Governo já revelou algumas opções para descongelar carreiras da Função Pública

São vários os cenários equacionados e, no final, até pode ser uma mistura de tudo. Ao ECO, José Abraão, da FESAP, refere as possibilidades reveladas pelo Governo na reunião desta quinta-feira.

O Governo já colocou algumas cartas na mesa sobre como quer descongelar as carreiras na função pública. Na reunião desta quinta-feira com os sindicatos, a secretária de Estado da Administração Pública, Fátima Fonseca, e o secretário de Estado do Orçamento, João Leão, explicaram as possibilidades. A proposta concreta deverá chegar antes da próxima reunião, a 6 de outubro, mas José Abraão, dirigente da FESAP, explicou ao ECO o que está em causa.

A Federação dos Sindicatos da Administração Pública (FESAP) não quer faseamento, mas o Executivo defende que essa é a única maneira de haver espaço orçamental para a medida. E quais são as opções desse faseamento? Ao ECO, José Abraão referiu quatro formas de aplicar o descongelamento das carreiras dos funcionários públicos que foram referidas pelo Governo esta quinta-feira.

“Um dos cenários é a progressão de todas as carreiras de forma a fazer a recuperação de remuneração variando a proporção que cada trabalhador tinha a receber”, indica o dirigente da FESAP. Na prática cada funcionário público iria ver os seus rendimentos a progredir, mas a um ritmo diferente.

Em alternativa, a ideia do Governo poderá passar por “aplicar a todas as carreiras em percentagem idêntica ou num valor igual para todos”. Ou seja, cada funcionário seria aumentado numa percentagem ou num valor concreto de forma generalizada, sem diferenciações.

A existir diferenças na aplicação da progressão aos trabalhadores, uma das possibilidades é discriminar positivamente quem não foi promovido durante o período em questão. Já outra das opções seria “aplicar progressões a todas as carreiras onde não foi previsto nem valorizações nem promoções”, refere José Abraão.

Contudo, nenhuma destas possibilidades agrada à FESAP. O sindicato afeto à UGT garante que recusa qualquer um destes cenários: o dirigente sindical defende que todos os trabalhadores que estejam em condições de progressão a 1 de janeiro devem ter o “pagamento garantido”.

Avaliações e pontos contam desde 2005

Contactada pelo ECO, a Frente Comum desvalorizou as propostas apresentadas pelo Executivo, criticando os secretários de Estado por não serem capazes de explicar os vários cenários. Ainda assim, Ana Avoila garante que o Governo fez uma clarificação importante: “Hoje ficou clarificado que todo o tempo vai contar [desde 2005]. Esse é um avanço importante”, afirma Ana Avoila, ao ECO, após a reunião com o Ministério das Finanças.

Ou seja, os pontos acumulados e as avaliações feitas antes do congelamento de 2010 contarão para as progressões que o Ministério das Finanças está a equacionar. A mesma tese é confirmada por José Abraão: “Para nós está claro que todas as avaliações, todos os créditos que os trabalhadores tenham, desde o momento em que entrou em vigor o sistema de avaliação que temos, são todos para considerar, incluindo os do congelamento. Isso foi-nos garantido pelo Governo”.

O dirigente da FESAP admite que o Governo faça uma proposta concreta que seja um “mix” dos vários cenários. Em comunicado enviado esta quinta-feira, após a reunião com os sindicatos, o Ministério das Finanças fez um ponto de situação nas negociações. “Nesta segunda reunião, foi discutido o relatório de levantamento de situações (RIVA), partilhado com os sindicatos na primeira reunião de negociação”, lê-se no comunicado.

O Ministério liderado por Mário Centeno afirma que “foram também identificados os impactos orçamentais do descongelamento e analisado o modo de faseamento destes impactos”. As Finanças consideram que este é um “processo complexo”, pela “diversidade de situações” que comporta, mas garante que é “possível concluir este processo em poucos anos”, sem referir um período concreto.

Em conclusão, o Executivo diz ter dois objetivos que terão de ser cumpridos: “o Governo lançou aos sindicatos o desafio de, através da negociação, encontrar um modelo de descongelamento que concilie o reconhecimento dos direitos dos trabalhadores com a necessidade de enquadramento dos valores em causa no Orçamento do Estado”.

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OCDE defende reconhecimento de competências e elogia Novas Oportunidades

  • Cristina Oliveira da Silva
  • 21 Setembro 2017

Diretor para o Emprego, Trabalho e Assuntos Sociais da OCDE defende a implementação da reforma a tempo parcial, que permitiria aos trabalhadores mais velhos passar conhecimento aos mais novos.

O reconhecimento de competências que os trabalhadores adquiriram no mercado de trabalho é um “desafio importante” e Portugal até foi um “modelo” neste ponto. Quem o diz é o Diretor para o Emprego, Trabalho e Assuntos Sociais da OCDE, que elogia o programa Novas Oportunidades e defende iniciativas como esta.

“Pessoas em Portugal, e noutros países, com 30 anos de experiência de trabalho podem ter um nível baixo de qualificações” escolares, “mas têm 30 anos de experiência de trabalho — e isso agora é completamente reconhecido”, frisou Stefano Scarpetta em declarações ao ECO, no âmbito da conferência da UNECE subordinada ao tema do envelhecimento.

"Pessoas em Portugal, e noutros países, com 30 anos de experiência de trabalho podem ter um nível baixo de qualificações [escolares], mas têm 30 anos de experiência de trabalho — e isso agora é completamente reconhecido.”

Stefano Scarpetta

Diretor da OCDE para o Emprego, Trabalho e Assuntos Sociais

O diretor da OCDE recordou então o antigo programa Novas Oportunidades, concretizado no Governo de José Sócrates, que providenciava “oportunidades de formação aos trabalhadores” e também permitia o reconhecimento de competências que foram ganhas ao longo de anos de trabalho.

Quer isso dizer que o país deve apostar noutro programa similar? “Acho que é importante, muitos países estão a considerar isso: formação para as competências que precisam de ser adquiridas, mas também como forma de reconhecer o que os trabalhadores conseguem fazer”, afirmou Scarpetta. E isto “vai permitir ao empregador ter melhor perceção do potencial que os trabalhadores mais velhos podem trazer à empresa”, bem como facilitar a mobilidade entre tarefas, indicou ainda.

O diretor da OCDE também apoia a implementação da reforma a tempo parcial, uma ideia que já consta do programa do Governo e que estava até prevista para este ano. Agora, volta ao debate público. O perito entende que é importante utilizar o conhecimento que os trabalhadores mais velhos acumularam para orientar os mais jovens. “Em França, por exemplo, há um programa em que as empresas podem contratar um jovem e reduzir o horário do trabalhador mais velho e este vai passar algum tempo a orientar a pessoa mais nova,” exemplifica.

"Em França, por exemplo, há um programa em que as empresas podem contratar um jovem e reduzir o horário do trabalhador mais velho e este vai passar algum tempo a orientar a pessoa mais nova.”

Stefano Scarpetta

Diretor da OCDE para o Emprego, Trabalho e Assuntos Sociais

Num cenário em que a esperança média de vida aumenta, é preciso promover o “emprego e a empregabilidade dos trabalhadores mais velhos”, diz Scarpetta. É importante “trabalhar no lado da procura”, ou seja, “com os empregadores”, diz. O diretor da OCDE nota que há agora um debate em torno do ajustamento salarial face à antiguidade, salientando que muitas vezes os “salários aumentam só porque a pessoa está empregada mais um ano”, o que pode ser um desincentivo à retenção de quadros, já que a empresa poderá preferir substituir este trabalhador “por um jovem que custe menos”. Por isso, “ter um ajustamento no salário que tenha em conta a produtividade é importante”, salienta.

Scarpetta diz-se “moderadamente otimista” quanto à evolução do desemprego na Europa e, nesse contexto, também em Portugal. Questionado sobre as reversões de medidas operadas pelo atual Governo, o diretor da OCDE salientou que muitas das iniciativas levadas a cabo pelo anterior Executivo mantêm-se mas acrescenta que é importante considerar o impacto das reformas e fazer ajustamentos se necessário. A OCDE entende que as reformas do mercado de trabalho do anterior Governo permitiram conter o aumento do desemprego e contribuíram para a criação de emprego. “Agora, num melhor ambiente macroeconómico, é importante avaliar o impacto das reformas anteriores e fazer mudanças”, mas apenas se necessário.

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Governo apresenta cenários para descongelamento progressivo das carreiras à FESAP

  • Lusa
  • 21 Setembro 2017

O Governo apresentou à FESAP “quatro ou cinco cenários” para o descongelamento de carreiras na função pública, que prevêem o pagamento faseado das progressões a partir de 2018.

O Governo apresentou hoje à FESAP “quatro ou cinco cenários” para o descongelamento de carreiras na função pública e todos preveem o pagamento faseado das progressões a partir de 2018, disse o dirigente sindical José Abraão.

O dirigente da Federação dos Sindicatos da Administração Pública (FESAP) falava aos jornalistas no final de uma reunião com os secretários de Estado da Administração Pública, Fátima Fonseca, e do Orçamento, João Leão, para discussão das matérias para o setor que vão constar no Orçamento do Estado para 2018 (OE2018), nomeadamente o descongelamento das progressões.

“O Governo diz-nos que quer garantir o direito às progressões em 2018, mas apresentou-nos uns quatro ou cinco cenários, apenas cenários, no sentido do faseamento do pagamento das respetivas posições remuneratórias”, disse José Abraão.

Qualquer um dos cenários que nos foi apresentado pressupõe o faseamento e fracionamento no pagamento” das progressões aos trabalhadores da administração pública, reforçou o dirigente da FESAP, para quem esta opção é “inaceitável”.

“Não podemos aceitar que um trabalhador que tem direito a uma posição remuneratória desde 2012, que tem créditos de avaliação já anteriores a 2010, que agora (…) vai ter o direito à mudança da posição remuneratória em janeiro e vai receber em três, quatro ou cinco anos”, defendeu o sindicalista.

José Abraão exigiu “medidas concretas”, acrescentando que o Governo ficou de enviar documentos para a próxima reunião, no dia 06 de outubro.

Por outro lado, segundo afirmou o dirigente da FESAP, os membros do Governo deram a garantia de que em 2018 o subsídio de refeição dos trabalhadores da administração pública vai deixar de ser tributado.

O subsídio de refeição na administração pública aumentou 25 cêntimos em janeiro deste ano e mais 25 cêntimos em agosto, para 4,77 euros por dia, mas este último aumento é sujeito a descontos.

José Abraão disse ainda que os secretários de Estado mostraram abertura para uma “eventual redução das contribuições para a ADSE”, que atualmente são de 3,5%, bem como para um “possível ajustamento” na tabela remuneratório única.

Depois da FESAP, serão a Frente Comum (CGTP) e o Sindicato dos Quadros Técnicos do Estado (STE) a serem recebidos no Ministério das Finanças, em Lisboa.

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Morreu Liliane Bettencourt, a mulher mais rica do mundo

  • ECO
  • 21 Setembro 2017

Liliane Bettencourt, herdeira do império L'Oreal e considerada pela Forbes a mulher mais rica do mundo, morreu aos 94 anos, esta quinta-feira. Liliane detinha um terço das ações da empresa.

Filha única do fundador da gigante da cosmética, Eugène Schuelle, Liliane transformou a pequena empresa dedicada à coloração capilar deixada pelo seu pai num negócio de biliões. Atualmente, fazem parte da L’Oreal 30 marcas, incluindo a Lancôme e a Garnier. Em 2016, a companhia reportou receitas de 25,8 mil milhões de euros.

Liliane Bettencourt viveu em Neuilly, nos subúrbios de Paris, e era, segundo a Bloomberg Billionaire Index, dona de um património liquido de 42,5 mil milhões de dólares.

Liliane Bettencourt era, segundo a Forbes, a mulher mais rica do mundo, mas dizia valorizar sobretudo o que o dinheiro não pode comprar. “A amizade, o gosto pela vida, o conhecimento e a saúde. Eu diria que essas são as coisas mais valiosas da vida”, disse, em 1988, Bettencourt em entrevista a uma revista francesa.

Há vários anos que a empresária estava afastada do negócio da família. Desde 2007, ano da morte do seu marido, que Liliane tinha estado envolvida em disputas legais com a filha, Francoise Bettencourt Meyers. Francoise alegou que a mãe já não estava mentalmente apta para conduzir a companhia e que tinha sido manipulada pela sua equipa. Depois de 17 anos na liderança da empresa, Liliane acabou por deixar, em 2012, a L’Oreal.

A morte de Liliane Bettencourt já foi confirmada oficialmente pelo grupo L’Oreal.

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REN conclui compra da EDP Gás por 530 milhões

Negócio avaliado em 530 milhões de euros fica fechado dentro de duas semanas, informa a REN. Ativos de gás natural da EDP são vendidos à gestora da rede elétrica nacional.

Está praticamente fechada a aquisição dos ativos de gás natural da EDP pela REN RENE 1,34% por cerca de 532 milhões de euros, informou esta quinta-feira a gestora da rede elétrica nacional. Negócio concretiza-se nas próximas duas semanas após aprovação dos reguladores.

“Encontram-se verificadas as condições suspensivas (incluindo as aprovações regulatórias necessárias) para o efeito da aquisição pela subsidiária da REN da totalidade do capital social da EDP Gás”, indica a cotada liderada por Rodrigo Costa em comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

“É expectável que a referida transação seja concretizada no prazo de aproximadamente 15 dias”, refere ainda a REN.

Este negócio foi anunciado a 7 de abril deste ano. A REN compra a totalidade do capital social da EDP Gás e das suas subsidiárias, EDP Gás Distribuição e EDP Gás GPL. Já a comercialização de gás natural ficou de fora. A operação atribuiu à EDP Gás, que detém a concessão de distribuição de gás natural em 29 municípios do Norte de Portugal, um enterprise value de 532,4 milhões de euros.

A EDP Gás detém a segunda maior rede de distribuição de gás em Portugal, com uma rede de 4.640 quilómetros, tendo atingido um EBITDA de 48,5 milhões de euros.

"É expectável que a referida transação seja concretizada no prazo de aproximadamente 15 dias.”

REN

CMVM

Para financiar a transação, a empresa liderada por Rodrigo Costa anunciou um aumento de capital de 250 milhões de euros, como parte de uma estrutura de financiamento que inclui ainda o recurso a linhas de crédito.

“Esta transação é uma oportunidade única para a REN atingir uma maior integração infraestrutura doméstica core de gás natural. A transação permite também à REN manter um forte perfil de crédito e financeiro”, explicava a empresa em abril.

Para a EDP, a alienação da empresa portuguesa de gás surge depois do negócio de 2.600 milhões de euros com a venda da Naturgas em Espanha realizado em março.

As ações da REN desceram 0,65% para 2,75 euros.

REN cede terreno

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Portugal avança com emissão de dívida de 380 milhões em moeda chinesa

Portugal já recebeu luz verde do banco central da China para emitir dívida em moeda chinesa, numa operação avaliada em 380 milhões de euros. Operação fica fechada até final do ano.

Portugal já recebeu luz verde do banco central da China para emitir dívida em moeda chinesa, numa operação avaliada em 380 milhões de euros, avança a agência Reuters.

A Reuters cita declarações do ministro das Finanças, Mário Centeno, à agência IFR, acrescentando que o Governo português já contratou três bancos para realizar a emissão: são eles a Caixa Geral de Depósitos, o HSBC e a Bank of China. Será a primeira emissão de dívida em yuan de um país da Zona Euro.

A operação será feita através de uma oferta pública no mercado interbancário, com as chamadas “panda bonds” a serem emitidas num prazo de até cinco anos. Estará concluída até final do ano.

“Temos tentado alargar a base de investidores da nossa dívida e [até agora] temos feito isso com obrigações colocadas no mercado de retalho. A China é interessante dado que é um enorme mercado”, referiu Centeno à IFR.

Portugal avança para esta emissão depois de ter obtido uma notação de investimento de qualidade da sua dívida pela Standard & Poor’s na passada sexta-feira, uma decisão que apanhou os investidores de surpresa.

"Temos tentado alargar a base de investidores da nossa dívida e [até agora] temos feito isso com obrigações colocadas no mercado de retalho. A China é interessante dado que é um enorme mercado.”

Mário Centeno

Ministro das Finanças

Desde maio que o IGCP estava a planear esta operação, depois da visita de três dias de Mário Centeno à China. Dias depois, em Doha, no Qatar, foi o primeiro-ministro António Costa a sublinhar a intenção de Portugal de diversificar a origem geográfica dos credores portugueses, tentando convencer os investidores árabes a investir em dívida nacional.

Apesar de ser um mercado de obrigações chinês avaliado em 9,5 biliões de dólares, foram poucas as entidades internacionais vender “panda bonds” nos últimos anos, incluindo os soberanos Polónia e Coreia do Sul.

(Notícia atualizada às 17h39)

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Lisboa retoma ganhos à boleia do BCP

As bolsas europeias voltaram aos ganhos. Lisboa seguiu a tendência, depois de ter interrompido uma série de oito sessões consecutivas de valorização. Subida do BCP fez brilhar o PSI-20.

A bolsa de Lisboa retomou os ganhos depois de, na sessão passada, ter interrompido um ciclo de ganhos que se registava há oito sessões consecutivas. A tendência foi positiva na generalidade das bolsas na Europa, contrariando o sentimento do outro lado do Atlântico.

Enquanto o Stoxx 600 avançou 0,28% para 383,06 pontos, o PSI-20 valorizou 0,22% em Lisboa, cifrando-se nos 5.305,98 pontos. A dar gás ao índice nacional esteve, sobretudo, o BCP, que registou esta sexta-feira uma escalada de 1,32% para 23,1 cêntimos por ação.

Com menos peso na bolsa, igualmente notória foi a subida das ações da Pharol, beneficiadas pela notícia de que a China Mobile estará em conversações preliminares para uma eventual aquisição da operadora brasileira Oi, da qual a cotada portuguesa é a maior acionista. A Pharol avançou 5,81% para 34,6 cêntimos, com uma liquidez muito acima da média.

Sob pressão estiveram os setores do retalho e da energia. A Jerónimo Martins e a Sonae derraparam cerca de 0,50%, enquanto a EDP e a EDP Renováveis caíram 0,86 e 0,01%, respetivamente. Só escapou a Galp Energia, que valorizou 0,59% para 14,53 euros, num dia em que, apesar de tudo, os preços do petróleo caíam 0,12% em Londres, para 56,22 dólares o barril.

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Anacom pode obrigar CTT a baixar preços do correio

Mais de 2,3 cartas em cada 1.000 não chegou ao destino no prazo máximo de 15 dias. Por isso, a Anacom poderá obrigar os correios a baixarem os preços em 0,03 pontos percentuais.

A Autoridade Nacional de Comunicações (Anacom) concluiu que os CTT CTT 0,40% não cumpriram o indicador relativo ao correio normal não entregue no prazo de 15 dias úteis em 2016, pelo que poderão ter de aplicar uma redução dos preços. Em causa está a avaliação que a Anacom fez à qualidade do serviço universal prestado pelos CTT no ano passado, que indica que, em média, mais de 2,3 cartas em cada 1.000 não chega ao destino no prazo de 15 dias.

No passado dia 15 de setembro, a Anacom aprovou o sentido provável de decisão relativo aos valores dos indicadores de qualidade do serviço postal universal (IQS) verificados pelos Correios em 2016. O regulador analisou “os indicadores de qualidade de serviço dos CTT relativos a 2016 e concluiu que o indicador relativo ao correio normal não entregue no prazo de 15 dias úteis não foi cumprido”, refere, em comunicado a Anacom.

“Em consequência, de acordo com o sentido provável de decisão adotado, os CTT terão de implementar uma redução dos preços em vigor, nos termos da lei”, acrescenta. Por outras palavras, caso os CTT não consigam dar uma justificação que consiga convencer o regulador a não avançar com esta medida, os Correios terão de realizar uma descida dos preços de 0,03 pontos percentuais.

O sentido provável de decisão foi agora submetido a audiência prévia dos CTT por um prazo de 10 dias, para que estes se pronunciem. Só após a posição dos CTT é que o regulador tomará a decisão final.

CTT com novas regras para prestação do serviço no próximo triénio

A Anacom anunciou também que já definiu as regras a que a presença dos CTT no território nacional deverá obedecer nos próximos três anos, garantindo os níveis mínimos de acessibilidade à rede postal e serviços nela prestados.

“Os objetivos agora estabelecidos traduzem uma melhoria face às duas propostas apresentadas pelos CTT, que a Anacom não aceitou, por entender que não davam resposta, em todos os seus aspetos, às necessidades dos utilizadores”, refere o regulador, em comunicado.

A Anacom refere que, “considerado que os objetivos e regras de densidade postal e de ofertas mínimas de serviços, apresentados pelos CTT, não correspondiam ainda às necessidades dos utilizadores nos termos do quadro legal vigente, no que respeita a indicadores e objetivos propostos relativamente a horários de funcionamento de estabelecimentos postais”, fixou “os objetivos e regras de densidade da rede postal e de ofertas mínimas de serviços que deverão ser assegurados pelos CTT entre 1 de outubro de 2017 e 30 de setembro de 2020″. Ou seja, esta decisão pretende garantir que a presença dos CTT no território nacional não se degrada nos próximos três anos.

Assim, “a partir do próximo mês, os CTT terão de disponibilizar em cada concelho pelo menos um estabelecimento postal que preste todos os serviços concessionados, o qual em 99% dos casos terá que funcionar todos os dias úteis durante pelo menos seis horas. Em 1% dos casos terá que funcionar pelo menos três horas por dia, todos os dias úteis”, acrescenta a Anacom.

“Releva-se ainda que, do universo de estabelecimentos postais, 75% devem prestar a totalidade dos serviços concessionados destinados ao segmento ocasional (correio normal, azul, verde, registado e valores declarados, livros e encomendas, serviço de vales postais e cobranças)”, prossegue. “Em média, a nível nacional, estes estabelecimentos não poderão estar a uma distância superior a 8,5 quilómetros para 97,5% da população. Nas áreas urbanas, a distância máxima são 5,5 quilómetros, enquanto nas zonas rurais são 15 quilómetros”, refere.

Nas zonas rurais, para a população que está a mais de 10 quilómetros do estabelecimento postal mais próximo, “os carteiros fazem atendimento ambulante, que inclui a venda de selos e envelopes, o pagamento de vales e a aceitação de correspondência não registada e registada”.

Os CTT terão ainda de “assegurar a existência de pelo menos um marco ou uma caixa de correio por freguesia, para depósito de envios de correio normal”, acrescenta, salientando que, “de resto, relativamente à cobertura por marcos ou caixas de correio, nas áreas predominantemente urbanas deve continuar a existir um marco ou caixa por 1.767 habitantes”. No caso das zonas medianamente urbanas, “terá que existir um marco ou caixa por cada 881 habitantes” e “nas áreas rurais esse número desce para 492 habitantes”.

Além disso, os Correios de Portugal “terão que continuar a assegurar que a nível nacional o número médio de habitantes por estabelecimento postal é igual ou inferior a 4.600 habitantes e que 95% da população terá um estabelecimento postal a uma distância máxima de seis quilómetros do seu local de residência”. Nas áreas urbanas, “a concessionária do serviço postal universal tem que continuar a assegurar que 95% da população tem um estabelecimento postal a uma distância máxima de quatro quilómetros do local de residência, número que no caso das áreas rurais sobe para 11 quilómetros”.

A empresa liderada por Francisco de Lacerda fica ainda obrigada a “garantir que, em freguesias com mais de 20 mil habitantes, existe uma estação ou posto de correio que preste a totalidade dos serviços concessionados. Por cada acréscimo de 20 mil habitantes deverá existir um estabelecimento adicional nessas condições”. Já nas freguesias que tenham entre 10 mil e 20 mil habitantes, os CTT terão de assegurar a existência de, pelo menos, um estabelecimento postal que preste a totalidade dos serviços concessionados.

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Governo dá luz verde à Estratégia para o Turismo 2027

  • Lusa
  • 21 Setembro 2017

A sustentabilidade do Turismo em Portugal é um dos pontos fortes do plano para o setor até aos próximos dez anos.

O Conselho de Ministros aprovou hoje a Estratégia para o Turismo 2027, que estabelece “ações e objetivos” para o setor na próxima década para posicionar Portugal como “um dos destinos turísticos mais competitivos e sustentáveis do mundo”.

Importa garantir que o turismo se afirma cada vez mais como uma atividade sustentável, que valoriza os recursos naturais do país e que contribui para a criação de emprego e de riqueza e para a promoção da coesão territorial e social”, lê-se no comunicado do Conselho de Ministros hoje divulgado.

“Nesse sentido – acrescenta – revela-se essencial a construção de uma estratégia concertada de longo prazo que permita assumir opções claras e estáveis que promovam a confiança e garantam a mobilização dos recursos necessários para a implementação de um plano que posicione Portugal como um dos destinos turísticos mais competitivos e sustentáveis do mundo”.

Segundo salienta o Governo, “o turismo é um instrumento determinante para a promoção da coesão territorial e para a criação de emprego e de riqueza”, tendo em 2016 atingido “números recorde na economia nacional, representando 16,7% das exportações de bens e serviços e 49% das exportações de serviços”.

O saldo da balança turística ascendeu a 8,8 mil milhões de euros [em 2016], refletindo, a par do crescimento da procura externa, a dinamização do mercado interno com mais portugueses a fazer férias em Portugal”, refere.

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Mourinho gera receitas recorde no Manchester United

  • Lusa
  • 21 Setembro 2017

O Manchester United anunciou um recorde de receitas de 581,2 milhões de libras na primeira época de José Mourinho à frente da equipa de futebol. Dívida do clube desce de 295,5 para 241,4 milhões.

O Manchester United anunciou esta quinta-feira um recorde de receitas de 581,2 milhões de libras (cerca de 659 milhões de euros) na primeira época de José Mourinho à frente da equipa de futebol.

Os ‘red devils’ anunciaram hoje os números da receita referente à última época, na qual a equipa conquistou a Liga Europa, Taça da Liga inglesa e Supertaça inglesa, e garantiu um lugar na atual edição a Liga dos Campeões, na qual defrontará o Benfica.

 

Nas contas agora divulgadas em relação ao último exercício, destaque ainda para a descida da dívida do clube, de 295,5 para 241,4 milhões de euros, não obstante um crescimento da massa salarial em 14%.

Em janeiro, de acordo com uma análise de uma empresa de auditoria e consultadoria, o Manchester United assumiu a liderança entre os clubes mais ricos do mundo – posição que ocupara pela última vez em 2005, ultrapassando o Real Madrid.

Estamos muito satisfeitos com os investimentos na nossa equipa e preparados para uma época entusiasmante”, considerou o vice-presidente do clube, Ed Woodwaard.

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Hackers atacaram a SEC para ganhar dinheiro na bolsa

  • ECO
  • 21 Setembro 2017

A base de dados da SEC foi invadida por hackers que roubaram informações confidenciais. Há suspeitas que terão sido usadas para negócios ilegais.

A Securities and Exchange Commission (SEC) dos Estados Unidos foi alvo de um ataque de hackers em 2016. Foram roubadas informações confidenciais que poderão ter sido alvo de negociações ilegais.

A informação foi avançada pela SEC na noite de quarta-feira, onde o principal regulador dos mercados dos EUA afirma ter sido vítima de um ataque informático à sua base de dados no ano passado, mas que o crime só foi descoberto no mês passado.

Através de uma “vulnerabilidade do software”, segundo o diretor Jay Clayton, os hackers conseguiram entrar na base de dados, onde tiveram acesso a informação confidencial que se suspeita ter sido usada para negócios ilegais em bolsa.

A agência federal dos Estados Unidos possui grandes volumes de informações sensíveis e confidenciais, que podem ser usadas para manipular o mercado de ações norte-americano.

Acreditamos que a intrusão não permitiu o acesso a informações de identificação pessoais, nem comprometeu as operações da SEC”, alegou a agência federal, acrescentando que tem estado em contacto com as autoridades.

O relatório do Government Accountability Office descobriu que a SEC nem sempre codificou totalmente as informações confidenciais, usou software não suportado e não conseguiu implementar completamente um sistema de deteção de invasão, cometendo vários erros no que toca à configuração dos seus firewalls.

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Votar uns nos outros para ficar com a EMA? Ideia é da Grécia

A ideia é da Grécia: fazer uma aliança mediterrânica em que os países votam uns nos outros para aumentarem a probabilidade de ficarem com a Agência Europeia do Medicamento. Portugal ainda não decidiu.

A proposta veio da Grécia, mas o objetivo é incluir o Chipre, França, Itália, Malta, Portugal e Espanha. A ideia partiu do ministro grego dos Negócios Estrangeiros, Georgios Katrougalos, e passa por uma aliança mediterrânea: como cada país tem três votos, o objetivo seria que estes sete Estados-membros os distribuíssem entre si. Questionada pelo EU Observer esta quarta-feira, a atual secretária de Estado para os Assuntos Europeus não se comprometeu com uma votação em bloco.

A concorrência é feroz: são 19 candidaturas à Agência Europeia do Medicamento e mais oito candidaturas para a Autoridade Bancária Europeia. Ambas as entidades estavam sediadas no Reino Unido, mas com a saída dos britânicos da União Europeia têm de ser realocadas. Dos sete Estados-membros que a Grécia quer aliar-se, apenas o Chipre não tem uma candidatura. Este mapa do Conselho Europeu resume a concorrência.

O processo de seleção da cidade vencedora tem várias fases. A primeira — depois de as candidaturas terem sido submetidas até ao final de julho — é uma avaliação das candidaturas por parte da Comissão Europeia baseada nos critérios definidos, que será revelada a 30 de setembro. Segue-se a discussão política do tema em outubro e, em novembro, chegará a altura dos Estados-membros votarem.

A votação envolverá os 27 Estados-membros através dos representantes dos Governos. Segundo o EU Observer, vão existir três rondas no encontro ministerial que acontecerá em novembro — pelo menos até que uma das candidaturas reúna 14 votos. A ideia da Grécia é que os países do Mar Mediterrâneo se juntem para que, ao distribuírem entre si os três votos que têm direito, possam ter mais probabilidades de passar às fases seguintes.

Questionada pelo EU Observer, Ana Paula Zacarias, a recém-nomeada secretária de Estado dos Assuntos Europeus, afirmou que Portugal “ainda não decidiu” se irá integrar a aliança. A secretária de Estado considera que a avaliação da Comissão Europeia será determinante para Portugal definir o seu sentido de voto. Segundo Ana Paula Zacarias, Portugal “já está a discutir com alguns parceiros”.

Ainda assim, o ministro grego virá a Portugal esta semana para discutir o assunto com as autoridades portuguesas. “Há um elemento político neste assunto, claro, mas também há um elemento de qualidade”, acrescentou Zacarias. Já o ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, afirmou que o procedimento de voto “não será necessariamente um assunto de opções regionais”.

Entendemos a posição dos nossos colegas gregos, mas achamos que o tabuleiro de xadrez será muito mais complexo e mais sofisticado do que um assunto de regiões na Europa“, concluiu. Ou seja, Adalberto Campos Fernandes não excluiu a hipótese de Portugal votar em países do norte da Europa.

O ECO contactou o Ministério dos Negócios Estrangeiros e o Ministério da Saúde, mas até ao momento ainda não obteve resposta.

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