Reclusos fugiram de Caxias por “falta de guardas prisionais”

  • Lusa
  • 19 Fevereiro 2017

Este domingo, três reclusos fugiram da prisão de Caxias. Sindicato dos guardas prisionais denuncia falta de operacionais. Governo garante que torres de vigia estavam ativas no momento da fuga.

A Associação Sindical de Chefias do Corpo da Guarda Prisional considerou hoje que a evasão de três reclusos do Estabelecimento Prisional (EP) de Caxias é fruto da “dramática falta de guardas prisionais”. Para o presidente da associação, Mateus Dias, o que aconteceu esta madrugada no Estabelecimento Prisional de Caxias “é o reflexo das más condições em que se encontra o sistema prisional”, que, na sua opinião, “foi votado ao abandono pelo Estado”.

“Há uma situação dramática de falta de guardas prisionais. Pelas contas da associação faltam pelo menos mais 1.200 guardas nas cadeias portuguesas, um alerta que temos vindo a fazer há cerca de oito anos”, disse à agência Lusa. A desativação de algumas torres de vigia em várias cadeias por falta de efetivos é um dos exemplos dado por Mateus Dias.

“Não é possível fazer rondas completas, nem ter todas as torres ativas se não houver meios humanos suficientes”, frisou o dirigente sindical, adiantando que no EP de Caxias há torres de vigia desativadas. A fuga dos três reclusos também foi facilitada, segundo Mateus Dias, pelo facto de o EP de Caxias não ter condições adequadas para ser uma cadeia, situação já confirmada num estudo sobre o parque penitenciário português.

“O EP de Caxias já devia estar encerrado. É um forte militar adaptado sem condições estruturais para ser uma cadeia. Não tem condições de habitabilidade para os reclusos nem para os guardas”, alertou. Três reclusos, dois chilenos e um português fugiram esta madrugada do Estabelecimento Prisional de Caxias, concelho de Oeiras, através da janela da cela que ocupavam.

Em comunicado, a Direção-geral de Reinserção e Serviços Prisionais informou que os evadidos são dois cidadãos chilenos, com 29 e 30 anos, e um português com 30 anos e que “se encontravam presos a aguardar julgamento por crimes de furto e roubo”. A fuga mereceu a instauração de um processo de averiguações, a cargo do Serviço de Auditoria e Inspeção da Direção Geral”.

Governo: Torres de vigia estavam operacionais

Em contrapartida, o Ministério da Justiça esclareceu em comunicado que as duas torres de vigia no estabelecimento prisional de Caxias próximas do local por onde esta madrugada se evadiram três reclusos “se encontravam ativas” no momento da fuga.

“A propósito de notícias que têm estado a ser divulgadas, na sequência da evasão de três reclusos verificada esta madrugada no Estabelecimento Prisional de Caxias, a Direção Geral de Reinserção e Serviços Prisionais sente-se na necessidade de vir esclarecer que a Torre 7 e que a Torre 4, que ficam do lado e na proximidade do local por onde se verificou a evasão, se encontravam ativas, portanto com os elementos de vigilância no seu local de trabalho”, lê-se no comunicado do Ministério da Justiça hoje divulgado.

O documento acrescenta que outra torre de vigia, localizada na frente do estabelecimento prisional, em “local oposto ao da evasão, também se encontrava ativa”.

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Grécia vai precisar de menos ajuda do que o previsto

  • Lusa
  • 19 Fevereiro 2017

A previsão é de Klaus Regling, o diretor do Mecanismo Europeu de Estabilidade: a Grécia pode vir a precisar de menos apoio do que estava inicialmente previsto no terceiro programa de resgate.

O primeiro-ministro da Grécia, Alexis Tsipras, tem agora mais um motivo para sorrir.© European Union, 2016 / Fotografia: Yorgos Karahalis

O diretor do Mecanismo Europeu de Estabilidade (MEDE), Klaus Regling, prevê que a Grécia venha a precisar de menos ajuda do que estava inicialmente estimado no terceiro programa de resgate, apesar da complexa situação financeira do país.

“Ultrapassámos já a metade do período de três anos previsto para o programa e até agora pagámos cerca de 32.000 milhões de euros”, afirma Regling, em declarações ao diário Bild, que serão publicadas na edição de segunda-feira, mas que foram hoje divulgadas.

Segundo o diretor do MEDE, até ao final do programa de assistência financeira à Grécia, em agosto de 2018, serão necessários “claramente menos créditos” do que inicialmente se calculou como máximo, estabelecido nos 86.000 milhões de euros. Regling argumenta que as necessidades de capitalização dos bancos gregos são menores do que o estimado e que a situação da Grécia evoluiu melhor do que o previsto.

Estas declarações precedem a reunião de segunda-feira dos ministros das Finanças da zona euro, o Eurogrupo, para abordar a situação da Grécia. Atenas e os seus parceiros internacionais vão para a reunião sem ter conseguido um consenso para que os técnicos da Comissão Europeia, Banco Central Europeu (BCE), MEDE e Fundo Monetário Internacional (FMI) voltem ao país para avaliar se a Grécia cumpriu as condições associadas ao terceiro resgate.

Na zona euro tem sido considerado que não há urgência para alcançar um acordo porque a Grécia tem liquidez neste momento, mas em julho o país terá de pagar 6.257 milhões de euros de vencimento de dívida.

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Nove truques para tirar mais partido do WhatsApp

Todos os meses, 1.200 milhões de utilizadores em todo o mundo usam o WhatsApp - e você? Descubra nove truques para tirar mais proveito desta aplicação que mudou a forma como comunicamos na internet.

O ECO reúne nove truques para tirar mais proveito do WhatsaApp. Talvez já conheça alguns. Outros, nem por isso.Pixabay

O WhatsApp, uma aplicação de troca de mensagens, chamadas e videochamadas, é hoje uma importante ferramenta para muitos milhões de pessoas em todo o mundo. O número é, aliás, conhecido: a app ultrapassa já os 1.200 milhões de utilizadores mensais ativos.

Muito provavelmente, também a usa. Por isso, talvez queira conhecer estas dicas para tirar mais partido dela. É possível que já conheça algumas. Outras, nem por isso. A lista foi originalmente elaborada pelo jornal espanhol El País, aqui compilada e adaptada pelo ECO. O foco são os telemóveis Android e iPhones. E, se tiver alguma dúvida, não hesite em pedir ajuda na caixa de comentários. Vamos a isso? Vamos, pois.

1. Nunca mais perca uma mensagem

É certo e sabido: existem mensagens que não queremos perder. No entanto, com o passar do tempo, é exatamente isso que acontece. Felizmente, há uma funcionalidade do WhatsApp que permite marcar uma mensagem como “favorita”. Para isso basta carregar nela durante breves instantes e, depois, no ícone da estrela. Pode ainda selecionar várias mensagens e adicioná-las aos favoritos de uma só vez. Estas mensagens ficam, depois, agrupadas num separador específico da aplicação — no menu secundário, onde também se acede às definições da aplicação, selecione a opção “Mensagens assinaladas”. Estarão lá todas à sua espera.

2. Descubra quão grande é o vício

Varia de pessoa para pessoa, mas muita gente já usa o WhatsApp como plataforma preferencial de comunicação. Acha que perde demasiado tempo no telemóvel a enviar mensagens? Talvez seja interessante consultar as estatísticas fornecidas pelo próprio serviço. Se tiver a aplicação atualizada, basta entrar nas definições do aplicativo, entrar em “Utilização de dados” e, por fim, aceder às “Estatísticas de utilização”. Aí poderá ter uma ideia de quantas mensagens enviou ou recebeu, de quantas chamadas fez, e por aí em diante.

3. Liberte espaço no telemóvel

Ao fim de algum tempo, o WhatsApp pode ficar um pesado e ocupar grandes quantidades de espaço de armazenamento do seu telemóvel. Quanto isto acontece, muitos utilizadores sabem o que têm a fazer: sair de grupos, apagar mensagens, remover vídeos e imagens partilhadas e por aí em diante. Por um lado, resulta. Por outro, é uma perda de tempo, pois a aplicação vem preparada para fazer isso de forma automática. Para libertar espaço sem deixar de participar em conversas, a sugestão do El País é ir às definições da app, carregar em “Conversas”, aceder ao “Histórico de mensagens” e, depois, carregar em “Limpar todas as conversas”. Simples e eficaz.

4. Poupe dados móveis do tarifário

O WhatsApp está preparado para descarregar automaticamente todos os ficheiros que alguém partilhar consigo. No entanto, pode configurar a aplicação para decidir que ficheiros são ou não descarregados e em que circunstâncias. Isto é útil para, por exemplo, poupar os preciosos dados móveis do seu tarifário. Abra a app, entre nas definições, selecione “Utilização de dados” e é aqui que a magia acontece. É você quem escolhe: ao utilizar dados móveis, que tipos de ficheiros são descarregados automaticamente? Em redes Wi-Fi, permite todas as descargas automáticas? E em roaming, como prefere? Basta ir fazendo as seleções que refletem a sua preferência. Todas as outras ficarão manuais.

5. Guarde conversas no e-mail

Com o WhatsApp, é possível guardar uma conversa na íntegra, enviando-a por e-mail. Se aceder às definições, selecionar a opção “Conversas” e entrar em “Histórico de mensagens”, encontrará a opção “Enviar histórico por e-mail”. Ao carregar nela, pode selecionar uma conversa da lista e enviá-la em formato de texto para alguém ou para o seu próprio e-mail. É possível enviar apenas o registo de texto ou anexar os ficheiros que fazem parte do chat. A escolha é sua. Depois, se tiver já pouco espaço no telemóvel, poderá apagar as conversas que já guardou no e-mail para libertar algum.

6. Garanta mais privacidade

Muitos utilizadores já se habituaram ao visto azul, aquele pequeno ícone que indica que o destinatário já leu a mensagem. No entanto, alguém pode levar a mal quando lemos uma mensagem e… não respondemos. Se pretende ganhar um pouco mais de privacidade, desligue esta funcionalidade. Há um senão, que é o facto de, ao impedir que os outros vejam que leu as mensagens deles, deixará de poder ver quando leram as suas. É justo, certo? A opção desativa-se nas definições da app, em “Conta”, “Privacidade” e desligando a opção “Recibos de Leitura”. Se leva o assunto mesmo a sério, desligue também a opção “Última vez online”, para que ninguém saiba a última vez que usou a aplicação.

7. Crie atalhos para poupar tempo

Esta é uma opção apenas disponível para utilizadores Android, uma vez que o sistema iOS, da Apple, não permite as mesmas opções de ambiente de trabalho como o permite o sistema da Google. Se premir sobre uma conversa e, depois, abrir o menu do canto superior direito (o dos três pontos na vertical), pode carregar em “Criar atalho para a conversa” para adicionar esse ícone logo ao primeiro ecrã do telemóvel. Isto é útil para aquelas conversas em que participamos frequentemente e permite-nos poupar algum tempo.

8. Use o WhatsApp no computador

Se passa o dia em frente ao ecrã do computador, arriscamos dizer que o WhatsApp Web é bem capaz de aumentar a sua produtividade. Quantas vezes perdeu o foco por estar constantemente a alternar a atenção entre o monitor e o ecrã do telemóvel? Pois bem: usar o WhatsApp no browser permite mais facilmente estar numa conversa e despachar trabalho no computador ao mesmo tempo. Vai sempre precisar do telemóvel, mas primeiro, no computador, entre neste link: web.whatsapp.com. Verá um código QR, um quadrado com uma espécie de código de barras. De seguida, abra a aplicação no smartphone, aceda ao menu e escolha a a opção “WhatsApp Web”. Aponte a câmara para esse código de barras, et voilà: as conversas aparecem no seu computador. Atenção: terá de garantir que o seu telemóvel se mantém ligado e com acesso à internet para poder usar o WhatsApp no computador.

9. Consulte os detalhes da mensagem

Quer saber quando é que a sua mensagem foi lida ou entregue no telemóvel do destinatário? Fácil: premindo sobre ela e carregando em “Info” (ou no ícone com um “i”), poderá visualizar ao detalhe o dia e a hora em que essa mensagem foi entregue ou lida — isto se tanto o remetente como o destinatário tiverem estas funcionalidades ativas. Se a mensagem tiver sido enviada para um grupo de pessoas, é ainda possível consultar este tipo de informação para cada pessoa que dele faça parte.

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Era uma vez um setor financeiro na bolsa portuguesa

A ascensão e queda da banca nacional na bolsa de Lisboa. Iminente saída do BPI deixou mercado praticamente coxo do sistema bancário que dominou no capitalismo popular e caiu com ele.

Era uma vez um setor financeiro que durante anos exerceu domínio na bolsa nacional. Eram bancos que davam expressão à negociação em Lisboa, mas cuja influência no mapa bolsista se foi desvanecendo ao longo do tempo por entre fusões e aquisições, falências e bancarrotas. Apareceram como cogumelos em plena era de “capitalismo popular” nos anos 90. BES, BCP e BPI estavam acompanhados por outros bancos como o Banco Mello, Totta & Açores, Fonsecas & Burnay, Pinto & Sotto Mayor… Mas como apareceram na bolsa, também desapareceram. E hoje é o BCP a assumir protagonismo em Lisboa.

A iminente saída do BPI do mercado acionista, depois do sucesso da Oferta Pública de Aquisição (OPA) do CaixaBank ter retirado o banco português do PSI-20, é o último episódio da perda de força bolsista que a banca observou nas últimas décadas. Faz sentido manter o BPI cotado na bolsa? “A intenção é mantê-lo em bolsa… mas temos de analisar se a liquidez é suficiente. E que alternativas temos”, declarou Gonzalo Gortázar, presidente do CaixaBank, abrindo a porta à saída do mercado. Mais uma…

Banco Nacional Ultramarino, em Lisboa.Biblioteca de Arte Fundação Calouste Gulbenkian

“É a consequência da crise financeira internacional, assim como da forte recessão pela qual passou a economia portuguesa. Forçou uma significativa recapitalização do setor“, refere Albino Oliveira, da Patris Investimentos. “A própria aquisição do BPI pelo CaixaBank poderá ser vista como sinal do enfraquecimento do setor bancário português, com o processo de venda de ativos, reforço da base de capital e a melhoria da qualidade do balanço a criar um ambiente propício à realização de fusões e aquisições“, contextualiza.

"A aquisição do BPI pelo CaixaBank poderá ser vista como sinal do enfraquecimento do setor bancário português, com o processo de venda de ativos, reforço da base de capital e a melhoria da qualidade do balanço a criar um ambiente propício à realização de fusões e aquisições”

Albino Oliveira

Patris Investimentos

O Banif foi o último banco a desaparecer do mapa. Foi em dezembro de 2015 que o Banco de Portugal aplicou uma medida de resolução semelhante ao que aplicara ao BES ano e meio antes. Na ocasião, decidiu-se pela venda do banco fundado por Horácio Roque ao Santander Totta, por 150 milhões de euros, depois de o processo de venda voluntária ter falhado.

O Banif havia sido intervencionado no final de 2012 através de uma recapitalização de 1.100 milhões de euros com recurso aos cofres públicos, passando para a esfera pública. Falhou o reembolso da ajuda ao Estado em 2014, situação que levou a que a Direção-Geral da Concorrência Europeia (que avalia as ajudas estatais) a exigir um desfecho para o banco que garantisse o pagamento da dívida. Sem um plano de recapitalização avalizado por Bruxelas, a resolução aplicada ao Banif foi a solução encontrada por Lisboa para proteger os depositantes.

A medida imposta ao Banif seguiu os mesmos moldes da aplicada ao BES, em agosto de 2014, e que culminou no colapso do universo Espírito Santo, incluindo a Espírito Santo Financial Group, que chegou a pertencer ao clube do PSI-20. A resolução do BES implicou a divisão da instituição em duas partes: o banco bom que se passou a chamar Novo Banco e cujo processo de venda se arrasta desde então; e o banco mau, que ficou com os ativos problemáticos do antigo BES e que já entrou em liquidação.

Os loucos anos 90

Mas foi na década de 1990 que a preponderância do setor financeiro na bolsa mais se fez sentir. Após a nacionalização de várias instituições bancárias nacionais no período que se seguiu à revolução do 25 de abril de 1974, a reversão das nacionalizações deu lugar a inúmeras privatizações no setor: Banco Totta & Açores, Banco Português do Atlântico, Banco Espírito Santo e Comercial, Banco Fonsecas & Burnay, Crédito Predial Português, União de Bancos Portugueses, Banco Pinto & Sotto Mayor e Banco de Fomento e Exterior.

A opção bolsa para muitos destas instituições financeiras dá-se também num contexto favorável de incentivos fiscais criados pelo Governo de Cavaco Silva, no âmbito da Lei Sapateiro, o pacote legislativo que resultou no Código de Valores Mobiliários publicado em 1991.

Este processo foi aproveitado sobretudo por parte de BPI, BCP e Caixa Geral de Depósitos para reforçar a sua quota de mercado em Portugal, dando início a uma período de forte concentração do setor em Portugal que se prolongou até à década seguinte:

  • O BCP adquiriu Banco Português do Atlântico, Banco Pinto & Sotto Mayor, Banco Chemical e Banco Mello (inclui a União de Bancos Portugueses);
  • O BPI adquiriu Banco Fonsecas & Burnay, Banco de Fomento e Exterior e Banco Borges & Irmão;
  • O Santander adquiriu Banco Totta & Açores, o Crédito Predial Português e mais recentemente o Banif;
  • A Caixa Geral de Depósitos adquiriu Banco Nacional Ultramarino.

Albino Oliveira lembra que este período “ficou marcado por um crescimento do crédito bem acima do ritmo de expansão da economia, o que acabou mais tarde por levar o país a atravessar uma forte recessão e solicitar um programa de assistência financeira aos seus parceiros europeus”. Este excesso na concessão de empréstimos “levou a que os últimos anos fossem marcados por um significativo processo redução do endividamento por parte de famílias e empresas, traduzindo-se num ciclo de crédito desfavorável para o setor“.

Foi num cenário de forte quebra da rentabilidade que o setor empreendeu um duro processo de reestruturação nos últimos anos, que passou pela diminuição do negócio através do fecho de agências e despedimentos em larga escala. Instituições como o BPN ou BPP desapareceram. O BES sucumbiu na complexa rede de financiamento a outras sociedades do Grupo Espírito Santo. A banca socorreu-se da ajuda do Estado para se capitalizar.

"Em suma, os últimos anos para o setor bancário em Portugal apresentam semelhanças ao observado não só neste setor em outras crises financeiras de outros países (exemplo, Suécia em 1992), como também noutros setores de atividade (tecnologia em 2000 e imobiliário em 2017, ambos nos EUA).”

Albino Oliveira

Patris Investimentos

“Em suma, os últimos anos para o setor bancário em Portugal apresentam semelhanças ao observado não só neste setor em outras crises financeiras de outros países (exemplo, Suécia em 1992), como também noutros setores de atividade (tecnologia em 2000 e imobiliário em 2017, ambos nos EUA)”, recorda Albino Oliveira. “Em qualquer dos casos, foi observado uma redução no tamanho do setor, como consequência da crise observada após um período de excessos“, frisa.

 

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MWC: Guia para a maior feira de dispositivos móveis do mundo

A uma semana do arranque do Mobile World Cogress (MWC) em Barcelona, conheça os trunfos que as principais marcas se preparam para lançar na maior feira do mundo dedicada aos dispositivos móveis.

Todos os anos Barcelona acolhe a principal feira de tecnologia do mundo dos dispositivos móveis, o Mobile World Congress (MWC). Este ano não é exceção: entre 27 de fevereiro e 3 de março, a cidade espanhola vai ser palco de alguns dos grandes lançamentos e apresentações que vão marcar a próxima temporada. É difícil antecipar o MWC com grandes certezas, uma vez que a maioria das marcas prima pelo sigilo.

No entanto, os rumores correm a grande velocidade. E chegam até à imprensa sob a forma de fugas de informação — muitas delas, quiçá, promovidas pelas próprias marcas para adensar ainda mais o mistério. Por isso, preparámos um guia com aquilo que algumas fabricantes deverão apresentar na edição este ano. Falamos, acima de tudo, de telemóveis e tablets.

O que esperar…

… da Huawei?

Há muito que o mundo deixou de olhar para a Huawei como uma marca branca. A fabricante chinesa está no mercado e concorre ao nível da Samsung e da Apple, depois de, nos últimos anos, apresentar telemóveis que muito surpreenderam pela positiva: o quase icónico P8, o Mate S, o Mate 8, o P9 e, mais recentemente, o Mate 9 (que o ECO analisou aqui) são os principias exemplos.

Para este MWC, a empresa já confirmou vem aí o P10, a evolução do telemóvel P9 que ficou conhecido por ser dos primeiros a integrar duas câmaras traseiras. Tudo indica que assim continuará a ser. A apresentação decorre a 26 de fevereiro, no dia anterior à abertura da feira e o ECO vai estar presente.

… da LG?

A marca sul-coreana LG também vai estar no MWC e, desta vez, para apresentar o G6, o sucessor do G5. A principal característica do modelo anterior é o facto de ser um telemóvel modular — existem três módulos que podem ser trocados pelo utilizador para incluir melhorias no dispositivo (melhor câmara, melhor qualidade de som e por aí em diante).

Mas a empresa terá decidido abandonar o formato. O LG G6 não deverá ser um aparelho modular e o foco estará nos pormenores que o mercado cada vez mais exige: ecrã 4K, resistência à água, entre outros. O convite enviado pela LG parece apontar também para que o G6 seja o primeiro telemóvel em que o ecrã ocupa toda a parte frontal do aparelho, uma ambição para várias marcas.

… da Samsung?

A Samsung está, aos poucos, a reconquistar a confiança dos utilizadores, após o escândalo das explosões ou incêndios do modelo Galaxy Note 7. Por norma, a empresa aproveita o MWC para atualizar a gama de telemóveis Galaxy S (no ano passado, lançou o S7). Mas, na edição deste ano, não há telemóveis Samsung para ninguém. Foi a própria marca que o confirmou: o lançamento do novo Galaxy S8 não está previsto para o MWC 2017.

De resto, pouco mais se sabe. Apenas que a empresa enviou um misterioso convite com aquilo que parece ser o rebordo de um tablet. As apostas da imprensa especializada apontam para a possibilidade de ser o novo Galaxy Tab S3, uma gama que rivaliza com o iPad da Apple. Mas é preciso esperar pelo evento de dia 26 para poder dizê-lo com toda a certeza.

O misterioso convite da Samsung, com aquilo que parece ser o rebordo de um tablet.Samsung

… da Sony?

Um novo Sony Xperia topo de gama? Pouco provável, mas não impossível, garante a Wired. A explicação está no licenciamento de hardware: escreve a revista que a Samsung terá exclusividade sobre os direitos do novo processador Snapdragon 835 da Qualcomm, um dos principais componentes dos telemóveis, até ao lançamento do Galaxy S8 — e que, como vimos no ponto anterior, não deverá acontecer nesta edição do MWC.

Assim — e a ser verdade –, a Sony, para concorrer ao nível da Samsung, estará a guardar o lançamento de um flagship para mais tarde. De qualquer forma, nesta edição do MWC, espera-se que a empresa apresente outros telemóveis para atualizar as gamas mais baixas. Mas não está totalmente afastado o aparecimento de um Xperia topo de gama com ecrã de 5,5 polegadas e qualidade 4K, boas câmaras frontal e traseira, ligação USB de última geração e sensor de impressões digitais.

Espera-se que a Sony atualize algumas das gamas mais baixas de telemóveis.Ian Muttoo/Flickr

… da ZTE?

Até há bem pouco tempo, testar uma rede digital de quinta geração, uma tecnologia conhecida por 5G, implicava usar aparelhos do tamanho de computadores portáteis. Era uma questão de tempo até se conseguir dar um passo em frente e aplicar essa tecnologia a dispositivos mais pequenos, como os telemóveis.

No MWC 2017, a marca chinesa ZTE prepara-se para o fazer. Segundo o The Verge, vai apresentar o Gigabit Phone, o primeiro telemóvel a suportar conectividade ultrarrápida 5G — mais rápida até do que a fibra ótica. Escreve o mesmo site que o aparelho deverá permitir gravar vídeo em 360 graus ou mesmo em qualidade 4K. Contudo, não deverá ser ainda um produto comercial.

A marca poderá tornar-se a primeira a apresentar um telemóvel com conectividade 5G.Kārlis Dambrāns/Flickr

… da Nokia?

Ah, a Nokia. Traz saudade. Já foi líder no segmento dos antigos telemóveis e perdeu o comboio quando a Apple puxou o mercado e acrescentou o prefixo smart à palavra phone. Mas nem tudo está perdido: não há muito tempo, a empresa renasceu e lançou o Nokia 6, um telemóvel de gama média, mas exclusivo para o mercado chinês.

Quando ao MWC 2017, o principal rumor, avançado pela Venture Beat, aponta para que a marca lance quatro dispositivos para o mercado europeu: o Nokia 3, o Nokia 5 e o Nokia 6, com a mais recente versão do sistema operativo Android. Dissemos quatro, não foi? Sim, falta o Nokia 3310, o antigo telemóvel lançado há 17 anos, ao qual a empresa deverá fazer uma homenagem, pondo-o novamente à venda por 59 euros. É o que dizem “fontes conhecedoras do assunto” a Evan Blass, o repórter de tecnologia que costuma revelar, com bastante precisão, os lançamentos das marcas antes do tempo.

… da BlackBerry?

Ainda tem cartas a dar, a BlackBerry. Em janeiro, a empresa mostrou em Las Vegas um protótipo do telemóvel Mercury, um dispositivo Android. Como é típico da marca, tem um teclado físico por baixo, mais uma aposta curiosa desta empresa que, como a Nokia, foi líder noutros tempos. Nesta edição do MWC, espera-se que a empresa mostre e lance no mercado a versão final do aparelho.

Sim, a BlackBerry ainda existe.Wikimedia Commons

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O que “andou a fumar” o presidente Donald Trump?

  • Lusa
  • 19 Fevereiro 2017

Este sábado, Donald Trump mencionou um suposto atentado na Suécia que, na verdade, não existiu. Agora, o ex-primeiro-ministro sueco, Carl Bildt, pergunta: o que "andou a fumar" o presidente dos EUA?

No sábado, o Presidente norte-americano Donald Trump falou de um atentado terrorista na Suécia, que não existiu, para justificar a sua política anti-imigração, num discurso que levou o ex-primeiro-ministro sueco Carl Bildt a perguntar o que teria Donald Trump fumado.

“Olhem para o se passa na Alemanha, olhem para o que se passou ontem à noite [sexta-feira] na Suécia. A Suécia, quem haveria de pensar? A Suécia. Eles acolheram muitos refugiados e agora têm problemas como nunca imaginaram que iriam ter”, afirmou Donald Trump num discurso virulento na Florida em defesa da sua política anti-refugiados e anti-imigração.

A falsa informação propagou-se rapidamente na rede social Twitter, onde o ex-primeiro-ministro sueco Carl Bildt escreveu: “A Suécia? Um atentado? O que é que ele andou fumar?”. A declaração de Trump animou a rede social sob o hashtag #LastNightinSweden (ontem à noite na Suécia) e #SwedenIncident (incidente na Suécia), onde Trump foi ridicularizado um pouco por todo o mundo.

Esta não é a primeira vez que membros da administração Trump, e agora o próprio, se referem a ataques terroristas inexistentes – justificados posteriormente como lapsos. Kellyanne Conway, a conselheira de Trump – que inventou a noção de “factos alternativos” – referiu-se ao “massacre de Bowling Green” numa entrevista e explicou mais tarde que se referia aos “terroristas de Bowling Green”, dois iraquianos condenados em 2011 por tentarem enviar dinheiro e armas para a al-Qaeda.

A Suécia? Um atentado? O que é que ele andou fumar?

Carl Bildt

Primeiro-ministro da Suécia

Também o porta-voz da Casa Branca, Sean Spicer, falou por três vezes numa semana no atentado de Atlanta (no Estado da Geórgia), antes de se lembrar que o mesmo tinha na verdade acontecido em Orlando, na Florida.

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Comerciantes do Porto temem que fusão SIBS/Unicre crie “monstro monopolista”

  • Lusa
  • 19 Fevereiro 2017

A Associação de Comerciantes do Porto receia que a "propalada" fusão entre a SIBS e a Unicre possa criar um "monstro monopolista" que dite as regras de mercado de meios de pagamento.

A Associação de Comerciantes do Porto (ACP) disse hoje temer que uma fusão entre a Unicre e a SIBS prejudique os pequenos comerciantes e crie um “monstro monopolista” que dite as regras de mercado de meios de pagamento. “A Associação de Comerciantes do Porto (ACP) teme que a propalada fusão entre a Unicre e a SIBS venha a prejudicar os pequenos comerciantes, na medida em que, com a junção dos dois mercados de meios de pagamentos — débito e crédito — se irá criar um monstro monopolista deste setor, o qual ditará a seu belo prazer, as regras de mercado, tal como a Unicre tem vindo a fazer quanto ao mercado dos cartões de crédito”, refere a associação em comunicado.

A ACP manifestou, também, o receio de que “o fosso existente entre as margens praticadas por essas entidades para os grandes retalhistas e as praticadas para os pequenos aumente […], distorcendo, ainda mais, a concorrência entre os vários operadores económicos”. A operadora de pagamentos SIBS avançou em setembro com uma proposta para comprar a Redunicre, negócio de pagamento com cartões bancários presente em mais de 50.000 estabelecimentos.

Presente em mais de 50.000 estabelecimentos, a Redunicre é a marca de negócio da Unicre, responsável por disponibilizar ao mercado soluções para aceitação de pagamentos com cartões dos principais sistemas de pagamentos nacionais e internacionais (MB, Visa, MasterCard, Visa Electron, Maestro, VPay, Diners e JCB). Já a SIBS detém participações sociais num conjunto de empresas especializadas em áreas de serviço do setor dos pagamentos eletrónicos.

Para a ACP, a fusão das empresas de meios de pagamento “pode claramente ser mais um contributo que venha a dificultar a entrada de novos operadores” no mercado, algo que a associação diz ser a “única condição” para que seja assegurada uma “maior transparência”.

"[Tememos] que a propalada fusão entre a Unicre e a SIBS venha a prejudicar os pequenos comerciantes, na medida em que, com a junção dos dois mercados de meios de pagamentos — débito e crédito — se irá criar um monstro monopolista deste setor (…).”

Associação de Comerciantes do Porto (ACP)

em comunicado

“A ACP recorda que esse tem sido o sentido das Autoridades Europeias, as quais têm envidado os maiores esforços com vista a reduzir os valores das Taxas de Serviço a Comerciantes (TSC) praticadas na Europa, procurando reduzir o fosso entre as condições aplicadas aos grandes comerciantes e aos comerciantes de proximidade”, indica. Em dezembro, a Autoridade da Concorrência (AdC) anunciou a abertura de uma investigação aprofundada na operação de concentração que envolve a compra, por parte da SIBS, do controlo exclusivo de um conjunto de ativos da Unicre.

No processo, constituíram-se como terceiros interessados a Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição (APED), o banco BIC, a Caixa Central de Crédito Agrícola Mútuo, a Visa Europe Services e a Bizfirst, Business First Consulting – Consultoria em Sistemas de Informação, “os quais apresentaram um conjunto de observações relativas aos potenciais impactos da operação de concentração nas condições de concorrência no mercado, que foram devidamente ponderados pela AdC na sua decisão”.

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Garcia Leandro: Portugal pode ajudar China a conhecer os países africanos lusófonos

  • Lusa
  • 19 Fevereiro 2017

Garcia Leandro, ex-governador de Macau, defendeu que Portugal pode ter um papel importante em dar a conhecer à China os países africanos lusófonos.

O antigo governador de Macau, Garcia Leandro, considerou hoje à Lusa que Portugal pode ter um papel importante na ajuda que os chineses ainda precisam para conhecer melhor o mundo, principalmente os países africanos. “A China não conhece bem o mundo e portanto tem de descobrir cada zona para onde vai, e sobre os Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP) há uma relação trilateral que é vantajosa para todos, porque há a possibilidade de haver uma intermediação e ajuda dos portugueses para colmatar essa dificuldade de conhecimento que a China tem sobre África”, disse o general e presidente da Fundação Jorge Álvares.

Em declarações à Lusa no lançamento da conferência sobre as relações económicas entre os países de língua portuguesa e a China ‘Uma Ponte na Relação Económica entre a China e os Países de Língua Portuguesa’, que decorre na terça-feira, em Lisboa, Garcia Leandro salientou as boas relações entre o gigante asiático e Portugal.

“A China tem uma relação próxima connosco há 400 anos, a transição de Macau correu bem, mantém-se a continuidade, mas no caso dos investimentos chineses em África, eles não os conhecem tão bem”, porque “tem muitos quadros novos, mas com falta de conhecimento das regiões do mundo”, acrescentou. “Essa ajuda que Portugal pode dar já está a resultar, e o objetivo da conferência é trazer esse processo, que é feito a nível intergovernamental e interempresarial, para o conhecimento público”, vincou o general.

Há a possibilidade de haver uma intermediação e ajuda dos portugueses para colmatar essa dificuldade de conhecimento que a China tem sobre África.

Garcia Leandro

Ex-governador de Macau

A conferência de terça-feira “promove o debate de temas como o financiamento e capitalização de empresas no espaço de língua portuguesa e o Investimento em Infraestruturas com vista a reduzir as distâncias, aproximar as economias e estimular o desenvolvimento sustentável”, lê-se num comunicado distribuído hoje.

O tema do Financiamento e capitalização de empresas no espaço de língua portuguesa será debatido por um painel de especialistas do setor financeiro nos quais se incluem Pedro Reis (BCP), Pedro Correia (Santander) e Pedro de Oliveira Cardoso (BNU), contando ainda com a participação de Lingliang Xu (Fosun). Por seu lado, as exportações, a internacionalização e os investimentos na relação China – PLP serão também abordadas numa intervenção, que encerra o painel da manhã, do presidente da AICEP, Miguel Frasquilho.

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Corrida de carros sem condutor termina em despiste

A ideia era promissora: realizar a primeira corrida Fórmula E entre carros elétricos e sem condutor. Um dos protótipos chegou ao fim. O outro despistou-se numa curva.

A primeira competição entre carros de corrida autónomos terminou em acidente. A empresa Roborace aproveitou uma pista profissional em Buenos Aires, na Argentina, para testar dois veículos sem condutor em condições reais de corrida. No entanto, um deles acabou por se envolver num acidente, avança o site de tecnologia Engadget.

Os veículos usados foram dois protótipos DevBot e, para se ter uma ideia, o vencedor chegou a circular a uma velocidade de 185 quilómetros por hora. No entanto, o outro não teve tanta sorte e despistou-se depois de tentar fazer uma curva de forma demasiado agressiva. Por um lado, ninguém se magoou. Por outro, parece que ainda há muito trabalho pela frente no aperfeiçoamento dos modelos.

A experiência foi ao encontro de um dos principais objetivos da Fórmula E. Trata-se de uma modalidade reativamente recente e semelhante à Fórmula 1, mas com carros de corrida elétricos e a menor velocidade, e em que um dos principais propósitos é acelerar o desenvolvimento deste tipo de tecnologias. Este foi um teste, para avaliar o modelo e a possibilidade de, quiçá num futuro breve, realizar corridas a sério com viaturas autónomas.

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Easypay avança com instalação de ATMs no segundo trimestre

  • Lusa
  • 19 Fevereiro 2017

A Easypay vai começar a instalar ATMs, sob a marca 'abypay', já no segundo trimestre deste ano. Será a primeira concorrente portuguesa da rede multibanco.

A Easypay vai avançar com a instalação de caixas automáticas ATM, sob a marca abypay, no segundo trimestre, naquela que vai ser a primeira concorrente portuguesa da rede Multibanco da SIBS. Até dezembro arranca com operações em mais seis países.

“O plano em 2017 vai ser muito agressivo, com a disponibilização ao público da app abypay até ao final do primeiro trimestre e, no segundo trimestre, vamos entrar na rede de comerciantes e fazer a instalação das primeiras ATM em Portugal”, adiantou o presidente da Easypay, Sebastião de Lencastre, à Lusa, especificando que na primeira fase vão ser instaladas cerca de 50 caixas automáticas.

Depois, no terceiro trimestre a abypay vai entrar em dois novos países e no último trimestre arranca com operações em quatro outros mercados, que o responsável não quis para já identificar, até porque ainda decorrerem as negociações com os investidores que vão suportar esta expansão, quer a nível doméstico, quer internacional.

“O investimento previsto para 2017 são 1,5 milhões de euros”, especificou Sebastião de Lencastre, realçando que a abypay, 100% portuguesa, está a ser trabalhada há um ano e meio com o objetivo de ter um alcance global. “Desenvolvemos uma solução única no mundo, revolucionária, que permite fazer transferências de dinheiro instantâneas, para qualquer parte do mundo e em qualquer moeda, em segundos e com um custo de poucos cêntimos”, vincou o líder da Easypay, que é uma instituição de pagamento registada no Banco de Portugal.

A Easypay, empresa lançada no ano 2000 mas que só começou a operar sete anos depois devido às questões regulatórias, gere sistemas de pagamentos, tem atualmente 4.000 empresas clientes (como a EMEL, a Nestlé, a Renova, o Fitness Hut e a Unicef) e conta com 17 trabalhadores. “Vamos ter que contratar mais colaboradores. Entre cinco a dez pessoas”, indicou Sebastião de Lencastre, sublinhando que “por muita tecnologia que exista, as pessoas são sempre precisas”.

Em 2016, a Easypay teve um volume de transações de 84 milhões de euros e um total de 3,1 milhões de transações, um crescimento significativo face aos dados de 2015 (64 milhões de euros em volume de transações e 2,1 milhões de transações). Já o resultado líquido ascendeu a 125 mil euros em 2016 e a 94 mil euros no ano anterior, com Sebastião Lencastre a salientar o forte investimento feito para o lançamento da abypay.

“Tivemos uma taxa de crescimento de 45% em 2016 e foi o 10º ano consecutivo de crescimento a dois dígitos”, revelou, antecipando um crescimento de 80% em 2017. “Somos um banco moderno e estamos lançados na terceira revolução do dinheiro”, destacou o gestor, que antes de fundar a Easypay trabalhou na Unicre, empresa especializada na gestão e emissão de cartões de pagamento.

Através da abypay, a Easypay vai deter a primeira rede de ATM portuguesa concorrente da rede Multibanco, que é gerida pela SIBS. De resto, Sebastião de Lencastre considerou que em Portugal “a SIBS e a Unicre são as maiores barreiras às fintechs“, criticando ainda o posicionamento do Banco de Portugal sobre a evolução destas empresas especializadas nos pagamentos eletrónicos.

O responsável destacou também a importância que a presença da Easypay no Web Summit teve para a empresa, com a boa localização – entre os stands da SIBS e do Facebook – ajudou a conseguir 800 contactos de trabalho ao longo dos três dias em que durou o evento que trouxe em novembro de 2016 a Lisboa a maior feira de tecnologia do mundo.

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Carglass quer investir mais cinco milhões de euros em Portugal

  • Lusa
  • 19 Fevereiro 2017

A empresa de reparação e substituição de vidros Carglass prevê investir cerca de cinco milhões de euros em Portugal ao longo deste ano. A empresa fechou 2016 com 50 agências.

A multinacional de reparação e substituição de vidros em viaturas Carglass prevê investir cerca de cinco milhões de euros em Portugal em 2017, para dar continuidade ao seu projeto de expansão no país, anunciou a empresa. “Seja por aquisição, seja por abertura orgânica, já identificámos zonas onde queremos estar e vamos prosseguir o nosso projeto com muita força”, disse o diretor-geral da Carglass em Portugal, Jorge Cardoso, em declarações à agência Lusa.

A empresa, que integra o grupo Belron, está no mercado português há 28 anos, foi pioneira neste tipo de serviços e quer chegar ao final do ano com entre 70 a 80 agências por todo o país. Resultado “de um grande estudo realizado”, a Carglass Portugal iniciou o seu projeto de expansão a dois anos em 2016, com a abertura de 15 agências (40% do total) que representaram um investimento de cerca de dois milhões de euros, tendo terminado o ano com 50 agências.

Este ano, de forma a conseguir acelerar o processo de novas aberturas num país com muita burocracia, de acordo com Jorge Cardoso, o plano de expansão prosseguiu logo no segundo dia de 2017 com a aquisição da rede do maior franchisado da principal concorrente, a Express Glasss, conseguindo assim 10 novas localizações e cerca de 30 novos trabalhadores.

“[Esta aquisição] permitiu acelerar processo de expansão e estar mais próximo dos clientes com maior celeridade. O crescimento orgânico demora sempre mais tempo. Neste caso foi chegar, mudar imagem e dar formação aos trabalhadores”, disse o responsável.

Atualmente, a Carglass Portugal integra um total de cerca de 250 trabalhadores. Em 2016, a empresa conseguiu uma faturação na ordem dos 20 milhões de euros, crescendo 15% em volume de vendas, “em linha com o planeado”. “Este ano contamos garantidamente crescer com dois dígitos”, disse Jorge Cardoso, referindo que a empresa continua a identificar mais localizações, em Lisboa e no Porto, mas também no centro do país e outras zonas.

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Duas comissões de inquérito à CGD? Ferro Rodrigues tem “muitas dúvidas” de que faça sentido

  • ECO
  • 19 Fevereiro 2017

Ferro Rodrigues tem dúvidas de que faça sentido haverem duas comissões de inquérito à Caixa, mas sublinha que PSD e CDS têm "o direito" de convocar uma nova comissão se o objeto for "constitucional"

Eduardo Ferro Rodrigues, Presidente da Assembleia da República, deu uma entrevista à TSF e Diário de Notícias onde mostrou algumas reservas face à nova comissão de inquérito à Caixa Geral de Depósitos (CGD) pedida pelo PSD e CDS. No entanto, o socialista remete essa “responsabilidade” para os partidos e deixa um alerta: “Desde que o objeto seja constitucional e legal têm todo o direito de o fazer”, sublinhou.

O chefe do Parlamento disse, porém, ter “muitas dúvidas” de que a existência de duas comissões de inquérito faça “sentido”, “uma com um objetivo mais geral, como aquela que está em movimento” e outra “só por causa dos SMS e dos e-mails”. Ferro Rodrigues recorda, ainda assim, que os serviços jurídicos do Parlamento já disseram que é “sempre possível criar uma nova comissão de inquérito”.

O Presidente da Assembleia da República abordou também a relação do primeiro-ministro António Costa com o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, e sublinhou que “namoros têm sempre momentos melhores e piores”, pelo que a polémica em torno do ministro das Finanças, Mário Centeno, não afetou essa união entre São Bento e Belém. Rematou, contudo, que não vê isso “como um namoro”, mas “como uma solidariedade forte entre dois órgãos de soberania que, para o bem do país”, espera que “se mantenham tão unidos como até agora”.

Por fim, Ferro Rodrigues desvaloriza as críticas da direita, que o acusam de ser “parcial”. “Compreendo que, para quem esteve no poder durante muitos anos e tinha aquela visão de que os órgãos de soberania, de forma direta ou indireta, estavam subordinados a uma maioria de direita, lhes continue a custar ver-me ali”, frisou.

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