abre a época de compras natalícias nos Estados Unidos — e cada vez mais no resto mundo — vem numa altura em que algumas lojas de roupa, como a Abercrombie & Fitch e a Gap, cortaram as suas previsões para o quarto trimestre, devido à concorrência vinda das lojas online e de gigantes mais low-cost como a Zara e a H&M.

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Porque pediu o CaixaBank a suspensão da AG do BPI?

Não há nenhum documento do BCE a dizer que a venda de 2% do BFA é suficiente para ultrapassar o limite dos grandes riscos a Angola. A falta desse documento é que terá levado o CaixaBank a adiar a AG.

O pedido de suspensão da assembleia geral do BPI por parte do CaixaBank apanhou grande parte dos acionistas do banco liderado por Fernando Ulrich desprevenidos. Na base da decisão dos catalães estará a falta de um documento oficial por parte do Banco Central Europeu (BCE), que diga preto no branco, que a venda de 2% do BFA à Unitel é suficiente para reduzir a exposição dos grandes riscos a Angola.

A administração do BPI, que ao que tudo indica não estaria a par desta tomada de posição por parte do maior acionista e potencial dono do BPI, em virtude da oferta pública lançada sobre o banco português, absteve-se inclusive de votar o pedido de adiamento da assembleia geral.

Perante o pedido do CaixaBank e a alegação de que não saberia se a venda dos 2% do BFA é suficiente para reduzir a exposição dos grandes riscos a Angola, cumprindo assim a exigência do BCE, Fernando Ulrich terá argumentado que todas as conversas com o BCE vão no sentido de que a operação é suficiente para cumprir as exigências do regulador, adiantaram ao ECO vários acionistas presentes na sala. Mas essa decisão “por escrito, preto no branco nunca foi dita”, refere fonte próxima ao processo.

Em comunicado, o CaixaBank justifica a sua decisão afirmando que “trata-se simplesmente de esperar mais alguns dias para ver se é possível ter a confirmação por parte do BCE sobre se a venda de 2% do BFA é suficiente para solucionar o excesso de concentração de riscos do BPI em Angola”.

Com grande parte dos acionistas presentes na Casa da Música a serem apanhados desprevenidos e com a administração do banco a suspender também ela a conferência de imprensa agendada para o fim da assembleia geral, as perguntas avolumavam-se. Ao ECO, um administrador do BPI justifica o silêncio da administração com um parco “não temos nada para dizer, é uma decisão de um acionista do banco“.

A decisão é tanto mais inesperada na medida em que a venda do BFA à operadora angolana tinha como contrapartida a desblindagem dos estatutos do BPI, o que já aconteceu, e que opôs durante muito tempo e em várias assembleias gerais os dois maiores acionistas do banco: Isabel dos Santos e o CaixaBank. A desblindagem dos estatutos era uma das condições exigidas pelos espanhóis para o sucesso da OPA lançada sobre o BPI.

Mas terá o CaixaBank outros motivos para adiar a AG?

O tempo é de incertezas, o que leva a que haja várias leituras em cima da mesa. Uma dessas leituras passa pelo pagamento dos dividendos do BFA relativos ao exercício de 2014 e 2015, no valor de 66 milhões de euros e que ainda não foram pagos pela Unitel ao BPI. O pagamento desses dividendos é uma das condições para a concretização do negócio e que consta na carta enviada pela administração do BPI para Angola, com data de 20 de setembro, a propor a venda de 2% do BFA por 28 milhões de euros.

Na carta, o BPI adiantava que a disponibilidade para efetivar o negócio tinha como “pressuposto que a Unitel, em conjunto com o BFA e o Banco BPI, fará todos os esforços que sejam possíveis, no respeito pelas leis angolanas, para que seja recebido, em Lisboa, pelo Banco BPI, até 9 de dezembro de 2016, o valor dos dividendos do BFA relativos aos exercícios de 2014 e 2015”.

Na carta é ainda referido o pagamento dos 30 milhões de dólares referentes ao acordo promessa de compra e venda de ações do BFA celebrado entre o BPI e a Unitel em 9 de dezembro de 2008.

Fontes próximas dizem que com a aprovação do negócio a estender-se para dia 13 pode ser uma forma de pressionar os angolanos a pagarem os dividendos. De resto, o CaixaBank em comunicado fez questão de referir que “ainda não decidiu o sentido do seu voto e espera tomar a sua decisão definitiva para a assembleia que se realizará a 13/12/2016”.

Há ainda quem invoque que o CaixaBank poderá querer adiar o processo para 2017 para contabilizar os custos só no próximo ano.

As dúvidas são muitas e, para já, a única certeza é que a questão dos grandes riscos a Angola, uma questão levantada pelo BCE, se arrasta há dois anos.

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Carris regista prejuízos de 21 milhões de euros

Apesar de melhorar os resultados face a 2014, o presidente da Carris admite que os cortes resultaram na "dificuldade de satisfazer a procura real que diariamente se verifica na cidade de Lisboa".

Três dias depois do anúncio de que a Carris vai passar a ser gerida pela Câmara de Lisboa, a empresa pública lançou o relatório de contas relativo a 2015. E as notícias são positivas: a Carris apresentou em 2015 resultados líquidos negativos de 21, 215 milhões de euros face aos 59,638 milhões de euros em 2014, o que representa uma melhoria, apesar de manter-se em terreno negativo.

No relatório de contas de 2015, o presidente do Conselho de Administração, Tiago Lopes Farias, afirma que o ano passado “caracterizou-se pela estagnação da tendência de perda de passageiros, traduzida inclusivamente num ligeiro aumento global do número de passageiros transportados“. No modo elétrico, a Carris registou um aumento de 3,4% no número de passageiros.

No entanto, estes números foram acompanhados de uma redução do número de veículos a circular e no número de quilómetros oferecidos, afirma Tiago Lopes Farias, “resultante do ajustamento da oferta à disponibilidade de meios (pessoal tripulante e frota)”. O presidente do Conselho de Administração admite até que essa redução de custos resultou na “dificuldade de satisfazer a procura real que diariamente se verifica na cidade de Lisboa”.

Editado por Mariana de Araújo Barbosa ([email protected])

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STCP aumenta capital social em 30 milhões de euros

  • Lusa
  • 24 Novembro 2016

Os transportes do Porto aumentaram o capital através da emissão de seis milhões de ações.

A STCP – Sociedade de Transportes Coletivos do Porto comunicou, esta quinta-feira, à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) ter aumentado o capital social em cerca de 30,2 milhões de euros, através da emissão de seis milhões de ações.

“A STCP vem nos termos do Regulamento da CMVM n.º 5/2008 informar que por deliberação do Estado Português, na qualidade de acionista único da STCP, foi aumentado o capital social no montante de 30.282.535 euros”, refere documento disponível na página da comissão.

Acrescenta que tal aumento de capital social foi feito “através da emissão de 6.056.507 novas ações com valor nominal unitário de cinco euros cada, subscritas pelo seu acionista”.

Com esta ação, o capital social da STCP fixou-se em cerca de 115,8 milhões de euros, representado por mais de 23 milhões de ações “em forma meramente escritural com valor unitário de cinco euros”.

A 21 de outubro o Presidente da República anunciou ter promulgado os decretos que alteravam os estatutos da Sociedade de Transportes Públicos e da Metro do Porto.

A promulgação ocorreu depois de a Assembleia da República ter aprovado várias alterações apresentadas pelos socialistas à legislação sobre os transportes urbanos do Porto, antes vetadas pelo Presidente da República.

Em 25 de julho, Marcelo Rebelo de Sousa vetou as alterações, aprovadas com o apoio da esquerda e votos contra do PSD e CDS, por se “vedar, taxativamente, qualquer participação de entidades privadas” na STCP e na Metro do Porto.

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CPLP quer ser potência económica mundial em três décadas

  • Lusa
  • 24 Novembro 2016

O objetivo parece ser ambicioso, mas é assumido pelo presidente dos exportadores da CPLP: daqui a 30 anos os países de língua portuguesa vão dominar o comércio mundial.

O presidente da União de Exportadores da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (UE-CPLP), Mário Costa, disse esta quinta-feira que a CPLP deverá tornar-se uma potência económica mundial em três décadas, superando mesmo os Estados Unidos. Mário Costa falava na inauguração da delegação das Beiras e Alto Alentejo da UE-CPLP, que ficará instalada no Parkurbis – Parque de Ciência e Tecnologia da Covilhã.

“É aquilo em que acreditamos e aquilo para onde corremos. Estamos fazer um trabalho estruturado, temos esse objetivo muito firme e queremos que a CPLP seja em três décadas uma potencia económica a nível mundial“, afirmou.

Lembrando a dimensão do conjunto dos países que integram a CPLP e o facto de estes representarem um potencial de negócio e comércio que ultrapassa os 86 países, Mário Costa sublinhou que a CPLP “tem tudo o que é necessário” para poder afirmar-se como uma potência económica a curto prazo.

"Estamos fazer um trabalho estruturado, temos esse objetivo muito firme e queremos que a CPLP seja em três décadas uma potencia económica a nível mundial.”

Mário Costa

Presidente da União de Exportadores da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa

Tem a posição geoestratégica nos quatro cantos do mundo, tem um número populacional que representa 30% da população mundial, tem recursos naturais, tem recursos humanos, tem empresários com ‘know-how’ e tecnologia e outros com mercados virgens, por isso, temos tudo àquilo que é necessário para podermos ser líderes a nível planetário e num curto espaço de tempo”, reiterou.

Este responsável ressalvou, todavia, que o trabalho de ligação entre empresas tem de ser bem estruturado, uma vez, que se está a tratar com culturas muito diferentes e lembrou que é exatamente com o objetivo de estabelecer essas pontes que a UE-CPLP trabalha.

"Se Portugal para a Europa está na cauda, para a CPLP está na frente do pelotão do ‘know-how’ e da tecnologia.”

Mário Costa

Presidente da União de Exportadores da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa

Mário Costa vincou ainda a “importância decisiva” que o mercado da CPLP pode ter no crescimento nacional: “Se Portugal para a Europa está na cauda, para a CPLP está na frente do pelotão do ‘know-how’ e da tecnologia“.

Relativamente à estrutura que a UE-CPLP passa a ter na Covilhã, distrito de Castelo Branco, este responsável explicou que esta aposta pretende tirar partido do potencial de tecnologia e conhecimento ali existente, o qual pode ser visto como uma mais-valia para outros países onde há défice nessas vertentes.

“Também se prende com o objetivo de estarmos próximo dos empresários. O interior é sempre muito esquecido e nós procuramos estar cá ao lado deles para podermos dar um apoio muito maior“, acrescentou.

Durante a cerimónia desta quinta-feira foi ainda lembrando que o próximo “Fórum UE-CPLP” se realiza nos dias 16 e 17 de dezembro, em Santa Maria da Feira.

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Governo admite que eventual acordo poderá ficar pelo salário mínimo

  • Cristina Oliveira da Silva
  • 24 Novembro 2016

Ministro do Trabalho continua sem revelar se poderá aceitar um valor de salário mínimo abaixo dos 557 euros.

O Governo queria tentar um acordo de médio prazo que envolvesse várias matérias, mas hoje, depois da reunião de concertação social, Vieira da Silva admitiu que, a haver um compromisso, este deverá ser “principalmente em torno das questões do salário mínimo”. A reunião desta quinta-feira não trouxe conclusões e o ministro continua sem revelar se está disposto a aceitar um aumento que fixe a remuneração mínima abaixo dos 557 euros previstos no programa do Governo.

“A minha expectativa maior é que, se conseguirmos construir um acordo, ele será principalmente em torno das questões do salário mínimo”, afirmou o ministro do Trabalho e da Segurança Social aos jornalistas.

No final de setembro, Vieira da Silva tinha expressado a sua vontade de chegar a um acordo de médio prazo com os parceiros sociais, que poderia abranger várias matérias e não apenas o aumento do salário mínimo. E admitia que o “campo” era “alargado”, apontando para áreas como a contratação coletiva ou “a legislação que regula a precariedade”.

Hoje, Vieira da Silva trouxe à concertação social a proposta de aumento do salário mínimo para 557 euros (contra os atuais 530) já prevista no programa do Governo, mas não quis adiantar se abre a porta a um valor inferior. Os patrões têm vindo a apontar para 540 euros.

O passo seguinte será dado pelos parceiros, que entregarão um documento escrito ao Governo em que expressam as suas opiniões sobre o assunto. A próxima reunião de concertação social deverá acontecer a 19 de dezembro.

Ainda que o final do ano esteja próximo, Vieira da Silva garante que haverá um novo salário mínimo no dia 1 de janeiro “com toda a certeza”. Falta saber de quanto. Mas o ministro voltou a deixar assente que este valor “é definido pelo Governo” depois de ouvir a concertação social e não pela “concertação social ouvido o Governo”.

Os patrões entendem que um salário mínimo além dos 540 euros exigirá medidas específicas. E o ministro do Trabalho diz que isso já aconteceu antes. “O governo tem disponibilidade para criar condições que ajudem os setores mais frágeis da nossa economia a poderem melhor absorver este aumento”, afirmou. Mas “precisamos também de conhecer essas ambições” e “ninguém melhor do que as próprias empresas” para “fazerem essas propostas”, acrescentou Vieira da Silva, rematando: “é disso que estou à espera”. Mas a Confederação do Comércio e Serviços de Portugal (CCP) reafirmou hoje que não apresentará qualquer proposta. Esse deve ser o papel de quem defende valores mais altos, diz Vieira Lopes. A CIP — Confederação Empresarial de Portugal também não quis falar em contrapartidas hoje.

"O governo tem disponibilidade para criar condições que ajudem os setores mais frágeis da nossa economia a poderem melhor absorver este aumento.”

Vieira da Silva

Ministro do Trabalho, da Solidariedade e da Segurança Sccial

Questionado sobre se a atual redução da TSU pode ir mais longe para empresas com trabalhadores a receber salário mínimo, o ministro não se pronunciou.

O líder da UGT afirmou que a reunião entre parceiros sociais foi “muito tensa”, mantendo-se a divergência acentuada de pontos de vista. Carlos Silva notou que existe um compromisso de que o salário mínimo chegue a 600 euros no final da legislatura e, por isso, se o valor em 2017 ficar abaixo dos 557 euros, implicará um esforço maior noutros anos.

A CCP frisou que não aceitará valores que não estejam ligados a indicadores da economia. E também a CIP apelou a critérios “objetivos” para definir o aumento, recordando os que estão previstos no acordo em vigor. “Se o Governo tiver outra lógica diferente da nossa e chegar a números diferentes dos nossos, terá de nos explicar qual foi o racional que utilizou“, afirmou António Saraiva.

“Falou-se muito e avançou-se pouco”, indicou por seu turno Arménio Carlos, da CGTP, recordando que janeiro “está à porta” e apelando a uma solução rápida.

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Portuguesa Veniam vai instalar WiFi em Singapura

Chama-se Veniam, é uma tecnológica portuguesa sediada na Califórnia mas é de Singapura que chegam as boas notícias. A startup conseguiu um acordo para instalar hotspots WiFi em milhares de veículos.

A Veniam assinou um acordo com o segundo maior operador de telecomunicações em Singapura, a StarHub, avançou o startup portuguesa. Em causa está um negócio para instalar redes móveis sem fios (WiFi hotspots) em milhares de veículos da cidade.

O objetivo é que depois esta rede de veículos ligados por internet móvel sem fios seja a base do futuro da mobilidade e os serviços de inteligência na cidade (smart city), esclarece o comunicado no site da Veniam Partners.

A tecnológica portuguesa vai instalar WiFi em milhares de autocarros, táxis e veículos autónomos e prevê-se que chegue a dezenas de milhares de pessoas. Esta não é a primeira investida da Veniam em Singapura: a empresa sediada na Califórnia e liderada pelo português João Barros já tinha feito uma experiência anterior com a Universidade Nacional de Singapura em junho deste ano.

Editado por Paulo Moutinho

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