Estágios profissionais: IEFP duplica dotação e desempregados a abranger

  • Cristina Oliveira da Silva
  • 1 Junho 2017

O IEFP decidiu alargar os objetivos da medida, "considerando o assinalável interesse e adesão". Prazo de candidatura também é prorrogado.

O Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP) decidiu duplicar a dotação orçamental do primeiro período de candidatura ao programa de Estágios Profissionais, prevendo também abranger o dobro dos beneficiários. Ao mesmo tempo, as empresas vão ter mais tempo para concorrer.

“Considerando o assinalável interesse e adesão que a Medida tem suscitado, o Conselho Diretivo deliberou reforçar a dotação orçamental afeta ao primeiro período de candidatura, passando de 18,8 milhões de euros para uma dotação final de 37,6 milhões de euros, com a qual se espera abranger cerca de 8.000 estagiários“, indica o site do IEFP.

Inicialmente, previa-se que a medida abrangesse 4.000 estagiários e o prazo de candidatura para esta primeira fase terminava a 16 de junho. Agora estende-se até 31 de julho, avisa o IEFP.

A medida destina-se a apoiar a integração em estágios de desempregados inscritos nos centros de emprego. A bolsa a pagar pela empresa pode chegar a 737,31 euros, valor que conta com comparticipação do Estado. Veja as regras da medida aqui.

Além do programa de Estágios Profissionais, também o prazo de candidatura à medida Contrato-Emprego é alargada. O prazo inicial terminava em maio, com uma dotação orçamental de 20 milhões de euros, mas estende-se agora até 16 de junho.

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Segurança Social: Recibos verdes podem pedir mudanças nos descontos este mês

  • Cristina Oliveira da Silva
  • 1 Junho 2017

Trabalhadores independentes voltam a poder solicitar, em junho, alteração ao escalão contributivo. Quem reiniciou atividade a partir de março, tem agora a primeira oportunidade de mudar.

Os trabalhadores independentes que queriam alterar o seu nível de descontos para a Segurança Social têm até ao final do mês para fazer o pedido aos serviços. Mas há limites a ter em conta.

Esta poderá ser a última vez que o procedimento tem lugar, caso a intenção inicial do Governo se concretize e o novo regime contributivo dos recibos verdes chegue ao terreno em breve.

Para já, o regime em vigor determina que os trabalhadores independentes (que não estejam isentos de contribuições) devem ser colocados no final de cada ano em escalões contributivos, tendo por referência os rendimentos do ano anterior. Porém, a lei também admite que estas pessoas possam subir ou descer até dois escalões, descontando mais ou menos, se o pedirem. Este pedido pode ser feito logo na altura em que o trabalhador é posicionado no escalão contributivo, em fevereiro e ainda em junho. O pedido pode ser feito mais do que uma vez por ano.

No entanto, o requerimento obedece a um conjunto de regras. Desde logo, quem está no primeiro escalão não pode pedir uma redução de descontos — no caso de trabalhadores com contabilidade organizada, não é possível descer abaixo do segundo escalão. Por outro lado, quem já pediu, em fevereiro por exemplo, para descer dois escalões, não pode agora baixar novamente — pode apenas subir.

Quem reiniciou atividade a partir de março, tem agora a primeira oportunidade para solicitar mudanças no nível de descontos. As alterações produzem efeitos a partir de julho.

“Até ao dia 30 de junho, os trabalhadores independentes podem solicitar nova alteração ao escalão, tendo como referência o escalão fixado em outubro de 2016, adequando assim o valor das suas contribuições ao valor dos seus rendimentos atuais”, diz a Segurança Social no seu site. “Também os Trabalhadores Independentes que tenham reiniciado a atividade a partir do mês de março podem agora solicitar a alteração do escalão, tendo como referência o escalão fixado no reinício dessa atividade”, acrescenta.

Exemplos

A Segurança Social explica que regras devem ser tidas em conta para solicitar a alteração de escalão, através de alguns exemplos práticos:

  • Se o trabalhador foi colocado no sexto escalão no final do ano passado e em fevereiro já escolheu o quarto escalão, agora só pode optar entre o quinto, sexto, sétimo ou oitavo.
  • Se o trabalhador independente reiniciou atividade depois de março e foi-lhe fixado o terceiro escalão, pode agora optar entre o primeiro, segundo, quarto ou quinto escalões.
  • Se o trabalhador reiniciou atividade depois de março e foi-lhe fixado o primeiro escalão só pode agora optar pelo segundo ou terceiro escalões.
  • Se em causa estiver um trabalhador independente com contabilidade organizada, que tenha sido posicionado no terceiro escalão no final do ano passado, a opção pode recair agora entre o segundo (mínimo), quarto ou quinto escalão. Mas se esta pessoa já tiver descido antes para o segundo escalão, agora só pode pedir para subir para o terceiro, quarto ou quinto escalões.

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Uber: Proposta do PSD aprovada, baixa à comissão

Após debate na generalidade e votação, o Parlamento fez baixar à especialidade a proposta de lei do PSD para regulamentar a atividade das plataformas como a Uber e a Cabify.

A proposta do PSD foi apresentada pelo deputado Paulo Neves.PAULA NUNES / ECO

A proposta de lei do PSD para regulamentar a atividade das plataformas eletrónicas como a Uber e a Cabify baixou à especialidade. Depois do debate na generalidade, em que os deputados trocaram pontos de vista sobre o setor, o PSD forçou a votação e a proposta baixou à Comissão de Economia, Inovação e Obras Públicas, com votos contra do PCP e BE e abstenção do PS e do CDS.

O documento junta-se assim às restantes propostas que já se encontram na mãos dos deputados da comissão, nomeadamente as propostas do Governo, do BE e a proposta de alteração do PCP. O PS também estará a preparar também uma proposta de alteração, apurou o ECO. Após o debate na generalidade, sobrou tempo e faltaram perguntas, naquilo que o PSD considerou uma “situação completamente inédita na Assembleia da República”.

António Costa Silva, numa conferência de imprensa durante o intervalo do plenário, disse: “Apresentámos a nossa proposta. Seguidamente, não houve quaisquer iniciativas no âmbito daquilo que foram as intervenções dos deputados das diferentes bancadas parlamentares”, disse. E concluiu: “Os outros partidos simplesmente decidiram não vir a discussão. Isso entristece-nos. Não fica nada bem à nossa Assembleia da República.” Veja a intervenção completa, em vídeo:

PS: Proposta “esquece os direitos dos trabalhadores”

Na apresentação do documento no hemiciclo, o deputado Paulo Neves defendeu que “não é correto adiar esta questão mais tempo sem a legislar” e que “também não é correto fazer de conta que não existem plataformas eletrónicas”. Disse ainda: “Esta legislação não é feita contra ninguém. Nada impede que também os táxis estejam presentes em plataformas eletrónicas e nada impede que os atuais táxis não possam vir a ser descaracterizados e passarem a fazer parte das maiores plataformas de mobilidade urbana.”

Mas a visão das outras bancadas foi diferente. O CDS descartou-se da proposta desde logo, pela voz do deputado Hélder Amaral. Apesar de reconhecer que “o trabalho de casa foi bem feito” e sem “desvalorizar”, a posição do CDS foi a de que ficava “muita coisa por esclarecer” nas regras estabelecidas pelo PSD. “Está garantido que não há dependência económica? Estão garantidos os direitos dos trabalhadores?”, questionou, reafirmando que “tem muita zona cinzenta”.

A oposição mais dura veio das bancadas do PS e BE. Heitor de Sousa, do BE, criticou com ironia: “Os deputados viram alguma vez uma plataforma a circular na rua? Viram alguma vez alguma plataforma a circular? Vocês tomam este problema como e houvesse uma entidade que de repente começou a operar um serviço de transporte.”

O PS, na pessoa de Ricardo Bexiga, acrescentou: “A vossa proposta é uma proposta parcelar que se preocupa, sobretudo, com o modelo de negócio. Esquece as questões da mobilidade urbana. Esquece tudo o que diz respeito aos direitos dos trabalhadores.”

E sublinhou: “Como é que pretendem acautelar o interesse dos trabalhadores que estão ao serviço destas plataformas e que estão muitas vezes a trabalhar mais de 12 horas diárias para ganhar muitas vezes menos do que o salário mínimo?” Ao coro de críticas juntou-se ainda José Luís Ferreira, do PEV, que acusou o PSD de “pretender limitar pela via legislativa a concorrência desleal”.

E agora?

Agora, as várias propostas existentes estão na posse do grupo de trabalho constituído para as analisar, ao abrigo da Comissão de Economia, Inovação e Obras Públicas. Recorde-se que a discussão tem estado parada há quase três meses, mas alguns deputados ouvidos pelo ECO garantiram que o tema é o próximo ponto na lista de prioridades, logo após a municipalização da Carris que deverá ficar fechada em breve.

(Notícia atualizada às 17h35 com mais informação.)

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Juros em mínimos e bolsa em máximos desde 2015

No dia em que a taxa da dívida a dez anos baixou aquém da fasquia dos 3%, a bolsa portuguesa assegurou o regresso ao máximo desde o final de 2015. Montepio esteve discreto desta vez.

Dia positivo para os investidores no mercado nacional. Ao mesmo tempo em que os juros da dívida desciam para o nível mais baixo desde setembro do ano passado, a bolsa portuguesa mantinha-se em terreno positivo. Desta vez não houve surpresa no Montepio. Ainda assim, Lisboa acompanhou os pares e encerrou ao nível mais elevado desde o final de 2015.

O PSI-20, o principal índice português, ganhou 0,45% para 5.313,59 pontos. Depois de duas sessões em plena evidência, que fez soar os alarmes na CMVM, as unidades de participação da Caixa Económica Montepio Geral tiveram uma sessão com menor protagonismo. Os títulos perderam 0,66% para 0,75 euros.

Ainda assim, com 12 cotadas em alta, Lisboa conseguiu acompanhar os seus pares europeus. Foram destaque ao longo da sessão desta quinta-feira as ações dos CTT, Galp e BCP. A empresa de correios registou a maior valorização no benchmark nacional: subiu 2,4% para 5,55 euros. Já a petrolífera acompanhou as valorizações do barril de ouro negro e encerrou o dia em alta de 0,4% para 13,78 euros. Em relação ao banco liderado por Nuno Amado, o ganho foi de 0,52%.

No mercado da dívida, Portugal tem vindo a centrar atenções internacionais por causa do desempenho dos juros associados às obrigações do Tesouro. A yield implícita nos títulos a dez anos cedeu hoje para um patamar abaixo dos 3%, algo que já não acontecia desde setembro do ano passado. Em cerca de dois meses, evidenciou uma correção de 100 pontos base, depois de ter superado os 4% em março.

Em relação ao comportamento europeu, foi colocado um ponto final a cinco dias no vermelho. Os ganhos em Frankfurt, Paris, Londres e Milão situaram-se entre 0,4% e 0,9%. Já a bolsa de Madrid, que negociou grande parte do dia abaixo da linha de água, acabou o dia com uma valorização de 0,01%.

“Os mercados europeus encerraram em alta, interrompendo assim uma série de cinco dias consecutivos de perdas”, referiram os analistas do BPI, no Comentário de Fecho. “Os principais temas acompanhados pelos investidores foram o comportamento do preço do petróleo e os desenvolvimentos relativamente às eleições no Reino Unido”, acrescentaram.

(Notícia atualizada às 16h50)

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Pierre Moscovici: “A mutualização do legado das dívidas tem de ser evitada”

  • Margarida Peixoto
  • 1 Junho 2017

O comissário Pierre Moscovici, defende que será "absolutamente necessário" criar um ativo seguro, da Zona Euro. Mas só no longo prazo e sem mutualizar dívidas passadas.

Pierre Moscivici, comissário dos Assuntos Económicos e Financeiros, defendeu a criação de um ministro das Finanças da Zona Euro, com escrutínio parlamentar.© European Union 1 junho, 2017

Mais união económica e monetária, mas sem mutualizar o legado das dívidas. Pierre Moscovici, comissário para os Assuntos Económicos e Financeiros, defendeu esta quinta-feira que é preciso chegar a um acordo sobre como aprofundar os laços económicos na União Europeia “sem atrasos”. Mas reconheceu as objeções a uma mutualização do legado da dívida e adiantou que concorda com elas.

“A componente económica [da União Europeia] está a ficar para trás”, reforçou o comissário, no Brussels Economic Forum, que decorre esta quinta-feira em Bruxelas. Um dia depois de ter apresentado o paper da Comissão Europeia sobre como aprofundar a União Económica e Financeira, Moscovici sublinhou algumas das propostas e defendeu que “tem de ser alcançado sem demoras” um acordo sobre como proceder.

No paper, a Comissão propõe uma abordagem ao problema em dois tempos: há medidas que são para implementar no curto prazo e outras que por enquanto não são mais do que caminhos para refletir. A criação de um ativo seguro da zona euro é uma dessas ideias para o longo prazo, que ainda precisa de ser debatida, explicou Moscovici.

“São precisos mais passos para diversificar os portefólios de dívida soberana dos bancos e dessa forma cortar a ligação tóxica entre os bancos e os soberanos dos seus países”, defendeu o comissário. “No curto prazo, a securitização da dívida pública pode servir esse propósito. Mas no longo prazo, o desenvolvimento de um ativo seguro genuinamente da zona euro é absolutamente necessário, do meu ponto de vista“, acrescentou Moscovici. Este ativo seguro da Zona Euro tem sido identificado como as eurobonds, ou seja a emissão de dívida da Zona Euro.

Contudo, o comissário fez questão de deixar bem claro que não está a propor uma mutualização da dívida pública passado. “Estou a par das objeções, e concordo que a mutualização do legado das dívidas tem de ser evitada”, disse Moscovici.

"Estou a par das objeções, e concordo que a mutualização do legado das dívidas tem de ser evitada.”

Pierre Moscovici

Comissário para os Assuntos Económicos e Financeiros

Para a Comissão, “a primeira linha de contenção das crises devem ser os estabilizadores orçamentais nacionais”, mas está já claro que “isto não chega” e que “estes estabilizadores nacionais podem ser esgotados no caso de uma crise significativa.” É por isso que é preciso ir mais longe, defendeu Moscovici: criar um ministro das Finanças da Zona Euro, com um orçamento para a Zona Euro e a correspondente validação parlamentar, argumentou. E citou como mau exemplo a forma como as decisões sobre o destino da Grécia foram tomadas, “atrás de portas fechadas” e “sem qualquer controlo democrático.”

Tendo em conta que a função do tal “ministro das Finanças da Zona Euro” combina muitas funções que já existem, esse lugar deve ser fundido com o de comissário. “Espero que o meu sucessor como comissário dos Assuntos Económicos e Financeiros seja o primeiro-ministro das Finanças da Zona Euro”, disse Moscovici.

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Valorizar vai ter mais 10 milhões para projetos turísticos no interior

  • Lusa
  • 1 Junho 2017

A secretária de Estado do Turismo anunciou que a dotação financeira da linha de apoio à valorização turística do interior, o programa Valorizar, vai ser duplicada, disponibilizando mais 10 milhões.

A secretária de Estado do Turismo, Ana Mendes Godinho, anunciou hoje que a dotação financeira da linha de apoio à valorização turística do interior, o programa Valorizar, vai ser duplicada, disponibilizando mais 10 milhões de euros.

“Vamos duplicar o valor do programa Valorizar”, criado pelo Governo “há cinco ou seis meses”, com o objetivo de “promover a diversificação da oferta nos territórios de baixa densidade”, revelou à agência Lusa a governante, em Évora.

À margem da Conferência “Turismo Sustentável” Green Project Awards (GPA), Ana Mendes Godinho afirmou que o Valorizar vai “passar a ter, neste momento, mais 10 milhões” de euros disponíveis “para projetos de diversificação da oferta no interior” do país.

A linha de apoio “teve uma procura tal que sentimos essa necessidade, de duplicar o orçamento”, frisou a secretária de Estado.

Este programa foi lançado pelo Governo no final de dezembro passado, com uma dotação inicial de 10 milhões de euros, estando as candidaturas a decorrer até 31 de dezembro de 2017.

A medida pretende apoiar o investimento em iniciativas e projetos com interesse para o turismo, que promovam a coesão económica e social do território, e contempla ainda iniciativas que visem a estruturação de programas de visitação turística no interior e o desenvolvimento de calendários de eventos com potencial turístico e com impacto internacional.

Questionada pela Lusa, Ana Mendes Godinho congratulou-se ainda com o nível de confiança médio no desempenho do setor do turismo, que atingiu, em maio, 84,3%, o valor mais elevado de sempre no barómetro do Instituto de Planeamento e Desenvolvimento do Turismo (IPDT).

“É um valor histórico desde que é monitorizada a confiança no turismo em Portugal” e indica que “há uma grande mobilização e confiança de todos” para se entender que “o turismo é, de facto, uma atividade com grande dinamismo em Portugal, mas também com perspetivas de futuro”, disse.

O encontro sobre turismo sustentável que está hoje a decorrer em Évora é o primeiro do Ciclo de Conferências GPA 2017, numa organização dos Green Project Awards, promovidos pela Agência Portuguesa do Ambiente, associação ambientalista Quercus e da GCI, em colaboração com o Turismo de Portugal.

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Quase um quarto dos trabalhadores recebe salário mínimo

  • Cristina Oliveira da Silva
  • 1 Junho 2017

Em março, eram já quase 730 mil os trabalhadores a receber remuneração mínima garantida, de 557 euros.

Num ano, o salário mínimo passou a abranger mais 88,9 mil pessoas no setor privado. Em março de 2017, a remuneração de 557 euros chegava a cerca de 730 mil trabalhadores, mais 13,9% face ao mesmo período do ano anterior, quando o salário mínimo ficava nos 530 euros. Quer isto dizer que a remuneração mínima mensal garantida (RMMG) abrangia, no final do primeiro trimestre do ano, 22,9% dos trabalhadores, mais dois pontos percentuais do que há um ano.

Os dados constam do quinto relatório de acompanhamento do salário mínimo, que o Governo discute esta quinta-feira com os parceiros sociais. E baseiam-se nas declarações de remunerações entregues à Segurança Social, que abrangem trabalhadores por conta de outrem e membros de órgãos estatutários (como gerentes). A informação diz respeito ao Continente.

Em termos médios, explica o sumário executivo do documento, o primeiro trimestre do ano registou 724 mil trabalhadores a receber o mínimo, mais 93 mil (ou 14,8%) do que no mesmo período de 2016. Porém, há agora um abrandamento: nos primeiros três meses de 2016, a subida tinha sido de 24,4%.

Evolução do salário mínimo

Fonte: DGERT

 

“Como seria de esperar, o peso relativo dos indivíduos com remunerações iguais à RMMG foi aumentando com os aumentos do valor da RMMG”, diz o relatório. “Mais recentemente, em março de 2017, a proporção trabalhadores abrangidos pela RMMG estava nos 22,9%”, acrescenta o documento, esclarecendo: “Os aumentos mais significativos da proporção dos trabalhadores com RMMG no número total das remunerações declaradas ocorreram aquando das atualizações do valor da RMMG“.

Outubro de 2014 marcou uma subida significativa, de 12,9% para 17,5%. Há outro aumento pronunciado em 2016, de 17,4% para 20,6%.

Proporção de trabalhadores a receber salário mínimo

*valores abaixo do salário mínimo podem ser explicados por trabalho a tempo parcial ou remunerações incompletas, nomeadamente por motivo de doença.
Fonte: 5.º relatório de acompanhamento do acordo sobre a Retribuição Mínima Mensal Garantida

Centrando a análise apenas na remuneração base dos trabalhadores, o peso do salário mínimo também tem vindo a aumentar: no primeiro trimestre de 2016 correspondia a 10,1% mas nos primeiros três meses de 2017 já chegava a 11,5%.

3,28 milhões declaram à Segurança Social

No primeiro trimestre do ano, o volume médio de trabalhadores com remunerações permanentes declaradas à Segurança Social aumentou 3,8% em comparação homóloga, para quase 3,28 milhões. Trata-se do crescimento mais elevado desde que o emprego começou a recuperar, em 2014, diz o Ministério. Os jovens até 25 anos estão em destaque, já que foi aqui que se registou o maior nível de crescimento homólogo (8,8%).

Os primeiros três meses do ano foram ainda marcados por 262,5 mil novos contratos de trabalho, mais 19%, de acordo com os dados do Fundo de Compensação do Trabalho (FCT), de inscrição obrigatória desde outubro de 2013. Daquele total, 40,7% tinham remuneração base de 557 euros, mais 3,4 pontos percentuais face à proporção do primeiro trimestre de 2016. Os contratos terminados (por despedimento ou outro motivo de saída) também aumentaram, neste caso 7,6%, para 150 mil.

O documento salienta ainda que as desigualdades extremas diminuíram e que o rácio entre os trabalhadores com salários mais altos e mais baixos reduziu-se.

“O comportamento dos principais indicadores do mercado de trabalho, analisados a partir de diferentes fontes estatísticas e administrativas, prossegue, assim, positivo, não obstante os aumentos de 5% e 5,1% do salário mínimo nacional realizados em 2016 e em 2017, respetivamente”, diz o relatório.

O programa do Governo admite novos aumentos no futuro: para 580 em 2018 e 600 euros em 2019.

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Economia do Brasil cresce 1% no primeiro trimestre do ano

  • Lusa
  • 1 Junho 2017

Trata-se do primeiro resultado positivo registado pela economia brasileira desde dezembro de 2014.

A economia brasileira cresceu 1% no primeiro trimestre deste ano em comparação com os últimos três meses de 2016, informou hoje o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Foi o primeiro resultado positivo registado pela economia do país desde dezembro de 2014.

Os três setores que compõem o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro tiveram um resultado positivo entre janeiro e março, mas o grande destaque ficou com a agricultura, que cresceu 13,4%. O setor industrial cresceu 0,9% e o setor de serviços manteve-se estável.

Comparado com o primeiro trimestre de 2016, no entanto, o PIB do Brasil recuou 0,4%. No acumulado dos últimos quatro trimestres a queda é de 2,3%.

A economia do Brasil enfrenta a pior recessão da sua história. Em 2015, o PIB brasileiro caiu 3,8%, o pior resultado em 25 anos e no ano passado a queda registada da produção e riquezas do país ficou em 3,6%.

Para este ano, o mercado financeiro espera que o Brasil comece a sair da crise e que seu PIB cresca 0,49%.

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IMI de 2012 que só foi exigido em 2016 vai render 9,65 milhões

  • Lusa
  • 1 Junho 2017

Até agora, foram emitidas 53.326 notas de cobrança para a liquidação de IMI relativo a 2012, "num total de 9,65 milhões de euros", das quais 44.043 já foram "totalmente pagas", ou seja 82,6%.

O Estado vai arrecadar 9,65 milhões de euros relativo ao IMI de 2012 que só foi exigido aos proprietários em 2016, tendo já sido pagos 7,5 milhões, segundo indicou à Lusa o Ministério das Finanças esta quinta-feira.

Vários contribuintes que estavam isentos de pagamento do IMI perderam o direito a este benefício em 2012 e começaram a ser notificados pela Autoridade Tributária e Aduaneira (AT) em 2016, que enviou no final do ano passado cerca de 60.000 notificações relativas ao imposto daquele ano.

Até agora, foram emitidas 53.326 notas de cobrança para a liquidação de IMI relativo a 2012, “num total de 9,65 milhões de euros”, das quais 44.043 já foram “totalmente pagas”, o que equivale a 82,6% do total de notas emitidas, e há ainda 1.488 notas de liquidação que estão “parcialmente pagas”, de acordo com a tutela.

Em respostas à Lusa, o gabinete de Mário Centeno disse ainda que, “dos 9,65 milhões de euros, foram pagos até à data 7,5 milhões de euros (77,7% do total emitido)”.

Quando, no final de 2016, os contribuintes que perderam o direito à isenção de IMI em 2012 tomaram conhecimento disso, o Governo decidiu que estes contribuintes teriam um intervalo de “pelo menos seis meses” entre os prazos de pagamento do imposto de forma a suavizar os encargos ao longo do tempo.

A Lusa tomou conhecimento, por exemplo, do caso de uma contribuinte reformada residente no concelho de Torres Vedras que julgava estar isenta de IMI por ter um rendimento baixo, mas que recebeu em dezembro uma carta da repartição de Finanças local para pagar o imposto de 2012.

Na altura, o Ministério das Finanças explicou que “todos os anos é feito o controlo das liquidações de IMI que não foram realizadas no período normal e que o deveriam ter sido”, acrescentando que, tal como em 2015 foi feito o controlo do IMI de 2011, “em 2016 foi feito o controlo do IMI relativo a 2012”.

Isto porque a Lei Geral Tributária determina que a Autoridade Tributária tem quatro anos para notificar um contribuinte com impostos para liquidar, salvo nos casos em que a lei fixar outros prazos.

À luz do código do IMI atualmente em vigor, nos casos em que o proprietário beneficiou da isenção indevidamente, o Fisco tem oito anos para proceder à liquidação relativa a todos os anos em que o benefício foi gozado.

A tutela referiu que, no final de 2016, foram feitas “cerca de 60 mil” notificações de liquidação de IMI relativas a 2012 e disse que este é um número “superior ao de anos anteriores” devido a “alterações legislativas ocorridas em 2012 e que reduziram o número de isenções de IMI”.

Isto acontece porque a avaliação geral dos prédios urbanos feita nesse ano “aumentou em alguns casos o valor do prédio urbano, ficando este acima do limiar da isenção”, e também porque “a lei de 2012 restringiu o leque de prédios suscetíveis de beneficiar de isenção”.

O ministério admitiu ainda que, “em alguns serviços de Finanças, nos casos de perda de isenção, os contribuintes foram também notificados agora para pagar o IMI relativo a anos posteriores a 2012” e reconheceram que “esta coincidência de prazos de pagamento provoca naturalmente dificuldades aos contribuintes”.

Para mitigar estas dificuldades, o secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, Fernando Rocha Andrade, “deu instruções para que essas notificações de anos posteriores a 2012 fossem alteradas”, garantindo que há “um período razoável, de pelo menos seis meses, entre os prazos de pagamento de valores de IMI respeitantes a anos diferentes”.

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CES: Plano Nacional de Reformas tem falta de rigor e é limitado do ponto de vista estratégico

  • Lusa
  • 1 Junho 2017

Uma versão preliminar do parecer do Conselho Económico e Social do CES sobre o PNR 2017 alerta diz que este tem "falta de rigor" e "é limitado do ponto de vista estratégico".

O Conselho Económico e Social (CES) considera que o Plano Nacional de Reformas 2017 (PNR 2017) tem “falta de rigor“, “é limitado do ponto de vista estratégico” e preocupa-se em demonstrar que o país está “a atingir a normalidade”.

De acordo com uma versão preliminar do parecer do CES sobre o PNR 2017, a que a Lusa teve hoje acesso, este órgão afirma que o documento “merecia um calendário de discussão mais alargado e justificava um outro cuidado na sua própria elaboração”, sublinhando que “existem vários pontos em que há falta de rigor“.

Os exemplos apontados são ao nível da linguagem, destacando o CES que, “na justificação da gratuitidade dos livros escolares, confunde-se equidade com igualdade”, mas também quanto aos números, sublinhando o CES que se confunde investimento total com investimento privado, ou mesmo na justificação de alguns objetivos, como “aumentar a despesa em Investigação e Desenvolvimento para 2,7% do PIB”.

Além disso, nesta versão preliminar do parecer que pode ainda ser alterada na reunião de sexta-feira da Comissão Especializada de Política Económica e Social (CEPES), o CES afirma que “o documento é limitado do ponto de vista estratégico, não definindo claramente as opções e prioridades, nem identificando a responsabilidade pela execução e pela prestação de contas”.

A este propósito, o CES reitera uma apreciação que já tinha feito ao PNR de 2016 e refere que o relatório “apresenta um caráter genérico“, assente na identificação dos pilares e das medidas a implementar “sem se definir uma estratégia para o país”, acrescentando que “a mera identificação de um conjunto de objetivos gerais não define uma estratégia, nem estabelece uma priorização estratégica”.

Por oposição, para que houvesse uma estratégia, seria necessário “fazer opções e escolhas” e proceder à “identificação do caminho a seguir para atingir as metas do crescimento, do emprego, da qualificação dos portugueses, da maior igualdade, da justa repartição de rendimentos”.

Ainda nesta matéria, o CES defende que o PNR, por ser um documento estratégico, “deveria definir a forma de enfrentar as grandes mudanças que hoje se verificam na economia à escala global” e conclui que o PNR 2017, apresentado pelo Governo em abril, vai no sentido oposto.

“O PNR esforça-se, pelo contrário, por tentar demonstrar que estamos a atingir a ‘normalidade’, o que não se compagina com uma realidade marcada por uma evidente turbulência, com um elevado número de fatores de imprevisibilidade de ordem interna e externa”, lê-se no parecer.

Para o CES, “a consequência mais gravosa” deste tipo de abordagem é que “ela conduz a uma certa subalternização, quando não omissão, de um conjunto de problemas de fundo, ou seja, com dimensão estrutural, com que o país continua confrontado”.

Por sua vez, isto “repercute-se negativamente, quer na proposta de medidas que possibilitem ultrapassar os constrangimentos à retoma do investimento (nas áreas da inovação e da retoma da capacidade produtiva), quer na sua priorização”.

Depois de aprovado em Conselho de Ministros, o Governo enviou em abril o PNR 2017 ao CES para emissão de parecer.

Pelo Governo, o ministro do Planeamento e das Infraestruturas, Pedro Marques, disse na altura que o PNR 2017 “mobiliza mais de 26 mil milhões de euros, considerando que é um “programa ambicioso” que está em “perfeita sintonia com o rigor e a sustentabilidade orçamental”.

Dívida merecia tratamento mais aprofundado

O CES considera que o PDR deveria dar um “tratamento mais aprofundado” a temas como a dívida, a precariedade, o combate à pobreza e o setor empresarial do Estado.

Na versão preliminar a que a Lusa teve acesso, o CES refere “a ausência de qualquer política explícita” relativamente à sustentabilidade da dívida pública, sublinhando que tal “constitui um problema não resolvido com que o país está confrontado e que, além de criar incerteza quanto às suas consequências futuras, condiciona de forma marcante os níveis de crescimento da economia”.

Além disso, o CES sublinha que “existem alguns aspetos credores de tratamento mais aprofundado” e aponta como exemplos a precariedade, a igualdade de género, a demografia, as regiões autónomas, a habitação, o combate à pobreza, o papel da cultura, a política de distribuição de rendimentos e o setor empresarial do Estado”.

Ao longo das mais de 40 páginas desta versão preliminar de parecer que pode ainda ser alterada na reunião de sexta-feira da Comissão Especializada de Política Económica e Social (CEPES), o CES afirma que “não há uma referência a medidas concretas para fazer face ao aumento da precariedade”.

O CES nota ainda que o documento do Governo “não faz referência, com relevância adequada, em matéria de igualdade entre mulheres e homens” e também “não tem uma referência explícita sobre as políticas de demografia”.

A este propósito, o CES reitera que a sustentabilidade das finanças e da dívida pública, o financiamento do Estado Social e o crescimento económico “requerem que se conceda relevância e prioridade a uma dimensão estratégica focada nas questões demográficas”, já que este aspeto tem “uma ligação direta com a igualdade entre homens e mulheres, a empregabilidade e a qualidade do emprego e com o nível de salários”.

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Juros portugueses ao fundo. Taxa a dez anos já está abaixo dos 3%

Em apenas dois meses, a taxa das obrigações a dez anos baixou dos 4% para 3%. Descompressão em torno da dívida portuguesa atira juros para mínimos de mais de oito meses.

Descompressão total nos juros da dívida portuguesa. A taxa das obrigações a dez anos caiu para um patamar abaixo 3% na sessão desta quinta-feira, algo que já não acontecia desde setembro do ano passado. Os juros nacionais estão em queda acentuada há semanas. Em apenas dois meses, a correção foi de mais de 100 pontos face à taxa de 4,003% que atingiu no final de março.

Passavam pouco das 15 horas quando a yield implícita nas obrigações do Tesouro a dez nos, a referência do mercado, atingiu os 2,998%, negociando ao nível mais baixo desde o dia 7 de setembro do ano passado. Isto significa que os investidores estão a exigir menos dinheiro para comprar dívida portuguesa no mercado secundário, ajudando a baixar a fatura da próxima vez que Portugal realizar um novo leilão de dívida.

Os juros portugueses estão em queda acentuada desde que em meados de março houve uma alteração das linhas que servem de referência para as diferentes maturidades da dívida portuguesa. No prazo a dez anos, o juro chegou a superar os 4,3%, o nível mais elevado desde o tempo da troika. Mas, desde então, a correção em baixa tem sido tão evidente que levaram os analistas do Commerzbank a considerar que as obrigações portuguesas estão na moda.

Os juros descem em toda a linha. Na maturidade a cinco anos, a taxa exigida pelos investidores seguem nos 1,4%, o valor mais baixo desde janeiro de 2016. Entretanto, também o risco de Portugal — medido pelo diferencial entre a taxa a dez anos portuguesa e a taxa a 10 anos alemã — mantém-se em queda acentuada, seguindo no patamar mais baixo desde março de 2016.

Juros baixam aquém dos 3%

Fonte: Bloomberg (valores em %)Bloomberg (valores em %)

Há vários fatores que ajudam a explicar este movimento de descompressão em torno do mercado de dívida português. Desde logo, as boas notícias na frente económica. A economia acelerou no primeiro trimestre do ano e deverá manter um bom ritmo de crescimento no segundo trimestre, isto depois de Portugal ter encerrado 2016 com um défice de 2%. Este enquadramento económico mais favorável ajudou a Comissão Europeia a recomendar a saída do país do Procedimento por Défice Excessivo, contribuindo para a melhoria da imagem internacional.

“As dinâmicas surpreendentemente positivas nos fundamentais (isto é, forte crescimento económico e défice mais baixo em 2016) e o percurso mais moderado do Governo do que inicialmente temíamos (não há mais reversões nas reformas) são os fatores dominantes”, frisou Michael Leister, do Commerzbank.

Mas há quem relativize o brilharete doméstico e enfatize o cenário internacional como principal fator que tem favorecido esta queda dos juros. “Em termos globais, o mercado tem estado em grande descompressão em termos de risco. Isto determina tudo o resto. Em Lisboa, assume-se muitas vezes os desenvolvimentos domésticos como críticos. Não são. A menos que sejam muito significativos. E os desenvolvimentos do quotidiano como o orçamento não são movers“, salientou Ciaran O’Hagan, diretor do Société Générale.

Faltam os ratings

Este mínimo nos juros surge no dia em que é anunciado um novo máximo na dívida pública. De acordo com o Banco de Portugal, o endividamento das administrações públicas superou os 247 mil milhões de euros em abril, depois de novo aumento de 3,9 mil milhões de dívida por causa das emissões de títulos e das OTRV.

É justamente a questão relacionada com a sustentabilidade da dívida pública que mais tem colocado um travão na melhoria do rating atribuído pelas principais agências de notação de crédito do mundo, Moody’s, Standard & Poor’s e Fitch. Estas agências classificam a dívida portuguesa num patamar considerado “lixo”, o que impede que os juros baixem ainda mais.

Embora os principais responsáveis políticos tenham manifestado otimismo em relação a uma subida da notação já em setembro, o facto de as agências manterem uma outlook estável não deixa grande margem para que Portugal saia do “lixo” este ano.

Dívida pública continua a subir

Fonte: Banco de Portugal (valores em milhares de milhões)

(Notícia atualizada às 15h40)

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Costa: Passos Coelho “é uma pessoa menos alegre”

  • Lusa
  • 1 Junho 2017

Primeiro ministro considerou que Mário Centeno "é uma pessoa alegre", ao contrário do presidente do PSD, que é uma pessoa menos alegre".

O primeiro-ministro falou sobre alegria no Dia Mundial da Criança, considerando que o seu ministro Mário Centeno “é uma pessoa alegre” e que o presidente do PSD, Pedro Passos Coelho, “é uma pessoa menos alegre”.

António Costa, acompanhado pelo ministro da Educação, Tiago Brandão Rodrigues, e pelo presidente da Câmara de Lisboa, Fernando Medina, visitou a Escola Básica e Jardim Infância Ressano Garcia — um edifício ao lado da Presidência do Conselho de Ministros.

No final, ao fim de hora e meia de visita, o líder do executivo evitou falar sobre política com os jornalistas e foi num tom humorístico que respondeu com poucas palavras a algumas perguntas.

“A alegria é ter muitos amigos e poder brincar”, começou por dizer o primeiro-ministro, antes de ser interrogado se o país já teve alegrias suficientes e se uma eventual subida do ‘rating’ da República Portuguesa completará um ciclo de boas notícias.

“A alegria nunca é suficiente. Queremos sempre mais alegria”, alegou, sendo depois confrontado com a questão relativa a uma eventual escolha do seu ministro das Finanças, Mário Centeno, para o cargo de presidente do Eurogrupo. Costa reagiu logo: “É uma pessoa alegre também”.

"A alegria nunca é suficiente. Queremos sempre mais alegria.”

António Costa

Primeiro ministro

sobre as críticas feitas na quarta-feira pelo presidente do PSD, Pedro Passos Coelho, segundo as quais o Governo atual se estará a aproveitar do trabalho feito pelo anterior executivo, o primeiro-ministro deixou o seguinte comentário: “É uma pessoa menos alegre”.

Numa visita em que teve sempre ao seu lado o presidente da Junta de Freguesia de Campo de Ourique, Pedro Cegonho, António Costa participou em vários momentos de convívio com as crianças e assistiu à atuação de um grupo de palhaços.

Num dos pátios da Escola Básica Ressano Garcia ouviu um coro infantil cantar o “Hino da alegria”, assistiu à projeção de vídeos que esta tarde serão transmitidos em várias unidades de saúde onde se encontram crianças hospitalizadas. E, antes de abandonar a escola, numa sala de aula, iniciou uma leitura coletiva do livro “A Matilde está careca”, escrito por antigos alunos de faculdades de Medicina.

“Era uma vez um menino chamado Pedro, que tinha seis anos, ia entrar na escola e que tinha como melhor amigo o ursinho Egas. No primeiro dia de escola, depois de se despedir dos pais, escondeu uma lágrima”, leu o primeiro-ministro, seguindo-se na leitura da história, sobre crianças com cancro, o presidente da Câmara de Lisboa e o ministro da Educação.

Nesta visita, destacou-se sempre o ministro da Educação pela forma descontraída como interagiu com as crianças.

Num dos momentos em que o vídeo demorou a começar a ser emitido, Tiago Brandão Rodrigues apresentou às crianças uma explicação bem original: “Atrasou-se porque não veio por Correio Azul”.

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