António Costa: “Portugal pode fazer ainda melhor”

  • Lusa
  • 19 Outubro 2017

Portugal pode “fazer ainda melhor” no seu percurso de recuperação económica numa zona euro “mais amiga da convergência”, defendeu o primeiro-ministro em Bruxelas.

O primeiro-ministro, António Costa, defendeu quinta-feira em Bruxelas que Portugal pode “fazer ainda melhor” no seu percurso de recuperação económica numa zona euro “mais amiga da convergência”, reiterando a urgência do aprofundamento da União Económica e Monetária (UEM).

António Costa, que interveio numa conferência na sede da Comissão Europeia sobre convergência económica – antes de participar a partir de hoje à tarde num Conselho Europeu -, afirmou que a sua convicção quanto à urgência da reforma da UEM e à criação de uma nova geração de políticas de convergência assente na “experiência portuguesa”.

“O nosso percurso de recuperação económica é a prova de que é possível respeitar as regras orçamentais e, ao mesmo tempo, implementar medidas económicas de promoção do crescimento, do emprego e da coesão social. É igualmente a prova de que a democracia na zona euro não foi substituída por um pensamento único omnipotente”, argumentou.

"O nosso percurso de recuperação económica é a prova de que é possível respeitar as regras orçamentais e, ao mesmo tempo, implementar medidas económicas de promoção do crescimento, do emprego e da coesão social. É igualmente a prova de que a democracia na zona euro não foi substituída por um pensamento único omnipotente.”

António Costa

Primeiro-ministro

Defendendo que Portugal está hoje “numa trajetória de consolidação das finanças públicas, de controlo e de redução sustentável do défice e da dívida, de estabilização do sistema financeiro e, ainda mais importante, com uma redução pronunciada e duradoura do desemprego”, António Costa disse esperar que este seja o início de uma nova era de convergência, assegurando a competitividade externa da economia portuguesa e a coesão interna da sociedade.

“Mas nós podemos fazer ainda melhor com um enquadramento macroeconómico da zona euro que seja mais amigo da convergência. É por isso que defendemos a conclusão da União Económica e Monetária e uma nova geração de políticas de convergência”, disse.

Segundo António Costa, “tal como a resposta aos grandes desafios atuais aos quais a Europa deve fazer face, a abordagem a seguir deve resistir à tentação de revisão dos Tratados”.

“O Tratado de Lisboa, e não é só por ser de Lisboa – ironizou -, contém a flexibilidade necessária para alcançar aquilo que propomos em matéria de convergência económica e social”, sustentou.

"Mas nós podemos fazer ainda melhor com um enquadramento macroeconómico da zona euro que seja mais amigo da convergência. É por isso que defendemos a conclusão da União Económica e Monetária e uma nova geração de políticas de convergência.”

António Costa

Primeiro-ministro

O primeiro-ministro voltou também a defender, no quadro da reforma da zona euro, uma capacidade orçamental própria e a junção dos postos de presidente do Eurogrupo e de comissário europeu dos Assuntos Económicos.

António Costa participará de seguida numa cimeira de chefes de Estado e de Governo da União Europeia, que tem início hoje à tarde e decorre até sexta-feira, em Bruxelas.

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Ryanair, Google e eDreams chegam a acordo sobre anúncios online

  • Lusa
  • 19 Outubro 2017

Após um processo em que a Ryanair acusava as duas outras empresas de promoverem preços mais altos, as três chegam a um acordo que dizem beneficiar os consumidores.

A companhia aérea Ryanair chegou a acordo com os motores de pesquisa Google e eDreams num processo legal. A Ryanair queixou-se de que a eDreams estaria a cobrar a mais pelos voos através de uma ligação enganosa que parecia remeter para o site da transportadora, comportamento que a Google estaria a facilitar. Agora chegam a um acordo que dizem beneficiar os consumidores, embora não revelem as condições.

Em comunicado, estas entidades informam que o acordo “põe fim” ao processo, que foi interposto pela Ryanair, no alto tribunal irlandês, contra a Google e a eDreams e que é referente “aos anúncios ‘online’ da eDreams e à plataforma Google AdWords”.

"A Ryanair, a Google e a eDreams chegaram agora a uma solução, que vai beneficiar os consumidores de toda a Europa”

Ryanair, eDreams e Google em comunicado

Em 2015, a Ryanair acusou a Google de permitir que a eDreams atuasse como “traiçoeira”, ao criar ‘sites’ que remetiam para a transportadora (como www.Ryanair.eDreams.com) para vender bilhetes de avião a preços mais altos do que aqueles que eram praticados na página da internet da companhia aérea irlandesa.

O responsável pelo departamento de ‘marketing’ da Ryanair, Kenny Jacobs, referiu que “estas medidas vão garantir transparência em relação à publicidade ‘online’ de tarifas aéreas, para benefício dos clientes”. “A Ryanair, a Google e a eDreams chegaram agora a uma solução, que vai beneficiar os consumidores de toda a Europa”, garantem, ressalvando que as condições deste acordo são confidenciais.

Citados pelo comunicado divulgado esta quinta-feira, representantes destas empresas afirmaram estar “muitos satisfeitos” por terem chegado a acordo.

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Volkswagen dá luz verde para saída da Seat da Catalunha

  • ECO
  • 19 Outubro 2017

Os planos foram delineados e poderão ser postos em prática, se necessário. Do lado do governo da Catalunha, a Seat apresenta-se com um dos pilares da economia local, do lado de Madrid sobe a pressão.

A Volkswagen tem vindo a seguir com atenção a crise na Catalunha, mas agora cabe à sua subsidiária espanhola decidir se muda a sua sede social para fora da comunidade. Caso seja necessário, a Seat tem autorização da empresa alemã para sair da Catalunha, avança o jornal El Mundo esta quinta-feira.

A Seat tem vindo a estabelecer conversações com a Volkswagen e já traçou um plano de mudança da sede social, para ser ativado em caso de necessidade, afirmam fontes próximas ao jornal. A estratégia tem em conta a segurança jurídica da empresa, assim como os direitos dos trabalhadores, dos acionistas e dos clientes.

A Seat é um marco da indústria catalã, com ganhos de 232 milhões de euros no ano passado. O fabricante automóvel é, portanto, uma das peças mais apetecidas do governo de Puigdemont. Segundo documentos apreendidos pela Guarda Civil espanhola, a Agência Tributária catalã tinha planos de reter empresas com sede social e fiscal na região, entre as quais se encontrava a Seat.

Da parte da empresa espanhola, um porta-voz limita-se a reivindicar o estabelecimento de “um ambiente político estável” de forma a “gerar crescimento e emprego”. Já o presidente executivo, Luca de Meo, afirma que “a Seat sabe adaptar-se”. O presidente do comité da Seat, Matías Carnero, afirmou à cadeia de televisão ETB que a empresa tem vindo a ser pressionada para mudar a sua sede. Embora tenha afirmado não saber de onde vinham tais pressões, Carnero sublinhou que “tanto o Rei como Mariano Rajoy conhecem conselheiros da Seat”.

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Oi assegura “melhores esforços” para ajudar credores portugueses

  • Lusa
  • 19 Outubro 2017

A brasileira Oi garantiu que está a realizar os "melhores esforços" para resolver os problemas na adesão ao programa de acordo com credores que permite ao investidores recuperar parte da dívida.

A operadora brasileira Oi garantiu esta quinta-feira que está a empenhar os “melhores esforços” para resolver os problemas verificados na adesão ao Programa para Acordo com Credores da empresa, que permite recuperar parte da dívida, num montante até 50 mil reais (13.372 euros).

“A Oi informa que está a empenhar os melhores esforços para tentar solucionar os casos referentes aos obrigacionistas portugueses que se tenham registado na plataforma eletrónica www.credor.oi.com.br e apresentado a documentação requerida para participar do Programa para Acordo com Credores de Portugal e que por algum motivo não tenham conseguido assinar o acordo”, indica a empresa em comunicado, sem especificar.

A operadora acrescenta que “voltará a manifestar-se assim que tiver uma nova posição sobre a situação”.

Os lesados da PT/Oi têm até hoje para aderir ao Programa para Acordo com Credores da empresa, que lhes permite recuperar parte da dívida, num montante até 50 mil reais (13.372 euros).

Prevê-se que, ao abrigo deste programa, os credores recebam de imediato 90% da dívida, que equivale a cerca de 12 mil euros. Os restantes 10%, perto de 1.400 euros, são arrecadados após a aprovação do plano de recuperação judicial da empresa, na assembleia-geral de credores.

"A Oi informa que está a empenhar os melhores esforços para tentar solucionar os casos referentes aos obrigacionistas portugueses que se tenham registado na plataforma eletrónica www.credor.oi.com.br e apresentado a documentação requerida para participar do Programa para Acordo com Credores de Portugal e que por algum motivo não tenham conseguido assinar o acordo.”

Oi

Comunicado

A Oi nomeou um representante em Portugal para receber os pedidos de adesão ao programa, a sociedade de advogados Carneiro Pacheco e Associados.

Contudo, de acordo com o presidente da Associação de Lesados da PT/Oi (ALOPE), Francisco Mateus, quando a empresa criou este programa “estipulou prazos muito curtos e mandatou uma sociedade para recolher toda a documentação e legitimar os credores aderentes que não está a conseguir dar resposta” às solicitações.

Isso levou a que, nos últimos dias do prazo, se tenha instalado um “caos” na sociedade de advogados, já que, segundo relatou Francisco Mateus, os obrigacionistas portugueses estão a ter problemas em marcar audiências e na entrega da documentação.

Na nota hoje divulgada, a Oi garante que, apesar das “limitações referentes às regras e mecanismos aplicáveis a cada uma das emissões de obrigações”, está a empenhar-se para “viabilizar a participação dos obrigacionistas no programa, já que os créditos destes credores não se encontram individualizados na Relação de Credores do Administrador Judicial”.

“Os créditos sujeitos à Recuperação Judicial do Grupo Oi que porventura tenham sido transferidos, cedidos, adquiridos sob qualquer forma ou título após 20 de junho de 2016 não, foram contemplados no Programa para Acordo com Credores”, assinala.

A operadora brasileira Oi, na qual a portuguesa Pharol é acionista de referência, com 27%, tinha pedido o adiamento da assembleia de credores para 23 de outubro, pedido que o tribunal do Rio de Janeiro aceitou.

A Oi esteve num processo de fusão com a PT, o qual caiu na sequência do instrumento financeiro Rioforte e da queda do Banco Espírito Santo (BES) e entrou com um pedido de recuperação judicial em junho do ano passado, por não conseguir negociar a dívida.

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Conselho de Ministros aprova tarifa social da água

  • Marta Santos Silva
  • 19 Outubro 2017

Os municípios podem aderir voluntariamente ao diploma que estabelece como devem fazer para criar um regime social aplicável às pessoas mais carenciadas.

O Conselho de Ministros aprovou o decreto-lei para uma tarifa social dos serviços de águas, à qual os municípios poderão depois aderir voluntariamente se assim o entenderem.

O diploma, que já estava previsto no Orçamento do Estado para 2017, prevê como os municípios podem criar um regime ao atribuir descontos ou mesmo isenção do custo da água fornecida ou da recolha de águas residuais.

As pessoas que estejam em situação de carência económica, “tomando por referência, nomeadamente, os beneficiários de complemento solidário para idosos, rendimento social de inserção, subsídio social de desemprego, abono de família, pensão social de invalidez e pensão social de velhice”, são elegíveis para beneficiar desta tarifa, lê-se no comunicado do Conselho de Ministros.

Pessoas cujo agregado familiar tenha um rendimento anual igual ou inferior a 5.808 euros, “acrescido de 50% por cada elemento que não aufira qualquer rendimento, até ao máximo de dez”.

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O que diz o artigo 155 da Constituição espanhola?

  • Margarida Peixoto
  • 19 Outubro 2017

O artigo 155 prevê o modo de atuação caso uma região autónoma de Espanha interrompa o cumprimento da Constituição, ou coloque em causa o interesse geral espanhol.

O Governo de Mariano Rajoy ameaçou esta quinta-feira prosseguir com a aplicação do artigo 155 da Constituição de Espanha, depois de constatar na resposta de Carles Puigdemont que o executivo catalão não clarificou se de facto proclamou a independência nem se prontificou a repor a normalidade legal na região. Mas, o que diz exatamente o artigo 155 da Constituição? Javier García Fernández, professor catedrático de Direito Constitucional, explica os termos do artigo 155 num artigo publicado no El País. Já o El Mundo adianta em que medida é que as condições para aplicar este artigo já estão reunidas.

Primeiro, o que se lê no número 1 do artigo 155?

“Se uma Comunidade Autónoma não cumprir as obrigações que a Constituição ou outras leis lhe imponham, ou atuar de forma que atente gravemente contra o interesse geral de Espanha o Governo, com requerimento prévio enviado ao Presidente da Comunidade Autónoma e, em caso de não ser atendido, com a aprovação por maioria absoluta do Senado poderá adotar as medidas necessárias para obrigar àquela ao cumprimento forçoso de ditas obrigações ou para a proteção do mencionado interesse geral.”

Para que serve o artigo 155?

Em termos simples, serve para proteger a integridade do território espanhol e as próprias regiões autónomas. Como a Constituição de Espanha reconhece o direito a regiões autónomas, com direito a governos regionais, foi preciso prever uma forma de impedir que estas instituições regionais fossem utilizadas com outros objetivos. “A autonomia precisava de se proteger através de instrumentos que evitassem que uma minoria se tentasse apoderar das instituições autónomas para destruí-las”, contextualiza o professor catedrático Javier García Fernández.

Os termos em que se pode acionar este artigo já se aplicam?

Aparentemente sim. Há duas condições, alternativas, para que este artigo possa ser acionado:

  1. Quando uma comunidade autónoma não cumpre as obrigações que a Constituição ou outras leis ditam;
  2. Ou quando coloca em causa de forma grave o interesse geral de Espanha.

Quando Puigdemont, perante o parlamento catalão, declarou considerar reunidas as condições, com base no referendo considerado ilegal pelo Tribunal Constitucional espanhol, para declarar a independência, coloca em causa a integridade do território de Espanha. O próprio facto de prosseguir com um referendo que foi contra a Constituição também constitui uma forma de incumprir as obrigações desta lei mestre do país.

“O artigo 155 é um preceito, presente nas Constituições federais ou regionais, que permite que o Estado intervenha quando um território atua deslealmente,” explica o professor catedrático no artigo publicado no El País.

O que implica este artigo?

Há um primeiro momento em que o Governo de Espanha tem de requerer ao Governo regional que reponha a normalidade legal. Foi isso que Rajoy fez num primeiro momento: pediu a Puigdemont que clarificasse as suas intenções e que repusesse a ordem legal.

Na resposta, Puigdemont considerou que o Governo central está a recusar o diálogo com vista à independência e ameaçou prosseguir com a votação formal de independência que acabou por não ser votada no dia 10 de outubro. Ora, desta forma o chefe do executivo catalão reconhece que a independência não foi ainda formalmente proclamada, mas não acata a recomendação de repor a ordem legal.

Como é que o procedimento se concretiza?

Verificando-se que o próprio governo regional não repõe a ordem da lei espanhola, o Governo central tem de pedir autorização ao Senado para adotar as medidas necessárias para obrigar a região em causa ao cumprimento dessas obrigações, ou para proteger o interesse geral.

“Como a Constituição não estabelece o conteúdo das medidas a adotar, o Governo pode graduar os seus efeitos, que não alcançam necessariamente a autonomia da Comunidade,” explica o professor catedrático.

Contudo, num caso de declaração da independência de uma região autónoma, o Executivo central seria levado a dissolver o Parlamento regional, colocando assim em causa a autonomia da região. Teria de “constatar que essa declaração [de independência] implica a dissolução do Parlamento e do Governo estatutário e a necessidade de que o Governo da nação nomeie um Governo em funções e quando seja pertinente, convoque novas eleições autónomas,” adianta ainda Javier García Fernández.

O El Mundo recorda ainda o que diz o artigo 189: o Governo central tem de apresentar por escrito quais são as medidas que pretende tomar para fazer cumprir a Constituição na região autónoma em causa, ou para proteger o interesse geral de Espanha, e porque é que estas medidas se justificam.

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Fundos do Plano Juncker podem ser usados para recuperar de fogos

  • Lusa
  • 19 Outubro 2017

Bruxelas diz que o Plano Juncker pode ser usado para corrigir os danos causados pelos incêndios em Portugal nos últimos meses. Mas não é a melhor ferramenta, avisa vice-presidente Comissão Europeia.

Os fundos do Plano Juncker podem ser usados para corrigir os danos causados pelos incêndios em Portugal nos últimos meses, não sendo porém “a melhor ferramenta de financiamento”, disse esta quinta-feira o vice-presidente da Comissão Europeia.

“O Fundo Europeu para Investimentos Estratégicos (FEIE ou EFSI na sigla em inglês) pode ser usado para corrigir os danos causados pelos incêndios. Na teoria, sim, dependendo da natureza do projeto [e] especialmente se o setor privado estiver envolvido”, afirmou o vice-presidente da Comissão Europeia, Jyrki Katainen, durante um seminário em Bruxelas sobre EFSI 2.0.

Katanien destacou porém que o FEIE “não é a melhor ferramenta de financiamento para este tipo de projetos” e que o Banco Europeu de Investimento “tem ferramentas mais baratas e melhores”.

"O Fundo Europeu para Investimentos Estratégicos (FEIE ou EFSI na sigla em inglês) pode ser usado para corrigir os danos causados pelos incêndios. Na teoria, sim, dependendo da natureza do projeto [e] especialmente se o setor privado estiver envolvido.”

Jyrki Katainen

Vice-presidente da Comissão Europeia

Realçou ainda que o FEIE “não é uma ferramenta mágica que consegue mudar tudo”.

As centenas de incêndios que deflagraram no domingo, o pior dia de fogos do ano segundo as autoridades, provocaram mais de 40 mortos e cerca de 70 feridos, além de terem obrigado a evacuar localidades, a realojar as populações e a cortar o trânsito em dezenas de estradas.

Esta é a segunda situação mais grave de incêndios com mortos este ano, depois de Pedrógão Grande, em junho, em que um fogo alastrou a outros municípios e provocou 64 mortos e mais de 250 feridos.

O Plano de Investimento para a Europa, conhecido como Plano ‘Juncker’ por ter sido lançado pelo presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, é um instrumento financeiro através do qual a CE pretendia mobilizar 315 mil milhões de euros até 2018.

Em setembro do ano passado, Juncker propôs um plano 2.0 de aumento da duração e de capacidade do Fundo, com vista a mobilizar 500 mil milhões até 2020.

No passado mês de setembro o Parlamento Europeu (PE), a Comissão Europeia e o Conselho da UE chegaram a acordo para que o FEIE 2.0 abranja novos setores, como a floresta, a pesca e a agricultura.

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Pedro Siza Vieira, o novo ministro Adjunto: “Temos um Governo fragilizado”

Amigo de Costa há décadas, já tinha estado ao "serviço" do primeiro-ministro. Pedro Siza Vieira está "motivado", mas admite que o país "está devastado" e "o Governo fragilizado".

“Estive 30 anos a servir os meus clientes, agora vou servir o meu país”. As palavras são de Pedro Siza Vieira, 52 anos, o novo ministro-adjunto de António Costa, em declarações ao ECO. O sócio da Linklaters, advogado há quase 30 anos, diz que está “motivado” e que só assim poderia aceitar o convite que recebeu do chefe de Governo e seu amigo de longa data, dos tempos da Faculdade de direito de Lisboa.

“Tive apenas umas horas para dar uma resposta”. Por isso, admite ao ECO, ainda nem teve tempo para pensar ou escolher os seus secretários de Estado. “Claro que estou motivado. Temos um país devastado, o Estado falhou e temos um Governo fragilizado. Só aceitaria este cargo estando motivado. Por isso claro que estou motivado”.

Pedro Siza Vieira foi o advogado a quem a ainda Ministra da Administração Interna, Constança Urbano de Sousa, recorreu quando precisou de um parecer jurídico para analisar o contrato com a SIRESP, logo após a tragédia de Pedrógão Grande.

Pedro Siza Vieira trabalhou para o consórcio Atlantic Gateway precisamente no processo de privatização da TAP e esteve envolvido no dossiê Oitante, sociedade que ficou com os ativos tóxicos do Banif. Tem uma larga experiência em direito público, arbitragem comercial, PPP e concessões.

Claro que estou motivado. Temos um país devastado, o Estado falhou e temos um Governo fragilizado. Só aceitaria este cargo estando motivado. Por isso claro que estou motivado.

Pedro Siza Vieira

Está na Linklaters desde 2002. Antes disso, esteve na Morais Leitão, Galvão Teles e Associados. Foi conselheiro legal na Câmara Municipal de Lisboa, tendo ainda sido conselheiro do governador de Macau. É ainda professor na Faculdade de Direito da Universidade Católica em Lisboa e presidente da Associação Portuguesa de Arbitragem.

Já tinha sido ouvido o seu nome para ministro da Economia, para substituição de Caldeira Cabral, mas essa hipótese nunca se chegou a concretizar.

Integrou a Estrutura de Missão para a capitalização das empresas e integrava ainda dois grupos de trabalho (reforma da supervisão financeira e soluções para o crédito malparado).

É casado com Cristina Siza Vieira, presidente da Associação da Hotelaria de Portugal e tem três filhos. Foi nos anos 80 que conheceu António Costa, um ano mais velho que Siza Vieira.

Atualmente é ainda membro da Comissão de Arbitragem da Câmara de Comércio Internacional. Entre 2000 e 2006, foi membro do Conselho Superior dos Tribunais Administrativos e Fiscais e também da Associação das Sociedades de Advogados de Portugal.

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Directions 2017: “Todas as empresas hoje são empresas tecnológicas”

O futuro do país e do mundo, alavancado na tecnologia, motiva a conferência Directions 2017, da IDC. O ECO estará a acompanhar o evento durante o dia desta quinta-feira.

Quão rápida está a ser a transformação digital? A avaliar pelas intervenções na conferência Directions 2017, a resposta só pode ser: muito, muito rápida. O mundo muda a cada segundo numa evolução suportada num desenvolvimento tecnológico célere e sem precedentes. O ECO é parceiro da IDC neste evento e estará a acompanhar a conferência a partir do Centro de Congressos do Estoril, durante o dia desta quinta-feira.

Consulte aqui a agenda completa.

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Rumo ao espaço, primeiro satélite português será lançado em 2020

  • ECO
  • 19 Outubro 2017

O Infante promete levar o nome de Portugal para novas fronteiras. O primeiro satélite português poderá vir a ser lançado em 2020, e o acordo do consórcio será assinado esta quinta-feira.

Portugal volta a pisar novos terrenos, e desta vez o céu não será o limite. O Infante será o primeiro satélite totalmente desenvolvido e construído em Portugal, com lançamento previsto para o final de 2020. O grupo de investigação e desenvolvimento ISQ é uma das várias entidades confirmadas no consórcio para o fabrico do primeiro satélite português. O contrato será assinado esta quinta-feira no Encontro Internacional do Cluster AED – Aeronáutica, Espaço e Defesa, a decorrer no país.

O Projeto Infante foi aprovado pela Agência Nacional de Inovação (ANI) e conta com o co-financiamento da União Europeia, num investimento total de 9 milhões de euros para três anos. O satélite português é o primeiro de uma constelação de 12 satélites, que chegarão ao Espaço nos anos seguintes.

Pedro Matias, presidente da ISQ, refere que o grupo terá “a responsabilidade de toda a área de testes das peças e do produto final”. Para além da ISQ, o Projeto contará com nove empresas e dez centros de investigação e desenvolvimento de universidades e laboratórios de investigação de todo o país com especialização em aeronáutica e espaço.

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Revista de imprensa internacional

  • ECO
  • 19 Outubro 2017

A Seat poderá sair da Catalunha, o crescimento económico da China continua a encher as expectativas do governo, e a UE pede sete mil milhões de euros para pagar pensões de antigos oficiais do bloco.

Uma mala coberta de diamantes está à venda e procura potenciais compradores em várias cidades do mundo. Na Catalunha, a Seat poderá tomar a decisão de saída para outra região de Espanha. Já na China, os números do crescimento económico aumentam a confiança do presidente Xi Jinping, que apresenta os planos para o país nos próximos cinco anos. Estes e outros destaques que fazem a atualidade internacional.

The Guardian

Mala mais cara do mundo está à venda… por 3,8 milhões de dólares

São mais de 4.500 diamantes a cobrir a mala feita à mão, em ouro de 18 quilates. A Mouawad 1001 Nights é considerada a mala mais cara do mundo, avaliada em 3,8 milhões de dólares, e foi colocada à venda esta semana. De acordo com a Christies’s, que levará a cabo a venda, a peça demorou mais de 8.800 horas a ser concebida. A mala será exibida a potenciais compradores em Hong Kong, seguindo-se Genebra e Londres no próximo mês.

Leia a notícia completa aqui (Conteúdo em Inglês/ Acesso Livre).

El Mundo

Volkswagen dá luz verde à Seat para abandonar a Catalunha

Os potenciais riscos à segurança jurídica levaram o grupo alemão deixar nas mãos da Seat a decisão final de mudar a sua sede para fora da Catalunha. Segundo fontes próximas do El Mundo, o fabricante automóvel espanhol tem vindo a contactar por várias vezes com a Volkswagen a possível saída da comunidade, tendo já delineado um plano de alteração de instalações para ativar em caso de necessidade. A estratégia visa proteger trabalhadores, acionistas e clientes.

Leia a notícia completa aqui (Conteúdo em Espanhol Acesso Livre).

Business Insider

UE pede sete mil milhões de euros em pensões ao Reino Unido

Antes do desfecho das negociações do Brexit, a União Europeia exigiu ao Reino Unido que pague sete mil milhões de euros em obrigações com pensões para oficiais da UE aposentados. Trata-se do maior ponto de divergência entre as duas partes. Um grupo de antigos ministros conservadores escreveu uma carta dirigida a Theresa May a sugerir um cenário sem acordo com a União Europeia.

Leia a notícia completa aqui (Conteúdo em Inglês/ Acesso Livre).

Financial Times

Economia chinesa cresce 6,8% no terceiro trimestre

Na semana do Congresso do Partido Comunista, a China regista um crescimento económico de 6,8% no terceiro trimestre, um valor ligeiramente abaixo do registado no período passado. Ainda assim, os valores encontram-se acima dos objetivos anuais de 6,5% do governo. Os números dão confiança ao presidente Xi Jinping, que apresenta agora o plano do Partido Comunista para os próximos cinco anos.

Leia a notícia completa aqui (Conteúdo em Inglês/ Acesso Condicionado).

CincoDías

Samsung alia-se à Google. A aposta passa pela realidade aumentada

Google e Samsung juntam-se para fazer frente à Apple, que lançou no mês passado o ARKit, a tecnologia da empresa da Califórnia para realidade aumentada. A tecnológica sul coreana avançou que os seus programadores poderão usar a ARCora, a plataforma de desenvolvimento de conteúdos para realidade aumentada da Google, inicialmente planeada para o sistem operativo móvel Android. A aliança fará chegar as novas tecnologias a utilizadores de equipamentos mais recentes como o Galaxy S8, o S8+ e o Galaxy Note8.

Leia a notícia completa aqui (Conteúdo em Espanhol/ Acesso Livre).

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David Neeleman garante que a TAP vai regressar ao Porto com novos voos

Face a uma estabilização da companhia aérea, David Neeleman diz que espera anunciar mais destinos e voos a partir do Porto. Mas "não pode esperar" cinco anos para ter um novo aeroporto em Lisboa.

David Neeleman, um dos principais acionistas da TAP, defende que “não podemos esperar cinco anos para abrir um novo aeroporto” em Lisboa — é possível fazê-lo em dois anos. Quanto ao Porto, planeia anunciar novos voos e destinos até ao próximo verão. “Estamos mais preparados para fazer isso que há dois anos”, explicou.

Precisamos de um novo aeroporto. Não podemos esperar cinco anos para abrir um novo“, disse Neeleman no debate organizado pela Câmara de Comércio Luso-Britânico, em Lisboa. De acordo com o acionista, um terminal equivalente ao terminal 2 da Portela pode ser construído em seis meses, portanto, “podemos ter qualquer coisa em dois anos se nos focarmos realmente”.

Quanto ao financiamento, mantém a posição de declarações anteriores, nas quais se recusava a pagar um aeroporto que se destina sobretudo às companhias lowcost. “Todos deviam pagar pelo seu próprio aeroporto. Não vou pagar para a Ryanair vir aqui e retirar-nos negócio. Ninguém em Portugal deveria aceitar isso. Somos uma empresa nacional e não podemos ser prejudicados para ajudar alguém que realmente tem muito mais lucro e dinheiro do que nós. Estamos aqui a sobreviver [a TAP], não lhes vou dar um subsídio”.

Todos deviam pagar pelo seu próprio aeroporto. Não vou pagar para a Ryanair vir aqui e retirar-nos negócio. Ninguém em Portugal deveria aceitar isso.

David Neeleman

Accionista da TAP

David Neeleman está focado em amortizar a dívida de 600 milhões de euros da TAP, que começará a ser abatida em novembro de 2018, com o pagamento de dez milhões de euros por mês. Apesar da dívida de 52 milhões na primeira metade do ano, David acredita que poderá acabar o ano com lucro, mas assume: “Também temos de baixar custos e ser mais eficientes”.

Baixar os custos é a única forma de recuperar financeiramente quando está limitado em termos de infraestrutura, assinalando a falta de aeroporto como o principal desafio para a TAP. “Quando o número de passageiros cresce 25%, a infraestrutura tem de crescer contigo“, diz Neeleman, e relata: “Há pessoas a querer vir e nós a dizer ‘Portugal está fechado’“. Segundo o acionista, há horas do dia em que são forçados a estar parados. A solução mais imediata será “começar com saídas rápidas da pista e um novo sistema de navegação” de forma a maximizar as operações por hora, afirma.

Tendo em conta a importância crítica que as viagens aéreas têm para Portugal, “deveríamos estar a trabalhar 24 sobre 24 horas para resolver este problema”, aponta Neeleman. O responsável está a par que existem negociações com a Força Aérea e relembra que “a ANA tem de ter o seu papel”.

A caminho do Porto

Quando se procedeu à privatização, a diminuição do fluxo de voos da TAP no Porto gerou fortes críticas, nomeadamente do presidente da Câmara Rui Moreira. Agora, Neeleman diz que a TAP está mais estabilizada e portanto pronta para voltar. Aponta para a próxima primavera ou verão para anunciar novos destinos e voos para a Invicta.

“Sabemos que estamos mais preparados hoje para concorrer”, diz Neeleman. Avança que é necessário negociar com o aeroporto “para ter as mesmas condições que as outras companhias têm” — fala em subsídios dos quais a concorrência usufrui.

Da parte da companhia aérea nacional, “temos uma aeronave melhor, uma maneira de trabalhar mais próxima da da Ryanair em alguns aspetos”, o que traz conforto para voltar ao Porto. Para além disso, a frota deverá ser renovada na íntegra até 2019. A TAP investiu €70 milhões na renovação de 48 aviões para modernizar o produto e crescer a oferta, a ser concluída até janeiro de 2018.

Para Fernando Pinto “há sempre um lugar na TAP”

Neeleman afirma que “há sempre um lugar na TAP”, frase que repete quando inquirido acerca da possibilidade desse lugar ser a cadeira do CEO, deixando assim a possibilidade em aberto. “Precisamos sempre da sabedoria e do conhecimento dele”, diz.

Recentemente, Fernando Pinto assegurou: “Não sairei em breve da TAP“, embora desde o verão passado se fale nesta possibilidade. A confirmar-se a substituição, Antonoaldo Neves, antigo presidente da Azul, será o principal candidato. Faz atualmente parte do conselho de administração da TAP.

A Azul foi a companhia cuja parceria trouxe mais passageiros à TAP em voos de conexão: 88 mil de 237 mil, o que representa uma receita de 50 milhões de euros. Esta aliança foi principalmente relevante no mercado brasileiro, no qual as receitas cresceram 53% entre 2015 e 2016. A Azul contribui em 38% para estes resultados.

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