Novo Banco: Dois meses para negociar em dois tabuleiros

Lançada a oferta de compra de obrigações, o Banco de Portugal tem de negociar acordo com grupo de investidores que foi afetado pela retransferência de obrigações em 2015 para o 'BES mau'.

O Banco de Portugal corre contra o tempo para chegar a um acordo com o grupo de grandes investidores internacionais no caso da transferência de dívida para o “BES mau” no valor de 2,2 mil milhões de euros. Carlos Costa tem os próximos dois meses para conseguir um entendimento com estes fundos. Isto porque deles também depende o sucesso da oferta de compra de obrigações do Novo Banco que está em curso. Ou seja, o futuro do banco joga-se até a 2 de outubro.

Há dois caminhos paralelos (e com pontos em comum) que Banco de Portugal, Novo Banco e credores estão a percorrer neste momento no sentido de viabilizar a venda do banco de transição ao fundo norte-americano Lone Star. Em concreto:

  1. a oferta de recompra de obrigações do Novo Banco lançada esta terça-feira com o prazo terminar a 2 de outubro e que envolve um “saldo vivo” de cerca de três mil milhões;
  2. as negociações entre Portugal e o grupo de grandes investidores internacionais para resolver um diferendo criado no final de 2015, quando a Autoridade de Resolução nacional, o Banco de Portugal, decidiu transferir obrigações no valor de 2,2 milhões de euros para o “BES mau”, num dossiê separado.

O que acontece é que uma parte dos investidores que estão em disputa judicial com Portugal também está a ser chamada a participar na oferta do Novo Banco. Porém, sem obter primeiro um acordo com o Banco de Portugal, estes investidores dificilmente vão acompanhar as condições da operação lançada esta terça-feira e não vão vender as obrigações que, em alguns casos, implicam um desconto de 90% face ao valor nominal.

Um dos credores não disfarçou a surpresa e insatisfação com o facto de o Novo Banco ter lançado esta oferta sem que o Banco de Portugal e o grupo de grandes investidores tenham alcançado um entendimento.

Isto [disputa com grandes fundos] devia estar resolvido de acordo com qualquer reestruturação das obrigações seniores do Novo Banco“, referiu ao ECO Jochen Felsenheimer, da Xaia Investment, um fundo alemão com uma posição de cerca de 100 milhões de euros em obrigações do Novo Banco.

O Ministério das Finanças e Banco de Portugal foram contactados, mas sem resposta até ao momento.

Esta semana, um porta-voz deste grupo adiantou que as conversas com as autoridades portuguesas que aconteceram na última semana foram no bom sentido. “Discussões construtivas (…) para encontrar algo que proteja os nossos investidores e o banco”, sublinhou esta fonte à agência Bloomberg.

Do lado do Governo, também há disponibilidade para chegar a um entendimento. Além do risco reputacional, uma auditoria da Deloitte mostrou que, em caso de liquidação do BES, os credores teriam direito a 31,7% do valor investido — o chamado “No Creditor Worse Off”. Isto significaria que os fundos teriam direito a receber cerca de 600 milhões de euros. Assim, nesse cenário, o Governo e o Banco de Portugal admitem um acordo por um valor abaixo dos mil milhões de euros.

Fonte do Governo disse ao ECO na semana passada que as negociações ainda se encontram em desenvolvimento, tendo observado que a resolução do Banco Popular, em Espanha, veio relembrar a posição vulnerável dos credores do Novo Banco.

“Eles não podem esticar a corda nas negociações da oferta do Novo Banco por causa da retransferência de obrigações de 2015, porque sabem que se não houver nada, a Autoridade de Resolução europeia toma uma decisão drástica e os fundos internacionais perdem tudo, como aconteceu em Espanha”, sublinhou a fonte.

Seja como for, o futuro do banco joga-se em dois caminhos que se têm de encontrar até a 2 de outubro.

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Partidos querem anular perdão mas sem atacar a banca

  • Margarida Peixoto
  • 26 Julho 2017

Para eliminar os custos para os contribuintes do resgate do Novo Banco é preciso exigir mais aos bancos. Mas nem a esquerda é clara quanto à vontade de subir as contribuições do setor financeiro.

Da esquerda à direita, os partidos querem aliviar a fatura que os contribuintes estão a pagar por terem salvado os bancos. Mas nenhum, nem mesmo a esquerda, parece querer comprar, pelo menos de forma aberta, a guerra de exigir mais contribuições à banca. Sublinham a importância de salvaguardar a estabilidade do sistema financeiro, há acusações mútuas de falsas questões, mas falta a defesa de alternativas concretas.

Na semana passada, o PSD apresentou um projeto de resolução que recomenda ao Governo que reveja as condições do empréstimo do Estado ao Fundo de Resolução. Tal como o ECO explicou aqui, os social-democratas usam as contas da Unidade Técnica de Apoio Orçamental (UTAO) para defender que a revisão das condições do empréstimo resulta num perdão de 630 milhões de euros à banca.

De facto, os peritos do Parlamento calcularam um valor atualizado destas operações negativo em 630 milhões de euros, o que significa que a cumprir-se o plano central, este é o custo estimado para os contribuintes de o Estado ter emprestado dinheiro ao Fundo de Resolução, para resolver o Novo Banco.

Na teoria, isto é, em termos formais, mudar as condições do empréstimo não tira, nem dá, nada aos bancos — conforme argumentam os socialistas — já que as alterações aos contratos em nada mudam as contribuições pedidas ao setor financeiro, que servem para alimentar o Fundo de Resolução. Contudo, na prática, ao mudar as condições dos empréstimos de tal forma que o Fundo consiga acomodar o custo implícito nas operações, o Governo evita pedir aos bancos as contribuições adicionais que, de outro modo, seriam necessárias. Ou seja, na prática, a alteração dos contratos resulta num perdão aos bancos, já que estes são os únicos contribuintes do Fundo, e numa transferência dos custos diretamente para os contribuintes.

Chegados a este ponto, há uma consequência lógica: se o objetivo é eliminar os custos para os contribuintes, este tem de ser passado para os bancos.

E os partidos querem pedir mais aos bancos?

Na parte efetivamente resolutiva da recomendação que faz ao Governo, o PSD não retira consequências de uma eventual mudança das condições dos empréstimos. No corpo do projeto de resolução, os social-democratas dizem apenas que “a renegociação das condições do empréstimo implicará uma revisão dos termos em que os bancos contribuem ou financiam o fundo de resolução.” Mas não concretizam. Estão disponíveis para aumentar as contribuições exigidas aos bancos?

A renegociação das condições do empréstimo implicará uma revisão dos termos em que os bancos contribuem ou financiam o fundo de resolução.

PSD

Projeto de Resolução sobre as condições dos empréstimos do Estado ao Fundo de Resolução

“A resposta a essa pergunta está no corpo do projeto de resolução,” responde António Leitão Amaro, um dos social-democratas signatários da recomendação, ao ECO. “Há várias soluções, tal como disse o presidente do Fundo de Resolução,” acrescenta, referindo-se a uma declaração de Máximo dos Santos, citada no projeto de resolução, que diz que “esta não era a solução única” e que “outras poderiam ter sido adotadas.”

Mas quais? “Tem que ser encontrada uma solução que liberte os contribuintes dos custos,” desde que se mantenha dentro da “baliza” de que é preciso “atender à estabilidade do sistema financeiro,” responde. “A recomendação é dirigida ao Governo. Se for aprovada, o Governo sabe que a Assembleia da República está ciente que a solução envolve uma revisão das condições de financiamento do Fundo de Resolução,” soma.

"Estamos conscientes do esforço exigido aos bancos.”

António Leitão Amaro

Deputado do PSD

Entre as hipóteses colocadas pelo social-democrata está um aumento das contribuições à banca, mas com a devida ressalva de que o PSD está “consciente do esforço exigido aos bancos.” Há outras soluções, garante: “Por exemplo, um empréstimo dos bancos ao Fundo de Resolução, ou o financiamento do Fundo diretamente no mercado a um juro mais baixo do que o da República.”

"Qualquer solução que implique anular os custos para os contribuintes nos parece um caminho em aberto.”

Cecília Meireles

Deputada do CDS-PP

Pela parte do CDS-PP, Cecília Meireles diz ao ECO que “qualquer caminho para corrigir a asneira do Governo é positivo.” Faz sentido subir as contribuições à banca, nesta fase? “Nesta fase, ou em fases futuras,” responde Cecília Meireles, deixando em aberto a solução concreta. “Qualquer solução que implique anular os custos para os contribuintes nos parece um caminho em aberto,” conclui.

E a esquerda estaria disponível para subir os impostos à banca?

Perante a recomendação ao Governo que foi entregue no Parlamento, a esquerda argumenta que o PSD está a levantar uma “falsa questão.”

“É uma manobra de diversão,” acusa João Galamba, em declarações ao ECO. O socialista defende que a recomendação do PSD apenas se dirige ao modo de pagamento do Fundo de Resolução ao Estado, e que em última análise, se esta fosse aprovada a única consequência seria tornar o Fundo de Resolução insolvente, na medida em que não teria meios para cumprir os pagamentos nos novos termos.

"Aquele imposto [contribuição sobre a banca] não pode ser fixado independentemente da condição do setor bancário.”

João Galamba

Deputado do PS

Para resolver o problema do valor atualizado negativo das operações, João Galamba diz que é preciso falar sobre as contribuições exigidas aos bancos. E acusa o PSD de nunca ter aberto este debate em conjunto com a questão dos empréstimos do Estado ao Fundo de Resolução e de não se querer comprometer com um aumento — “O PSD chumbou a subida das contribuições em 2016, e disse que o nosso último aumento era excessivo,” recorda Galamba. No Orçamento do Estado para 2016, os social-democratas chumbaram todas as medidas. Em 2017, abstiveram-se quanto a este tema.

Mas o PS estaria disponível para subir as contribuições aos bancos como forma de munir o Fundo de Resolução com mais meios? “A contribuição sobre o setor bancário não pode pôr em perigo a estabilidade do sistema financeiro,” diz Galamba. “Aquele imposto não pode ser fixado independentemente da condição do setor bancário,” defende, argumentando que “qualquer discussão terá sempre de ter em conta os rácios de capital da Caixa.” Ou seja, remata, “a primeira pergunta é saber quanto é que os bancos podem pagar hoje.”

"Não sei se vamos propor o aumento da contribuição bancária, porque ainda não olhei para as contas, mas quando mexemos nos bancos, mexemos no nosso interesse.”

Miguel Tiago

Deputado do PCP

Entre os comunistas, o entendimento é o mesmo. “A única forma [de eliminar os custos para os contribuintes] é aumentar a contribuição dos bancos,” reconhece Miguel Tiago, ao ECO, acusando o PSD de ter enganado os contribuintes quando foi Governo, ao garantir que não haveria uma fatura da resolução do BES. E garante, referindo-se às contribuições bancárias: “O PSD não quer aumentar coisa nenhuma.” E o PCP, quer? “Não sei se vamos propor o aumento da contribuição bancária, porque ainda não olhei para as contas, mas quando mexemos nos bancos, mexemos no nosso interesse,” responde. “Os capitalistas fugiram dos bancos,” diz, “se vamos exigir aos bancos que retirem do seu capital muito dinheiro, estamos a aumentar as taxas cobradas aos clientes,” frisa. E por isso, para o PCP, não se trata de subir impostos, mas antes de nacionalizar a banca.

Pelo Bloco de Esquerda, Mariana Mortágua não se quis alongar sobre o tema. “Não temos nenhuma posição em concreto. Genericamente, a posição do Bloco é que achamos que os bancos têm que contribuir mais no esforço fiscal,” disse apenas, sem concretizar se neste momento o Bloco apoiaria um novo aumento das contribuições exigidas à banca, para o Fundo de Resolução.

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Alphabet cai 3%. Mas Wall Street fecha em terreno positivo

Os mercados fecharam em terreno positivo esta terça-feira graças aos resultados positivos das cotadas. A decisão da Fed sobre a taxa de juro chega esta quarta-feira.

Os índices norte-americanos registaram subidas esta terça-feira impulsionados pelos resultados das empresas. Os investidores ficaram entusiasmados com as contas da Caterpillar e da McDonalds. Pelo contrário, os resultados da Alphabet, dona da Google, desapontaram e as ações da empresa derraparam 3%. O foco dos mercados está agora na decisão desta quarta-feira da Reserva Federal sobre a taxa de juro.

A Alphabet apresentou os resultados esta segunda-feira e, apesar de ter ficado acima das expectativas dos investidores, os lucros diminuíram por causa da multa aplicada pela Comissão Europeia. Os títulos da gigante tecnológica desvalorizaram 3,04% para os 968,01 dólares. Essa queda foi, no entanto, compensada com outras subidas no setor. Assim, o Nasdaq escapou a uma queda, tendo valorizado uns ligeiros 0,02% para os 6.412,17 pontos.

“Nesta época [de resultados] as empresas estão surpreendentemente a superar [nos resultados], e isso é um motor chave para os preços das ações”, explica o estratega da U.S. Bank Wealth Management, Terry Sandmen, à Market Watch. “Estamos cautelosamente otimistas porque os lucros estão a aumentar e a Reserva Federal continua acomodatícia”, acrescenta o especialista.

O Dow Jones foi o índice que mais subiu com uma valorização de 0,47% para os 21.613,43 pontos, com a contribuição das cotadas Caterpillar e McDonalds que avançaram mais de 4%. Já o S&P 500 subiu 0,29% para os 2.477,08 pontos, fruto da confiança na economia norte-americana. Quem vai avaliar o desempenho da economia é a Fed, esta quarta-feira, para decidir se aumenta novamente a taxa de juro.

Contudo, a expectativa é que isso só aconteça em setembro. O analista da J&E Davy Holdings, David McNamara, questionado pela Bloomberg, confirma isso mesmo: “Para já a Fed deverá continuar a caminho de mais duas subidas da taxa de juro pelo menos este ano”, afirma McNamara, referindo que em setembro deverá acontecer uma dessas duas subidas.

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Ministério Público divulga lista das vítimas de Pedrógão

Foi publicada a lista de vítimas de Pedrógão que confirma o número oficial de 64 vítimas mortais. MP alega que só agora pode ser publicitada com "segurança" e "sem perturbação da investigação".

A Procuradoria-Geral da República divulgou, em comunicado, a lista das 64 vítimas mortais da tragédia de Pedrógão Grande. O Ministério Público diz que agora a lista pode ser publicada “com segurança e sem perturbação da investigação”. Esta lista tem vindo a ser pedida por várias entidades, nomeadamente a oposição ao Governo com um ultimato feito pelo PSD na segunda-feira.

Confirma-se, pois, a existência, até ao momento, de 64 vítimas mortais, cuja identidade se considera poder, agora, ser publicitada com segurança e sem perturbação da investigação“, afirma a PGR em comunicado.

A divulgação da lista ocorre depois do Ministério Público ter inquirido esta terça-feira uma “testemunha que tem vindo a alegar publicamente ter conhecimento da identidade de vítimas mortais não sinalizadas pelas autoridades”. A conclusão tirada dessa inquirição é que a lista que veio a público tem “diversas imprecisões quanto à identificação das pessoas” assim como a “repetição de nomes em, pelo menos, seis situações”.

A Procuradoria-Geral da República renova ainda o pedido que já tinha feito esta segunda-feira para que “todos os que tenham conhecimento de quaisquer factos relacionados com os incêndios de Pedrógão Grande os transmitam ao Ministério Público”. O comunicado confirma ainda que “a morte de Alzira Carvalho da Costa está a ser investigada no âmbito de outro inquérito, iniciado logo que noticiado o acidente de viação ocorrido”. Eis a lista das 64 vítimas mortais da tragédia de Pedrógão divulgada esta terça-feira pelo Ministério Público:

Afonso dos Santos Conceição
Américo Bráz Rodrigues
Ana Isabel Nunes Henriques
Ana Mafalda Pereira da Silva Correia Lacerda
Ana Maria Correia Fernandes Boleo Tomé
Anabela Lourenço Quevedo Esteves
Anabela Maria da Silva Lopes Carvalho
Anabela Pereira Araújo
António Lacerda Lopes da Costa
António Manuel Damásio Nunes
António Vaz Lopes
Armindo Rodrigues Medeiros
Aurora Conceição Abreu
Bianca Antunes Henriques Nunes
Bianca Sousa Machado
Didia Maria dos Santos Lopes Augusto
Diogo Manuel Carvalho Costa
Eduardo Antunes Costa
Eliana Cristina Fernandes Francisco Damásio
Fátima Maria Carvalho
Fausto Dias Lopes da Costa
Felismina Rosa Nunes Ramalho
Fernando Fonseca Abreu
Fernando Freire dos Santos
Fernando Rui Simões Mendes da Silva
Gonçalo Fernando Correia Conceição
Jaime Mendes Luis
Joana Marques Pinhal
Joaquim Lacerda Lopes da Costa
José Henriques da Silva
José Maria Nunes Graça
Ligia Isabel Libório Sousa
Luciano Maria Joaquim
Lucilia da Conceição Simões
Luis Fernando Benedetti Piazza Mendes Silva
Manuel Abreu Fidalgo
Manuel André de Almeida
Manuel Bernardo
Margarida Marques Pinhal
Maria Arminda Antunes de Bastos Godinho e Abreu
Maria Augusta Henriques Ferreira
Maria Cipriana Farinha Branco Almeida
Maria Cristina da Silva Gonçalves
Maria da Conceição Ribeiro Nunes Graça
Maria Helena Simões Henriques da Silva
Maria Leonor Arnauth Neves
Maria Luisa Araújo Courela Antunes Rosa
Maria Odete dos Santos Anacleto Bernardo
Maria Odete Rosa Rodrigues
Mário Fernando Antunes Carvalho
Martim Miguel Sousa Machado
Miguel Santos Lopes da Costa
Nelson André Damásio Nunes
Paulo Miguel Valente da Silva
Ricardo Carvalho Martins
Rodrigo Miguel Cardita Rosário
Sara Elisa Dinis Costa
Sara Peralta Antunes
Sérgio Filipe Quintas Duarte
Sérgio Teixeira Machado
Sidnel Belchior Vaz do Rosário
Susana Maria Guerreiro Marques Pinhal
Vasco Antunes Rosa
Vitor Manuel da Conceição Passos Rosa

O Ministério Público garante que no decurso das investigações “apreciará todas as ligações das circunstâncias em que ocorreram os factos em análise, bem como a eventual conexão dos inquéritos em curso”. Em causa está, por exemplo, a morte de José Rosa Tomás, “cuja causa de morte, até ao momento, não está sinalizada como diretamente relacionada com o incêndio”, explica a Procuradoria-Geral da República.

O comunicado esclarece ainda que neste inquérito está a ser também investigada a situação “das cerca de 150 vítimas não mortais”. A PGR assinala que já ouviu “cerca de 40 pessoas”.

(Atualizado às 21h34)

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Caldeira Cabral vê PIB a subir mais de 2,8% no 2.º trimestre

  • Lusa
  • 25 Julho 2017

O ministro da Economia sinalizou que a economia portuguesa deverá crescer mais de 2,8% no segundo trimestre, superando assim o já surpreendente crescimento homólogo do PIB no primeiro trimestre.

O ministro da Economia afirmou esta terça-feira que o crescimento da economia portuguesa está a superar as expectativas nacionais e internacionais, prevendo que a tendência se mantenha, e que o país supere a previsão do Orçamento do Estado.

“Quando todas as instituições internacionais estão a rever o crescimento em alta, isso significa que estamos, de facto, a superar as espectativas, não só das instituições nacionais, mas as espectativas das instituições internacionais, antes de perceberem os resultados da política que estamos a desenvolver”, disse Manuel Caldeira Cabral.

O ministro falava aos jornalistas após a inauguração, em Paredes, das novas instalações do grupo industrial “Laskasas”, do setor do mobiliário, que emprega 185 trabalhadores e que em 2016 faturou nove milhões de euros. Elogiando os resultados daquela unidade industrial, nomeadamente os ganhos na exportação de mobiliário, o membro do Governo frisou que as pequenas e médias indústrias do Norte do país têm dado um contributo significativo na aceleração da economia portuguesa e na criação de emprego.

“Neste momento estamos com um crescimento, no primeiro trimestre, de 2,8, e há alguns sinais de que o segundo trimestre possa ter um crescimento superior a esse. Ao longo do ano vamos superar a meta que está em OE”, acrescentou o ministro. Para o ministro da Economia, que estava acompanhado da secretária de Estado da Indústria, Ana Teresa Lehmann, “é bom” para o país que as instituições internacionais “continuem a rever em alta o crescimento económico, o emprego, o investimento e as exportações”.

Antes, o presidente da Câmara de Paredes, Celso Ferreira, tinha assinalado o mérito daquele grupo empresarial e o contributo que deu na melhoria dos indicadores de desemprego no concelho, que baixou de 23,5%, em 2013, para os atuais 9,1%. Paredes é o maior produtor nacional de mobiliário, concentrando dezenas das maiores empresas portuguesas do setor.

As instalações inauguradas esta terça-feira em Rebordosa, Paredes, pertencem à empresa “Domkapa”, que se dedica ao fabrico de estofos, e está integrada no grupo “Laskasas”. Desde 2014, fruto da aposta no mercado internacional, as exportações do grupo aumentaram 175%.

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Incêndios: Há 80 casas em risco de não ficarem prontas até ao Natal

As obras de reconstrução das casas afetadas pelos incêndios de 17 a 21 de junho já arrancaram no terreno. São já 11 as casas intervencionadas, segundo disse ao ECO Ana Abrunhosa, presidente da CCDRC.

“Uma casa arde num minuto, mas infelizmente não se reconstrói num minuto”. A frase é de António Costa no início da semana passada, quando reiterou que a prioridade é reconstruir as casas de primeira habitação que foram destruídas pelos incêndios que devastaram o centro do país e provocaram a morte a pelo menos 64 pessoas. E ao contrário do que o Presidente da República deseja, até ao Natal nem todas as casas vão estar recuperadas. São cerca de 80 as casas em risco porque exigem uma reconstrução total.

“As casas que não envolvem uma recuperação total conseguimos” ter prontas até ao Natal, disse ao ECO Ana Abrunhosa, a presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro (CCDRC). “Agora as que envolvem recuperação total… Dos meus últimos números estamos a falar à volta de 80 que implicam a recuperação total”, avançou a responsável.

O timing vai contra a vontade de Marcelo Rebelo de Sousa que sugeriu mesmo que vai passar a quadra festiva em Pedrógão: “Vou acompanhar [as obras], vindo cá, pois tenciono neste verão vir muitas vezes, em vários momentos, precisamente para dar apoio ao que está a ser feito e mostrar como exemplo. Para a semana estarei outra vez, daqui a três semanas, cinco semanas, eu não vou esperar pelo Natal”.

Esta foi uma forma do Presidente da República pressionar o Executivo a acelerar a recuperação da zona, isto depois do ministro do Planeamento, Pedro Marques, ter admitido que haveria casas que não ficariam prontas até ao Natal.

"Vou acompanhar [as obras], vindo cá, pois tenciono neste verão vir muitas vezes, em vários momentos, precisamente para dar apoio ao que está a ser feito e mostrar como exemplo. Para a semana estarei outra vez, daqui a três semanas, cinco semanas, eu não vou esperar pelo Natal.”

Marcelo Rebelo de Sousa

Presidente da República

“Mas se usarmos o projeto modelo é muito mais simples” e rápido, garante Ana Abrunhosa. A presidente da CCDR Centro estava a referir-se à opção que está a ser seguida de escolher casas modelo, de tipologia T2 e T3 — usadas em Pombal, aquando das inundações de 2006, que provocaram um morto — em todos os municípios afetados pelas chamas. “Pombal tem essa experiência” que está agora a ser usada “em Pedrógão, Castanheira de Pera e Figueiró dos Vinhos”, explicou Ana Abrunhosa. “Mas não podemos comparar o número de reconstruções totais em Pedrógão com as outras. A maioria das casas de reconstrução total é em Pedrógão”, frisa.

"Não podemos comparar o número de reconstruções totais em Pedrógão com as outras. A maioria das casas de reconstrução total é em Pedrógão.”

Ana Abrunhosa

Presidente da CCDRC

Apesar de mesmo nestes casos estarem em causa “casas muito simples”, só a recuperação de um “telhado demora dois meses”. “Temos a Mota-Engil a recuperar dois telhados, uma empresa profissional habituadíssima, e diz que demora dois meses”, conta Ana Abrunhosa.

A metodologia seguida no terreno é fazer um “levantamento exaustivo das habitações” e, de acordo com o relatório dos incêndios na Região Centro, foram “afetadas total ou parcialmente 481 habitações particulares, correspondendo a 169 a primeira habitação, 205 a segunda habitação e 117 a habitações devolutas”. “Estamos a afinar esse levantamento”, precisa a responsável.

Mas as obras, financiadas pelo fundo REVITA, constituído com as contribuições solidárias, centram-se apenas nas casas de primeira habitação. “Os prejuízos e danos têm de ser validados e o que, de facto, é a primeira habitação. É isso que andamos no terreno a afinar”, afirma Ana Abrunhosa. O fundo tem regras apertadas:

  • Obras até cinco mil euros basta um orçamento e uma fatura. As obras podem avançar imediatamente.
  • Para as obras até aos 25 mil euros são necessários três orçamentos e uma fatura correspondente ao menor orçamento. As obras podem avançar imediatamente sendo que o conselho de gestão do do REVITA aprova posteriormente a obra.
  • Acima de 25 mil euros tem de ser feita a proposta ao conselho de gestão do REVITA e os prejuízos têm de ser validados. É necessário identificar as habitações que necessitam de projetos e analisar as situações legais. Quando se trata de repor o que está, não é necessário projeto, quando são feitas alterações significativas, porque há casas que obrigam a uma recuperação total, isso exige projetos de arquitetura e de especialidade. Para reduzir o tempo que isto demora são usadas as casas modelo. “Se usarem as casas modelo é muito fácil licenciar. Licenciando-se uma licenciam-se as outras. Depois é só começar a construir e é mais fácil entregar um conjunto de casas a um empreiteiro”, explica Ana Abrunhosa.
  • Todas as ajudas que surjam têm de entrar nestas regras.

Ana Abrunhosa explicou ainda que “para cada casa” tem “a foto, a composição do agregado familiar, os danos, a estimativa, quem a está a fazer”, como por exemplo a união das Misericórdias, “se precisa ou não de projeto…” “É um trabalho brutal. Só quem nunca fez nada na vida acha que isto aparece de um momento para o outro”, lamenta.

Estes mapas, atualizados constantemente e que Ana Abrunhosa leva consigo para todo o lado, são uma forma de garantir a boa aplicação do dinheiro. “Estamos a falar de dinheiro das pessoas e relativamente ao qual temos de prestar contas e com estes mapas, posso explicar para onde foi o dinheiro”.

"Estamos a falar de dinheiro das pessoas e relativamente ao qual temos de prestar contas.”

Ana Abrunhosa

Presidente da CCDRC

E muitas famílias já começaram obras”. Segundo o último balanço que data de 19 de julho, há cinco casas em obras em Pedrógão Grande, com um custo estimado de 322 mil euros e seis em Figueiró dos Vinhos (19 mil euros).

Para evitar que se crie uma bolha especulativa estão a ser levados empreiteiros para a região. “A minha equipa tem procurado fazer contactos e a solidariedade dos autarcas também se vê por aqui, porque têm mandado empreiteiros para aquela área para que não se vá agora gerar uma bolha especulativa na região”.

Tudo isto é dinheiro público. Temos de prestar contas e é um ano complicado, porque é um ano de eleições. Um cêntimo mal utilizado vai ser notícia ao contrário de milhões que possam ser bem utilizados“, conclui.

"Tudo isto é dinheiro público. Temos de prestar contas e é um ano complicado, porque é um ano de eleições. Um cêntimo mal utilizado vai ser notícia ao contrário de milhões que possam ser bem utilizados.”

Ana Abrunhosa

Presidente da CCDRC

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Concorrência faz buscas em empresas de manutenção ferroviária

Regulador da concorrência confirma buscas nove empresas "nos últimos dias", por suspeitas de cartel no setor da manutenção ferroviária.

A Autoridade da Concorrência (AdC) levou a cabo ações de busca e apreensão em sete instalações de nove empresas “nos últimos dias”, confirmou o regulador num comunicado enviado às redações. A operação, realizada em conjunto com o Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP), surge “devido a indícios de cartel no setor da manutenção ferroviária”. As buscas foram feitas nas áreas da Grande Lisboa e Porto.

Desconhecem-se as empresas alvo das buscas. A AdC decretou “segredo de Justiça” para “preservar os interesses da investigação”. “As suspeitas resultaram de uma denúncia efetuada no âmbito da campanha de Combate ao Conluio na Contratação Pública que a AdC tem levado a cabo, desde 2016, junto de entidades adjudicantes e das entidades com funções de fiscalização e monitorização dos procedimentos de contratação pública”, informa a AdC no comunicado.

O regulador da concorrência tem estado atenta a um conjunto particular de setores, do transporte fluvial turístico ao ensino da condução, passando pelos setores da distribuição, grande distribuição e seguradoras. Desde o início do ano, já foram feitas buscas em 35 instalações de 36 entidades, avançou a AdC.

A entidade liderada por Margarida Matos Rosa explicou ainda que este tipo de diligências são “um meio de obtenção de prova” e que não implicam necessariamente que as empresas visadas possam vir a ser condenadas no futuro por algum ilícito. “A violação das regras de concorrência não só reduz o bem-estar dos consumidores, como prejudica a competitividade das empresas, penalizando a economia como um todo”, conclui a AdC.

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EDP não mexe no preço da OPA à Renováveis de 6,75 euros

A elétrica enviou um comunicado à CMVM onde confirma os 6,75 euros por ação oferecidos na oferta pública de aquisição sobre a EDP Renováveis.

A EDP não vai mexer no preço oferecido na oferta pública de aquisição sobre a sua participada EDP Renováveis. Em comunicado divulgado no site da CMVM, a empresa liderada por António Mexia reitera o preço inicialmente oferecido de 6,75 euros por ação, um anúncio que surge depois de um dos acionistas minoritários da EDP Renováveis ter dito que o preço oferecido é insuficiente.

“Na sequência de algumas questões levantadas no âmbito da Oferta Pública Voluntária registada no dia 5 de Julho de 2017 sobre a totalidade das ações representativas do capital social da EDP Renováveis, a EDP vem por este meio comunicar que o preço da Oferta não será objeto de revisão e se manterá, por conseguinte, nos 6,75 euros por ação”, diz a elétrica no comunicado enviado ao regulador.

Este esclarecimento da EDP surge apesar de o prazo para uma eventual revisão do preço oferecido na OPA apenas terminar na próxima quinta-feira. Mas acontece também depois de a Massachusetts Financial Services (MFS), acionista minoritária da EDP Renováveis ter-se mostrado indisponível para aceitar a contrapartida oferecida pela empresa liderada por António Mexia.

“A MFS não pretende aceitar a oferta sobre as nossas ações na EDP Renováveis ao preço de 6,75 euros nas circunstâncias atuais. Instamos os outros acionistas minoritários a analisar nossa análise na carta aberta da MFS e nesta declaração de posição quando fizerem a sua avaliação sobre os méritos da oferta pública”, dizia aquele acionista minoritário num statement datado de 21 de julho (passada sexta-feira) a que o ECO teve acesso.

A MFS detém 4,08% da EDP Renováveis e 18,3% do total do capital alvo da oferta por parte da EDP. Ou seja, com esta rejeição, ficam por cumprir os dois critérios determinantes para a retirada da subsidiária da bolsa: superar 90% dos direitos de votos da sua subsidiária e, simultaneamente, comprar 90% dos direitos de voto que estão no objeto da oferta.

No final da operação, a EDP vai ter de assumir uma participação de 97,5% da EDP Renováveis se quiser retirá-la da bolsa. Um cenário que se perspetiva como impossível com a posição demonstrada pela MFS.

(Notícia atualizada às 17h30 com mais informação)

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Incêndio em Setúbal ameaça casas e hospital. Centro do país preocupa

  • Lusa
  • 25 Julho 2017

As chamas ameaçam casas e uma unidade hoteleira em Setúbal. No centro do país, havia incêndios com grande intensidade ao final da tarde desta terça-feira. A estrada A23 foi cortada.

Setenta bombeiros de diversas corporações, 21 viaturas e um helicóptero estão envolvidos no combate a um incêndio que deflagrou esta terça-feira à tarde perto de Setúbal, disse à agência Lusa Patrícia Gaspar, adjunta de operações da Autoridade Nacional da Proteção Civil (ANPC).

Segundo Patrícia Gaspar, o incêndio deflagrou numa zona florestal no Casal dos Combros, à entrada de Setúbal e, cerca das 19:45, ainda estava ativo.

Familiares de moradores na zona do incêndio disseram à agência Lusa que o fogo estava relativamente próximo do hospital da Luz, de algumas moradias e de uma bomba de gasolina na EN 10, que está cortada ao trânsito, mas a ANPC diz não ter informação de qualquer zona sensível que esteja na linha de fogo.

Proteção Civil de Setúbal pede evacuação da Reboreda e da Quinta dos Vidais

A Proteção Civil Municipal de Setúbal está a apelar à população da Quinta dos Vidais e da Reboreda para abandonar o local devido à proximidade do incêndio que lavra hoje naquela zona da cidade.

“Apelamos à população para se dirigir para zonas de menor risco, designadamente para a avenida Luísa Todi, ou outras”, disse à agência Lusa fonte da Proteção Civil Municipal, admitindo que o incêndio está muito próximo destas zonas habitacionais.

Várias corporações de bombeiros, com, pelo menos, cerca de 70 operacionais, prosseguem o combate ao incêndio que deflagrou durante a tarde na zona de Casal dos Combros, à entrada de Setúbal, e que permanece ativo.

Castelo Branco e Santarém são os distritos que mais preocupam

Os incêndios que lavram no distrito de Castelo Branco e na zona de Mação, distrito de Santarém, são aqueles que concentram uma maior atenção por parte da Proteção Civil, que esta terça-feira registou 104 ocorrências de incêndios florestais.

“Desde as 00:00 de hoje, Portugal regista já um total de 104 ocorrências de incêndios florestais. Destas 104, as nossas atenções centram-se para três ocorrências que eu destacaria: Sertã, no distrito de Castelo Branco, Vale de Coelheiros, também no distrito de Castelo Branco, e a ocorrência de Mantela (Mação) já no distrito de Santarém. Estas são aquelas ocorrências que concentram neste momento uma maior atenção”, explicou a adjunta de operações da Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC) Patrícia Gaspar, pelas 19:00.

O grande desafio, de acordo com a ANPC, tem sido encontrar o equilíbrio entre o combate direto às chamas e, ao mesmo tempo, assegurar a proteção da população e dos seus bens, face às chamas.

“É importante referir que todas estas operações, sobretudo nestes três teatros de operações, o grande desafio que temos tido é, de facto, conseguir criar aqui um equilíbrio entre aquilo que é o combate direto às diferentes frentes de incêndio e, em simultâneo, conseguir garantir toda a proteção necessária às localidades, às povoações que se localizam nas linhas de propagação deste incêndio, garantindo assim a devida proteção, quer às pessoas, a nossa grande prioridade, quer também às suas habitações”, frisou Patrícia Gaspar.

Casas arderam em Mação, mais de uma dezena de aldeias evacuadas

O fogo que lavra em Mação continua numa situação “muito preocupante, com vento muito forte, aldeias em perigo e casas a arder”, estando o secretário de Estado da Administração Interna a caminho do local, disse o presidente do município.

Em declarações à Lusa no posto de comando, Vasco Estrela, disse, cerca das 19:00, que o secretário de Estado Jorge Gomes estava a caminho do local (distrito de Santarém) e mostrou-se preocupado com a situação, tendo em conta que há “várias aldeias e populações em perigo ou com potencial perigo”, enquanto o vento regista mudanças de direção.

“Vamos ver como é que é possível tentar defender essas pessoas e localidades, tirando essas pessoas das aldeias para evitar que haja dramas humanos ou situações como a que se está a verificar em Envendos, onde já arderam hoje várias casas [algumas de primeira habitação]; ver concretamente o que aconteceu, para tentarmos perceber como é que podemos aliviar esse problema”, afirmou, contabilizando um total de 10 mil hectares de área ardida desde domingo no concelho.

O autarca disse ainda que já foram evacuadas mais de uma dezena de aldeias, num total de cerca de 200 pessoas, mas algumas já regressaram a casa. “É uma situação inimaginável que não se previa que pudesse acontecer”, lamentou. Em termos de danos materiais, os mesmos continuam a aumentar a toda a hora.

Incêndios: Estradas cortadas nos distritos de Santarém, Castelo Branco, Setúbal e Aveiro

Os incêndios que lavram um pouco por todo o país estavam pelas 20:30 desta terça-feira a provocar o corte de estradas nos distritos de Santarém, Castelo Branco, Setúbal e Aveiro, disse à Lusa fonte da Guarda Nacional Republicana (GNR).

No distrito de Santarém, a A23 – Autoestrada da Beira Interior encontra-se cortada ao trânsito entre os quilómetros 49 e 77, na localidade de Mouriscas, no concelho de Abrantes, informou a GNR, referindo que as vias alternativas são a Estrada Nacional 118 (EN118) e o Itinerário Principal 2 (IP2).

Devido aos fogos que lavram no distrito de Castelo Branco, estão interditas ao trânsito a Estrada Nacional 244 (EN244), na localidade de Marmeleiro, no concelho da Sertã, a Estrada Nacional 3 (EN3), na localidade de Perdigão, no concelho de Vila Velha de Ródão, e a Estrada Regional 351 (ER351), junto à localidade de São Pedro do Esteval, no concelho de Proença-a-Nova.

Em Setúbal, a Estrada Nacional 10 (EN10) estava pelas 20:30 de hoje cortada ao trânsito na localidade de Viso, desde o quilómetro 32 ao 38, apresentando-se como via alternativa o cruzamento Vale da Rasca – Arrábida.

No distrito de Aveiro, encontra-se interdita a Estrada Municipal na Rua Dr. José Eduardo Sousa Lamy, na localidade de Pardilhó, no concelho de Estarreja, em consequência dos incêndios que lavram na zona. Segundo a página na internet da Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC), às 20:50, a nível nacional registavam-se 64 incêndios rurais, que estavam a ser combatidos por 2.963 operacionais, auxiliados por 902 viaturas e 20 meios aéreos.

(Notícia atualizada às 21h50)

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Pedrógão Grande: Assunção Cristas não exclui moção de censura ao Governo

  • Lusa
  • 25 Julho 2017

"O CDS quer saber toda a verdade e não exclui nenhum tipo de instrumento parlamentar", afirmou esta quarta-feira Assunção Cristas.

A líder do CDS-PP, Assunção Cristas, afirmou hoje que “não exclui nenhum tipo de instrumento parlamentar”, incluindo uma moção de censura ao Governo, na exigência de “toda a verdade” a propósito da tragédia do incêndio de Pedrógão Grande.

No final de uma visita à Associação dos Deficientes das Forças Armadas, em Lisboa, Assunção Cristas foi questionada pelos jornalistas sobre uma eventual moção de censura ao Governo, numa altura em que o número de mortos e a lista dos nomes das vítimas da tragédia de Pedrógão Grande têm marcado a atualidade.

“O CDS quer saber toda a verdade e não exclui nenhum tipo de instrumento parlamentar que, dentro de um regular funcionamento das instituições, exista para ser utilizado”, respondeu.

Perante a insistência dos jornalistas sobre se admitia a apresentação de uma moção de censura ao Governo, a líder centrista foi perentória: “Não excluo nenhum caminho. O CDS exige a verdade”.

“O CDS foi muito claro dizendo que o Governo estava fragilizado nesta matéria, quando disse que era preciso uma remodelação profunda no Governo, nomeadamente no Ministério de Administração Interna. Não excluímos nenhum caminho e dissemos que o primeiro-ministro passava a ser o responsável direto por tudo o que corresse de bem e de mal nestas matérias”, reiterou.

Depois de na segunda-feira o PSD ter feito um ultimato ao Governo, dando 24 horas para que divulgasse a lista nominativa dos mortos na tragédia de Pedrógão Grande, Assunção Cristas foi questionada pelos jornalistas sobre o prazo que dava ao executivo liderado por António Costa.

“Nada mais, nada menos do que a verdade”, respondeu apenas, escusando-se a impor um prazo.

Inquirida sobre se o Governo deveria requerer ao Ministério Público o levantamento do segredo de justiça para divulgar a identidade das vítimas, a líder do CDS-PP começou por afirmar que não sabe “se esse é o único caminho”.

“O que eu sei é que é que tem de haver caminhos para que tudo seja claro e transparente. O Governo tem nas suas mãos as ferramentas para falar verdade”, defendeu.

Na opinião de Assunção Cristas, “o Governo tem a obrigação de garantir a todos os portugueses qual é a informação verdadeira e real”.

“A forma como isto é feito compete ao Governo analisar e usar todos os mecanismos legais para que isso possa ser possível. O que não pode acontecer é ficar todo o país numa situação de dúvida sustentada e o Governo manter essa dúvida”, criticou.

A presidente do CDS-PP considerou ainda que o executivo socialista “tem muita dificuldade em lidar com informação quando ela não lhe é favorável”.

“O que nós vemos é um Governo muito ligeiro, muito pouco capaz de assumir as suas responsabilidades, para não dizer muito desastrado em matérias de soberania”, condenou, exigindo “garantias de verdade, de transparência e de segurança às populações”.

 

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Angola e rescisões atiram prejuízos do BPI para 102 milhões

O banco liderado por Pablo Forero fechou os primeiros seis meses do ano com um prejuízo de 102 milhões de euros. Este resultado fica aquém das expectativas dos analistas do CaixaBI.

O BPI registou um prejuízo de 102 milhões de euros no primeiro semestre do ano, anunciou o banco em comunicado enviado à Comissão de Mercado de Valores Mobiliários (CMVM). Venda de BFA e programa de rescisões são as justificações da instituição para as perdas.

Os resultados negativos resultaram dos impactos não recorrentes de 290 milhões de euros: 212 milhões da venda e desconsolidação do BFA e 77 milhões de euros com o programa de rescisões e reformas antecipadas voluntárias. Este resultado fica aquém das expectativas dos analistas do CaixaBI, cujas estimativas apontavam para um prejuízo de 47 milhões no primeiro semestre.

Sem este efeito extraordinário, o banco teria tido lucros de 188 milhões de euros, adianta o BPI em comunicado.

Os recursos totais dos clientes cresceram 4,7% para 34.523 milhões de euros. As imparidades desceram para 16,6 milhões de euros, uma correção de 0,15% nos primeiros seis meses do ano.

A margem financeira cifrou-se nos 200 milhões de euros, uma descida face aos 203 milhões de euros registados em igual período do ano anterior. O BPI adianta que “a margem financeira cai ligeiramente no 2º trimestre de 2017, penalizada pelo custo da dívida subordinada emitida em março de 2017”. A dívida subordinada teve um custo de 4 milhões de euros no período em análise.

Por seu turno, o produto bancário caiu de 366 milhões de euros para 289 milhões, devido sobretudo à desconsolidação do BFA. Os custos de estrutura cresceram de 257 milhões de euros para 339 milhões de euros. Este valor reflete os custos com o programa de rescisões voluntárias.

O BPI acordou este semestre a saída de 617 colaboradores, representando 11% do quadro inicial. Destes, 544 pessoas deixam o banco em 2017 e 73 em 2018. Com estas saídas, o BPI estima uma poupança anual de 36 milhões de euros, a partir de 2019 (inclusive).

Em termos de rácios de liquidez, o Common Equity Tier 1 fully loaded é de 10,9%, um CET1 regulatório de 11,9% e um rácio de capital total de 13,3%.

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PSI-20 acompanha subida na Europa. BCP e Galp em destaque

A bolsa lisboeta acompanhou as subidas das bolsas europeias esta terça-feira. As subidas do BCP e da Galp compensaram as quedas da EDP e Altri.

O PSI-20 avançou esta terça-feira, depois de duas sessões negativas. A bolsa lisboeta evoluiu de forma semelhante às suas pares europeias, que também fecharam em terreno positivo. Numa semana em que vai divulgar resultados, o BCP acumula duas sessões positivas. Em sentido contrário, a incerteza à volta da EDP está a castigar as ações da empresa.

Lisboa acompanhou o sentimento positivo das restantes praças europeias com o principal índice, o Stoxx 600, a valorizar mais de 0,4% esta terça-feira. O PSI-20 subiu 0,38% para os 5.283,75 pontos, fruto das valorizações da Galp e do BCP. A petrolífera nacional avançou 1,01% para os 13,45 euros. Já o banco valorizou 0,92% para os 35,35 cêntimos.

Esta semana vai ser marcada pela apresentação de resultados, nomeadamente do BCP. Esta quarta-feira, após o encerramento do mercado, a Jerónimo Martins vai apresentar os resultados do segundo trimestre deste ano. Na quinta-feira são várias as empresas que mostram as contas: BCP, EDP, Navigator, Altice, Cofina, Impresa e REN.

Já do lado da Galp é a valorização do barril do petróleo que está a beneficiar as ações da empresa. Apesar disso, no seu comentário de fecho de bolsa, os analistas do BPI referem que as ações da cotada estiveram “aquém” do desempenho do setor da energia, não tendo acompanhado “na íntegra a subida do petróleo após a reunião de ontem dos principais produtores de petróleo em São Petersburgo”.

A influenciar negativamente o PSI-20 esta terça-feira estiveram as quedas da Altri e da EDP. A elétrica nacional caiu 0,37% para os 2,96 euros, numa altura em que tem dois assuntos na causa: a Oferta Pública de Aquisição que lançou sobre a EDP Renováveis e ainda os resultados trimestrais que apresenta na quinta-feira. As ações da EDP Renováveis subiram 0,42% para os 6,96 euros.

No PSI Geral, a Impresa continua a acumular desvalorizações. Há sete sessões que as ações da cotada que é dona da SIC estão a cair. Esta terça-feira foi a pior sessão da Impresa em mais de um ano, com uma desvalorização de 13,7% para os 31,5 cêntimos.

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