Macron: Trump vai procurar solução para aquecimento global nos próximos meses

  • Lusa
  • 16 Julho 2017

O chefe de Estado francês disse que o Presidente dos Estados Unidos lhe garantiu que ia procurar uma solução nos próximos meses relativamente à saída do país do acordo sobre alterações climáticas.

O chefe de Estado francês disse que o Presidente dos Estados Unidos lhe garantiu que ia procurar uma solução nos próximos meses relativamente à saída do país do acordo sobre alterações climáticas.

O Journal du Dimanche publica vários excertos da entrevista a Emmanuel Macron, em que o Presidente francês afirma que França “começou a construir com Trump uma relação de confiança sobre um conjunto de temas estratégicos, incluindo os desacordos”.

Entre estes temas está, em particular, a questão das alterações climáticas, depois de Donald Trump ter anunciado a retirada dos Estados Unidos da América do Acordo de Paris, um dos assuntos abordados no encontro que mantiveram na capital francesa na quinta-feira.

Donald Trump ouviu-me. Entendeu o sentido da minha ação, sobretudo o vínculo que existe entre o aquecimento global e o terrorismo. Disse-me que ia tratar de encontrar uma solução nos próximos meses”, afirmou Emmanuel Macron.

“Creio que também viu a mobilização das cidades, dos estados [no seu próprio país], do mundo dos negócios e da sua própria envolvente para que os Estados Unidos continuem comprometidos na luta contra o aquecimento” global, acrescentou o presidente francês.

Na conferência de imprensa conjunta que os dois chefes de Estado deram na quinta-feira depois desta entrevista, Donald Trump sugeriu que “algo poderá ocorrer” relativamente à sua posição quanto às alterações climáticas.

“Vamos ver o que se passa, mas falaremos quando chegar o momento. Se acontecer alguma coisa seria maravilhoso e se não se passar nada estará bem também”, disse o presidente norte-americano num comentário que dá lugar a múltiplas interpretações.

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Da troika à crise da banca: 10 narrativas para levar na mala de férias

O ECO reuniu 10 livros à medida de quem pretende conhecer mais em detalhe algumas das maiores crises que marcaram Portugal ao longo dos últimos anos, desde o resgate da troika aos problemas da CGD.

Já são muitos os portugueses de férias, enquanto outros se preparam para ir a banhos. A pausa do verão é, para muitas pessoas, a ocasião certa para por a leitura em dia. Uns preferem leituras mais leves, enquanto outros optam por se debruçar por temas mais densos, procurando perceber o que tem acontecido no país. Desde o resgate financeiro aos problemas da banca, com o BES e a CGD em destaque, há muitos carateres para devorar… e conhecer o outro lado das crises.

O ECO escolheu cinco temas e reuniu 10 narrativas à medida de quem pretende conhecer mais em detalhe algumas das maiores crises que marcaram Portugal ao longo dos últimos anos. Estes livros abordam o início da crise e o resgate da troika, os problemas do setor financeiro, a implosão da PT, os ruinosos contratos de swaps entre o Estado e o Santander Totta, bem como algumas das principais forças de poder instaladas no país.

Banca

Dificilmente seria possível começar sem abordar a crise da banca, um tema que se tornou particularmente quente, sobretudo desde a queda do Banco Espírito Santo, em agosto de 2014. São raros os dias em que o assunto não é abordado nas notícias e, entretanto, outras crises dentro do setor financeiro se lhe juntaram. Foi o que aconteceu, pouco mais de um ano depois, quando o Banif foi intervencionado e vendido ao Santander Totta, em dezembro de 2015. Mais recentemente, foi a vez de as atenções se centrarem na Caixa Geral de Depósitos (CGD), com o banco público a ver-se obrigado a avançar com uma recapitalização após anos de investimentos ruinosos que o arrastaram para um “buraco” financeiro.

“Caixa Negra” – Diogo Cavaleiro

Este livro está ainda “fresco” nas estantes das livrarias nacionais. Da autoria de Diogo Cavaleiro, jornalista do Jornal de Negócios, a “Caixa Negra” chegou às bancas no início de julho, procurando fazer um retrato do banco e da sua influência nos últimos 17 anos. Debruça-se sobre os negócios polémicos, as várias crises, as ligações políticas e tudo o que ajuda a explicar o facto de a Caixa, agora liderada por Paulo Macedo, ter deixado de ser um império.

Editora: Oficina do Livro

Preço: 14,76 euros

“O último banqueiro” – Maria João Gago e Maria João Babo

“O último banqueiro” conta os bastidores dos 20 anos de Ricardo Salgado à frente do BES e explica como o banqueiro exerceu a sua influência no mundo dos negócios e na política ao longo daquele período. O livro da autoria de Maria João Gago e Maria João Babo, ambas jornalistas do Jornal de Negócios, foi lançado no pico da crise do BES, poucos dias antes de, a 3 de agosto de 2014, o Banco de Portugal avançar com a resolução sobre a instituição financeira, e teve como base conversas tidas com dezenas de pessoas próximas do banqueiro, que se iniciaram em 2013.

Editora: Lua de Papel

Preço: 15 euros

“BES – Os dias do fim revelados” – Alexandra Almeida Ferreira

Este livro é o resultado de mais de 30 horas de conversas entre Ricardo Salgado e Alexandra Ferreira, que decorreram ao longo de quatro meses, enquanto o ex-banqueiro se encontrava em prisão domiciliária, no verão de 2015. Ao longo das suas páginas, Ricardo Salgado reafirma a versão de que o Banco de Portugal forçou o BES a desaparecer e confessou ainda que Álvaro Sobrinho, antigo presidente do BES Angola, foi uma das grandes deceções. Representa uma oportunidade de conhecer a versão do ex-banqueiro sobre os acontecimentos que conduziriam ao colapso do Universo Espírito Santo.

Editora: Chiado Editora

Preço: 15 euros

“A vida e a morte dos nossos bancos” – Helena Garrido

“A Vida e a Morte dos Nossos Bancos” conta o percurso da banca portuguesa desde o final da década de 90 do século XX, para explicar a forma como os banqueiros fizeram uso do dinheiro dos seus clientes — e como esse dinheiro desapareceu. A obra, publicada no final de 2016, desvenda muitos mistérios e explica todo o processo de destruição da banca portuguesa. A questão que se coloca é: onde foram parar todos os milhões de euros? Helena Garrido procurou a resposta a essa questão em inúmeras conversas com banqueiros e economistas.

Editora: Contraponto

Preço: 16,60 euros

Portugal Telecom

“A implosão da PT” – Alda Martins e Alexandra Machado

Quem destruiu a PT? É a esta pergunta que as jornalistas Alda Martins e Alexandra Machado dão resposta num livro que conta detalhes em torno da história sobre a ascensão e queda da PT após a privatização. Ao longo das páginas do livro publicado em outubro de 2015, as autoras vão mostrando como os grandes acionistas, com destaque para o BES, controlaram a gestão e se serviram da empresa até a deixarem de tal forma vulnerável que a fizeram cair nas mãos da brasileira Oi e, mais tarde, da Altice.

Editora: Lua de Papel

Preço: 15,90 euros

Poder

O tecido empresarial português sofreu uma grande mutação nos últimos anos, sobretudo desde que Portugal teve de pedir o resgate financeiro, em 2011. Muitas das maiores empresas nacionais passaram para o controlo de investidores estrangeiros, uma mutação que também atinge a banca. Chineses, angolanos, franceses e espanhóis são alguns dos investidores que mais peso conquistaram nos últimos tempos, em Portugal. Há diversos livros lançados nos últimos anos que se debruçam por essa nova rede de influências.

“Negócios da China” – Anabela Campos e Isabel Vicente

“Negócios da China”, de Anabela Campos e Isabel Vicente, jornalistas do Expresso, relata como, no seguimento da chegada da troika e da falta de capital no país, algumas das maiores empresas nacionais foram parar às mãos de chineses, angolanos e franceses. Em causa estão empresas que, em conjunto, valem cerca de 20% do PIB português, incluindo empresas que geram rendas fixas como a ANA, a REN ou a EDP. Ao mesmo tempo, o livro que saiu para as bancas no final do ano passado recupera a queda de bancos como o BES e o BPN, os responsáveis e agentes que estiveram envolvidos nestes negócios.

Editora: Oficina do Livro

Preço: 16,90 euros

“Os novos donos disto tudo” – Filipe Alves e António Sarmento

As grandes alterações que o tecido empresarial português sofreu nos últimos anos são o foco deste livro dos jornalistas Filipe Alves e António Sarmento, que foi para as bancas há cerca de dois anos. Aborda, em concreto, a crescente influência de empresas chinesas e angolanas em Portugal, o fim de algumas dinastias empresariais históricas — com o Grupo Espírito Santo (GES) à cabeça –, bem como os empresários de topo que sobreviveram à crise e os novos players da economia portuguesa.

Editora: Matéria-Prima Edições

Preço: 15 euros

“Isabel dos Santos – Segredos e poder do dinheiro” – Filipe S. Fernandes

Filha do presidente angolano, muito pouco se sabe sobre a vida e o império de Isabel dos Santos. Este livro publicado no início de 2015 procura dar precisamente a conhecer um pouco mais da história daquela que é uma das mulheres com mais poder em Portugal e a primeira bilionária africana com uma fortuna avaliada em mais de 3 mil milhões de dólares, segundo a Forbes. A responsabilidade é de Filipe S. Santos, que escreveu esta biografia apesar de não ter conseguido entrevistar a filha de Eduardo dos Santos, tendo-se baseado em investigações que fez.

Editora: Casa das Letras

Preço: 14,50 euros

Swaps

“Ligações perigosas” – Rui Barroso

 

Em “Ligações Perigosas”, o jornalista Rui Barroso, que acompanhou de perto o processo dos swaps que estalou em 2013, procura explicar o que levou à contratação desenfreada deste tipo de contratos por parte dos gestores de empresas públicas, os respetivos danos potenciais e as decisões do Governo, falando também sobre os protagonistas de um lado e do outro. Um desses contratos foi descrito na altura como “candidato ao pior negócio de sempre” por um analista financeiro em Londres, que analisou um dos swaps vendidos em 2007 pelo Banco Santander à Metro do Porto.

Editora: Matéria Prima

Preço: 14 euros

Crise

“Resgatados” – David Dinis, Hugo Filipe Coelho

“Resgatados” relata os últimos dias antes de Portugal ter pedido resgate financeiro à troika, em 2011. A partir de mais de 60 conversas reservadas com membros do anterior Governo e da oposição, diplomatas e membros de instituições internacionais, jornalistas e diretores de órgãos de comunicação social, conselheiros de Estado, banqueiros e pessoas ligadas ao setor financeiro e parceiros sociais, os jornalistas David Dinis e Hugo Coelho reconstroem a difícil teia dos acontecimentos que antecederam esse pedido.

Editora: Esfera dos Livros

Preço: 18 euros

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PS quer manter direção da ERC até à conclusão da venda da TVI

  • ECO
  • 16 Julho 2017

O regulador tem de dar o seu parecer sobre a venda da TVI à Altice. Por isso, PS quer manter direção até à conclusão do negócio para que uma mudança não seja interpretada como uma interferência.

O PS não quer fazer alterações na direção da Entidade Reguladores para a Comunicação Social (ERC) enquanto a compra da TVI pela Altice não estiver concluída. Os socialistas preferem adiar as negociações com o PSD para a escolha dos novos responsáveis para o regulador de maneira a não criarem “ruído” que prejudique este negócio. Na perspetiva do PS, qualquer mudança poderia ser interpretada como uma tentativa de interferência no processo.

O Público avança que a razão pela qual o PS pretende suspender este processo de alteração da direção da ERC pretende-se com o facto de o regulador ser uma das entidades cujo parecer é obrigatório para que a venda da TVI avance. Isto porque a estação televisiva contém a produção e emissão de conteúdos televisivos.

A ERC tem de se pronunciar sobre a operação quando for contactada pela Autoridade da Concorrência, antes desta última dar o seu parecer sobre o negócio. O parecer do regulador dos media é vinculativo. O jornal explica que uma mudança poderia ser vista como uma tentativa de interferência com o objetivo de influenciar o parecer que o regulador terá de emitir.

Esta decisão é tomada depois de o ministro do Planeamento e Infraestruturas, Pedro Marques, ter dito que “há matérias que são da regulação do setor e a ela caberão (…) Estou seguro de que o regulador estará atento à situação”, referindo-se à proposta de compra da TVI.

A ERC é presidida por Carlos Magno. Já há vários meses que a substituição da direção está a ser negociada entre o PSD e o PS, uma vez que o mandato já expirou. Mas não foi possível chegar a um acordo até agora. O PS tem dois nomes: Mário Mesquita e João Pedro Figueiredo. O PSD propôs os nomes de Fátima Resende e Francisco Azevedo e Silva.

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CMEC: Acionista da EDP apresenta queixa-crime contra autores de denúncias anónimas

  • Lusa
  • 16 Julho 2017

António Moutinho Cardoso, acionista da EDP, apresentou uma participação criminal contra autores de queixas anónimas sobre a EDP. Queixas que determinaram a investigação às rendas na energia.

O empresário António Moutinho Cardoso, acionista da EDP, apresentou uma participação criminal por denúncia caluniosa, sob a forma continuada, contra autores de queixas anónimas sobre a EDP, que determinaram a investigação às rendas na energia que conta nove arguidos.

De acordo com a participação criminal, a que a Lusa teve acesso, e que o Procurador da República já juntou ao processo principal, “os factos denunciados [por anónimos que assinam como ex-colaboradores da EDP e da REN] são ofensivos e caluniosos, pois a EDP não move influências nem delineia estratégias desonestas e ilegais, o que os anónimos denunciantes bem sabem”.

“Ao propalar tais factos inverídicos, o (s) desconhecido (s) aqui participado (s) representou (aram) e quis (eram) ofender a credibilidade, o prestígio e a confiança que é devida à EDP“, defende, referindo que a intenção era “denegrir o bom nome da instituição [EDP]”.

"Ao propalar tais factos inverídicos, o (s) desconhecido (s) aqui participado (s) representou (aram) e quis (eram) ofender a credibilidade, o prestígio e a confiança que é devida à EDP.”

António Moutinho Cardoso, acionista da EDP

A participação criminal do empresário do Porto, titular de mais de três milhões de ações da EDP, uma participação que vale à cotação em bolsa perto de nove milhões de euros, refere que, “se os denunciantes anónimos tivessem a consciência de que os factos imputados correspondiam à verdade, teriam fornecido informação e elementos de prova adequados […] e colocado o seu depoimento ao serviço da investigação, não se acobardando no anonimato de missivas não assinadas, de pseudónimos que não permitem, sem mais, identificar o autor ou autores das denúncias”.

Assim e, uma vez que “a denúncia caluniosa” tem reflexo “no valor económico da empresa” e no “ativo financeiro”, António Moutinho Cardoso pretende que “se investigue quem foi o autor das denúncias para posteriormente se constituir assistente”.

De acordo com o advogado Pedro Marinho Falcão, a participação criminal enviada ao Procurador-Geral da República já foi aceite e apensa, em 30 de junho, ao processo principal, que investiga eventuais crimes de corrupção e participação económica em negócio na área da energia, estando a ser investigados “factos subsequentes ao processo legislativo, bem como aos procedimentos administrativos relativos à introdução no setor elétrico nacional dos Custos para Manutenção do Equilíbrio Contratual (CMEC), que ocorreu em 2004, com a sua regulamentação a ocorrer três anos mais tarde.

A primeira denúncia anónima em causa, remetida ao Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP) em janeiro de 2012, está assinada por “RF, ex-colaborador da EDP que se demitiu por não compactuar com estas aldrabices”. O denunciante fala do processo de privatização da EDP, como “uma verdadeira vergonha, um roubo, um acumulado de corrupção liderado pelo senhor [António] Mexia [presidente da EDP]“, pedindo que “haja coragem para uma operação ciclone (depois da operação furacão)”.

Nessa denúncia, é referida ainda “a negociata dos famosos contratos de manutenção do equilíbrio contratual [CMEC], com o apanágio do senhor Manuel Pinho [antigo ministro da Economia]”, que, continua, “revestem características de um filme de máfia italiana”.

No mesmo mês, chegou ao DCIAP uma nova denúncia anónima, que alude novamente “à negociata dos CMEC e do prolongamento das concessões de 18 barragens à EDP em 2007 e 2008″, referindo que foi tudo negociado no Marquês do Pombal (antiga sede da EDP) e na Horta Seca (onde funciona o Ministério da Economia).

O processo em causa contabiliza nove arguidos: o antigo diretor-geral de energia Miguel Barreto, o antigo ministro da Economia Manuel Pinho, o presidente executivo da EDP, António Mexia, e o presidente da EDP Renováveis e administrador da EDP João Manso Neto, o administrador da REN e antigo assessor de Manuel Pinho João Conceição, o ex-presidente da REN e antigo assessor de Pinho Rui Cartaxo, o diretor da REN Pedro Furtado e dois antigos gestores da EDP, Pedro Rezende e Jorge Ribeirinho Machado.

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Caixa contrata Société Générale para vender banco em Espanha

  • Rita Atalaia
  • 15 Julho 2017

A CGD já escolheu o banco que vai apoiar a venda das operações no país vizinho. CaixaBI também vai estar envolvido nesta operação. Fica a faltar a luz verde do Ministério das Finanças.

Paulo Macedo deixou claro que uma das prioridades seria a venda das operações que a Caixa Geral de Depósitos (CGD) ainda tem em Espanha. E este processo está agora a dar mais alguns passos. O banco estatal já contratou o Société Générale para o apoiar nesta alienação, apurou o ECO. Uma operação que também vai contar com a assessoria do CaixaBI — o banco de investimento da Caixa.

Agora que está escolhido o banco que fará a assessoria desta venda, fica apenas a faltar um decreto-lei do Ministério das Finanças que permita esta venda, uma vez que estamos perante uma empresa pública. Contactada pelo ECO, a CGD não quis comentar.

A venda da operação em Espanha é uma “prioridade”, apesar de o Banco Caixa Geral Espanha ter contribuído com lucros de 25 milhões no ano passado para os resultados do grupo CGD. Foi esta a garantia que o presidente da CGD deixou na apresentação dos resultados do banco referentes ao ano de 2016 — quando a Caixa apresentou prejuízos de 1.859,5 milhões de euros, em resultado das elevadas imparidades que superaram a fasquia dos três mil milhões.

Este buraco levou a CGD a uma recapitalização de cinco mil milhões de euros, processo que envolveu dinheiros públicos e privados. O facto de ter existido uma injeção de capital estatal no banco necessitou de aprovação por parte de Bruxelas que obrigou a uma reestruturação da CGD. Um plano de negócios que vai levar a uma redução da presença internacional, com a venda das operações em Espanha, África do Sul e Brasil, mas também ao fecho de agências e despedimentos de funcionários em Portugal.

“Buraco” financeiro em Espanha

A justificação para os problemas em Espanha baseia-se, sobretudo, nas “operações da banca de investimento”, de acordo com o livro “Caixa Negra”. Segundo vários ex-responsáveis, o banco acabou por se envolver em operações que penalizaram o grupo.

“Segundo o dossiê deixado por Faria de Oliveira na comissão de inquérito à CGD, 20% das imparidades registadas em Espanha pelo grupo deveram-se a operações que tiveram lugar no Banco Caixa Geral. Os restantes 80% deviam-se a outras entidades do grupo, sobretudo as originadas no CaixaBI. Era em Espanha que ficavam parqueadas operações que podiam nem ter nada a ver com o país.”

É neste contexto que surgem investimentos ruinosos, como é o caso da La Seda e Artlant. Foi em 2006 que a CGD entrou no capital da La Seda Barcelona – uma petroquímica espanhola que produzia fibras artificiais e sintéticas em toda a Europa. Este também foi um dos projetos que levou o banco estatal a registar imparidades elevadas, uma vez que os empréstimos concedidos não foram devolvidos — a CGD investiu 121,3 milhões de euros na La Seda e financiou esta empresa em 75 milhões.

Ainda neste universo, a Artlant (fornecedora da La Seda) foi outra das empresas que pediu financiamento ao banco estatal, mas que não o devolveu — está em PER. Ao todo, a Artlant ficou a dever perto de 600 milhões de euros à CGD.

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Adena Friedman: a gerir o Nasdaq como a Millennium Falcon

  • Juliana Nogueira Santos
  • 15 Julho 2017

Em entrevista à Fast Company, Adena Friedman faz um balanço do primeiro semestre à frente do índice tecnológico Nasdaq. E a paixão pela saga Star Wars não ficou de fora.

Adena Friedman tornou-se, em janeiro de 2017, a primeira mulher a gerir um índice de uma bolsa de valores norte-americana. Ao entrar para a posição de presidente executiva do maior índice tecnológico do mundo, o Nasdaq, Friedman decidiu seguir o caminho da criatividade e do “pensar fora da caixa” para conseguir cumprir com as metas que lhe foram propostas. Seis meses depois, falou à Fast Company, numa reportagem que retrata o seu dia-a-dia num mundo que é, tradicionalmente, de homens.

Numa altura em que as forças que puxaram o Nasdaq para a ribalta já não têm tanto vigor, com as ofertas públicas iniciais a escassear, o seu rival NYSE a conseguir arrecadar as maiores entradas em bolsa e as plataformas eletrónicas de negociação a tornarem-se mais comuns, este tem de ficar cada vais mais resiliente e expandir os seus produtos e serviços. “Se não olharmos para daqui a dez anos e não perceber onde é que a indústria estará ou onde quer estar, seremos ultrapassados”, justifica a CEO.

Adena Friedman é a presidente executiva do índice tecnológico NASDAQ desde janeiro de 2017.Andrew Harrer/Bloomberg

Assim, o índice tecnológico tem apostado em negócios e avanços no próprio campo onde trabalham, a tecnologia. Apresenta agora uma solução de vigilância que deteta comportamentos ilegais e um serviço de análise de informação. Tem dado também alguns passos no desenvolvimento de aplicações compatíveis com os dispositivos mais recentes como a Alexa da Amazon ou os HoloLens da Microsoft.

A última aposta, definitivamente a pensar a longo prazo, foi na área da blockchain, o sistema por detrás da mais badalada moeda virtual do mundo, a bitcoin, criando um registo imutável das negociações.

Mulheres trazem outras mulheres

Adena entrou para a Nasdaq ainda como estudante de MBA e foi subindo de posição durante duas décadas. Saiu em 2011 para ser CFO do Carlysle Group, mas voltou a “casa” em 2014, onde foi acompanhada pelo presidente executivo da altura para depois vir a ocupar o seu lugar. “Se alguém te dá uma oportunidade, tens de a maximizar para que te deem a próxima”, garante a executiva.

Assim, fez. No tempo em que esteve como estagiária era das primeiras a entrar e das últimas para sair e chegou até a passar o dia do seu aniversário no escritório numa situação de crise interna. “Foi uma daquelas situações em que fiz o que era preciso fazer. Mantinha a minha atitude de ‘estou no princípio da minha carreira, quero que saibam que estou aqui independentemente do que aconteça'”, revela Adena.

Em troca, a empresa garantiu-lhe algumas condições excecionais. Ao contrário do que acontece com outros executivos, Adena vive nos subúrbios de Washington D.C. e viaja quase os dias para Nova Iorque, para a atual sede da Nasdaq. Aí, mantém a sua casa onde vive com o seu marido e os seus dois filhos, Luke e Logan, e onde trabalha remotamente três dias por semana.

Para seguir a linha de solidariedade feminina, a primeira contratação que fez para a sua equipa, quando se tornou CEO, foi Melissa Arnoldi, responsável pelo desenvolvimento tecnológico da AT&T. Adena Friedman também se orgulha da percentagem de vice-presidentes femininas da sua empresa que está nos 21%, em comparação, por exemplo, com os 16% da Goldman Sachs.

Nos tempos livres, é cinturão negro de taekwondo e segue com afinco a saga Star Wars, tentando fazer a conexão entre a fantasia e o que a realidade nos pode trazer. É por aí que tenta levar a sua empresa: com a perseverança do desporto e a criatividade dos filmes.

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FC Porto festeja absolvição de Pinto da Costa no processo ‘Apito Final’

  • Lusa
  • 15 Julho 2017

O FC Porto congratulou-se por ter sido “reposta a verdade desportiva da edição 2007/08 da I Liga” de futebol. Isto depois de o clube e o seu presidente terem sido absolvidos no processo 'Apito Final'.

O Futebol Clube do Porto congratulou-se por ter sido “reposta a verdade desportiva da edição 2007/08 da I Liga” de futebol, com a absolvição do clube e do seu presidente das infrações referentes ao processo ‘Apito Final’.

“O Conselho de Justiça (CJ) da Federação Portuguesa de Futebol (FPF) decidiu, a 05 deste mês, absolver Jorge Nuno Pinto da Costa da infração disciplinar de ‘corrupção da equipa de arbitragem’ no jogo Beira-Mar – FC Porto, disputado a 18 de abril de 2004”, lê-se no sítio do clube na Internet.

Esta decisão decorre do “trânsito em julgado, em 15 de dezembro de 2016, do acórdão do Tribunal Administrativo de Círculo de Lisboa que considerou ‘inexistente’ o acórdão do CJ da FPF de 04 de julho de 2008”, que julgou improcedente o recurso de Pinto da Costa das decisões do ‘Apito Final’.

"O Conselho de Justiça (CJ) da Federação Portuguesa de Futebol (FPF) decidiu, a 05 deste mês, absolver Jorge Nuno Pinto da Costa da infração disciplinar de ‘corrupção da equipa de arbitragem’ no jogo Beira-Mar – FC Porto, disputado a 18 de abril de 2004.”

FC Porto

Em causa estava a subtração de seis pontos ao clube, que se sagrou campeão nessa temporada, com 20 pontos de vantagem sobre o Sporting, segundo classificado, a suspensão por dois anos de Pinto da Costa, assim como uma multa de 150 mil euros aos ‘dragões’.

Segundo o FC Porto, o acórdão do CJ da FPF dado como inexistente, “uma vez que essa reunião foi tida como nula por motivos administrativos”, confirmava as penas decididas pela Comissão Disciplinar (CD) da Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP) a 07 de maio de 2008.

“Após novo exame das provas, o CJ decidiu absolver o presidente do FC Porto da acusação de ‘corrupção da equipa de arbitragem’. Tendo em consideração que ‘a sociedade desportiva é considerada objetivamente responsável pelos factos praticados diretamente por qualquer dos seus agentes’, também a FC Porto – Futebol, SAD foi absolvida das sanções impostas pela CD da LPFP”, sublinhou o clube ‘azul e branco’.

Em 04 de julho de 2008, o então presidente do CJ da FPF, António Gonçalves Pereira, deu início à reunião do órgão, mas, face à decisão de que um dos membros, João Abreu, não deveria participar ou votar na mesma e do consequente clima de “tumulto”, considerou existir uma “impossibilidade prática para poder deliberar com serenidade”.

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Altice paga muito pela TVI? Depende

Franceses avaliam Media Capital em 10 vezes o seu lucro operacional. É muito? Negócio da AT&T teve implícito um múltiplo similar. Mas transações europeias são feitas por valores bem mais inferiores.

Conferência de imprensa no dia em que a Altice anunciou compra da parte da Prisa na Media Capital.Henrique Casinhas/ECO

A Altice vai pagar 440 milhões de euros pela Media Capital, num negócio que avalia a dona da TVI em cerca de dez vezes o EBITDA que consegue gerar por ano. É muito? Talvez, mas depende da perspetiva.

Métricas que relacionam a avaliação da empresa com o EBITDA (ou outros múltiplos) são frequentemente utilizadas pelo mercado pois ajudam a comparar negócios diferentes independentemente dos valores envolvidos. Por exemplo, quando a AT&T comprou a Time Warner no ano passado por 80 mil milhões de dólares, o negócio incorporou um rácio valor da empresa/EBITDA de cerca de 9,3 vezes. Isto quer dizer que a AT&T poderia reaver o dinheiro investido na Time Warner em 9,3 anos num cenário de estabilidade das receitas e de outras variáveis.

Agora, ao oferecer 440 milhões de euros pela Media Capital, a Altice está a pagar um valor que é 10,8 vezes o EBITDA que gerou nos últimos 12 meses até março de 2017. De acordo com os analistas do BPI, a negócio tem implícito um valor de empresa 10,2 vezes o EBITDA esperado para 2018. Ou seja, comparando com o negócio da AT&T-Time Warner, o grupo francês pagou ligeiramente mais para ficar com o grupo de media português que, além da TVI, detém a produtora Plural e rádios como a Rádio Comercial e M80.

Durante a apresentação em Lisboa, Michel Combes, CEO da Altice, explicou que a sua estratégia tem sobretudo a ver com a convergência de operadoras telecomunicações com empresas de media. Mas esta está longe de ser uma estratégia exclusiva da Altice. Os analistas acreditam que a Nos poderá atacar a Impresa para ficar em igualdade de circunstâncias com a rival da Meo. E isto num contexto de acelerada consolidação mundial que está a deixar o setor dos media em ebulição.

Como compara o negócio da Altice

Fonte: Bloomberg, Altice

Ainda no mês passado a operadora francesa Vivendi fechou a aquisição do grupo de comunicação Havas por 2,6 mil milhões de dólares. Foi o maior negócio no setor dos media a nível mundial, que desde o início do ano viu serem concluídos 356 negócios de fusão e aquisição, de acordo com a Bloomberg.

Em média, estas transações incorporaram um valor empresarial de 9,44 vezes o EBITDA, um múltiplo inferior ao que está implícito no negócio Altice-Media Capital. Mas, se compararmos com as 122 fusões e aquisições apenas no mercado europeu, ficamos com uma melhor noção do investimento francês em Portugal: a média do múltiplo valor de empresa/EBITDA situa-se nas 6,38 vezes.

Se a Altice não se importa de esperar uma década para reaver o que investiu, na Europa os investidores são mais impacientes.

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Estas inovações nasceram em universidades portuguesas

Na academia formam-se alunos... e startups. Cada vez mais universidades têm uma palavra a dizer no ecossistema empresarial do país. Visitámos seis e contamos como foi.

Inovações, disrupções, empresas, exits e muitos, muitos negócios. O ECO percorreu seis universidades do país, do Porto ao Algarve, para perceber que papel têm os académicos na comunidade empresarial. E vice-versa. Aqui fazemos o resumo do que aprendemos ao longo de seis semanas. Tudo para perceber o impacto que pode ter a European Innovation Academy que, pela primeira vez, se realiza em Portugal.

O dicionário dos dicionários

“Aqui no Técnico acompanhamos há muito a transformação digital, que agora se tornou uma questão premente”, explica ao ECO Luís Caldas de Oliveira, vice-presidente do Técnico para o empreendedorismo e as relações empresariais. Talvez por isso, a universidade lisboeta tenha serviço de berço ao Priberam, o conhecido dicionário que já serviu para satisfazer dúvidas da língua portuguesa.

O Instituto Superior Técnico foi uma das primeiras universidades do país a criar um departamento ligado ao empreendedorismo e inovação, que desse apoio aos alunos com vontade de criar os próprios negócios na sequência dos estudos.

Mas há mais. Senão vejamos: o Politécnico da Guarda, por exemplo, é outro caso. Não foi há muito tempo que a Escola Superior de Tecnologia e Gestão (ESTG) do Politécnico da Guarda perdeu a acreditação da Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT) para financiamento de projetos de investigação: em 2014, a Unidade de Investigação chefiada pela professora Teresa Paiva desde o ano letivo 2010/2011 tinha vindo a passar por uma mudança multidisciplinar, que viu muitas iniciativas deixarem de estar apenas concentradas na área da investigação científica.

Nessa altura, os responsáveis da ESTG decidiram “reformular a unidade de investigação, para começar a trabalhar mais a vertente empresarial”, procurando financiamento através de candidaturas aos programas 2020 com projetos específicos e apostando, a par disso, no vale-inovação e na prestação de serviços a empresas. Muitas universidades do Interior do país pedem ajuda sempre que precisam de desenvolver soluções para problemas específicos relacionados com tecnologia, computação e transferência de conhecimento na área digital.

No ranking Time’s Higher Education, a Universidade da Beira Interior (UBI) está a atrair projetos e pessoas para o interior do país, ainda que tenha menos de 50 anos. E isso não é coincidência, garante o vice-reitor Paulo Vargas Moniz, em entrevista ao ECO. “Ser jovem também pode significar ser mais leve”, lembra, sublinhando que a “coordenação e a concertação internas são mais fáceis de atingir quando não tem de se enfrentar obstáculos ou hesitações”.

Estamos muito mais recetivos a testar ideias novas, temos muitos docentes jovens e em funções de direção, o que permite que coliderem estando sempre atentos ao que é novo.

Paulo Vargas Moniz

Vice-reitor da UBI

Aproveitar o declínio, criando

Mais a litoral, a Faculdade de Ciências do Porto é um dos motores de investigação e desenvolvimento da região. Só o parque tecnológico da Universidade integra hoje 192 empresas: foi de lá que saíram, por exemplo, nomes como a Interralate, a SplitForward e a VirtusAI.

Outro caso é o da Universidade de Coimbra. Albergada no polo II da Universidade, é a partir de uma casa senhorial mesmo ao lado da residência mais moderna de estudantes de engenharia que trabalha a DiTS — a ponte entre o meio académico e o tecido empresarial há 14 anos. “Acabamos por funcionar como consultores de inovação“, explica Miguel Dias Gonçalves, da Divisão de Inovação e Transferências de Saber.

Outro caso de sucesso é o do Instituto Pedro Nunes, que conta com êxitos como o da CRITICAL Software ou Feedzai, uma das startups que mais crescem a nível internacional.

De regresso a Lisboa, a Universidade Nova vai ao leme de vários projetos inovadores cujos resultados serão conhecidos dentro de dois ou três meses. Já a transformação digital, garantem os responsáveis, é tarefa de todos os dias.

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Incêndios: Há que ter a “humildade” de corrigir os erros

  • Lusa
  • 15 Julho 2017

O secretário-geral do PS, António Costa, afirma que o país está melhor em termos económicos, mas há que ter a humildade de corrigir os erros cometidos, numa alusão à questão dos incêndios.

O secretário-geral do PS, António Costa, afirma que o país está melhor em termos económicos, mas há que ter a humildade de corrigir os erros cometidos, numa alusão à questão dos fogos florestais.

“Hoje o nível de confiança dos consumidores está ao nível mais alto de sempre. E essa confiança é um bem fundamental. Mas o facto destes dados serem bons e demonstrarem que o país está melhor, não pode fazer com que percamos a humildade de saber que, mesmo quando o pais está melhor, há erros que se cometem e há que ter a humildade de os saber corrigir”, refere.

Discursando em Fafe, na apresentação do candidato do PS à câmara local, o líder socialista acrescentou que, “mesmo quando o país está melhor, há sempre imprevistos, há que ter a humildade de saber enfrentar. Mas quando esses imprevistos surgem, a atitude correta não é a de demissão, a atitude correta é a determinação para os enfrentar e para o vencer”.

Para António Costa, as prioridades face às “situações dramáticas das últimas semanas” são “socorrer quem precisa de socorro, apurar todas as responsabilidades para que tudo fique esclarecido, reconstruir aquilo que é necessário reconstruir, mas, sobretudo, evitar que isto volte a acontecer, porque não podemos aceitar que isto volte a acontecer”.

O secretário-geral do PS disse, também, que o que é necessário é “resolver os problemas” e não “aproveitar politicamente dos problemas”.

Em entrevista à RTP, na sexta-feira à noite, o secretário de Estado da Coesão e Desenvolvimento, Nelson Souza, afirmou que “até final de julho” as verbas doadas pelos portugueses chegarão às vítimas dos incêndios. “São dinheiros mais do que públicos, são dinheiros doados pelos portugueses”, disse, no mesmo dia em que o líder do PSD acusou o Governo de incompetência na distribuição de fundos.

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CGD: BE acusa PSD de ter um problema com o relatório da comissão de inquérito

  • Lusa
  • 15 Julho 2017

A coordenadora do Bloco de Esquerda acusa o PSD de ter um problema com o relatório de uma das comissões de inquérito à CGD, afirmando que, por isso, quer alargar os prazos.

A coordenadora do Bloco de Esquerda (BE) acusa o PSD de ter um problema com o relatório de uma das comissões de inquérito à Caixa Geral de Depósitos (CGD), afirmando que, por isso, quer alargar os prazos.

Catarina Martins falava no decorrer de uma visita à feira da Senhora da Hora, em Matosinhos, respondendo à acusação dos social-democratas de que os bloquistas querem fechar rapidamente a comissão de inquérito.

“Há duas comissões de inquérito sobre a CGD, as duas propostas pelo PSD, cujos prazos foram propostos pelo PSD, que quis alargar os prazos e eles foram alargados, e chegamos ao fim de sessão legislativa e achamos que o PSD quer continuar a alargar os prazos porque tem um problema com o relatório de uma das comissões de inquérito”, disse.

Trata-se “daquele relatório que pode e deve mostrar que o PSD escondeu problemas da Caixa e com isso tornou a solução dos problemas muito mais cara para quem aqui vive, para quem paga impostos, para quem faz e trabalha no país todos os dias”, afirmou a coordenadora do BE.

E prosseguiu: “E como o PSD está muito incomodado com as conclusões do inquérito que vão demonstrar como ativamente o PSD escondeu problemas e, ao fazê-lo, aumentou a fatura que os portugueses pagaram sobre a banca, está a tentar encontrar mais um adiamento de prazos”, acusou.

“Tenho a certeza de que ninguém nos perdoava se estivéssemos sistematicamente a adiar prazos e nunca mais fôssemos capazes de dizer ao país o que as comissões de inquérito apuraram sobre o que aconteceu na Caixa Geral de Depósitos”, concluiu Catarina Martins.

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Media Capital: saiba tudo o que está incluído no pacote que a Altice comprou

A TVI e a Rádio Comercial são líderes de audiência e como tal destacam-se dentro do grupo Media Capital, mas há mais. Saiba todos os negócios que passam agora para as mãos da Altice.

A Media Capital não é só líder em rádio e televisão: a Plural, que é a maior produtora em Portugal, também faz parte do grupo. Há ainda apostas ganhas no digital. Sintonize-se e perceba as várias ligações do grupo.

Após a aquisição pela Altice que foi anunciada esta sexta-feira, a imagem do grupo tem sido a TVI, e faz sentido que assim o seja. Além da liderança entre os canais generalistas se manter há 12 anos, o segmento de televisão é o que tem conseguido a maior receita: em 2016, os negócios de televisão amealharam 33,6 milhões nas suas operações. O horário nobre é a aposta forte da TVI, e nesse período, é líder há 17 anos.

Para além do canal generalista, a TVI tem ainda um canal de informação, o TVI 24, dois canais de entretenimento, o TVI Ficção e TVI Reality, e ainda dois canais específicos para o público estrangeiro, o TVI Internacional e o TVI África. Contudo, a ficção e informação também é transmitida além-fronteiras. O sinal da TVI chega a localizações tão distintas como Angola, Moçambique, França, Reino Unido, Estados Unidos, Porto Rico e Austrália, entre outros.

Dos ecrãs para as antenas, o grupo Media Capital continua a transmitir em várias direções: para além da Rádio Comercial, é ainda dono da M80, da Cidade, da SmoothFM e da Vodafone FM. No seu conjunto, as audiências destas rádios cobrem 34,9% do mercado. O grande impulsionador é a Rádio Comercial, que consegue em média 23,5% de share, mas a M80 também se destaca como a quarta rádio mais ouvida em Portugal. O peso das rádios nas contas do grupo é de 5,5 milhões de euros.

Aos olhos do público, chega a ficção em língua portuguesa que dispara as audiências do horário nobre. Nos bastidores, temos a Plural, a maior produtora audiovisual em Portugal. Assegura meios de produção através da Empresa de Meios Audiovisuais (EMAV) e os cenários são desenvolvidos na Empresa Portuguesa de Cenários (EPC). O contributo as receitas do grupo foi de 1,5 milhões de euros em 2016.

A Plural tem ainda uma forte presença em Espanha, pois serve cadeias de renome: a Cuatro, Antena 3 e Telecinco, entre outros canais autónomos. Foi esta produtora que levou a novela Meu Amor ao Emmys, a primeira novela portuguesa com esta distinção.

O casamento entre a Altice e a Media Capital traz novas potencialidades na área do digital, mas o grupo adquirido já estava a dar os primeiros passos. Tem o portal IOL e o mais recente TVI Player, lançado em 2015. O grupo descreve-o como “a televisão do futuro” que permite ver e rever a emissão da TVI em qualquer dispositivo móvel ou PC. O público que acede a partir do estrangeiro ascendeu várias vezes a um terço. Foi este o projeto que representou Portugal na categoria Media & News nos World Summit Awards, uma iniciativa das Nações Unidas.

No site, o grupo afirma que tem vindo a reforçar a tecnologia na infraestrutura, remodelar a área de produção criativa e dado crescente prioridade às redes sociais como o Facebook, Instagram, YouTube e Snapchat.

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