Bitcoin foi a rainha das moedas… digitais e não só

Valorizou mais de 1.800% durante o ano e chegou a namorar os 20.000 dólares cada moeda. A bitcoin ganhou nova vida este ano, mas 2018 poderá ser decisivo para o mundo das criptomoedas.

Uma viagem alucinante. O ano foi de forte valorização para a bitcoin, a moeda virtual que também já conquistou Wall Street. A divisa entrou em 2017 a valer menos de 1.000 dólares e deverá fechar o ano com uma valorização superior a 1.800%. Aliás, ainda durante o mês de novembro, namorou a meta dos 20.000 dólares cada moeda, batendo muitas das expectativas que, apesar de apontarem para uma escalada, eram bem mais modestas.

Durante os últimos 12 meses, a bitcoin fez manchetes nos jornais e atraiu cada vez mais investidores a cada dia que passou. Tanto, que as principais exchanges e serviços que fornecem carteiras de criptomoedas, que são como contas bancárias, tiveram sérios problemas a lidar com todo o tráfego e a dar despacho a todos os pedidos de registo. Em meados de dezembro, a Coinbase, com sede em Londres, teve problemas deste tipo. A Bitfinex, uma das corretoras mais populares de moedas virtuais, viu-se obrigada a encerrar temporariamente as inscrições, que ainda se mantêm suspensas.

Porquê todo este frenesim? Ninguém sabe ao certo. A bitcoin surgiu em 2009, pelo teclado de um misterioso pseudónimo na internet do qual ainda hoje nada se sabe. Satoshi Nakamoto, o génio (ou os génios) por detrás da primeira moeda digital. A rainha de todas as moedas, com um valor de mercado astronómico de cerca de 206,38 mil milhões de dólares. Ganhou popularidade por ser descentralizada e desregulada, ou seja, por não depender de uma entidade, mas de um grupo imenso de computadores ligados 24 horas por dia. E não esquecer o fator do anonimato: são públicas todas as transações, mas ninguém sabe quem são os responsáveis. Não há qualquer registo.

A escalada da bitcoin durante o ano de 2017

Fonte: Bloomberg

As teorias são muitas. Mas a bitcoin tem mais mérito do que o seu próprio mérito. O sistema que lhe serve de alicerce, chamado blockchain, é hoje visto como um dos sistemas mais sofisticados e com maior capacidade disruptiva da economia e do setor financeiro tal e qual como o conhecemos. Aliás, vai ainda mais longe: a mesma tecnologia que permite a bitcoin funcionar está já a ser aplicada noutros setores, como o do retalho ou o automóvel. Mas é de criptomoedas que estamos a falar. E desde que apareceu a bitcoin há oito anos, apareceram outras para a complementar. Ou lhe fazer concorrência.

Uma delas, criada pelo jovem Vitalik Buterin, chama-se Ether e está na base de uma gigantesca rede de computadores chamada Ethereum. A premissa é simples, o sistema nem por isso: em troca da capacidade de processamento da rede descentralizada, os utilizadores pagam Ether. Há até algumas nuances que não existem na bitcoin, como os smart contracts. São como transações inteligentes, que só se realizam num pressuposto sine qua non, isto é, caso cumpram uma determinada condição. Hoje, o Ethereum vale qualquer coisa como cerca de 61,4 mil milhões de dólares. E cada moeda vale mais de 600 dólares.

Existem outras moedas, cada uma com a sua forma e feitio. O Ripple, por exemplo, é o conceito contrário da bitcoin em termos de ideologia: é uma moeda virtual centralizada numa blockchain privada. Nem isso impediu a valorização deste ativo, que entrou em 2017 a valer milésimas de cêntimo e vale agora perto de 1,50 euros (valorização superior a 20.000%). Ou, por exemplo, a IOTA, acerca da qual um investidor anónimo comentava com o ECO que “há gente a fazer muito dinheiro” com ela: nasceu em junho, também a valer uma ninharia, e já chegou a cotar acima dos quatro euros por unidade.

Como será 2018? É difícil prever. Por agora, a bitcoin, a maior moeda virtual em valor de mercado, corrigiu e derrapou significativamente desde o máximo atingido a 17 de dezembro para um patamar abaixo dos 15.000 dólares. Das entidades oficiais, os alertas surgem em catadupa: criptomoedas não são um ativo fiável e podem ser uma bolha prestes a rebentar. E, de facto, podem ser mesmo: cada moeda vale apenas o que o mercado está disposto a pagar por ela. O que acontece se o comboio descarrilar?

Como já alertaram alguns analistas, uma eventual queda pode propagar ondas de choque pela economia, numa altura em que diversos fundos já se aventuraram nestas águas movediças. Sim, os grandes de Wall Street também se renderam a estas divisas. E foi por isso que, no final deste ano, foram lançados os primeiros derivados de bitcoin. Duas das principais corretoras do mundo, a CME e a CBOE, lançaram, pela primeira vez na história, os chamados futuros de bitcoin: contratos feitos em dinheiro que, no fundo, apostam na valorização ou desvalorização da moeda, sem a deterem propriamente.

Em 2018, todos os olhos continuarão postos nestes ativos. Até porque, à velocidade com que se movem, os próximos 12 meses poderão ditar se estas moedas servem mesmo para fazer pagamentos, se são um ativo de refúgio para guardar valor (como o ouro), ou se não passam de uma bolha especulativa, uma bomba em contagem decrescente, prestes a rebentar.

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Lagarde: Crescimento mundial será “mais forte” em 2018

  • Lusa
  • 31 Dezembro 2017

"A recuperação será mais forte e melhor repartida”, considerou a diretora-geral do FMI, salientando que a ideia é que o crescimento afete as economias emergentes tal como as mais desenvolvidas.

A diretora-geral do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde, assegurou hoje, em declarações ao ‘Le Journal du Dimanche’, que a recuperação da economia mundial será “mais forte e melhor repartida” em 2018.

“Em 2017, pela primeira vez em muito tempo, revimos as previsões de crescimento mundial. A recuperação será mais forte e melhor repartida”, considerou Lagarde, salientando que este comportamento positivo não envolve apenas os países emergentes.

O FMI definiu que a taxa de crescimento mundial para 2018 será de 3,6%, o que para Lagarde significa um regresso “aos níveis médios das últimas décadas”, interrompidos pela crise financeira de 2007 e 2008.

A diretora da instituição considerou ainda que a zona euro está “fortemente consolidada” e que a moeda “está bem”, sublinhando que a união monetária é “uma criação magistral, que constitui uma alternativa à China e aos Estados Unidos”.

No que concerne aos Estados Unidos, Lagarde apontou que o potencial de crescimento atingiu os 2%, valor que só pode ser superado com um aumento da produtividade, algo “difícil” num ambiente marcado pelas novas tecnologias. Ao mesmo tempo, a representante do FMI referiu que África “tanto pode ser o continente do futuro, como um continente dramático”, o que dependerá do controlo da demografia e das políticas de desenvolvimento.

“O desenvolvimento económico face ao crescimento populacional é uma corrida contra o tempo, que será perdida se a demografia não for controlada, o que passa, em primeiro lugar, pela educação das mulheres e pela consciência geral desses países”, concluiu.

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Governo anuncia aumento do imposto sobre produtos petrolíferos

  • Lusa
  • 31 Dezembro 2017

O Imposto Sobre Produtos Petrolíferos e Energéticos aumenta de acordo com o nível da inflação, próximo de 1,4%, de acordo com o que já previa o Orçamento do Estado.

O Imposto Sobre Produtos Petrolíferos e Energéticos (ISP) vai ser aumentado a partir de segunda-feira, segundo uma portaria publicada hoje pelo Governo em Diário da República.

“No Orçamento do Estado para 2018 seguiu-se uma política de estabilização ao nível da tributação indireta, procedendo-se a uma mera atualização de taxas no que respeita aos impostos especiais de consumo, que foi efetuada tendo por referência o valor da inflação previsto. Importa, pois, proceder à atualização, ao nível da inflação, do valor das taxas de ISP a aplicar no ano de 2018 a estes produtos, em linha com o Orçamento do Estado”, lê-se na portaria que entra em vigor a 1 de janeiro de 2019.

De acordo com o documento, a taxa do ISP aplicável à gasolina (com teor de chumbo igual ou inferior a 0,013 gramas por litro) é de 556,64 euros por 1.000 litros (0,556 euros por litro).

No caso do gasóleo, a taxa de imposto é de 343, 15 euros por 1.000 litros (0,343 euros por litro).

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Resoluções de ano novo: Um mês sem Facebook? Ele tentou e conta como foi

Entre 11 de novembro e 11 de dezembro, Mário Tarouca esteve sem acesso às redes sociais: o problema não foi falta de rede mas uma decisão pessoal. Agora conta tudo, ao ECO.

Mário Tarouca viajou para o sudeste asiático depois do detox das redes sociais.D.R.

Antes da ideia, o problema: “Sou… ou era um viciado em redes sociais”, conta Mário Tarouca, ao ECO. Para controlar as vezes que ia ao telemóvel por causa das notificações — e o tempo que essa disponibilidade representava no total do seu dia, o fundador da startup Breadfast decidiu arrancar com um “detox de redes sociais”. Marcou o dia — 11 de novembro –, a duração — um mês — e começou, com tempo, a desinstalar as aplicações do telemóvel.

Facebook, Instagram e LinkedIn foram os alvos da decisão: Mário sentia-se ‘dependente’ das notificações e ficava ansioso de cada vez que o ecrã do telemóvel brilhava, obrigando-o a ver o que se passava o quanto antes. “Na verdade, o vício tem a ver com a lógica da notificação, de estar sempre à espera de novidades, de receber qualquer coisa“, percebeu depois. E isso, essa necessidade de estar sempre a par do que acontece, gerava-lhe ansiedade “Tens sempre a sensação de ver se recebeste, se está a vibrar. Quando acordas, de manhã, a é a primeira coisa que fazes”, recorda.

Na verdade, o vício tem a ver com a lógica da notificação, de estar sempre à espera de novidades, de receber qualquer coisa.

Mário Tarouca

Empreendedor

E, ainda antes de arrancar o mês sem redes sociais, Mário Tarouca explicou tudo através de um manifesto publicado online onde detalhava, além dos objetivos, as razões do detox.

O desafio começou numa sexta-feira e Mário aproveitou o primeiro fim de semana para passear: no Porto com a namorada, o pequeno-almoço de sábado foi passado num café. Sentaram-se, pediram algo para comer e Mariana pegou no telemóvel. Mário, instintivamente, pensou fazer o mesmo. Recuou. Não queria desistir logo.

Como começar

“Há seis meses, vi mais um daqueles vídeos de Facebook, sobre o impacto das redes sociais na juventude. E eu, que sou um tipo de ideias ‘tipo vai’, desinstalei o Facebook do telemóvel no dia seguinte. Fiquei uns três ou quatro meses sem Facebook no telemóvel mas como passo muito tempo no computador, só diminuí a dependência das notificações”, recorda Mário. Só que, o vício não é apenas para as redes sociais: Mário tem também o de não conseguir ter emails ‘não lidos’ na caixa de correio e, a partir do momento em que “sai” do Facebook do telemóvel, sente que começa a “migrar para o Instagram”. “E a procurar a mesma coisa: onde estão as notificações? Comecei a perceber que estava a voltar ao mesmo e que tinha de fazer alguma coisa”.

"Há seis meses, vi mais um daqueles vídeos de Facebook, sobre o impacto das redes sociais na juventude. E eu, que sou um tipo de ideias ‘tipo vai’, desinstalei o Facebook do telemóvel no dia seguinte.”

Mário Tarouca

É nessa altura que Mário começa a procurar referências e outras pessoas que, como ele, tenham feito experiências semelhantes. E descobre que não é o único: há muita gente que sentiu como ele a necessidade de dosear o acesso às redes sociais e que, tal como o empreendedor, decidiu sistematizar a experiência.

Descobriu muitas coisas durante as pesquisas e, uma das mais interessantes, foi um estudo de há quatro anos de uma universidade que relaciona diretamente o tempo passado no Facebook com o grau de felicidade. “Quanto mais tempo passas, mais infeliz és”, explica. “Por um lado estudos, por outros relatos pessoais de várias pessoas a dizerem que estão depressivos, com ansiedade, e que se sentem mais em baixo. Avanço para isso, faço”.

O manifesto e o site surgem desse desejo de poder, além de viver, partilhar a experiência. “Há muita gente que pode identificar-se com isso e surge no sentido de alertar, passar a ideia. Para que, se as pessoas considerarem interessante como desafio possam fazer também pelo tempo que seja”, detalha.

Sobreviver às primeiras horas

O desafio começou a 11 de novembro. “As primeiras horas, os primeiros dias, pensei que ia andar louco. Desinstalei todas as apps, para tentar minimizar ao máximo as tentativas de entrar. Os primeiros dias foram tranquilos. No primeiro pequeno-almoço, dois minutos depois estava de jornal na mão e foi um sabor… há muito tempo que não lia em papel, foi brutal. A partir daí tenho criado hábitos de leitura”, conta ao ECO.

O mais difícil, conta, foi “conseguir escapar às armadilhas que há na net”. Como? “Na altura comecei com o processo de recrutamento para a Breadfast, tinha entrevistas, mandavam-me mensagens no Facebook que eu nem sequer vi. Dá sempre jeito ir procurar referências ao LinkedIn, e não podia. Fui às cegas, sem saber quem eram as pessoas, a não ser pelo que me escreveram no email”.

Sobre a experiência, diz: “Sem isso há um acordar muito mais tranquilo e a quebra da ansiedade, por não precisares de estar sempre a ver. Perdi muita coisa mas, sem lá ir, não perdi nada. Recomendo a toda a gente. E, outra coisa: muito mais bateria no telemóvel”.

No dia do regresso, depois de uma temporada de viagem na Tailândia, Mário voltou ao Facebook com a fotografia que o ECO publica como imagem deste artigo. Com ela um desafio: “Estive um mês fora, pouca gente sabe o que eu andei a fazer, se quiserem saber mandem mensagem ou liguem e vamos tomar um café”, escreveu. Foi isso que fizemos.

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O ano de 2017 em dez gráficos

2017 está a terminar. E foi um bom ano para a economia portuguesa. O PIB cresceu, o défice encolheu e a dívida também. O desemprego baixou, mas o petróleo acelerou. E o PSI-20 foi uma das estrelas.

Há anos de má memória, mas o que agora está a terminar, nem por isso. Olhando apenas para a economia, há motivos para celebrar: o PIB surpreendeu pela positiva, a dívida encolheu e o défice está cada vez mais perto de 1% — isto com o desemprego a baixar de forma expressiva. São sinais encorajadores que se traduziram numa queda acentuada dos juros da dívida portuguesa, num ano de ganhos expressivos para a bolsa de Lisboa. Veja, em dez gráficos, o que aconteceu em 2017.

Economia surpreende

A economia surpreendeu pela positiva, com um primeiro semestre muito mais forte do que o esperado. A meta de crescimento começou por ser de 1,5%, mas foi sendo revista em alta até atingir os 2,6% em outubro. Tudo indica que será cumprida.

Dívida em queda

Em agosto, a dívida superou a fasquia dos 250 mil milhões de euros na ótica de Maastricht, fazendo soar alertas, mas o Governo garantiu que daria um “trambolhão até ao final do ano”. A expectativa confirmou-se e o rácio da dívida sobre o PIB deverá recuar para valores em torno de 126%.

Défice vai ficar abaixo de 1,3%

No ano em que Portugal saiu do PDE, por referência aos dados de 2016, as finanças públicas continuaram a ser fonte de boas notícias. O défice deverá voltar a superar a meta de 1,4%. O primeiro-ministro já disse que o défice será inferior a 1,3%.

Desemprego em queda. Vai continuar

Foi um ano bom para o mercado de trabalho português, que viu a taxa de desemprego recuar para valores abaixo dos dois dígitos. O bom momento deverá estender-se por 2018, confirmando e reforçando a recuperação económica.

Balança comercial dá confiança

Apesar de o ritmo de crescimento ter acelerado, a economia conseguiu manter um saldo da balança comercial (bens e serviços) positivo, quando medido sobre o PIB nominal. É um dos sinais que permite olhar para a retoma com mais confiança.

Malparado alivia…

Em 2017, o crédito malparado deu alguns sinais de alívio. Os montantes de crédito em incumprimento já representavam no final de outubro menos de 8% do total dos empréstimos às empresas e famílias. As empresas continuam a ter a grande fatia do crédito malparado, mas é notória uma diminuição da sua representatividade no “bolo” total” do incumprimento, num contexto em que a nova concessão de empréstimos a esse segmento também apresenta uma tendência de queda.

… novo crédito acelera. Stock ainda cai

A palavra de ordem do BCE para os bancos abrirem a torneira do crédito continua a não ser suficiente para puxar pelo crédito. O stock de crédito às empresas e aos particulares continua a cair, estando abaixo da fasquia dos 190 mil milhões de euros.

Dívida nacional, a estrela da Zona Euro

A melhoria da perceção do risco do país tem contribuído para o forte alívio dos juros da dívida, num ano cuja fase final fica marcada pela retirada de Portugal da classificação de “lixo” pela Standard & Poor’s e pela Fitch. A taxa de juro a dez anos da dívida soberana nacional arrancou o ano nos 4%, mas já negoceia abaixo da fasquia dos 2%, em mínimos de abril de 2015.

OPEP puxa pelo petróleo

Cerca de um ano depois do acordo histórico da OPEP com vista a um corte de produção que permita reequilibrar o mercado petrolífero, já se fazem sentir os respetivos efeitos. Em 2017, a cotação do petróleo valorizou 16%, com a matéria-prima a negociar em máximos de dois anos e meio, em torno do 65 dólares por barril.

Lisboa sobe. Mota-Engil lidera em ano negro para os CTT

A bolsa portuguesa sobressaiu pela positiva este ano, registando o melhor desempenho dos últimos quatro anos e batendo ainda a maioria das pares europeias. O PSI-20 encerra o ano a valorizar 15,15%, num ano em que a maioria dos seus títulos apresenta sinal positivo. Referência positiva para o BCP, cujas ações somaram perto de 48% num ano marcado pela reestruturação do banco. Mas coube à Mota-Engil ser a estrela dos ganhos, com uma subida de 127%. Já os CTT foram o patinho feio da bolsa nacional, num ano muito para a empresa dos correios.

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Marcelo Rebelo de Sousa já teve alta

  • Marta Santos Silva
  • 31 Dezembro 2017

O Presidente da República já saiu do hospital, como previsto, para passar a passagem de ano em casa após ter sido operado a uma hérnia umbilical.

Marcelo Rebelo de Sousa teve alta do hospital Curry Cabral este domingo, após ter sido operado, na quinta-feira, a uma hérnia umbilical. Já se previa que o Presidente da República pudesse sair no dia 31 de janeiro para poder entrar no ano novo em casa.

O médico Eduardo Barroso deslocou-se esta manhã ao hospital para confirmar a alta. Na saída do hospital, Marcelo Rebelo de Sousa explicou que não enviou a lei do financiamento dos partidos políticos para o Tribunal Constitucional, e afirmou que até dia 11 vai pronunciar-se sobre ela. “Nos dias úteis seguintes eu decidirei”, afirmou, dizendo que podia promulgar a lei ou vetá-la, dando a justificação adequada. “Decidirei na altura em que entender”.

O Expresso avançava ontem que Marcelo Rebelo de Sousa já preparou o veto, mas só deverá apresentá-lo no final da próxima semana. Questionado pelos jornalistas este domingo, o Presidente não respondeu a questões diretas que pediam que confirmasse esta informação.

Durante o tempo do internamento, o Presidente da República manteve-se de boa disposição, de acordo com os boletins clínicos do seu médico, e aproveitou mesmo para promulgar cinco diplomas, incluindo um este sábado.

Saindo do Curry Cabral, em Lisboa, Marcelo Rebelo de Sousa foi aplaudido, como se vê nas imagens transmitidas pela televisão.

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Sete notícias tecnológicas que marcaram o ano louco de 2017

O ECO selecionou sete notícias ligadas à tecnologia que marcaram o ano bipolar de 2017. Recorde-as descubra o que mudou desde que foram publicadas.

Em traços gerais, 2017 foi um ano bipolar: muitas notícias boas, muitas notícias más. Um sentimento que também transpareceu no setor tecnológico. Surgiram inúmeras novidades, novas possibilidades para quem se move no mundo digital. Mas o ano também ficou marcado por acontecimentos negativos. Neste fim de ano, o ECO reuniu sete notícias tecnológicas que marcaram os últimos 12 meses. Recorde-as e saiba o que mudou desde então.

Lei dos drones entrou em vigor

Com a proliferação dos drones, equipamentos voadores comandados à distância, o Governo sentiu a necessidade de regulamentar esta atividade. Sobretudo depois de surgirem casos de aparelhos deste tipo a interferirem com a aviação comercial, um fenómeno que só veio aumentar durante o ano, principalmente no período das férias do verão. Após consulta pública, a ANAC, o regulador da aviação civil em Portugal, apresentou as linhas gerais das regras dos drones ainda em dezembro de 2016.

Mas foi a 13 de janeiro de 2017 que a nova legislação entrou efetivamente em vigor. A partir deste dia, os operadores destes equipamentos passaram a ter de pedir uma autorização especial para voarem durante a noite, havendo ainda um limite máximo de 120 metros de altitude para a generalidade dos voos em linha de vista. A ANAC acabou por implementar também zonas do país onde o limite é mais reduzido, como nas redondezas dos aeroportos, e a proibir os voos noutras zonas, como em espaços militares.

A lei dos drones, como ficou conhecida, veio ainda distinguir os drones comerciais dos outros de menores dimensões, considerados brinquedos — e mesmo sendo brinquedos (todos os drones com um peso máximo operacional de até 250 gramas), passaram a ter regras apertadas e a poderem voar até ao máximo de 30 metros.

Na altura, o regulador não quis avançar com o registo obrigatório destes aparelhos, uma medida que o Governo veio pôr em cima da mesa mais tarde, no decorrer do ano. Até porque, entre 13 de janeiro e 26 de junho, a ANAC registou 13 ocorrências de drones a interferirem com voos comerciais. Numa das mais graves, um drone terá sido avistado a 1.830 metros de altitude em espaço aéreo nacional.

Operar drones em Portugal passou a ter regras este ano.Pixabay

Apple levou Portugal ao lançamento do novo iPhone

Como é habitual todos os anos, a Apple atualizou a gama do iPhone no outono. Mas este ano também não foi normal para a marca da maçã. Não só porque o produto celebrou uma década no mercado, mas porque a companhia preparou um modelo especial para a ocasião: o iPhone X, a par com o iPhone 8 e 8 Plus.

A apresentação, a 12 de setembro, serviu ainda para mostrar ao mundo o Apple Park, o novo campus da Apple, que custou cerca de cinco mil milhões de dólares à empresa. Para tal, Tim Cook abriu pela primeira vez as portas do novíssimo Steve Jobs Theater, um auditório com espaço para 1.000 lugares sentados, onde a Apple passará, doravante, a realizar os eventos mais especiais.

Contudo, o evento deste ano teve um gostinho especial para os fãs portugueses da marca. Para mostrar a qualidade das novas câmaras fotográficas do iPhone, a Apple voltou-se para Lisboa. Trouxe Lisboa para o palco. Deu-lhe destaque. E mostrou fotografias da Ponte 25 de Abril e do Bairro Alto aos muitos milhões de pessoas que acompanhavam o acontecimento não só em São Francisco como através da internet, nos quatro cantos do mundo. Ninguém estava à espera.

Desde então, o iPhone X chegou ao mercado e tem sido relativamente bem recebido pela critica especializada. Mantêm-se as dúvidas quanto à capacidade de a Apple corresponder a produção ao nível de procura que a versão premium do novo iPhone está a ter. Até porque ainda nem tinha chegado ao mercado e já havia registo de problemas com as pré-encomendas. Entretanto, essa procura estará a arrefecer.

“Esta não é a Golden Gate, é a Ponte 25 de Abril, em Lisboa”, disse um dos altos responsáveis da Apple no palco.Apple

WannaCry pôs a cibersegurança no mapa

A 12 de maio, em pleno arranque da visita do Papa Francisco a Portugal para o centenário das aparições em Fátima, o país esteve na mira de um poderoso ataque informático de ransomware que resultou em prejuízos para pessoas e empresas em todo o mundo. A PT foi uma das empresas nacionais afetadas por este vírus, chamado WannaCry, que sequestrava os dados dos computadores e pedia um resgate de 300 dólares em Bitcoin para devolver o acesso aos proprietários.

Numa mensagem aos trabalhadores, a que o ECO teve acesso na altura, a PT escrevia: “Foi detetado um ataque informático a nível internacional, com impacto em vários países, nomeadamente Portugal, afetando diferentes empresas. Por questões de segurança, faça power-off ao seu PC Windows e desligue-o da rede. Aguarde novas orientações.” Outras grandes empresas e serviços públicos terão sido afetados naquela sexta-feira que ficou na memória de muita gente.

O ataque prolongar-se-ia no sábado, levantando preocupações de que pudesse propagar-se ainda mais pelas administrações públicas do Estado na segunda-feira seguinte, uma vez que, a 12 de maio, sexta-feira, o Governo deu tolerância de ponto ao setor público no âmbito da visita do papa. Na segunda-feira, 15 de maio, o país manteve-se em alerta, mas nada aconteceu.

Ao ataque do WannaCry, que se suspeita ter tido origem na Coreia do Norte, veio a seguir-se outro ataque de dimensões significativas a 27 de junho, ao qual o ECO também deu cobertura minuto a minuto. Os números impressionam: num relatório da empresa de segurança informática Trend Micro, os prejuízos económicos e financeiros com o WannaCry terão chegado aos quatro mil milhões de dólares. O incidente veio pôr a cibersegurança no centro da agenda empresarial e mediática como um dos grandes riscos da transformação digital. E o dia ficou marcado na História.

A mensagem dos hackers, pedindo o resgate dos dados em Bitcoin.Wikimedia Commons

Lisboa conquistou centro europeu da Uber

Em 2017, a Uber manteve-se uma das empresas mais polémicas e disruptivas da economia social. O ano até pode não ter corrido especialmente bem para a companhia de São Francisco: envolveu-se numa sucessão de escândalos nos Estados Unidos, trocou de presidente executivo e acabou o ano a vender uma grande fatia do capital ao grupo japonês SoftBank com 30% de desconto. Foi como se tivesse caído um piano em cima do valor da Uber: dos 69 mil milhões que valia em julho de 2016, passou a valer 48 mil milhões no final do ano.

Em Portugal, a empresa vê-se a braços com um processo da associação de taxistas Antral e de um processo de averiguações da Comissão Nacional de Proteção de Dados, devido ao ataque informático que pôs em risco dados de clientes e motoristas da Uber em todo o mundo, escondido pela empresa durante mais de um ano.

Mas nem tudo são más notícias. A Uber escolheu Lisboa para receber o seu novo centro operacional e de suporte. Os primeiros rumores surgiram no início de setembro e a confirmação chegou no final de outubro: o Centro de Excelência da Uber para a Europa vem mesmo para Portugal. Foi uma das notícias que marcaram um ano em que Lisboa se afirmou como um hub tecnológico na Europa, sobretudo depois da realização de mais uma edição do Web Summit, uma das principais conferência de tecnologia, empreendedorismo e inovação, em novembro.

Entretanto, Rui Bento, diretor-geral da Uber para Portugal e Espanha, explicou as razões da escolha de Lisboa para acolher este centro que deverá criar 250 empregos diretos até 2018: “Portugal é um mercado em rápido crescimento para a Uber e Lisboa é cada vez mais um centro para a nossa empresa no sul da Europa.” Entretanto, a empresa já está à procura de talento no país.

Centro operacional e de suporte da Uber para a Europa vem para Portugal.Elliott Brown/Flickr

O mítico Nokia 3310 voltou ou mercado

Logo no início do ano, em meados de fevereiro, surgiram os primeiros rumores de que o velhinho Nokia 3310 iria voltar ao mercado. Pouco depois, aconteceu mesmo: a fabricante finlandesa HMD, que tem os direitos da Nokia — outrora uma empresa de peso no segmento dos telemóveis –, apresentou o novo Nokia 3310 em Barcelona, numa conferência onde o ECO também esteve presente (e que soube a pouco).

No novo Nokia 3310, a HMD instalou um ecrã a cores e maior do que o original, permitindo ainda ter dois cartões SIM em simultâneo no telemóvel. O novo 3310 passou a ter também um browser para aceder à internet e manteve o original jogo Snake, embora com gráficos ligeiramente melhorados. O preço? 49 euros, que se tornaram 64,99 euros quando o aparelho chegou finalmente a Portugal já em maio.

A manobra de marketing valeu imensa exposição à empresa, mas roubou protagonismo aos novos smartphones que a Nokia pôs no mercado. Desde então, pouco se ouviu falar mais acerca do telemóvel. Mas a euforia que se gerou em torno do regresso do telemóvel com o jogo da cobra foi tal que justifica esta ter sido uma das notícias tecnológicas que mais marcaram 2017 no segmento da eletrónica de consumo.

O novo Nokia 3310 chegou ao mercado este ano.Flávio Nunes/ECO

Febre das criptomoedas fez esgotar as picaretas

Se o mundo das criptomoedas e da Bitcoin ainda lhe passa completamente ao lado, talvez queira consultar primeiro o breve glossário que preparámos. Em linhas gerais, as divisas digitais assentam numa tecnologia que permite garantir que a oferta se mantém limitada, enquanto as transações são processadas por uma rede descentralizada de computadores. Quem tem sistemas dedicados a estas tarefas, é automaticamente remunerado com Bitcoin ou outra criptomoeda num processo a que se chama de mineração.

O ano de 2017 foi, sem dúvida, o ano das criptomoedas. A principal, a Bitcoin, valorizou dos 900 dólares no início do ano até muito perto dos 20.000 dólares já em dezembro. Mas não foi a única: o Ethereum, visto como uma das principais alternativas, também registou fortes ganhos. E embora já não seja rentável pôr o computador lá de casa a minerar Bitcoin (aqui explicamos porquê), ainda há quem se dedique a minerar Ethereum.

O boom generalizado também chegou a Portugal: esgotaram as placas gráficas tidas como ideais para este tipo de tarefa — isto é, como se fossem as melhores “picaretas” para minerar Ethereum. “Tivemos de restringir as compras a duas unidades por pessoa, porque havia clientes a querer comprar vinte ou trinta de uma vez. Mais houvesse e eram vendidas”, informou a loja de informática PcDiga ao ECO.

Computadores próprios são ligados para minerar moedas digitais, como o Ethereum.Pixabay

Multibanco lançou levantamentos sem cartão

A funcionalidade ainda nem tinha sido anunciada oficialmente quando o ECO lançou um vídeo que revelou que a rede Multibanco já aceitava levantamentos sem cartão. Tratava-se de uma nova opção na aplicação MB Way, da Sibs, que só viria a ser apresentada dias mais tarde. De qualquer forma, os levantamentos em ATM com recurso apenas ao telemóvel colocaram Portugal ao lado de países como os Estados Unidos, onde este método já é aceite em algumas redes.

Foi a 17 de abril que a função passou a estar disponível na aplicação MB Way, através de uma discreta atualização na Play Store ou App Store. Nesse dia, saímos à rua e publicámos o vídeo que acabou por se tornar viral: como levantar dinheiro no Multibanco, sem cartão e só com o telemóvel na mão. Não o viu? Está aqui.

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António Guterres lança alerta ao mundo após um ano de “caminho inverso” à paz

  • Lusa
  • 31 Dezembro 2017

Guterres destacou ainda que “as alterações climáticas avançam mais rapidamente” do que os esforços para as enfrentar, assim como “as desigualdades [se] acentuam”.

O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, considerou hoje, na sua mensagem de Ano Novo, que em 2017 se observou um “caminho inverso” à paz e deixou um “alerta ao mundo” no sentido da união.

“Há um ano, quando iniciei o meu mandato, lancei um apelo à paz para 2017. Infelizmente o mundo seguiu, em grande medida, o caminho inverso. No primeiro dia do ano de 2018, não vou lançar um novo apelo. Vou emitir um alerta ao mundo”, declarou Guterres.

Na sua curta mensagem, o líder das Nações Unidas e antigo primeiro-ministro português afirmou que, em 2017, “os conflitos aprofundaram-se e novos perigos emergiram, a ansiedade global relacionada com as armas nucleares atingiu o seu pico desde a guerra fria”.

Pela negativa, Guterres assinalou que “as alterações climáticas avançam mais rapidamente” do que os esforços para as enfrentar, tal como “as desigualdades, acentuam-se”, persistem “violações horríveis” de direitos humanos e “estão a aumentar” os nacionalismos e a xenofobia.

“Ao começarmos 2018, apelo à união. Acredito verdadeiramente que podemos tornar o mundo mais seguro, podemos solucionar os conflitos, solucionar os ódios e defender os valores que temos em comum, mas só poderemos fazê-lo em conjunto”, afirmou.

O secretário-geral das Nações Unidas deixou ainda um apelo aos líderes de todo o mundo para que assumam um compromisso: “Estreitem laços, lancem pontes, reconstruam a confiança, reunindo as pessoas em torno de objetivos comuns”. A união, referiu ainda, “é o caminho e o nosso futuro depende dela”, deixando, no final da mensagem dirigida aos “queridos amigos em todo o mundo”, os desejos de “paz e saúde em 2018”.

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Da Bosch à Continental, estas foram as entrevistas mais lidas este ano

  • Rita Frade
  • 31 Dezembro 2017

2017 está a chegar ao fim e, por isso, é tempo de recuperar algumas das entrevistas mais lidas pelos nossos leitores.

Ao longo de 2017 foram várias as personalidades que dispensaram um pouco do seu tempo para falar com o ECO sobre temas que marcaram a atualidade: emprego ou salário mínimo foram alguns deles. Leia ou releia algumas das entrevistas mais lidas aqui no ECO.

“Bosch Portugal quer nova fábrica”

O representante da Bosch tem como ambição ser líder das exportações nacionais. Para isso diz “a Bosch tem de nos deixar fazer uma grande fábrica“. Mas não será fácil convencer os alemães.

Carlos Ribas, CEO da Bosch Portugal.Paula Nunes / ECO

“Salário mínimo: 580 euros em 2018 estão ‘garantidos'”

O Governo acordou com o Bloco de Esquerda um aumento do salário mínimo para 580 euros em 2018 e a UGT garantia, na altura, que este era o valor mínimo que aceitava discutir. “Há 580 garantidos, até pode ser mais“, disse Carlos Silva. Este acabou por ser o valor fixado para o aumento do salário mínimo, sem no entanto ter sido possível chegar a acordo entre os parceiros sociais.

A UGT, o Governo, os partidos à esquerda, todos defendem 600 euros em 2019 – então quais são os patamares intermédios? O Bloco de Esquerda e o PS discutiram 557 e 580. Se não fossem estes valores, teria de ser algo muito à volta disto, para chegar aos 600 euros [em 2019].

Carlos Silva

Secretário-geral da UGT

“Continental ameaça travar investimentos em Portugal por falta de acessos à fábrica”

Pedro Carreira alerta que “foi dado um sinal claríssimo ao Governo” de que a situação não pode continuar. A casa mãe está descontente e “a torneira” do investimento “está fechada”. Entretanto, o Executivo lançou, em dezembro, a obra para requalificar a EN14, um dos pontos de acesso à fábrica. Ainda assim, os problemas da Continental persistem, porque é necessário garantir uma via de acesso pelo Rio Ave.

O ministro da Economia, Manuel Caldeira Cabral (E), acompanhado por Pedro Carreira (3E), administrador da empresa, visita as instalações da Continental Mabor, em Lousado, Vila Nova de Famalicão, 11 de março de 2016.OCTÁVIO PASSOS/LUSA

Ana Pinho: “Vamos passar a ter donos de alojamento local a regressar ao arrendamento tradicional”

O Governo quer incentivar os proprietários de alojamento local a devolverem casas ao arrendamento tradicional e, para isso, vai suspender o pagamento de mais-valias resultantes da atividade económica, revelou ao ECO a secretário de Estado da Habitação, Ana Pinho. A medida foi inscrita no Orçamento do Estado para 2018, entrando assim em vigor a partir de dia 1 de janeiro.

Não tínhamos proprietários [de alojamento local] a voltarem ao arrendamento tradicional, mas vamos poder passar a ter. Um imóvel que estivesse afeto a qualquer outra atividade económica [vai ficar] suspenso de pagamento de mais-valias enquanto estiver em arrendamento habitacional.

Ana Pinho

Secretária de Estado da Habitação

Ana Lehmann: “Há empresas a recusar encomendas porque não têm trabalhadores”

Para a secretária de Estado da Indústria, Ana Lehmann, trabalhar na indústria é prestigiante, por isso, quer aproximar os jovens do setor. Até porque há empresas a recusar encomendas por não terem mão-de-obra.

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Portugal falha entrada em vigor da diretiva que reforça proteção a investidores

  • Lusa
  • 31 Dezembro 2017

O Ministério das Finanças não respondeu sobre se o país poderá incorrer em sanções pelo atraso na transposição da diretiva europeia de proteção adicional aos investidores.

Portugal não cumprirá a data de entrada em vigor da diretiva europeia para proteção aos investidores, prevista para 03 de janeiro, porque o Governo ainda não aprovou a lei que a transpõe para o direito nacional. Segundo imposição da União Europeia, a revisão da Diretiva dos Mercados de Instrumentos Financeiros (DMIF II) deveria entrar em vigor em todos os Estados-membros a 3 de janeiro.

Contudo, são vários os países com o processo legislativo atrasado, entre os quais Portugal, que ainda terá de aprovar o diploma de transposição da diretiva em Conselho de Ministros.

Fonte oficial do Ministério das Finanças disse à Lusa que “o projeto de diploma que transpõe a DMIF II encontra-se já em processo legislativo”, acrescentando que prevê que aconteça “a sua aprovação e envio para o Parlamento no início de janeiro”. Já questionado sobre se Portugal poderá incorrer em penalizações de Bruxelas por se atrasar na entrada em vigor desta legislação, o Ministério das Finanças não respondeu.

A legislação que revê as regras aplicáveis aos mercados de instrumentos financeiros terá, depois da aprovação pelo Governo, de ir à Assembleia da República, uma vez que integra alterações a sanções, que são competência do Parlamento. Depois disso, o diploma ainda tem de ser promulgado pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, e publicado em Diário da República, após o que entrará em vigor.

Com a falta de transposição da diretiva para a lei portuguesa, a 3 de janeiro entrará apenas em vigor o regulamento delegado europeu, que já concretiza diversas normas da DMIF que não precisam de transposição para a legislação portuguesa, como o aumento dos deveres de informação aos investidores.

O novo pacote legislativo para os mercados financeiros (DMIF II/RMIF) foi apresentado pela Comissão Europeia em 2011 e, segundo então explicou o executivo europeu, visa fazer com que a lei acompanhe os desenvolvimentos dos mercados financeiros, tornando-os “mais eficientes, seguros e transparentes”, numa altura em que há cada vez mais produtos financeiros complexos e opacos.

Com as alterações à lei pretende-se melhorar a proteção dos investidores, com mais deveres dos intermediários financeiros, desde logo sobre a informação prestada aos clientes, e estabelecer regras claras de funcionamento para todas as atividades de negociação financeira. Em causa estão atividades de corretagem, consultoria, negociação, gestão de carteiras e subscrição de produtos financeiros, levadas a cabo por bancos e ou empresas de investimento.

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Maioria dos clientes da EPAL têm aumento de 43 cêntimos a partir de segunda-feira

  • Lusa
  • 31 Dezembro 2017

“Para a grande maioria dos clientes domésticos da EPAL, cerca de 85%, o novo tarifário para 2018 implica uma atualização média de 43 cêntimos por mês”, lê-se no comunicado da empresa.

A EPAL – Empresa Portuguesa das Águas Livres anunciou hoje que o preço da água vai aumentar em média 43 cêntimos mensais para a maioria dos consumidores domésticos a partir de segunda-feira.

Numa nota, a empresa afirmou que “para a grande maioria dos clientes domésticos da EPAL, cerca de 85%, o novo tarifário para 2018 implica uma atualização média de 43 cêntimos por mês”. Neste grupo estão considerados os clientes domésticos que tenham um consumo médio mensal de oito metros cúbicos e um contador de 15 milímetros.

A empresa salientou ainda que tem disponível uma tarifa social destinada a famílias mais carenciadas, que prevê descontos que podem ir até aos 93%, sem referir os aumentos relativos aos clientes inseridos nesta tarifa. Para os agregados familiares com cinco ou mais pessoas está disponível a Tarifa Familiar da Água.

A atualização do tarifário da EPAL entra em vigor no próximo dia 1 de janeiro, conforme fixado no Decreto-Lei 94/2015, de 29 de maio.

A EPAL, que serva mais de 80 municípios, é uma empresa do setor empresarial do Estado, detida a 100% pela Águas de Portugal.

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Zangado, satisfeito, frustrado ou feliz? Descubra as dez caras de Centeno

  • Margarida Peixoto
  • 31 Dezembro 2017

Zangado, satisfeito, frustrado, feliz como uma criança. Ao longo de 2017, as caras do ministro das Finanças foram pontuando o ritmo dos desenvolvimentos económicos. O ECO recuperou dez expressões.

Foi um ano cheio para Mário Centeno. O ministro das Finanças arrancou 2017 com o pé esquerdo — até chegou a pôr o lugar à disposição — mas fechou com chave de ouro, ganhando a presidência do Eurogrupo. Apesar de alguns contratempos que foram surgindo pelo caminho, o sorriso do ministro foi crescendo com os bons resultados económicos. Estas são as suas dez caras que marcaram 2017.

A guerra com Domingues: Centeno coloca lugar à disposição

“Reiterei que o meu lugar está à disposição desde o dia em que assumi funções”, disse Mário Centeno, a 13 de fevereiro. O dossiê da administração António Domingues na Caixa Geral de Depósitos, com as respetivas condições que o ex-presidente do banco público teve para aceitar a liderança do banco, foi um dos que mais pressionou o ministro das Finanças.

De um lado, Domingues garantiu que o Executivo isentou toda a administração da obrigatoriedade de entrega da declaração de rendimentos ao Tribunal Constitucional. Do outro, Mário Centeno assegurou que essa garantia nunca foi dada. Pelo meio houve SMS trocados entre o ministro das Finanças e o ex-presidente da Caixa que nunca foram tornados públicos, mas que o Presidente da República viu — e não gostou.

Comissão Europeia valida recapitalização da CGD

A 10 de março a Comissão Europeia deu luz verde definitiva à recapitalização da Caixa Geral de Depósitos com capitais públicos. “A recapitalização pelo Estado português é realizada em conformidade com os termos que um operador privado teria aceitado em condições de mercado. Por conseguinte, as medidas não constituem um novo auxílio estatal a favor da CGD”, lê-se no comunicado que chegou nesse dia de Bruxelas.

A primeira fase do aumento da capital tinha sido concretizada a 4 de janeiro, com a conversão de 945 milhões de euros de CoCo’s em capital. O banco também integrou a Parcaixa, o que gerou um reforço de 499 milhões. Tudo somado, foram 1.444 milhões de euros. Vinte dias depois chegariam ao banco 2,5 mil milhões de euros de dinheiro fresco, vindos dos cofres do Estado. Ao montante total de 3,9 mil milhões de euros de capitais públicos, somam-se 930 milhões de euros que o banco ficou obrigado a colocar em obrigações perpétuas, no mercado.

Portugal sai do PDE ao fim de 2.784 dias

Este é um dia importante para Portugal. Recomendamos a revogação do Procedimento por Défice Excessivo para Portugal e esperamos que os Estados-membros apoiem a nossa recomendação”, disse Valdis Dombrovskis, vice-presidente da Comissão Europeia, a 22 de maio.

Ao fim de 2.784 dias, Portugal saiu do Procedimento por Défices Excessivos. A decisão da Comissão teria ainda de ser validada pelos ministros das Finanças da União Europeia (Ecofin), mas este foi o dia fundamental. O país deixou de ter as suas finanças públicas sob vigilância reforçada de Bruxelas, passou a gozar de alguma flexibilização das regras orçamentais e libertou-se da ameaça das sanções por não cortar o défice.

Cativações juntam esquerda e direita contra Centeno

A pressão sobre a utilização das cativações por parte do ministro das Finanças começou a subir a 6 de julho, quando Mário Centeno foi pouco claro sobre os montantes que ficaram por gastar, mas cuja despesa tinha sido autorizada pela Assembleia da República, no Orçamento do Estado para 2016.

Esquerda e direita uniram-se nas críticas ao ministro, ao ponto de terem encontrado consenso suficiente para mudar a lei de Enquadramento Orçamental — uma lei de valor reforçado — para obrigar os governos a prestar mais informação sobre a utilização desta ferramenta de gestão, a partir do próximo ano.

Portugal já não é lixo e juros tocam mínimos

A 15 de setembro a Standard & Poor’s surpreendeu e tirou a dívida portuguesa do lixo. A Moody’s e a Fitch já tinham elevado as suas perspetivas para a dívida soberana de Portugal, mas acabou por ser a S&P a primeira a dar o passo de colocar a dívida nacional em grau de investimento.

A decisão foi determinante para alargar a base de investidores interessados na dívida pública portuguesa. Os juros reforçaram a trajetória de descida e, em novembro, tocariam valores abaixo dos 2%, o que não acontecia desde 2015.

De revisão em revisão, PIB cresce 3%

De revisão em revisão, a 22 de setembro o crescimento do PIB do segundo trimestre chegou aos 3%. O valor representou um marco, já que há 17 anos que a economia portuguesa não avançava a um ritmo tão acelerado.

Antes desta última revisão dos números feita pelo Instituto Nacional de Estatística, o crescimento já tinha sido estimado em 2,9%. Mas, ironicamente, uma revisão do crescimento verificado em 2015, o último ano do mandato do Governo de Pedro Passos Coelho, somou a décima que faltava para que se atingisse o número redondo de 3%.

Acordo fechado: Lone Star compra Novo Banco

 

A 18 de outubro, o contrato de venda do Novo Banco ao fundo norte-americano Lone Star foi assinado, em Lisboa, concretizando assim a alienação do banco a privados três anos depois da resolução do BES.

Encontrar um comprador não foi tarefa fácil e chegou a temer-se que não fosse possível vender o banco em condições que fossem autorizadas pela Comissão Europeia. Afinal, o dossiê foi fechado e a venda foi entendida pelo mercado como um dos fatores fundamentais de eliminação do risco e da incerteza no sistema financeiro português.

Professores fazem greve e forçam Centeno a agir

A contestação dos professores por causa do modelo de descongelamento das progressões nas suas carreiras subiu de tom, com uma greve concretizada a 15 de novembro. Em pleno processo de negociação do Orçamento do Estado no Parlamento, a secretária de Estado Adjunta e da Educação, Alexandra Leitão, chegou a abrir a porta à possibilidade de se encontrar uma forma de recuperar o tempo perdido durante os anos de congelamento das carreiras.

Mas o Executivo recuou e avançou nos termos, garantindo por um lado que o descongelamento era para ser feito nos moldes em que estava já previsto no OE2018, mas assinando um compromisso com os sindicatos por outro, para abrir um novo processo de discussão negocial.

Centeno eleito presidente do Eurogrupo

A 4 de dezembro Mário Centeno foi eleito presidente do Eurogrupo, conquistando o reconhecimento europeu do seu trabalho. O ministro das Finanças português não ganhou à primeira volta mas, à segunda, uniu os socialistas e conquistou o lugar.

Em Portugal, o nome de Mário Centeno como potencial candidato circulava desde abril, quando uma notícia do Expresso garantiu que o ministro português tinha sido sondado para substituir o ainda presidente Jeroen Dijsselbloem. Mais tarde, o ministro teria como concorrência oficial Peter Kazimir, o socialista da Eslováquia, Dana Reizniece-Ozola, da Letónia e Pierre Gramegna, o liberal do Luxemburgo.

Tesouro paga mais cedo ao FMI

De uma previsão de 1,5 mil milhões de euros de pagamentos em 2017 que estava inscrita no Orçamento do Estado para este ano, o Tesouro chegou a dezembro com pagamentos antecipados na ordem dos 10 mil milhões de euros — são quase sete vezes mais.

A estratégia permitiu reduzir significativamente os encargos com juros, numa mudança que Mário Centeno tem defendido como sendo estrutural, desinsuflar os avisos do FMI nas avaliações pós-programa, e ainda foi feita ao mesmo tempo que a almofada de liquidez foi reforçada.

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